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uma avaliação após um século de
uma avaliação após um século de
“A Teoria da Classe Ociosa”
“A Teoria da Classe Ociosa”
Leonardo Monteiro Monasterio Leonardo Monteiro Monasterio
ano 3 - nº 42 - 2005 - 1679-0316 ano 3 - nº 42 - 2005 - 1679-0316
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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
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Jacinto Aloisio Schneider Jacinto Aloisio Schneider
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Cadernos os IHU IdéiasIHU Idéias
Ano 3 Ano 3 – Nº – Nº 42 – 42 – 20052005 ISSN: 1679-0316 ISSN: 1679-0316 Editor Editor
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VEBLEN E O COMPORTAMENTO HUMANO:
VEBLEN E O COMPORTAMENTO HUMANO:
UMA AVALIAÇÃO APÓS UM SÉCULO DE
UMA AVALIAÇÃO APÓS UM SÉCULO DE
“A TEORIA DA CLASSE OCIOSA”
“A TEORIA DA CLASSE OCIOSA”
Leonardo Monteiro Monasterio Leonardo Monteiro Monasterio
Introdução Introdução
Em
Em18189999,,fofoiipupublblicicadadaa A A TeoriaTeoriadada ClasseClasse OciosaOciosa (doravan-
(doravan-te abreviada por
te abreviada por ATCOATCO). O sucesso editorial foi imediato, e seu). O sucesso editorial foi imediato, e seu
autor, Thorstein Veblen, que, até então, não passava de um autor, Thorstein Veblen, que, até então, não passava de um pro-fessor excêntrico, obscuro e impopular da recém-fundada fessor excêntrico, obscuro e impopular da recém-fundada Uni-versidade de Chicago, tornou-se uma celebridade nos meios versidade de Chicago, tornou-se uma celebridade nos meios acadêmicos norte-americanos. A partir do pós-guerra, sua fama acadêmicos norte-americanos. A partir do pós-guerra, sua fama es
esmomorerececeu,u,totodadaviviaa oo vivigogorrinintetelelectctuauall ee aa atatuaualilidadadededadasusuaa mamaioiorr obra persistem.
obra persistem.
Em uma leitura desatenta, a
Em uma leitura desatenta, a ATCOATCO parece ser apenas umaparece ser apenas uma
sá
sátitiraraaoaoss cocoststumumesesdadass clclasassesess altaaltas.s.VeVeblblenenrirididicuculalaririzaza oo jojogogo,, a religião, a moda e até os animais domésticos das classes a religião, a moda e até os animais domésticos das classes a
abbaassttaaddaass ddee ssuuaa ééppococaa.. FFooii ppoorr mmeeioioddeessssaa oobbrraa qquuee ooss ccoonncceeii- -tos de ócio e consumo conspícuos disseminaram-se e tos de ócio e consumo conspícuos disseminaram-se e passa-ram a fazer parte do jargão das ciências sociais. Segundo ram a fazer parte do jargão das ciências sociais. Segundo Ve-blen, caso haja uma categoria de indivíduos que, blen, caso haja uma categoria de indivíduos que, deliberada-mente, possa abster-se do trabalho útil, a riqueza e o lazer não mente, possa abster-se do trabalho útil, a riqueza e o lazer não são desejados por si: o objetivo primeiro é a ostentação. A são desejados por si: o objetivo primeiro é a ostentação. A acu-mulação decorre, cada vez menos, da necessidade material e, mulação decorre, cada vez menos, da necessidade material e, cada vez mais, da busca de uma posição honorífica na cada vez mais, da busca de uma posição honorífica na socieda-d
de.e.OO óócciioo ccoonnspspííccuuoo éé ddeeffininiiddoo ccoomomooo ttememppoo ggaassttoo eemm aattivivididaa- -des que não visam à produção; é distinto, portanto, da des que não visam à produção; é distinto, portanto, da inativida-de. As
de. As classeclasses ociosas têm s ociosas têm suas atividadsuas atividades voltadas para as ta-es voltadas para as ta-re
refafassquque,e, dedemanemaneiriraa coconsnspípícucua,a, evevididenenciciamamququee seseuu prprataticicanantete não está envolvido num trabalho produtivo.
não está envolvido num trabalho produtivo. Ve
Veblblenen,, cocontntududo,o,nãnãoo seselilimimitataàà memeraradedescscririçãçãoo (n(nadadaa isisenen- -ta) do estilo de vida das classes ociosas. Ele percebe que esses ta) do estilo de vida das classes ociosas. Ele percebe que esses princípios estiveram presentes ao longo da hi
princípios estiveram presentes ao longo da história das socieda-stória das socieda-de
des,s, mumudadandndoo apapenenasasdede foforrmama.. ÉÉ neneccesessásárrioioelelababororarar uumamatteoeo- -ria que explique tais fenômenos.
ria que explique tais fenômenos.
Na visão do autor, no início da evolução humana, Na visão do autor, no início da evolução humana, forma-ram-se dois instintos: o predatório e o de trabalho eficaz. Ao ram-se dois instintos: o predatório e o de trabalho eficaz. Ao lon-go das etapas do desenvolvimento das sociedades, surgiram go das etapas do desenvolvimento das sociedades, surgiram
ins
instititutuiçiçõeõess (en(entetendndidaidass cocomomoháhábitbitososdedepepensnsameamentntoo domdominainan- n-te
tes)s)ququee titinhnhamamememsusuasasraraízízeses ttaiaiss ininststinintotos.s.AsAssisim,m,aa sosociciededadadee de sua época é caracterizada como sendo industrial-pecuniária. de sua época é caracterizada como sendo industrial-pecuniária. As instituições
As instituições industriais são industriais são aquelas orientadas para aquelas orientadas para a eficiên-a eficiên-cia da produção e para a melhoria do bem-estar material. Em cia da produção e para a melhoria do bem-estar material. Em oposição, as instituições pecuniárias são derivadas do instinto oposição, as instituições pecuniárias são derivadas do instinto predat
predatório e ório e estão constrestão construídas em uídas em torno das idéias da torno das idéias da “compa- “compa-ração odiosa” e da isenção do trabalho útil. As lógicas desses ração odiosa” e da isenção do trabalho útil. As lógicas desses dois tipos de instituição são notoriamente incompatíveis; boa dois tipos de instituição são notoriamente incompatíveis; boa pa
partrtee dadaobobrraa dedeVeVebblelenn éé dededidiccadadaa aoaoexexamamee dadattenensãsãoo exexisisteten- n-te entre os hábitos de pensamento industriais e os pecuniários. te entre os hábitos de pensamento industriais e os pecuniários. Apesar dos conceitos de ócio e de consumo conspícuo Apesar dos conceitos de ócio e de consumo conspícuo se-rem centrais na ATCO e os mais explorados pelos analistas da rem centrais na ATCO e os mais explorados pelos analistas da obra, esta não tem seu conteúdo exaurido em tal tema. Por sua obra, esta não tem seu conteúdo exaurido em tal tema. Por sua r
riqiquuezezaa ddee iiddééiaiass,, oo lliivrvro,o,ttaallccoomomo oo ccoonnjujunnttoo ddaa obobrraa ddee VVeebbllenen,, co
cobrbree umumaampmploloesesppecectrtroo dede asassusuntntosos.. NaNaveverrdadadede,, aa ATCO ATCO con-
con-tém, ao menos em caráter embrionário, quase todos os pontos tém, ao menos em caráter embrionário, quase todos os pontos do pensamento vebleniano e não existem grandes mudanças do pensamento vebleniano e não existem grandes mudanças teóricas entre os seus primeiros escritos e os derradeiros.
teóricas entre os seus primeiros escritos e os derradeiros.
