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Guia Vibracoes Mecanicas

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Academic year: 2021

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(1)

Guia não vinculativo de boas práticas

para a aplicação da Directiva 2002/44/CE

(Vibrações mecânicas no trabalho)

KE-70-07-108-PT

-C

http://ec.europa.eu/social/

As

publicações

da Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais

e Igualdade de Oportunidades interessam-lhe?

Pode descarregá-las em:

http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/publications/index_pt.cfm

ou assiná-las gratuitamente pela Internet:

http://ec.europa.eu/employment_social/sagapLink/dspSubscribe.do?lang=en

ESmail

é a carta de informação electrónica da Direcção-Geral

do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades.

Pode assiná-la pela Internet em:

http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/news/esmail_en.cfm

(2)

Como obter publicações comunitárias?

As publicações para venda produzidas pelo Serviço da Publicações estão

disponíveis na EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu/), podendo

encomendá-las através do agente de vendas da sua preferência.

Também pode solicitar uma lista da nossa rede mundial de agentes de vendas

através do fax (352) 2929-42758.

(3)

Guia de boas práticas não vinculativo

para a aplicação da Directiva 2002/44/CE relativa

às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes

à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos

aos agentes físicos (vibrações)

Comissão Europeia

Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades Unidade F.4

(4)

Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito com as informações contidas nesta publicação.

© 1: Health & Safety Laboratory - UK © 2: FreeFoto.com

© 3: Freephoto1.com

© 4: Health & Safety Laboratory - UK

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

© Comunidades Europeias, 2009

Reprodução autorizada mediante indicação da fonte Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2009 ISBN 978-92-79-07545-2

Printed in Luxembourg

Impressoempapelbranqueadosemcloro

EUROPE DIRECT é um serviço que o/a

ajuda a encontrar

respostas às suas perguntas sobre a

União Europeia

Número verde único (*):

00 800 6 7 8 9 10 11

(*) Alguns operadores de telecomunicações móveis não autorizam o acesso a números 00 800 ou podem sujeitar

(5)

Preâmbulo A criação de mais empregos sempre foi um objectivo da União Europeia. Este objectivo foi adoptado oficialmente

pelo Conselho no Conselho Europeu de Lisboa, em Março de 2000, sendo um dos elementos-chave da melhoraria da qualidade do emprego.

A adopção de medidas legislativas forma parte do compromisso de integrar a saúde e a segurança dos trabalhadores no trabalho na abordagem global do bem-estar no trabalho. Neste âmbito, a Comissão Europeia combina diversos instrumentos a fim de consolidar uma verdadeira cultura de prevenção do risco.

O presente guia de boas práticas é um desses instrumentos.

A Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) visa introduzir, a nível comunitário, prescrições mínimas de protecção dos trabalhadores que, no âmbito da sua actividade laboral, estão expostos aos riscos devidos a vibrações.

A Directiva 2002/44/CE estabelece valores-limite de exposição e valores de acção da exposição. Além disso, especifica as obrigações das entidades patronais em matéria de determinação e avaliação dos riscos, estabelece as medidas a tomar para reduzir ou evitar a exposição e pormenoriza o modo de dar informação e formação aos trabalhadores. Qualquer entidade patronal que pretenda realizar obras que impliquem riscos devidos a uma exposição a vibrações deverá aplicar uma série de medidas de protecção antes e durante essas obras.

A directiva obriga também os Estados-Membros a implementarem um sistema adequado de controlo da saúde dos trabalhadores expostos a riscos devidos a vibrações. A avaliação e a análise dos riscos devidos à exposição a vibrações e a implementação das medidas de protecção podem ser complicadas. O presente «guia de boas práticas» não vinculativo facilitará a avaliação dos riscos devidos à exposição a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, a identificação dos controlos para eliminar ou reduzir a exposição e a introdução de sistemas que impeçam a ocorrência e a progressão de lesões.

(6)
(7)

Índice

Í

ndicE

Agradecimentos

... 6

PARTE 1

GUIA DE BOAS PRáTICAS SOBRE VIBRAçõES TRANSMITIDAS

..

AO SISTEMA MãO BRAçO

... 7

Capítulo 1 introdução ...

11

Capítulo 2 avaliação dos riscos ...

15

Capítulo 3 eliminação ou redução da exposição ...

23

Capítulo 4 vigilância da saúde ...

31

Anexos A - H ...

33

Índice alfabético ...

53

PARTE 2

GUIA DE BOAS PRáTICAS SOBRE VIBRAçõES

..

TRANSMITIDAS AO CORPO INTEIRO

... 55

Capítulo 1 Introdução ...

59

Capítulo 2 Avaliação dos riscos ...

63

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição ...

73

Capítulo 4 Vigilância da saúde ...

79

Anexos A – H ...

81

Índice alfabético ...

103

(8)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

6

O presente guia foi produzido por:

ISVR: Professor M.J. Griffin & Dr H.V.C. Howarth Institute of Sound and Vibration Research Universidade de Southampton, Reino Unido HSL: Mr P M Pitts

Health and Safety Laboratory Reino Unido

BGIA: Dr S Fischer & Mr U Kaulbars

Berufsgenossenschaftliches Institut für Arbeitsschutz, Alemanha

INRS: Dr P.M. Donati

Institut National de Recherche et de Sécurité, França

HSE: Mr P.F. Bereton

Health and Safety Executive Reino Unido

O presente guia foi elaborado sob a supervisão de:

Unidade «Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho» da Direcção-Geral «Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades» da Comissão Europeia.

Grupo de Trabalho «Vibrações», mandatado pelo Comité Consultivo para a Segurança e a Saúde no Local de Trabalho.

Nota: Os autores do projecto agradecem ainda a informação utilizada na elaboração do presente guia, proveniente de dois projectos financiados pela UE, a saber:

VIBRISKS: Risks of Occupational Vibration Exposures (Riscos de Exposição Profissional a Vibrações), EC FP5 projecto n.º QLK4-2002-02650.

VINET: Research Network on Detection and Prevention of Injuries due to Occupational Vibration Exposures (Rede de Investigação sobre a Detecção e Prevenção de Lesõess devidos a Exposição Profissional a Vibrações), EC Biomed II projecto n.º BMH4-CT98-3251.

