DECRETO Nº 18.6 38, DE 7 DE M AIO DE 2014.
Regula menta o Fundo da Copa do Mundo de 2014 (FUNCOP A) e a alie-nação dos Índice s da Copa 2014, cri-ados pela Lei Complementar nº 70 3, de 28 de se tembro de 2012.
O PREFE ITO MUNICIPAL DE P ORTO ALEGRE, no u so das atribu ições que lhe confere o artigo 9 4, II, da Lei Orgân ica do Mun icíp io, e de acordo com o que dispõem os artigos 71 a 74 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964,
D E C R E T A:
Art. 1º Fica re gu lamentado o Fundo da Copa do Mundo de 2014 (FUNCOPA), de nature za contáb il, criado pela Lei Complementar nº 703, de 28 de setembro de 2012, nos termos deste Decreto e demais atos normativos que forem expedido s pelo Poder E xecutivo.
CAPÍTULO I
DO FUNDO DA COPA 2014 Seção I
Objetivos e fontes
Art. 2º O FUNCOPA constitui-se nu m fundo contábil especia l, destinado à arreca dação dos recurso s pro veniente s da alienação dos Ín-dices da Copa de 2014, do orçamento próprio do Municíp io de Po rto A le-gre, das tran sferências mediante co nvên ios e coope ração com o Estado do Rio Grande do Sul, da União, de financiamentos nacionais e inte rnaci-onais e de doaçõe s, vinculada s à implementação da infraestrutu ra neces-sária à e xe cução d as obras conforme art. 2º da Lei Complementar nº 703, de 28 de setembro de 2012, atendidas as normas gera is da Lei Federa l nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e alterações, e da Le i Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (Plano Diretor de De sen volvimento Ur-bano Ambiental – P DDUA), e alte raçõe s.
2 Art. 3º A receita do FUNCOPA será constitu ída po r:
I – re cursos auferidos com alienação dos Índ ices da Co pa de 2014;
II – recu rso s pro venientes de financiamentos naciona is e in -ternacionais;
III – receita s operacionais e patrimo niais de operaçõe s reali-zada s com re curso s do FUNCOPA;
IV – dotações classificadas no o rçam ento próprio do Municí-pio;
V – outros fundos ou pro gramas qu e forem incorpora dos ao FUNCOPA;
VI – contribuiçõe s e doações de pessoas físicas ou ju rídicas, entidades e o rgan ismos de cooperaçã o nacional ou inte rnacional; e
VII – outros recu rsos que lhe forem destinados.
Parágrafo únic o. Os recu rsos financeiros do FUNCOPA serão depositados em co nta corrente especial, aberta com finalidade espe cífica e mantida em instituição financeira oficial designada pela Secretaria Mu -nicipa l da Fa zenda (SMF).
Seção II
Do Comitê Ges tor do FUNCOP A
Art. 3º O Comitê Gestor do FUNCOPA, órgão de ca ráter deli-berativo , atuará na gestão das receita s e na destinação dos recu rsos que inte gram o Fundo.
Art. 4º O Comitê Gestor do FUNCOPA é composto por 2 (dois) rep resentantes da SMF, e 1 (um) representante d os segu intes ór-gãos:
a) Secretaria Municipal de Gestão (S MGes);
3 c) Secreta ria Municipal de Urban ismo (SMUrb);
d) Secretaria Mun icipal de P lanejam ento Estraté gico e Orça -mento (SMPEO); e
e) Gabinete do P re feito (GP).
§ 1º Os membros do Comitê Gestor do FUNCOPA, titular e suplente, se rão de signados pe lo Prefeito.
§ 2º A Pre sidên cia do Conse lho Gestor do FUNCOP A será exe rcida pelo Secretário Mun icipal da Fazenda ou rep resentante por ele designado.
§ 3º As votações dar-se-ão por maio ria simples e o Pre siden-te do Comitê Gestor do FUNCOPA e xe rce rá o voto de qu alidade, em caso de empate na vota ção.
§ 4º O Gabinete da SMF dispon ibilizará os meios nece ssários para o funcionamento e o e xercício d o FUNCOPA.
