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RESPOSTA DA APB À CONSULTA PÚBLICA DA CMVM N.º 2/2020: PROJETO DE REGULAMENTO DA CMVM QUE ALTERA OS REGULAMENTOS DA CMVM N.º 2/2007, N.º 2/2015, N.

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RESPOSTA DA APB À CONSULTA PÚBLICA DA CMVM N.º 2/2020: PROJETO DE

REGULAMENTO DA CMVM QUE ALTERA OS REGULAMENTOS DA CMVM N.º 2/2007, N.º

2/2015, N.º 3/2015, N.º 2/2002, N.º 8/2018, N.º 1/2020, N.º 1/2017 E N.º 3/2016

I. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A APB acolhe de forma positiva o Projeto de Simplificação de Instruções e Regulamentos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários relativos a deveres de prestação periódica de informação e agradece a oportunidade de poder contribuir para a preparação e revisão das propostas regulamentares, veiculadas pelas consultas informais sobre os denominados Blocos 1, 2 e 3 do Projeto.

Em nosso entender, este Projeto contribui para alcançar um enquadramento regulatório mais claro, simples, atualizado e eficaz, pelo que congratulamos a CMVM por esta iniciativa.

Os Associados da APB, partilhando da necessidade desta revisão, salientam que, apesar de se tratar de um projeto de simplificação, as alterações propostas assumem-se bastante significativas, em alguns casos obrigando a reportes de elevada granularidade, o que exigirá, por parte das instituições de crédito, um enorme esforço na adaptação de sistemas e afetação de recursos humanos e financeiros a este Projeto.

Será importante assegurar uma transição sem sobressaltos, com um prazo adequado de implementação, com a disponibilização antecipada das especificações técnicas relativas aos ficheiros (incluindo o layout em formato XML), com a possibilidade de realização de testes de coerência dos reportes (tanto em ambiente de qualidade como em produção), com a publicação e atualização de FAQ’s detalhadas sobre os normativos e com o adequado apoio de colaboradores da CMVM para a prestação de esclarecimentos.

Os Associados da APB, antes do surto da Covid-19, estimavam necessitar de 4 a 9 meses para adaptar sistemas e procedimentos decorrentes das alterações a introduzir no reporte de informação à CMVM, e de cerca de 1 a 3 meses para testar os novos reportes.

No atual contexto, tendo presente as alterações necessárias ao nível de sistemas e de processos, bem como o impacto operacional e humano do surto da COVID-19 nos intermediários financeiros

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(de magnitude ainda incerta e dependente da evolução da própria pandemia), os Associados da APB estimam necessitar de um período de implementação (incluindo as componentes de desenvolvimento, testes e implementação) não inferior a 12 meses, para que estejam reunidas as condições adequadas para garantir a qualidade e o rigor dos reportes de informação à CMVM nos termos propostos.

II. COMENTÁRIOS ÀS OPÇÕES DA CMVM QUANTO A TEMAS QUE SÃO TRANSVERSAIS A TODA A REGULAMENTAÇÃO OBJETO DO PROJETO DE SIMPLIFICAÇÃO

a) FORMATO DOS FICHEIROS A REMETER À CMVM: DAT/XML

Os Associados da APB consideram que o formato DAT, atualmente utilizado, apresenta vantagens expressivas no que respeita a custos, facilidade de elaboração, edição e leitura de ficheiros. A utilização dos ficheiros tipo DAT permite, a um maior número de utilizadores, analisar e, se necessário, construir/retificar um ficheiro com facilidade e cumprir com tempestividade o envio de um novo reporte.

O formato XML assume-se muito mais complexo. A utilização do formato XML obriga a um trabalho de desenvolvimento inicial das áreas e fornecedores de soluções informáticas e à colaboração das áreas de informática na verificação e resolução de situações de retificação de reportes. Esta complexidade adicional, de conceção e implementação, traduz-se em custos acrescidos. Por último, cumpre salientar que a sintaxe do formato XML tende a resultar numa maior dimensão da representação de dados semelhantes.

