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Monitorização Psicossocial da Valorsul 2007

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Monitorização Psicossocial da Valorsul 2007

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José M. Palma-Oliveira Administrador Factor Social

Dalila Paulo Antunes Directora-Geral Factor Social Nuno Miguel Patrício Marques

Consultor Factor Social

Monitorização Psicossocial da Valorsul 2007

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Na sequência do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da central de tratamento de resíduos sólidos urbanos (CTRSU) da Valorsul foi recomendada a monitorização psicossocial da população envolvente. Se os resultados da vertente psicossocial desse estudo apontavam para uma certa neutralidade da população sobre a infra-estrutura de tratamento em causa, também eram de molde a acentuar uma posição de certa negatividade de parte da população estudada a viver mais próxima do local apontado para a construção. O conjunto de resultados então obtidos foram de molde a, por um lado, encarar a construção da infra-estrutura e a reacção da população como algo longe de um impacte psicossocial significativamente negativo, mas, por outro, recomendar a monitorização subsequente deste descritor.

De Fevereiro 1999 a Dezembro de 2003 realizaram-se duas extensas monitorizações por ano e a partir de 2004 a monitorização passou a anual. Como complemento às monitorizações, tem sido produzido um artigo como o presente, onde são agrupados todos os dados, permitindo analisar a evolução dos resultados Foi utilizado como ponto de partida o questionário aplicado no EIA, que em 2006 foi adaptado e melhorado, sendo aplicado a uma amostra dos habitantes do concelho. O questionário avalia desde o conhecimento da Central e da atitude perante a mesma até à percepção de risco que ela evoca.

Os resultados demonstram que a população envolvente tem uma atitude neutral positiva em relação à central havendo uma relação directa entre a atitude em relação à CTRSU e a identidade social. A percepção de risco e a ameaça têm descido ligeiramente, demonstrando valores não preocupantes.

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1.1. Enquadramento

Deste Fevereiro de 1999 que uma série de estudos têm sido levados a cabo com a intenção de monitorizar impactes psicossociais da construção e funcionamento da CTRSU (Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos) da Valorsul. Para tal é efectuado um levantamento de dados que garantem a manutenção de uma avaliação psicossocial da qualidade de vida das populações durante o seu funcionamento regular. Assim, a monitorização tem essencialmente incidido sobre três aspectos que o Estudo de Impacto Ambiental referia como potencialmente problemáticos e que têm consequências ao nível do bem-estar dos residentes: o ruído, a poluição atmosférica e a percepção de ameaça.

A abordagem teórica que nos orienta neste estudo está ligada à preocupação em estudar a pessoa inserida num contexto específico, enfatizando tanto a questão situacional (localização espacial e temporal) dos comportamentos dos indivíduos como a construção individual e social de significados para o ambiente que a rodeia.

Por outro lado, a pesquisa tem vindo a demonstrar que, para este tipo de infra-estruturas, existe, amiúde, uma curiosa inversão de atitudes. Assim, se num primeiro momento, as atitudes perto do local são predominantemente negativas ou neutras, num segundo momento, se não existirem problemas com a infra-estrutura, podem passar a positivas. Foi este padrão de positividade que Palma-Oliveira e Correia dos Santos (1998) identificaram a uma atitude positiva face ao novo aterro da Valorsul da parte dos indivíduos que moravam mais perto da infra-estrutura.

1.2. Fontes de Impacte Consideradas

Os impactes psicossociais negativos poderão decorrer não apenas de mudanças físicas no ambiente, mas também da forma como essas mudanças são interpretadas pelos indivíduos. Neste último caso os impactes deverão ser avaliados por variáveis subjectivas como o grau de aceitabilidade/ indesejabilidade da CTRSU, ou o momento da vida do indivíduo em que ocorrem. É nesta perspectiva que situaremos a análise das fontes de impacto que monitorizamos.

1.2.1. Ruído

Na definição do ruído deve ter-se presente uma componente física relacionada com a frequência e amplitude das ondas sonoras, à qual se associa uma componente psicológica, ligada ao grau de desejabilidade do som. Assim, o ruído poderá definir-se como um som não desejado, o que o associa necessariamente ao conceito de incomodidade acústica. No âmbito do estudo de monitorização psicossocial da avaliação do ruído, pretendem-se averiguar e caracterizar eventuais aumentos de incomodidade acústica, com origem no funcionamento da incineradora ou no meio ambiente. A exposição prolongada ao ruído tem consequências importantes para as pessoas. Para além de contribuir para a perda temporária ou permanente da capacidade auditiva, tem consequências na saúde física (como a hipertensão, Cohen et al., 1986) e mental (por exemplo, ansiedade e irritabilidade, Cohen et al., 1977) e no desempenho intelectual (atenção, memorização e resistência à frustração, Cohen et al., 1986). São vários os factores relevantes como o Volume (e.g., Bell et al.,1996), Saliência (e.g., Loewen e Suedfeld, 1992), Previsibilidade/Familiaridade (e.g., Evans e Cohen, 1987), Controlabilidade (e.g., Glass e Singer, 1972; Vela, Evans e Vaughan, 1991), Significado (e.g., Soczka, 1980) entre outros. Este último factor, por exemplo, explica porque um mesmo ruído é considerado mais incómodo pelas pessoas que têm uma avaliação negativa da fonte que produz o ruído e menos incómodo pelos indivíduos que avaliam a fonte de forma positiva.

Nas monitorizações já realizadas foi sempre avaliada a percepção do ruído, as diferenças de incomodidade acústica entre as áreas avaliadas e qual a relação com outras variáveis. Serão caracterizados eventuais aumentos de incomodidade devido ao funcionamento da central de incineração.

1.2.2. Poluição atmosférica

No que concerne à poluição atmosférica, a ligação com os impactes psicossociais é menos evidente e a literatura apenas recentemente se começou a interessar por este tema. A qualidade do ar está definida de acordo com parâmetros objectivos mensuráveis e legislados. No entanto, a forma como as pessoas pensam sobre a qualidade do ar prende-se principalmente com atributos sensitivos: os fumos e os cheiros.

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No entanto cada vez mais informação é disponibilizada sobre poluição atmosférica e componentes não perceptíveis. Essa informação tem vindo a demonstrar que a mera percepção da existência de poluição pode aumentar a percepção de ameaça.

Uma grande diversidade de efeitos negativos de exposição à poluição atmosférica pode ser encontrada em trabalhos empíricos, entre os quais: efeitos de nível fisiológico como o aumento da pressão arterial; ao nível do desempenho de tarefas, como dificuldades de concentração; ao nível afectivo como o aumento da ansiedade, e ao nível comportamental através de respostas agressivas (cf. Evans e Jacobs, 1981; Evans e Cohen, 1987 e Bullinger, 1989).

