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PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE EDUCADORES E EDUCADORAS DO ESTADO DA PARAÍBA/BRASIL

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Academic year: 2021

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PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE EDUCADORES E EDUCADORAS DO ESTADO

DA PARAÍBA/BRASIL

Monica Maria Pereira da Silva

Bióloga pela Universidade Estadual da Paraíba; Especialista em Educação Ambiental/UEPB; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/UEPB; Professora da UEPB/CCBS/DFB-NEEA

Valderi Duarte Leite

Engenheiro Civil/UFPB; Mestre em Engenharia Civil; Doutor em Engenharia Química/ EESC/USP; Professor da UEPB/CCT/DQ

Luciene Gonçalves Rosa

Bióloga pela Universidade Estadual da Paraíba; Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/UEPB

Maria Madalena de Paiva Vieira

Geógrafa pela Universidade Federal da Paraíba; Especialista em Análise Ambienal em Geografia/UEPB. Professora da Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia

Joselma Maria Ferreira de Souza

Bióloga pela Universidade de Arco Verde/PE; Especialista em Formação do Educador/UEPB; Professora da Rede Pública Estadual da Paraíba; Secretaria de Educação do Município de Caraúbas

Leonaldo Alves de Andrade

Engenheiro Agrônomo/UFPB; Especialista em Metodologia do Ensino Superior/UEPB; Mestre em Ciência Florestal/UFV; Doutor em Ciência Florestal/UFV. Professor da UFPB/CCA/DF

Endereço:

(1)Rua Maria Barbosa de Albuquerque, 690 – Bodocongó II – Campina Grande - PB - CEP:

58.108-320 - Brasil - Tel: (083) 333-1436 – email: monicaea@terra.com.br RESUMO

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ser humano. O que nos faz crer que os educadores não se percebem enquanto natureza e que usam o termo meio ambiente como sinônimo de natureza. Podemos verificar que o ser humano pensa e age como se estivesse fora do meio ambiente. Essa percepção ameaça a continuidade de vida na Terra, porque promove a exploração dos recursos naturais de maneira insustentável, uma vez que a inter-relação existente entre os seres vivos passa desapercebida. Investigando as frases e o questionário em forma de trilha concluímos que meio ambiente também é entendido enquanto lugar para se viver. Este lugar aparece na visão das educadores em plena harmonia e com pouca interferência do ser humano. Destacamos sobretudo, que os educadores não representam a sua realidade. Ressaltando dessa forma que a percepção ambiental envolve acima de tudo o imaginário, os sonhos. No nosso entender a influência do livro didático e da mídia afasta os educadores do seu meio ambiente imediato, levando-os a não compreender o ecossistema no qual estão inseridos enquanto meio ambiente. Portanto, na percepção ambiental prevalecem os sonhos, o imaginário, os desejos e necessidades individuais e coletivas. Há diferença gritante entre a imagem real da natureza e a percepção ambiental, requerendo intenso trabalho de Educação Ambiental. Só através da educação é possível atingir novos caminhos.

PALAVRAS CHAVE: percepção ambiental, Educação Ambiental, meio ambiente e mudanças

INTRODUÇÃO

Estudarmos a percepção ambiental é fundamental para compreensão as relações existentes entre os seres humanos e os demais seres vivos.

Os seres humanos vêem, interpretam e agem no meio ambiente segundo sua percepção, que quase sempre é inadequada, pois existe discrepância entre a percepção e as leis naturais, ocasionando diversos problemas ambientais e sociais.

No entender de SILVA & LEITE (2000) para a realização dos processos de educação, planejamento e gerenciamento voltados para questões ambientais é importante conhecer a percepção ambiental dos indivíduos envolvidos. Esse conhecimento facilita a compreensão das interpelações do ser humano com o meio ambiente. O indivíduo ou grupo de indivíduos vê, interpreta e atua de acordo com seus interesses, necessidades e desejos, recebendo influências dos conhecimentos adquiridos anteriormente. Ainda de acordo com

SILVA (2002) a percepção ambiental envolve acima de tudo o imaginário, os sonhos, as

necessidades individuais e coletivas.