Os Associados da APB manifestaram em momento prévio à presente consulta a sua preferência pelo formato atual (com a extensão DAT), embora compreendendo e respeitando os deveres impostos diretamente pela regulamentação europeia, de aplicação direta em casos específicos no nosso ordenamento jurídico de ficheiros em formato XML, bem como algumas vantagens da utilização da tecnologia XML, tecnologicamente mais avançada, nomeadamente o facto de ser explicativa sobre a tipologia de cada campo exigido, através do respetivo layout.

Perante a opção tomada pela CMVM de transição para o formato XML, é fundamental (i) ter em conta os esforços de implementação, a nível de recursos e de custos, pelas instituições de crédito; (ii) atribuir um prazo adequado para introduzir as alterações e adaptações técnicas necessárias; (iii) assegurar a disponibilização antecipada de documentos técnicos, incluindo o layout em

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formato XML (Schemas), bem como de eventuais FAQ’s ou outros documentos de suporte à interpretação; e (iv) acautelar um período adequado de testes conjuntos com a CMVM.

b) INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÃO A REPORTAR PARA DETERMINADO PERÍODO DE REFERÊNCIA A maioria dos Associados da APB entende que, no âmbito dos deveres de reporte de informação periódica à CMVM, em caso de ausência de informação a reportar no período de referência deverá ser implementada uma checkbox específica indicando que o reporte da entidade para o período de referência é nulo.

Neste contexto, saúda-se a opção tomada pela CMVM, não deixando, contudo, de se salientar o aspeto menos positivo dessa opção apenas ser adotada numa fase posterior ao inicialmente previsto, no contexto da concretização do Balcão Único Eletrónico da CMVM.

c) REPORTE DE INFORMAÇÃO SOBRE SUCURSAIS NO ESTRANGEIRO DE ENTIDADES PORTUGUESAS

No âmbito de reportes periódicos de informação à CMVM, em relação à identificação da atividade exercida em Portugal e por Sucursal em cada Estado-Membro, os Associados da APB, contrariamente à opção tomada pela CMVM, entendem que o reporte deveria ser realizado num único ficheiro, mediante a inclusão de rubrica identificadora para o efeito.

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III. COMENTÁRIOS AO PROJETO DE REGULAMENTO

REGULAMENTO DA CMVM N.º 2/2007, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2007, RELATIVO AO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

ANEXO G - ANEXO IV - RECEÇÃO, TRANSMISSÃO E EXECUÇÃO DE ORDENS POR CONTA DE OUTREM (Ficheiro RTE)

2.9 Quantidade (Campo 9)

Consideramos que, no caso dos instrumentos financeiros preenchidos com os códigos “CT”, para contratos de forward e “SW”, para contratos de troca (swap), não existe o conceito de número de contratos. Neste sentido, identificamos a necessidade de ser indicado, especificamente, para estes dois tipos de instrumentos financeiros, como será preenchido o campo (por exemplo, com o valor nominal do contrato?). O mesmo se aplica para os instrumentos financeiros derivados designados com o código “OD” (outros instrumentos financeiros derivados).

2.10 Montante (campo 10)

Consideramos que, no caso dos instrumentos financeiros preenchidos com os seguintes códigos “CT”, para contratos de forward e “SW”, para contratos de troca (swap), não se aplica o conceito “contratos negociados, unidade de negociação e preço da transação”. Neste sentido, identificamos a necessidade de ser indicado, especificamente, para estes dois tipos de instrumentos financeiros, como será preenchido este campo (por exemplo com o valor nominal do contrato?). O mesmo se aplica para os instrumentos financeiros derivados designados com o código “OD” (outros instrumentos financeiros derivados).

ANEXO G - ANEXO V - GESTÃO DE CARTEIRAS POR CONTA DE OUTREM FICHEIRO CCG

Rubrica 1, Campo 5

Entendemos que deve ser esclarecido qual o câmbio que deve ser usado, nomeadamente se o mesmo deverá ser o do fixing do Banco de Portugal para a data de referência.

