• Nenhum resultado encontrado

Previdência Social: um estudo comparativo sobre a Previdência Brasileira e dos países da América Latina AL.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Previdência Social: um estudo comparativo sobre a Previdência Brasileira e dos países da América Latina AL."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

1

Previdência Social: um estudo comparativo sobre a Previdência Brasileira e

dos países da América Latina AL.

Christiano Silva Pedreira – Paracambi – christiano_rj@msn.com – UFF/ICHS Rojeferson André de Carvalho – Paracambi – rojeferson.carvalho@gmail.com – UFF/ICHS

Resumo

Ante as perspectivas demográficas previstas para o Brasil, uma forte necessidade de alterar as regras atuais da previdência social passaram a ser defendidas por grupos políticos, pesquisadores, economistas, empresários e investidores do mercado financeiro. Em virtude disso, um dos argumentos é que o sistema previdenciário do país teve por base uma expectativa de vida menor das pessoas, por conta disso, nos dias atuais, a sociedade tem de sustentar o aposentado por mais tempo e futuramente sistema se tornará insustentável. Diante de tais fatos, sabe-se que na América Latina há países que compartilham características econômicas e sociais semelhantes ao Brasil que sofreram reformas em suas previdências. Com base nesta informação e em dados quantitativos e qualitativos é possível realizar análises e levantar hipóteses, caso haja as possíveis alterações no regime de pensões.

Palavras-chave: previdência, social, polêmica.

1 – Introdução

Um sistema previdenciário não está imune a falhas ou colapsos econômicos durante sua existência, pois não há uma formula perfeita para um sistema previdenciário. Muitos países da América do Sul realizaram reformas em suas previdências. Porém reformas deste tipo são antipopulares, porque alteram o futuro financeiro da população, e também de difícil implementação.

De acordo com o economista do Banco Mundial, Carlos Vegh, em um futuro bem próximo o governo brasileiro precisará realizar uma reforma na previdência social, com o mesmo objetivo das reformas realizadas pelos países vizinhos na América Latina, a fim de acertar as contas públicas e acelerar a economia.

O artigo foi desenvolvido para mostrar como essas mudanças na previdência foram feitas nos países vizinhos e qual foram os resultados para a maioria da população. Ele serve como uma ferramenta para um diálogo melhor entre população e governantes e para mostrar a todos as prováveis consequências da implantação das novas regras. O fato de ter como parâmetro os países da América Latina se dá pelos padrões econômicos e sociais parecidos.

(2)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

2 Dentre os fatores que propiciaram mais tempo de vida ao cidadão do Brasil estão o crescimento econômico ao longo dos anos, o acesso à água tratada e esgoto e o aumento do consumo. Apesar do aumento nos índices desse indicador social, o país ainda se encontra abaixo da realidade de muitos países desenvolvidos.

Dados do Ministério da Saúde afirmam que o Brasil, em 2016, tinha a quinta população mais idosa do mundo, e, em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.

(3)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

3 O Brasil gasta aproximadamente 12% de seu PIB na Previdência, “quando os países comparáveis desembolsam por volta de 8%”, diz Carlos Vegh, economista do Banco Mundial. O Governo de Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei para reformar a Previdência que, segundo estimativas de Guedes, gerará economia próxima a 1 trilhão de reais em 10 anos.

No Chile, cuja previdência possuía um sistema semelhante ao do Brasil, realizou sua reforma em 1981, outros países também passaram por experiências semelhantes. O vizinho sul-americano pode ser um excelente referencial, de acordo com os defensores da reforma. Com isso se poderia elaborar um planejamento baseado na experiência chilena, a fim de evitar os erros e obter os mesmos acertos.

(4)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

4 2 – A Reforma Previdenciária e porque ela tem que ser feita.

A América latina passou nas ultimas décadas por mudanças importantes na previdência social. A esperança em obter sucesso nas reformas era reforçada por várias publicações do Banco Mundial (sobretudo Averthing the Old Age Crisis, 1994 – em espanhol: Envejecimiento sin Crisis Envelhecer sem crise, 1994). Nos anos 80 a maioria dos países migrou do controle estatal para o sistema privado.