Novamente as características supracitadas no caso do ruído, são também relevantes no caso da percepção da poluição. Refiram-se os factores Intensidade (e.g., Bullinger, 1989), Previsibilidade/Familiaridade (e.g., Mukherjee, 1993), Controlabilidade (e.g., Evans e Jacobs, 1981) e Significado (e.g., Winneke e Kaska, 1987).

Também neste factor foi avaliada a percepção da poluição atmosférica, as diferenças de incomodidade entre as áreas avaliadas e qual a relação com outras variáveis. Serão caracterizados eventuais aumentos de incomodidade devidos ao funcionamento da central de incineração.

1.2.3. Ameaça percebida

Embora não estejam estudados os impactos no stress de se estar a viver perto do local de construção de uma incineradora, aterro ou central nuclear, sabe-se que esta situação é vivida com um aumento da preocupação dos indivíduos (Pligt, Eiser e Spears, 1986). De facto, pode reunir algumas características geralmente associadas ao stress crónico (Lazarus e Folkman, 1984): incerteza quanto ao futuro, ambiguidade quanto às consequências negativas, situação prolongada no tempo, percepção de incontrolabilidade e sentimento de importância pessoal da questão (Palma-Oliveira, 1992). Nestas situações, para além do aumento do nível dos índices psicológicos de stress, poder-se-á observar também uma série de sintomas a ele associados (aumento da tensão arterial, de problemas gastrointestinais, de sintomas de depressão e ansiedade, dificuldades de concentração, etc.) (Baum, Fleming e Singer, 1983; Baum, 1987; Baum e Fleming, 1993).

No nosso caso particular, a percepção de ameaça é uma dimensão importante na percepção do risco associado à incineradora. O conceito de risco percebido tem sido conceptualizado em diversas dimensões qualitativas (e.g., Fischhoff et al, 1978, Lima, 1993, Lima, 1995), que foram reencontradas nesta mesma população no Estudo de Impacto Ambiental:

• Importância pessoal - em que medida os riscos afectam o próprio e a sua família? Riscos considerados com elevada incidência pessoal são menos aceitáveis do que riscos com incidência pessoal mais baixa.

• Controlabilidade - em que medida a população, os técnicos e as autoridades podem controlar o risco? Riscos percebidos como incontroláveis são menos aceitáveis do que os vistos como controláveis.

• Conhecimento - em que medida é um risco conhecido pela população e pelos técnicos? Riscos conhecidos são mais aceitáveis do que riscos desconhecidos.

Como no Estudo de Impacte Ambiental a ameaça estava extremamente relacionada com a percepção de controlo e a importância pessoal, apenas se consideram, nos estudos ora apresentados, estas dimensões.

1.3. Variáveis Mediadoras Consideradas

Viu-se já que a percepção do ruído e poluição atmosférica é modificada pelo significado que lhes é atribuído. Deste modo, assume grande relevância a identificação do significado da incineradora para as populações. Centrar-nos-emos sobre três aspectos deste significado construído: a identidade e vinculação à comunidade local, a distância da residência à incineradora e, finalmente a atitude face à incineradora.

1.3.1. Identidade e vinculação à comunidade local

Os laços que os indivíduos estabelecem com os locais em que residem (comunidades residenciais) têm grande importância para o desenvolvimento e manutenção da sua identidade (e.g., Proshansky, 1978, Proshansky, Fabian e Kaminoff 1983, e Korpela, 1989). Os ambientes residenciais desempenham, assim, um papel fundamental na definição do indivíduo, e a identidade local pode ser definida como uma sub-estrutura da identidade, relacionando-se com conhecimentos, crenças e expectativas

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ligadas a esses cenários (dimensão cognitiva descritiva) e afectos e preferências por esses (dimensão afectiva-avaliativa). As mudanças num espaço residencial podem constituir uma situação perturbadora e ameaçadora para o equilíbrio e bem-estar dos indivíduos que nela residem, se forem vistas como incongruentes com o passado ou com as expectativas que a comunidade tem para o seu futuro. Daí que seja importante avaliar esta variável.

O modelo de Identidade de Breakwell (1986), já testada empiricamente por diversos autores, (e.g., Speller, Lyons e Twigger-Ross, 1996 e Twigger-Ross e Uzzell, 1996), tem sido usado nestas monitorizações. Este modelo considera que a identidade local é norteada por quatro dimensões:

• distintividade - o local é aqui equacionado em comparação com outros, destacando-se, deste modo, as qualidades particulares percebidas do ambiente onde se inserem.

• continuidade - a identidade local assume nesta dimensão o sentido de preservação de raízes.

• auto-estima - dimensão que permite ao indivíduo elevar a sua estima através das qualidades do próprio lugar, fundindo-se nele.

• auto-eficácia - refere-se à capacidade do indivíduo agir eficazmente perante as metas a que se propõe (dimensão de controlabilidade), no espaço onde reside.

No caso de se verificar que estas dimensões são de algum modo ameaçadas pelo funcionamento da incineradora, considera-se que a identidade dos indivíduos bem como os vínculos aos seus cenários residenciais são postos em causa.

1.3.2. Distância à incineradora

Quando a unidade de estudo se prende com áreas limítrofes de instalações de tratamento de resíduos sólidos, torna-se indispensável fazer referência a alguma literatura anglosaxónica (e.g., Freudenburg e Pastor, 1992) e também nacional (Lima, 1996), que tem vindo a designar tais projectos, e outros na mesma linha, como LULUs (Locally Unwanted Land Uses). No essencial, ambas procuram descrever situações em que a satisfação de uma necessidade regional ou nacional (por ex. o tratamento dos resíduos) implica um ónus que recai sobre uma zona mais restrita e limitada, acarretando movimentos

de oposição por parte dos cidadãos, os quais se têm vindo a denominar por efeito NIMBY (Not In My BackYard). Ainda que descritivas, nenhuma das denominações explica o fenómeno. Oliveira (1996, 1997, 1998; 1999; 2000; Palma-Oliveira e Correia dos Santos, 1999) tem vindo a fazer uma conceptualização explicativa do fenómeno encarando-o como um dilema social invertido. Certos desastres cumulativos ambientais (e.g., aquecimento global) podem-se considerar como provindos de dilemas sociais. Estas situações caracterizam-se pelo facto da racionalidade individual se opor à racionalidade colectiva (Garcia-Marques e Palma-Oliveira, 1992). Ou seja, o indivíduo, em determinados momentos, possui duas possibilidades de comportamento (e.g., usar ou não usar automóvel) em que uma é mais racional do ponto de vista individual, na medida em que os benefícios estão concentrados no indivíduo e os malefícios são espalhados por todos, e outra é mais racional do ponto de vista colectivo. No entanto se todos escolherem a alternativa mais racional individualmente todos perderão a médio prazo (para uma formulação pormenorizada ver ob. cit.).

