Cantinho da Oração em família
4
º ANO
| Catequese 8
A família reúne-se no seu «Cantinho da Oração». Sugere-se a colocação de uma cruz, uma vela acesa e uma imagem de Nossa Senhora. Podem usar-se estatuetas ou estampas. Se a família tiver alguma devoção especial a um santo ou santa em particular, pode também colocar-se a sua imagem. A cruz deve ser sempre central. Convém que haja perto cadeiras para todos se sentarem.
Antes de começar a oração, é preciso combinar tarefas: uma pessoa preside (sugere-se que seja a criança) e são necessários 2 leitores. Caso no momento de oração participem apenas duas pessoas, então uma preside e a outra responde e faz as leituras.
Após alguns momentos de silêncio, todos rezam como se segue (o V. marca as intervenções de quem preside e o R. a resposta de todos):
V. Em nome do Pai, (†) do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
A seguinte jaculatória repete-se três vezes. Na primeira e na terceira vez, rezam todos; na segunda vez, reza a criança sozinha:
Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. [3 vezes]
Então, a criança que preside explica o sentido da celebração:
Na nossa oração de hoje, vamos aproximar-nos de uma pessoa muito importante: João Batista. Filho de Isabel, prima de Maria, João era, portanto, primo em segundo grau de Jesus. João era seis meses mais velho do que o Senhor. Quando Jesus iniciou a Sua vida pública, com cerca de trinta anos, foi João quem O batizou e, mais ainda, anunciou a Sua chegada. Alguns dos primeiros discípulos de Jesus tinham sido, anteriormente, discípulos de João. Com João Batista, vamos preparar-nos mais profundamente para celebrar o Natal, a solenidade do nascimento de Jesus. João é uma figura que nos conduz para Cristo. João Batista apresentou Jesus como o «Cordeiro de Deus» que tira o pecado do mundo. Vamos saber o que isso significa.
Todos se sentam. Então, entoa-se o seguinte cântico (repete-se várias vezes):
Bendiz o senhor, louva o seu Santo Nome! Bendiz o Senhor, que à vida nos conduz.
O leitor 1 proclama a seguinte leitura (Jo 1, 35-42).
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, estava João Batista com dois dos seus discípulos e, vendo Jesus que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus. Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?». Eles responderam: «Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?». Disse-lhes Jesus: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» – que quer dizer ‘Cristo’; e levou-o a Jesus. Fitando nele os olhos, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás ‘Cefas’» – que quer dizer ‘Pedro’.
Palavra da salvação.
R. Glória a Vós, Senhor.
Segue-se o Salmo Responsorial.
Ditoso o que segue o caminho do Senhor. 1| Feliz de ti que temes o Senhor
Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.
2| Tua esposa será como videira fecunda, no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira, ao redor da tua mesa.
3| Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida.
O leitor 2 faz a seguinte leitura:
Que significa «Cordeiro de Deus»? É um título baseado na festa da Páscoa, em que os judeus celebravam a libertação da escravidão do Egipto, comendo um cordeiro, por cada família; com o tempo, o sacrifício desse cordeiro começou a ganhar um significado expiatório – matar o cordeiro era uma forma de pedir perdão a Deus pelos pecados cometidos. Assim, a expressão «Cordeiro de Deus» tem este duplo significado: a memória do poder de Deus que libertou o povo da tirania dos egípcios e o sacrifício de reconciliação, ou seja, o pedido de perdão a Deus pelos pecados cometidos. Jesus, ao dar a vida na cruz precisamente à mesma hora em que, em Jerusalém, se imolavam (matavam) os cordeiros pascais, passou a ser Ele o verdadeiro Cordeiro Pascal que liberta do pecado e conduz para Deus. Quando João Batista diz: «Eis o Cordeiro de Deus», apontando para Jesus, é disso que está a falar.