Para a maioria da população latino-americana nos anos 80 e 90, uma reforma na Previdência Social não foi muito bem compreendida. Muitos não sabiam ler e muito menos compreender o sistema financeiro. Em alguns países o trabalhador passou a ter sua conta individual e sua rentabilidade atrelada ao mercado financeiro e aos fundos de investimento.

É válido ressaltar que o ritmo de crescimento econômico atual da América Latina em 2018 foi chamado de “medíocre” pelo Banco Mundial em seu último relatório, fortemente influenciado pela contração de 2,5% na Argentina e a lenta recuperação do Brasil após a recessão de 2015 e 2016. Especialistas da instituição dizem que a reforma da Previdência é fundamental para a recuperação da economia brasileira na qual esteve submersa nos últimos anos.

O economista do Banco Mundial responsável pela América Latina e Caribe, Carlos Vegh, em entrevista a AFP, assinala dois fatores que prejudicaram o crescimento do Brasil: o déficit fiscal e as aposentadorias. Ele também menciona que o país gasta aproximadamente 12% do seu PIB na Previdência, quando os países comparáveis desembolsam por volta de 8%.

2.1 Por que Reformar a Previdência?

(5)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

5 O equilíbrio financeiro nas contas públicas é fundamental para o desenvolvimento do país. Alguns políticos e economistas acreditam que para o governo ter superávit na previdência social é preciso aumentar a alíquota previdenciária. Com isso o trabalhador passaria a contribuir mais, porem vai receber o mesmo valor na sua aposentadoria. Outra mudança que já foi implantada em alguns governos vizinhos é o aumento de contribuição ou idade mínima para aposentadoria. Assim o trabalhador passa a trabalhar por mais tempo, pois cada vez mais a expectativa de vida aumenta.

"Pelo fator previdenciário, com o aumento da expectativa de vida, cai o valor da aposentadoria. O fator impõe o adiamento da aposentadoria. A postergação significa que quanto mais velho o trabalhador, mais ele ganha – em princípio –, por menos tempo. E quanto mais novo se aposenta, menos ganha, por mais tempo. Então, a longevidade é uma punição. Em outros termos, significa mais anos de vida com menos dinheiro no bolso. E a aposentadoria por tempo de serviço – e de contribuição, portanto – foi severamente desvalorizada." (SILVA, 2004, p22)

(6)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

6 "No contexto da gravíssima crise econômica enfrentada pelo país, em que há cerca de 12 milhões de desempregados e as atividades produtivas estão praticamente estagnadas, a reforma da previdência social tem sido apresentada à população, inclusive por meio de ampla campanha publicitária, como solução para retomada dos investimentos e geração de empregos. Os argumentos justificadores das mudanças propostas são os mesmos utilizados na década de 1990, tais como o déficit crescente no fundo previdenciário, sobrecarregando as contas públicas e inviabilizando o sistema para as futuras gerações em decor-rência do envelhecimento da população." (LOUREIRO, 2017, p216) 2.2 Reforma da Previdência, como se deu no Chile

A reforma previdenciária chilena é considerada um caso de sucesso internacional. A partir dela muitos países se inspiraram para implementar suas reformulações no sistema previdenciário nacional. De acordo com o Doutor Ulysses Ruiz de Gamboa o modelo adotado pelo Chile foi uma importante peça do ajuste fiscal durante o Governo Pinochet e os efeitos macroeconômicos não se restringiram somente ao campo das finanças. Apesar dos efeitos positivos apresentados, não há uma garantia absoluta que os mesmos efeitos hão de ocorrer no Brasil. A semelhança entre o atual modelo brasileiro com o antigo modelo chileno representa também mais uma forte argumentação para a tamanha garantia de êxito no novo modelo. Ainda nas palavras de Gamboa:

"O desenvolvimento do mercado de capitais ocorrido em decorrência da reforma previdenciária possibilitou uma melhor utilização dos recursos na economia, permitindo que eles fossem empregados nos setores de maior rentabilidade, o que elevou a produtividade total da economia em 0,27%.” (GAMBOA, 2016, p.3)