Neste contexto a resistência a certas tecnologias e empreendimentos pode ser encarada como estando relacionada com um dilema social invertido. Ou seja, no caso de tecnologias como a da incineração, o problema da equidade coloca-se de forma oposta. No caso da presença, por exemplo, duma incineradora num dado lugar, os “malefícios” serão concentrados naquele lugar e os “benefícios” serão distribuídos por todos os que vierem a beneficiar do tratamento dos seus resíduos urbanos. Deste modo, ao contrário do que possa parecer é sempre mais racional, do ponto de vista local, resistir à instalação da tecnologia do que aceitá-la.

Se tal for verdadeiro então a percepção do risco de uma dada actividade deverá ser tanto maior quando maior for a proximidade da referida actividade. No presente estudo, procurar-se-á analisar o posicionamento dos residentes, controlando a distância física à incineradora, uma vez que o significado desta instalação é diferente de acordo com a proximidade da residência. Iremos neste estudo considerar 3 zonas: zona mais próxima (num raio de 1km a partir da incineradora); zona intermédia (num raio de 5km a partir da incineradora); zona mais distante (num raio de 10km a partir da incineradora).

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Um dos factos mais interessantes do funcionamento psi-cológico é o facto de, amiúde, quando não se possui uma visibilidade directa (i.e., ver a CTRSU todos os dias) de uma dada instalação, esta tenderá a não deter uma visibilidade psicológica (Lima, 1999). Assim, existe neste estudo uma questão que avalia se os inquiridos possuem, ou não, a central na sua linha directa de visão ou se, no seu dia-a-dia, são confrontados com ela.

Por outro lado Palma-Oliveira e Correia dos Santos (1998) tinham também já descoberto que os indivíduos que habitavam perto de centrais de tratamento de resíduos sólidos tinham a tendência de acentuar a distância percebida da sua casa em relação a essas infra-estruturas. Daí que tenha sido também introduzida uma questão, nas últimas monitorizações, que inquiria directamente sobre a distância da habitação do entrevistada(o) à central da Valorsul.

1.3.3. Atitude face à incineradora

Outro aspecto que enquadra o significado das alterações ambientais são as atitudes dos residentes face à incineradora, isto é, a forma mais ou menos favorável como se posicionam face à central. Tal como no Estudo de Impacto Ambiental, neste trabalho serão consideradas as três formas de expressão das atitudes: cognitiva, afectiva, e comportamental.

Atitudes positivas face à incineradora diminuem o impacto psicológico do aumento do ruído, da poluição e da ameaça, pelo contrário, atitudes negativas amplificam estes efeitos.

1.4. Impactes Psicológicos Considerados

Referimos atrás consequências importantes da exposição ao ruído, à poluição atmosférica e a situações de ameaça continuada. Estas consequências prendem-se normalmente com alterações na saúde física e mental, bem como alterações ao nível das capacidades intelectuais.

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De notar que, nas monitorizações anteriores, foram já identificadas as variáveis relevantes, tal como os indicadores para cada uma delas, tendo a Valorsul e a equipa, uma “baseline” de resultados suficientemente consistente.

2.1. Estratégia Metodológica

Para as primeiras dez monitorizações utilizou-se um estudo longitudinal, baseado num painel, em que os mesmos sujeitos eram repetidamente inquiridos ao longo do tempo.

Esta opção tem dois grandes inconvenientes: a observação repetida dos mesmos sujeitos e a “mortalidade” da amostra. Para evitar os efeitos negativos da observação repetida dos mesmos sujeitos, realizou-se o levantamento inicial de uma amostra alargada (700 sujeitos) que foi totalmente usada no primeiro estudo de monitorização. Nas subsequentes amostragens, foram extraídos aleatoriamente sub-amostras mais pequenas (mais ou menos 300 sujeitos, e 500 sujeitos na 9º, 11ª e 12ª monitorização). Deste modo, não serão sempre inquiridos os mesmos sujeitos, mas existe a possibilidade de comparar sistematicamente as respostas de cada respondente com as do base-line. Na nona e na décima monitorização foi considerado conveniente proceder a uma mudança mais radical do painel para compensar a “perda” de respondentes por mudança de residência, morte, ou inacessibilidade. Após uma avaliação técnica de todas as monitorizações efectuadas, procedeu-se, a partir da décima primeira monitorização a uma mudança metodológica. Em detrimento de um painel, optou-se pela realização de uma grande amostragem anual, de acordo com os critérios de incidência de efeitos nefastos e localização da residência em relação ao local da Valorsul, isto para evitar a repetição de inquiridos. No entanto essa alteração não foi suficiente e na décima terceira monitorização reduziu-se a amostra para 300 com o mesmo intuito, para atenuar sintomas de saturação e indisponibilidade para cooperar. A metodologia mantém-se desde então. Todo este processo será descrito com maior detalhe em seguida.

2.2. Sujeitos

2.2.1. Localidades a inquirir

A escolha das localidades para a selecção da amostra seguiu os seguintes critérios:

• A localização da residência relativamente ao local da central de incineração, distinguindo 3 níveis de proximidade, respectivamente, sujeitos que residam até 1, até 5 e até 10 km da incineradora.

• A incidência dos efeitos nefastos, englobando áreas que, segundo os estudos prévios de localização da incineradora, têm probabilidades diferentes de serem afectadas por eventuais consequências nefastas.

Assim, a amostra de inquiridos foi seleccionada a partir das zonas a seguir definidas:

• Zona 1 – S. João da Talha Sul. Zona mais próxima da incineradora, sujeita a riscos industriais preexistentes. Inclui os Bairros da Covina, Castelhana e Estacal Novo.

• Zona 2 – Bobadela e Sta. Iria da Azóia. Zona próxima da central de incineração também sujeita a riscos industriais, preexistentes à construção da central; Considera-se à partida que o funcionamento da CTRSU não provoca um incremento daqueles riscos. Inclui as zonas adjacentes a S. João da Talha, nomeadamente o Bairro da Figueira, do Cativo e Pirescoche. • Zona 3 – S. João da Talha Norte. Zona que pela sua localização, para lá da Auto-estrada do Norte, não é afectada pela incineradora e que inclui o Bairro da Fraternidade e Vale Figueira.

