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QUANDO SE PENSAR EM HANSENÍASE?

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Academic year: 2022

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Hanseníase

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HANSENÍASE

Conceito:

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann.

A doença acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos (localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.)

Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos.

Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas.

MODO DE TRANSMISSÃO:

• A hanseníase é transmitida por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um doente com hanseníase que não está sendo tratado.

• Normalmente, a fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente, como avós, pais, irmãos, cônjuges, etc.

A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo paciente.

• Estima-se que a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae.

Portanto, a maior parte das pessoas que entrarem em contato com o bacilo não adoecerão.

• É sabido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética. Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de adoecer.

QUANDO SE PENSAR EM HANSENÍASE?

Os Principais sinais e sintomas da hanseníase são:

o Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato.

o Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber.

o Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas.

o Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose).

o Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.

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CLASSIFICAÇÃO DA HANSENÍASE:

• Hanseníase indeterminada (PB).

• Tuberculóide (PB).

• Dimorfa (MB).

• Virchowiana (MB).

FORMAS DA DOENÇA:

Hanseníase indeterminada (paucibacilar):

o Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença.

▪ Entretanto, ela pode ser ou não perceptível.

o A fonte de infecção, normalmente um paciente com hanseníase multibacilar não diagnosticado, ainda convive com o doente.

▪ Devido ao pouco tempo de doença.

o A lesão de pele geralmente é única, mais clara do que a pele ao redor (mancha), não é elevada, apresenta bordas mal delimitadas, e é seca (“não pega poeira” – uma vez que não ocorre sudorese na respectiva área).

o Há perda da sensibilidade (hipoestesia ou anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tátil (habilidade de sentir o toque) geralmente é preservada.

o A prova da histamina é incompleta na lesão, a biópsia de pele frequentemente não confirma o diagnóstico e a baciloscopia é negativa.

▪ Portanto, os exames laboratoriais negativos não afastam o diagnóstico clínico.

Hanseníase tuberculóide (paucibacilar)

o É a forma da doença em que o sistema imune da pessoa consegue destruir os bacilos espontaneamente

o Assim como na hanseníase indeterminada, a doença também pode acometer crianças, tem um tempo de incubação de cerca de cinco anos, e pode se manifestar até em crianças de colo, onde a lesão de pele é um nódulo totalmente anestésico na face ou tronco (hanseníase nodular da infância).

o Mais frequentemente, manifesta-se por uma placa totalmente anestésica ou por placa com bordas elevadas, bem delimitadas e centro claro (forma de anel ou círculo).

o Com menor frequência, pode se apresentar como um único nervo espessado com perda total de sensibilidade no seu território de inervação.

Hanseníase dimorfa (multibacilar):

o Caracteriza-se, geralmente, por mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculóide, porém a borda externa é esmaecida (pouco definida).

o Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia à histamina).

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o É comum haver comprometimento assimétrico de nervos periféricos, as vezes visíveis ao exame clínico, cujos respectivos locais e técnicas de palpação, funções e consequências do dano estão descritos

o É a forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos).

o Ocorre, normalmente, após um longo período de incubação (cerca de 10 anos ou mais), devido à lenta multiplicação do bacilo (que ocorre a cada 14 dias, em média).

Hanseníase virchowiana (multibacilar):

o É a forma mais contagiosa da doença.

o O paciente virchowiano não apresenta manchas visíveis; a pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros apresentam- se dilatados (aspecto de

“casca de laranja”), poupando geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar (áreas quentes).

o Na evolução da doença, é comum aparecerem caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e assintomáticos (hansenomas).

o Quando a doença se encontra em estágio mais avançado, pode haver perda parcial a total das sobrancelhas (madarose) e também dos cílios, além de outros pelos, exceto os do couro cabeludo.

o A face costuma ser lisa (sem rugas) devido a infiltração, o nariz é congesto, os pés e mãos arroxeados e edemaciados, a pele e os olhos secos.

o O suor está diminuído ou ausente de forma generalizada, porém é mais intenso nas áreas ainda poupadas pela doença, como o couro cabeludo e as axilas.

o São comuns as queixas de câimbras e formigamentos nas mãos e pés, que entretanto apresentam-se aparentemente normais.

o “Dor nas juntas” (articulações) também são comuns e, frequentemente, o paciente tem o diagnóstico clínico e laboratorial equivocado de “reumatismo” (artralgias ou artrites), “problemas de circulação ou de coluna”.

DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO:

Clínico epidemiológico:

o Análise da história e condições de vida.

o Exame dermatoneurológico (teste de sensibilidade).

Laboratorial:

o Baciloscopia de raspado intradérmico.

o Exame histopatológico (biópsia de pele).

Classificação:

o Paucibacilar: Hanseníase Tuberculóide ou Indeterminada (doença localizada em uma região anatômica e/ou um tronco nervoso comprometido).

o Multibacilar (MB) – Hanseníase Dimorfa ou Virchowiana (doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou mais de um tronco nervoso comprometido).

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EXAME DERMATONEUROLÓGICO:

Testes de sensibilidade:

o Teste da sensibilidade térmica.

o Teste da sensibilidade dolorosa.

o Teste da sensibilidade tátil.

Como realizar o teste de sensibilidade?

o A primeira sensibilidade perdida na hanseníase é a das fibras mais finas (sensibilidade ao calor e dor)

o 2 tubos de ensaio de vidro de 5ml, com a tampa de borracha, 1 garrafa térmica para água quente e um copo com água e gelo, além de uma agulha de insulina estéril, caso não tenha tubos utilizar algodão com éter ou álcool para simular o “frio” e um algodão seco para simular o “quente”,

o Caso não tenha nenhum dos materiais citados, utilizar diretamente a agulha para o teste da sensibilidade dolorosa

o Com o paciente de olhos abertos, explicar o que vai ser feito até que ele compreenda bem o exame e tenha certeza da sensibilidade a ser testada

o O exame deverá ser feito sempre com o paciente de olhos fechados, ou com um anteparo para que ele não possa ver o local testado.

TRATAMENTO:

• O tratamento da hanseníase é realizado através da associação de medicamentos (poliquimioterapia – PQT) conhecidos como:

o Rifampicina.

o Dapsona.

o Clofazimina.

• Deve-se iniciar o tratamento já na primeira consulta, após a definição do diagnóstico, se não houver contraindicações formais (alergia à sulfa ou à rifampicina).

O paciente PB:

o Receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, e tomará 100 mg de Dapsona diariamente (em casa).

o O tempo de tratamento é de 6 meses (6 cartelas).

o Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Clofazimina 50 mg por dia, e o paciente a tomará também 300 mg uma vez por mês na dose supervisionada.

O paciente MB:

o Receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, 100 mg de Dapsona e de 300 mg de Clofazimina.

o Em casa, o paciente tomará 100 mg de Dapsona e 50 mg de Clofazimina diariamente.

o O tempo de tratamento é de 12 meses (12 cartelas). Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg (na dose supervisionada e diariamente) ou pela Minociclina 100 mg (na dose supervisionada e diariamente).

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Lista de questões

1. Homem, 62 anos, apresenta diagnóstico confirmado para hanseníase.

Durante anamnese e exame físico, o(a) enfermeiro(a) constata sinais e sintomas. Dentre os achados relacionados a seguir, assinale a alternativa correta de acordo com essa patologia.

(A) Manchas acinzentadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica, tátil e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos.

(B) Área de pele com excesso de umidade e suor, com excesso de pelos, especialmente nas sobrancelhas, e sensação de formigamento.

(C) Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, edema de mãos e pés, diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

(D) Úlceras de pernas e pés, nódulos no corpo - em alguns casos, avermelhados e dolorosos -, hipotermia, edemas e dor nas juntas, entupimento, sangramento, ferida e umidade em excesso no nariz e nos olhos.

2. Paciente chega à Unidade Básica de Saúde (UBS) com história de lesões na pele, com alteração da sensibilidade térmica e dolorosa. É provável que esse paciente tenha qual doença?