Porém, diz Andras Uthoff, consultor do Instituto Igualdad e professor da Universidade do Chile, que depois de mais de 30 anos da reforma da previdência no Chile, muitos trabalhadores estão recebendo o valor menor que o valor de aposentadoria almejado no passado, isso cria um enorme descontentamento da população. Outro problema que o país encontra é que o déficit público ainda é alto, mostrando que a formula apresentada em 1980 passou e precisa passar por reformas constantemente. Muitos trabalhadores não conseguem depositar no fundo de pensão AFP (Administradoras de Fundos de Pensão), causando um rombo para a geração que esta se aposentando e para as gerações futuras.

(7)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

7

2.3 Uruguai

Durante a gestão do presidente Tabaré Vázquez, foram adotadas várias leis e decretos que modificaram o sistema de pensões. A primeira medida visava a expansão da cobertura ativa (ou seja, o número de trabalhadores que contribuem para o sistema de pensões), nas que se destacavam as chamadas para os Conselhos deSalários e a Lei n º 17.963 de 2006. Nesta última promove-se a efetiva inclusão no sistema de pensões, estabeleceu regras mais flexíveis para a regularização das contribuições para o Banco da Previdência Social, tanto para as empresas quanto para os trabalhadores independentes, introduzindo pela primeira vez na história, um sistema de benefícios para os bons contribuintes (BUSQUETS e AZCUÉ, 2010).

Em alguns países os tempos de contribuição entre homens e mulheres são diferentes, pois se entende que as mulheres têm um papel mais importante na sociedade. Elas além de trabalharem nos empregos formais, ainda realizam tarefas em casa. Esse aumento de trabalho faz com que elas não precisem contribuir igual aos homens. Mas como na Bolívia e Uruguai esse equilíbrio não existe mais, pois, com a reforma, o tempo de contribuição de mulheres e homens foi igualado. Só existe o equilíbrio social para as mulheres que tem filhos. (CARDOZO, 2008, p08).

(8)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

8 Em 2010 o governo da Bolívia e a Central Operária Boliviana (COB) estabeleceram quatro novas escalas de renda de aposentadoria e o alcance da lei nova pensão, que também define uma renda conjunta (não-contributiva) de até 2400 cidadãos. Devido a problemas de arrecadação das contribuições previdenciárias foi necessário adotar diferentes níveis de renda pelo número de contribuições. O governo começou a fazer avanços ao final de 2010 com uma reforma para que o Estado voltasse novamente a controlar o sistema de pensões. Neste período havia 1,2 milhões de pessoas listadas nas Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) "Previsión", do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) da Espanha, e "Futuro", do grupo Zurich Financial Service Group da Suíça. Os dois controlavam o sistema de pensões desde 1996 e tinham acumulado cerca de 2.000 milhões de dólares em contribuições dos trabalhadores, dos quais uma parte foi depositada em bancos e outras foram investidos em títulos do governo.

2.5 A Reforma da Previdência e Direito Social

(9)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

9 desequilíbrio orçamentário da seguridade e do próprio Estado privilegia a criação de condições para a restauração das condições econômicas que oneram o trabalho e desoneram o capital ou que impedem a ampliação dos custos do sistema de seguridade pela taxação do capital, mediante mecanismos de transferência de renda, com um sentido distributivo. Reformas deste tipo são impopulares, não é à toa que a previdência chilena foi reformada durante uma ditadura. (SCHWARZER, 1997), diz que uma reforma do modelo chileno é caríssima e um meganegócio para o setor financeiro à custa do contribuinte.

A reforma da Previdência é o melhor mecanismo quando a contas públicas atingem déficit em um longo período de tempo, porem respeitando ao máximo os Direitos Sociais dos trabalhadores. Esse equilíbrio entre alterar Previdência e os Direitos Sociais é muito difícil para todos, pois um dos lados vai ter que ceder para realizar uma reforma.

3 – Metodologia

O artigo tem a função de mostrar e avaliar as mudanças que podem acontecer no Brasil em um futuro próximo. Mostrar de forma qualitativa as mudanças na previdência que aconteceram em outros países da América Latina e avaliar os dados que essas mudanças impactaram nesses países.