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Rubrica 2, Campos 3 e 4

Consideramos que deve ser contemplada a possibilidade de exposição negativa ao mercado acionista ("Short") e alavancada ("Leveraged").

Rubrica 2, Campos 5 e 7

Consideramos que deve ser contemplada a possibilidade de exposição negativa ao mercado obrigacionista ("Short") e alavancada ("Leveraged").

Rubrica 2, Campos 7 e 8

Entendemos que devem ser explicitados os critérios para a avaliação de liquidez de depósitos, nomeadamente quando os mesmos sejam não mobilizáveis.

Adicionalmente e de forma genérica para todas as limitações, consideramos que deve ser indicado o tratamento a conceder a carteiras para as quais tenham sido estabelecidas limitações específicas pelo cliente, nomeadamente se deve ser criado um perfil específico para essa carteira.

FICHEIRO GCO Campos 2 e 3

Caso, como é nosso entendimento, as notes estruturadas sejam classificados como "DI" (outros instrumentos de dívida emitidos por entidades privadas), entendemos que deveria ser possível indicar-se o respetivo subjacente, o que, na redação atual, não está previsto.

Campo 14

Suscita-se a dúvida se os fundos de alocação mista em ações e obrigações devem ser classificados como “OU” (ativos com outras exposições).

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FICHEIRO OPR Campo 7

Deve ser esclarecido qual o procedimento a adotar nos casos em que o instrumento financeiro se encontre admitido à negociação em múltiplas trading venues, devendo ser possível indicar mais do que um Market Identifier Code (MIC).

ANEXO G - ANEXO VI - Negociação por conta própria (ficheiro “NPR”) 1.10 Quantidade (Campo 10)

Consideramos que, no caso dos instrumentos financeiros preenchidos com os códigos “CT”, para contratos de forward e “SW”, para contratos de troca (swap), não existe o conceito de número de contratos. Neste sentido, identificamos a necessidade de ser indicado, especificamente, para estes dois tipos de instrumentos financeiros, como será preenchido o campo (por exemplo, com o valor nominal do contrato?). O mesmo se aplica para os instrumentos financeiros derivados designados com o código “OD” (outros instrumentos financeiros derivados).

1.11 Montante (campo 11)

Consideramos que, no caso dos instrumentos financeiros preenchidos com os seguintes códigos “CT”, para contratos de forward e “SW”, para contratos de troca (swap), não se aplica o conceito “contratos negociados, unidade de negociação e preço da transação”. Neste sentido, identificamos a necessidade de ser indicado, especificamente, para estes dois tipos de instrumentos financeiros, como será preenchido este campo (por exemplo com o valor nominal do contrato?). O mesmo se aplica para os instrumentos financeiros derivados designados com o código “OD” (outros instrumentos financeiros derivados).

REGISTO E DEPÓSITO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS

A restruturação do modelo de reporte de informação estatística sobre o registo e depósito de instrumentos financeiros representa uma profunda alteração ao modelo atual cujas codificações são, aliás, transversais a outros reportes alvo do Projeto de simplificação.

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O layout é praticamente todo novo, prevê-se um ajustamento da codificação utilizada para sistematização da informação e a inclusão de campos específicos caracterizadores dos instrumentos financeiros, nomeadamente devido:

• Ao alargamento do universo de instrumentos financeiros derivados sujeitos a reporte e das categorias de subjacentes dos derivados objeto de reporte;

• À substituição da indicação dos tipos de mercados em que os instrumentos financeiros estão admitidos à negociação, pela indicação do Market Identifier Code (MIC) da plataforma de negociação onde estão admitidos;

• À inclusão da identificação da Central de Valores Mobiliários (mediante indicação do código LEI), para emissões integradas em sistema centralizado;

• À inclusão da identificação do emitente (mediante indicação do código LEI), denominação e país do emitente, para todas as categorias de instrumentos objeto de reporte;

• À inclusão da indicação da residência do primeiro titular de conta de instrumentos financeiros e indicação da respetiva categoria.