A

gRAdEciMEntOs

(9)

Parte 1

Guia de boas práticas sobre

Vibrações Transmitidas ao Sistema

Mão Braço

(10)
(11)

Par

te

1

Guia de boas práticas sobre V

ibrações T

ransmitidas ao Sistema Mão Braço

ÍNDICE

c

APÍtULO

1 i

ntROdUçãO ...11

c

APÍtULO

2 R

AvALiAçãO dOsRiscOs ...15

2.1 PRincÍPiOsfUndAMEntAisdAAvALiAçãOdOsRiscOs ...15

2.2 dEtERMinAçãOdAdURAçãOdAExPOsiçãO ...18

2.3 AMPLitUdEdAviBRAçãO ...19

2.3.1 Utilização de dados do fabricante sobre a emissão ... 19

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados ... 20

2.3.3 Medição da amplitude da vibração ... 20

2.4 cáLcULOdAsExPOsiçõEsdiáRiAsàsviBRAçõEs ...22

2.4.1 Exposição diária a vibrações... 22

2.4.2 Exposições parciais a vibrações ... 22

2.4.3 Incerteza das avaliações da exposição diária ... 22

c

APÍtULO

3 E

LiMinAçãO OU REdUçãOdA ExPOsiçãO ...23

3.1 ELABORAçãOdEUMAEstRAtégiAdEcOntROLO ...23

3.2 cOnsULtAEPARticiPAçãOdOstRABALhAdOREs ...24

3.3 cOntROLOsdOsRiscOs ...25

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho ... 25

3.3.2 Selecção do equipamento ... 25

3.3.3 Política de compras ... 25

3.3.4 Concepção do posto de trabalho ... 26

3.3.5 Formação e informação aos trabalhadores ... 27

3.3.6 Horários de trabalho ... 27

3.3.7 Medidas colectivas ... 27

3.3.8 Vestuário e protecção individual ... 28

3.3.9 Manutenção ... 28

3.4 MOnitORizAçãOEREAvALiAçãO ...29

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço estão a funcionar? ... 29

(12)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

10

c

APÍtULO

4 v

igiLÂnciA dAsAúdE ...31

4.1 QUAndOénEcEssáRiAAvigiLÂnciAdAsAúdE? ...31

4.2 QUEREgistOssãOnEcEssáRiOs?...31

4.3 QUEfAzERsEfORidEntificAdAUMALEsãO? ...31

A

nExO

A

Resumo das responsabilidades definidas pela directiva 2002/44/CE...33

A

nExO

B

Que é uma vibração?? ...34

A

nExO

c

Riscos para a saúde, sinais e sintomas ...37

A

nExO

d

Ferramentas para calcular as exposições diárias ...38

A

nExO

E

Exemplos ...43

A

nExO

f

Técnicas de vigilância da saúde ...45

A

nExO

g

Glossário ...47

A

nExO

h

Bibliografia ...48

(13)

Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 1 I n tr o du ç ão

As vibrações transmitidas ao sistema mão-braço são transmitidas através da palma e dedos da mão (ver

Anexo B). Os trabalhadores cujas mãos estão regularmente expostas a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço podem sofrer lesões nos tecidos das mãos e braços que provocam os sintomas colectivamente conhecidos como síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço (verAnexo C).

Os riscos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço afectam pessoas de muitas indústrias e profissões. Os riscos aumentam muito com a utilização de equipamento de vibrações mais elevadas e com a utilização prolongada e regular desse equipamento. No entanto, há investigações que mostraram que os perigos das vibrações podem ser controlados e os riscos reduzidos através de uma boa gestão. Mostraram ainda que os custos desses controlos não são necessariamente elevados e podem geralmente ser compensados pelos benefícios de os trabalhadores se manterem com saúde. Além disso, as medidas de controlo das vibrações têm, em muitos casos, levado a uma melhor eficiência. A Directiva «Vibrações» (Directiva 2002/44/CE – ver caixa «Bibliografia suplementar») estabelece padrões mínimos para o controlo dos riscos resultantes das vi-brações transmitidas ao sistema mão-braço. A Directiva «Vibrações» exige que os Estados-Membros da União Europeia implementem legislação nacional para apli-car os requisitos da Directiva o mais tardar até 6 de

Julho de 2005. A legislação nacional pode aplicar dispo-sições mais favoráveis do que as exigidas pela directiva e não deve reduzir a protecção concedida aos trabalhado-res por qualquer legislação nacional preexistente.

A Directiva «Vibrações» estabelece um valor de acção da exposição para a exposição diária a vibrações acima do qual as entidades patronais são obrigadas a controlar os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço da sua força de trabalho e um valor-limite de exposição acima do qual os trabalhadores não podem ser expostos2:

um valor de acção da exposição diária de 2,5 m/s² •

dum valor-limite da exposição diária de 5 m/s². •

No entanto, há algum risco de lesões devidas à transmissão de vibrações ao sistema mão-braço no caso de exposições abaixo do valor de acção da exposição. A Directiva «Vibrações» atribui às entidades patronais responsabilidades quanto a garantir que os riscos resultantes de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço são eliminados ou reduzidos a um mínimo. Essas responsabilidades estão resumidas no Anexo A.

A Directiva «Vibrações» é uma directiva específica da directiva-quadro (Directiva 89/391/CEE - ver a caixa «Bibliografia suplementar») e, assim, muitos dos requisitos

c

APÍtULO

1 i

ntROdUçãO

A Directiva 2002/44/CE da UE (Directiva‘Vibrações’) atribui às entidades patronais as responsabilidades de garantir a eliminação ou redução ao mínimo dos riscos derivados das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço (responsabilidades resumidas no Anexo A).

O presente guia destina-se a ajudar as entidades patronais a identificar os perigos derivados das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço,a avaliar as exposições e os riscos, bem como a estabelecer medidas para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores expostos aos riscos devidos a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

O guia deve ser lido conjuntamente com a Directiva «Vibrações» ou com a legislação nacional que aplica os requisitos dessa directiva.

2 Os Estados-Membros podem (após consultar os parceiros sociais) aplicar períodos transitórios para o valor-limite de exposição durante um período de cinco anos a partir de 6 de Julho de 2005. (Os Estados-Membros podem alargar esse periodo por mais quatro para as máquinas agrícolas e florestais). Os períodos transitórios apenas se aplicam à utilização de máquinas fornecidas antes de 6 de Julho de 2007 para as quais (tendo em conta todos os meios técnicos ou organizativos disponíveis para controlar o risco) o valor-limite de exposição não possa ser respeitado.

(14)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

12

da Directiva «Vibrações» resultam da directiva-quadro e fazem-lhe referência específica.

O presente guia ajudará as entidades patronais no cumprimento da Directiva «Vibrações», uma vez que se aplica às vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. O guia pretende cobrir a metodologia utiliza-da para determinar e avaliar riscos; para escolher e usar correctamente o equipamento de trabalho, para

a optimização de métodos e a implementação de me-didas de protecção (meme-didas técnicas e/ou organiza-tivas) na base de uma análise de riscos prévia. Este guia dá também pormenores sobre o tipo de formação e informação a fornecer aos trabalhadores envolvidos e propõe soluções eficazes para as restantes matérias abordadas na Directiva 2002/44/CE. A estrutura des-te guia está indicada no fluxograma da Figura 1. Bibliografia suplementar:

Directiva «Vibrações”:

Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescrições

mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (Décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE) Publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 177 de 6 de Julho de 2002, p.13)

Directiva-quadro:

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

(15)

Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 1 I n tr o du ç ão

Avaliação do risco

C

apítulo

2

Eliminação ou redução da exposição

C

apítulo

3

Viglância da saúde

C

apítulo

4

Princípios da avaliação dos riscos 2.1

Elaboração de uma estratégia de controlo 3.1

Acompanhamento e reavaliação 3.4

Quando é necessária a vigilância da saúde? 4.1

Que registos são necessários? 4.2

Que fazer se for identificada uma lesão? 4.3 Repetição da avaliação dos riscos 3.5

Duração da exposição 2.2

Controlos dos riscos 3.3

Consulta e participação dos trabalhadores 3.2

Os controlos estão a funcionar?