Utiliza-se o método qualitativo para mencionar as mudanças na previdência que aconteceram em outros países da América do Sul e são citadas observações de vários especialistas sobre o que essas mudanças impactaram nesses países. A ideia principal não é manter um alinhamento em favor dos apoiadores e nem dos opositores das reformas, mas sim descrever os processos ocorridos em alguns países como possíveis referências ao Brasil. Trazer para os leitores que algumas mudanças são bem-vindas, mas elas precisam ser estudadas e debatidas para que todos vejam esclarecidos sobre essa mudança.

Uma das dificuldades para a pesquisa foram as diversas mudanças de regimes previdenciários realizadas nos últimos 50 anos nos países citados no artigo. Por esse motivo, encontrar algo que explique toda essa mudança ou especificamente um período de tempo foi um pouco difícil.

A escolha do tema do Artigo Científico foi determinada pela possível mudança na nossa previdência social planejada pelo governo do então presidente Michael Temer. Durante a realização da pesquisa do artigo, decidiu-se aprofundar mais o tema e comparar essa mudança na previdência social com outras mudanças já realizadas nas previdências dos países vizinhos na América do Sul. Buscou-se mostrar de forma bem simplificada como foram realizadas essas mudanças e como foram recebidas pela população, governo, economia e investidores mundiais.

(10)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

10 reforma, mas sim descrever os processos ocorridos em alguns países como possíveis referências ao Brasil.

4 – Resultados e discussões

Equilibrar as contas públicas não é tarefa fácil para qualquer governo. Principalmente na América do Sul, onde nas ultimas décadas alguns países passaram por guerras civis, crises econômicas e catástrofes naturais. Além disso, O FMI destaca que a atividade econômica manterá um crescimento, porém em um ritmo mais lento que o previsto anteriormente.

A proposta de reforma elaborada pela equipe econômica do Presidente Jair Bolsonaro prevê diversas alterações dentre as quais se estabelecem: para todos os setores a idade mínima passa a ser 65 anos para homens e 62 para mulheres, a aposentadoria rural passa a ter idade mínima de 60 anos, com 20 anos de contribuição para homens e mulheres, o fim da aposentadoria exclusivamente por tempo de contribuição e para os professores passa a existir idade mínima de 60 para se aposentar e o tempo de contribuição sobe para 30 anos tanto para homens quanto para mulheres.

O chefe de economia e estratégia para a América Latina, Cláudio Irigoyen, do Bank of America, afirma que postergações na reforma da Previdência poderão resultar para o Brasil, consequências semelhantes à Argentina, onde o presidente Mauricio Macri conseguiu aprovar a reforma na segunda tentativa, em meio a uma madrugada de protestos em massa e forte violência, como não se via desde 2001.Cabe destacar que o país vizinho sofreu com uma forte desvalorização do peso, recorreu ao FMI e entrou em recessão.

É válido mencionar que caso a reforma seja aprovada no Brasil, o Bank of America prevê um crescimento de 3,5%. Porém, Irigoyen reitera que a instituição não enxerga o cenário brasileiro sem reformas, no entanto assegura que do ponto de vista da administração o governo de Bolsonaro está no caminho correto e a equipe responsável é muito qualificada.

Também se deve destacar que o estrategista-chefe para a América Latina da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, Axel Christensen, afirma que reformas como da Previdência são importantes, mas não garantem por si só a retomada do crescimento econômico brasileiro. “Se a agenda de reformas progredir, mas não for suficiente para dar conforto a investidores, sobretudo corporativos, pode haver um desapontamento com a falta de investimentos, e isso frearia o crescimento no Brasil”, disse ele. O relato foi publicado na coluna Painel.

(11)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

11 Esse estudo é uma projeção de 30 anos, porém, de acordo com as estimativas do gráfico, se nada for feito em curto prazo, o déficit da previdência chegará a um patamar jamais imaginado e bem difícil de ser resolvido.

