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PARÓDIA: UMA INTERFACE NA APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

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Academic year: 2021

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PARÓDIA: UMA INTERFACE NA APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Valdir de Sousa Cavalcanti1

valdirsc@hotmail.com

Abigail Fregni Lins2

bibilins2000@yahoo.co.uk

RESUMO: Este artigo tem como objetivo relatar uma experiência de sala de aula do Ensino Médio com alunos da 3ª série, no ano de 2007, ao usar a música (e sua composição em forma de Paródias) no ambiente de ensino e aprendizagem da Matemática. O assunto trabalhado foi números complexos, sob uma perspectiva sócio-histórica, o presente estudo tem apoio teórico nos pressupostos de Vygotsky, que discorre sobre a construção de sentido e de significado da aprendizagem. Neste caso para compreensão dos aspectos envolvidos na utilização deste gênero – paródia - no processo de ensino e aprendizagem da Matemática. Tal abordagem de ensino não só incentivou e despertou o interesse pela Matemática, como também contribuiu para sua aprendizagem.

Palavras-Chave: Educação Matemática. Música. Ensino Médio. Aprendizagem.

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Mestrando do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da UEPB; Professor de Matemática do Ensino Médio e do Curso de Licenciatura em Pedagogia.

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PhD em Educação Matemática; Orientadora e Docente do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de

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Introdução

Neste texto apresentamos um relato de experiência, tendo como objeto de estudo a relação entre a teoria e prática no ensino e aprendizagem da Matemática, através da música em forma de paródias, composta por alunos da 3ª série do Ensino Médio, no ano de 2007.

Procuramos desvelar, a partir de algumas fontes, como a música e sua composição se constituem num campo efervescente na Matemática hoje. Algo a ser concebido como um saber a ensinar Matemática visando à assimilação dos conteúdos no Ensino Médio.

A partir da nossa experiência como professor de escola básica, pudemos constatar, ao longo de nossa trajetória, que embora o estudo dos conteúdos do Ensino Médio ocupe grande parte do currículo de Matemática da escola básica, a literatura mostra preocupação por parte de educadores compromissados com a educação, bem como a falta de interesse por parte dos alunos em relação à aprendizagem dos conteúdos matemáticos, principalmente no que diz respeito ao Ensino Médio.

Quanto ao uso da Música na sala de aula, pouco ainda se encontra com relação a trabalhos de pesquisa tomando-a como recurso didático no ensino e aprendizagem da Matemática.

Alguns professores/educadores matemáticos, entre eles, Negreiro, Batista, Ferrari, já fazem uso da Música como recurso didático, apesar de nenhum deles terem publicações acadêmicas a respeito, mas têm propriedade em falar sobre esse recurso porque utilizam em suas salas de aulas já há algum tempo, mostrando que a aprendizagem da Matemática não deve ser passada como outrora fizera tornando-a uma disciplina técnica e sem funcionalidade, mas, que ao ensinar Matemática ensinamos conceitos, procedimentos, atitudes, princípios nos quais os alunos vêem como algo do cotidiano.

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Negreiro desenvolveu um CD (2002) com dez músicas compostas por ele, tendo as letras voltadas a conteúdos matemáticos. Negreiro atua na Pedagogia e no Ensino Médio, mostrando que a música pode ser um recurso interessante para as aulas de Matemática, provocando envolvimento dos alunos e os auxiliando a superar suas dificuldades.

Matemática e Música: uma abordagem de ensino

Trabalhar com a matemática e a música como uma abordagem de ensino com os meus alunos durante alguns anos me mostraram a eficácia e relevância para o ensino de uma disciplina como esta que muitas vezes é vista pelo aluno como a mais difícil dentro do currículo da aprendizagem, e com este método tem sido gratificante acompanhar o desenvolvimento destes alunos tanto em termos de conteúdo como em termos de envolvimento e relacionamento entre eles e comigo professor da disciplina. Apesar de esta abordagem ser nova em termos de pesquisa científica, sabemos que a utilização da música juntamente com a matemática data desde a antiguidade em que os estudiosos chegaram a utilizá-la como bem discorre Granja dizendo:

