Princípios da Economia Aplicados à Comunicação
2017
Aula 2 – Teoria do Consumidor
São Paulo, Março de 2017
2ª Aula
1. Preferências do consumidor, teoria da utilidade;
2. Teoria da escolha;
3. Restrição orçamentária.
4. Diferentes tipos de bens (normais, inferiores, Giffen);
5. 2ª parte da aula 2 será sobre Bens Públicos.
1. Preferências do consumidor, teoria da utilidade;
Objetivos
1. Descrever o processo racional de escolha dos consumidores;
2. Introduzir conceitos fundamentais para a formação da demanda do consumidor;
3. Apresentar os diferentes tipos de bens que podem ser encontrados na economia.
Conceito de Utilidade
A teoria econômica chama de UTILIDADE o bem-estar (satisfação do consumidor) derivado do consumo de algum produto;
Um indivíduo ao receber um copo de água no deserto terá uma satisfação muito grande. Logo a sua UTILIDADE será muito grande;
E qual será a utilidade do segundo copo que este indivíduo receber, maior ou menor?
E a utilidade de cada copo adicional ?
Conceito de Marginalidade
Em economia um conceito muito importante e necessário de ser definido é o de consumo ou produção ADICIONAL.
Chamamos cada unidade consumida (produzida) a mais de consumo (produto) marginal.
Logo a utilidade gerada pelo consumo ou pose de um bem adicional é chamada de UTILIDADE MARGINAL.
Utilidade Total e Utilidade Marginal
Para os bens normais da economia teremos sempre uma utilidade total positiva que irá aumentar em taxas decrescentes a cada nova unidade consumida.
Os bens que não são considerados normais, por exemplo, tapas na cara, podem não gerar satisfação (utilidade) e por sua vez não possuem
demanda !!!
Utilidade Marginal Decrescente
A utilidade gerada pelo consumo adicional de uma unidade é sempre pelo menos um pouco menor do que a utilidade do consumo da unidade
consumida imediatamente anterior.
O Preço Marginal de Reserva
Para poder medir a utilidade gerada por um bem e comparar essa utilidade entre os diversos bens que existem é necessário apresentar a definição de preço marginal de reserva;
O preço marginal de reserva é o quanto um consumidor está disposto a pagar pelo consumo de uma unidade adicional de uma mercadoria;
Desta forma admite-se que o preço marginal de reserva obedece o mesmo comportamento da utilidade marginal e nada mais é do que uma representação mais palpável do conceito de utilidade.
O Preço Marginal de Reserva e a Quantidade Consumida
O consumidor irá demandar um bem sempre que o seu preço de mercado for inferior ao seu preço marginal de reserva, ou seja, sempre que a utilidade marginal do bem superar o valor exigido por ele no mercado.
A Curva de Demanda do Consumidor
Quanto o consumidor comprará de um bem dado o seu preço.
O Excedente do Consumidor
O consumidor que não possui nenhuma unidade do bem em questão estará disposto a pagar R$ 4,00 pela sua primeira unidade, mas pagando apenas R$ 1,50 pela primeira unidade ele terá um excedente de utilidade equivalente a R$ 2,50.
O Excedente do Consumidor
Quanto mais o consumidor possuir do bem em questão menos ele estará disposto a pagar pela unidade adicional de consumo e menor será o
excedente de utilidade conquistado a preço de mercado.
O Excedente do Consumidor
Veja o exemplo:
No consumo das primeiras unidades o consumidor estaria disposto a pagar mais do que ele paga !!!!!!
