• Nenhum resultado encontrado

UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL"

Copied!
33
0
0

Texto

(1)

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS COM USO DE TECNOLOGIA BIM

CAIO AUGUSTUS SOUZA WAITEMAN

MARINGÁ – PR 2017

(2)

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS COM USO DE TECNOLOGIA BIM

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, sob a orientação do Prof. Me. Claudio de Souza Rodrigues.

MARINGÁ – PR 2017

(3)

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS COM USO DE TECNOLOGIA BIM

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Civil, sob a orientação do Prof. Dr. (Titulação e nome do orientador).

Aprovado em: ____ de _______ de_____.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Claudio de Souza Rodrigues – Mestre Tecnologias Limpas - UNICESUMAR

__________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição)

__________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição)

(4)

Caio Augustus Souza Waiteman

RESUMO

A etapa de planejamento e desenvolvimento de projetos técnicos nas atividades da indústria da construção civil constitui em uma das fases mais importantes da vida útil de uma edificação, sendo a compatibilização entre as disciplinas um ponto determinante para a obtenção de projetos com qualidade. Logo o presente trabalho tem por objetivo mostrar a compatibilização de projetos com uso de tecnologia BIM, empregando uma metodologia simplificada para utilização das ferramentas de compatibilização e de integração entre as diversas disciplinas que compõem os projetos de uma edificação, realizando a compatibilização com a utilização de relatórios com resultados das interferências para adequação e ajustes entre os projetos.

Palavras-chave: Integração. Planejamento. Software.

COMPATIBILIZATION OF PROJECTS WITH THE USE OF BIM TECHNOLOGY ABSTRACT

The stage of planning and development of technical projects in the activities of the civil construction industry constitutes one of the most important phases of the useful life of a building, being the compatibility between the disciplines a determining point for obtaining projects with quality. The aim of this work is to show the compatibility of projects using BIM technology, using a simplified methodology for the use of the compatibilization and integration tools among the different disciplines that compose the projects of a building, making the compatibilization with the use of reports with interference results for adequacy and adjustments between projects.

(5)

1 INTRODUÇÃO

A partir do advento da era da informação (COADIC, 1994), especialmente após a década de 80, a informática tornou-se presente maciçamente em praticamente todas as áreas da atividade humana. Desde simples eletrodomésticos a grandes equipamentos indústrias encontramos inumeráveis elementos computacionais capazes de tratar uma grande quantidade de informação em um tempo muito pequeno, elevando desta forma a qualidade produtiva de vários segmentos do desenvolvimento humano.

Obviamente a indústria da construção civil acompanhou a revolução da era da informação, especialmente com relação ao surgimento das ferramentas CAD que foram capazes de facilitar e agilizar enormemente a representações dos projetos (MENEZES, 2012). Ao passar dos anos, ligado principalmente a popularização da informática, foram sendo desenvolvidos diversas ferramentas e softwares com o objetivo aprimorar os processos construtivos.

Esse avanço foi impulsionado pela crescente demanda por qualidade e redução de custos no qual a competitividade da indústria da construção civil exige, como por exemplo, a necessidade da diminuição das perdas de recursos na execução de uma obra. A indústria da construção civil é muito conhecida pelo desperdício de recursos, tais como perca de material construtivo, de tempo ou ainda de mão de obra. Segundo Manzione (2013), os valores na perca de recursos na construção civil mundial podem ultrapassar o valor de 138 bilhões de dólares anuais.

Desta forma, foi necessário um salto na gestão das informações nos modelos de projetos da construção civil, inicialmente saindo do modelo bidimensional para o tridimensional, mas, posteriormente agregando dados que permitiram novas capacidades de gestão, tais como a interoperabilidade entre as diversas disciplinas que envolvem os projetos de construção, a fim de evidenciar falhas em projetos construtivos, como conflitos ou interferências de forma mais precisa e automática.

Segundo Monteiro e Martins (2011), a compatibilização de projetos nas diferentes disciplinas que englobam a construção civil é uma das tarefas mais árduas na gestão de projetos, entretanto, as ferramentas BIM permitem não somente a junção de diversos projetos num modelo central, como também, a identificação de sobreposições, conflitos e erros nos projetos.