A reestruturação do atual modelo de reporte, implicará um conjunto significativo de alterações aos sistemas informáticos, donde se sugere que a entrada em vigor das alterações não ocorra antes do segundo semestre de 2021.

ANEXO G - ANEXO VII - Informação relativa ao Registo e Depósito de Instrumentos financeiros por Conta de Outrem

Central de valores mobiliários (Campo 5)

“Campo que identifica o código LEI da central de valores mobiliários onde estão integrados os instrumentos financeiros, sendo preenchido apenas quando aplicável. Caso não seja aplicável, este campo deverá ser preenchido com NA”.

Trata-se de um campo cuja obtenção da informação é complexa, nomeadamente fora da U.E.

A ESMA disponibiliza no seu site

(https://www.esma.europa.eu/search/site/csdr_list_of_relevant_authorities) um documento com a informação referente às centrais de registo de valores mobiliários, entendendo-se que seja esta a informação a constar no referido campo.

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No entanto, alertamos, não só, para o facto de este documento incluir apenas países Europeus, como também existirem países, como é, por exemplo, o caso de França, com mais do que uma central de registo, pelo que sugerimos que seja incluída na Instrução qual o modo de atuação.

Descrição do Emitente (Campo 7)

Está omissa a forma de preenchimento, caso o campo não seja aplicável.

País do Emitente (Campo 8)

Está omissa a forma de preenchimento, caso o campo não seja aplicável.

Quantidade (Campo 13)

Sugere-se a clarificação de qual a informação que constará neste campo, tendo em conta a não aplicabilidade do conceito “número de contratos” a instrumentos financeiros derivados, como é o caso dos designados pelo código “OD” ou às opções cambiais (fx options).

Posições abertas (Campo 14)

Sugerimos a clarificação da informação a preencher neste campo quando o tipo de instrumento financeiro é classificado como “OD”.

ANEXO G - ANEXO VIII - Informação relativa ao Registo e Depósito de Instrumentos financeiros da Carteira Própria (Ficheiro “RCP”)

Central de valores mobiliários (Campo 5)

“Campo que identifica o código LEI da central de valores mobiliários onde estão integrados os instrumentos financeiros, sendo preenchido apenas quando aplicável. Caso não seja aplicável, este campo deverá ser preenchido com NA”.

Trata-se de um campo cuja obtenção da informação é complexa, nomeadamente fora da U.E.

A ESMA disponibiliza no seu site

(https://www.esma.europa.eu/search/site/csdr_list_of_relevant_authorities) um documento com a informação referente às centrais de registo de valores mobiliários, entendendo-se que

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seja esta a informação a constar no referido campo. No entanto, alertamos, não só, para o facto de este documento incluir apenas países Europeus, como também existirem países, como é, por exemplo, o caso de França, com mais do que uma central de registo, pelo que sugerimos que seja incluída na Instrução qual o modo de atuação.

Descrição do Emitente (Campo 7)

Está omissa a forma de preenchimento, caso o campo não seja aplicável.

País do Emitente (Campo 8)

Está omissa a forma de preenchimento, caso o campo não seja aplicável.

Quantidade (Campo 11)

Sugere-se a clarificação de qual a informação que constará neste campo, tendo em conta a não aplicabilidade do conceito “número de contratos” a instrumentos financeiros derivados, como é o caso dos designados pelo código “OD” ou às opções cambiais (fx options).

Posições abertas (Campo 12)

Sugerimos a clarificação da informação a preencher neste campo quando o tipo de instrumento financeiro é classificado como “OD”.

REGULAMENTO DA CMVM N.º 2/2015, DE 17 DE JULHO DE 2015, RELATIVO À REGULAMENTAÇÃO DO REGIME GERAL DOS ORGANISMOS DE INVESTIMENTO COLETIVO (REGULAMENTO DA CMVM N.º 2/2015)

COMERCIALIZAÇÃO DE OIC ESTRANGEIROS

As alterações propostas passam pela inclusão do tipo de investidor (investidor não profissional, investidor profissional e contraparte elegível), e pela inclusão da codificação dos OIC estrangeiros que não disponham do código ISIN.