• Zona 4 – Loures. Zona urbana de Loures, no centro da cidade, não afectada directamente por riscos industriais. 2.2.2. Critérios de definição do Painel

A amostra encontra-se dividida em 3 zonas correspondentes às distâncias de até 1 km, até 5 km e até 10 km da incineradora. Tal como foi feito no estudo de impacte ambiental, agrupámos as amostras 1 e 2 para constituírem um único grupo, correspondente ao raio de 1 km. O Quadro 1 mostra as zonas onde foram seleccionados os inquiridos que constituem a amostra por distância ao local da incineradora. Após a décima primeira monitorização distinguiu-se ainda entre localidades antes do rio Trancão e depois do rio Trancão (ambas compreendidas entre os 5km e o 1 km de distância da central). No presente

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estudo, de modo a ser possível efectuar comparações com monitorizações anteriores, mantêm-se o conjunto de três zonas.

Raio a partir da incineradora

CONCELHOS 1 km 5 km 10 km

LOURES

S. João da Talha Sul, Bobadela e Sta. Iria da Azóia

S. João da Talha Norte

Loures

Quadro 1- Freguesias inquiridas

As amostras foram constituídas por cerca de 300 sujeitos até à décima monitorização (com a excepção do primeiro e no nono estudo onde foram estudados 700 e 500, respectivamente). Na décima primeira e na décima segunda monitorização, a amostra foi de cerca de 500 indivíduos. A partir de 2006 a amostra voltou a ser constituída por 300 sujeitos, isto porque uma amostra superior conduz à repetitividade de sujeitos ao longo do tempo, fazendo com que os mesmos comecem a evidenciar sintomas de saturação e indisponibilidade para cooperar (aspecto que vem sucedendo nas sondagens envolvendo maior número de indivíduos).

Em qualquer dos casos, a amostra é sempre dividida em três sub amostras:

• Sub amostra I - residentes da zona mais próxima da central de incineração (raio 1 km).

• Sub amostra II – residentes da zona definida por um raio de 5 km a partir da incineradora.

• Sub amostra III – residentes da zona mais afastada (raio de 10 km) da central de incineração.

O critério de amostragem foi o de amostragem estratificada, segundo um modelo probabilístico, onde houve uma distribuição homogénea dos sujeitos por estratos significativos, de forma a possibilitar a comparação das sub amostras. A distância da residência ao local da instalação de incineração correspondeu a um nível de estratificação. O sexo e, por fim, a idade são outras das variáveis controladas. A extracção aleatória da pessoa a inquirir na residência seleccionada foi feita posteriormente, sendo que o entrevistado tinha que ter idade igual ou superior a 18 anos.

Os trabalhos de campo foram realizados nas seguintes datas: 1ª Monitorização – Março 1999 2ª Monitorização – Dezembro 1999 3ª Monitorização – Julho / Agosto 2000 4ª Monitorização – Dezembro / Janeiro 2001 5ª Monitorização – Julho 2001 6ª Monitorização – Dezembro / Janeiro 2002 7ª Monitorização – Setembro/ Outubro 2002 8ª Monitorização – Dezembro 2002 9ª Monitorização – Agosto 2003 10ª Monitorização – Janeiro 2004 11ª Monitorização – Dezembro 2004 12ª Monitorização – Dezembro 2005 13ª Monitorização – Novembro 2006 14ª Monitorização – Dezembro 2007 2.3. Material

Utilizou-se como instrumento um questionário por entrevista telefónica, em que o entrevistador tem a tarefa de assinalar as respostas dos entrevistados. Este instrumento é composto por escalas ordinais. Para cada questão é pedido aos sujeitos que indiquem a opção que melhor descreve a sua opinião. Este instrumento foi construído com base numa revisão da literatura sobre o tema, nos instrumentos já utilizados no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental e foi aperfeiçoado com o decorrer dos estudos efectuados.

Os entrevistadores foram sujeitos a uma formação com o objectivo de os familiarizar com os instrumentos construído. A partir da 14ª monitorização a aplicação do questionário foi da responsabilidade da empresa Consulmark, que para tal recorreu ao sistema CATI para desenvolvimento do processo da entrevista e que validou a qualidade dos trabalhos com recurso a uma amostragem dos questionários efectuados. O instrumento possui medidas de:

1. Percepção do ruído

2. Percepção dos fumos e cheiros 3. Percepção de Risco

4. Identidade com a comunidade local 5. Atitude face à incineradora

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O questionário foi revisto e alterado na 13ª monitorização, estando as alterações descritas no artigo correspondente. Nas páginas seguintes apresentamos os resultados dos catorze estudos utilizando metodologias de comparação sistemáticas tanto descritivas como inferenciais. É importante sublinhar que quase todos os indicadores referidos acima são medidos através de várias perguntas. O procedimento que foi seguido em todos os estudos foi a utilização do alfa de Cronbach para avaliar se essas perguntas medem as mesmas dimensões. O resultado é bastante positivo (com valores de alfa praticamente sempre superiores a 0.70). Na apresentação seguinte utilizamos apenas esses índices quando necessário e não nos referiremos aos valores de alfa que o justificam (os pormenores encontram-se nos relatórios de monitorização).

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3.1. Conhecimento da Instalação

No questionário foi introduzida uma pergunta relacionada com a informação acerca da incineradora, o que permite avaliar o grau de conhecimento sobre a infra-estrutura ao longo do tempo.

Analisando a figura 1 é possível verificar que o grau de conhecimento da incineradora, por parte dos inquiridos, é bastante elevado. Isto verificou-se não só para os indivíduos que habitam na zona mais próxima e intermédia, mas também para aqueles que residem na zona mais afastada. No entanto, nas últimas monitorizações, existiu uma diminuição do grau de conhecimento nas zonas afastadas. A mudança de amostra de um painel fixo para um painel móvel é uma possível explicação para as últimas monitorizações apresentarem níveis de conhecimento mais baixos, pois diminui-se a repetição de inquiridos. Não obstante, no geral, estes resultados não deixam de indicar bastante familiaridade relativamente a esta infra-estrutura.

A figura 2 representa uma interacção significativa (F(8,1888)=3,05; p<,0021) entre a Zona e a Monitorização no que concerne ao conhecimento. Para facilitar a compreensão do gráfico apenas foram utilizados os resultados das últimas cinco monitorizações. Esta interacção qualifica os efeitos principais destas duas variáveis e encontra-se descrita de seguida.

Em primeiro lugar, verifica-se uma diferença entre as várias zonas consideradas, sendo que o conhecimento diminui com a distância de modo significativo (Tukey: <.005).

Em segundo lugar, existem diferenças entre os resultados obtidos nas diferentes monitorizações sendo que a décima primeira monitorização apresenta o menor nível de conhecimento nas regiões mais distantes (Tukey: <.005). Como já foi referido, isto talvez se deva à primeira mudança da amostra efectuada na altura. Especialmente na zona mais afastada, ao mudar para sujeitos que nunca foram indagados, reduz-se a probabilidade de conheceram as instalações. No entanto, da 11ª monitorização em diante verifica-se uma subida de conhecimento, o que talvez se deva a uma maior saliência da Valorsul devido à sua política de comunicação.

0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% 80.00% 90.00% 100.00% 1 2 3 Conhecimento da CTRSU Mar-99 Dez-99 Ago-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Set-02 Dez-02 Ago-03 Jan-04 Dez-04 Dez-05 Nov-06 Dez-07

Figura 1. Conhecimento da incineradora da Valorsul nas diferentes zonas

MONIT G_1:10 MONIT G_2:11 MONIT G_3:12 MONIT G_4:13 MONIT G_5:14 Plot of Means 2-way interaction F(8,1888)=3,05; p<,0021 ZONA Conhecimento 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1 2 3 Figura 2. Grau de Conhecimento da Incineradora por Zona e Monitorização (quanto

mais perto do 1 maior o conhecimento)

3.2. Fontes de Impacte

Dentro desta categoria foram estudadas, em todas as monitorizações, variáveis como a percepção do ruído, a percepção da poluição atmosférica e a ameaça percebida. A secção que se segue analisa os resultados obtidos. Na décima terceira monitorização ocorreu um ajuste no questionário, o que poderá influenciar alguns resultados, com a continuação da utilização desta versão melhorada, esta potencial interferência torna-se-á mais clara.

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3.2.1. Percepção do ruído e poluição atmosférica

Como variáveis que podem modelar o grau de aceitabilidade/ indesejabilidade do problema do ruído e dos fumos e cheiros em geral incluíram-se, a incomodidade (4 perguntas) o controlo percebido (2 perguntas) e a gravidade do problema (2 perguntas). Pedia-se aos sujeitos que se posicionassem numa escala ordinal que variava entre 1 (nada) e 5 (extremamente). Neste trabalho apenas apresentamos os resultados dos índices compostos, já que esse procedimento foi validado pelo alfa de Cronbach (α >.70).

Para uma correcta observação da figura 3, sobre as médias do incómodo percebido, é necessário saber que, como a partir de Novembro de 2006 as medições de ruídos foram agrupadas numa só, foi efectuada uma média entre ruídos diurnos e nocturnos dos anos anteriores para que a comparação seja facilitada. Verifica-se então que, ao longo das monitorizações, a incomodidade relativa aos ruídos, fumos e cheiros é relativamente baixa (sempre abaixo do ponto médio, n=3). No entanto, é necessário salientar que a média é um pouco mais elevada no que se refere aos fumos e cheiros.

A agregação dos dados revela algumas diferenças que, pela sua relevância, justificam uma análise mais aprofundada. Para tal, realizou-se uma análise de variância, tendo como variáveis independentes a Zona e a Monitorização e como dependentes os dois diferentes tipos de incómodo.

A figura 4 representa as diferenças entre os incómodos e a sua evolução ao longo das monitorizações (Rao R (26,10394)=6,29; p<,0000). Também aqui foi efectuada uma média entre ruídos diurnos e nocturnos para facilitar a leitura. É visível uma diferença de médias significativa entre os incómodos relativos às duas fontes de impacte consideradas: os ruídos e os fumos e cheiros (T=32,46; p=0.000).

Por outro lado, registam-se também diferenças entre os resultados obtidos nas diferentes monitorizações.

No que se refere a ruídos, verifica-se que os valores mais elevados correspondem à sexta, sétima, oitava, décima e décima terceira monitorização e que são significativamente mais baixos que os valores da primeira, terceira, quarta e décima primeira monitorização. (Tukey: <.005).

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Ruídos Fumos e cheiros

Incomodidade percebida Mar-99 Dez-99 Ago-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Set-02 Dez-02 Ago-03 Jan-04 Dez-04 Dez-05 Nov-06 Dez-07

Figura 3. Incómodo percebida em relação aos principais estímulos stressantes

INCOMFUM RUÍDO Plot of Means

Monitorização Main Effect Rao R (26,10394)=6,29; p<,0000 MONIT Incómodos 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Figura 4. Efeito principal da Monitorização nos diferentes tipos de incómodo

A análise relativa à incomodidade dos fumos e cheiros revela-se constante ao longo do tempo. É de salientar no entanto que, nas últimas duas monitorizações assistimos a uma diminuição do incómodo, sendo que na décima quarta o valor é um dos mais baixos de sempre, apenas suplantado pela terceira monitorização onde as respostas atingiram o seu valor mais baixo (Tukey: <.005)

Analisando a figura 5, referente ao conjunto dos dados de todas as monitorizações, verifica-se a existência de um efeito principal da Zona altamente significativo ao nível do incómodo percebido (Rao R (4,10412)=98,43; p<0,000). Verifica-se que o ruído difere significativamente entre a Zona 2 (valor mais elevado), e as restantes. (Tukey: <.005)

No que concerne os fumos e cheiros, os valores da zona 3 são significativamente inferiores aos da zona 1 e 2 que se equiparam. (Tukey: <.005).

(13)

Salienta-se nestes resultados que o incómodo relativo às fontes de impacte consideradas é geralmente inferior na zona mais afastada do que nas zonas mais próximas. Contudo, convém acrescentar que, em nenhum dos casos, o incómodo é superior ao ponto médio (que corresponde ao valor 3) da escala.

Uma variável que assume grande relevância do ponto de vista psicológico, quando se estuda o incómodo percebido, é a identidade social. Neste sentido, de acordo com a teoria da adaptação, espera-se que quanto mais positivo for a identidade local (i.e. apego positivo ao espaço onde se vive), menor o incómodo percebido pelos indivíduos.

Agrupando os dados de todas as monitorizações, verifica-se a existência de diferenças significativas dos níveis de incómodo, segundo o nível de identidade, sendo que os valores mais baixos de incómodo se encontram em indivíduos com uma maior identidade ao local (Rao R (8,8718)=34,84; p<0,000). Este resultado é extremamente importante já que confirma a importância das variáveis psicológicas em geral e da identidade social em particular, na avaliação da negatividade de estímulos ambientais objectivos.

Para além da identidade social, outra variável que assume uma importância particular é a visibilidade percebida da incineradora. Neste sentido, espera-se que os indivíduos que vêem a central no dia-a-dia, experimentem graus de incómodo mais elevados do que aqueles que não a vêem. Este é um resultado que também foi encontrado no presente estudo para as duas variáveis de incómodo. Como se encontra representado na figura 7, também no total das monitorizações, o incómodo do ruído e dos fumos e cheiros é significativamente superior quando se vê do que quando não se vê a central (Rao R (2,2871)=83,97; p<0,000). Este resultado pode ter na base vários factores, nomeadamente o facto da zona mais próxima da central parecer ser aquela que possui maior nível de estimulação objectiva.