Cálculo da exposição diária 2.4 Amplitude das vibrações 2.3

Dados do fabricante Outras fontes Medição

Exposição diária às vibrações - A(8)

Introdução de outros métodos de trabalho Selecção do equipamento

Política de compras

Concepção de tarefas e processos Formação/informação dos trabalhadores Horários de trabalho

Medidas colectivas

Vestuário e protecção pessoal Manutençâo

Avaliação das exposições diárias

f

igURA

1: f

LUxOgRAMA dAsviBRAçõEs tRAnsMitidAs AOsistEMA

MãO

-

BRAçO

Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço

(16)
(17)

Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 2 r av al Ia ç ão do s rI sc o s

A avaliação dos riscos deve:

identificar onde pode haver um risco derivado de •

vibrações transmitidas ao sistema mão-braço; calcular as exposições dos trabalhadores e •

compará-las com o valor de acção da exposição e o valor-limite de exposição;

identificar os controlos de risco disponíveis; •

identificar os passos que pretende dar para controlar •

e monitorizar os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

registar a avaliação, os passos •

que foram dados e a respectiva eficácia.

Um ponto de partida é considerar o trabalho que está a ser executa-do, os processos envolvidos e as ferramentas e equipamentos utiliza-dos, e perguntar: «A empresa utili-za equipamento manual, guiado à mão ou alimentado manualmente?»

Se for o caso, pode precisar de gerir as exposições a vibrações. No Quadro 1 são apresentadas algumas perguntas para ajudá-lo a decidir se é necessário tomar mais qualquer medida. A Figura 2 apresenta exemplos de amplitudes das vibrações de algumas ferramentas e máquinas que criam os riscos.

É importante manter os trabalhadores e os seus representantes envolvidos e informados no processo de avaliação do risco de vibrações. Uma parceria eficiente com os trabalhadores ajudará a garantir que a informação usada para a avaliação do risco se baseia em avaliações realistas do trabalho que está a ser executado e do tempo

gasto para fazer esse trabalho. Os factores que governam a exposição diária de uma pessoa às vibrações são a amplitude (nível) ponderada em frequência da vibração e o período de tempo durante o qual a pessoa lhe está exposta. Quanto maior a amplitude ou quanto mais longa a exposição, tanto maior será a exposição dessa pessoa às vibrações.

c

APÍtULO

2 R

AvALiAçãO

dOs

RiscOs

O objectivo da avaliação do risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço é permitir à entidade patronal tomar uma decisão válida acerca das medidas necessárias para prevenir ou controlar de forma adequada os riscos derivados da exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo apresentamos o modo como a entidade patronal pode concluir se poderá ter algum problema com a exposição do sistema mão-braço a vibrações nas suas instalações de trabalho, sem necessidade de uma medição ou de qualquer conhecimento detalhado de como fazer a avaliação da exposição.

(18)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

16

Q

UAdRO

1 – A

LgUMAsPERgUntAsPARAAjUdARAdEcidiRsEénEcEssáRiOtOMARMAisQUALQUER

MEdidA

Algumas perguntas para ajudar a decidir se é necessário tomar mais qualquer medida

Algumas ferramentas de movimento rotativo podem ultrapassar o valor de acção da exposição no espaço de cerca de meia hora, pelo que se deve certamente tomar medidas caso algum trabalhador as utilize durante mais de cerca de 2 horas por dia.

São utilizadas ferramentas de impacto ou de percussão (ou seja, ferramentas com

acção de martelo)?

Com ferramentas de impacto ou de percussão, os níveis de vibração são provavelmente muito mais elevados do que com ferramentas de movimento rotativo. Algumas ferramentas com acção de martelo podem exceder o valor de acção da exposição no espaço de poucos minutos, pelo que se deve certamente tomar medidas caso algum trabalhador as utilize durante mais de cerca de meia hora por dia.

Os fabricantes ou fornecedores das ferramentas fazem algum aviso quanto a um risco

derivado das vibrações?

Se são utilizadas ferramentas eléctricas manuais que possam pôr os utilizadores em risco de lesões provocadas por vibrações, o fabricante deve fazer o aviso correspondente no respectivo manual.

Há quaisquer ferramentas vibratórias que causem formigueiro ou entorpecimento nas

mãos durante ou após a utilização?

O formigueiro ou entorpecimento das mãos podem ser visíveis durante ou após a utilização de uma ferramenta eléctrica e são um indicador de risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço derivado da utilização dessa ferramenta durante muito tempo.

Há algum trabalhador exposto a vibrações que já tenha comunicado sintomas de

síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço?

Sinais de síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço significam que é necessário gerir as exposições às vibrações. Os sintomas, quando estão ligados a exposições abaixo do valor de acção, podem identificar trabalhadores particularmente susceptíveis a riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço.

(19)

Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 2 r av al Ia ç ão do s rI sc o s 0 5 10 15 20 25 30 35 Aceleração ahv (m/s²) Serras de corrente Martelos de britagem Roçadeiras Martelos demolidores Rectificadoras Trituradoras Berbequins por percussão Minimum25. percenti l 75. percenti l Maximum Chaves de aperto por percussão Cinzéis mecânicos Calcadores Martelos pneumáticos Martelos de perfurar Lixadoras Serras de corrente Calcadores vibratórios

f

igURA

2: E

xEMPLOs dEAMPLitUdEs dAs viBRAçõEs PARAfERRAMEntAs cOMUnsj

gamas de valores de vibração para equipamento comum no mercado da ue. estes dados são apenas para ilustração. para mais pormenores, ver o anexo b.

(20)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

18

Para avaliar a exposição diária a vibrações, é necessária uma estimação do tempo em que os operadores das ferramentas estão expostos à vi-bração. A experiência tem mostrado que isto é frequentemente sobrestimado durante a avalia-ção do risco.

Neste capítulo analisamos qual a informação sobre o tempo de exposição que é necessária e o modo de determiná-la.

Antes de poder estimar a exposição diária a vibrações,

A(8), é preciso conhecer a duração diária total da

exposição à vibração de cada ferramenta ou o processo utilizado. Só se deve contar o tempo em que o trabalhador está exposto à vibração; não se deve contar um período em que um trabalhador tenha pousado o equipamento ou em que esteja a segurá-lo sem estar em funcionamento.

O tempo de contacto é o tempo durante o qual as mãos estão efectivamente expostas à vibração proveniente da ferramenta ou da peça. Frequentemente, este perío-do é muito inferior ao «tempo de trabalho» e é habitu-almente sobrestimado pelos operadores.

O método utilizado para estimar os tempos de gatilho/arranque? de-pende frequentemente de a utili-zação da ferramenta ser contínua ou intermitente:

Operação contínua da ferramen-ta:

Exemplo: utilização de um triturador para eliminar grandes quantidades de um material durante várias horas.

Observar o trabalho durante uma parte representativa do dia de trabalho e registar durante quanto desse tempo a ferramenta está em funcionamento. Para tal, pode ser útil um cronómetro ou um registo em vídeo. Operação intermitente das ferramentas:

Exemplo: Utilização de chave de aperto por percussão para apertar porcas das rodas de veículos.

