Cantinho da Oração em família
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º ANO
| Catequese 9
Oração a realizar durante o Advento, até 16 de Dezembro
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A família reúne-se no seu «Cantinho da Oração». Sugere-se a colocação de uma cruz, uma vela acesa e uma imagem de Nossa Senhora. Podem usar-se estatuetas ou estampas. Se a família tiver alguma devoção especial a um santo ou santa em particular, pode também colocar-se a sua imagem. A cruz deve ser sempre central. Convém que haja perto cadeiras para todos se sentarem.
Antes de começar a oração, é preciso combinar tarefas: uma pessoa preside (sugere-se que seja a criança) e são necessários 2 leitores. Caso no momento de oração participem apenas duas pessoas, então uma preside e a outra responde e faz as leituras.
Após alguns momentos de silêncio, todos rezam como se segue (o V. marca as intervenções de quem preside e o R. a resposta de todos):
V. Em nome do Pai, (†) do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
A seguinte jaculatória repete-se três vezes. Na primeira e na terceira vez, rezam todos; na segunda vez, reza a criança sozinha:
Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. [3 vezes]
Então, a criança que preside explica o sentido da celebração:
Ao longo da história da salvação, Deus escolheu e chamou muitas pessoas – temos vindo a apresentar algumas, como Abraão e José – para serem instrumentos da Sua intervenção salvadora no mundo e na vida dos homens. Houve, contudo, uma pessoa – uma mulher – que desempenhou nessa história um papel absolutamente único e especial: Maria de Nazaré. Não sabemos muitos pormenores da sua vida. Um texto apócrifo do séc. II diz-nos que era filha única de Joaquim e de Ana e que, ainda pequena, foi levada ao Templo de Jerusalém para ser consagrada ao Senhor. Todavia, os nossos quatro Evangelhos nada dizem sobre isso.
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Mas dizem outras coisas. O evangelista Lucas diz-nos que Maria começou a desempenhar um papel preponderante na história da salvação quando percebeu que Deus a convidava para ser a mãe de Jesus. Nessa altura, ela vivia em Nazaré, uma pequena aldeia nas montanhas da Galileia (é curioso que Nazaré nunca é referida no Antigo Testamento). A jovem Maria estava matrimonialmente comprometida com um homem chamado José, mas ainda não viviam juntos. É neste contexto que ela recebe a visita do Arcanjo Gabriel, que lhe anuncia algo inesperado: ela será a Mãe do Salvador. E Maria disse «sim». Por isso, até lhe chamamos a «Nossa Senhora do Sim».
Maria teve um papel primordial na História da Salvação. O seu «sim» fez com que o Filho de Deus viesse ao encontro da humanidade para apresentar aos homens e mulheres de todas as raças e de todos os tempos uma proposta de vida e de salvação. Com o seu «sim», Maria fez com que todos nós pudéssemos escutar o convite de Deus para integrar a Sua família, tornando-nos «filhos e filhas» de Deus. Ele escolheu uma menina pobre, frágil e humilde, nascida numa aldeia ignorada de um país ocupado para, através dela, fazer entrar no mundo a salvação. Impressiona-nos a incrível capacidade desta menina de entregar toda a sua vida ao projeto de Deus, passando para segundo plano os seus projetos e sonhos pessoais. Este foi com certeza o «sim» mais decisivo da história da humanidade.
Todos se sentam. Então, entoa-se o seguinte cântico:
Jesus, meu amigo, olha dentro do meu coração, com carinho, com ternura, vem-me dar o Teu perdão. Com carinho, com ternura, vem-me dar o Teu perdão!
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O leitor 1 proclama a seguinte leitura (Lc 1, 26-38).
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Palavra da salvação.
R. Glória a Vós, Senhor.
Segue-se o Salmo Responsorial.
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1| Feliz de ti, que temes o Senhor e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.
2| Tua esposa será como videira fecunda, no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira, ao redor da tua mesa.
3| Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém, todos os dias da tua vida.
O leitor 2 faz a seguinte leitura:
A resposta de Maria não deixa qualquer dúvida: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». Afirmar-se como «serva» significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica. No Antigo Testamento, ser «servo do Senhor» é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que Ele reservou para o Seu serviço e que enviou ao mundo com uma missão. Ao assumir-se como «a serva», Maria reconhece que Deus a escolheu, que a reservou para o Seu serviço, que lhe confiou uma missão; aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, de acordo com o projeto de Deus, a missão que lhe foi confiada.