Em termos gerais, é possível concluir o seguinte no que se refere aos resultados anteriormente apresentados:

a) A incomodidade em relação aos estímulos stressantes é, de acordo com a média global, relativamente baixa.

b) A incomodidade é maior quando a Central é visível. c) A zona de incomodidade mais baixa é claramente a

mais afastada.

d) Existe uma diferença clara entre a incomodidade relativa aos fumos e cheiros e a incomodidade do ruído. Esta questão poderá ser importante em relação à percepção da actividade da Central como discutiremos adiante.

e) Quanto maior é a positividade da identidade social e local menor é a incomodidade percebida.

f) Assim, não poderemos relacionar directamente a incomodidade percebida com o funcionamento da central.

INCOMFUM RUÍDO Plot of Means

ZONA Main Effect Rao R (4,10412)=98,43; p<0,000 ZONA Incómodos 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 1 2 3 Figura 5. Efeito da Zona nas diferentes incomodidades INCOMFUM RUÍDO Plot of Means

IDENTIDADE Main Effect Rao R (8,8718)=34,84; p<0,000 IDENTIDADE Incómodos 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 1 2 3 4 5

Figura 6. Relação entre a positividade da identidade local e a incomodidade

INCOMFUM RUÍDO Plot of Means

P31_VISI Main Effect Rao R (2,2871)=83,97; p<0,000 Visibilidade Incómodos 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 Vê Não vê

(14)

3.3. Percepção de Risco e Atitudes Face à Incineradora

3.3.1 Percepção da ameaça e de risco associada à incineradora

A percepção de ameaça e de risco foi avaliada de duas maneiras. O questionário inclui uma pergunta que avalia até que ponto os sujeitos acham que correm riscos por viver próximo do local da incineradora, assim como duas perguntas que apresentavam um atributo (relacionado com a afectação pessoal do risco percebido) inerente à percepção de ameaça. Por outro lado, fomos ainda mais específicos na avaliação da percepção de risco, por isso incluímos itens relacionados com atributos inerentes à percepção de risco sentida em relação à incineradora, que nos permitem calcular um segundo índice de percepção de risco. Dois índices foram obtidos (percepção de ameaça e de risco) com uma alta consistência interna. A análise da figura 8 revela que a Central é percebida como pouco ameaçadora pelos inquiridos, dado que todos os resultados se encontram abaixo do ponto médio da escala (que corresponde ao valor 3), especialmente na zona mais afastada. Porém, na décima quarta monitorização a percepção de ameaça é a mais baixa de sempre na zona 2, sendo mesmo mais baixa que a ameaça na zona 3. Este último valor coaduna-se com a tendência de descida que coaduna-se verifica na zona 2. O padrão de resultados obtidos foi avaliado de forma mais precisa por recurso a uma Anova tendo como variáveis dependentes a Monitorização e a Zona. A análise da figura 9 mostrou um efeito principal da Monitorização (F(13,4458)=5,86; p<,0000), em que a 3ª monitorização apresenta um nível de ameaça percebida inferior às restantes. A significância desta diferença é atingida em todas as monitorizações com a excepção da monitorização 7, e das últimas quatro monitorizações que também apresentaram resultados baixos (Tukey< 0.05), o que revela uma tendência de decréscimo da percepção de ameaça.

Ao agruparmos os dados de todas as monitorizações, verifica-se um efeito principal da Zona (F(2,4467)=125,70; p<0,000), sendo que a zona 3 possui os menores valores (Tukey< 0.05). (Fig. 10) 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

Zona 1 Zona 2 Zona 3

Ameaça percebida da Central

Mar-99 Dez-99 Ago-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Set-02 Dez-02 Ago-03 Jan-04 Dez-04 Dez-05 Nov-06 Dez-07

Figura 8. Ameaça percebida da Central segundo a zona

Plot of Means Monitorização Main Effect F(13,4458)=5,86; p<,0000 Monitorização AMEAÇA 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Figura 9. Efeito da Monitorização ao nível da ameaça

Plot of Means ZONA Main Effect F(2,4467)=125,70; p<0,000 ZONA Ameaça 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 1 2 3 Figura 10. Efeito da Zona ao nível da ameaça percebida relativamente à central

(15)

Para mais, os dois efeitos principais são qualificados por uma interacção significativa entre a monitorização e a zona (F(26,4428)=2,69; p<,0000), sendo esta representada na figura 11.

Este resultado tem um padrão muito interessante. Na zona mais afastada da Central existe uma tendência consistente para um grau de ameaça baixo que se vem consolidando ao longo do tempo, apesar de na nona monitorização se ter verificado um ligeiro aumento da ameaça percebida.

Na zona intermédia, até à décima monitorização, os resultados são consistentes e apenas sofrem uma baixa clara na terceira monitorização. Porém, na décima primeira monitorização ocorreu uma quebra e a partir daí os resultados têm-se mantido baixos, sendo atingido o valor mais baixo na décima quarta monitorização. Quanto à zona mais próxima da central, a terceira monitorização apresenta o resultado mais baixo, seguida pela décima primeira monitorização e pela sétima. No extremo oposto, com os valores mais altos, estão os resultados da quinta, da primeira, e da oitava monitorizações.

Para facilitar a leitura do gráfico é apresentada uma versão do mesmo apenas com as últimas 5 monitorizações, onde é bem visível que na 11ª e 14ª monitorização a ameaça encontra-se bem abaixo das restantes. Existe também uma tendência para a redução da ameaça na zona 2.

Este conjunto de resultados sublinha uma certa inconstância nas percepções das pessoas que habitam mais próximos da Central, apesar de nunca a média de qualquer das sub-amostras atingir sequer o ponto médio da escala (que corresponde ao valor 3). Também se verifica que existe uma tendência para a redução da ameaça na zona 2.