(6)

Mesmo não sendo amplamente utilizado no Brasil, o emprego de tecnologias BIM para realizar processos automatizados de compatibilização de projetos na engenharia civil já é uma realidade, destaca-se nesse avanço inclusive novos conceitos de gerenciamento de projetos, transpondo o modelo 3D para o 4D e 5D (BAPTISTA, 2015).

Encontramos na tecnologia BIM meios práticos e sistemáticos de realizar a compatibilização de projetos na construção civil, maximizando a qualidade da obra e minimizando problemas e custos durante a execução que geram desperdício de recursos.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1. BUILDING INFORMATION MODELING (BIM)

2.1.1. O que é BIM

O BIM pode ser definido como uma tecnologia de modelagem e um conjunto de processos construtivos, comunicando-se e analisando interferências e modelos de uma construção durante seu ciclo de vida, tem por conceito a partilha de informações em todas as fases do ciclo de uma obra, materializando-se em um modelo digital tridimensional, acessível através de um software que permite a produção virtual da edificação (LINO; AZENHA; LOURENÇO, 2012, p. 02).

Segundo Addor et al. (2010, p. 108), “Outro aspecto importante na utilização da plataforma BIM é que seus modelos são uma construção, ainda que virtual, do objeto arquitetônico. Com essas construções, nos diversos estágios do projeto, podemos quantificar, planejar, coordenar e recuperar informações a qualquer momento da vida do empreendimento. Podemos ainda, verificar interferências, testar alternativas de projeto, ensaiar o comportamento do modelo sob ação de diversos agentes”.

O BIM impulsiona uma nova metodologia de documentar e conceber que está a mudar a maneira em como se projeta e gere a construção, [...] o BIM permite avaliar o desempenho das etapas e uma considerável melhoria na sua coordenação permitindo às partes interessadas assertividade na tomada de decisão com base em informação muito mais coerente, consistente e rigorosa que nos modelos tradicionais (PARREIRA, 2013, p. 25).

(7)

O BIM é visto muitas vezes, ainda que erroneamente, como uma nova dimensão das ferramentas CAD, entretanto, suas potencialidades e funcionalidades vão muito além das capacidades das ferramentas CAD tradicionais (MONTEIRO; MARTINS, 2011).

2.1.2. Interoperabilidade no BIM

Segundo Monteiro e Martins. (2011, p. 3) “Interoperabilidade define-se como a capacidade de dois ou mais sistemas trocarem dados entre si de forma a ser possível utilizar a informação recebida”.

Cardoso et al. (2013, p. 15), define que

No contexto de software, a palavra interoperabilidade é utilizada para descrever a capacidade de diferentes programas trocarem informações e ou dados através de computadores. A ausência de interoperabilidade deve-se, por vezes, à diferença nos formatos, nos protocolos, nas rotinas e por fim a nível de linguagem de programação.

Addor et al (2010, p. 111) também afirma que

Um processo BIM pressupõe o envolvimento de vários integrantes ao longo de todo o ciclo de vida da edificação. O BIM pressupõe comunicação entre os vários sistemas de análise do modelo tridimensional. Sendo assim, interoperabilidade é um conceito importante, é a condição básica para que os modelos conversem entre si.

2.2. COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS

2.2.1. O que é Compatibilização

Compatibilizar projetos é verificar se os componentes dos sistemas ocupam espaços não conflitantes entre si e, além disso, garantir que os dados compartilhados tenham consistência e confiabilidade até o final do projeto (GRAZIANO,2003).

Na construção de edificações, os projetos são geralmente desenvolvidos paralelamente pelos diversos projetistas (arquitetura, estruturas e instalações), sendo reunidos somente na hora da execução dos serviços (na obra). Este procedimento gera uma série de incompatibilidades que comprometem a qualidade do produto final e causam perdas de

(8)

materiais e produtividade. É fundamental que exista uma coordenação de projetos, que os compatibilize desde os estudos preliminares (GOZZI & OLIVEIRA, 2001 apud SANTOS, 2014).

A compatibilização das disciplinas do projeto é uma ação empreendida no âmbito da coordenação das soluções adotadas nos projetos do produto e nos projetos para produção, assim como, nas especificações técnicas para a execução de cada subsistema. (NOVAES, 2008 apud SANTOS, 2014).