Então, quem é o «Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo»? É Jesus. Pode causar-nos estranheza estarmos a falar de algo ligado à Páscoa numa época em que nos preparamos para o Natal. Só que o Natal está diretamente ligado à Páscoa: o sentido do Natal completa-se na Páscoa; sem a Páscoa, o Natal não faz sentido. Porque é que Jesus nasce no mundo (Natal)? Para dar a Vida ao mundo, na Sua morte e ressurreição (Páscoa). Muitos autores antigos diziam mesmo, de uma forma quase chocante: «Jesus nasceu para morrer». Que significa isto? Significa que o motivo pelo qual Jesus Se fez homem e veio ao mundo foi para dar a vida a esse mesmo mundo, sabendo Jesus, ainda antes de nascer entre nós, que o modo como o haveria de fazer seria através da cruz. Essa foi a decisão de Deus Pai tomou, que Jesus aceitou como Sua e que o Espírito Santo ajudou Jesus a cumprir. Sim, porque Jesus é eterno com o Pai e o Espírito Santo, Ele já pensava e tomava decisões muito antes de nascer no nosso mundo!
Se pensarmos um pouco, vamos reparar que ouvimos muitas vezes estas palavras de João Batista. Sempre que vamos à missa, antes da Comunhão, o coro canta: «Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós». E, depois de repetir duas vezes, à terceira conclui assim: «Dai-nos a paz». Logo a seguir, o sacerdote diz: «Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo». Quando o sacerdote faz isso, mostra-nos a Hóstia Consagrada: é Jesus no sacramento. E todos respondemos: «Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo». É a partir do momento em que o sacerdote repete as palavras de Cristo, «isto é o Meu Corpo entregue por vós», que aquele pão passa a ser Corpo de Cristo, «Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo».
E nós, que devemos fazer? Exatamente o que fizeram os dois discípulos que estavam com João: seguir Jesus, o «Cordeiro de Deus». E falar d’Ele aos outros, como fez André. Em silêncio, vamos pedir a Jesus que faça de nós Seus discípulos. Que neste Natal se renove em nós o desejo de seguir o «Cordeiro de Deus», que nasceu entre nós para «tirar o pecado do mundo».
No final da meditação, vem um momento longo de silêncio (2 minutos). Todos são convidados a pedir a Jesus que faça de si Seu discípulo(a). Quem quiser, pode ajoelhar-se.
Ao fim do tempo assinalado, todos se levantam e cantam:
Cristo Jesus, Tu me chamaste; eu Te respondo: «Estou aqui». Tu me chamaste pelo meu nome; eu Te respondo: «Estou aqui».
A criança que preside inicia as preces:
Jesus, nascido de Maria e anunciado por João Batista, deu a vida por todos nós, para remissão dos nossos pecados. Que grande amor! Imploremos:
Senhor Jesus, ensinai-nos a amar.
Os leitores 1 e 2, alternadamente, propõem as preces.
1| Por todos aqueles que têm responsabilidades no governo do mundo, para que exerçam o seu poder com sabedoria, humildade e ao serviço do bem comum, oremos irmãos.
2| Por todos os cristãos, para que o seu estilo de vida dê testemunho de que Jesus é o único Salvador do mundo, oremos irmãos.
3| Por todas as pessoas que não conhecem a Deus, para que O descubram e acolham como seu Criador e Senhor, oremos irmãos.
4| Pelos nossos familiares e pelos nossos amigos, para que saibam dar graças a Deus pelas maravilhas que Ele realiza nas suas vidas, oremos irmãos.
5| Por todos aqueles que se preparam para o Natal, para que não se deixem levar pelas coisas superficiais, mas vivam esta festa no seu sentido mais profundo, oremos irmãos.
A criança que preside inicia o Pai-nosso, que todos rezam juntos.
No final, a criança conclui com a seguinte oração:
V. Senhor Deus, que enviastes João Batista para preparar os caminhos do Vosso Filho, ajudai-nos a preparar o nosso coração para acolher o Menino que vai nascer. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R. Ámen.
O momento de oração conclui-se do seguinte modo:
V. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Ámen.
E, voltados para a imagem de Nossa Senhora, rezam em conjunto:
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen.