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A JUSTIÇA DE ARISTÓTELES ÉTICA A NOCOMACO

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Academic year: 2021

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1 SOBRE O AUTOR:

Aristóteles foi um notável e inigualável filósofo, nasceu em 384 a.C., porém esse dado é duvidoso pois alguns acreditam ter nascido em 385 a.C. morreu em 322 a.C.. Nasceu em Estagira(Atualmente Tessalônica), colônia da Macedônia. Filho de Nicômaco e Féstias, seu pai era médico e morreu quando tinha apenas sete anos, foi então criado pelo tio Proxeno, aproximadamente aos dezoito anos deixou Estagira e foi para Atenas, foi discípulo de Platão por aproximadamente 20 anos, inicialmente como discípulo e depois como professor, até a morte do mestre em 347 a.C..

“Depois da primeira estadia em Atenas, ausentou-se por 12 anos, com uma permanência inicial na Ásia menor, onde se dirigiu, ainda solteiro para uma comunidade de platônicos estabelecida em Assos (Trôade). Ali reinada então sobre Assos e Artaneo, o tirano Hérmias, um eunuco, em cuja corte passou três anos. Casou então Aristóteles com Pítias, irmã de Hérmias. Morto este pelos persas, retirou-se Aristóteles para Mitilene. Depois do falecimento de Pítias, se casará com Hérpilis, da qual nascerá Nicômaco, a quem dedicará posteriormente o livro Ética a Nicômaco.”¹

Fundou em Atenas a primeira escola e a dedicou a Apolo.

Teve como principais domínios de investigação: a lógica, a retórica, a linguagem, a física, a biologia, a política e a ética, sendo as duas últimas de maior expressão.

¹ Trecho retirado do site:

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A JUSTIÇA: definições de justo e injusto ( PP. 145 – 176) Aristóteles. Ética a Nicômaco – Traduzido por Edson Bini. Editora EDIPRO. 3ª. Edição. 2009

1. O texto parte da discussão sobre o significado das palavras justo e injusto comparando-as com outras que possuem significado que podem ser confundidos, define justo, a principio como algo que esta dentro da lei ou algo equitativo, desta forma o injusto será o inverso. Escreveu que o homem que pratica a injustiça a pratica procurando algo que a sociedade diz que é bom, desta forma a justiça perfeita será aquela que busca o bem do próximo. Neste contexto define o melhor e o pior dos homens de acordo com a justiça; a injustiça assim seria quando o indivíduo exibe algum vício que foi censurado ( algo ilegal, desigual) buscando ganhos pessoais ou materiais, o pior dos homens.

2. Afirmou que a injustiça pode acontecer sob dois aspectos: particular e universal, deste modo à lei prescreveria uma conduta a ser seguida fundada em virtudes particulares, assim proibindo outras que apresentassem vícios.

3. Desta forma, a pessoa justa é aquela mediana, ser médio porém conhecer os dois extremos, assim introduz a primeira espécie de justiça a meritória (distributiva), ou seja, uma relação baseada no mérito, desta forma a injustiça seria os iguais recebem proporções desiguais e desiguais recebem proporções iguais. Citou o que foi mérito para algumas sociedades como: democratas (condição do homem livre), oligarcas (riqueza ou bom nascimento), aristocracia (virtudes), portanto a justiça é a proporção e o injusto o contrário (desproporcional).

4. Nesta altura falou sobre a justiça corretiva, esta deve ser praticada independentemente do homem que a praticou (justo ou injusto), o juiz (justiça personificada, medidor) produz a justiça e empenha-se em tornar a ação, dividida em partes desiguais, em algo equitativo, corrigir as diferenças, igualar mediante a penalidade ou perdas por ele impostas, retirando assim o ganho que obteve por meio da injustiça. Desta forma o juiz instauraria a igualdade que foi violada, equalizando-a. “Cada um tem o que lhe cabe”.

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5. Citou a doutrina Pitagórica, justo é o sofrer reciprocamente uns em relação aos outros, diferindo das duas espécies de justiça apostadas, disse que se assim fosse entendido o bem poderia ser combatido com o mau, e somente o bem pode ser combatido com ele mesmo, continuou e afirmou que a única justiça que pode ser dada como recíproca é a justiça econômica, certo números de sapatos equivaleria a uma casa, assim a moeda é justiça, para a economia.