Seção III
Das competê ncias do Comitê Ges tor do FUNCOP A Art. 5º Ao Com itê Gestor do FUNCOP A compete:
I – delibera r sob re a gestão e o con trole do esto que do poten-cial construtivo do s Índices Copa 2014 aprovado na Lei Complementar nº 703, de 2012;
II – apro va r o rçamentos e planos de aplica ção e metas anuais e plurianuais dos recurso s do FUNCOPA;
III – ana lisa r, deliberar e estabe lece r diretrizes e fixar critérios para a prio rização de linhas de ação e alocação de recu rsos do FUNCO-PA;
IV – autoriza r e coordenar a aliena ção de Índices da Copa 2014;
V – propor, discutir e deliberar sob re planos e projetos p ara os quais poderão ser alocados os recu rsos do FUNCOPA;
4 VII – dirim ir dú vid as quanto à aplica ção das normas regula -mentares aplicá ve is ao FUNCOPA na s matéria s de sua competência;
VIII – de libe rar so bre a ge stão finan ceira e o controle dos re -curso s; e
IX – e xpedir norma s re gu lamentadora s. Seção IV
Da Secreta ria Exe cutiva do FUNCOP A
Art. 6º O monito ramento da execu ção dos planos e d emais atos de gestão de terminados pe lo Comitê Gesto r se rã o efetuados pela Secreta ria E xecutiva do FUNCOPA .
Art. 7º À Secreta ria Exe cutiva do FUNCOPA compete:
I – gerir e contro la r a aliena ção do estoque do potencia l cons-trutivo dos índice s da Copa 2014 ap rovado na Lei Com plementar nº 703, de 2012;
II – e xecuta r a gestão financeira e o controle dos re curso s; III – elabora r p rop osta do plano de alienação e ap lica ção de recu rsos finance iro s, a se r apre ciado pelo Comitê Gesto r do FUNCOPA ;
IV – providenciar a infraestrutu ra para funcionamento do Co-mitê Gesto r do FUNCOPA;
V – agenda r e orga nizar as reuniões;
VI – contro lar os p rocessos admin istra tivos;
VII – dar pub licid ade e divulga ção de matérias rela tiva s ao FUNCOPA; e
VIII – outra s ativid ades correlata s.
5 Seção V
Das aplicações dos recursos do FUNCOP A
Art. 8º Os recu rsos do FUNCOPA serão destinados à s ações vincu ladas à e xecução das ob ras conforme art. 2º da Lei Complementa r nº 703, de 2012, que contemplem:
I – a implantação d as obras de infraestrutura;
II – as a quisiçõe s e desap ropriaçõe s, despesa s admin istrati-va s e judicia is de las decorrentes, d as áreas vincu ladas ao sistema de transpo rte e viário projetado;
III – a insta lação d e equipamentos pú blico s, pra ças e pa rques e na prese rvação d e bens tombados;
IV – os p ro gramas de reassentamento e rea locação de famí-lias atin gidas pela implantação das ob ras; e
V – nas demais hipóteses pre vista s no art. 26 da Lei Federal nº 10.257, de 2001, e alte rações.
Seção VI
Das despesas do FUNCOP A
Art. 9º As despesas do FUNCOPA serão liqu idadas e contabi-lizada s pela Controladoria-Ge ral do Município (CGM).
CAPÍTULO II
DA ALIENA ÇÃO DOS ÍNDICES DA COPA 2014 Seção I
Da alienação dos Índices da Copa de 2014
Art. 10. A aliena ção dos Índice s d a Copa de 2014, pre vista no art. 8º na Lei Complementar nº 703, de 2012, dar-se-á na forma do presente Decre to.
6 § 1º O edital de a lienação poderá definir um limite má ximo de potencial construtivo a se r ad qu irido por pessoa física o u jurídica , identi-ficada por CP F ou CNPJ, re spectivam ente.
§ 2º O ed ital de a lienação definirá a quantidade de potencial a ser a lienado po r Macro zona.
Art. 12. A titu laridade do potencia l construtivo ad quirido no leilão dar-se -á atra vé s de contrato de aquisição firmado após a confirma-ção do pagamento do respectivo Do cumento de Arre ca daconfirma-ção Municipa l (DA M).
Seção II
Dos es toques dos Índices Copa de 2014
Art. 13. O volume de índice que compõe o esto que de poten-cial construtivo da Copa de 2014 corresponde aos 279.433m² (du zentos e setenta e nove mil, quatro centos e trinta e três metros quadrados), auto -rizado na Lei Complementar nº 703, d e 2012.
