ROLAGEM AUTOMÁTICA
chula
FAIXA 7 DO CD
“CANTA E DANÇA BRASIL”
chul a
Na Chula, como na vida,
enfrentas várias contendas:
duelo pela prenda querida,
dançar sem perder a senda.
Chula: pela luta ao emprego;
como protesto á corrupção;
para fugir do desgoverno;
e para reduzir tua aflição.
Chula: em desafio à injustiça;
para desfazer a trama urdida;
para espantar a preguiça;
e como celebração da vida.
Na Chula, como na vida, para não saíres da
trilha,
equilíbrio, perícia na descida
e força, harmonia na subida,
e força harmonia na subida,
e força harmonia na subida.
Arranjo e Voz:
Jorge costa filho Composição: j. coelho
Imagens dos sites:
ecodatradicao.com.br;
jornalija.com.br;
olhares.sapo.pt; e
mundogaucho.blogspot.com.
A seguir o texto “CHULA” traz algumas considerações sobre a temática da canção.
Caso interesse, é só utilizar o “ratinho”
chula
INTRODUÇÃO
Este é outro artigo de “Canta e Dança Brasil”, da série
“Mestiço Brasil” criada para registrar a diversidade da etnia brasileira em formação, utilizando a diversidade de cantos e danças brasileiros.
Todos reconhecem as características continentais do Brasil. Entretanto, graças ao esforço, bem sucedido de nossos colonizadores, em manter a unidade linguística no país, essas características continentais,
correspondentes a regiões diversas, são expressas em muitas formas, mas nessa unidade linguística e
representam a diversidade cultural brasileira.
As tradições e cultura da diversidade regional
brasileira estão contidas no que conhecemos como folclore brasileiro. As danças folclóricas são uma das principais formas de manifestação cultural, com
músicas animadas e simples, além dos trajes típicos utilizados por seus participantes, ou brincantes.
DANÇAS FOLCLÓRICAS Danças Folclóricas são expressões populares desenvolvidas em
conjunto ou
individualmente,
frequentemente sem sazonalidade
obrigatória. Tudo indica que é na coreografia
que reside seu elemento definidor. Existe grande número delas no Brasil.
São exemplos de danças folclóricas brasileiras:
cateretê; ciranda; chula;
quadrilha junina;
carimbó; boi bumbá;
samba de roda; e pássaro junino.
Não são poucos os casos, que a mesma denominação de folclore é expressa de forma diversa, quando
ocorre em mais de uma região brasileira.
PÁSSARO JUNINO É UMA DAS MANIFESTAÇÕES MAIS RICAS DA CULTURA PARAENSE. ÓPERA CABOCLA
QUE OCORRE DURANTE OS FESTEJOS JUNINOS
A música, o canto e a dança são
expressões da
alma de um povo.
Se folclóricas, ou seja, aquelas com origem na
ancestralidade, então, por meio delas, os povos
criam e fortalecem raízes.
Com essa
manifestação trina, música,
canto e dança se expressa o espírito dum povo, por
meio de seu louvor ao universo, de
seus sentimentos no dia a dia na luta pela vida.
CHULA COMO DANÇA FOLCLÓRICA GAÚCHA
O QUE É
A Chula é dança e canto. Entretanto, alguns autores ainda a acrescentam como música destinada a várias danças populares.
Como dança, sua existência no Brasil está
documentada, pelo menos, desde o início do século XIX.
Como dança, a mais conhecida é a típica do Sul do Brasil, introduzida por tropeiros. Dançada em
desafio, praticada preferencialmente por homens.
Essa dança tem como seus maiores praticantes os gaúchos.
A chula gaúcha serviu de verdadeiro tira-teima entre peões nas tropeadas de mulas e cavalos do Rio
Grande do Sul para São Paulo. Tudo era decidido na agilidade dos sapateados, sob a expectativa dos
companheiros.
Pelo Nordeste, tradicional, de Sergipe ao Piauí, a chula era cantada ao violão buliçosa, erótica,
assanhadiça.
Na Bahia Chula designa genericamente as toadas alegres e vivas e se canta como refrão em ranchos- de-reis.
No Crato, Ceará, Chula é apenas um canto, algo como embolada, ao som do qual as mulheres
dançam sambas.