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Tais alterações implicarão desenvolvimentos informáticos significativos, pelo que seria desejável a sua aplicação somente no final de 2021.

REGULAMENTO DA CMVM N.º 8/2018 RELATIVO AOS DEVERES INFORMATIVOS E DE COMERCIALIZAÇÃO RELATIVOS A PRIIPS (REGULAMENTO DA CMVM N.º 8/2018)

Este regulamento continua a impor uma exigência muito maior à comercialização de PRIIPs em Portugal do que a imposta pela regulamentação europeia, pelo que não existe um verdadeiro level playing field (um cliente português poderá comprar este tipo de instrumento financeiro num distribuidor europeu pela Internet com menores exigências, não estando sujeito à supervisão da CMVM e ficando desta forma menos protegido).

A legislação europeia já exige a venda deste tipo de instrumentos dentro do mercado-alvo, a clientes com conhecimento e experiência, tolerância ao risco e prazo de investimento compatível com os instrumentos financeiros.

A exigência de notificação prévia do documento de informação fundamental à autoridade competente e a necessidade de manuscrever declarações no boletim de subscrição constituem exemplos de exigências adicionais face à legislação europeia que colocam os distribuidores nacionais em desvantagem face aos seus concorrentes europeus, alguns deles a operar em âmbito exclusivamente digital.

A identificação da tipologia de PRIIPs constitui uma das principais dificuldades no âmbito de reporte de informação sobre estes produtos. Com efeito, a designação que é apresentada pela regulamentação europeia e nacional nem sempre é coincidente com a designação reconhecida pela indústria, nomeadamente no que respeita à definição de DIFs genéricos para derivados. Importa, por isso, clarificar e tornar coerentes as referências a esta tipologia de DIFs, de forma a refletir, por um lado, a tipologia prevista no Regulamento Delegado (UE) 2017/653 da Comissão, de 8 de março de 2017, e, por outro, as necessidades e a prática do setor, que não devem ser descuradas.

Por último, considera-se fundamental que o Regulamento da CMVM, na parte em que preveja as regras aplicáveis ao cumprimento dos deveres de prestação de informação ao supervisor, identifique, claramente e relativamente a cada um dos anexos da proposta de reporte de informação relativa à comercialização de PRIIPS e de PFCs, (i) qual a entidade que deverá cumprir cada um dos deveres de reporte previstos, (ii) qual o prazo aplicável a cada um dos

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deveres de reporte e (iii) qual o modo e procedimento a observar para cumprimento de cada um dos deveres de reporte (email vs. extranet).

Artigo 7.º - Documento de subscrição ou aquisição do PRIIP

Entende-se que não se justifica a alteração proposta no artigo 7º, que subdivide a terceira declaração manuscrita do Boletim de Subscrição/Compra em duas declarações. Embora o investidor continue a manuscrever o mesmo texto, esta alteração exige novos desenvolvimentos informáticos, sem vantagens evidentes.

Considera-se que as declarações a manuscrever no documento de subscrição ou aquisição do PRIIP, pelos investidores não profissionais, se afiguram excessivas.

A CMVM deverá permitir que este dever seja cumprido, pela indústria, da forma menos onerosa/burocrática, devendo ser permitida a confirmação digital pelo subscritor (por exemplo utilizando “check boxes”) de que tomou conhecimento das declarações previstas no artigo 7.º, n.º 3 do Regulamento, em linha com o anteriormente permitido ao nível da negociação de PFCs em plataformas de negociação eletrónica ao abrigo do Regulamento da CMVM n.º 2/2012. Entende-se, igualmente, desejável que a CMVM forneça orientações adicionais, tendo em vista minorar o impacto das exigências nacionais acrescidas ao nível dos procedimentos envolvidos na subscrição de PRIIPS, revelando-se essencial promover e criar condições para o recurso a soluções digitais a este nível, tal como reconhecido pelo Comité Conjunto das Autoridades Europeias de Supervisão na proposta Final Report following consultation on draft regulatory technical standards to amend the PRIIPs KID.1.