De acordo com Youssef et al. (1999) apud Santos (2014), como princípio norteador do desenvolvimento do método de compatibilidade de projetos, partiu-se da ideia básica de que as incompatibilidades entre os diversos projetos – arquitetônico, estrutural, hidráulico, elétrico, etc., são decorrentes dos fluxos ineficientes de informação nas diversas etapas de desenvolvimento do projeto. Mais ainda, muitas das atividades desenvolvidas não agregam valor ao produto final, representando, portanto, um desperdício. (

Segundo Youssef (1994) apud Santos (2014), a compatibilidade de projetos é uma tarefa voltada à execução de edificações, e tem de ser considerada como intrinsecamente interligada a ela. Portanto, os projetos devem ser realistas, buscando adoção de medidas de racionalização tanto no projeto como na execução, tendo em vista alcançar a consuntibilidade do produto.

Segundo Rodríguez e Heineck (2001) apud Santos (2014, p. 02):

A compatibilização deve acontecer em cada uma das seguintes etapas do projeto: estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projeto executivo, indo de uma integração geral das soluções até as verificações de interferências geométricas das mesmas. Os mesmos autores indicam que a compatibilização fica facilitada na medida em que ela é iniciada a partir dos estudos preliminares.

Para Jorge Mikaldo Jr (2006, p. 02):

[...] mesmo não havendo consenso na literatura, do escopo da compatibilização, observa-se que a necessidade de verificar interferências físicas e discutir informações que interligam as características de cada projetos, são tópicos abordados por diversos autores, nos quais citam a utilização de sobreposição de projetos 2D em softwares de CAD, a integração de modelos 3D e o método FMEA como ferramentas para Compatibilização de Projetos.

(9)

2.2.2. Compatibilização por Processo 2D CAD

Tradicionalmente, a indústria AEC utiliza desenhos em 2D CAD elaborados em softwares de desenho vetorial, não havendo uma diferenciação entre elementos de um projeto. O modelo BIM por outro lado é tridimensional parametrizável, ou seja, cada elemento do modelo tem características específicas. Por exemplo, ao criar uma parede num software BIM, este atribuirá determinadas características aquele objeto de modo a diferenciá-lo, enquanto num programa CAD a parede será criada apenas por duas linhas (Chuck Eastman, 2008).

Segundo Ávila (2011), o sistema CAD disponibiliza ferramentas que oferecem boas condições para a compatibilização de projetos em 2D. É possível sobrepor os projetos complementares e a arquitetura com a organização em layers específicas. Com isso, verificam-se o posicionamento de pilares e vigas, prumadas, instalações hidráulicas e elétricas, shafts, etc.

Segundo José Fontes (2014, p. 11):

Um projeto de manutenção/reabilitação é nos dias de hoje aplicado a edifícios antigos, em que as suas plantas na melhor das hipóteses serão em 2D CAD, podendo estar em papel ou nem existir. Isto do ponto de vista espacial, do ponto de vista dos diferentes materiais, esta metodologia é de grande interesse, permitindo uma diferenciação entre materiais bastante precisa.

A introdução pelo BIM de modelos 3D paramétricos tem oferecido várias vantagens sobre as abordagens 2D tradicionais tendo mudado o tipo de documentação de base utilizada na construção, transformando-a de um tipo de documentos apenas legível por humanos (desenhos) para novas representações de dados que passaram a ser interpretáveis pelos computadores (Lino, 2012).

Conforme Ferreira (2008, p. 02):

A forma mais comum de apresentação do projeto ainda é o formato CAD 2D, em que as peças desenhadas desenvolvidas são geradas de raiz sem qualquer interligação com os modelos 3D de cálculo que as suportam. Aumenta assim a necessidade de sincronização entre as diferentes plataformas, que se processa com forte dependência da componente humana.

Ribeiro (2010) cita que o uso de softwares 2D e 3D coexistirão com os softwares BIM por alguns anos, assim como os desenhos feitos em pranchetas perduraram em paralelo com o advento do CAD.