O objetivo deste trabalho é realçar a teoria vebleniana da O objetivo deste trabalho é realçar a teoria vebleniana da conduta. A escolha do objeto justifica-se não só porque esse é conduta. A escolha do objeto justifica-se não só porque esse é um ponto pouco divulgado da obra de Veblen, como também um ponto pouco divulgado da obra de Veblen, como também por considerar-se que sua análise do comportamento humano por considerar-se que sua análise do comportamento humano consiste em uma das mais relevantes contribuições para a consiste em uma das mais relevantes contribuições para a Teo-ria Econômica. Mesmo a teoTeo-ria vebleniana, guardando uma ria Econômica. Mesmo a teoria vebleniana, guardando uma uni-cid
cidadade,e, coconfnforormemesusuststenentotouuAnAnderdersonson (1(193933)3),, dedeststacacararáá apapenaenass aquele ponto, omitindo, tanto quanto possível, referências aquele ponto, omitindo, tanto quanto possível, referências des-ne
neccesessásárriaiass aoaoresresttanantetedodoseseuu pepensnsamamenentto.o.NoNoququee sese rrefefereree àsàs fontes, o trabalho tem a
fontes, o trabalho tem a ATCOATCO como fio como fio conducondutor, mas, quandotor, mas, quando
houve pertinência, não se hesitou na utilização de outros livros houve pertinência, não se hesitou na utilização de outros livros do autor. As
do autor. As críticcríticas aoas ao homo economicushomo economicus neoclássico são fun-neoclássico são
fun-damentais para a compreensão da proposta vebleniana e damentais para a compreensão da proposta vebleniana e ocu-pam a seção seguinte. Já na terceira seção, apresenta-se o pam a seção seguinte. Já na terceira seção, apresenta-se o
homo
homo veblenianus,veblenianus, propriamente dito, discutindo-se como essapropriamente dito, discutindo-se como essa
concepção de agente se relaciona com a sua abordagem concepção de agente se relaciona com a sua abordagem her-menêuti
menêutica. Em ca. Em seguidaseguida, , confronconfronta-se a ta-se a abordaabordagem gem vebleniaveblenianana co
comm didiverversososs coconcnceiteitosos dedeirirraraciciononalalididadade.e. UmUmaa brbreveeve avaavalialiaçãçãoo das potencialidades da teoria da conduta de Veblen para a das potencialidades da teoria da conduta de Veblen para a teo-ria econômica contemporânea ocupa a seção conclusiva do ria econômica contemporânea ocupa a seção conclusiva do trabalho.
trabalho.
1 Críticas ao
1 Críticas ao homo economicushomo economicus
Quando Veblen não direcionava seus ataques à sociedade Quando Veblen não direcionava seus ataques à sociedade pecuniária, seu alvo era a teoria econômica tradicional. Em pecuniária, seu alvo era a teoria econômica tradicional. Em ter-mos gerais, ele considera que a visão neoclássica do ser mos gerais, ele considera que a visão neoclássica do ser
huma-2
no está baseada em princípios antropológicos e psicológicos já no está baseada em princípios antropológicos e psicológicos já ultrapassados (1919, p. 73)
ultrapassados (1919, p. 73)11. Suas objeções diretas ao. Suas objeções diretas ao homohomo
economicus
economicus neocláneoclássico podem ssico podem ser organizadaser organizadas s em quatro tó-em quatro
tó-picos, a saber: picos, a saber:
a)
a) RestriRestrições quanto à ções quanto à eficiêneficiência da cia da racionracionalidadalidade. Veblene. Veblen op
opõeõe-s-see àà cacararactctererizizaçaçãoão dodoinindidivívíduduoo cocomomo umummamaxiximimi- -za
zadodorr ququee fafazz cácálclcululosos hehedodoniniststasasininininteterrrrupuptos.tos.ElElee tatam- m-bé
bémm crcrititicicaa aa visãvisãoo dede qqueue ososinindidivívíduduosos sãsãoo pepersrspipiccazazeses (
(clearsighted clearsighted )) ee dodotatadodossdedegrangrandedecacapapacicidadadedeprprededititivivaa
(
(farsighted farsighted ) ) na na apaprereciciaçação ão anantetecicipapada da dodos s prprazazerereses
(1919, p.235). (1919, p.235).
b) Tal como os economistas austríacos, Veblen critica a b) Tal como os economistas austríacos, Veblen critica a postura passiva que o homem tem na concepção postura passiva que o homem tem na concepção neo-clássica. Na visão hedonista, a atividade humana é clássica. Na visão hedonista, a atividade humana é re-sultado da busca pela satisfação de desejos dados; o sultado da busca pela satisfação de desejos dados; o h
hoomememm nnããoo fafazz oo ggesesttoo iinniciciaiall,, aappeennaass ssee aajujussttaa ddee aaccoorr- -do com as forças que agem sobre ele. Já para Veblen, a do com as forças que agem sobre ele. Já para Veblen, a aç
açãoãoéé ccararacacteteríríststicicaa dodohohomememm ee dedeveveseserr trtratataadadacocomomo o fato substancial do processo (1919, p.74; p.156-7 e o fato substancial do processo (1919, p.74; p.156-7 e 1934, p.80-1).
1934, p.80-1).
c) Ele combate também a idéia de imutabilidade do c) Ele combate também a idéia de imutabilidade do ho-mem diante das pressões do ambiente. Na teoria mem diante das pressões do ambiente. Na teoria neo-clássica, o indivíduo não tem passado nem futuro; clássica, o indivíduo não tem passado nem futuro; por-tanto, se uma força cessa de pressioná-lo, ele volta tanto, se uma força cessa de pressioná-lo, ele volta exa-tamente ao ponto de equilíbrio inicial (1919, p.73-4). tamente ao ponto de equilíbrio inicial (1919, p.73-4). Tem-se, assim, um indivíduo sem história pessoal, sem Tem-se, assim, um indivíduo sem história pessoal, sem aprendizado.
aprendizado.
d) Coerente com a abordagem institucional, Veblen d) Coerente com a abordagem institucional, Veblen enten-de ser inaenten-dequado, para uma teoria da conduta de ser inadequado, para uma teoria da conduta huma-na,
na, conconsidesiderar rar apeapenas nas as as carcaractacteríerístisticas cas indindividividuaiuais,s, me
mesmsmo o quque e o o prpropopósósitito o seseja ja umuma a ananálálisise e esestátátiticaca.. Escreve o autor: “os fenômenos da vida humana Escreve o autor: “os fenômenos da vida humana ocor-rem apenas como fenômenos da vida de um grupo ou rem apenas como fenômenos da vida de um grupo ou comunidade”. [
comunidade”. [of human life occur only as a phenomenaof human life occur only as a phenomena of the life of a group or community
of the life of a group or community (1919, p. 242)].(1919, p. 242)].
Estas características do
Estas características do homo economicushomo economicus foram sintetiza-foram
sintetiza-das da seguinte forma pelo autor (1919, p.73): das da seguinte forma pelo autor (1919, p.73):
A
A concepçãconcepção o hedonisthedonista a do do homem homem afirma afirma que que este este é é umum calculador instantâneo de prazeres e sofrimentos, que calculador instantâneo de prazeres e sofrimentos, que os-cila como um glóbulo homogêneo de desejo de
cila como um glóbulo homogêneo de desejo de felicidadefelicidade sob
sob o io impulso mpulso de de estímuloestímulos qs que ue o o movem, movem, mas mas deixam-deixam-nono intacto.
intacto. Ele Ele é é um um isoladisolado o e e definitdefinitivoivo datumdatum humano, emhumano, em equilíbrio estável exceto pelas “bofetadas”
equilíbrio estável exceto pelas “bofetadas” (buffets)(buffets) dasdas
Cadernos IHU Idéias
Cadernos IHU Idéias 33
1 Curiosamente, segundo Aspromourgos (1986), Veblen foi quem primeiro 1 Curiosamente, segundo Aspromourgos (1986), Veblen foi quem primeiro
cu-nhou o termo “neoclássico” ao referir-se à obra de Alfred Marshall. nhou o termo “neoclássico” ao referir-se à obra de Alfred Marshall.
fo
forçrças as imimpapactctanantetes s quque e o o momovevem m em em umuma a didirereçãção o ouou outra.
outra.