Unidades Consumidas
Preço Marginal de Reserva
Preço de Mercado
Excedente do Consumidor
1 R$ 4,00 R$ 1,50 R$ 2,50
2 R$ 3,50 R$ 1,50 R$ 2,00
3 R$ 3,00 R$ 1,50 R$ 1,50
4 R$ 2,00 R$ 1,50 R$ 0,50
R$ 6,50 Excedente do consumidor - Total
2. Teoria da Escolha
Teoria da Escolha
Uma das fortes hipóteses simplificadoras não discutidas na teoria da utilidade é como o consumo de outros bens afeta a utilidade de determinado bem;
Se você tem utilidade pelo consumo de chocolate ela pode ser afetada dado o seu consumo de outros doces;
Se você tem utilidade por um copo de água no deserto ela pode ser afetada pelo consumo de um Gatorade;
A teoria da utilidade pressupõe ceteris paribus em termos do consumo de outros bens que não sejam da análise em questão;
A teoria da escolha por sua vez trata essa discussão e implementa um modelo de demanda levando em consideração o consumo de diversos bens.
Preferências:O Que o Consumidor Deseja
As preferências do consumidor perante uma cesta de consumo podem ser ilustradas com curvas de indiferença;
As curvas de indiferença mostram o conjunto de bens que deixam o consumidor igualmente satisfeito.
Curvas de Indiferença
Quantidade
0
C
B
A
Quantidade de Pepsi
Curva de
Indiferença, I1
O consumidor é indiferente, ou igualmente
satisfeito, com as combinações mostradas nos pontos A, B, e C, porque todas estão na mesma curva.
A Taxa Marginal de Substituição
A inclinação em qualquer ponto de uma curva de indiferença é a taxa marginal de substituição:
▪ Taxa pela qual um consumidor estaria disposto a trocar um bem pelo outro;
▪ Montante de um bem que o consumidor necessita como compensação para abrir mão do outro.
Curvas de Indiferença
Quantidade de Pizza 0
Inclinação Quantidade
de Pepsi
Curva de
Indiferença, I1
Propriedades das Curvas de Indiferença
Curvas de indiferença mais elevadas são as preferidas;
Curva de indiferença são negativamente inclinadas;
As curvas de indiferença não se cruzam;
As curvas de indiferença são convexas em relação à origem.
Curvas de Indiferença Mais Elevadas São as Preferidas
Os consumidores geralmente preferem mais de alguma coisa do que menos;
Curvas de indiferença mais elevadas representam maiores quantidades de bens do que curvas de indiferença inferiores.
I
2preferida a I
1Quantidade de Pizza 0
I2 Quantidade
de Pepsi
Curva de
Indiferença, I1
Qualquer combinação em I2 é preferida a qualquer combinação de I1
Curvas de Indiferença São Negativamente Inclinadas
Um consumidor está disposto a abrir mão de um bem somente se conseguir mais do outro bem;
Se a quantidade de um bem é reduzida, a quantidade do outro bem necessariamente deve aumentar;
Por estas razões, a maioria das curvas de indiferença são negativamente inclinadas.
As Curvas de Indiferença não se Cruzam
De forma a haver uma ordenação consistente das preferências, as curvas de indiferença não se cruzam;
Se as curvas de indiferença se cruzassem a hipótese de que “mais é preferível a menos” seria violada.
As Curvas de Indiferença não se Cruzam
Quantidade de Pizza 0
C A
B Quantidade
de Pepsi 1. Os pontos A e B proporcionam a mesma satisfação ao consumidor.
2. Os pontos B e C proporcionam ao consumidor a mesma satisfação.
3. Isto implica que A e C devem proporcionar ao consumidor também a mesma satisfação.
4. Porém, o ponto C possui mais de ambos os bens comparado ao ponto A.
As Curvas de Indiferença são Convexas em Relação à Origem
As pessoas estão mais dispostas a trocar bens que possuem em abundância e menos dispostas com relação a bens para os quais possuam pouca quantidade;
As diferenças na taxa marginal de substituição fazem com que a curva de indiferença seja convexa em relação à origem.
As Curvas de Indiferença São Convexas com Relação à Origem
Quantidade de Pizza 14
8
0 2 3
1
A TMgS=-6
Quantidade de Pepsi
Curva de
Indiferença, I1
As Curvas de Indiferença São Convexas com Relação à Origem
Quantidade de Pizza 14
8
4 3
0 2 3 6 7
1
1 A
B TMgS=-6
TMgS=-1 Quantidade
de Pepsi
Curva de
Indiferença, I1
Curvas de Indiferença Extremas e Tipos de Bens
Substitutos Perfeitos: Para algumas pessoas Guaraná Antartica e Kuat são substitutos perfeito. Outro exemplos seria o sal da marca Cisne ou da
marca Lebre.