Logo, os programas e projetos em Educação Ambiental devem ser executados a partir da percepção ambiental dos atores e atrizes envolvidos, pois sendo Educação Ambiental um processo educativo voltado para o meio ambiente, deve promover mudanças de atitudes, de comportamentos e de percepção. Garantir condições de vida digna as gerações atuais e futuras é um dos objetivos da Educação Ambiental.

Nosso objetivo principal neste trabalho foi analisar a percepção ambiental de educadores e educadoras do estado da Paraíba, Brasil. O estudo serviu de base para a elaboração do Projeto de Formação de Agentes Multiplicadores em Educação Ambiental e delineamento de estratégias para realização de Educação Ambiental. Os educadores e educadoras foram escolhidos como amostra, por compreendermos que estes são os principais agentes multiplicadores.

METODOLOGIA

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TABELA 01: número de educadores por município e região

MUNICÍPIO – região QUANTIDADE DE EDUCADORES

João Pessoa - litoral 60

Campina Grande - agreste 70

Fagundes- agreste 60

Areia – brejo 205

Serra Branca, Sumé Caraúbas –

cariri 94 Itaporanga, Piancó e Igaracy –

sertão 120

TOTAL 609

Segundo THIOLLENT (1998) na pesquisa participativa, os pesquisadores estabelecem relações comunicativas com pessoas ou grupos da situação investigada com intuito de serem melhor aceitos, enquanto desempenham um papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação das ações desencadeadas. Ainda de acordo com HAGUETTE (1997) na pesquisa participativa o problema se origina na comunidade em estudo e a última finalidade da pesquisa é a transformação estrutural fundamental e melhoria da vida dos envolvidos.

Para coleta de dados foram utilizados análise de desenhos, de frases e questionário em forma de trilha. Estes instrumentos usados seguiram as sugestões de SILVA & LEITE (2000) e SILVA (2002), os quais possibilitaram a realização simultânea da pesquisa e da sensibilização. “Educar pela pesquisa facilita a sensibilização, promove o exercício da cidadania e ainda fomenta mudanças de atitudes e de comportamento” SILVA (2002).

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Analisando os desenhos, constatamos que a maioria dos educadores vê o meio ambiente natural (72%) e sem a presença do ser humano. O que nos faz crer que os educadores não se percebem enquanto natureza e que usam o termo meio ambiente como sinônimo de natureza. Podemos verificar que o ser humano pensa e age como se estivesse fora do meio ambiente. Essa percepção ameaça a continuidade de vida na Terra, porque promove a exploração dos recursos naturais de maneira insustentável, uma vez que a inter-relação existente entre os seres vivos passa desapercebida.

A ausência do ser humano nas representações de meio ambiente indica que a sua presença é uma ameaça, pois naqueles desenhos onde o ser humano é inserido quase sempre ele aparece destruindo o meio ambiente. Resultado confirmado por meio de estudos de frases e do questionário em forma de trilha, cujos dados mostraram que grande parte dos educadores apresenta a concepção antropocêntrica destruidora da relação ser humano-meio ambiente.

Ainda investigando as frases e o questionário em forma de trilha concluímos que meio ambiente também é entendido enquanto lugar para se viver, destacando assim o que é expresso nos PCNs(1996) e nas pesquisas de SATO (1997). Este lugar aparece na visão das educadores em plena harmonia e com pouca interferência do ser humano.