[The hedonistic conception of man is that of a lightning [The hedonistic conception of man is that of a lightning cal-culator of pleasures and pains, who oscillates like a culator of pleasures and pains, who oscillates like a homo- geneous
geneous globule globule of of desire desire of of happiness happiness under under the the impulseimpulse of stimuli that shift him about the area but live him intact. He of stimuli that shift him about the area but live him intact. He is
is an an isolated isolated definitive definitive human human datum, datum, in in stable stable equilibriumequilibrium except for the buffets of the impinging forces that displace except for the buffets of the impinging forces that displace him
him in in one one direction direction or or another another (PS, p.73)](PS, p.73)]..
2 O homem vebleniano 2 O homem vebleniano
2.1 Razão suficiente e causa eficiente 2.1 Razão suficiente e causa eficiente
Para uma compreensão adequada da visão vebleniana Para uma compreensão adequada da visão vebleniana acerca da racionalidade e do comportamento humano, faz-se acerca da racionalidade e do comportamento humano, faz-se mister apresentar o que ele denomina “dois fundamentos mister apresentar o que ele denomina “dois fundamentos bási-cos do conhecimento teórico”: a razão suficiente (
cos do conhecimento teórico”: a razão suficiente ( sufficient sufficient rea- rea- son
son) e a causa eficiente () e a causa eficiente (efficient causeefficient cause).).
A raz
A razão ão sufisuficienciente te trata trata de de como como o fo futuro uturo deterdetermina mina o o cur- cur-so presente dos acontecimentos. Se forem omitidos os so presente dos acontecimentos. Se forem omitidos os fenô-menos místicos, a única forma possível para que tal relação se menos místicos, a única forma possível para que tal relação se efetive é mediante a presença de um agente inteligente que efetive é mediante a presença de um agente inteligente que an-tecipe as conseqüências de suas ações correntes (1919, p. tecipe as conseqüências de suas ações correntes (1919, p. 237). É nesse sentido que os eventos futuros guiam o 237). É nesse sentido que os eventos futuros guiam o compor-tamento presente.
tamento presente.
Veblen deixa claro que a ação individual dirige-se a certos Veblen deixa claro que a ação individual dirige-se a certos ob
objejetitivovos;s;ososhohomemensnssesempmprerebubuscscamamfafazezerr alalgogo.. DaíDaísusuaa afafirirmama- -ção que as ações econômicas são teleológicas, pois os agentes ção que as ações econômicas são teleológicas, pois os agentes sempre buscam a ação (1919, p. 75). Considerando que a sempre buscam a ação (1919, p. 75). Considerando que a Eco-nomia trata da conduta humana e
nomia trata da conduta humana e que enfoca agentes capazesque enfoca agentes capazes de refletirem, Veblen concluiu que qualquer teoria econômica, de refletirem, Veblen concluiu que qualquer teoria econômica, he
hedodoniniststaa ouounãnão,o,tetemm ququee atatenentatarr paparraa aa rrelelaçaçãoãodederrazazãoãosusufificici- -ente em certo grau (1919, p. 238). A economia neoclássica, por ente em certo grau (1919, p. 238). A economia neoclássica, por força de seus
força de seus postulpostulados, caracados, caracteriza-teriza-se por se por só ser só ser capaz de li-capaz de li-dar com as ações humanas enquanto restrita “em termos dar com as ações humanas enquanto restrita “em termos racio-na
naliliststasasee teteleolleológógicicososdedecácálclcululoo ee esescocolhlha”a”.. [([(…)…) in in rationalistic,rationalistic, teleological terms of calculation and choice
teleological terms of calculation and choice (1919, p. 239)]. Ain-(1919, p. 239)].
Ain-da na perspectiva do autor, a teoria econômica tem atentado da na perspectiva do autor, a teoria econômica tem atentado apenas para a razão suficiente, mas uma compreensão apenas para a razão suficiente, mas uma compreensão adequa-da adequa-da conduta humana deve incluir as relações de causa e da da conduta humana deve incluir as relações de causa e efei-to, isto é, de causa eficiente.
to, isto é, de causa eficiente. A r
A relelaçãação do de ce causausa ea efificiecientente, e, em om oposposiçãição à o à razrazão ão sufsuficiici- -ente, caracteriza-se por ser impessoal, objetiva e ente, caracteriza-se por ser impessoal, objetiva e determinísti-ca. Para Veblen, a ciência moderna põe essa relação como ca. Para Veblen, a ciência moderna põe essa relação como seu princípio fundamental, e as ciências humanas deveriam seu princípio fundamental, e as ciências humanas deveriam fazer o mesmo, aceitando as relações de razão suficiente fazer o mesmo, aceitando as relações de razão suficiente ape-na
nass dede foformrmaa susubsbsididiáiáriria,a,susubobordrdininadado-o-asas aoaoss arargugumementntososfofor-
r-4
mulados nos termos da causa eficiente (1919, p. 238). O mulados nos termos da causa eficiente (1919, p. 238). O con-ce
ceititoo dede cacaususaa efeficicieientntee esestátáassoassociciadadoo àsàsrerelalaçõçõesesdedecacaususaa ee efeito, em que não há espaço para a reflexão por parte do efeito, em que não há espaço para a reflexão por parte do agente. O comportamento habitual caracteriza-se, agente. O comportamento habitual caracteriza-se, exatamen-te, por não levar em conta os resultados das ações, sendo, te, por não levar em conta os resultados das ações, sendo, nesse sentido, não-teleológico. Daí a afirmação de Veblen nesse sentido, não-teleológico. Daí a afirmação de Veblen qu
quee asasrerelalaçõçõesesdedecacaususaa efeficicieientntee tatambmbémémpapartrticicipipamamdadacocon- n-duta humana sob a forma de hábitos e de exigências duta humana sob a forma de hábitos e de exigências conven-cionais (1919, p.239).
cionais (1919, p.239).
O autor ressalta que, entre a razão suficien
O autor ressalta que, entre a razão suficiente e a causa efi-te e a causa efi-ciente, não há transição, tampouco maneira de converter os ciente, não há transição, tampouco maneira de converter os re-sultados ou procedimentos de um método nos termos do outro. sultados ou procedimentos de um método nos termos do outro. Isso significa que não se pode reduzir a faceta habitual, Isso significa que não se pode reduzir a faceta habitual, institu-cional, do comportamento humano ao cálculo hedonista e cional, do comportamento humano ao cálculo hedonista e vi-ce-versa, posto que ambos repousam em princípios distintos ce-versa, posto que ambos repousam em princípios distintos (1919, p.237).
(1919, p.237).
Veblen afirma que estes hábitos de
Veblen afirma que estes hábitos de pensamenpensamento (ou to (ou insti- insti-tuições quando disseminados pela sociedade) guardam tuições quando disseminados pela sociedade) guardam rela-ção apenas com a causa eficiente. Isso se explica, pois, ção apenas com a causa eficiente. Isso se explica, pois, mes-mo que a reflexão do indivíduo esteja, em algum grau, mo que a reflexão do indivíduo esteja, em algum grau, envolvi-da nos hábitos de pensamento, ela se dá de forma habitual. A da nos hábitos de pensamento, ela se dá de forma habitual. A relação de razão suficiente é identificada com atividades relação de razão suficiente é identificada com atividades deli-beradamente racionais, em que o agente está envolvi
beradamente racionais, em que o agente está envolvido no cál-do no cál-culo hedonista.
culo hedonista.