A aproximação entre a Música e a Matemática é tão antiga quanto à própria filosofia. Gradualmente, com a especialização das áreas do conhecimento em disciplinas, a Música foi-se distanciando da matemática ao ponto de muita gente achar no mínimo exótica essa aproximação. (GRANJA, 2006, p. 98)

Gardner (1994), com seu trabalho sobre as inteligências múltiplas, aproximou

de novo esses dois conceitos, sobre música e matemática, embora com ressalva de

que a inteligência matemática não implica necessariamente o desenvolvimento da inteligência musical ou vice-versa. Para ele, o ser humano possui um conjunto de diferentes capacidades, entre elas, a Musical - associada à capacidade de se expressar por meio da Música - ou seja, dos sons, organizando-os de forma criativa a partir dos tons e timbres.

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Para Granja (2006), tratando do pensamento matemático e o pensamento musical, ao aproximar esses dois conhecimentos, com suas semelhanças e diferenças, amplia-se a rede de significações dos alunos. Conhecer é de certa forma, conhecer o significado. E o significado, mais do que algo estático e pronto, é construído a partir das relações que estabelecemos entre as coisas. Assim, tanto o conhecimento matemático como o musical se tornam mais significativos à medida que essas relações se constituem e se ampliam, vejamos:

Nossa posição é que existe uma forte semelhança entre o pensamento matemático e o pensamento musical no que diz respeito às buscas por padrões e regularidades. A matemática estuda a regularidade presente nas formas e nos números. Na música, busca-se a percepção das regularidades sonoras e temporais. (GRANJA, 2006, p. 98)

Faria (2001), define que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como cantiga de ninar. Na aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno.

A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade educacional dentro das salas de aula. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida.

A música é uma arte que vem sendo esquecida, mas que deve ser retomada nas escolas, pois ela propicia ao aluno um aprendizado global, emotivo com o mundo. Na sala de aula, ela poderá auxiliar de forma significativa na aprendizagem.

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Segundo D’Ambrósio (1989, p.15), “a típica aula de Matemática ainda é uma aula expositiva, em que o professor passa para o quadro negro aquilo que ele julga importante”.

A questão central é desenvolver o uso de músicas nas aulas de Matemática para despertar o interesse dos alunos com relação à aprendizagem da Matemática, que segundo Vygostky (1982), ao tratar da aprendizagem humana o meio social é determinante no desenvolvimento humano e o qual acontece fundamentalmente pela aprendizagem da linguagem, que ocorre por imitação. No caso da abordagem discutida aqui, os alunos, tendo um modelo, podem criar suas próprias composições e, em interação com os colegas, irão assimilando os conteúdos e conceitos matemáticos.

A seguir, discorreremos alguns constructos da teoria de Vygostky que se adéquam ao discutido acima.

A Teoria Vygostkyniana e a Matemática

Ao utilizar a música para ensinar Matemática ativamos o processo de construção do conhecimento no aluno bem como a facilitação da interação entre os mesmo que de acordo com Vygotsky e Luria (1976, p. 9) afirmam “todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico-social de sua comunidade”.

O mesmo acontece nas aulas de Matemática quando utilizamos a música porque esta já faz parte do meio social dos alunos, desta maneira a Matemática vai sendo recriada, dando vazão a um novo histórico-social na vida dos alunos.

Segundo Vygotsky (1984) o processo de construção do conhecimento ocorre em uma complexa dinâmica interativa, da qual participam três elementos essenciais:

o aluno, como sujeito do conhecimento; os conteúdos e os significados; o professor

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identificação e análise dos mecanismos mediante os quais ocorre o conhecimento, sendo neste estudo voltado para o conhecimento matemático. Esta visão Vygostkyniana corrobora com o estudo em questão, pois visualizamos os três elementos de construção do conhecimento supracitados, onde o aluno atua na construção do seu próprio conhecimento à medida que compõe as paródias com os conteúdos de Matemática e seus significados e por fim, eu, enquanto professor faço o papel de mediador do conhecimento.