Complementos Perfeitos: Sapato para o pé esquerdo e sapato para o pé direito.
Substitutos Perfeitos
Dois bens com linhas retas nas curvas de indiferença são substitutos perfeitos.
Sal Lebre
2 4 6
0 Sal Cisne 6
4
2
I1 I2 I3
A taxa marginal de
substituição é constante.
Complementos Perfeitos
Dois bens cujas curvas de indiferença formam ângulos retos.
7
5 Sapato direito
0 Sapato esquerdo
7
5 I1
I2
Cesta de Consumo
Para implementar o modelo de escolha é necessário definir uma cesta de consumo;
Admite-se que um consumidor poderá escolher entre diversos bens que irá consumir dada a sua restrição orçamentária. Apenas para simplificar a representação gráfica e a discussão teórica e sem perda de generalidade trataremos aqui a cesta de consumo contendo apenas dois bens.
Cesta de Mercadorias
Unidades de Alimentos
Unidades de Vestuário
A 1 12
B 2 6
C 3 4
D 4 3
E 5 2,4
Curvas de Indiferença
Os consumidores sempre irão preferir as cestas que mais utilidade lhe
proporcionam, ou seja, supondo bens normais, serão preferidas sempre as cestas que contenham o maior número de bens.
São preferidas as cestas que estão nas curvas mais acima e a direita.
Existem cestas que embora possuam quantidades diferentes de diferentes bens, proporcionam a mesma utilidade.
Uma cesta com muito alimento e pouco vestuário pode proporcionar a mesma satisfação do que uma cesta com muito vestuário e pouco alimento.
Ou seja, o consumidor prefere igualmente ambas as cestas. Ele é “INDIFERENTE”.
Taxa Marginal de Substituição
Quanto mais o consumidor possuir de um bem em sua cesta mais disposto ele estará em abrir mão deste bem em troca do outro bem mais escasso em sua cesta para manter o seu bem estar constante.
Cesta de
Mercadorias
Unidades de
Alimentos
Unidades de
Vestuário
Taxa Marginal de Substituição - Vestuário por
Alimento
A 1 12 -
B 2 6 6
C 3 4 2
D 4 3 1
E 5 2,4 0,6
3. Restrição Orçamentária
A Restrição Orçamentária
A restrição orçamentária mostra a cesta de bens que o consumidor pode comprar;
As pessoas consomem menos do que desejam porque os seus gastos são limitados pela sua renda;
Então a restrição orçamentária mostra as várias combinações de bens que o consumidor pode comprar dada a sua renda e os preços dos bens.
A Restrição Orçamentária
Litros de
Pepsi Número de
Pizzas Despesa
com Pepsi Despesa
com Pizza Despesa Total
0 100 $ 0 $1,000 $1,000
50 90 100 900 1,000
100 80 200 800 1,000
150 70 300 700 1,000
200 60 400 600 1,000
250 50 500 500 1,000
300 40 600 400 1,000
350 30 700 300 1,000
400 20 800 200 1,000
450 10 900 100 1,000
500 0 1,000 0 1,000
Suponha que a renda do indivíduo seja de $1.000. O preço da Pepsi $2 e o da Pizza 10:
A Linha da Restrição Orçamentária
Qualquer ponto na linha da restrição orçamentária indica a combinação de bens do consumidor ou a relação de troca entre eles;
Por exemplo, se o consumidor não comprar nenhuma pizza, pode
comprar 500 Pepsi. Se não comprar nenhuma Pepsi, pode comprar 100 pizzas.