Artigo 9.º - Comunicação aos investidores não profissionais de alterações resultantes da revisão do DIF

Sem prejuízo do artigo 9.º não ser objeto de alteração, relativamente aos derivados, pelas características dos próprios produtos, pelas especificidades que caracterizam a sua negociação e pela natureza dos próprios DIF relativos a este tipo de instrumentos, o dever de notificação de alterações previsto no artigo 9.º do Regulamento não poderá ser literalmente aplicável para a realidade dos DIF genéricos de derivados, devendo a aplicação deste dever merecer a previsão de um critério regulamentar adequado à realidade em apreço e que apenas requeira a

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comunicação individualizada quando ocorra alteração à informação essencial “genericamente” descrita no DIF, e que é aplicável à tipologia de derivado a que o mesmo diga respeito, devendo a CMVM especificar que informação genérica essencial deverá constar do DIF Genérico para derivados.

Notamos que o n.º 3 do artigo 6.º do Regulamento PRIIPs prevê expressamente que o DIF MOP indica onde e de que modo pode ser obtida documentação de informação pré-contratual mais detalhada sobre os produtos de investimento de apoio às opções de investimento subjacentes, devendo esta informação específica sobre as opções ser prestada por remissão no próprio DIF. Reiteramos a importância de assegurar que a densificação regulamentar operada pela CMVM, tendo em vista enquadrar a realidade específica da negociação de instrumentos derivados no regime europeu aplicável aos PRIIPs, atende às especificidades da negociação deste tipo de instrumentos, em que o investidor concretiza e toma consciência, a cada abertura de posição, das condições e custos concretamente aplicáveis a cada operação pretendida realizar, e que recebe, em ambiente de negociação e de modo permanente, um vasto conjunto de elementos informativos, de forma digital e instantânea, sobre o estado da sua posição, bem como sobre a sua exposição total e risco. Neste sentido, o dinamismo da negociação de derivados e a incomparavelmente mais elevada frequência do fluxo de informação ao investidor durante a negociação jamais poderá ser captado por um documento informativo com as características de um DIF, não podendo o dever de atualização ser aplicado tout court.

Consideramos igualmente relevante que, nas opções regulamentares a considerar a este nível, e pelo supra referido, a CMVM evite que, da exigência desproporcional de uma aplicação literal do artigo 9.º do Regulamento à realidade da negociação de derivados, resulte uma impraticável multiplicação, e sobreposição, de comunicações de versões alteradas e atualizadas de DIF aos investidores, originando um fluxo desproporcionalmente frequente de (des)informação e prejudicando a sua apreensão e compreensão pelo investidor e frustrando, por essa via, a finalidade informativa do próprio DIF.

Assim, sugerimos que a CMVM pondere a elaboração de orientações sobre os critérios de elaboração do DIF genérico para derivados, ajudando a indústria a harmonizar critérios e a consensualizar níveis informativos e elementos de informação mínimos perante os investidores não profissionais que negoceiem estes PRIIPs, clarificando, em linha com aquela definição prévia, o critério de aplicação (possível, adequado e realista) do dever consagrado no artigo 9.º do Regulamento a esta realidade específica, salvaguardando soluções adequadas à realidade dos instrumentos financeiros e das características da negociação em apreço.

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Anexos

Considera-se que, ao nível da organização do documento, o facto de os Anexos deixarem de ter referência quanto aos prazos de envio da informação torna a informação menos acessível.

Anexo 1 - Rubrica 5

A CMVM propõe uma nova opção de classificação (e reporte) de PRIIPs, desalinhada com as figuras tipificadas no Regulamento comunitário, sem justificação aparente.

Discorda-se que, em primeiro lugar, seja reportado se o DIF tem caráter “GEN” ou “ESP” e, apenas em segundo lugar, seja reportado se o DIF, com caráter “GEN” ou “ESP”, versa sobre um PRIIP MOP ou não MOP.