5 – Conclusão

Da análise realizada no que diz respeito às características comuns aos países latino-americanos, a necessidade de implementar reformas impopulares foi inevitável, porém há controvérsias. Um artigo publicado pelo FMI, um dos maiores defensores das políticas neoliberais prescritas para países em desenvolvimento, sugere que tais políticas podem ter efeitos nocivos de longo prazo. Além disso, segundo a professora Maria Lúcia Fatorelli, o déficit apresentado pelo governo é falacioso pelo fato de não englobar as demais contribuições que compõe a seguridade social, mas apenas a contribuição paga ao INSS por empregados e empregadores.

Conforme relatos do jornal BBC, trinta e cinco anos após a reforma no Chile, o país, embora sendo um dos mais estáveis e prósperos, vive uma situação insustentável, por consequência dos baixos valores recebidos pelos aposentados. De acordo com o especialista Kaizô Beltrão, professor da Escola de Administração Pública e de Empresas da FGV Rio, várias vantagens teóricas do sistema chileno não se concretizaram.

(12)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

12 No entanto, o economista Alan Ghani, da USP, ressalta que a ideia das pessoas se aposentarem mais tarde é necessária para que a previdência de torne sustentável e garanta a continuidade do sistema para próximas gerações. Ele destaca que com a reforma as despesas do governo irão diminuir e assim os impostos serão reduzidos e o setor privado passará a produzir mais, trazendo impactos positivos inclusive para a arrecadação tributária.

O ministro Onyx Lorenzoni diz que o crescimento econômico do Chile, que atingiu 4,8% no primeiro semestre de 2018, o maior da região, se dá graças ao seu sistema de previdência social baseado na capitalização. O FMI estima que em 2022, o país será o primeiro da América Latina a alcançar um PIB per capita de US$ 30 mil (R$ 111 mil), patamar semelhante ao de nações europeias, como Portugal e Hungria.

Portanto, ficam expostas duas correntes antagônicas que se envolvem na questão em pauta, os apoiadores e os contrários à reforma. O atual governo brasileiro busca com urgência a aprovação e a implementação das novas regras, não obstante a opinião da população brasileira, em especial dos trabalhadores, não foi consultada pelos políticos. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria brasileira CVA Solutions, feita com 2500 entrevistados, mostra que 49% são a favor da reforma, 25% contra, 19% neutro e 7% não responderam. Em contrapartida a análise realizada pelo Datafolha indica que as mudanças propostas pelo presidente Jair Bolsonaro são rejeitadas por 51% dos brasileiros, sendo favoráveis 41%, 2% se dizem indiferentes e 7% não sabem.

Mas o que quase todos os cidadãos concordam, por unanimidade, que em nenhuma hipótese o trabalhador brasileiro fique privado do benefício, depois de dedicar uma considerável parcela de seus anos de vida à labuta. Um direito duramente conquistado não pode deixar de ser concedido devido à má-gestão ou divergências ideológicas. O envelhecimento da população é um fato comprovado e é por este fato que afirma a insustentabilidade da previdência, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, entidade ligada ao governo, mostra que no ano 2000 havia oito trabalhadores para cada um aposentado e até 2060 haverá apenas dois.

(13)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

13 6 – Referências

Amaro, Meiriane Nunes. Previdência Social na América do Sul : Consultoria Legislativa, 12 de setembro de 2000. Biblioteca Digital do Senado. Disponível em:

<http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/146>. Acesso em: 01 dez 2018.

Cardozo N. D. “As últimas reformas de previdência social na América Latina (2006-2010): Uma abordagem comparada”. 8º Encontro ABCP, Gramado, ago 2012. Disponível em:< https://cienciapolitica.org.br/system/files/documentos/eventos/2017/02/ultimas-reformas-previdencia-social-america-latina-2006-2010.pdf> Acesso em: 26 set 2017.

Como é se aposentar no Chile, o primeiro país a privatizar sua previdência. BBC

BRASIL em São Paulo. Paula Reverbel. Disponível em:

<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-39931826>. Acesso em 30 ago 2017.

De Gamboa, Ulisses Ruiz. A Reforma da Previdência Chilena: Efeitos Macroeconômicos e Lições para o Caso Brasileiro. Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.