Talvez se tenha acesso a informação sobre o número de operações realizadas durante o dia de trabalho (por exem-plo, o número de componentes acabados por dia). Se se estimar a duração média de uma operação, observando o ritmo de trabalho durante um período escolhido como amostra, pode-se então calcular a duração diária total. No nosso exemplo da chave de aperto por percussão, talvez seja conhecido o número de rodas desmontadas e substituídas por dia e o número de porcas por roda, e também é necessário saber quanto tempo leva habitu-almente a tirar ou substituir uma porca.

Os padrões de trabalho têm também de ser cuidadosa-mente levados em conta. É possível, por exemplo, que alguns trabalhadores só usem ferramentas vibratórias

du-rante certos períodos de um dia ou de uma semana. Devem ser estabelecidos padrões de utilização habitual, pois serão um importante factor no

cál-culo da exposição provável do trabalhador às vibrações.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation of human exposure to hand-transmitted vibration. Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace.

CEN/TR 15350 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration using available information including that provided by manufacturers of machinery (Vibrações mecânicas – Orientações para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas pela mão usando informação disponível, incluindo a fornecida pelos fabricantes das máquinas)

(21)

Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 2 r av al Ia ç ão do s rI sc o s

O risco das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço baseia-se no ahv, o valor total da aceleração ponderada em frequência, que é dado pela raiz quadrada da soma dos quadrados da aceleração, ponderada em frequência, dos três eixos ortogonais, x, y e z:

z y

O valor é calculado no ponto em que a vibração penetra na mão (ver o Anexo B).

A informação sobre a vibração utilizada para a avaliação da vibração tem de corresponder tanto quanto possível às emissões prováveis de vi-brações do equipamento que se pretende utilizar da forma que se pretende utilizar.

A informação sobre a vibração utilizada para a ava-liação da vibração tem de corresponder tanto qu-anto possível às emissões prováveis de vibrações do equipamento que se pretende utilizar da forma que se pretende utilizar.

2.3.1 Utilização de dados

do fabricante sobre a

emissão

A Directiva «Máquinas» (Directiva 2006/42/CE e, anteriormente, Di-rectiva 98/37/CE, revogada) defi-ne os requisitos essenciais de saúde e segurança para as máquinas vendidas na União Europeia, incluindo os requisitos específicos relativos à vibração.

Entre outros requisitos, a Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes, importadores e fornecedores de máquinas a fornecerem informações sobre as emissões de vibrações ao nível da mão. Estas informações sobre a emissão de vibrações devem ser dadas nas informações ou instru-ções que acompanham a máquina.

Os valores de emissão de vibrações declarados pelo fabricante são normalmente obtidos de acordo com

có-digos europeus harmonizados dos ensaios de vibrações produzidos por entidades de normalização europeias ou internacionais e (desde 2005) com base na EN ISO 20643. São exemplos a série EN ISO 8662 para as ferramentas pneumáticas e outras não eléctricas e a sé-rie EN 60745 para as ferramentas eléctricas.

Os valores de emissão declarados permitem aos com-pradores comparar as máquinas ensaiadas com o mes-mo código do teste normalizado. Os valores de emis-são podem mostrar se há grandes diferenças entre máquinas, para se poderem evitar as ferramentas com altas vibrações.

Os dados sobre as emissões fornecidos pelo fabrican-tes podem também indicar o nível provável de vibração transmitida às mãos de um trabalhador ao utilizar uma determinada ferramenta eléctrica. Isto pode ser útil para ajudar a calcular a exposição diária e fazer uma ava-liação de riscos.

Actualmente, os códigos dos ensaios de vibrações ten-dem a subestimar a vibração das ferramentas quando estas são utilizadas no local de trabalho e baseiam-se habitualmente em medições num único eixo de vibra-ção. A CEN/TR 15350 aconselha que, para o cálculo do risco, o valor de emissão declarado pelo fabricante seja multiplicado, na maioria dos casos, por um factor

dependente do tipo de ferramenta:

Ferramentas com motor de combustão: x1 Ferramentas pneumáticas: x1,5 a x2

Ferramentas eléctricas: x1,5 a x2

Se os fabricantes declaram valores de emissão inferiores a 2,5 m/s², então um valor de 2,5 m/s² deve ser usado e multiplicado pelo factor apropriado. Na CEN/TR 15350 são dadas mais informações so-bre estes factores de multiplicação. Se não houver me-lhor informação e for dada uma série de factores multi-plicadores, deve ser usado o valor mais alto.

Actualmente, estão a ser revistos muitos códigos euro-peus harmonizados dos ensaios de vibrações. A revisão dos códigos dos ensaios deverá levar a melhores valores de emissão, que não serão directamente comparáveis com dados de emissão anteriores, mas deverão fornecer um guia mais preciso da vibração no local de trabalho.

2.3 A

MPLitUdEdA viBRAçãO

Bibliografia suplementar:

EN 12096:1997 Mechanical vibration — Declaration and verification of vibration emission values

EN ISO 20643:2005 Mechanical vibration — Hand-held and hand-guided machinery. Principles for evaluation of vibration emission

CEN/TR 15350: 2005 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration using available information including that provided by manufacturers of machinery

(22)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

20

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados

Há outras fontes de informação sobre as amplitudes das vibrações que são frequentemente suficientes para se saber se o valor de acção da exposição ou o valor-limite de exposição são susceptíveis de ser ultrapassados. Uma associação comercial ou equivalente num dado sector pode ter também dados úteis sobre as vibrações e na Internet há bases de dados internacionais sobre vibrações que podem responder às necessidades. Para algumas entidades patronais, isto pode ser suficiente para uma primeira avaliação do risco de vibrações. Outras fontes de dados sobre vibrações podem ser consultores especializados e organismos públicos. Al-guns dados podem também ser encontrados em várias publicações técnicas ou científicas e na Internet e alguns dados sobre vibrações típicas na utilização real podem estar disponíveis nos sítios Web dos fabricantes. Dois sítios Web europeus com dados-padrão dos fabricantes sobre a emissão de vibrações, juntamente com alguns valores medidos na «utilização real» de uma série de máquinas, são:

h t t p : / / w w w. v i b r a t i o n . d b . u m u . s e / H a v S o k . aspx?lang=en

http://www.las-bb.de/karla/

O ideal seria utilizar as informações sobre vibrações relativas ao equipamento (marca e modelo) que se pre-tende utilizar. No entanto, se as mesmas não estiverem disponíveis, pode-se também utilizar informações rela-tivas a equipamento similar, como ponto de partida, substituindo-as por dados com valores mais precisos quando estes estiverem disponíveis.

Ao escolher informações publicadas sobre as vibrações, os factores que é preciso ter em conta ao fazer a escolha são, entre outros, os seguintes:

o tipo de equipamento (por exemplo, martelo pneu-•

mático),

a classe de equipamento (por exemplo, potência •

ou tamanho),

a fonte de energia (por exemplo, motor pneumático, •

hidráulico, eléctrico ou de combustão)

a tarefa para que o equipamento foi utilizado ao •

produzir-se a informação sobre as vibrações, det arbejde, udstyret blev anvendt til ved måling af •

de pågældende vibrationsdata

o tipo de material sobre o qual foi utilizado. •

Ao utilizar dados publicados sobre as vibrações, é aconse-lhável tentar comparar dados de duas ou mais fontes.