Em São Paulo, a Chula foi registrada como dança de fandango, denominação de diversas danças
populares.
RANCHO FOLCLORE DO AROUCA SÃO PAULO CLUBE
ORIGEM
Tanto como dança, ou como canto sua origem é
portuguesa.
Como dança teria origem em dança, bailado nas
pisas das uvas. A Chula do Rio Grande do Sul vem
da Chula de Portugal.
A Chula portuguesa (antiga chula) é baseada em
batidas dos pés e nos desafios.
Como canto teria origem nos grupos de Natal e Reis que, ao se apresentarem, esperavam retribuição e, quando acontecia das
ofertas em retribuição não ocorrerem, então voz
solava severa crítica, não cantada, mas em tom alto para conhecimento dos que participavam ou assistiam.
RANCHO AFP SAUDADES DE PORTUGAL
GRUPO DE REIS
PINDAMONHANGABA - SP
Essa crítica severa seria o começo da Chula, pouco decorosa, irreverente, zombeteira e, depois se
transformaria em canto independente daquele dos festejos de Natal e de Reis.
Quanto à origem da canção, cada autor tem
entendimento diferente. Existem alguns que afirmam ser brasileira.
CARACTERÍSTICAS
Como dança desafio para ser realizada é necessário vara de madeira,
denominada lança, com cerca de 2 ou 3 metros de comprimento. Essa lança é colocada ao chão e serve como balizadora do
desafio. Os desafiantes
devem realizar a sequência de passos no sapateado de um lado e do outro da
lança sem tocá-la.
Ao som da gaita gaúcha, os dançarinos sapateiam, sobre o pedaço de madeira. Cada participante realiza
sequência de passos e de movimentos gestuais, para mostrar suas habilidades coreográficas.
Após cada sequência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em seguida e realizar outra, geralmente mais complicada que a do seu desafiante.
O vencedor será aquele que desenvolver a sequência
mais difícil, ou mais acrobática, sem perder o ritmo, sem encostar na lança, além de realizar a sequência
coreográfica dançada, como desafio, pelo dançarino anterior.
Em São Paulo, a Chula não tem característica de desafio e é dançada aos pares. Os pares não se enlaçam, nem se tocam. O cavalheiro faz sua coreografia diante de sua
dama, que requebra. A coreografia consiste em passos e com movimentos gestuais, como ajoelhar-se em
súplica de amor à dama.
A Chula, como canção, apresenta alternância do ritmo sincopado com séries de tempos iguais. Ainda, é
frequente apresentar algumas melodias bem influenciadas por músicas portuguesas.
A Chula, se canção, é acompanhada de violão e se dança, por violão, viola, cavaquinho, pandeiro,
castanholas, ou imitação das mesmas com os dedos.
Outros autores, ainda acrescentam o ganzá e o caxambu.
A indumentária dos dançarinos da Chula gaúcha e bem aquela típica e representativa da tradição do Rio
Grande do Sul.
CONCLUSÃO
A força, destreza e equilíbrio exigidos pela Chula do Rio Grande do Sul, em sapateado solitário, sobre lança
estendida no salão, demonstram, além desses atributos, a coragem do peão, forjada pelas
intempéries das campanhas e nas lutas em defesa de seu solo.
Antigamente, a Chula era usada durante os bailes, onde dois peões ao disputarem dançar com mesma prenda, então se desafiavam para duelo. A arma, o sapateado.
O vencedor do duelo, ou seja, aquele que realizasse a melhor sequência teria o direito a dançar com aquela prenda, pelo resto do baile.
Atualmente, a Chula gaúcha é mostrada apenas de forma cultural durante eventos, rodeios, etc, porém é proibido repetir o passo, de seu oponente. Ocorre,
frequentemente, em festas tradicionais ou em eventos para promoção da diversidade cultural brasileira.
FONTES
Dicionário do Folclore Brasileiro – Câmara Cascudo; e SITES:
dancas-tipicas.info
estanciavirtual.com.br, pt.wikipedia.org; e
unicamp.br.
IMAGENS DOS SITES
ecodatradicao.com.br; fcp.pa.gov.br; jornalija.com.br;
portal3.com.br; e youtube.com
ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO TEXTO: J. COELHO