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O «sim» de Maria é incondicional. Em Maria e por Maria, o próprio Deus vem ao encontro de todas as pessoas para lhes trazer a alegria, a paz, a libertação, a salvação. Com Maria começa o tempo em que Deus vem habitar no meio de nós, apontando-nos os caminhos pelos quais devemos andar.
Agora percebemos quanto Maria é importante para todo o povo de Deus! Agora percebemos, ao olhar para Maria, que quando aceitamos o que Deus nos pede e quando fazemos o que Ele nos indica estamos a tornar Deus presente no mundo. Agora percebemos que, quando aceitamos cumprir o plano de Deus, estamos a levar alegria e felicidade sem fim a muitos dos nossos irmãos e irmãs. Como é bom ser como Maria: discípulo(a) de Jesus! É isso que Maria mais quer. O que mais agrada a Maria não é que a louvemos a ela, mas que louvemos, adoremos e sigamos o seu tesouro mais precioso: o seu Filho, Jesus Cristo. Em silêncio, vamos pedir a Deus a graça de responder «sim» à vocação que Ele tiver guardada para nós. Como Maria, queremos cumprir o plano de Deus e levar Jesus aos outros!
No final da meditação, vem um momento longo de silêncio (3 minutos). Todos são convidados a pedir a graça de, como Maria, responder «sim» à vocação que Deus tiver guardada para nós. Quem quiser, pode ajoelhar-se.
Ao fim do tempo assinalado, todos se levantam e cantam:
Nossa Senhora do «sim», maravilha: Virgem Mãe! Cuida, Maria, de mim e que eu diga «sim» também.
1| Chamou o anjo de Deus: «Maria, não tenhas medo, serás mãe do Filho Eterno». Eis revelado o segredo!
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A criança que preside inicia as preces:
Vamos implorar a Deus que, por intermédio de Maria, nos ajude a responder de forma positiva à vocação que tiver guardada para nós, dizendo:
Interceda por nós a Virgem Imaculada.
Os leitores 1 e 2, alternadamente, propõem as preces.
1| Pela santa Igreja, presente em toda a terra, para que não se deixe enganar pelo Demónio e seja esposa de Cristo, santa e imaculada, oremos por intercessão de Maria.
2| Pelo papa, pelos bispos e presbíteros, para que Deus, que os chamou e os escolheu, lhes dê a graça de serem sempre bons pastores, oremos por intercessão de Maria.
3| Pelos fiéis cristãos do mundo inteiro, para que reconheçam na Virgem Imaculada o sinal prometido por Deus aos nossos primeiros pais, oremos por intercessão de Maria.
4| Pelos governantes e autoridades da nossa terra, para que pensem sobretudo nos mais pobres e sirvam o bem comum dos cidadãos, oremos por intercessão de Maria.
5| Pelas mulheres que estão prestes a ser mães, para que saibam acolher e agradecer o dom da vida que Deus entrega em suas mãos, oremos por intercessão de Maria
6| Pelos que cederam à tentação do Inimigo e por todos os que vivem em pecado, para que se arrependam e recebam o perdão, oremos por intercessão de Maria.
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No final, conclui com a seguinte oração:
V. Senhor Deus, pedimos-Vos a graça de, tal como Maria, seguirmos o caminho que nos indicais. Nós também queremos dizer o nosso «sim» àquilo que nos pedis e estamos dispostos a colaborar para mudar a história do mundo e ajudar as outras pessoas a encontrar a felicidade. Pedimos-Vos a graça de ser discípulos do Vosso Filho, Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. R. Ámen.
O momento de oração conclui-se do seguinte modo:
V. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Ámen.
E, voltados para a imagem de Nossa Senhora, rezam em conjunto:
Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço todo(a) a vós, e em prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vosso(a), ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa. Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.
Então, em silêncio, todos se benzem.
Para crescer como filho de Deus e de Maria…
O maior sonho da Virgem Maria é que todos os homens e mulheres conheçam e amem o seu Filho Jesus. Em Fátima, Maria indicou um caminho seguro para amar Jesus: rezar o terço. Convido-te a rezar o terço, sozinho(a) ou com a tua família. Na página 44 do teu catecismo encontras os vinte mistérios do terço, para poderes rezar (alguns ou todos). Na p. 43 encontras algumas curiosidades sobre a origem desta forma de devoção.