Pelo exposto, depreende-se que, na abordagem Pelo exposto, depreende-se que, na abordagem veblenia-na, uma análise adequada do comportamento humano deve na, uma análise adequada do comportamento humano deve in-corporar estas duas formas de relação: razão suficiente e causa corporar estas duas formas de relação: razão suficiente e causa eficiente. Em sentido equivalente, isso significa afirmar que a eficiente. Em sentido equivalente, isso significa afirmar que a conduta humana é motivada por fatores racionais e habituais, conduta humana é motivada por fatores racionais e habituais, conjuntamente. Uma citação de Veblen corrobora essa idéia; conjuntamente. Uma citação de Veblen corrobora essa idéia; após afirmar que a economia neoclássica lida apenas com os após afirmar que a economia neoclássica lida apenas com os as
aspepectctososraraciciononaiais,s,elelee esescrcrevevee (1(191919,9,p.p.23239,9, grgrifoifo memeu;u;veverrtatam- m-b
bémém11991199,, pp.. 444411):):““MMaass éé aaoo mmesesmmoo tteempmpoo nnããoo mmeennososvveerrddaaddee que a conduta humana, econômica ou não, é sujeita a uma que a conduta humana, econômica ou não, é sujeita a uma se-qü
qüênênciciaa dedecacaususaa ee efefeieitto,o,atatraravévéss dedeelelememenenttososcocomomoaa hahabibittuaua- -ção e exigências convencionais.”
ção e exigências convencionais.”
Nessa concepção de homem, os elementos que o Nessa concepção de homem, os elementos que o com-põem (instintos, hábitos e racionalidade) estão interligados. põem (instintos, hábitos e racionalidade) estão interligados. Como se pode ver no trecho reproduzido abaixo, o autor reitera Como se pode ver no trecho reproduzido abaixo, o autor reitera que os indivíduos não são escravos perfeitamente obedientes que os indivíduos não são escravos perfeitamente obedientes de seus hábitos e instintos, posto que são capazes de refletir de seus hábitos e instintos, posto que são capazes de refletir acerca deles:
acerca deles:
Como outros animais, o homem é um agente que atua em Como outros animais, o homem é um agente que atua em resposta
resposta a a estímulos estímulos produzidos produzidos pelo pelo ambiente ambiente em em queque vive. Como outras espécies, ele é uma criatura de hábitos e vive. Como outras espécies, ele é uma criatura de hábitos e propensões.
propensões. Entretanto, Entretanto, em em grau grau mais mais elevado elevado que que as as ou- ou-tras espécies, o homem medita sobre
tras espécies, o homem medita sobre o conteúdo dos hábi-o conteúdo dos
hábi-Cadernos IHU Idéias
tos que o guiam, e avalia a tendência desses hábitos e tos que o guiam, e avalia a tendência desses hábitos e pro- pensões. Ele é notavelmente um
pensões. Ele é notavelmente um agente inteligente. Por ne-agente inteligente. Por ne-cessidade seletiva, ele é dotado com uma inclinação para cessidade seletiva, ele é dotado com uma inclinação para as
as ações ações intencionaisintencionais (1934, p. 80)(1934, p. 80)22
2.2 As instituições e a racionalidade 2.2 As instituições e a racionalidade
Na abordagem vebleniana, a influência das instituições Na abordagem vebleniana, a influência das instituições so-bre o
bre o comporcomportamenttamento individual ocorre por o individual ocorre por dois canais: impon-dois canais: impon-do normas sociais que restringem sua conduta e aginimpon-do sobre do normas sociais que restringem sua conduta e agindo sobre os
os dedesesejojoss dodoss agagenentetes.s.VeVeblblenen sustsustenentataququee asasininststitituiuiçõçõesestêtêmm um papel coercitivo na conduta dos indivíduos. O agente, ao um papel coercitivo na conduta dos indivíduos. O agente, ao buscar a aceitação do grupo social em que está inserido, tem buscar a aceitação do grupo social em que está inserido, tem seu comportamento restringido pelas normas em vigor.
seu comportamento restringido pelas normas em vigor. A
A existência existência de de instituições instituições que que são são externas externas ao ao indivíduo,indivíduo, no
no sesentntididoo dedeququee sãsãoo imimpopoststasas pepelalasosociciededadade,e,didifificucultltaa aa coconsns- -trução de uma teoria da conduta que leve em conta apenas os trução de uma teoria da conduta que leve em conta apenas os indivíduos isoladamente. Portanto, o reconhecimento da indivíduos isoladamente. Portanto, o reconhecimento da impor-tância dessas instituições no comportamento acha-se tância dessas instituições no comportamento acha-se intima-mente conectado com a crítica vebleniana (d), supracitada mente conectado com a crítica vebleniana (d), supracitada (1919, p.242-243).
(1919, p.242-243).
No âmbito da teoria neoclássica, a escala de preferência No âmbito da teoria neoclássica, a escala de preferência dos agentes é dada de forma exógena, não constituindo um dos agentes é dada de forma exógena, não constituindo um ob- jeto
jeto dede análiseanálise dada CiênciaCiência Econômica.Econômica. Soma-seSoma-se aa esseesse princípio,princípio, express
expresso no o no lemalema De De gustigustibus non bus non est disputanest disputandumdum, a hipótese, a hipótese
de imutabilidade das preferências (ao menos durante o período de imutabilidade das preferências (ao menos durante o período considerado). Veblen, por sua vez, afirma que, do ponto de v considerado). Veblen, por sua vez, afirma que, do ponto de vistaista individual, os desejos de cada agente são o resultado de suas individual, os desejos de cada agente são o resultado de suas carac
característterísticas inatas e icas inatas e da sua da sua experiêexperiência vital que ncia vital que se realizamse realizam dentro de uma malha institucional e de circunstâncias materiais dentro de uma malha institucional e de circunstâncias materiais (1
(191919,9,p.p.774)4).. VaValele aatetentntararpaparraa oo fafattoo dedeququee asasininststitituiuiççõeões,s,ququalal- -quer que seja o sentido adotado, não são neutras quanto à quer que seja o sentido adotado, não são neutras quanto à for-mação das preferências; elas influenciam a forfor-mação dos mação das preferências; elas influenciam a formação dos dese- jos
jos dos idos indivíduos.ndivíduos. Em
Emououtrtrosostetermrmosos,, popodede-s-see afafirirmamarr ququee asas ininststitituiuiçõçõeses esestata- -riam como que se internalizando, à medida que forjam as riam como que se internalizando, à medida que forjam as prefe-rências individuais. A relação entre as instituições e a rências individuais. A relação entre as instituições e a racionali-dade efetiva-se, desta maneira, não só mediante as restrições dade efetiva-se, desta maneira, não só mediante as restrições im
impopoststasaspepelalassnormnormasassosociciaiais,s,mamass tatambmbémémmemedidiananteteesessesememe- -canismo de internalização.
canismo de internalização.
6
6 Leonardo Monteiro MonasterioLeonardo Monteiro Monasterio
2
2 VeVeblblenenpopodedeseserrconsconsididereradadooumumprprececurursosorreeatatééadadepeptotodadararaciciononalalididadadeeprprococe- e-dimental (
dimental ( procedural procedural rationality rationality ), visto ), visto que os que os seguiseguidores desta última tambémdores desta última também
criticam os postulados da racionalidade instrumental e destacam a importância criticam os postulados da racionalidade instrumental e destacam a importância das instituições na conduta humana. A primeira indicação de semelhança entre das instituições na conduta humana. A primeira indicação de semelhança entre as abordagens de Veblen e de Herbert Simon foi
as abordagens de Veblen e de Herbert Simon foi feita por Kenneth Arrow, de for-feita por Kenneth Arrow, de for-ma passageira, em 1973. Neste artigo, Arrow atribui a Veblen a introdução das ma passageira, em 1973. Neste artigo, Arrow atribui a Veblen a introdução das qu
quesestõtõesessosobrbreeasaslimilimitataçõçõesescocompmpututacacioionanaisiseeoopapapepelldodosshábihábitotossnonoprprococesessoso decisório individual.
A
A hipótese hipótese de de endogeneidade endogeneidade das das preferências preferências aumentaaumenta ainda mais a pretensão da abordagem econômica proposta por ainda mais a pretensão da abordagem econômica proposta por Veblen. A intenção é abrir a caixa-preta das preferências Veblen. A intenção é abrir a caixa-preta das preferências neo-clássicas. Ou seja, os desejos dos indivíduos deixam de ser clássicas. Ou seja, os desejos dos indivíduos deixam de ser da-dos pois, ao contrário do que assume a teoria neoclássica, dos pois, ao contrário do que assume a teoria neoclássica, abre-se a possibilidade de entendimento da formação e abre-se a possibilidade de entendimento da formação e evolu-ção das preferências.