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ambiente natural não são contemplados os ecossistemas locais; por exemplo a caatinga que nem mesmo os educadores do sertão e do Cariri representaram. Portanto, predomina a visão ecológica puramente preservacionista. Meio ambiente visto unicamente no seu aspecto biológico, fragmentado, reducionista, e longe da realidade, isto é descontextualizado. Desenvolvimento zero. Um resultado contraditório aos padrões de consumo de grande parte dos pesquisados. Como então, conciliar progresso e ambiente natural intocável? No nosso entender a influência do livro didático e da mídia afasta os educadores do seu meio ambiente imediato, levando-os a não compreender o ecossistema no qual estão inseridos enquanto meio ambiente. A influência da mídia é tão forte que globaliza o indivíduo. Gradativamente os seres humanos vão perdendo a sua identidade, individualidade, diferença, cultura. Um exemplo claro para nós da região nordeste do Brasil, mais precisamente no sertão paraibano é o crescimento das festas de Halloween. Outra sim, notamos que esta exclusão exime os educadores de atuarem em seu meio, transferindo as responsabilidades em identificar os problemas e apontar soluções para os políticos. Ressaltando que mesmo as potencialidades são esquecidas, como é o caso do belíssimo e misterioso ecossistema da caatinga.

Estes resultados são preocupantes, haja vista que trabalhamos com educadores e acreditamos que estes são agentes multiplicadores, porque trabalham diretamente com crianças, adolescentes e jovens, formando cidadão, influenciando nas atitudes e no comportamento, fomentando ideologia. E serão estes jovens cidadãos os responsáveis pela manutenção da vida. Entretanto, temos a confiança da importância da inserção da dimensão ambiental na formação inicial e continuada dos educadores. È fundamental possibilitar a realização de Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, conforme propõe a Lei 9795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A formação do educador é assinalada por SILVA (2000) e SILVA & LEITE (2000) como uma das principais estratégias para que a temática ambiental seja inserida no currículo escolar. Afirmativa reforçada nos Parâmetros em Ação (2001) “a formação inicial e continuada é apontada como estratégia básica para institucionalizar a Educação Ambiental e favorecer a superação das lacunas e dos problemas existentes”. E definida por DEMO (1996) como o desafio mais decisivo da qualidade da educação.

Logo, temos a confiança que Educação Ambiental enquanto processo educativo voltado para o meio ambiente (ser humano visto também enquanto meio ambiente), realizado de forma criativa, lúdica, participativa, crítica, tendo como alicerce a sensibilização (afetividade) será responsável pela formação de uma sociedade mais justa, solidária e ecologicamente viável. Provocará com toda certeza mudanças, principalmente de percepção. Nossos trabalhos apontam que há percepção inadequada das leis naturais. Matas ciliares são derrubadas, solos desnudos, plantas exóticas substituem as nativas, corpos d’água transformam-se em lixeiras, florestas são destruídas, queimadas são provocadas, o lucro obtido a qualquer custo, seres humanos sobrevivem e vivem em lixões... o luxo... o progresso...a guerra... a competição... a miséria... e a continuidade da vida ameaçada. É preciso acreditar e provocar mudanças!!!!!!!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, a maioria dos educadores compreende meio ambiente como natureza e o ser humano não é inserido. Quando o ser humano é representado aparece destruindo o meio ambiente.

Na percepção ambiental prevalecem os sonhos, o imaginário, os desejos e necessidades individuais e coletivas. Há diferença gritante entre a imagem real da natureza e a percepção ambiental, requerendo intenso trabalho de Educação Ambiental. Só através da educação é possível atingir novos caminhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999 BRASIL, Parâmetros em ação meio ambiente na escola

. Brasília, 2001

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RAPPAPORT, Roy. Natureza e antropologia ecológica. In Shapiro, Harry L. Homem, cultura e sociedade. São Paulo: Martins Pontes, 1982

SATO, Michele. Educação para o Ambiente amazônico. Tese de Doutorado apresentada no Programa de Pós-graduação em Ecologia de recursos Naturais, da Universidade Federal de São Carlos. São Paulo, 1997

SILVA, Mônica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Estratégias Metodológicas para a formação de educadores ambientais do ensino fundamental. In Anais XXVII Congresso Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Mônica Maria Pereira da. Meio Ambiente na visão de Educadores do Sertão Paraibano. In Anais IV Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia. Recife, 2002

SILVA, Mônica Maria Pereira da. Estratégia em Educação Ambiental 2000. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) UFPB. Campina Grande, 2000

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