Relativamente à variável identidade, os resultados vão no sentido esperado. De facto, como mostra a figura 12, e tal como demonstramos nos resultados do incómodo, são os indivíduos que mais se identificam com o seu local de residência (a escala varia entre 1-discordo totalmente e 5-concordo totalmente) que se sentem menos ameaçados pela presença da incineradora, em oposição aos indivíduos menos identificados com o local onde residem que a percebem como mais ameaçadora (F(4,3788)=56,27; p<0,000). MONIT G_1:1 MONIT G_2:2 MONIT G_3:3 MONIT G_4:4 MONIT G_5:5 MONIT G_6:6 MONIT G_7:7 MONIT G_8:8 MONIT G_9:9 MONIT G_10:10 MONIT G_11:11 MONIT G_12:12 MONIT G_13:13 MONIT G_14:14 Plot of Means 2-way interaction F(26,4428)=2,69; p<,0000 ZONA AMEAÇA 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 1 2 3

Figura 11a. Interacção entre a monitorização e a zona ao nível da ameaça percebida

MONIT G_1:10 MONIT G_2:11 MONIT G_3:12 MONIT G_4:13 MONIT G_5:14 Plot of Means 2-way interaction F(8,1476)=2,49; p<,0111 ZONA AMEAÇA 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 1 2 3

Figura 11b. Interacção entre a monitorização e a zona ao nível da ameaça percebida

(últimas 5 monitorizações)

Plot of Means IDENTIDADE Main Effect F(4,3788)=56,27; p<0,000 IDENTIDADE AMEAÇA 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 1 2 3 4 5

(16)

É possível verificar uma interacção significativa entre a identidade e a zona de residência (F(8,3776)=4,02; p<,0001) no que concerne à ameaça percebida. Esta representa-se na figura 13 e é descrita de seguida. Em primeiro lugar, a zona mais distante percebe de forma significativamente menor a ameaça relativamente à central do que as zonas mais próximas, apresentando a zona intermédia os valores mais elevados. Em segundo lugar, existe diferença entre os graus de identidade, sendo que são os indivíduos que mais se identificam com o local de residência que percebem uma menor ameaça. Isto acontece de forma clara no que se refere às zonas mais próximas da central. Na zona mais afastada a percepção de risco mantém-se constantemente baixa ao longo dos diferente níveis de identidade, provavelmente devido ao valor de ameaça ser demasiado baixo para que sofra a influência deste factor. Se analisarmos a figura 14 percebemos qual a evolução da percepção de risco na população envolvente à Central de Tratamento ao longo dos últimos anos.

Apesar de podermos descrever a percepção de risco como globalmente moderada, esta é sujeita a variações em função dos períodos de monitorização. Nomeadamente, até à quinta monitorização, existe uma tendência de aumento progressivo da percepção de risco. A partir deste ponto, assiste-se a uma estabilização relativa da percepção de risco ao nível intermédio da escala (n=3), embora com um ligeiro aumento até à nona monitorização e um decréscimo a partir desta. A clareza dessa tendência é reforçada pelos resultados da Anova (F(13,4225)=37,28; p<0,000) e das respectivas comparações múltiplas. Estas mostram que, a partir da quinta monitorização, apenas existem diferenças entre a nona (a mais elevada) e a sexta, sétima e as últimas quatro monitorizações (que apresentam os valores mais baixos). É importante sublinhar que não se obtinham índices de percepção de risco tão baixos desde a terceira monitorização.

ZONA G_1:1 ZONA G_2:2 ZONA G_3:3 Plot of Means 2-way interaction F(8,3776)=4,02; p<,0001 IDENTIDADE AMEAÇA 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 1 2 3 4 5

Figura 13. Efeito da identidade e da zona na percepção de ameaça

Plot of Means MONIT Main Effect F(13,4225)=37,28; p<0,000 MONITORIZAÇÃO Percepção de risco 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

(17)

Quanto à variável Zona, e como seria de esperar, no conjunto das monitorizações existem diferenças significativas, em relação à percepção de risco (figura 15). Especificamente, verifica-se que a percepção de risco é inferior na zona mais afastada comparativamente às duas zonas mais próximas (F(2,4234)=38,21; p<,0000), Tukey post-hoc).

Por fim, as respostas acerca dos motivos de preocupação sobre o funcionamento da incineradora foram categorizadas e consideradas enquanto percentagens. Este tratamento encontra-se ilustrado na figura 16.

A análise da figura 16 mostra desde logo um resultado importante. Entre a sexta e a 14ª monitorização, pelo menos 16% dos inquiridos revelou não se preocuparem com a incineradora (excepto na 11ª monitorização em que o valor foi de cerca de 6%). Este resultado é particularmente marcante na sexta e nona monitorização com aproximadamente 60% dos inquiridos a responder desta forma.

Outro resultado importante refere-se ao facto de, em média, cerca de 30% das referências indicam a Poluição Atmosférica como o principal motivo de preocupação em todas as monitorizações, destacando-se de todas as outras categorias. Também referida com regularidade ao longo das monitorizações é a preocupação com as doenças que possam ser causadas pelo funcionamento da CTRSU (com valores perto dos 10%). De sublinhar que existe uma tendência para o reforço e estabilização desse tipo de respostas ao longo das monitorizações, independentemente das variáveis diferenciadoras.

3.3.2. Atitude face à incineradora

Avaliaremos aqui os resultados de uma medida directa relativa à posição dos indivíduos face à incineradora. Novamente, a comparação entre a monitorização e a zona traz resultados bastante interessantes.

Como a figura 17 demonstra, existe uma tendência significativa para acentuar a positividade da atitude até à quinta monitorização sendo que se assiste a um decréscimo na sexta monitorização, para voltar a subir novamente na sétima e mantendo-se constante até à décima terceira monitorização. No último ano existe um ligeiro decréscimo (F(13,4443)=5,17; p<,0000).

Plot of Means ZONA Main Effect F(2,4234)=38,21; p<,0000 ZONA Percepção de risco 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 1 2 3

Figura 15. Percepção de Risco segundo a zona

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 a b c d e f g h i

Tipos de ameaças percebidas da central Mar-99Dez-99

Ago-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Set-02 Dez-02 Ago-03 Jan-04 Dez-04 Dez-05 Nov-06 Dez-07

Figura 16. Ameaças percebidas da Central

(a: Não se preocupa; b: Cheiros; c: Poluição atmosférica (inclui fumos e gases); d: Degradação do ambiente; e: Doenças; f: Qualidade de vida; g: Qualidade de funcionamento; h: Atitude positiva; i: Preocupações gerais)

Plot of Means MONIT Main Effect F(13,4443)=5,17; p<,0000 MONITORIZAÇÃO ATITUDE-1 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

(18)

O decréscimo de atitude na sexta monitorização está associado ao pico da polémica sobre a co-incineração. É de salientar que existem diferenças significativas entre os resultados (baixos) obtidos entre as primeiras duas e a sexta monitorização, por um lado, e as restantes monitorizações por outro (Tukey post hoc). Desde a 7ª monitorização que o valor da atitude mantêm-se numa neutralidade com tendências positivas (na escala 1-discordo totalmente e 5-concordo totalmente). Na 14ª existiu um decréscimo, talvez associado às notícias nos media sobre a greve dos trabalhadores e as negociações laborais, mas o valor nunca desceu abaixo do ponto médio (n=3).