2.3.3 Medição da amplitude da vibração

Em muitas situações, não será necessário medir as amplitudes das vibrações. No entanto, é importante saber quando se devem realizar medições.

Em muitas situações, não será necessário medir as amplitudes das vibrações. No entanto, é importante saber quando se devem realizar medições.

Pode, por vezes, não ser possível, obter informação adequada (dos fornecedores de equipamento ou de outras fontes) sobre a vibração produzida por uma ferramenta ou um processo de trabalho. Nesse caso pode ser necessário fazer medições da vibração no local de trabalho.

A medição de uma vibração é uma tarefa difícil e complexa. Pode-se optar por fazer as medições pelos próprios serviços ou recorrer a um consultor especiali-zado. Em qualquer caso, é importante que quem quer que faça as medições tenha suficiente competência e experiência.

O que é que se mede?

A exposição pessoal às vibrações transmitidas ao sis-tema mão-braço deve ser avaliada usando o método definido na Norma Europeia EN ISO 5349-1:2001, sendo dadas orientações práticas detalhadas sobre a utilização do método de medição da vibração no local de trabalho na EN ISO 5349-2:2001.

A amplitude da vibração exprime-se em termos da acele-ração ponderada em frequência da superfície do punho da ferramenta ou peça de trabalho que está em contacto com a mão (ver Anexo B) e exprime-se em metros por segundo ao quadrado (m/s²).

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Par

te 1

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 2 r av al Ia ç ão do s rI sc o s

Medições das vibrações

As medições devem fazer-se de modo a obterem-se valores de vibração representativos da vibração média de uma ferramenta ou processo ao longo do período de trabalho do operador. Assim, é importante que as condições de operação e os períodos de medição sejam seleccionados de modo a obtê-los.

Nos casos em que se seguram as ferramentas com as duas mãos, as medições têm de ser feitas em ambas as posições das mãos, utilizando-se o valor mais elevado para determinar a exposição às vibrações.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-1:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 1: General requirements (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 1: Prescrições gerais)

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática para a medição no local de trabalho)

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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

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Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática para a medição no local de trabalho)

2.4 c

áLcULO dAs ExPOsiçõEs diáRiAs às viBRAçõEs

A avaliação da exposição diária a vibrações de-pende tanto do nível da vibração como da dura-ção da exposidura-ção.

Neste capítulo analisamos a forma como a expo-sição diária a vibrações é calculada a partir das informações sobre a amplitude da vibração e dos tempos de exposição.

No Anexo D são indicadas algumas ferramentas para simplificar o cálculo das exposições diárias e a gestão dos tempos de exposição e no Anexo E são apresentados exemplos de cálculo das exposi-ções diárias a vibraexposi-ções.

2.4.1 Exposição diária a vibrações

A exposição diária a vibrações, A(8), calcula-se a partir de uma amplitude e um tempo de exposição. Tal como a amplitude da vibração, a exposição diária a vibrações expressa-se em metros por segundo ao quadrado (m/s²). No Anexo E são dados exemplos do cálculo das exposições diárias às vibrações.

2.4.2 Exposições parciais a vibrações

Se um trabalhador estiver exposto a mais de uma fonte de vibração (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais ferramentas ou processos diferentes durante o dia), as exposições parciais a vibrações calculam-se a partir da amplitude e da duração de cada um(a). Os valores das vibrações parciais são combinados de forma a darem o valor total da exposição diária, A(8), para essa pessoa. No Anexo E é dado um exemplo do cálculo das exposições diárias a vibrações. Cada exposição parcial a vibrações representa o con-tributo de uma fonte particular de vibração (ferramenta ou processo) para o total da exposição diária do traba-lhador. O conhecimento dos valores das exposições parciais ajuda a decidir quanto às prioridades: as

ferra-mentas ou processos com maiores valores de exposição parcial a vibrações são os que devem ter prioridade nas medidas de controlo.

2.4.3 Incerteza das avaliações da

exposição diária

A incerteza da avaliação da exposição a vibrações depende de muitos factores (ver EN ISO 5349-2:2001), nomeadamente:

incerteza quanto ao instrumento/calibração, •

precisão dos dados da fonte (por exemplo, dados •

do fabricante sobre a emissão),

variação dos operadores da máquina (por exemplo, •

experiência, técnica de operação ou compleição física),

capacidade do trabalhador para reproduzir, du-•

rante as medições, o trabalho típico, repetibilidade da tarefa laboral, •

factores ambientais (por exemplo, ruído, tempera-•

tura),

variações na máquina (por exemplo, é necessária •

manutenção, a máquina foi aquecida?),

desgaste dos componentes inseridos ou dos •

abrasivos (por exemplo, a lâmina da serra está afiada, o disco abrasivo está gasto?).

Quando se mede a amplitude da vibração e o tempo de exposição, as incertezas associadas à avaliação de A(8) podem significar que o valor calculado pode variar entre 20% acima e 40% abaixo do valor real. Se o tempo de exposição ou a amplitude da vibra-ção forem apenas estimados — por exemplo, com base nas informações do trabalhador (tempo de ex-posição) ou do fabricante (amplitude) —, então a in-certeza na avaliação da exposição diária pode ser muito superior.

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c ap ítu lo 3 e lIm In aç ão o u re du ç ão da ex po sI ç ão

Para controlar o risco é preciso ter uma estratégia que conduza de forma eficaz a uma redução da exposi-ção a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. Neste capítulo analisamos o processo de elabora-ção de uma estratégia de controlo, incluindo a for-ma de estabelecer prioridades para as actividades de controlo.

A avaliação de riscos deve permitir a identificação de métodos para o controlo da exposição. Ao avaliar as ex-posições a vibrações, deve-se pensar nos processos de trabalho que as causam. Compreender as razões pelas quais os trabalhadores estão expostos a vibrações ajuda-rá a identificar métodos para reduzi-las ou eliminá-las. As fases importantes neste processo de gestão são:

identificação das principais fontes de vibração; •

classificação das mesmas em termos da sua contri-•

buição para o risco;

identificação e avaliação de soluções potenciais •

em termos de praticabilidade e custos;

estabelecimento de metas que possam realistica-•

mente ser alcançadas;

afectação de prioridades e estabelecimento de um •

«programa de acção»;

definição das responsabilidades de gestão e afec-•

tação dos recursos adequados; implementação do programa; •

monitorização dos progressos; •

avaliação do programa. •

A abordagem a seguir para reduzir os riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço

dependerá de aspectos práticos dos processos de cada empresa e dos níveis correntes de exposição.

Pode também ser necessário adaptar os controlos para os trabalhadores que sejam particularmente vulneráveis a lesões, como, por exemplo, os trabalhadores que sejam mais susceptíveis de lesões provocadas por vibrações e apresentem sinais de desenvolver uma lesão mesmo com exposições abaixo do valor de acção da exposição.

Exemplo: Utilização da exposição parcial a vibrações para classificar os riscos.

Um trabalhador siderúrgico usa duas ferramentas, um triturador com uma emissão de vibrações de 7m/s² durante a utilização e um martelo de britagem com uma emissão de 16m/s² durante a utilização. O triturador é utilizado durante um total de 2 ½ horas por dia, o martelo de britagem durante 15 minutos:

• Triturador (7 m/s² durante 2,5 horas): A1(8) = 3,9 m/s² • Martelo de britagem (16 m/s² durante 15 minutos): A2(8) = 2,8 m/s² Exposição total: A(8) = 4,8 m/s2

Embora o martelo de britagem tenha uma amplitu-de amplitu-de vibração superior à do triturador, os valores da exposição parcial indicam que a utilização do triturador corresponde a uma maior proporção da exposição total do trabalhador às vibrações. As-sim, para começar, o triturador deve constituir o alvo principal da redução de riscos.

c

APÍtULO

3 E

LiMinAçãO

OU

REdUçãO

dA

ExPOsiçãO

A avaliação de riscos ajudará a planear as medidas necessárias para prevenir ou controlar adequadamente a exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. Neste capítulo mostramos como se pode desenvolver uma estratégia de controlo, estabelecer prioridades para as actividades de controlo, implementar controlos de risco e monitorizar a eficácia desses controlos.

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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

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A gestão bem sucedida dos riscos assenta no apoio e no envolvimento dos trabalhadores, especialmente dos seus representantes. Os representantes podem constituir um canal eficaz de comunicação com a mão-de-obra e ajudar os trabalhadores a compreenderem e a utiliza-rem as informações sobre a saúde e a segurança. Embora algumas soluções para o controlo das vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço sejam bas-tante simples, outras exigirão mudanças na forma como o trabalho está organizado. Essas mudanças só podem ser eficazmente realizadas em consulta com os representantes dos trabalhadores.

Uma consulta eficaz assenta no seguinte:

partilhar com os trabalhadores as informações •

pertinentes sobre saúde e segurança;

dar aos trabalhadores oportunidade de exprimir •

as suas opiniões e de contribuir em tempo

opor-tuno para a resolução das questões de saúde e segurança;

valorizar e levar em conta as opiniões dos traba-•

lhadores.

A consulta pode levar a identificar melhores soluções de controlo que sejam bem aceites pelos trabalhado-res. A eficácia das medidas de controlo dependerá dos trabalhadores. Em função de uma formação e supervisão adequadas, os trabalhadores têm o de-ver de fazer uma utilização correcta das máquinas e de cooperar com a entidade patronal para poderem estar certos de que o ambiente e condições de traba-lho são seguros, de modo a que os riscos para a segurança e a saúde sejam minimizados e, se possí-vel, eliminados. O processo de consulta incentiva o envolvimento e a cooperação dos trabalhadores nas medidas de controlo, garantindo assim uma maior probabilidade de os controlos serem implementados com êxito.

A directiva-quadro prevê a seguinte hierarquia para implementar um programa de medidas preventivas: 1. evitar os riscos;

2. avaliar os riscos que não possam ser evitados: 3. combater os riscos na origem;

4. adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre a saúde;

5. ter em conta o estádio de evolução da técnica;

6. substituir o que é perigosa pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

7. planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos factores ambientais no trabalho;

8. dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual; 9. dar instruções adequadas aos trabalhadores.

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Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 3 e lIm In aç ão o u re du ç ão da ex po sI ç ão

Para controlar o risco, é necessário eliminar ou reduzir a exposição a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. Pode também ser viável to-mar medidas para reduzir a probabilidade de lesões. Provavelmente, um controlo eficaz base-ar-se-á numa combinação de vários métodos.. Neste capítulo analisamos a engenharia, a ges-tão e outros métodos que devem ser considerados quando se procuram soluções de controlo.

3.3.1 Introdução de outros métodos

de trabalho

Talvez haja possibilidade de encontrar métodos de tra-balho alternativos que eliminem ou reduzam a exposi-ção a vibrações. Isto pode envolver a mecanizaexposi-ção ou automatização de tarefas ou a sua substituição por pro-cessos de trabalho alternativos. Para manter actualiza-dos os métoactualiza-dos disponíveis, é conveniente fazer regula-mente uma verificação através de:

3 associação comercial; 3 outros contactos no sector; 3 fornecedores de equipamento 3 boletins profissionais.

3.3.2 Selecção

do equipamento

É preciso garantir que o equipamento seleccionado ou afectado às tarefas é adequado e funciona de modo eficiente. Um equipamento inadequado ou de capaci-dade insuficiente levará provavelmente muito mais tem-po a acabar a tarefa e extem-porá os trabalhadores a vibra-ções mais tempo do que o necessário.

Uma selecção cuidadosa dos consumíveis (por exemplo, abrasivos para trituradores e lixadoras) ou acessórios de ferramentas (como brocas, cinzéis e lâminas de serras) pode afectar a exposição às vibrações. Alguns fabricantes fornecem acessórios concebidos para reduzir a exposição a vibrações.

Para se manter actualizado sobre ferramentas, consumí-veis e acessórios disponíconsumí-veis, é conveniente fazer regu-lamente uma verificação através de:

fornecedores de equipamento; •

associação comercial; •

outros contactos no sector; •

boletins profissionais. •

3.3.3 Política de compras

É necessário garantir que o departamento de compras tem uma política quanto à compra de equipamento adequado, que leve em conta tanto a emissão de vibra-ções como os requisitos operacionais.

Os fabricantes de ferramentas eléctricas (e os importado-res, fornecedores e empresas de aluguer de ferramentas) deverão poder ajudar na selecção das ferramentas mais adequadas e mais seguras para as necessidades particu-lares de cada empresa. Devem fornecer informações e conselhos úteis acerca da vibração, selecção e gestão das ferramentas. Têm o dever de reduzir os riscos deriva-dos da vibração a um mínimo e de prestar informações sobre a gestão dos riscos das vibrações que não tenham conseguido eliminar na fase de concepção.

