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Recebido em: 15/3/2010 Emitido parece em: 5/4/2010 Artigo original

CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS E DE DESEMPENHO MOTOR DE ATLETAS DE VOLEIBOL SUB 17 DE DIFERENTES NÍVEIS DE QUALIFICAÇÃO DE ACORDO COM A

FUNÇÃO DE JOGO

Cláudio Luís Toledo Fonseca, Leonardo Emmanuel Cerqueira Rêgo, Paula Roquetti Fernandes, José Fernandes Filho

RESUMO

Este estudo teve por objetivo verificar as características antropométricas e de desempenho da capacidade de salto de atletas de voleibol sub 17 de diferentes níveis de qualificação de acordo com a função de jogo. A amostra foi constituída de dois grupos de qualificação esportiva sendo: o grupo de alta qualificação (AQ) (n=16) formada pelos atletas da seleção brasileira de voleibol masculino infanto-juvenil e o grupo de qualificação intermediário (QI) (n=68) composto por atletas participantes do Campeonato Brasileiro de Voleibol Infanto-Juvenil de Seleções (Divisão Especial). Estes foram divididos de acordo com sua função de jogo em: levantador (LEV), líbero (LIB), central (CEN), ponta (PO) e oposto (OP).

Foram realizadas as medidas antropométricas de: massa corporal (MC), estatura (EST), altura total (ATOTAL), e os testes de desempenho motor de impulsão vertical de ataque (IVA) e bloqueio (IVB) e altura de alcance de ataque (ALIVA) e bloqueio (ALIVB). A análise estatística foi descritiva para caracterização dos grupos e estabelecer valores de referência para a categoria e sexo, e em seguida, foi utilizado o test t para amostras independentes para diferenciação dos grupos. Foram observados resultados superiores de (AQ) em todas as variáveis, com exceção de (MC) e (IVA) para (OP).

Verificaram-se diferenças significativas (p<0,05) entre os níveis de qualificação apenas para (LIB), (CEN) e (PO). Concluiu-se que os resultados do estudo apontaram para a importância das variáveis antropométricas (EST) e (ATOTAL) independente da função em quadra, e depois daquelas que associam ao desempenho motor ao componente morfológico como (ALIVA) e (ALIVB) durante o processo de seleção esportiva no voleibol,

Palavras-chave: Voleibol, antropometria, desempenho motor, indicadores de performance.

ANTHROPOMETRIC AND MOTOR PERFORMANCE CHARACTERISTICS OF UNDER-17 VOLLEYBALL PLAYERS IN DIFFERENT QUALIFICATION LEVELS ACCORDING TO

PLAYER’S POSITIONS

ABSTRACT

The aim of this study was to verify anthropometric and jump ability of under 17 volleyball players in different levels of requirement according to players positions. The sample was formed by 2 groups of sports qualification: the high level qualification (HQ) (n=16) composed by Brazilian junior national male volleyball team and middle qualification (MQ) (n=68) composed by athletes who played in Brazilian Junior National Championship (Special Division). They were separated according to players position in: setter (SE), libero (LIB), middle (MID), outside hitters (OH) and opposite (OP). The measurements of anthropometric profile were: weight (WE), height (HE), standing reach height (SRH), and the motor performance were relative spike (RSJ) and block (RBJ) jump, and spike (SH) and block (BH) height. The statistical analyses were descriptive for characterizing groups and establishing reference values for age and sex, and following this there were used the t test for independent samples for comparing groups. The results observe high values for (HQ) in all variables, except for (WE) and (RSJ) for (OP). There were verified significant differences (p<0,05) between levels of requirement just for (LIB), (MI) and (OH). We conclude that main important variables in sports selections in under 17 volleyball players are at first anthropometrics (HE) and (SRH) for any players position and after, those who associated motor performance and morphologic components like (SH) and (BH),

Keywords: Volleyball, anthropometry, motor ability, indicators of performance.

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INTRODUÇÃO

O voleibol é um esporte que possui um ritmo muito rápido, e exige uma alta produção de potência. Sabe-se que jogadores de voleibol estão envolvidos em atividades que requerem as qualidades físicas de força, potência, velocidade e agilidade. Dessas atividades mais de 50% são saltos de diversos tipos, 30% são deslocamentos curtos, e 12-16% são mergulhos para alcançar a bola (KRAEMER e HAKKINEN, 2004).