Quanto às diferenças entre as Zonas, agrupando todos os dados, mais uma vez existe uma diferença clara entre as diversas regiões, sendo que é a zona mais afastada aquela que apresenta a atitude mais positiva em relação à central. Nas zonas mais próximas existe uma atitude neutra face à incineradora. (F(2,4452)=138,31; p<0,000).

Em suma, a positividade da atitude depende da distância à central, sendo que é na zona mais distante que esta é significativamente superior. Verifica-se que na zona mais afastada a atitude deixa de se encontrar num patamar mais neutral, para adquirir uma valoração claramente positiva.

3.4. Distância Percebida à Incineradora

Alguns dos resultados acima transcritos poderão ser explicados se associados a uma questão aparentemente sem relação com o contexto destas monitorizações. Os inquiridos foram incitados a estimar qual a distância entre as suas casas e a Central. Como as zonas são definidas em termos de distância directa à central é possivel verificar a distorção positiva (i.e., estimativa que aumenta a distância), ou negativa (i.e., estimativa que diminui a distância).

A figura 19 refere-se ao conjunto de todos os dados e mostra um padrão de resultados extremamente interessante com diferenças entre as diferentes zonas. Não obstante, essas diferenças não atingem a significância estatística. Os indivíduos que vivem próximos da instalação (na Zona 1, i.e., a 1 km) acham que vivem mais longe do que realmente vivem, ou seja, tendem a sobrestimar a distância da sua casa à instalação, enquanto os indivíduos que vivem a 5 km (na Zona 2) substimam a distância, ou seja, acham que vivem mais perto do que realmente vivem. Relativamente aos indivíduos que residem a 10 km (na Zona 3),

os resultados revelam uma distorção da distância muito reduzida. Os resultados confirmam os referidos por Palma-Oliveira & Correia dos Santos (1998), na medida em que sublinham o mesmo padrão de distorção das estimativas de distâncias (i.e., quanto mais perto de uma infra-estrutura relativamente negativa mais longe se pensa estar da mesma). De facto, isto acontece no caso dos indivíduos que vivem a 1 km. Ou seja, uma tendência interessante de adaptação psicológica passaria pela sensação psicológica de distância em relação aos efeitos eventualmente nocivos da central (i.e., está tão longe que não tem influência).

Plot of Means ZONA Main Effect F(2,4452)=138,31; p<0,000 ZONA ATITUDE-1 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 1 2 3 Figura 18. Atitude face à central segundo a Zona Plot of Means ZONA Main Effect F(2,2716)=1,71; p<,1819 ZONA Distorção -6000 -5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 1 2 3 Figura 19. Distorção da Distância à Central segundo a Zona

(19)

A monitorização psicossocial da Central da Valorsul tem vindo a demonstrar uma série de resultados interessantes que poderemos resumir da forma seguinte:

1. O conhecimento da existência da central é grande, sendo quase total nas zonas mais próximas.

2. As pessoas inquiridas tendem a considerar-se pouco incomodadas por uma série de estímulos ambientais como o ruído ou a poluição atmosférica. No entanto, os resultados demonstram que a incomodidade é mais alta no que concerne à poluição atmosférica e nas zonas mais próximas da central. 3. A avaliação é tanto mais negativa quanto menor for a ligação ao local. Este último dado é bastante interessante na medida em que coloca a avaliação do meio ambiente como directamente relacionada com a identidade social local (i.e., quanto mais ligado, positiva e emocionalmente, menos incómodo percebido).

4. O facto dos indivíduos verem ou não a incineradora no seu dia-a-dia está relacionado com a avaliação que estes fazem dela. Neste caso, verifica-se que são os indivíduos que vêem a central que a avaliam de forma mais negativa.

5. Os indivíduos da zona 2 apresentam em várias monitorizações uma discrepância da distância a que pensam encontrar-se da central e a distância real, estimando que se encontram mais perto. Pelo contrário, os indivíduos da zona 1 julgam-se encontrar mais longe do que o que realmente estão. Estas distorções ajudam a compreender o porquê dos maiores níveis de percepção de risco apresentados pelos indivíduos na zona 2 em algumas monitorizações. Nas últimas medições a percepção de ameaça na zona 2 tem diminuído, e, curiosamente, a distorção da distância também. Isto chama mais uma vez a atenção para a importância dos fenómenos psicológicos na avaliação de risco.

6. A percepção de ameaça é baixa. No entanto, a análise revela um padrão um pouco mais complexo. Ou seja, existe um padrão constante, com o grau de ameaça na zona mais distante (zona 3) a ser praticamente inexistente com pouca oscilação ao longo de todas monitorizações. Relativamente às zonas mais próximas (zona 1 e 2), verifica-se uma variação com períodos em que alternadamente desce ou sobe, embora em ambas as zonas os valores de ameaça estejam abaixo do ponto médio (n=3). Os valores da zona intermédia (zona 2)

foram, muitas vezes, ligeiramente superiores. No entanto, têm descido nas últimas monitorizações. Finalmente, é de referir a existência de uma clara relação inversa entre a percepção de ameaça e a identidade positiva, sendo que este efeito apenas se dilui na zona mais afastada da central (i.e., quando maior é a identidade local menor é a percepção de ameaça).

7. Na avaliação da percepção de risco verifica-se uma ligeira tendência de descida. Entre a quarta e a décima monitorização, obtiveram-se valores dentro do intervalo, com limite inferior de 3 e limite superior de 3,5 (isto é, ligeiramente acima do ponto médio - que corresponde ao valor 3). No entanto, nas últimas quatro monitorizações este valor desceu ligeiramente abaixo dos três pontos. Por outro lado, as zonas mais próximas da central possuem uma percepção de risco significativamente mais elevada que a mais distante.

8. As atitudes em relação à incineradora da Valorsul tornaram-se progressivamente mais positivas até à quinta monitorização sendo que se assistiu a uma diminuição na 6ª monitorização. Entre a 7ª e a 13ª monitorizações o valor estabilizou perto do ponto 3,5 (i.e., atitude ligeiramente positiva, descendo ligeiramente na 14ª. Analisando a atitude por zonas constata-se que no local mais afastado a atitude é claramente positiva. Mas em qualquer dos casos, convém salientar que a atitude relativa à incineradora se situa consistentemente próxima/acima do ponto médio da escala (que corresponde ao valor 3).

Os resultados da monitorização psicossocial ao longo dos últimos anos parecem indicar que não existem perturbações na população, pois os níveis de incómodo são baixos e a percepção de risco e o nível de ameaça têm descido ligeiramente. Embora os resultados sejam bons, a percepção de risco e atitude perante a Valorsul podem ser melhorados através de novas intervenções junto das populações, especialmente nas geograficamente próximas.

(20)

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