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IDENTIFICANDO A FUNÇÃO E AS ATIVIDADES DOS ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 1.

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Academic year: 2021

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IDENTIFICANDO A FUNÇÃO E AS ATIVIDADES DOS ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autor(es): CEOLIN, Teila; CASARIN, Sidnéia Tessmer; HECK, Rita Maria; MOURA, Lucimar da Silva

Apresentador: Sidnéia Tessmer Casarin Orientador: Rita Maria Heck

Revisor 1: Valeria Cristina Christello Coimbra Revisor 2: Michele Mandagará de Oliveira

Instituição: Faculdade de Enfermagem e Obstetrica UFPEL

IDENTIFICANDO A FUNÇÃO E AS ATIVIDADES DOS ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

CEOLIN, Teila1; CASARIN, Sidnéia Tessmer2; HECK, Rita Maria3; MOURA, Lucimar da Silva4

1,2 Enfermeira. Pós-graduada na Residência Multiprofissional em Saúde da Família – UFPel/Ministério da Saúde/BID. Aluna do curso de Especialização em Projetos Assistenciais de Enfermagem email:

stcasarin@gmail.com ; 3 Enfermeira. Doutora em enfermagem pela Universidade Federal de Santa

Catarina. Prof. AdjuntoFEO-UFPel. Coord. Gerente da Residência Multiprofissional em Saúde da Família – UFPel/Ministério da Saúde/BID; 4 Enfermeira. Pós-graduada na Residência Multiprofissional

em Saúde da Família – UFPel/Ministério da Saúde/BID

1. INTRODUÇÃO

A estratégia de saúde da família (ESF) é um novo modelo de assistência à saúde que pretende reformular as práticas de saúde existes. A ESF incorpora e reafirma os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS) - universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade - e está estruturada a partir da Unidade Básica de Saúde da Família, que trabalha com base na integralidade, hierarquização, territorialização e cadastramento da clientela que é acompanhada por uma equipe multiprofissional.

O interesse pelo tema foi despertado durante a Residência Multiprofissional Saúde da Família, onde foi desempenhando as atividades propostas pelo Ministério da Saúde à enfermeira na ESF, inserida em uma equipe multiprofissional em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da Universidade Federal e Pelotas (UFPel) atuando juntamente com outros profissionais e acadêmicos de enfermagem, medicina e nutrição. O presente estudo teve como objetivo identificar as atividades

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desempenhadas pelos enfermeiros, o tempo dispensado a cada uma delas em seu processo de trabalho.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho caracteriza-se por ser um estudo quantitativo, qualitativo, exploratório e descritivo. Foi desenvolvido com enfermeiros que atuam na ESF em uma cidade de médio porte do extremo sul do estado do Rio Grande do Sul. O estudo desenvolveu-se com sete profissionais enfermeiros que estão atuando em equipes de ESF da zona rural e urbana, do município estudado. A escolha dos profissionais ocorreu aleatoriamente através do sorteio das unidades de saúde.

O estudo foi baseado nos preceitos da resolução 196/86, que estabelece normas e diretrizes para realização de pesquisas com seres humanos, A coleta de dados realizou-se no período de maio a julho de 2004.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com as referências consultadas, o enfermeiro deve dispor de 40 horas semanais e o tempo deve ser disposto da seguinte maneira: um turno para visitas domiciliares, dois turnos para atividades em grupos, um para reuniões da equipe e seis turnos para atividades individuais, podendo variar de acordo com as necessidades de cada equipe. As equipes devem destinar 60% do tempo para os atendimentos individuais e os outros 40% para atividades dos grupos, reuniões de equipe e visitas domiciliares.

Como atividades desempenhadas pelos enfermeiros, pode-se averiguar que este profissional desempenha atividades de assistência individual e coletiva como: administração de medicação; atendimento a pacientes diabéticos; atendimento a pacientes hipertensos, auxiliar em sutura, cadastro e entrega de preservativo, coleta de preventivo de colo uterino; coleta teste do pezinho; consultas de enfermagem; consulta de pré-natal; consultas na área de saúde da mulher; controle de sinais vitais; curativo; drenagem de abscesso; entrega de resultado do preventivo de colo uterino; exame de mamas; fornecimento de medicação; lavagem otológica; nebulização; orientação a paciente extra consultas; orientação a puérpera; orientação para uso de métodos contraceptivos; planejamento familiar; prevenção DST/AIDS; puericultura; resultado de mamografia; retirada de pontos; revisão ginecológica; revisão puerperal; vacinação; verificação de óbito; consulta acompanhamento da família; grupo de crianças acima de 15 meses; grupo de crônicos (hipertensos e diabéticos); grupo de gestantes; grupo de mulheres; grupo semanal de planejamento e ainda vacinação de estudantes na escola e visitas domiciliares.

Atividades relacionadas à saúde da mulher são as que os enfermeiros dispensam o maior tempo do seu trabalho, cerca de 20% do total. Dos profissionais entrevistados três não realizam consultas de pré-natal, um realiza pré-consulta e os outros três fazem, sendo que não possuem autonomia para solicitação dos exames, necessitando que o profissional médico assine, devido à ausência de protocolo de enfermagem neste município. Em relação à coleta de exame preventivo de colo uterino, dois profissionais não realizam, sendo que o problema de ausência de protocolo persiste nesta atividade e dispensam em torno de 20 minutos para cada coleta.

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A segunda atividade assistencial realizada pelos enfermeiros são as consultas de enfermagem (gerais), sendo as visitas domiciliares a terceira que demanda maior tempo.