(10)

No processo convencional, são gerados projetos em 2D (bidimensional) sem conexões entre si, onde a visualização em conjunto destes é necessária para o entendimento do sistema do edifício. Desses projetos em 2D podem ser retiradas informações para a montagem e modelagem de um modelo em 3D, também conhecido como maquete virtual (SPERLING, 2002).

Na compatibilização em 2D, se insere um projeto base, por exemplo o de instalações hidros sanitárias, em bloco e em seguida algum outro projeto, como por exemplo o de prevenção contra incêndios. Esse tipo de compatibilização é um tanto quanto falha, pois omite algumas informações como cotas de tubulações entre outros, porém algumas interferências, sobreposições de elementos e falhas de projetos podem ser verificadas dessa maneira (SPERLING, 2002).

2.2.3. Compatibilização Geométrica

No final da década de 1980 deu-se início ao desenvolvimento da terceira geração do CAD, cujo principal objetivo foi a integração de informações geométricas com dados não geométricos através do estabelecimento de relacionamentos associativos e paramétricos (BIRX, 2006 apud GARBINI, 2012).

A tecnologia BIM permite dispor a informação em formato eletrônico, substituindo os métodos tradicionais de impressão de documentos. A extração de informação do modelo pode ser bastante vantajosa, veja-se por exemplo, um fabricante de estrutura metálica a quem é fornecido um modelo BIM com as definições geométricas, localização e propriedades do material, consegue rapidamente processar o pedido com a informação rigorosa extraída do modelo (BABIC et al., 2010 apud PARREIRA 2013).

Autores como Corrêa & Naveiro (2000) destacam a compatibilização de projetos pelo foco espacial e geométrico enquanto que Ferreira (2012) destacam que a compatibilização deve ir além da sobreposição dos desenhos dos diversos projetos que compõe uma edificação.

Segundo Manzioni (2015, p. 234)

A compatibilidade geométrica é um requisito de qualidade do processo de modelagem. Diversos tipos de problemas decorrentes de falta de compatibilidade poderão ocorrer durante o processo de modelagem. Mas esses problemas podem ser detectados com o Solibri . O processo de verificação da compatibilidade geométrica é parametrizável, podendo ser escolhidos os objetos a serem comparados e também predefinir o valor das

(11)

tolerâncias.

2.3. APLICATIVOS

2.3.1. Autodesk Revit

O Revit é um software para BIM (Inglês). Suas poderosas ferramentas permitem que você use o processo inteligente baseado em modelos para planejar, projetar, construir e gerenciar edifícios e infraestruturas. O Revit oferece suporte a um processo de projeto

multidisciplinar, para trabalhos colaborativos. (Em

<http://www.autodesk.com.br/products/revit-family/overview>. Acessado em 15 set. 2017). O Revit Architecture da Autodesk é um software para a arquitetura criado dentro do conceito de Modelagem das Informações de Construção (BIM). Atualmente desenvolvido pela Autodesk, permite ao usuário criar utilizando modelagem paramétrica de elementos. BIM é uma nova concepção de Computer Aided Design (CAD) que oferece completa associatividade bi-direcional. Uma mudança em qualquer lugar do projeto refletirá por todo o projeto, instantaneamente, sem nenhuma interação do usuário para atualizar manualmente tais mudanças (Em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Revit>. Acessado em 15 set. 2017).

(12)

Figura 1 - Área de trabalho software Autodesk Revit

Fonte: figura do autor

2.3.2. Autodesk Navisworks

Software de revisão de projetos para os profissionais de AEC. O software de análise de projetos Navisworks® permite que profissionais de arquitetura, engenharia e construção analisem de forma completa com os interessados os modelos e dados integrados para

controlar melhor os resultados do projeto. (Em

(13)

Figura 2 - Área de trabalho do software Autodesk Navisworks

Fonte: figura do autor

2.4. METODOLOGIA

O processo metodológico consistirá basicamente de duas etapas principais, nos quais se resumem na modelagem dos projetos arquitetônicos, estrutural, hidráulico e elétrico, no software Autodesk Revit, e após compatibilização geométrica no software Autodesk Navisworks.