A Linha da Restrição Orçamentária
Quantidade de Pizza 0
250
50 100
500 B
A Quantidade
de Pepsi
A Linha da Restrição Orçamentária
Quantidade de Pizza 0
250
50 100
500 B
A
Restrição Orçamentária do consumidor
Quantidade de Pepsi
A Linha da Restrição Orçamentária
A inclinação da restrição orçamentária é igual ao preço relativo dos dois bens, isto é, o preço de um bem comparado com o preço do outro;
Ele mede a taxa pela qual o consumidor trocaria um bem pelo outro.
Quiz valendo ponto: Qual a inclinação da reta do nosso exemplo com Pepsi e Pizza? Ou seja, qual a taxa de substituição do mercado entre Pepsi e Pizza?
A Linha da Restrição Orçamentária
Quantidade de Pizza 0
250
50 100
500 B
C
A
Restrição Orçamentária do consumidor
Quantidade de Pepsi
Alternativamente, o consumidor pode comprar 50 pizzas e 250 Pepsi.
A Linha de Restrição Orçamentária
Para encontrar a curva de indiferença efetiva de consumo realizado por cada indivíduo é necessário conhecer a sua restrição orçamentária.
Se não existisse limites todos os consumidores iriam escolher ter infinitos bens normais em suas cestas.
Cesta de Consumo
Unidades de Alimentação
Unidades de Vestuário
A 0 50
B 20 40
C 40 30
D 60 20
E 80 10
F 100 0
Supondo um salário de R$ 500,00 e o preço do vestiário de R$ 10,00 e o de Alimentação de R$ 5,00
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Uma queda no preço de qualquer bem altera a inclinação da restrição orçamentária.
Deslocadores da Linha de Restrição Orçamentária
Quando o preço da alimentação diminui (a) e quando o preço da alimentação aumenta (b).
Deslocadores da Linha de Restrição Orçamentária
Quando o preço do vestuário diminui (c) e quando o preço da alimentação aumenta (d).
Deslocadores da Linha de Restrição Orçamentária
Quando a renda aumenta (e) e quando a renda diminui (f).
Pontos de Equilíbrios
O equilíbrio é o ponto onde a linha de restrição orçamentária encontra a curva de indiferença de maior satisfação (mais a direita).
Para um nível de renda maior uma curva de indiferença de mais alta é atingida:
Otimização: O que o Consumidor Escolhe
Os consumidores querem obter a combinação de bens na curva de indiferença mais alta possível;
Contudo, a restrição orçamentária pode restringir ou limitar o consumidor a curva de indiferença mais baixa;
A combinação da curva de indiferença com a restrição orçamentária determina a escolha ótima do consumidor;
A escolha ótima do consumidor acontece no ponto em que a mais alta curva de indiferença e a restrição orçamentária são tangentes;
O consumidor escolhe o consumo de dois bens de modo que a taxa marginal de substituição seja igual ao preço relativo.
A Escolha Ótima do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
I1 I2
I3 Quantidade
de Pepsi
A Escolha Ótima do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Restrição orçamentária I1
I2
I3 Quantidade
de Pepsi
A Escolha Ótima do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Ótimo
I1 I2
I3
Restrição orçamentária Quantidade
de Pepsi
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
➢ Um aumento da renda desloca a restrição orçamentária para a direita;
➢ Com o aumento da renda o consumidor é capaz de escolher uma combinação de bens em uma curva de indiferença mais alta.
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
I1 Quantidade
de Pepsi
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Restrição orçamentária com renda superior
I1 Quantidade
de Pepsi
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Novo ótimo
Nova restrição orçamentária
I1
I2 Quantidade
de Pepsi
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Novo ótimo
Nova restrição orçamentária
I1
I2
Um aumento da renda desloca para fora a restrição orçamentária…
…aumentando o consumo de pizza…
Quantidade de Pepsi
Alterações na Renda Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 0
Novo ótimo
Nova restrição orçamentária
I1
I2
Um aumento da renda desloca para fora a restrição orçamentária…
… e o consumo de Pepsi.
…aumentando o consumo de pizza…
Quantidade de Pepsi
Bens Normais versus Inferiores
Se um consumidor compra maior quantidade de um bem quando a sua renda aumenta, o bem é chamado de bem normal;
Se um consumidor compra menos de um bem quando a sua renda aumenta, o bem é chamado de bem inferior.