Os enfermeiros (86%) estão destinando pelo menos um turno semanal para atividades coletivas, desenvolvendo os mais variados grupos nas áreas de saúde da mulher, criança e do adulto.

A visita domiciliária (VD) é um instrumento de intervenção fundamental da estratégia de Saúde da Família, utilizado pelos integrantes das equipes de saúde para conhecer as condições de vida e saúde das famílias sob sua responsabilidade. Todos os enfermeiros referiram realizar visitas domiciliares, para as quais utilizam em média 25 minutos, podendo variar de 10 a 45 minutos dependendo do profissional, da distância da UBS até a residência do paciente ou do problema. Todos agendam um turno por semana para esta atividade e quando se faz necessário a realizam em outros períodos.

A realização de reunião de equipe semanal (um turno) foi referida por todos os profissionais.

Foi observado que os enfermeiros realizam várias atividades burocráticas em seus turnos de trabalho, não sendo por eles relatada na maioria das vezes ou considerada a importância destas.

Quanto ao registro das atividades, todos afirmaram realizar, o que muitas vezes não são registradas são orientações prestadas aos pacientes ou aos auxiliares no corredor entre uma atividade e outra, como se observa nas transcrições:

Observou-se que os enfermeiros relataram dispensar pouco tempo (3%) quando se refere à organização da UBS, recebimento e solicitação de materiais e medicações.

Todos relatam realizar o preenchimento dos formulários da ESF mensalmente, sendo que não foi observado nem registrado pelos enfermeiros o tempo dispensado para a realização destes.

Além das atividades descritas acima os enfermeiros também realizam a supervisão dos ACS e dos auxiliares de enfermagem, orientado e capacitando como já comentado.

Atividades como acolhimento, avaliação de enfermagem, avaliação de acidente de trabalho e triagem, também foram observadas. Porém foi constatado que as avaliações são muitas vezes confundidas e / ou classificadas pelo profissional enfermeiro como consulta de enfermagem. A finalidade acolhimento é citada com freqüência nas atividades realizadas devido à limitação do número de consultas médicas, os pacientes são avaliados primeiramente pelo enfermeiro para que este veja a necessidade do encaminhamento para o médico da equipe, sendo estes acolhidos individualmente na maioria das vezes.

Em relação ao controle social no SUS, dos enfermeiros entrevistados apenas três referiram participar de reuniões do Conselho Local de Saúde e uma em reunião de associação de bairro, o que mostra que os integrantes da equipe estão timidamente inserindo-se nas atividades de controle social.

Quanto às atividades de Vigilância em saúde foi verificado que o enfermeiro realiza avaliação de reação adversa de vacina; notificação de agravos e diarréias; preenchimento da ficha de acidente de trabalho; mapa de sistema de vigilância alimentar e nutricional, sendo que a realização de notificação de agravos foi citada somente por uma enfermeira o que confirma o observado durante.

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Quanto às atividades de educação continuada pode-se constatar que elas atividades existem, mas a ação de planejar não é realizada por todos os profissionais, sendo utilizada muitas vezes a capacitação durante o turno em que ocorre a reunião de equipe. Todos relatam que as capacitações oferecidas não possuem uma regularidade, são insuficientes para realizarem uma atualização e qualificação.

4. CONCLUSÕES

O estudo contemplou todos os objetivos propostos mostrando que os enfermeiros estão administrando bem o seu tempo dentro das atividades propostas pela ESF. A não realização da consulta de pré-natal e do exame preventivo de colo uterino pode justificar-se tanto pela não qualificação dos profissionais, quanto pela ausência de protocolos assistenciais no município o que reflete a irregularidade da educação continuada deixando o profissional enfermeiro sem respaldo técnico para a execução destes, sendo que este fato não é uma particularidade do município do estudo. Porém, todos realizam visitas domiciliares, reuniões de equipe semanais e consultas de enfermagem apesar da ausência de autonomia para solicitação de exames e prescrição de medicamentos que estão asseguradas a estes profissionais pelos manuais do Ministério da Saúde, mas sem respaldo deste município.

Em relação ao controle social observou-se que o número de enfermeiros entrevistados que se envolvem diretamente ainda é baixo em relação a outros locais.

Os enfermeiros na maioria das vezes não citam as atividades burocráticas realizadas, sendo que estas demandam uma parcela significativa do seu tempo na UBS. Quanto às capacitações oferecidas a estes profissionais observou-se que estas não possuem uma regularidade, sendo insuficientes para uma atualização e qualificação destes.

5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Planejamento e Programação Local. Disponível em: <http://www.geocities.com/Area51/ Station /8089/psf/ reogarnização.htm>. Acessado em 12 abr 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Disponível em: <http://www.saude.gov.br>. Acessado em 22 ago 2004.

Campedelli M C. Processo de enfermagem na prática. São Paulo: Ática, 1989. Costa MBS, et al. Atuação do enfermeiro no programa saúde da família (PSF) no Estado da Paraíba [resumo]. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília (DF) 2000 dez; v. 53 (n. especial): 149-152.

Merhy, E.E. A perda da dimensão cuidadora na produção da saúde – uma discussão do modelo assistencial e da intervenção no seu modo de trabalhar a assistência. In:

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Reis, CCL., Hortale V.A. Programa Saúde da Família: supervisão ou "convisão"? Estudo de caso em município de médio porte [resumo]. Cad. Saúde Pública, 2004 mar-abr; vol.20, no.2, p.492-501.

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Sousa MF. A enfermagem reconstruindo sua prática: mais que uma conquista no PSF [resumo]. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília (DF) 2000 dez; v. 53 (n. especial): 25-30.

Thumé, E. Efetivando o SUS com a descentralização e o controle social. 2000. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis.

Referências

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