Seção III
Do leilã o pa ra alie nação do Índice Copa de 2014
Art. 14. Compete à Área de Compras e Serviço s, da SMF, a elaboração dos ed itais e a rea lização dos le ilões de a lienação do poten-cial construtivo dos Índices da Copa 2 014.
Seção IV
Da aplicação do potenc ial construtivo dos Índices da Copa de 2014
Art. 15. Os Índ ices da Copa de 2014 deve rão se r utilizados de acordo com as regras pre vista s no art. 5º da Lei Complementar nº 703, de 2012, respeitad os, a metragem disponíve l, o crité rio de monitoramento do adensamento, os arts. 53 e 110 e o Anexo 6 da Lei Complementar nº 434, de 1999, e alterações.
7 Art. 16. Na hipóte se de aplicação do Índice da Copa de 2014 em Macro zona d ive rsa da que la em qu e foi adqu irido, de verá se r respe ita-da a equ ivalên cia e ntre os va lo res atribuídos pa ra caita-da Macro zona.
Art. 17. A aplica ção do Índice da Copa de 2014 den tro da própria Macro zona sofrerá cálcu lo de equivalência entre o valo r de refe-rência estabe lecido para a Macro zona e o valo r do solo criado do quartei-rão do imó vel de sua efetiva aplicaçã o, tomando-se por base a tabela de va lore s do so lo criado, apro vada pelo Conselho Mun icipal de De sen volvi-mento Urbano Ambiental (CMDUA), até a data do le ilão, limitado sempre ao fator máximo de 1,4 (um vírgula qu atro).
Art. 18. O cálculo de equiva lência a que se refere o artigo 17 deste Decreto será elaborado na Un idade de A va lia çõ es de Imó veis da SMF.
Art. 19. Compete à Secretaria Municipal de Urb anismo (SMUrb):
I – manter o controle atualizado dos estoque s públicos do potencial construtivo pro veniente s dos índices da Copa de 2014, monitora -dos por Macro zona , Unidade de E struturação Urbana e Quarteirão;
II – d isponib iliza r as informações atu alizada s relativas ao mo-nitoramento da utiliza ção dos estoque s de potencial con strutivo que com-porão o FUNCOPA , discriminadas po r Macro zona, Unida de de Estrutu ra-ção Urbana e Quarteirão;
III – monito rar o adensamento urbano, nos termos d a Lei Complementar nº 434, de 1999 e atendidas as disposições da Lei Com-plementar nº 703, de 2012;
IV – faze r a gestão urban ística por Ma cro zona, Un idade d e Es-trutura ção Urbana e Quarteirão e a a nálise de impacto da aplica ção do potencial alienado pelo Município, ob servados os p receitos da legisla ção federal e municipa l que re gem a matéria; e
8 Parágrafo único. As atividades acima listadas de verão ser ge ridas a tra vé s d o “Sistema Inte grado de Monito ramento do Potencia l Construtivo ”.
Seção V
Do valor de ve nda dos Índices da Copa de 2014
Art. 20. O Valo r de Referência (VR) pa ra o lance in icial dos leilões púb lico s o bedecerá a metod ologia e stabelecid a na Lei Comple-mentar nº 703, de 2012, conforme a fórmula VR = V Mm z + ∆VIC, onde:
a) V Mm z é o Valor Médio Má ximo por Macro zona do metro quadrado; e
b) ∆VIC é o fator de Valorização do Índice da Copa de 2014 até o lim ite de 20% (vinte por cento) do VMm z.
Parágrafo único. O VMmz será atu alizado anualmente pela Unidade de A va lia ção de Imóve is da S MF.
Seção VI
Da comerc ializaçã o dos Índices da Copa de 2014
Art. 21. O poten cial construtivo dos Índices da Copa de 2014, adquiridos em le ilã o, poderão se r livremente comercia lizado s, parcia l ou totalmente, observada a posterio r utiliza ção, nos te rmos da Lei Comple -mentar nº 703, de 2012, da Lei Comple-mentar nº 434, d e 1999, e alte ra-ções, e ob servado os arts. 26 e 28 d a Lei Fede ral nº 1 0.257, de 2001, e altera ções.
Art. 22. A anuên cia da comercia lização dos Índ ices con struti-vo s da Copa de 2014 dar-se -á mediante reque rimento dirigido ao FUN-COPA, que tramita rá no e xpediente a dministrativo re lativo ao contrato de alienação que lhe deu origem.