Ex: Carne de Primeira Suco de uva integral
Ex: Carne de Terceira Dolly
Um Bem Inferior
Quantidade Carne 1a 0
Ótimo Inicial
I1
Restrição orçamentária inicial
Quantidade de Carne 3a
Um Bem Inferior
Quantidade Carne 1a 0
Nova restrição orçamentária
I1
Restrição orçamentária inicial
Ótimo Inicial Quantidade
Carne 3a
Um Bem Inferior
Quantidade Carne 1a 0
Ótimo Inicial
Novo ótimo
Nova restrição orçamentária
I1 I2
Restrição orçamentária inicial
Quantidade Carne 3a
Consumo de carne 1a aumenta Caracterizando um bem normal Consumo de Carne 3a
diminui, caracterizando um bem inferior
Efeito Renda e Efeito Substituição
Um mudança de preço tem dois efeitos sobre o consumo:
Efeito renda
Efeito substituição
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 100
500
0
I1 Quantidade
de Pepsi
Retomando a renda do indivíduo em $1.000. O preço da Pepsi $2 e o da Pizza 10
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 100
500
0
I1
Ótimo inicial Quantidade
de Pepsi
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 100
1,000
500
0
I1
Nova restrição orçamentária
Uma queda no preço da Pepsi
provoca uma rotação, para fora, da restrição orçamentária, no eixo da Pepsi...
Quantidade de Pepsi
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 100
1,000
500
0
Novo ótimo
I1 I2
Nova restrição orçamentária
Uma queda no preço da Pepsi
provoca uma rotação, para fora, da restrição orçamentária, no eixo da Pepsi...
Restrição orçamentária inicial
Quantidade de Pepsi
Alterações nos Preços Afetam as Escolhas do Consumidor
Quantidade de Pizza 100
1,000
500
0
Novo ótimo
I1 I2
Nova restrição orçamentária
1. Uma queda no preço da Pepsi provoca uma rotação, para fora, da restrição orçamentária...
2. …reduzindo o consumo de pizza…
3. …e
aumentando o consumo de Pepsi.
Restrição orçamentária inicial
Quantidade de Pepsi
O Efeito Renda
O efeito renda é a mudança no consumo que resulta de uma alteração no preço que desloca o consumidor para uma curva de indiferença maior ou menor.
O consumidor está . . .
. . . pior quando o preço aumenta.
. . . melhor quando o preço diminui.
O efeito renda é positivo (negativo) para o consumo de todos os bens, não apenas para o consumo do bem que teve seu preço reduzido (aumentado).
Isso significa que com uma queda do preço da Pepsi, poderia ser possível
aumentar o consumo de Pizza, uma vez que sobra mais renda pra gastar com Pizza quando o refrigerante fica mais barato.
O Efeito Substituição
O efeito substituição é a mudança no consumo que resulta de uma alteração no preço que desloca o consumidor ao longo de uma dada curva de indiferença até um ponto com uma nova taxa marginal de substituição;
O nome substituição indica que o indivíduo irá consumir mais do bem que teve seu preço reduzido. Substituindo o consumo de outros bens pelo consumo do que teve seu preço reduzido;
Componentes do efeito de variação no Preço: Efeito Substituição
• Uma mudança no preço primeiro faz com que o consumidor se desloque de um ponto na curva de indiferença para outro na mesma curva;
• Ilustrado pelo movimento do ponto A para o ponto B no gráfico a seguir;
• A nova reta de restrição é paralela a reta que considera a nova relação de preços, mas tem o efeito renda descontado, ou seja, o consumidor é mantido na sua mesma curva de indiferença;
• Neste novo preço as relações de troca (taxa marginal de substituição) do bem se altera. No caso de uma redução do preço, como no exemplo, a TMS de Pepsi por pizza aumenta.