Este elevado volume de saltos aponta para um indicador crítico de performance (STANGANELLI et al., 2008), que associado às características antropométricas de elevada estatura e linearidade (GUALDI-RUSSO e ZACCAGNI, 2001), torna-se capaz de aumentar o potencial de ações ofensivas e defensivas no voleibol (SMITH et al., 1992).

Vários estudos têm apontado diferenças entre níveis de qualificação para as características antropométricas e de desempenho motor de atletas do sexo masculino adulto (KOOZECHIAN et al., 2002; MARQUES e MARINHO, 2009; SHEPPARD, et al., 2009), juvenil e infanto juvenil (CABRAL et al., 2005; 2006; HESPANHOL et al., 2005; GABBETT e GEORGIEFF, 2007; LIDOR, et al., 2007) demonstrando a importância da estatura, altura total e da capacidade de salto para a performance do atleta de voleibol.

Além disso, a especificidade das funções de jogo do voleibol revela atletas com características antropométricas e de desempenho motor diferente, apontando para o “central” como a posição de jogo que apresenta maior estatura, altura total e alcance de bloqueio e ataque, seguido do “oposto” e do

“ponta”. Já o “levantador” e o “líbero” apresentam tendência de possuir menor estatura, massa corporal (CICCARONE et al., 2005; DUNCAN et al., 2006; CICCARONE et al., 2008; MARQUES et al., 2009;

SHEPPARD et al., 2009).

Entretanto, apenas o estudo de Sheppard et al. (2009) observou as diferenças entre as funções de jogo em atletas de níveis de qualificação distintos (adultos x juvenis e infanto juvenis) revelando que levantadores, centrais e atacantes das extremidades (ponta e oposto) apresentaram características distintas para massa corporal e impulsão e alcance de ataque; massa corporal, altura total e impulsão vertical de ataque; e estatura, massa corporal, impulsão vertical e alcance de ataque, respectivamente.

Sendo assim, o propósito do estudo foi comparar as características antropométricas e de desempenho motor de atletas de voleibol da categoria infanto juvenil masculino de diferentes níveis de qualificação esportiva, de acordo com a função de jogo. Acredita-se que estas informações poderão contribuir para estabelecer padrões normativos, fornecendo parâmetros para o processo de seleção esportiva.

METODOLOGIA

Este estudo investigou as características antropométricas e da capacidade de salto de atletas de voleibol da categoria infanto-juvenil masculino utilizando um delineamento transversal para comparação de 2 grupos: Alta Qualificação (AQ) – grupo de atletas da seleção brasileira infanto-juvenil masculina de voleibol convocados para o Campeonato Sul-americano de 2006 (n=16); Qualificação Intermediária (QI) – grupo de atletas que participaram de seleções estaduais no Campeonato Brasileiro de Seleções em 2006 (n=68) divididos de acordo com sua função de jogo: levantador (LEV), líbero (LIB), central (CEN), ponta (PO) e oposto (OP). Os grupos de atletas (AQ) e (QI) apresentaram-se na faixa etária de 16,7 ± 0,5; 16,6 ± 0,5; e 16,2 ± 0,7 anos, e possuíam um tempo de prática de 5,6 ± 3,0 e 4,6 ± 1,8 anos, respectivamente.

Todos foram voluntários, autorizados pelos responsáveis e Comissão Técnica para participar dos testes propostos. Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética de Pesquisa do Centro Universitário de Barra Mansa, estando de acordo com as normas e condições impostas pelo Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/96) para pesquisas envolvendo seres humanos.

Durante as avaliações dos 2 grupos de qualificação esportiva, a sequência dos testes iniciou-se com as medidas antropométricas: de massa corporal (MC), estatura (EST) (ISAK 2001), e altura total de ataque (ATOTAL), caracterizada pela posição em pé com um dos braços estendidos ao máximo medindo-se do solo até o ponto mais distal do dedo médio, (CICCARONE et al., 2008).