Seção VII
Do prazo decade ncial para aplicação do potencia l construtivo dos Índices da Copa de 2014
9 Parágrafo únic o. O pra zo estabelecido no “caput” deste arti-go se rá mantido n as situa ções de tra nsferência de titula ridade na h ipóte-se de comercializa ção entre pa rticula res.
Seção VIII
Do flux o orça mentário dos recursos da alienação de Índices da Copa de 2014
Art. 24. Para a d emanda de recursos orçamentários e finan-ceiro s do FUNCOP A, com aplicação conforme parágrafo único do art. 15 da Lei Complementar nº 703, de 2012, os Órgãos e Au tarquia s do Municí-pio de verão en ca minhar so licita ção ao Fundo, conten do o montante fi-nanceiro necessá rio, o plano de ap licação de re curso s e respectivo cro-nograma físico-fina nceiro .
Art. 25. A análise do enquadramento da demanda do art. 24 deste Decre to, co m o estabelecido no parágrafo único do art. 15, da Lei Complementar nº 7 03, de 2012, se rá feita pelo FUNCOP A, atra vé s do seu Comitê Gesto r.
Art. 26. O Comitê Gestor do FUNCOPA decidirá pela conve -niência e opo rtunid ade da aplicação d os re cursos no pro jeto demandado, em função dos programas estraté gicos de go verno.
Parágrafo únic o. Poderá o Comitê Gestor de cid ir pela apli-cação parcia l dos recurso s do FUNCOPA no pro jeto, de vendo a outra pa r-te, neste caso, ser suportada por outras fontes orçamentárias.
Art. 27. Caso a arre cadação do leilão seja insuficiente para atendimento dos valores tota is dos p rojeto s demandados, o Comitê Ges-tor do FUNCOPA d ecidirá pe la melhor alocação entre os projetos.
Parágrafo únic o. O Com itê Gestor do Fundo de cid irá pela con veniência e op ortunidade da realiza ção de no vo leilão para sup rir as necessidade s não atendidas pelo leilã o anterio r.
Art. 28. Ence rrado o le ilão e obse rva do o dispo sto nos artigo s anterio res, o Comitê Gestor do FUNCOPA publicará no Diá rio Oficial Ele -trônico de Porto Alegre (DOPA -e) a d estinação dos re cursos auferidos.
10 Art. 30. Aberto s os créd itos o rçam entários, ficam os órgãos exe cutore s autorizados a inclu ir o s Pedidos de Libera ção, observado s o vín culo com o projeto encaminhado e os montantes estabelecidos nos arts. 27 e 28 de ste Decre to.
Art. 31. O ó rgão que for beneficiado pelos crédito s orçamen-tário s decorrentes do art. 30 ficará responsá vel pe la ordenação da des-pesa, assumindo to dos os direitos e d eve res inerente s a o ato.
Art. 32. A movimentação financeira da conta corre nte do FUNCOPA e a contabilização, tanto da movimentação financeira quanto da execu ção da re ceita e despesa re lativas ao FUNCOP A, ficarão a cargo da Contro ladoria-Geral do Município (CGM).
Art. 33. As desp esas ordenadas à conta dos créd itos orçamentários do FUNCOPA poderão se r auditadas a qua lquer tempo por de -libe ração do Comitê Gestor do FUNCOPA e pelos demais órgão s de con-trole inte rno e e xte rno.
Parágrafo único. Para dar atendimento às auditoria s, os ordenadores de desp esa de ve rão mante r a gua rda do s documentos por p ra -zo e forma estipula dos nas le gislaçõe s que re gem a matéria.
Seção IX
Do sis tema de controle dos Índices da Copa 2014
Art. 34. O controle dos estoques de potencial construtivo ali-enados por meio do leilão será feito pela SMF e S MUrb , atra vés do “Sistema Integrado de Monitoramento do Potencia l Constru tivo – MP C”, de -sen volvido pa ra este fim.
11 Art. 35. Este Decreto entra em vigo r na data de sua publica -ção.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 7 de maio de 2014.
José Fo rtunati, Prefeito.
Roberto Be rtoncini,
Secretá rio Municip al da Fa zenda. Registre -se e pub lique-se.
Urbano S chmitt,