Efeito Substituição
Quantidade de Pizza 0
Efeito substituição
B
A
I1
Ótimo inicial
Nova restrição orçamentária
Restrição
orçamentária inicial
Efeito substituição Quantidade
de Pepsi
Efeito Substituição
Quantidade de Pizza 0
Efeito
substituição A
I1
Ótimo inicial
Restrição
orçamentária inicial
Efeito substituição B
Quantidade de Pepsi
Componentes do efeito de variação no Preço: Efeito Renda
• Depois de se deslocar de um ponto para outro na mesma curva, o consumidor se desloca para outra curva de indiferença. Este movimento é chamado de efeito renda;
• Ilustrado pelo movimento do ponto B para o ponto C no gráfico seguinte;
• Note que o efeito renda estimula o aumento de consumo de Pepsi e também de pizza.
Efeito Substituição + Efeito Renda
Quantidade de Pizza 0
Efeito renda
Efeito substituição
B
A
C Novo ótimo
I1
I2 Ótimo inicial
Nova restrição orçamentária
Restrição
orçamentária inicial
Efeito substituição Quantidade
de Pepsi
O Efeito Substituição
O efeito substituição é a mudança no
consumo resultante da variação de preço que
move o consumidor ao longo da curva de
indiferença para um ponto cuja taxa marginal
de substituição é diferente.
O Efeito Renda
O efeito renda é a variação do
consumo resultante da variação de
preço que move o consumidor para
uma curva de indiferença mais alta ou
baixa.
Efeitos Renda e Substituição quando o Preço da Pepsi diminui
Bem Efeito renda Efeito substituição Efeito total Pepsi O consumidor está
Mais rico, então ele compra mais Pepsi.
.
A Pepsi é relativamente
mais barata, então ele compra mais Pepsi.
Os efeitos renda e substituição agem na mesma direção, portanto o
consumidor
compra mais Pepsi.
Pizza O consumidor está Mais rico, então ele compra mais pizza.
A pizza é relativamente mais cara, então ele compra menos pizza.
, Os efeitos renda e
substituição agem em direções opostas, o efeito total
é ambíguo.
Derivação da Curva de Demanda
A curva de demanda do consumidor pode ser
vista como um resumo de decisões ótimas que
surgem de sua restrição orçamentária e curvas
de indiferença, considerando variações nos
preços e quantidades demandadas de cada
bem.
Formação da Curva de Demanda pela Teoria da Escolha
Quanto menor o preço dos alimentos maior a demanda por alimentos e também pode ser maior a demanda por vestuário.
Derivando a Curva de Demanda
A curva de demanda do consumidor pode ser vista como um resumo das decisões ótimas que surgem da sua restrição orçamentária e das curvas de indiferença;
As curvas de demanda podem às vezes ser positivamente inclinadas, isto acontece quando o consumidor compra mais de um bem quando o seu preço aumenta.
Derivando a Curva de Demanda
Ótimo do consumidor
Quantidade de Pizza 0
50 Quantidade de Pepsi
150 B
A
I1 I2
Nova restrição orçamentária
Restrição orçamentária inicial
Curva de demanda por Pepsi
50 150
Demanda
Quantidade de Pepsi 0
Preço de Pepsi
$2
1
A
B
Demanda
Determinantes da Demanda Individual: Preço, Renda, Preço de Produtos Relacionados, Gostos (Preferências), expectativas
Quantidade demandada: é o total do bem ou serviço que o consumidor (comprador) deseja, planeja e pode comprar, durante um determinado período e a um determinado preço praticado pelo mercado.
Lei da demanda: ceteris paribus, a quantidade demandada de um bem aumenta quando o preço do bem diminui, e cai quando o preço do bem sobe (Isto vale também para um serviço)
Curva de Demanda
A curva de demanda é geralmente definida por uma linha negativamente inclinada para baixo, que relaciona preço e quantidade demandada.
Segue a lógica da Lei da Demanda.
Curva de Demanda
$3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.50
2
1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Preço do sorvete
Qtde. consumida de sorvete
0
Preço Qte
0.00 12
0.50 10
1.00 8
1.50 6
2.00 4
2.50 2
3.00 0
Ceteris Paribus
A curva de demanda se inclina para baixo porque,
ceteris paribus, preços mais baixos implicam em maior
quantidade demandada, e vice-versa.