Metodologia

Descrevo aqui a metodologia adotada com os alunos da turma em questão, 3º série do Ensino Médio, no ano de 2007, a desenvolver o trabalho mencionado acima, Música e Matemática e discuto uma das composições criada por um dos grupos.

A partir dos trabalhos desenvolvidos por Negreiro, Batista, Ferrari, sendo eles os compositores das músicas (paródias) e o professor da disciplina, nossa proposta é a de provocar a criatividade nos alunos, para que eles próprios componham as músicas (paródias) com os conteúdos matemáticos a eles apresentados.

Enquanto professor da disciplina de Matemática, uma vez tendo já discorrido sobre o conteúdo da mesma - números complexos, trabalhando os conceitos e aplicações, faço uma amostragem para os alunos, das paródias compostas pelos alunos do ano anterior. Os conhecimentos podem ser utilizados para diversificar e enriquecer as aulas dentro e fora de conteúdos específicos de Matemática, para aproximar o aluno da Matemática através da Música. Após a divisão da turma em grupos é sorteado os conteúdos ficando livre a escolha, pelo grupo, da música e do ritmo

Os alunos foram divididos em três grupos de nove alunos. Cada grupo ficou responsável pela escolha da música e composição da paródia com base no tema números complexos. Todos os alunos aceitaram plenamente o desafio dessa atividade lúdica.

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Escolhidos os ritmos e as músicas, pelos alunos, a próxima etapa foi escrever a letra da composição da paródia. Cada grupo teve um prazo de quarenta dias para finalizar a atividade proposta a eles.

Concluída a etapa sobre a composição das músicas, a etapa seguinte foi a de gravarem, em estúdio a paródia escrita por eles. Todos os grupos optaram pela gravação em CD. Os grupos, também chamados de bandas, denominaram-se por: Os Complexados; Complexados e Os complexos. Os grupos, bandas, fizeram suas apresentações na sala de vídeo da escola. Fechando assim o trabalho, desafio, proposto a eles.

Os Complexados: uma banda

Um dos grupos, bandas, denominado Os Complexados, sendo este também o titulo da composição escrita por eles, se inspiraram na música Whisky à GO GO, uma das famosas músicas da banda brasileira Roupa Nova.

Abaixo a letra da Banda Os Complexados:

Chama-se Conjunto dos Números Complexos

Pares ordenados de números reais

Podem vir escritos na sua forma algébrica Ou se quiser na trigonométrica

São divididas em duas partes, a real e a imaginária Quando o imaginário é igual a zero

O complexo é chamado real Quando o real é zero

Ele é chamado imaginário puro

Agora recordando a potência do i

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i elevado a zero é igual a um

i elevado a um igual a i

i ao quadrado é igual a menos um

i elevado a terceira é igual a menos i

Na igualdade de números complexos

É tão simples e até legal

Iguala imaginário com imaginário

Fazendo o mesmo no real Mas já na soma ou subtração É só ter calma sem afobação Você junta real com real

Virando assim a igualdade, então Juntando o imaginário

Agora relembrando a potência do i Refrão novamente

A composição descrita acima, do grupo de alunos da Banda Os Complexados, retrata o tema números complexos de uma forma lúdica, não se detendo a memorização de procedimentos e regras.

Foi apreendido pelo grupo de alunos quais elementos compõe o conjunto de números complexos, como descrito no início de sua composição:

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Chama-se Conjunto dos Números Complexos

Pares ordenados de números reais

Podem vir escritos na sua forma algébrica Ou se quiser na trigonométrica

São divididas em duas partes, a real e a imaginária Quando o imaginário é igual a zero

O complexo é chamado real Quando o real é zero

Ele é chamado imaginário puro

Ficou claro também, aos alunos envolvidos nesta composição, a manipulação de números complexos, como segue:

Na igualdade de números complexos É tão simples e até legal

Iguala imaginário com imaginário

Fazendo o mesmo no real Mas já na soma ou subtração É só ter calma sem afobação Você junta real com real

Virando assim a igualdade, então Juntando o imaginário

Como também ficou bem entendido a eles como trabalhar potência com números complexos:

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i elevado a zero é igual a um i elevado a um igual a i

i ao quadrado é igual a menos um i elevado a terceira é igual a menos i

Observamos que o grupo de alunos compreendeu a teoria do Conjunto dos Números Complexos. Mostraram esta compreensão compondo e cantando, ao contrário da aula expositiva, onde o aluno, geralmente, se detém apenas aos procedimentos e aplicações do conteúdo.