El País. Banco Mundial pede pressa ao Brasil para aprovar a reforma da Previdência de

Bolsonaro. Por El País. Disponível em:

<<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/16/politica/1555435394_456546.html>>. Acesso em: 22 de abril de 2019.

Ghani, Alan. É contra a reforma da previdência? Então toma aqui uma aula grátis de economia. INFOMONEY,15 MAR, 2017 16H59 - ATUALIZADA EM 31 AGO, 2018 | 16H36. Disponível em: << https://www.infomoney.com.br/blogs/economia-e-

politica/economia-e-politica-direto-ao-ponto/post/6239118/e-contra-a-reforma-da-previdencia-entao-toma-aqui-uma-aula-gratis-de-economia->>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

G1. Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 75,8 anos em 2016, diz IBGE. Por G1 01/12/2017. Atualizado há um ano. Disponível em:<< https://g1.globo.com/bemestar/noticia/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-e-de-758-anos-diz-ibge.ghtml>>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

Loureiro, M. R. Democracia e Globalização: políticas de previdência social na Argentina, Brasil e Chile Lua nova, São Paulo 100:187-223, 2017. Disponível em:<

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452017000100187&lang=pt> Acesso em: 26 set 2017.

Kritzer, B. E. ; Kay, S. J. ; Sinha, T. Reformas previdenciárias na América latina: A nova geração de sistemas de contas individuais. Revista Tempo do Mundo, V.4, N.2, ago 2012.

(14)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

14 <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/6254/1/RTM_v4_n2_Previdenciarias.pdf> Acesso em: 26 set 2017.

Mesa-Lago, C. As reformas de previdência na América Latina e seus impactos nos princípios de seguridade social. Edição e Distribuição: Ministério da Previdência Social. 2007. V.23 Disponível em: < http://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/3_081014-111405-101.pdf> Acesso em: 26 set 2017.

Pernías, Rigolleto Tomás; Matos de Oliveira, Ana Luíza. Cinco medidas para resolver, de fato, o problema da Previdência. Carta Capital. Disponível em: <<

https://www.cartacapital.com.br/blogs/brasil-debate/5-medidas-mais-eficazes-para-a-saude-da-previdencia-do-que-a-reforma/>>. Acesso em: 21 abril 2019.

Silva, Ademir Alves da. A reforma da previdência social brasileira: entre o direito social e o mercado. São Paulo Perspec., Set 2004, vol.18, no.3, p.16-32. ISSN 0102-8839

Por que Reformar a Previdência? Livro Branco da Previdência Social. Presidência da República. Disponível em:< http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/presidencia/ex- presidentes/fernando-henrique-cardoso/publicacoes/por-que-reformar-a-previdencia-livro-branco-da-previdencia-social/view>. Acesso em: 27 set 2017.

Redação. Em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo. Jornal da USP. Disponível em: << https://jornal.usp.br/atualidades/em-2030-brasil-tera-a-quinta-populacao-mais-idosa-do-mundo/>>. Acesso em: 19 de abril de 2019.

Referências

Documentos relacionados

A previdência brasileira está composta por três regimes distintos: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e o Regime de

( ) Avaliação contínua e cumulativa e pontual do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre

Com efeito, concordaremos todos sobre o fato de que o erro de um engenheiro põe em risco a existência de muitos indivíduos, porque poderá ser causa da queda de uma ponte ou de

A Responsabilidade Corporativa de Jerónimo Martins é pautada pela contribuição para a melhoria da qualidade de vida das comunidades onde o Grupo desenvolve as suas

balhadores que prestem ou tenham prestado serviços em quaisquer dos Estados Partes, sendo-lhes reconhecidos, assim como a seus familiares e assemelhados, os mesmos direitos e

“Tendo tomado conhecimento da proposta de revisão do Estatuto da O.A, o qual foi remetido pelo Ministério da Justiça ao Conselho Superior do Ministério Público, em 24 de Abril

É autora de vários livros, nomeadamente sobre as temáticas do coaching, comunicação e comportamento, etiqueta e protocolo, entre os quais se inclui “A Tua Marca

Nesta conferência objetivamos apresentar um panorama da Educação Matemática em alguns países latino-americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e