Demanda
Mas,
por que a quantidade demandada cai quando o preço sobe e vice-versa?
▪
Efeito-substituição: existe uma prática plenamente confirmada de que quando o preço sobe corremos para um bem similar (substituto).•
Cachorro-quente vs hambúrguer; viagem de ônibus vs viagem de trem; sorvete vs doces; cinema vs vídeo.▪
Efeito-renda: quando o preço cai, e tudo mais fica constante,‘ganhamos’ renda extra, e assim consumimos mais do bem. Se subir, ocorre o inverso.
Demanda de Mercado
Demanda de Mercado é a soma das demandas individuais de um dado bem ou serviço.
Graficamente, as curvas de demanda individuais são somadas
horizontalmente para obter a curva de demanda do mercado.
Mudança na Quantidade Demandada versus Mudança na Demanda
Mudança na Quantidade Demandada:
Movimento ao longo da curva de demanda.
Originada por uma mudança no preço do bem (ceteris paribus).
Mudança da Demanda ocorre quando:
Há um deslocamento da curva de demanda, para a esquerda ou para a direita.
Causado por uma mudança em um dos demais determinantes da demanda (que seja diferente do preço do próprio bem – Ex. Renda, sensibilidade a substituição, moda, gostos, etc.)
Mudanças na Quantidade Demandada
0
D
1Preço do sorvete
Quantidade de Sorvete/mês
A C
20
2.00
$4.00
12
Mudanças na Curvatura da Demanda
0
D
1Preço do maço de cigarros
Número de maços/mês
20
2.00
$4.00
12
D
219
Fórmula 1, menos viciante Fórmula 2, mais viciante
Determinantes da Demanda
Por que uma curva de demanda se desloca?
❖
Se o preço de um bem permanece constante, mas alguma outra variável que influi no plano dos consumidores se altera, ocorre uma mudança da demanda desse bem.
➢ Renda do consumidor
➢ Preços dos bens relacionados
➢ Gostos ou Preferências
➢ Expectativas (preços e renda futuros)
➢ População (número de compradores)
Mudanças da Demanda
0
D
1Preço do sorvete
Qte. de sorvete
D
3D
2Aumento da demanda
Redução da demanda
Renda do Consumidor: Bem Normal
$3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.50
2
1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Preço do sorvete
Qte. de sorvete
0
Aumento da demanda
Um aumento da renda...
D
1D
2Renda do Consumidor: Bem Inferior
$3.00 2.50 2.00 1.50 1.00 0.50
2
1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Preço da
carne terceira
Qte.de carne de 3a
0
Decréscimo na demanda
Um aumento da renda...
D
1D
2Preços dos Bens: Substitutos e Complementares
Quando a queda no preço de um bem reduz a demanda por outro bem, os dois bens são chamados substitutos.
➢Cinema vs teatro; margarina e manteiga; cachorro-quente e hamburger.
Quando a queda no preço de um bem aumenta a demanda por outro bem, os dois bens são chamados complementares.
➢Salsicha e pão de cachorro quente; computadores e software; hamburger e batata frita.
Gostos ou Preferências
Gostos: modificações na demanda devido à moda, hábitos, crenças, mudanças culturais etc.
➢ Uma preferência maior pelo bem significa que a demanda irá se deslocar para a direita, ocorrendo o movimento oposto caso o consumidor passe a desejar menos o bem.
➢ A principal característica das mudanças de preferências é que os economistas pouco tem a dizer sobre elas, considerando como um dado.
Expectativas
Deslocam a curva de demanda:
➢ Expectativas de uma queda nos preços futuros do bem vão deslocar a curva de demanda para a esquerda (redução da demanda).
➢ Expectativa de que a renda vá aumentar no futuro pode fazer com que o consumidor gaste antecipadamente deslocando a demanda para a direita.
Mudança na Quantidade Demandada versus Mudança na Demanda
Variáveis que afetam
a Demanda Uma Mudança Nesta Variável Provoca. . .