Em seguida, foi executado um aquecimento de 10 minutos conduzido pelos pesquisadores, composto por exercícios de alongamento, deslocamento e saltos, antes da realização das verificações

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propostas. As avaliações da capacidade de salto envolveram: os testes de impulsão vertical de ataque (IVA) e altura de alcance de ataque (ALIVA), e do teste de impulsão vertical de bloqueio (IVB) e altura de alcance de bloqueio (ALIVB) (SMITH et al., 1992).

Para a coleta das medidas antropométricas foi utilizada uma balança (Filizola), um estadiômetro (Sanny), e uma trena (Lufkin) com precisão de 0,01kg e 0,001m, respectivamente. Para realização das medidas de salto foi necessária apenas uma parede com “vão livre”, uma trena (Lufkin) e uma caixa de giz.

Todos os testes foram realizados pelo mesmo avaliador que obteve coeficiente intraclasse para a validade teste-reteste e erro típico de medida de: 0,99 e 0,3% para massa corporal; 0,99 e 0,2% para a estatura; 0,95 e 0,5% para a altura total; e 0,98 e 2,7% e 0,98 e 2,9% para os testes de impulsão e alcance de ataque e bloqueio.

A análise estatística foi iniciada através do teste de Shapiro-Wilk que apontou para a utilização de técnicas “paramétricas”. Desta forma, para descrição dos dados obtidos utilizou-se da média e desvio padrão com intuito de permitir a caracterização do perfil antropométrico de cada grupo de qualificação de acordo com a posição técnico-tática dos jogadores, possibilitando estabelecer valores de referência para a categoria.

Em seguida, foi executado o “t para amostras independentes” para identificação de diferenças significativas entre as características dos atletas nas posições de jogo em níveis distintos de qualificação, com significância de (p<0,05) (CALLEGARI-JAQUES 2006). O coeficiente do tamanho do efeito (TE) (Cohen’s size effect) foi determinado para verificar a magnitude de qualquer diferença observada baseado nos seguintes critérios: < 0,2 representa um (TE) = pequeno, 0,21 – 0,79 (TE) = moderado, > 0,8 (TE) = grande (THOMAS et al., 2007). Para realização dos cálculos foi utilizado o programa SPSS 16.0 for windows.

RESULTADOS

Os resultados dos indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto do estudo serão apresentados nas tabelas 01, 02, 03, 04 e 05 para as posições técnico-táticas: (LEV), (LIB), (CEN), (PO) e (OP), respectivamente.

Tabela 01. Indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto dos levantadores (LEV) de diferentes níveis de qualificação.

Grupo Média Desvio Padrão p Tamanho do efeito M.C. (kg) AQ

QI 80,6

80,1 0,3

8,8 0,915 0,06

EST (cm) AQ

QI

193,7 186,3

3,8 6,2

0,075 1,15

ATOTAL (cm) AQ

QI 250,3

245,3 6,1

9,7 0,418 0,54

IVA (cm) AQ

QI

74,0 69,5

9,0 8,1

0,406 0,55

ALIVA (cm) AQ

QI 324,3

314,8 13,8

6,7 0,090 1,08

IVB (cm) AQ

QI 57,0

53,5 12,0

6,0 0,466 0,49

ALIVB (cm) AQ

QI 305,0

296,0 17,7

7,3 0,161 0,91

* p<0,05. AQ (n=3) / QI (n=13).

Os resultados da tabela 01 demonstraram valores mais elevados em todas as variáveis avaliadas para (AQ). Entretanto não foram detectadas diferenças significativas (p<0,05) entre os níveis de qualificação em nenhuma das variáveis de estudo. Pode-se afirmar que os fatores que diferenciam levantadores convocados e não convocados para a seleção brasileira estão relacionados principalmente a fatores técnicos e psicológicos, visto que estas características são consideradas importantes para esta posição de jogo (RAMOS et al., 2004).

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Os resultados deste estudo não corroboram com os achados de Sheppard et al. (2009) que encontraram diferenças significativas entre levantadores jovens e adultos nas variáveis de massa corporal, alcance de ataque e impulsão de ataque. Entretanto, tais diferenças podem ser atribuídas aos aspectos relacionados à maturação biológica, apontando para indivíduos mais altos, fortes e pesados nas categorias superiores (ZARY e FERNANDES FILHO, 2007).