Qualquer fornecedor de ferramentas eléctricas para utili-zação na Europa tem de cumprir a Directiva «Máquinas (Directiva 2006/42/CE que revoga a Directiva 98/37/CE), que obriga ao fornecimento de informa-ções sobre:

a emissão de vibrações (tal como referidas no ma-•

nual de instruções); a incerteza da medida. •

Além disso, o fornecedor poderá prestar assistência ou aconselhamento técnicos sobre:

quaisquer aplicações do equipamento que se supo-•

nha aumentarem o risco de lesões pela transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

como usar o equipamento de forma segura e quais-•

quer requisitos de formação nesse sentido;

qualquer formação (para operadores, pessoal de •

manutenção, etc.) recomendada para controlar as exposições a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;

como usar o equipamento para tarefas específicas; •

a necessidade de qualquer equipamento de protec-•

ção individual ao operar as máquinas;

como manter a ferramenta em boas condições; •

quaisquer características para redução da vibração. •

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Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

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A nova Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes ou fornecedores de máquinas a indicarem o seguinte no manual de instruções:

«indicações acerca das vibrações transmitidas pela máquina aos membros superiores:

«valor total das vibrações a que estão

expostos os membros superiores, se for igual ou superior a 2,5 m/s2. Se esse

nível não ultrapassar 2,5 m/s2, o facto

deve ser mencionado»

Ao seleccionar as ferramentas, é também necessário considerar factores ergonómicos e outros, como:

peso da ferramenta; •

concepção e conforto do punho; •

força de preensão; •

facilidade de utilização e manuseamento; •

frio resultante da superfície da pega ou do ar de •

exaustão das ferramentas pneumáticas; ruído e

poeiras. •

Os fabricantes ou fornecedores podem estar dispostos a emprestar ferramentas de amostra para um teste. É con-veniente usar essa oportunidade e levar em conta as opi-niões dos trabalhadores com base nos testes práticos. A eficácia da ferramenta é importante: uma ferramenta que leve muito tempo a fazer o trabalho não será muito popu-lar e poderia levar a uma maior exposição às vibrações do que uma ferramenta eficaz com uma maior amplitude de vibração. No entanto, ferramentas demasiado poten-tes para a tarefa poderiam levar a uma exposição a amplitudes de vibrações demasiado elevadas.

3.3.4

Concepção do posto de trabalho

Calibradores e punhos antivibráticos

Os calibradores e ajudas similares que integrem supor-tes antivibráticos podem ajudar a evitar a necessidade de segurar as superfícies vibratórias.

Os punhos «antivibráticos» podem reduzir a vibração, mas uma selecção incorrecta deste tipo de punho pode, na realidade, aumentar a vibração na mão, pelo que só devem ser usados punhos aprovados pelo fabricante da ferramenta.

Materiais resilientes

Enrolar borracha ou outros materiais resilientes em volta de punhos vibratórios pode melhorar o conforto, mas dificilmente reduzirá de forma significativa a vibração

nas frequências que mais contam quando se calcula a exposição. Se não houver uma selecção cuidadosa, os materiais resilientes podem amplificar a vibração em algumas frequências, aumentando, de facto, a exposi-ção às vibrações.

Força de preensão e força de carga

A redução da força de preensão e da força de carga exercida através da mão reduz a vibração que passa para a mão e o braço do utilizador. Estas forças podem ter de suportar a ferramenta ou peça de trabalho, con-trolar ou guiar a máquina ou atingir elevadas taxas de trabalho. No entanto, as forças realmente aplicadas podem ser superiores ao que é necessário para um tra-balho eficaz, devido a uma selecção incorrecta do equipamento, manutenção inadequada, formação insu-ficiente ou deinsu-ficiente concepção do posto de trabalho. Alguns métodos para reduzir a força de preensão e a força de carga são:

quando há peças de trabalho pesadas que são tri-•

turadas à mão em trituradores com pedestal, o apoio para toda a peça significará que o trabalha-dor só precisa de o guiar até à roda, em vez de suportar todo o peso;

podem ser usadas cadeias tensoras (por vezes cha-•

madas equilibradores) e manipuladores para supor-te das ferramentas vibratórias, como brocas pesa-das, trituradores, chaves de aperto, máquinas de pregar (em alguns casos) e cinzéis pneumáticos, dispensando o operador de suportar o peso da fer-ramenta;

variações da textura e do material da superfície da •

pega podem permitir que o operador use uma me-nor força para segurar e controlar a ferramenta; a utilização de técnicas como o bench-felling na sil-•

vicultura, em que a serra de corrente escorrega ao longo do toro durante a desramação, em vez de se segurar em todo o peso da serra em permanência.

3.3.5 Formação e informação aos

trabalhadores

É importante fornecer aos operadores e supervisores in-formações sobre:

as potenciais lesões devidas ao equipamento de •

trabalho em utilização;

os valores-limite de exposição e os valores de ac-•

ção da exposição;

os resultados da avaliação do risco de vibrações e •

de quaisquer medições das mesmas;

as medidas de controlo que estão a ser usadas •

para eliminar ou reduzir os riscos resultantes da transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

(29)

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Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 3 e lIm In aç ão o u re du ç ão da ex po sI ç ão

práticas de trabalho seguras que minimizem a ex-•

posição às vibrações mecânicas;

porquê e como detectar e notificar sinais de uma •

lesão;

porquê e como informar que há máquinas a preci-•

sar de manutenção;

como e quando desmantelar ferramentas inseridas •

ou consumíveis que contribuam para um excesso de exposições às vibrações;

as circunstâncias em que os trabalhadores têm di-•

reito à vigilância da saúde.

Será necessário confiar nos operadores de ferramentas e processos vibratórios para tornar eficazes as medidas de controlo. A implementação das medidas de controlo deve ser feita em consulta com os trabalhadores e os seus representantes. Os trabalhadores têm o dever de cooperar quando são tomadas medidas para cumprir as directivas europeias relativas à saúde e à seguran-ça.

Os trabalhadores devem receber formação em técnicas de trabalho, para poderem, por exemplo, evitar agarrar, empurrar ou guiar as ferramentas com demasiada força e garantir que as ferramentas são operadas de forma segura e com a máxima eficácia. Precisam também de formação para reconhecer quando uma máquina está a precisar de manutenção.

Com algumas ferramentas, as mãos do operador têm de estar na posição correcta para evitar uma maior exposi-ção às vibrações. Muitas ferramentas em que as vibrações foram reduzidas, como martelos demolidores com punhos suspensos, produzem altas emissões de vibrações, se o operador empurrar para baixo com demasiada força en-quanto opera com essas ferramentas (os martelos pneumá-ticos podem também produzir uma alta emissão de vibra-ções, se a ferramenta for levantada durante a operação para, por exemplo, tirar a broca de um buraco).

O fabricante deve dar indicações quanto a quaisquer requisitos de formação, podendo disponibilizar forma-ção para os operadores. Os trabalhadores podem tam-bém ser incentivados a apoiar a ferramenta, tanto quan-to possível, no material que está a ser trabalhado (ou, no caso de peças de trabalho manuais, em qualquer suporte fornecido) e a segurá-la com leveza, mas com segurança.

Serão necessárias formação e supervisão para garantir que os trabalhadores se estão a proteger a si próprios contra o desenvolvimento de uma doença relacionada com vibrações. Devem ser incentivados a comunicar quaisquer sintomas que possam ser associados à vibra-ção ou à utilizavibra-ção de ferramentas eléctricas, etc. Se estiverem a participar num programa de vigilância da saúde, isso pode constituir uma oportunidade para uma discussão personalizada sobre o perigo das vibrações e a forma de reduzir o risco de lesão.

Os trabalhadores devem também ser informados sobre o impacto que actividades não relacionadas com o

tra-balho podem ter para a saúde. Devem ser incentivados a deixar de fumar ou a fumar menos, pois o fumo pode prejudicar a circulação sanguínea. Os trabalhadores devem também estar conscientes de que a utilização de ferramentas eléctricas para trabalho feito pelo próprio em casa ou actividades como andar de motocicleta se somarão às exposições diárias às vibrações, aumentan-do assim o risco de desenvolver uma lesão por vibra-ções transmitidas ao sistema mão-braço.