O procedimento de compatibilização se dará através de testes de conflitos ou interferências realizadas no Navisworks e a compatibilização ocorrerá através dos ajustes a serem realizados nos projetos, conforme resultado dos relatórios de conflitos do Navisworks e orientações do engenheiro responsável de cada disciplina, adequando os projetos entre as disciplinas e de acordo com as normas vigentes para cada disciplina.

Para a modelagem, será utilizado projetos desenvolvidos para a construção de uma casa residencial unifamiliar da cidade de Maringá, Paraná, na qual até a data de conclusão desse artigo encontra-se em construção.

(14)

Todos os projetos modelados no Revit e utilizados nesse estudo serão entregues em pranchas executivas e “de lei” ao cliente final, que serão utilizados na execução da obra, e na liberação da obra pelos órgãos competentes, seguindo o fluxo e a ordem natural para execução de uma obra de engenharia civil.

2.4.1. Modelagem Projetos Autodesk Revit

Todos os projetos serão modelados no software Autodesk Revit, conforme especificações e orientação fornecidos pelo engenheiro responsável.

Será desenvolvido, portanto, projetos “de lei”, para serem protocolados nos órgãos responsáveis para liberação da obra, e também de projetos executivos de construção civil, que serão modelados conforme proposta construtiva, detalhando os elementos construtivos principais, para posteriormente serem compatibilizados.

Cada projeto será modelado de forma independente, separado, gerando no final um arquivo no formato nativo do Revit (extensão RVT) individualmente para o projeto arquitetônico, projeto estrutural, projeto hidráulico e projeto elétrico.

2.4.2. Compatibilização no Autodesk Navisworks

Após os projetos serem modelados, serão todos importados para o software Autodesk Naviswoks para a geração dos relatórios de conflitos de elementos, chamado de “clash detective”, em tradução literal detecção de choque.

O processo de compatibilização computacional através do Navisworks exige a inserção de regras e a seleção dos elementos a serem analisados.

No presente estudo, foi utilizado o tipo de teste denominado no software de “Hard”, no qual, é o teste que se realiza para verificar interferências e choques entre as geometrias dos elementos, com uma tolerância de 0,001 m.

Além da definição de regras, é necessário selecionar os elementos que deseja realizar a analise, desta forma, foi proposto realizar o processo com as disciplinas que mais causam conflitos na execução de uma obra, sendo eles: projeto estrutural com projeto hidráulico; projeto estrutural com projeto elétrico; projeto elétrico com projeto hidráulico; e por fim projeto arquitetônico com projeto estrutural.

(15)

Com os relatórios de conflitos, o engenheiro responsável por cada disciplina em conflito realizará os ajustes necessários adequando os projetos entre si, compatibilizando seus elementos a fim de que não se colidam.

Figura 3 – Tela Clash Detective para detecção conflitos no Navisworks

Fonte: figura do autor

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1.1. Modelagem dos Projetos

Conforme a metodologia proposta, foi modelado o projeto arquitetônico de acordo as especificações do engenheiro. A partir do momento em que o croqui principal do projeto arquitetônico foi modelado (ambientes, equipamentos, vedação e piso), através dos recursos colaborativos do software Revit foi possível já iniciar os projetos complementares. Desta forma, iniciou-se a modelagem dos projetos estrutural, hidráulico e elétrico paralelamente enquanto o projeto arquitetônico era concluído seu detalhamento.

(16)

Figura 4 - Projeto arquitetônico desenvolvido no software Autodesk Revit

Fonte: figura do autor

Figura 5 - Vista 3D projeto arquitetônico

(17)

O trabalho colaborativo permitiu agilidade no desenvolvimento dos projetos, iniciando os ajustes conforme o desenvolvimento dos projetos e já realizando uma pré-compatibilização com ajuda das ferramentas colaborativas do Revit.

A pré-compatibilização é possível dentro do software Revit devido a integração entre os projetos, podendo realizar a modelagem do projeto hidráulico com um link dos projetos arquitetônicos e estrutural, desta forma durante a modelagem já foi possível evidenciar por exemplo interferências nos traçados das tubulações hidráulicas com estrutura.

Figura 6 - modelagem do projeto hidráulico

(18)

Figura 7 - Detalhe de ramal do banheiro no projeto hidráulico

Fonte: figura do autor

3.1.2. Detecção de Conflitos no Navisworks

O processo de detecção de conflitos ou interferências dentro do software Navisworks pode ser realizado conforme o andamento da modelagem dos projetos, não sendo necessário finalizar a o projeto para iniciar ajustes nos elementos com interferências.