A tabela 02 apresenta os resultados referentes aos indicadores apresentados por (LIB) do estudo. Novamente foram verificados escores superiores para os atletas com qualificação esportiva mais elevada. Além disso, foi observada diferença significativa (p<0,05) na variável estatura (p=0,012) entre os grupos de atletas. Este fato pode ser explicado pela seleção de atletas cada vez mais altos independente da função em quadra, para, neste caso, ocupar maiores espaços na cobertura de defesa.

Tabela 02. Indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto dos líberos (LIB) de diferentes níveis de qualificação.

Grupo Média Desvio Padrão p Tamanho do efeito M.C. (kg) AQ

QI 71,1

64,7 7,0

3,5 0,105 1,32

EST (cm) AQ

QI 185,8

176,4 3,1

3,5 0,012* 1,80

ATOTAL (cm) AQ

QI 240,0

229,7 2,8

7,1 0,096 1,34

IVA (cm) AQ

QI 77,0

73,1 4,2

5,7 0,412 0,72

ALIVA (cm) AQ

QI 317,0

302,9 1,4

10,6 0,116 1,27

IVB (cm) AQ

QI 58,0

57,4 4,2

4,2 0,872 0,15

ALIVB (cm) AQ

QI 295,0

284,4 1,4

7,6 0,106 1,31

* p<0,05. AQ (n=2) / QI (n=7).

Os indicadores antropométricos e de desempenho motor de (CEN) foram apresentados na tabela 03, e revelou diferenças significativas (p<0,05) entre as variáveis: (EST) (p=0,033), (ATOTAL) (p=0,033), (IVA) (p=0,004), (ALIVA) (p=0,001) e (ALIVB) (p=0,002). Os dados dos atletas mais qualificados apresentaram-se superiores em todas as variáveis. Os resultados corroboram com aqueles encontrados por Sheppard et al. (2009) para as variáveis de (ATOTAL) e (IVA). Além disso, pôde-se perceber que os atletas desta posição acompanharam a tendência observada no cenário internacional e demonstraram os escores mais elevados entre todas as posições de jogo.

Tabela 03. Indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto dos centrais (CEN) de diferentes níveis de qualificação.

Grupo Média Desvio Padrão p Tamanho do efeito M.C. (kg) AQ

QI 90,0

82,0 5,2

7,4 0,054 1,04

EST (cm) AQ QI

200,3 194,7

3,2 4,6

0,033* 1,15

ATOTAL (cm) AQ

QI 264,3

254,6 3,7

8,6 0,033* 1,10

IVA (cm) AQ QI

76,8 67,8

6,8 4,6

0,004* 1,50

ALIVA (cm) AQ

QI 341,0

322,2 8,4

9,1 0,001* 1,64

IVB (cm) AQ QI

57,5 53,1

4,3 6,2

0,196 0,71

ALIVB (cm) AQ

QI 319,0

304,4 3,9

8,1 0,002* 1,56

* p<0,05. AQ (n=4) / QI (n=21).

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Os atletas (PO) de alta qualificação demonstraram escores mais elevados para todas as variáveis analisadas, apresentando diferenças significativas (p<0,05) para (EST) (p=0,034), (ATOTAL) (p=0,014), (ALIVA) (p=0,013) e (ALIVB) (p=0,042). Vale ressaltar que juntamente com (CEN), (PO) foi a posição que apresentou o maior número de diferenças quanto ao nível de qualificação, apontando para uma preocupação em selecionar indivíduos, sobretudo para esta posições que sejam mais altos, e também potentes. Isto pode ser explicado pelo fato das diferenças entre grupos terem se manifestado diretamente nas variáveis antropométricas ou naquelas em que existe a associação entre linearidade e potência de salto (altura de alcance).

Tabela 04. Indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto dos pontas (PO) de diferentes níveis de qualificação.