Esta alteração é muitíssimo relevante, na medida em que torna obrigatória a identificação do caráter “GEN” ou “ESP” de PRIIPs que não sejam MOPS – algo que não acontece na versão atualmente em vigor do Regulamento da CMVM. Com efeito, a redação atual apenas exige esta identificação para DIFs que sejam MOPS.

A referência a “ESP” e a “GEN” baseia-se no artigo 10.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/653 da Comissão, de 8 de março de 2017, que versa sobre MOPS. Por conseguinte, os DIFs “ESP” e “GEN” são subcategorias da categoria de MOPS. Por esse motivo, julga-se não ser adequado reportar em primeiro lugar a subcategoria e só depois a categoria. Neste contexto, não será igualmente adequado identificar PRIIPs que não sejam MOPS como “ESP” e “GEN”, pois estes são apenas uma categoria de MOPS.

Uma das principais dificuldades no âmbito do reporte dos PRIIPs tem, exatamente, a ver com a sua classificação. Com efeito, a designação que é apresentada pela regulamentação europeia e nacional nem sempre é coincidente com a designação adotada pela indústria.

Exemplo ilustrativo dessa realidade é a definição do caráter genérico de um DIF:

 Nos termos da legislação europeia, DIFs ESP correspondem aos DIFs que, oferecendo uma gama de opções de investimento, descrevem cada uma das opções de investimento individualizadamente (cfr. alínea a) do art. 10.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/653 da Comissão, de 8 de março de 2017). Por contraposição, DIFs GEN correspondem aos DIFs que, oferecendo uma gama de opções de investimento, descrevem genericamente essas opções de investimento (cfr. alínea b) do art. 10.º do

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 Para parte significativa da indústria, DIFs genéricos corresponderiam aos DIFs que exemplificam o desempenho de um determinado PRIIP, o qual será posteriormente subscrito pelo cliente. Sobre estes:

o Apesar de se compreender a iniciativa da CMVM, perante o reconhecimento da indústria deste tipo de DIFs para derivados (e que o próprio regulador já se mostrou sensível para a existência de DIFs genéricos não MOP e, por esse motivo, ter sugerido a criação do anexo 8), não será suficiente identificar o PRIIP como derivado no Campo 3 da Rubrica 4 (“IFD”) e como não MOP na Rubrica 5?;

o Uma vez que a indústria está a apresentar DIFs para derivados com caráter genérico substancialmente diferentes entre si no que diz respeito ao conteúdo (nem todos apresentam valores concretos para exemplificar as características do produto, tal como sejam as taxas cambiais, datas, underlying – portanto não apresentando cenários), considera-se essencial uma clarificação, por parte da CMVM, sobre qual a informação mínima necessária que estes DIFs deverão conter.

Exemplificando o impacto da proposta da CMVM, no caso do DIF de um derivado, seria preenchido o Campo 2 da Rubrica 5 com “GEN” e o Campo 3 da mesma rubrica com “N”. Tal preenchimento tornaria obrigatório o preenchimento da Rubrica 6, que identifica as opções de investimento referidas no DIF de tipo “GEN”. Sucede que, neste caso, não há uma gama de opções associada ao produto – o que se assume incoerente.

Face ao exposto, sugere-se:

 Que primeiramente seja identificado se o PRIIP é MOP ou não e, apenas se for MOP, questionar sobre o caráter “GEN” ou “ESP” do DIF (como, aliás, está no regulamento da CMVM atualmente em vigor);

 Que o caráter “GEN” ou “ESP” do DIF seja aferido em conformidade com as alíneas a) e b) do artigo 10.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/653 da Comissão, de 8 de março de 2017, respetivamente (como, aliás, está no regulamento da CMVM atualmente em vigor);

 Que se confirme que o preenchimento do PRIIP como derivado no Campo 3 da Rubrica 4 (“IFD”) e como não MOP na Rubrica 5 é suficiente para identificar um DIF de caráter genérico derivado, em consistência com a agora reconhecida necessidade de criação do

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Anexo 8; e

 Que se identifique a informação mínima necessária dos DIFs para derivados com caráter genérico.