Desta forma, com grande parte dos projetos modelados, foi gerado os primeiros relatórios de conflitos, conforme observado na figura 9.

(19)

Figura 8 - seleção elementos para verificação de conflitos

Fonte: figura do autor

Os relatórios gerados pelo Navisworks podem ser exportados em vários formatos. Os relatórios foram exportados em formato HTML, para haver um gerenciamento de versões dos testes de conflitos e facilitar o envio ao engenheiro responsáveis por cada disciplina, a fim de iniciar os ajustes e adequações necessários.

(20)

Figura 9 - Relatório de conflitos gerado pelo Navisworks

Fonte: figura do autor

A automação do processo de compatibilização por meio computacional auxilia de forma muito eficiente a detecção de conflitos entre os elementos, entretanto, é interessante salientar que nem todos os conflitos encontrados no resultado do teste é necessariamente um erro ou uma interferência entre elementos, pois, existem condições por exemplo em estruturas de concreto com furo e abertura em vigas que são permitidos pela norma ABNT NBR 6118/2014. Desta forma, foi necessário verificações dos conflitos juntos aos responsáveis de cada disciplina, para determinar a necessidade de intervenção e alteração nos projetos ou para validar o conflito como sendo correto, como por exemplo de furos em vigas ou lajes.

(21)

Figura 10 – Furo em laje aprova para passagem de tubo de drenagem

Fonte: figura do autor

Figura 11 - furo em viga aprovado para passagem de duto de energia

(22)

Conforme as imagens abaixo foram detectados diversos conflitos nos testes realizados entre projeto estrutural e projeto hidráulico, projeto estrutural e projeto elétrico e inclusive conflitos com esquadrias entre projeto arquitetônico e estrutural, sendo cada item avaliado e estudado individualmente pelo responsável, através dos relatórios gerados pelo Navisworks

Figura 12 - Conflito entre estrutura e instalação elétrica

(23)

Figura 13 - Conflito encontrado entre estrutura e tubulação hidráulica

Fonte: figura do autor

Figura 14 - Conflito entre estrutura e elementos hidráulicos

(24)

Figura 15 - Conflito entre estrutura e esquadrias

Fonte: figura do autor

Figura 16 - Relatório de conflitos entre projeto elétrico e estrutural

(25)

4 CONCLUSÃO

Devido a integração das diversas disciplinas através do software Navisworks, aos relatórios de detecção de conflitos que são repassados e analisados pelos responsáveis, o processo de desenvolvimento dos projetos com tecnologia BIM tornou essa etapa mais oneroso na duração e no tempo esperado.

Figura 17 - Projetos carregados no software Navisworks para integração e análise entre as disciplinas

Fonte: figura do autor

A duração do desenvolvimento dos projetos se estendeu justificadamente devido a integração das disciplinas que compõem os projetos e a obra, gerando análises mais aprimoradas dos impactos que cada elemento do projeto realizará sobre a execução da obra.

(26)

Figura 18 - Visualização de incompatibilidade entre projetos

Fonte: figura do autor

Apesar do custo de tempo ser maior o resultado das diversas analises possíveis realizadas devido a possibilidade de visualizar todos os projetos estudados de forma integrada num modelo único, tornou a capacidade de racionalizar e melhorar o planejamento na fase de projetos mais eficaz, gerando projetos mais “limpos”, racionalizados e eficientes do ponto de vista de aplicação na execução da obra.

(27)

Figura 19 - analise das instalações hidráulicas

Fonte: figura do autor

Figura 20 - Análise das instalações elétricas e hidráulicas

(28)

Além da capacidade e dinamismo no planejamento dos projetos gerado pelo uso da tecnologia BIM, os conflitos encontrados pelos testes de detecção de conflitos permitirem ajustar e afinar o projeto a um nível executivo de alta qualidade, suprimindo falhas e erros que poderiam ser encontrados apenas na execução da obra, tornando o uso dessa metodologia altamente eficiente, resultando projetos nas diversas disciplinas integrados e compatibilizados, tanto projetos “de lei” quanto nos projetos executivos, conforme observado nas figuras 21, 22, 23, 24 e 25 abaixo.