Grupo Média Desvio Padrão p Tamanho do efeito M.C. (kg) AQ

QI

84,2 81,3

6,3 6,6

0,431 0,44

EST (cm) AQ

QI 196,1

190,0 5,9

4,6 0,034* 1,15

ATOTAL (cm) AQ QI

259,0 249,2

8,9 6,1

0,014* 1,31

IVA (cm) AQ

QI 76,8

73,1 9,0

7,5 0,417 0,48

ALIVA (cm) AQ QI

335,8 322,8

7,5 8,6

0,013* 1,33

IVB (cm) AQ

QI 57,5

56,1 4,4

6,5 0,682 0,23

ALIVB (cm) AQ QI

313,0 302,9

4,6 9,1

0,042* 1,08

* p<0,05. AQ (n=4) / QI (n=19).

Os atletas (OP) foram os únicos que apresentaram alguns indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto do grupo mais qualificado inferiores (M.C. e IVA). Contudo, pode-se considerar que as diferenças entre os escores foram muito pequenas, e não significativas (p<0,05). Esta posição juntamente com (LEV) não revelou diferenças entre nenhuma das variáveis de estudo sugerindo que outros parâmetros de seleção esportiva apresentem-se com maior importância. Entretanto, devem- se considerar os elevados escores obtidos pelos 2 grupos de qualificação esportiva sugerindo indicadores muito elevados para inclusão no grupo de atletas selecionados.

Tabela 05. Indicadores antropométricos e de desempenho da capacidade de salto dos opostos (OP) de diferentes níveis de qualificação.

Grupo Média Desvio Padrão p Tamanho do efeito M.C. (kg) AQ

QI 87,7

88,2 3,2

8,5 0,928 0,07

EST (cm) AQ

QI 198,8

193,6 3,5

6,7 0,246 0,82

ATOTAL (cm) AQ

QI 261,7

256,8 3,5

7,5 0,336 0,68

IVA (cm) AQ

QI 74,0

74,4 8,2

8,5 0,949 0,05

ALIVA (cm) AQ QI

335,7 331,1

6,1 9,2

0,458 0,54

IVB (cm) AQ

QI 56,7

56,4 4,9

5,6 0,940 0,06

ALIVB (cm) AQ

QI 316,0

309,6 5,3

7,0 0,194 0,91

* p<0,05. AQ (n=3) / QI (n=8).

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CONCLUSÃO

O objetivo deste foi investigar as diferenças entre as posições de jogo em distintos níveis de qualificação esportiva no voleibol masculino da categoria infanto juvenil no Brasil para as características antropométricas e desempenho da capacidade de salto. Inicialmente pôde-se observar que os atletas mais qualificados demonstraram valores mais elevados para todas as posições de jogo nas variáveis do estudo, com exceção de (OP) para (MC) e (IVA). Estes dados apontam para a utilização destes indicadores da performance no processo de seleção esportiva, sobretudo aquelas que demonstraram significância estatística (p<0,05).

Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos de qualificação para (CEN), (PO) e (LIB) nas verificações realizadas na pesquisa. A ausência de diferenças significativas para (LEV) e (OP) (Tabela 01 e 05) apontam para a influência de outros requisitos para a seleção dos atletas, como a capacidade técnico-tática e psicológica (RAMOS et al., 2004). Todavia, a efetivação do potencial técnico-tático dos jogadores de voleibol depende também de elevados níveis de condicionamento físico (KRAEMER e HAKKINEM, 2004), associado às características morfológicas adequadas para a modalidade (GUALDI RUSSO e ZACCAGNI, 2001).

Vale ressaltar, os elevados escores das características antropométricas e de desempenho da capacidade de salto de (AQ) em todas as posições de jogo, quando considerados os índices de atletas juvenis convocados para a seleção italiana e inglesa (CICCARONE et al., 2005; DUNCAN et al., 2006), e atletas adultos europeus (CICCARONE et al., 2008; MARQUES et al., 2009).