ção das preferências. A
A endogeneidade endogeneidade das das preferências preferências individuais individuais traz traz conse- conse-qüências, também, para a análise do funcionamento e evolução qüências, também, para a análise do funcionamento e evolução d
doo ssiiststeemama eeccoonnôômimiccoo ccomomoo uumm ttododoo.. ““AA ininvveennççããoo éé mmããee ddaa nnee- -cessidade”, escreveu Veblen (1914, p. 315). Esta inversão do cessidade”, escreveu Veblen (1914, p. 315). Esta inversão do di
ditotopopopupulalarr inindicadicaumumpopontntoo ququee fofoii exexplplororadadoo pepeloloss seseguguididororeses da tradição institucionalista, qual seja a possibilidade de da tradição institucionalista, qual seja a possibilidade de molda- molda-gem das preferências dos indivíduos pelo sistema econômico. gem das preferências dos indivíduos pelo sistema econômico. John Kenneth Galbraith (1982; para um resumo ver Galbraith, John Kenneth Galbraith (1982; para um resumo ver Galbraith, 1971) aprofundou essa idéia, denominando-a “efeito 1971) aprofundou essa idéia, denominando-a “efeito dependên-cia”, de que, na “sociedade afluente”, o próprio processo de cia”, de que, na “sociedade afluente”, o próprio processo de pr
prododuçuçãoão dedememercrcadadororiaiass foforjrjaa asasprprefefererênênciciasasdedecoconsnsumumoo pepelala emulação e pela propaganda. Dessa maneira, os desejos são emulação e pela propaganda. Dessa maneira, os desejos são dependentes da produção.
dependentes da produção.
Como se vê, ao asseverar a influência das instituições Como se vê, ao asseverar a influência das instituições so-bre os desejos e as normas sociais, Veblen distancia-se ainda bre os desejos e as normas sociais, Veblen distancia-se ainda ma
maisis dadaababorordadagegemm neneococlálássssicica.a. AlAlémémdede cocontntrarapopor-r-sese àà esestatabibi- -lidade das preferências e à sua exogeneidade, o autor critica a lidade das preferências e à sua exogeneidade, o autor critica a possibilidade de a teoria econômica tratar apenas do indivíduo, possibilidade de a teoria econômica tratar apenas do indivíduo, isolando-o da sociedade em que está inserido.
isolando-o da sociedade em que está inserido.
2.3 A metodologia interpretativa e a racionalidade 2.3 A metodologia interpretativa e a racionalidade
Nas seções anteriores, objetivou-se apresentar a visão de Nas seções anteriores, objetivou-se apresentar a visão de Veblen acerca da racionalidade, preservando, quando possível, Veblen acerca da racionalidade, preservando, quando possível, o jargão típico da teoria da escolha racional (preferências, o jargão típico da teoria da escolha racional (preferências, esco- esco-lhas, etc…). No entanto, para que seja compreendida a forma lhas, etc…). No entanto, para que seja compreendida a forma pe
pelala ququalal aa raciraciononalalididadadee esestátáininseseriridada nono pepensnsamamenentotoveveblbleneniaia- -no, uma terminologia distinta será mais conveniente neste no, uma terminologia distinta será mais conveniente neste mo-me
mentnto.o.EsEstataseseçãçãoo prpretetenendedemomoststrararr ququee aa nonoçãçãoo dederaraciciononalalidida- a-de na obra a-de Veblen está associada à sua teoria interpretativa de na obra de Veblen está associada à sua teoria interpretativa de forma inseparável.
de forma inseparável.
Uma boa parte da produção intelectual de Veblen pode ser Uma boa parte da produção intelectual de Veblen pode ser classificada, metodologicamente, como teoria interpretativa. De classificada, metodologicamente, como teoria interpretativa. De acordo com Little (1991, p. 68), esse tipo de
acordo com Little (1991, p. 68), esse tipo de abordagem valorizaabordagem valoriza a compreensão dos fenômenos sociais em relação à sua a compreensão dos fenômenos sociais em relação à sua expli-cação. A base desta distinção é a seguinte: a compreensão visa cação. A base desta distinção é a seguinte: a compreensão visa à reconstrução do significado de um evento ou prática em um à reconstrução do significado de um evento ou prática em um contexto social específico; a explicação, por sua vez, envolve a contexto social específico; a explicação, por sua vez, envolve a identificação das causas gerais de um evento. Este método é identificação das causas gerais de um evento. Este método é dito hermenêutico, pois trata os “fenômenos sociais como um dito hermenêutico, pois trata os “fenômenos sociais como um texto a ser decodificado através da reconstrução imaginativa do texto a ser decodificado através da reconstrução imaginativa do
Cadernos IHU Idéias
significado dos vários elementos da ação e dos eventos sociais” significado dos vários elementos da ação e dos eventos sociais” (
(LITTLELITTLE, 1991, p. 68)., 1991, p. 68).
De acordo com as teorias interpretativas, os indivíduos De acordo com as teorias interpretativas, os indivíduos agem com base na compreensão que possuem de si e do agem com base na compreensão que possuem de si e do mun-do. Isso inclui, ainda segundo Little (1991, p. 69), um conjunto do. Isso inclui, ainda segundo Little (1991, p. 69), um conjunto de valores e objetivos que caracterizam seus desejos, as de valores e objetivos que caracterizam seus desejos, as nor-mas de comportamento, uma concepção de suas capacidades mas de comportamento, uma concepção de suas capacidades e das ações individuais. Assim, afirmam as teorias e das ações individuais. Assim, afirmam as teorias interpretati- interpretati-vas: “Toda ação humana é mediada por uma visão de mundo vas: “Toda ação humana é mediada por uma visão de mundo social subjetiva” (
social subjetiva” (LITTLELITTLE, 1991, p. 85)., 1991, p. 85).
Já no seminal ensaio
Já no seminal ensaio The Economics of Women’s DressThe Economics of Women’s Dress
(1934, p. 65-77), Veblen adota a prática hermenêutica de (1934, p. 65-77), Veblen adota a prática hermenêutica de anali-sar “comportamentos cotidianos como se estivesse elaborando sar “comportamentos cotidianos como se estivesse elaborando um
umrerelalatótóririoo etetnonogrgráfáficicoo dodo cocompmporortatamementntoo dede umumaa trtribiboo esestrtranan- -geira” (
geira” (MIROWSKIMIROWSKI, 1987). É em, 1987). É em ATCOATCO, todavia, que o “antropólo-, todavia, que o
“antropólo-go Veblen” analisa a sociedade pecuniária, buscando go Veblen” analisa a sociedade pecuniária, buscando compre-ender a origem e o significado de seus símbolos de
ender a origem e o significado de seus símbolos de statusstatus. Nes-.
Nes-sa obra, a abordagem hermenêutica está mais pronunciada, e sa obra, a abordagem hermenêutica está mais pronunciada, e um
umaa dadass susuasasprpropopososiçiçõeõess ccenentrtraaisiséé dedeququee ososprinprincícípipiososdadasoso- -ciedade pecuniária alteram o significado e o conteúdo das ciedade pecuniária alteram o significado e o conteúdo das ativi-dades humanas. Além
dades humanas. Além disso, conforme aponta Mirowski (1987,disso, conforme aponta Mirowski (1987, p. 1025), o fenômeno do consumo conspícuo indica que devem p. 1025), o fenômeno do consumo conspícuo indica que devem ser consideradas as questões interpretativas e intencionais dos ser consideradas as questões interpretativas e intencionais dos agentes, que vão além do pressuposto de auto-interesse. Para agentes, que vão além do pressuposto de auto-interesse. Para Veblen, o consumo é uma atividade carregada de significado, Veblen, o consumo é uma atividade carregada de significado, qu
quee ppododee seserr cocompmprreeeendndididaa aoaosese atatenenttararpapararaasasininststitituiuiççõeõess vivi- -gentes em cada sociedade específica.
gentes em cada sociedade específica.
O fato é que a abordagem interpretativa que Veblen utiliza O fato é que a abordagem interpretativa que Veblen utiliza em suas obras está embasada, ou mesmo decorre, de uma em suas obras está embasada, ou mesmo decorre, de uma vi-são da cultura como sistema hermenêutico, na forma apontada são da cultura como sistema hermenêutico, na forma apontada por Jennings e Waller (1994, p.108-110). Nesses sistemas, por Jennings e Waller (1994, p.108-110). Nesses sistemas, “ine-xistem termos desconexos, exógenos ou supra-sistêmicos, e xistem termos desconexos, exógenos ou supra-sistêmicos, e to-dos os termos no processo cultural tomam seu significado e dos os termos no processo cultural tomam seu significado e ím-peto original do próprio processo”(1994, p.109).
peto original do próprio processo”(1994, p.109).
Na visão de Veblen, as instituições econômicas não Na visão de Veblen, as instituições econômicas não consti-tuem uma esfera distinta das atividades humanas, mas são tuem uma esfera distinta das atividades humanas, mas são ape-nas uma
nas uma das partes do das partes do tecido institutecido institucionalcional. Ele . Ele deixa claro que,deixa claro que, também para o indivíduo, “(…) o
também para o indivíduo, “(…) o intereinteresse econômico não estásse econômico não está isolado, nem é distinto de todos os demais interesses” (
isolado, nem é distinto de todos os demais interesses” ( ATCO ATCO,,
p.114). Em suma, a economia só pode ser compreendida com p.114). Em suma, a economia só pode ser compreendida com uma atenção ao todo cultural, visto que lhe é indissociável. Na uma atenção ao todo cultural, visto que lhe é indissociável. Na medida em que a teoria da conduta de Veblen adota uma medida em que a teoria da conduta de Veblen adota uma abor-dagem da racionalidade que inclui a atenção às instituições, a dagem da racionalidade que inclui a atenção às instituições, a ab
aborordadagegemm hehermrmenenêuêutiticacapapassssaa aa serserumumaa dedecocorrrrênêncicia,a,jájáququee éé necessário compreender a visão de mundo dos agentes necessário compreender a visão de mundo dos agentes en-quanto esses exercem sua capacidade deliberativa.
quanto esses exercem sua capacidade deliberativa.
8
Vale transcrever um trecho de Jennings e Waller (1994, Vale transcrever um trecho de Jennings e Waller (1994, p.109-10) no qual se sintetizam as idéias supracitadas, ao me p.109-10) no qual se sintetizam as idéias supracitadas, ao mes- s-mo tempo que se corrobora a postura adotada neste trabalho mo tempo que se corrobora a postura adotada neste trabalho quanto ao papel da racionalidade e dos hábitos na teoria da quanto ao papel da racionalidade e dos hábitos na teoria da conduta:
conduta:
Ve
Veblblenencocompmprereendeendeuu (o(oss sesereress huhumamanonos)s)cocomomoprprododututososee produtores
produtores de de cultura, cultura, simultaneamesimultaneamente; nte; seu seu comporta- comporta- mento
mento é é não não só só habitual, habitual, mas mas também também intencional. intencional. Apesar Apesar de baseadas em um complexo de hábitos e circunstâncias de baseadas em um complexo de hábitos e circunstâncias que lhes dão significado, as ações são também dirigidas que lhes dão significado, as ações são também dirigidas para
para a a mudança de mudança de alguma espécie.alguma espécie.
Em síntese, Veblen busca compreender o significado das Em síntese, Veblen busca compreender o significado das atividades e instituições econômicas sem perder de vista o atividades e instituições econômicas sem perder de vista o t
tododoo ccuullttuurraall eemm qqueueeellaass seseiinsnsererememee ememqquuee ososaaggeentnteseseexexerr- -citam sua racionalidade. Assim, percebe-se como a citam sua racionalidade. Assim, percebe-se como a racionali-dade dos agentes, a metodologia interpretativa e a visão da dade dos agentes, a metodologia interpretativa e a visão da cultura enquanto sistema hermenêutico estão amalgamados cultura enquanto sistema hermenêutico estão amalgamados em sua obra.
em sua obra.
3 Veblen e a irracionalidade 3 Veblen e a irracionalidade
A
A abordagem abordagem vebleniana vebleniana da da conduta conduta mostra mostra sua sua força força dede forma mais evidente em alguns comportamentos que a teoria forma mais evidente em alguns comportamentos que a teoria econômica tradicional é incapaz de explicar. Por exemplo, o econômica tradicional é incapaz de explicar. Por exemplo, o apego ao dinheiro pelo dinheiro, considerado mesmo por apego ao dinheiro pelo dinheiro, considerado mesmo por Key-nes uma “morbidade um pouco fastidiosa, uma dessas nes uma “morbidade um pouco fastidiosa, uma dessas tendên-cias semicriminosas, semipatológicas que se costumam confiar cias semicriminosas, semipatológicas que se costumam confiar com arrepios a especialistas em doenças mentais” (1930, p. com arrepios a especialistas em doenças mentais” (1930, p. 1
15577)),, éé eenntteennddiiddoo ccomomoo uumamaddaass foforrmmaass ppeellaa qquuaall oo iinnssttininttoo pprree- -datório se realiza na sociedade pecuniária. Veblen percebe que, datório se realiza na sociedade pecuniária. Veblen percebe que, para os adeptos da utilidade marginal, a compreensão das para os adeptos da utilidade marginal, a compreensão das insti-tuições pecuniárias torna-se um problema, na medida em que tuições pecuniárias torna-se um problema, na medida em que seus pressupostos não comportam o questionamento da seus pressupostos não comportam o questionamento da ori-gem e dos efeitos na vida econômica de tais hábitos de gem e dos efeitos na vida econômica de tais hábitos de pensa-mento. Os comportamentos que não podem ser reduzidos aos mento. Os comportamentos que não podem ser reduzidos aos “termos diretos e inequívocos do cálculo hedonista racional” “termos diretos e inequívocos do cálculo hedonista racional” são tratados como “aberrações devido a enganos ou lapsos de são tratados como “aberrações devido a enganos ou lapsos de me
memómóririaa poporr ppararttee dodoss hohomemensnsdedenenegógóccioio,, ououaa alalgugumm frfracacasassoso lógico, ou de discernimento” (1919, p. 249-50).
lógico, ou de discernimento” (1919, p. 249-50).
Deve-se saber de antemão que Veblen, mesmo não Deve-se saber de antemão que Veblen, mesmo não ten-do se manifestaten-do explicitamente, não é um irracionalista no do se manifestado explicitamente, não é um irracionalista no sentido filosófico do termo, isto é, ao longo de seus escritos, sentido filosófico do termo, isto é, ao longo de seus escritos, ele parece crer na razão como autoridade epistemológica ele parece crer na razão como autoridade epistemológica su-prema. Tratar-se-á aqui do irracionalismo psicológico, sem prema. Tratar-se-á aqui do irracionalismo psicológico, sem que se faça maiores referências ao irracionalismo filosófico, a que se faça maiores referências ao irracionalismo filosófico, a
Cadernos IHU Idéias
despeito do reconhecimento da existência de conexões entre despeito do reconhecimento da existência de conexões entre ambas as idéias
ambas as idéias33..
O irracionalismo psicológico, segundo uma abordagem O irracionalismo psicológico, segundo uma abordagem fr
freueudidianana,a,susuststenentataququee “é“épapatetentntee aa exexisistêtêncnciaiadodoirirraraciciononalaldeden- n-t
trroo ddoo ppssíqíquuicicoo”” ee qquuee,, “s“soobb uumamafifinnaa ccaammaaddaa ddee jjuuízízooss ee rraacciiococí- í-nios, flui um
nios, flui um mundo de instintos, afetos e mundo de instintos, afetos e imagens incoereimagens incoerentes”ntes” (
(VILLARVILLAR, 1987, p.643). Ainda nesta visão, a , 1987, p.643). Ainda nesta visão, a conduta humana dei-conduta humana
dei-xa de ser vista como um “encadeamento governado pela xa de ser vista como um “encadeamento governado pela racio-nalidade”, já que as idéias não conscientes em conflito (em nalidade”, já que as idéias não conscientes em conflito (em ter-mos emocionais) dominam a esfera consciente (
mos emocionais) dominam a esfera consciente (SEMINÉRIOSEMINÉRIO,,
1987, p. 584). 1987, p. 584).
Diversos autores apontaram paralelos entre as idéias de Diversos autores apontaram paralelos entre as idéias de Freud e as de Veblen
Freud e as de Veblen44. Schneider (1948) elaborou um extenso. Schneider (1948) elaborou um extenso
estudo no qual são comparadas as obras do
estudo no qual são comparadas as obras do autor daautor daInterpreta- Interpreta-ção dos Sonhos
ção dos Sonhos e a teoria social de Veblen em termos de Psico-e a teoria social de Veblen em termos de
Psico-logia Social. Rosemberg (1956, p. 77) apenas apresenta logia Social. Rosemberg (1956, p. 77) apenas apresenta algu-mas similaridades. Zajdsznajder (1980) afirma que Veblen foi mas similaridades. Zajdsznajder (1980) afirma que Veblen foi apontado como precursor de Freud, mas, como ele próprio apontado como precursor de Freud, mas, como ele próprio sus-tenta, esse fato “pode ter significação para a psicanálise, mas tenta, esse fato “pode ter significação para a psicanálise, mas ne
nenhnhumumaa papararaaa ececononomomiaia”” (1(198980,0,p.p.9494))55.Deacordocomaaná-
.Deacordocomaaná-lise de Dyer (1984, p. 557), ambos os autores têm interesse lise de Dyer (1984, p. 557), ambos os autores têm interesse pe-los paradoxos do comportamento humano. Freud tê-pe-los-ia los paradoxos do comportamento humano. Freud tê-los-ia bus-ca
cadodononoâmbâmbititoo dadapspsicicoloologigiaa indindiviividudualal,, enqenquauantntoo VeVeblblenen ididenentiti- -ficou-os na esfera social. O livro de John Gambs (1959) ficou-os na esfera social. O livro de John Gambs (1959) aproxi-ma esta discussão da esfera econômica e constitui o ponto de ma esta discussão da esfera econômica e constitui o ponto de partida para a análise que se segue.
partida para a análise que se segue.
Gambs (1959, p. 132) sustenta que “Veblen…criou um Gambs (1959, p. 132) sustenta que “Veblen…criou um mem econômico com um comportamento sutil e tortuoso – mem econômico com um comportamento sutil e tortuoso – ho-mem este que rivaliza com as criações de Freud, Jung e Adler”. mem este que rivaliza com as criações de Freud, Jung e Adler”. Mais adiante, ele afirma que, para os economistas dissidentes, Mais adiante, ele afirma que, para os economistas dissidentes, (dentre os quais Veblen seria o melhor exemplo), a “parte (dentre os quais Veblen seria o melhor exemplo), a “parte racio-nal do homem é como a parte pequena e invisível de um
nal do homem é como a parte pequena e invisível de um ice- ice- berg
berg, enquanto a parte irracional é como a base submersa do, enquanto a parte irracional é como a base submersa do iceberg
iceberg, isto é, muitas vezes maior”. A comparação com os pre-, isto é, muitas vezes maior”. A comparação com os
pre-cursores da teoria da psicanalítica beira o exagero, posto que cursores da teoria da psicanalítica beira o exagero, posto que Veblen, ao contrário dos autores citados, não criou uma obra Veblen, ao contrário dos autores citados, não criou uma obra in-teiramente dedicada à compreensão da psique. No entanto, o teiramente dedicada à compreensão da psique. No entanto, o restante dos trechos citados são válidos, basta que se veja a restante dos trechos citados são válidos, basta que se veja a concep
concepção de homem ção de homem em Veblen mais de em Veblen mais de perto.perto.
10
10 Leonardo Monteiro MonasterioLeonardo Monteiro Monasterio
3 Ver Hodgson, 1988, p. 301 e Villar, 1987. 3 Ver Hodgson, 1988, p. 301 e Villar, 1987. 4
4 SóSófofoiienencocontntraradadaumumaarerefeferêrêncnciaiaaaFrFreueuddnanaobobraradedeVeVeblblenen.. TrTratatanandododadafoformrma- a-ção das fronteiras nacionais e dos aspectos metafísicos da
ção das fronteiras nacionais e dos aspectos metafísicos da noção de soberania,noção de soberania, este escreve: “Os
este escreve: “Os freudianos presumivelmente considerariafreudianos presumivelmente considerariam esta (a m esta (a soberania)soberania) um complexo de inferioridade em favor do clero” (1923, p.26).
um complexo de inferioridade em favor do clero” (1923, p.26). 5
5 Este artigo tem ainda a originalidadEste artigo tem ainda a originalidade de apontar as semelhanças entre Veblen ee de apontar as semelhanças entre Veblen e Ni
Nietetszszchche,e,eecoconcncluluiiquque:e:”T”Talalvevezznãnãoofossefosseexexcecessssivivoodidizezerrququee A ATeoriaTeoriadadaClas- Clas- se
seOciosaOciosacoconsnstititutuiiumaumaelelababororaçaçãoãodada“G“GeneneaealologigiaadadaMoMoraral”l”nonoteterrrrenenooececononô-
ô-mico.” (
O homem vebleniano tem um grau de complexidade bem O homem vebleniano tem um grau de complexidade bem maior que o seu correspondente neoclássico. Ao invés de uma maior que o seu correspondente neoclássico. Ao invés de uma escala de preferências, ele possui, ou melhor, é possuído por escala de preferências, ele possui, ou melhor, é possuído por propensões instintivas contraditórias; os objetivos sugeridos propensões instintivas contraditórias; os objetivos sugeridos pelo instinto predatório e de trabalho eficaz estão em patente pelo instinto predatório e de trabalho eficaz estão em patente conflito. Esta incompatibilidade dos desejos aponta para a conflito. Esta incompatibilidade dos desejos aponta para a exis-tê
têncnciaiadedeumumaa irirraraciciononalalididadadee estrestrututururalalnosnosinindivdivíduíduos,os,sesegugundndoo Schneider (1948, p. 112). Para Veblen, tal como na visão de Schneider (1948, p. 112). Para Veblen, tal como na visão de Freud, estes conflitos internos não se mostram para a Freud, estes conflitos internos não se mostram para a consciên-cia dos indivíduos, e as ações seriam um fenômeno superficonsciên-cial cia dos indivíduos, e as ações seriam um fenômeno superficial influenciado por esses processos ocultos. Tais atos têm de ser influenciado por esses processos ocultos. Tais atos têm de ser mediados por algum esquema teórico para que adquiram mediados por algum esquema teórico para que adquiram signi-ficado; por si só, eles pouco informam acerca dos objetivos ficado; por si só, eles pouco informam acerca dos objetivos últi-mos dos
mos dos agenteagentes.s. Assim,
Assim, para para compreender compreender a a conduta conduta humana humana urge urge umauma abordagem que, além de interpretativa, penetre na mente, abordagem que, além de interpretativa, penetre na mente, bus-cando suas motivações mais profundas, inconscientes. cando suas motivações mais profundas, inconscientes. Obvia-mente, a forma para se alcançar esta meta é distinta para Freud mente, a forma para se alcançar esta meta é distinta para Freud e Veblen. Enquanto a teoria freudiana vale-se das técnicas e Veblen. Enquanto a teoria freudiana vale-se das técnicas psi-ca
cananalílítiticacass papararaexexplplororararoo ininconsconscicienentetepoporr memeioiodedeseseususprprododu- u-tos irracionais (sonhos, au-tos falhos, fantasias, sintomas tos irracionais (sonhos, atos falhos, fantasias, sintomas neuróti-cos, etc…), Veblen se utiliza basicamente da antropologia para cos, etc…), Veblen se utiliza basicamente da antropologia para trazer à tona a parte submersa do
trazer à tona a parte submersa do icebergiceberg..