6. Neste ponto do livro questionou se alguém pode cometer injustiça sem realmente ser injusto, e concluiu que sim, pois afinal quais atos o tornariam injusto? Disse que a justiça só existe entre aqueles que as relações mútuas são reguladas pela lei ( possibilidade de injustiça, pois a lei delimita a justiça, esta seria a razão pela qual a lei governa e não o homem). Termina citando algumas relações que não eram contempladas pela lei: pai e filho(s), senhor e escravo(s), disse que não são iguais a justiça política, pois não existe injustiça absoluta ao que nos pertence.

7. Afirmou que a justiça política possuía duas partes: natural (idêntica validade em todos os lugares, independe de aceitação), convencional (pode ser estabelecida).

8. Neste tópico afirmou que uma conduta injusta sempre será fruto de uma conduta voluntária e caso contrário não há porque ser injusta, desta forma citou três formas de ofensas: efetuada na ignorância, um erro, engano; erro involuntário, causa da ignorância, reside na própria pessoa; erro inculpável, diante de um infortúnio. Quando o erro é feito com consciência é um ato injusto, motivados pela paixão.

9. Analisou a possibilidade de sofrer injustiça voluntariamente; disse que assim como fazer o que é injusto é diferente de agir injustamente, sofrer o que é injusto é diferente de ser tratado injustamente. Assim, o homem voluntariamente não pode sofrer injustiças. Neste tópico analisou se aquele que toma menos do que é preciso é injusto consigo mesmo contrastando com o que sempre toma porções excessivas, injusto, então perguntou se é injusto

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aquele que sempre toma ou quem sempre recebe? Desta forma, é alguém capaz de agir injustamente contra si mesmo?

10. A equidade é superior a justiça, porém não superior a justiça absoluta, assim, comparou-a com uma régua usada pelos Lesbos, régua lésbia: pesada, porém flexível. O homem equitativo é flexível quanto aos seus direitos, contentando-se em receber uma proporção menor.

11. Assim, questionou: “É possível ou não a um indivíduo cometer injustiça contra si mesmo?” Sendo que o homem que comete injustiça contra a lei age injustamente, assim como aquele que em um acesso de descontrole emocional, voluntariamente, comete uma ofensa.

É possível ou não a um indivíduo cometer injustiça contra si mesmo?

Dizer que alguém é injusto consigo possui um grau elevadíssimo de subjetividade, pois para alegarmos injustiça temos que ter em primeiro lugar um parâmetro, a Igreja Católica, por exemplo, funda sua definição de justiça em um ser superior(Deus), piedoso porém punitivo, colocam nosso corpo um templo, sob essa perspectiva ser injusto consigo seria cometer atrocidades contra este templo. Se formos mais longe admitiremos que não somos apenas corpo, matéria, somos mais do que este templo, então mesmo prejudicando-o devemos ter atitudes que saciem nossa alma.

Se pensarmos pelo aspecto social, nos deparamos com um pensamento de Glauco transcrito na Obra de Platão: “ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação, não sendo a justiça um bem individual”. Desta forma, a justiça seria algo social, algo que implique em pensar em toda a sociedade, ou seja, ser injusto consigo é estar sendo injusto com toda a sociedade.

Aristóteles cita, no entanto dois aspectos da justiça: A justiça distributiva, justa medida, que consiste em dar a cada um conforme seu mérito e a justiça Corretiva, que leva em consideração a proporção, a medida da justiça, um grau de paridade. Sob esta ótica ser justo é ser proporcional, mediano, ou seja, não

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cometer exageros, nem privações: os exageros tornaria o indivíduo injusto com os próximos e as privações injustas consigo. Contudo, Aristóteles traz o caso do homem nobre, que se priva de certas coisas para conseguir honra, desta forma não seria injusto e sim nobre. Importante é lembrar que Aristóteles concluiu que a injustiça só pode ser considerada como tal se cometida com consciência.

Portanto, ser injusto é não ser equitativo, ir contra uma premissa maior (um valor social ou divino que serve como base para que seja instaurada a esta tríplice ,justiça-injustiça-parametro de justiça, que se for a lei é passível de injustiça, e divino passível de comprovação pela fé). A injustiça como algo mal, que Santo Agostinho diz ser fruto do livre arbítrio (o homem levado pelas paixões e não pela instrução), desta forma ser mal é um fruto da escolha, Aristóteles o injusto é aquele que age de forma voluntária e cotidiana. Concluo que a injustiça é um bem social, imposto, doutrinado para beneficiar o convívio, desta forma, individualmente, não há como ser injusto consigo, porém, coletivamente, ser injusto consigo é ser injusto com o outro.

“O homem livre é senhor de sua vontade e somente escravo de sua própria consciência.” - Aristóteles

Referências

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