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Autores e características do Pré-Modernismo

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Academic year: 2022

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(1)

Antes de iniciar a lista de exercícios leia atentamente as seguintes orientações:

É fundamental a apresentação de uma lista legível, limpa e organizada. Rasuras podem invalidar a lista.

Questões discursivas deverão ser respondidas na própria lista.

Não há necessidade de folhas em anexo, todas as respostas serão exclusivamente na lista.

O não atendimento a algum desses itens faculta ao professor o direito de desconsiderar a lista.

Capítulo(s) do livro trabalhado (s):

Conteúdo: Pré-Modernismo

Data de apresentação da lista ao professor: 19 /04/2022

Data da prova: 20 /04 /2022.

Autores e características do Pré-Modernismo

I - Os sertões

Leia a seguir um trecho do livro Os sertões, de Euclides da Cunha. Na descrição da vila de Canudos e dos sertanejos que para lá se dirigiam, o leitor toma conhecimento de um dos fatores determinantes do conflito: a vida de sofrimento e privações no interior do sertão brasileiro.

Aspecto original

"O povoado surgia, dentro de algumas semanas, já feito em ruínas. Nascia velho. Visto de longe, desdobrado pelos cômoros, atulhando as canhadas cobrindo área enorme, truncado nas quebradas, revolto nos pendores - tinha o aspecto perfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido e brutalmente dobrado por um terremoto. (...)

Feitas de pau-a-pique e divididas em três compartimentos minúsculos, as casas eram paródia grosseira da antiga morada romana: um vestíbulo exíguo, um atrium servindo ao mesmo tempo de cozinha, sala de jantar e de recepção; e uma alcova lateral, furna escuríssima mal revelada por uma porta estreita e baixa. Traíam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa.

O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do homem, a decrepitude da raça.

Vinham as caravanas de fiéis de todos os pontos, carregando os haveres todos; e, transpostas as últimas voltas do caminho, quando divisavam o campanário humilde da antiga Capela, caíam genuflexos sobre o chão aspérrimo. Estava atingido o termo da romagem. Estavam salvos da pavorosa hecatombe, que vaticinavam as profecias do evangelizador. Pisavam, afinal, a terra da promissão - Canaã sagrada, que o Bom Jesus isolara do resto do mundo por uma cintura de serras...

Chegavam, estropeados da jornada longa, mas felizes."

Releia este trecho, observando os adjetivos destacados:

"Feitas de pau-a-pique e divididas em três compartimentos minúsculos, as casas eram paródia grosseira da antiga morada romana: um vestíbulo exíguo, um atrium servindo ao mesmo tempo de cozinha, sala de jantar e de recepção; e uma alcova lateral, furna escuríssima mal revelada por uma porta estreita e baixa. Traíam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa."

01. O que os adjetivos sugerem a respeito das casas de Canudos?

Lista de exercícios – P1 – 2º Bimestre Aluno (a): __________________________________

Turma: 3º ano Ensino Médio Professor: Daniel Disciplina: Literatura

Valor: 1,0

No Anhanguera você é + Enem

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02.Depois de descrever o povoado, o narrador volta-se para as pessoas. Que motivação elas tinham para ir até o povoado e ali ficar?

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03. "Vinham de todos os pontos, carregando os haveres todos." Essa frase oferece uma importante pista sobre a condição social dos fiéis que se mudam para Canudos. Que condição é essa?

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II - Triste fim de Policarpo Quaresma

O trecho a seguir, do romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, mostra o momento em que o protagonista, acusado de traição, espera pela morte e reflete com amargura sobre o nacionalismo ingênuo que o impediu de ver o verdadeiro país que tanto defendeu:

Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara — todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada...

O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrouse das suas coisas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada.

As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete.

Contudo, quem sabe se outros que lhe seguissem as pegadas não seriam mais felizes? E logo

respondeu a si mesmo: mas como? Se não se fizera comunicar, se nada dissera e não prendera o seu sonho, dando-lhe corpo e substância?

E esse seguimento adiantaria alguma coisa? E essa continuidade traria enfim para a terra alguma

felicidade? Há quantos anos vidas mais valiosas que a dele, se vinham oferecendo, sacrificando e as coisas ficaram na mesma, a terra na mesma miséria, na mesma opressão, na mesma tristeza.

04. O trecho apresenta dois retratos de Quaresma: o que caracterizou a sua vida e aquele que surge diante da morte. Quais são os aspectos de cada retrato?

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05. De que forma a transformação de Policarpo Quaresma exemplifica a intenção dos pré-modernistas de criar uma consciência crítica a respeito do Brasil?

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III - Jeca Tatu

Na descrição de Jeca Tatu, Monteiro Lobato despe-o da idealização que, para ele, marcava a representação da figura do caboclo:

"(...) a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da nacionalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígine de tabuinha no beiço, uma existe a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e sorna, nada a põe de pé.

Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epítome de carne onde se resumem todas as características da espécie.

De pé ou sentado as ideias se lhe entramam, a língua emperra e não há de dizer coisa com coisa.

De noite, na choça de palha, acocora-se em frente ao fogo para "aquentá-lo", imitado da mulher e da prole.

Para comer, negociar uma barganha, ingerir um café, tostar um cabo de foice, fazê-lo noutra posição será desastre infalível.

Há de ser de cócoras. (...) Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!

Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...Quando comparece às feiras, todo mundo logo adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de espichar a mão e colher (...)

Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço - e nisto vai longe. (...)

Um terreirinho descalvado rodeia a casa. O mato o beira. Nem árvores frutíferas, nem horta, nem flores - nada revelador de permanência.

Há mil razões para isso; porque não é sua a terra; porque se o "tocarem" não ficará nada que a outrem aproveite; porque para frutas há o mato; porque a "criação" come; porque... Jeca, interpelado, olha para o morro coberto de moirões, olha para o terreiro nu, coça a cabeça e cuspilha.

— Não paga a pena.

Todo o inconsciente filosofar do caboclo grulha nessa palavra atravessada de fatalismo e modorra. Nada paga a pena. Nem culturas, nem comodidades. De qualquer jeito se vive."

06. O narrador sugere que a figura do caboclo é idealizada indevidamente. Transcreva o trecho em que isso é demonstrado ._______________________________________________________________________________________________________

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07. Explique por que o narrador critica essa idealização.

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08. Essa caracterização do caboclo, vista por muitos como "preconceituosa", valeu inúmeras críticas a Monteiro Lobato. Para você, a imagem construída pelo autor denotação preconceito em relação ao sertanejo? Comente.

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09. Autores como _________, _________ e _________, contemporâneos de Euclides da Cunha, apresentaram novas facetas da realidade brasileira, produzindo, respectivamente, romances que discutem temas tais como: a imigração alemã, os costumes urbanos e o universo rural.

a) Simões Lopes Neto - Raul Pompeia - Lima Barreto b) Graça Aranha - Lima Barreto - Monteiro Lobato c) Raul Pompeia - Lima Barreto - Graça Aranha d) Graça Aranha - Guimarães Rosa - Monteiro Lobato e) Graça Aranha - Raul Pompeia - Guimarães Rosa

10. Nas duas primeiras décadas do século XX, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante;

b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão;

c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira;

d) a prática de um experimentalismo linguístico radical;

e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

11.

"(...) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se."

Assinale a frase que, retirada de Os sertões, sintetiza o trecho citado:

a) "é o homem permanentemente fatigado";

b) "o sertanejo é, antes de tudo, um forte";

c) " a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização";

d) "Reflete a preguiça invencível (...) em tudo";

e) "a sua religião é como ele - mestiça".

12. A obra de Lima Barreto:

a) Reflete a sociedade rural do século XIX, podendo ser considerada precursora do romance regionalista moderno.

b) Tem cunho social, embora esteja presa aos cânones estéticos e ideológicos românticos e influenciou fortemente os romancistas da primeira geração modernista.

c) É considerada pré-modernista, uma vez que reflete a vida urbana paulista antes da década de 20.

d) Gira em torno da influência do imigrante estrangeiro na formação da nacionalidade brasileira, refletindo uma grande consciência crítica dessa problemática.

e) É pré-modernista, refletindo forte sentimento nacional e grande consciência crítica de problemas brasileiros.

13. Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo:

a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo.

b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia.

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c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil.

d) Euclides da Cunha, com a obra Os sertões, ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a trágica face da nação brasileira.

e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do autor.

14. Assinale com V ( verdadeiro ) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre a obra Os sertões, de Euclides da Cunha:

( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico.

( ) A obra euclideana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães.

( ) Euclides da Cunha escreveu Os sertões com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal O Estado de São Paulo.

( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor.

( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) V - F - V - F - F b) V - V - V - F - F c) F - F - V - V - F d) F - V - F - F- V e) V - V - F - F - F

15. Assinale a alternativa incorreta sobre a obra de Monteiro Lobato:

a) A obra literária de Lobato, um dos intelectuais mais importantes da sua época, se insere no Regionalismo pré- modernista.

b) O conto "Urupês", que dá título ao primeiro livro do autor, nasceu de um panfleto em que Lobato criou a figura típica do Jeca Tatu.

c) As denúncias de Lobato sobre as queimadas nos campos e sobre o caboclo miserável, indiferente e preguiçoso ajudaram a projetá-lo como ficcionista.

d) Além de contos, crônicas e ensaios variados, a obra de Lobato compreende vários textos de literatura infantil.

e) A prosa de Lobato é marcada pelo gosto documental naturalista e pelo uso de uma linguagem ornamentada, como pode ser comprovado na obra Canaã, de 1902.

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