3.3.6 Horários de trabalho

Para controlar os riscos resultantes da vibrações transmi-tidas ao sistema mão-braço pode ser necessário limitar o tempo que os trabalhadores estão expostos à vibra-ção resultante de algumas ferramentas ou processos. Recomenda-se que o trabalho seja planificado para evi-tar que os trabalhadores estejam expostos à vibração durante períodos longos e contínuos.

É preciso assegurar que novos padrões de trabalho sejam adequadamente supervisados, para garantir que os trabalhadores não regressam a padrões de tra-balho anteriores. Se os trabalhadores forem pagos segundo os resultados, os sistemas devem ser concebi-dos de modo a evitar um trabalho intensivo por alguns trabalhadores, com poucos intervalos na exposição.

3.3.7 Medidas colectivas

Quando diversas empresas partilham um local de traba-lho, as várias entidades patronais têm de cooperar na implementação das disposições relativas à segurança e saúde. Isto pode significar, por exemplo, que uma das empresas se responsabilize pela compra ou aluguer de máquinas de baixa vibração, quando as máquinas são partilhadas entre muitos adjudicatários a trabalhar num estaleiro de construção.

3.3.8 Vestuário e protecção individual

O equipamento de protecção individual é um último domínio para a protecção contra os perigos no traba-lho e só deve ser considerado como um meio de contro-lo a contro-longo prazo, após terem sido expcontro-loradas todas as outras opções.

Protecção contra a vibração

As luvas comercializadas como «antivibráticas» ou «an-tivibração» devem ter a marca CE, indicando que fo-ram ensaiadas e consideradas como cumprindo os re-quisitos da EN ISO 10819:1997. No entanto, esta norma não indica dados de desempenho detalhados para as luvas, pelo que é necessário avaliar separada-mente a protecção dada pelas luvas antivibráticas, como previsto na directiva de 1992 relativa aos equi-pamentos de protecção individual no trabalho.

As luvas antivibráticas não proporcionam uma redução significativa do risco a frequências inferiores a 150Hz

(30)

Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (V

ibrações mecânicas no trabalho)

28

(9000 rotações por minuto). Isto significa que, para a maioria das ferramentas manuais eléctricas, a redução da amplitude ponderada em frequência da vibração propor-cionada pelas luvas antivibráticas é negligenciável. As luvas antivibráticas podem proporcionar alguma redução do risco de vibrações no caso das ferramentas que ope-ram a altas velocidades de rotação (ou que produzem vibrações a altas frequências) e que não são agarradas com muita força. No entanto, esta redução do risco não pode ser facilmente quantificada, pelo que normalmente não se pode confiar nas luvas para se conseguir protec-ção contra as vibrações transmitidas ao sistema mão-bra-ço.

Protecção contra o frio

Uma baixa temperatura do corpo au-menta o risco de dedo branco, devido à diminuição da circulação sanguínea. Assim, no caso de tempo frio, deve-se evitar trabalhar no exterior, se for possí-vel. Se se tiver de trabalhar no exterior, então pode-se recorrer a algumas má-quinas, como as serras de corrente, que têm punhos aquecidos para aju-dar a manter as mãos quentes.

A temperatura num local de trabalho interior deve proporcionar um conforto razoável sem necessidade de vestuá-rio especial e ser normalmente de pelo menos 16º C. Devem-se evitar máqui-nas que possam arrefecer as mãos, como, por exemplo, máquinas com

caixa de aço ou ferramentas pneumáticas que expulsem o ar de exaustão para as mãos do operador.

Se o frio fizer aumentar o risco de transmissão de vibra-ções ao sistema mão-braço, deve ser fornecido vestuá-rio quente e luvas. As luvas e outro vestuávestuá-rio devem ser avaliados em função de terem o tamanho adequado e

da sua eficácia para manterem as mãos e o corpo quentes e secos nas condições de trabalho.

3.3.9 Manutenção

A manutenção regular das ferramentas eléctricas e outro equipamento de trabalho ajudará frequentemente a manter as amplitudes das vibrações ao nível mínimo necessário, pelo que se deve:

manter bem afiadas as ferramentas de corte; •

reparar os trituradores correctamente, •

seguindo as recomendações do fabri cante;

lubrificar quaisquer peças móveis, •

de acordo com as recomendações do fabricante;

substituir as peças gastas; •

fazer verificações da calibragem e as •

correcções necessárias;

substituir os suportes antivibráticos e os •

punhos suspensos antes de se deterio rarem (procurar sinais de deterioração ou de fissuras, de aumento de volume, de amolecimento ou de endurecimen to, nos apoios em borracha);

verificar e substituir amortecedores de •

vibrações, mancais e engrenagens defeituosos;

afiar os dentes das serras de corrente •

e manter a tensão da corrente correcta;

afinar os motores. •

(31)

Par

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Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –

c ap ítu lo 3 e lIm In aç ão o u re du ç ão da ex po sI ç ão

A gestão da exposição às vibrações é um pro-cesso contínuo. É necessário garantir que os sis-temas de controlo estão a ser usados e a dar os resultados esperados.

Neste capítulo analisamos a forma de monitori-zar os controlos das vibrações e o momento de repetir a avaliação dos riscos.

3.4.1 Como saber se os controlos das

vibrações transmitidas ao sistema

mão-braço estão a funcionar?

Será necessário rever periodicamente os controlos das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, para garantir que continuam a ser pertinentes e eficazes. É preciso:

Verificar regularmente que gestores e trabalhadores •

continuam a realizar o programa de controlos intro-duzido;

Falar regularmente com os gestores, supervisores, •

trabalhadores e representantes da segurança ou dos trabalhadores sobre se há quaisquer problemas de vibrações com o equipamento ou a forma como está a ser usado;

Verificar os resultados da vigilância da saúde e •

discutir com o responsável pela saúde no trabalho se os controlos parecem ser eficazes ou precisam de ser mudados.

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação

dos riscos?

Será necessário reavaliar os riscos derivados da vibração, e a forma de controlá-los, sempre que houver no local de trabalho alterações que possam afectar o nível de exposição, tais como:

a introdução de máquinas ou processos diferentes •

alterações no padrão ou nos métodos de trabalho •

alterações no número de horas trabalhadas com o •

equipamento vibratório

a introdução de novas medidas de controlo das •

vibrações.

Será também necessário reavaliar os riscos, se houver indicações (por exemplo, vindas da vigilância da saúde) de que os controlos existentes não são eficazes.

O grau da reavaliação dependerá da natureza das alterações e do número de pessoas por elas afectadas. Uma alteração no número de horas ou nos padrões de trabalho pode exigir um novo cálculo da exposição diária para os trabalhadores afectados, mas não mudará necessariamente as amplitudes das vibrações. A introdução de novas máquinas ou processos pode exigir uma reavaliação total.

É conveniente rever a avaliação dos riscos e das práticas de trabalho a intervalos regulares, mesmo que nada tenha mudado de uma forma evidente. Pode, num dado ramo, haver novas tecnologias, concepções de ferramentas ou formas de trabalhar que permitam reduzir mais os riscos.

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