Preço Movimento ao longo da
curva
Renda Deslocamento da curva
Preço de bens
relacionados Deslocamento da curva Gostos Deslocamento da curva Expectativas Deslocamento da curva Número de
compradores Deslocamento da curva
O Modelo de Escolha é Mais Completo
São determinantes da demanda por um bem:
i. O preço do próprio bem;
ii. O preço de outros bens;
iii. A renda do consumidor;
iv. Gostos e preferências do consumidor.
A demanda de mercado será a soma das demandas dos consumidores.
Demanda da Maria Demanda do João Demanda Agregada de Mercado
Demanda de Mercado
Soma da demanda de cada consumidor.
Outro exemplo:
Preço Consumidor A
Consumidor B
Consumidor C
Mercado
R$ 2.500,00 4 5 12 21
R$ 2.000,00 14 10 22 46
R$ 1.500,00 24 15 32 71
R$ 1.000,00 34 20 42 96
R$ 500,00 44 25 52 121
Demanda
Curva de Oferta
São determinantes da oferta por um bem:
i. O preço do próprio bem;
ii. O preço de outros bens;
iii. O preço dos fatores de produção;
iv. Tecnologia.
Equilíbrio de Mercado
Demanda e oferta realizadas em um ponto de equilíbrio onde a quantidade produzida é equivalente a quantidade consumida a um determinado preço.
Quiz valendo nota
Dê um exemplo de estratégia que as empresas utilizam para se
apossarem do excedente do consumidor. Como elas conseguem retirar esse excedente do consumidor aumentado o seu lucro ?
(Dica) Analisem o gráfico da utilidade marginal decrescente !!!!!
Bens de Giffen
Um aumento no preço de um bem de Giffen aumenta a sua quantidade demandada;
Bens de Giffen são bens inferiores para os quais o efeito renda é mais forte do que o efeito substituição;
Eles possuem curvas de demanda positivamente inclinadas.
Suponha uma família muito pobre que só consome arroz. Se o preço do arroz cair sobrará dinheiro para, por exemplo, comprar feijão que é mais caro e preferido pois estão enjoados só de arroz. Neste caso o arroz pode ser considerado um bem de giffen se quando o preço cair o consumo diminuir, e se o preço voltar a subir o consumo voltar a aumentar.
Quantidade A
Quantidade de batata
0
E
C
I2 I1
Restrição orçamentária inicial
Nova restrição orçamentária D
B
Ótimo com baixo preço da batata Ótimo com alto preço da batata
1. Um aumento do preço da
batata provoca uma rotação, para dentro, na restrição
orçamentária...
2...o que aumenta o consumo de batata se as batatas forem um bem de Giffen.
Um Bem de Giffen...
Conclusão
A restrição orçamentária do consumidor mostra as possíveis combinações de diferentes bens que ele pode comprar de acordo com sua renda e os preços dos bens;
A inclinação da restrição orçamentária é igual ao preço relativo dos bens;
Curvas de indiferença representam a combinação de preferências do consumidor entre dois bens;
Consumidores preferem curvas de indiferença mais altas;
O consumidor otimiza escolhendo o ponto na restrição orçamentária que fica na curva de indiferença mais alta.
Conclusão
Quando o preço de um bem cai, o impacto sobre as escolhas do consumidor pode ser dividido em um efeito renda e um efeito substituição;
O efeito renda é a alteração do consumo que decorre da melhoria da situação do consumidor em função do preço menor;
O efeito substituição é a mudança no consumo decorrente do fato de que a alteração no preço incentiva o aumento do consumo do bem cujo preço caiu;
O efeito renda se reflete no deslocamento de uma curva de indiferença inferior para uma superior;
O efeito substituição se reflete em um movimento ao longo da curva de indiferença até um ponto com uma inclinação diferente.
Leituras da Aula
Krugman e Wells. Introdução à Economia. 3ª ed. Capítulos 7, 10 e 11;
Mankiw. Introdução à Economia. 6ª ed. Capítulo 21.