Este trabalho de compor músicas envolveu também momentos de estudo do grupo de alunos. Precisaram retomar o que haviam aprendido e trabalhado em sala de aula, durante as aulas expositivas sobre o conjunto dos números complexos. Nos momentos de estudo deles, precisaram tomar decisões, como por exemplo, o que mais de importante se deve saber sobre números complexos, quais as regras fundamentais dos mesmos e o que deveria estar presente na composição da música que estavam criando. Ativando-se assim o processo de construção de conhecimento do e no grupo, dando significado ao conteúdo abordado na composição e já trabalhado em sala de aula.

Considerações Finais

A Matemática entra em cena constantemente desde o experimento de Pitágoras até os dias de hoje. Cabe ressaltar que neste artigo não se pretende fazer com que a Música explique completamente a Matemática, mas sim, estudar as possíveis aplicações das relações entre a Matemática e a Música na construção do processo de ensino e aprendizagem desta ciência.

Acreditamos, ao mostrar neste artigo o trabalho apresentado pelo grupo, Os Complexados, que utilizar-se de melodia, e explorar a relação que existe entre adolescentes e a música, auxilia no estudo e na compreensão de tópicos

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matemáticos. O que vem corroborar com o processo de construção do conhecimento, segundo a teoria de Vygotsky: aluno, conteúdos e significados, e professor enquanto mediador.

Nesse sentido, deixamos o convite para que se aprofunde a busca, em particular a relação prática/teoria no ensino e aprendizagem da Matemática, através da música em forma de paródias, possibilitando ao professor efetuar relações entre Matemática e Música. Assim sendo, acreditamos ter sido gratificante e significativo trabalhar uma abordagem de ensino por meio de uma atividade lúdica.

O conceito de mediação pedagógica de Moran leva-nos a refletir sobre o papel do professor como articulador e condutor das ações junto aos alunos, sobre a sua interferência como educador, e, também, sobre a importância da aprendizagem significativa de um determinado conteúdo, que faz com que o aluno, como aprendiz, interaja com o seu meio sociocultural, resultando na aquisição de conhecimentos significativos que o ajudem a compreender o seu cotidiano.

Referências Bibliográficas

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BATISTA, Joel Hermenegildo. Projeto cantando a matemática. Disponível em: http://www.cantandoamatematica.com/ Acesso em: 09 jun 2009.

CUNHA, Nilton Pereira. Matemática & música: diálogo interdisciplinar. Recife: Editora da UFPE, 2006

D’AMBRÓSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? temas e debates. SBEM, ano II, n.2 1989

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FARIA, Márcia Nunes. A música, fator importante na aprendizagem. Assis chateaubriand – Pr, 2001. 40f. Monografia (Especialização em Psicopedagoga) – Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP/CAEDRHS.

FERARRI, Giovanni, Matemática com Música- projeto matemusic. Disponível em http://prof.giovani.sites.uol.com.br/ Acesso em 09 jun 2009.

GARDNER, Howard. Teoria das inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1995.

GRANJA, Carlos Eduardo de Sousa Campos. Musicalizando a escola: música, conhecimento e educação. São Paulo: Editora Escrituras, 2006.

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

REGO, T. C. 1999. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Rio de Janeiro, Vozes, 138 p.

RODRIGUES, José Francisco. A matemática e música. Fórum Diderot, Sociedade Matemática Européia. Paris e Viena, 1999.

VYGOTSKY, L. V.. A Construção do pensamento e da linguagem. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

Referências

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