Figura 21 - Projeto arquitetônico finalizado

(29)

Figura 22 - Detalhamento projeto elétrico

Fonte: figura do autor

Figura 23 - Isométrico projeto elétrico finalizado

(30)

Figura 24 - Detalhamento projeto elétrico

Fonte: figura do autor

Figura 25 - Detalhamento projeto hidráulico

(31)

REFERÊNCIAS

ADDOR, M. R. A. et al. Colocando o “i” no BIM. Revista acadêmica arq.urb, nº4. Universidade São Judas Tadeu, São Paulo. 2010. Disponível em: <http://www.usjt.br/arq.urb/numero_04/arqurb4_06_miriam.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016. ÁVILA, Vinícius Martins. Compatibilização de projetos na construção civil: Estudo de caso em um edifício residencial multifamiliar, Belo Horizonte, 2011. Disponível em <http://www.pos.demc.ufmg.br/2015/trabalhos/pg2/78.pdf>. Acessado em 17 jun. 2016 BAPTISTA, André Rui Ramos Tomé Gomes. Utilização de ferramentas BIM no planeamento de trabalhos de construção – estudo de caso. 2015. 83p. Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto - Portugal, 2015.

CARDOSO, Andreia et al. BIM: O que é? MIEC FEUP - O despertar das engenharias,

Porto - Portugal, Fev. 2013. Disponível em:

<http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/bestof/12_13/files/REL_12MC08_01.PDF>. Acesso em: 15 jun. 2016

COADIC, Yves-François Le. A ciência da informação. 1.ed. Brasília: Briquet de Lemos, 1996.

CORRÊA, R.M.; NAVEIRO, R.M. Sistema de integração de projetos de edifícios: parametrização de informações compartilhadas. Salvador, Ba. 2000. v.1 p.688-695 il. In:8º ENTAC, Salvador, 2000. Artigo técnico.

EASTMAN, Chuck; TEICHOLZ, Paul; SACKS, Rafael; LISTON, Kathleen. Bim Handbook: A Guide to Building Information Modeling for Owners, Managers, Designers, Engineers and Contractors. Hoboken (NJ): John Wiley & Sons, 2008

FERRAZ, Miguel; MORAIS, Ruben. O conceito BIM e a especificação IFC na indústria da construção e em particular na indústria de pré-fabricação em betão. Encontro Nacional BETÃO ESTRUTURAL. FEUP, 2012, Braga, Portugal. Anais Eletrônicos. Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~be2012/Indice/BE2012/pdf-files/187_Artigo.pdf>. Acesso em 19 jun. 2016.

FERREIRA, Bruno; et al. Integração da Tecnologia BIM no Projeto de Estruturas Betão. Encontro Nacional BETÃO. FEUP, 2012, Braga, Portugal. Anais Eletrônicos. Disponível em: <http://paginas.fe.up.pt/~be2012/Indice/BE2012/pdf-files/020_Artigo.pdf>. Acesso em 19 jun. 2016.

FONTES, Alexandre Daniel Ribeiro. Proposta de Sistema de Gestão da Manutenção de Edifícios Suportado por Ferramentas BIM - Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto - Portugal,

(32)

2014

GARBINI, Marcele A. L. Proposta de Modelo para Implantação e Processo de Projeto Utilizando a Tecnologia BIM. 2012. 184p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2012.

GRAZIANO, F. P. Compatibilização de projetos. Instituto de Pesquisas tecnológicas – IPT (Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003.

SOUZA JUNIOR. Almir Mariano. Compatibilização de Projeto arquitetônico, estrutural e sanitário: Uma abordagem teórica e estudo do caso. Revista Monografias Ambientais, p.3236-3244, 2014.

LINO, José Carlos; AZENHA, Miguel; LOURENÇO, Paulo. Integração da Metodologia BIM na Engenharia de Estruturas. Encontro Nacional BETÃO ESTRUTURAL. FEUP, 2012,

Braga, Portugal. Anais Eletrônicos. Disponível em:

<http://paginas.fe.up.pt/~be2012/Indice/BE2012/pdf-files/076_Artigo.pdf>. Acesso em 22 jun. 2016.