Além da
Além da irracionalidade decorrente irracionalidade decorrente diretamente dos diretamente dos instin- instin-tos, também as instituições, por sua defasagem insuperável, ou tos, também as instituições, por sua defasagem insuperável, ou por decorrerem de instintos contraditórios, contribuem para por decorrerem de instintos contraditórios, contribuem para tor-nar mais complexo o homem vebleniano
nar mais complexo o homem vebleniano66. Objetivos sugeridos. Objetivos sugeridos
pe
pelalass mamalhlhasasininststititucucioionanaisis popodedemm seserr inincocompmpatatívíveieiss cocomm asasexexi- i-gências materiais corrente
gências materiais correntes, s, e/ou serem e/ou serem contracontraditórioditórios s entre si,entre si, criando, assim, uma tensão inconsciente no indivíduo.
criando, assim, uma tensão inconsciente no indivíduo.
Poder-se-ia dizer que a irracionalidade psicológica Poder-se-ia dizer que a irracionalidade psicológica indivi-dual mostra-se também na esfera social. A sociedade dual mostra-se também na esfera social. A sociedade industrial-pecuniária possui dois objetivos por vezes conflitantes: fazer pecuniária possui dois objetivos por vezes conflitantes: fazer di-nheiro e produzir bens. A “sabotagem” efetuada pelos homens nheiro e produzir bens. A “sabotagem” efetuada pelos homens de negócios, que Veblen denunciou, reflete o conflito entre as de negócios, que Veblen denunciou, reflete o conflito entre as instituições pecuniárias e industriais. O resultado é um sistema instituições pecuniárias e industriais. O resultado é um sistema irracional, no sentido de pouco eficiente. Na interpretação de irracional, no sentido de pouco eficiente. Na interpretação de Gambs (1959, p.155), para Veblen a principal dificuldade em se Gambs (1959, p.155), para Veblen a principal dificuldade em se su
supeperararr esestataininefeficiciêiêncnciaiasisiststêmêmicicaa ““ paparerececereresisididirr nonoprprópópririoo hoho- -mem … quer por causa dos seus próprios instintos, quer devido mem … quer por causa dos seus próprios instintos, quer devido à civilização à qual ele pertence e se adapta, quer, ainda, a uma à civilização à qual ele pertence e se adapta, quer, ainda, a uma mistura repugnante das duas coisas”.
mistura repugnante das duas coisas”.
Por fim, vale explicitar dois pontos referentes às Por fim, vale explicitar dois pontos referentes às ques-tões-ch
tões-chave ave desta seção. Primeiro, desta seção. Primeiro, o o irracirracionalismionalismo o psicolópsicológico,gico, que se atribui à obra de Veblen, não resulta na incapacidade de que se atribui à obra de Veblen, não resulta na incapacidade de
Cadernos IHU Idéias
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6 Essa questão é desenvolvida em Monasterio (1988, cap. 6). 6 Essa questão é desenvolvida em Monasterio (1988, cap. 6).
compreensão da conduta individual. Muito pelo contrário, o que compreensão da conduta individual. Muito pelo contrário, o que ele sugere é a possibilidade de entendimento das atividades ele sugere é a possibilidade de entendimento das atividades humanas a fundo, sem que se limite o escopo de análise às humanas a fundo, sem que se limite o escopo de análise às pr
prefefererênênciciasas.. E,E, ememsesegugundndoo lulugagar,r,ququalalququerer teteororiaiaququee asasseseveve- -re a existência de motivações inconscientes, e/ou que afirme o re a existência de motivações inconscientes, e/ou que afirme o papel motivacional das normas, não nega, necessariamente, a papel motivacional das normas, não nega, necessariamente, a capacidade deliberativa dos agentes. Com efeito, a ênfase na capacidade deliberativa dos agentes. Com efeito, a ênfase na racionalidade talvez distinga Veblen das abordagens que racionalidade talvez distinga Veblen das abordagens que afir-mam que
mam que somos inteiramentsomos inteiramente escravos de e escravos de obscurobscuros mecanis-os mecanis-mos inconscientes.
mos inconscientes.
Conclusão Conclusão
Os serviços
Os serviços prestprestados peloados pelo homo economicushomo economicus não devemnão devem
ser desconsiderados. Tanto do ponto de vista teórico quanto ser desconsiderados. Tanto do ponto de vista teórico quanto moral, o desenvolvimento desse conceito foi revolucionário e é moral, o desenvolvimento desse conceito foi revolucionário e é indissociável da história da idéias. Mais recentemente, contudo, indissociável da história da idéias. Mais recentemente, contudo, o axioma da racionalidade instrumental parece ter entrado em o axioma da racionalidade instrumental parece ter entrado em rendimentos decrescentes e, mesmo no
rendimentos decrescentes e, mesmo no mainstream,mainstream, perce-
perce-be-se certa insatisfação com o
be-se certa insatisfação com o homo economicushomo economicus. Aqueles mais. Aqueles mais
insistentes que, à moda de Gary Becker, tentam aplicá-lo a toda insistentes que, à moda de Gary Becker, tentam aplicá-lo a toda esfera do comportamento, não conseguem chegar a resultados esfera do comportamento, não conseguem chegar a resultados interessantes sem a intromissão de desconfortáveis hipóteses interessantes sem a intromissão de desconfortáveis hipóteses
ad hoc
ad hoc. Por outro lado, muitos adeptos. Por outro lado, muitos adeptos da New Institutional Eco-da New Institutional Eco- nomics
nomics, como Douglass North (1990), convenceram-se da insu-, como Douglass North (1990), convenceram-se da
insu-ficiência da abordagem neoclássica da ação humana e buscam ficiência da abordagem neoclássica da ação humana e buscam alternativas.
alternativas. As
As formulações formulações dos dos conceitos conceitos de de racionalidade racionalidade restrita restrita ee pr
prococededimeimentntalalforamforampapassssososintintereressessanantetessququee prpropopiciciaiararamm umumaa melhor compreensão de toda uma gama de fenômenos melhor compreensão de toda uma gama de fenômenos econô-micos. Mas será esse o melhor caminho da ciência econômica? micos. Mas será esse o melhor caminho da ciência econômica? Uma retomada da obra de Veblen, conforme se sugeriu neste Uma retomada da obra de Veblen, conforme se sugeriu neste trabalho, pode ser um bom ponto de partida para uma trabalho, pode ser um bom ponto de partida para uma renova-ção teórica. Existem aquelas questões que já foram ção teórica. Existem aquelas questões que já foram incorpora-das pela economia, como a
das pela economia, como a questãquestão dos o dos limites da racionalilimites da racionalida- da-de instrumental e da importância dos hábitos. Na atualidada-de, as de instrumental e da importância dos hábitos. Na atualidade, as contribuições veblenianas que parecem mais relevantes são as contribuições veblenianas que parecem mais relevantes são as que tratam das relações entre a cultura – vista como um sistema que tratam das relações entre a cultura – vista como um sistema he
hermrmenenêuêutiticoco–– ee aa raraciciononalalididadade.e. AA pepesqsquiuisasanenessssee sesentntididoo peper- r-mitirá desvenda
mitirá desvendar as r as motivaçmotivações mais ões mais profunprofundas dos das dos agenteagentes s e,e, por
portatantnto,o, cocontntriribubuiriráá papararaoo dedesesenvonvolvlvimeimentntoo dada teteororiaia ececononômiômi- -ca em
ca em bases bem mais sólidas do bases bem mais sólidas do que as presentes.que as presentes.
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Artigo enviado ao IHU Artigo enviado ao IHU em 19 de dezembro de 2004 em 19 de dezembro de 2004
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