Quando se observa o comportamento dos escores de (CEN) da tabela 03, fica nítida a preocupação de selecionar indivíduos de elevada estatura e linearidade, mas também “potentes”, para realização de ataques de velocidade pelo centro da quadra (posição 3) e com capacidade de executar com menor tempo e desgaste o bloqueio, em sua posição (3), e nas extremidades da rede (posição 2 e 4) (SHEPPARD, et al., 2009). Esta posição apresentou-se com maior número de variáveis com diferenças quanto ao nível de qualificação apontando para um processo de seleção esportiva com elevada dependência do potencial físico do atleta (morfológico e condicional)

Quanto aos resultados de (PO) da tabela 04, revelou-se uma disposição de optar por atletas com maior potencial antropométrico em (AQ), pelas diferenças significativas (p<0,05) apresentadas nas variáveis (EST), (ATOTAL) (ALIVA) e (ALIVB). Pode-se sugerir que, os responsáveis pelo processo de seleção da categoria estejam empenhados em encontrar indivíduos com maior potencial para atacar as bolas altas na posição 4 (“bola de segurança”) e otimizar as ações de bloqueio para enfrentar (OP), que geralmente executa um volume elevado de ataques na posição 1 e 2 (SHEPPARD, et al., 2009).

Já os dados demonstrados por (LIB) da tabela 02, revelaram diferenças significativas apenas em relação à estatura, fato que aponta para uma tendência em escolher indivíduos cada vez mais altos independente da posição de jogo. É evidente que existe a necessidade de identificar jovens atletas com elevada capacidade técnica e psicológica para execução de tarefas defensivas de recepção e defesa nas posições 1, 2, 3. Porém, esta intenção pode estar associada a necessidade de buscar jogadores que sejam mais lineares com intuito de cobrir uma maior área defensiva com menor desgaste. Esta afirmação também se fundamenta nos indicadores de estatura encontrados em líberos adultos europeus com escores de 182, ± 0,04 cm e 193,7 ± 8,9 cm (MARQUES et al., 2009; CICCARONE et al., 2008) e inclusive atletas juvenis da seleção brasileira com 188 cm e 194 cm (SALÉM e ZARY, 2004).

Pode-se considerar que, as variáveis antropométricas, (EST), seguido da (ATOTAL) foram aquelas que mais se destacaram no estudo, pois apresentaram diferenças significativas entre várias posições (CEN, PO, LIB). Estes dados corroboram com os dados obtidos por Cabral et al. (2005; 2006) e Gabbett e Georgieff (2007) que apontaram para a importância da estatura e da altura total quanto ao nível de qualificação dos atletas de voleibol masculino sub 17.

Em seguida, observou-se que os testes que associaram o componente morfológico ao potencial motor, como (ALIVA) e (ALIVB), revelaram-se como indicadores de qualificação para o voleibol, sobretudo para (CEN) e (PO). Já os escores dos testes de impulsão vertical apresentaram um papel secundário para a caracterização de grupos de qualificação na categoria, revelando diferenças apenas para (IVA) no grupo de (CEN). Entretanto, Stanganelli et al. (2008), sugere que os testes de impulsão vertical que utilizam os gestos técnicos específicos da modalidade (cortada e bloqueio) são mais eficazes para verificar a capacidade de salto dos atletas de voleibol. Além disso, Lidor et al. (2007) em

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seu estudo com atletas infanto-juvenis, verificaram que o teste de impulsão vertical com deslocamento (IVA) foi o único capaz de diferenciar atletas “bons” e “muito bons”.

Desta forma, acredita-se que estes dados poderão servir como indicadores normativos para o processo de escolha esportiva dos atletas da categoria e sexo, que propiciando informações que contribuíram para a identificação de atletas com maior potencial para a modalidade. Além disso, a caracterização das variáveis que diferenciam grupos de qualificação esportiva permitirá ao técnico ou preparador físico identificar pontos fortes e fracos entre as variáveis de performance.

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1. Universidad Autónoma de Asunción – UAA – Asunción – Paraguai Centro Universitário de Barra Mansa – UBM – Barra Mansa – Brasil 2. Grupo de Estudos do Voleibol - EEFD - UFRJ – Rio de Janeiro – Brasil 3. Centro de Excelência em Avaliação Física – CEAF – Brasil

4. Departamento de Jogos / EEFD - UFRJ – Rio de Janeiro – Brasil LABIMH-UFRJ/CNPq

Rua José Alves Pimenta, 1872 apt 202 Barra do Piraí/RJ

Referências

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