LINO, José Carlos; AZENHA, Miguel; LOURENÇO, Paulo. Integração da Metodologia BIM na Engenharia de Estruturas. Encontro Nacional. FEUP, 2012, Braga, Portugal. Anais Eletrônicos. Disponível em: < http://paginas.fe.up.pt/~be2012/Indice/BE2012/pdf-files/076_Artigo.pdf>. Acesso em 22 jun. 2016.

MANZIONE, Leonardo. Proposição de uma Estrutura Conceitual de Gestão do Processo de Projeto Colaborativo com o uso de BIM. 2013. 324f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

MENEZES, Gilda Lucia Bakker Batista de. BIM: um novo paradigma na academia e no mundo do trabalho. In: CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 7., 2012, Palmas. Anais Eletrônicos. Palmas. IFTO - Instituto Federal do Tocantins, 2012. Disponível em <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/view/3272/2186>. Acessado em 14 mai. 2016

MIKALDO JUNIOR, Jorge. Estudo comparativo do processo de compatibilização de projetos em 2D e 3D com uso de TI. 2006. Dissertação (Mestrado Profissionalizante) - Universidade Federal do Paraná.

MONTEIRO, André; MARTINS, João Poças. Building Information Modeling (BIM) - teoria e aplicação. In: International Conference on Engineering UBI2011 - Innovation and Development, 1, 2011, Covilhã, Portugal. Anais Eletrônicos. Covilhã. University of Beira

Interior, 2011. Disponível em

<http://sigarra.up.pt/flup/pt/publs_pesquisa.FormView?p_id=37013>. Acessado em 18 mai. 2016

PARREIRA, João Pedro de Castro. Implementação BIM nos processos organizacionais em empresas de construção – um caso de estudo. 2013. 51. Dissertação para obtenção do

(33)

Grau Mestre em Engenharia Civil – Perfil de Construção. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, 2013.

PARSEKIAN, G.A.; FURLAN JÚNIOR, S. Compatibilização de projetos de alvenaria estrutural. São Carlos, SP. 2003. 10p. Simpósio Brasileiro de gestão e economia da construção, 10. 2003, Anais, São Carlos, USP. Artigo técnico.

RIBEIRO, Tollendal G. R. Modelagem de informações de edificações aplicadas no processo de projetos de aeroportos. 2010. 132f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de Brasília, Brasília, 2010

SANTOS, Guilherme Souza. Como a Compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e retrabalhos na Construção Civil. Santa Catarina, Florianópolis: Revista Online Especialize, 2014.

SPERLING, David M. O projeto arquitetônico, novas tecnologias de informação e o Museu Guggenhein de Bilbao. Pesquisa e Inovação em Gestão do Processo de Projeto de Edifícios. São Paulo, 2002. Disponível em: < http://bdpi.usp.br/single.php?_id=001765403 >. Acesso dia: 18 set. 2016

Referências

Documentos relacionados

E, para tanto, fez-se necessário um esforço para tentar compreender os processos de interação entre Estado e população quando da implementação, por meio de doação,

públicas; mas de modo mais amplo, o curso está formatado para atender às necessidades de diversos outras categorias de Servidores, tais como: encarregados da realização da

Tabela 3 - Valores da intensi dade amostral t otal por hectare para a quantidade de serapilheira acumulada em moldura coletora muito pequena (0,25m²), nas quatro estações

Para atingir os objetivos cognitivos, os alunos serão analisarem os casos clínicos previamente apresentados (disponíveis no Moodle). Após essa etapa, será realizado

Evidenciou-se que a idade gestacional pode ter influenciado o desempenho dos lactentes e que os recém-nascidos prematuros, mesmo com a idade corrigida, ainda estão aquém dos bebês

Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar e analisar se as atividades de voo podem desencadear alterações posturais em cadetes e pilotos da Academia da Força Aérea

Segundo matéria de Camilo (2014), publicada pela Revista Nova Escola, a BNCC, diferente dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e das Diretrizes

Dado tratar-se de um fundo especial de investimento em valores mobiliários fechado, os resgates não são permitidos. Condições de Suspensão das Operações de Subscrição e