Anexo 1 - Rubrica 6

A Rubrica 6 parece estar construída apenas para os MOPS, apesar de ter sido eliminada a referência a MOP. Não se assumindo coerente exigir o preenchimento desta rubrica a DIFs que não sejam MOP, sugere-se a manutenção da atual redação.

Anexo 1 - Rubrica 8

Solicita-se clarificação relativamente às situações em que deverá ser reportada a “data de produção” e das situações em que deverá ser reportada a “data de emissão”.

Anexo 4 - Rubrica 2

No âmbito da revisão de DIFs, pode ser necessário rever diversas secções do documento. Nessa medida, sugere-se que seja permitido reportar mais do que um código por reporte de revisão. Sugere-se, ainda, que seja acrescentada uma clarificação à Rubrica 2 com o seguinte teor: “Deve ser preenchido um registo R02 por cada secção alterada do DIF.”

Anexo 4 - Rubrica 7

Atualmente a data de maturidade (quando exista) de DIFs genéricos para derivados está a ser aferida pela data reset da renovação. Nestes casos (uma vez que estes DIFs estão sempre em comercialização contínua e são apenas exemplificativos), todas as características do DIF são revistas dando lugar a novas datas de início e de maturidade, preços e barreiras de forma a refletir as atuais condições de mercado.

Considera-se que o preenchimento do Campo 3 e 4 deverá ser adaptado, caso se justifique, em função do conteúdo mínimo que a CMVM venha a identificar para estes DIFs.

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Anexo 8

Solicita-se confirmação de que o reporte se cinge aos PRIIPs já em comercialização que incluam no seu mercado alvo clientes não profissionais e que, por conseguinte, os PRIIPs que sejam colocados somente junto de clientes profissionais e contrapartes elegíveis não serão abrangidos pelo reporte.

Anexo 8 - Campos 7 e 9

Atendendo às características intrínsecas dos instrumentos derivados, solicitam-se esclarecimentos sobre como deve ser apurado o “montante de ganhos” e o “montante de perdas” e qual a perspetiva das posições (cliente ou banco) que deve ser adotada? (note-se que cada cliente tenderá a ter condições diferentes).

Em particular:

No caso dos IRS com diversos cash-flows distribuídos por vários anos, soma-se o valor de todos os anos? (note-se que nos IRS também não existe nocional investido, mas sim exposição).

No caso dos forwards cambiais como deverá ser apurado o ganho ou a perda? (neste caso, há troca de duas moedas e, para apurar um ganho, este será teórico através da comparação das taxas spot do dia).

No caso de uma antecipação de um forward por motivos comerciais, como se calcula o montante de perda ou ganho? Pelo diferencial para o valor no vencimento, ajustando a valor presente?

Anexo 8 - Campos 5 a 10

Relativamente às posições fechadas:

 Pretende-se o reporte de posições de instrumentos financeiros que atingem a maturidade?

Poderão ser excluídos os forwards cambiais, exclusivamente utilizados para efeitos de cobertura de risco, dos campos 5 a 10 em caso de antecipação, dado que a antecipação é devida a motivos exclusivamente comerciais do cliente?

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Anexos 7 e 8 - Campos 8 e 10

É solicitado que este campo seja preenchido com o número de investidores que fechou posições com ganhos/perdas. Dado que o mesmo cliente pode transacionar o PRIIP (instrumento financeiro derivado) diversas vezes ao longo do ano e umas vezes pode ter ganhos e noutras perdas, não resulta claro como se deve proceder.

Em concreto:

 Para o apuramento do número de investidores, consideram-se todas as vezes que o investidor transacionou, ou cada investidor só conta uma vez?

 E, caso se considere que cada investidor só conta uma vez, caso este tenha ganhos e perdas em diferentes transações, considera-se o valor líquido para efeitos de reporte do montante de ganhos ou de perdas?

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