(A) Síndrome de Mono like.

(B) Tuberculose.

(C) Hepatite A.

(D) Hanseníase.

(E) Varicela.

3. A Hanseníase é uma doença crônica infecto contagiante. Sobre seu agente etiológico, assinale a alternativa correta.

(A) Bacilo de Kock

(B) Mycobacterium Leprae (C) Trypanossoma cruzy

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

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(D) Clostridium

4. A hanseníase é uma doença transmissível causada por um bacilo, que é uma bactéria com forma de bastão e sua transmissão ocorre, principalmente,

(A) pelo contato direto com a pele, mesmo que íntegra, da pessoa contaminada.

(B) por meio de vetores.

(C) pelas secreções das vias respiratórias e pelas gotículas de saliva.

(D) pela ingestão de alimentos contaminados.

(E) por via sexual.

5. Considere os diferentes aspectos relacionados à hanseníase e assinale a alternativa correta.

(A) Para fins de tratamento, os portadores de hanseníase são classificados como paucibacilares, quando se observa a presença de seis ou mais lesões de pele ou baciloscopia de raspado intradérmico positiva, ou multibacilares, quando se observa a presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia de raspado intradérmico negativo.

(B) O portador de hanseníase na forma tuberculoide não apresenta manchas visíveis; sua pele apresenta cor avermelhada, está seca e infiltrada; os poros apresentam-se dilatados, com aspecto de “casca de laranja”, tratando-se da forma mais contagiosa da doença.

(C) Os principais sinais e sintomas da hanseníase compreendem, entre outros itens, a presença de áreas da pele ou manchas hipocrômicas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato e hirsutismo.

(D) A hanseníase é transmitida por via respiratória e por objetos pessoais utilizados pelo doente com hanseníase, após contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível com o indivíduo infectado não tratado.

(E) A investigação epidemiológica de contatos consiste em: anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase, exame dermatoneurológico e vacinação BCG para os contatos sem presença de sinais e sintoma de hanseníase no momento da avaliação, não importando se são contatos de casos paucibacilar ou multibacilar.

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

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6. O enfermeiro deve estar atento a algumas doenças que são de notificação compulsória, a fim de que se possa ter um controle e rastreamento adequado dessas doenças. Referente ao exposto, são doenças de notificação compulsória:

(A) Hanseníase e Giardíase.

(B) Tuberculose e Lúpus.

(C) Hantavirose e Hanseníase.

(D) Hepatite A e Giardíase.

(E) Sífilis e Herpes labial.

7. Durante uma reunião de equipe ministrada pelo enfermeiro, os técnicos de enfermagem apresentaram dúvidas sobre como a hanseníase é transmitida. Nesse sentido, o enfermeiro esclareceu que

(A) a transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis.

(B) a via de eliminação do bacilo pelo doente ocorre por meio da transmissão indireta, através de contato próximo e prolongado.

(C) independente da quantidade de bacilos, todos os doentes são considerados importante fonte de transmissão da doença devido à carga bacilar.

(D) a hanseníase apresenta curto período de incubação, ou seja, tempo em que os sinais e sintomas se manifestam.

8. De acordo com classificação de Madri (1953), para melhor compreensão e facilidade para o diagnóstico da Hanseníase Virchowiana (multibacilar), analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) É a forma mais contagiosa da doença.

( ) O paciente virchowiano não apresenta manchas visíveis.

( ) Frequentemente, o paciente apresenta “dor nas juntas” (articulações) e tem o diagnóstico clínico e laboratorial equivocado de “reumatismo”

(artralgias ou artrites), “problemas de circulação ou de coluna”.

( ) Em idosos do sexo masculino é comum haver comprometimento dos testículos, levando à

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

(10)

azospermia.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

(A) V, F, F, F (B) V, V, V, V (C) F, F, F, F (D) F, F, F, V

Grau de certeza

Chute Dúvida Certeza

(11)
(12)

1. C

2. D

3. B

4. C

5. E

6. C

7. A

8. B

Referências

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