Quarta-Feira, 3 de agosto de 2016
Bom dia,Agenda Econômica. Dos dados que serão divulgados hoje, destacam-se os PMI de
Serviços e Composto referentes ao mês de Jul/16 apurados pelo HSBC. Os indicadores podem refletir a melhora na confiança como temos visto ultimamente nas sondagens com, de fato, uma retomada da atividade econômica neste segundo semestre de 2016.
Agenda Política. Em meio ao desgaste político, a decisão do Planalto de flexibilizar o
conceito de despesas com pessoal na Lei de Responsabilidade Fiscal deu uma sinalização ruim para os investidores. Com o governo federal cedendo nas contrapartidas das renegociações das dívidas dos estados com a União, abriram-se novas preocupações acerca de que o Executivo não tem força política para aprovar medidas mais duras, e necessárias para o ajuste fiscal, no Legislativo. Além desse ocorrido, destaca-se a posição do presidente do Senado, Renan Calheiros, que declarou que a votação do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, deverá ser concluída até o fim de Agosto, antecipando o calendário estimado anteriormente. Vale ressaltar também as medidas de ajuste fiscais que estão em tramitação no Senado, são essas a Desvinculação das Receitas da União e a securitização da dívida da União que permite a "venda" de parte da dívida pública, propostas que ganharam atenção nas próximas sessões e que
contribuirão para a melhora nas contas públicas.
CNC comenta que varejo pode já ter chegado no "fundo do poço". A Confederação
Nacional do Comércio (CNC) divulgou relatório, mostrando que só no 1º semestre de 2016, foram fechadas 67,9 mil lojas. O fechamento líquido do varejo atingiu 166,9 mil lojas de janeiro de 2015 até junho deste ano, apresentando queda 18% do total de lojas que tem vínculo empregatício e que compõe a análise da CNC que são de 700 mil lojas. Segundo a CNC os números refletem a grave situação do varejo brasileiro, decorrente da disparada da inflação e do crescimento do desemprego, tudo aliado a uma contração do crédito, todos estes fatores acabaram por afetar a capacidade de consumo da população, deixando o setor chegar no "fundo do poço". As projeções da CNC são ainda de queda para as vendas do varejo ampliado de 10,6% e redução do PIB de 3,1%, para este ano, mesmo considerando que as perspectivas estejam melhorando, a despeito dos
Consumo residencial de energia cresce 4,6% em Junho. Segundo dados divulgados pela
Empresa de Pesquisa Energética - EPE, o consumo da classe residencial apresentou alta anual de 4,6% em junho, puxado por questões como o maior ciclo de faturamento em algumas distribuidoras e temperaturas mais elevadas. Todavia, mesmo expurgando tais fatores haveria alta de 2%, o que pode ser explicado pela queda na tarifa de algumas regiões. A classe comercial e a industrial continuaram apresentando retração (3,3% e -2,9% respectivamente), levando a uma estabilidade no consumo total (+0,1%) em junho e a uma queda de 1,7% no acumulado do ano. Os dados sugerem que a EPE e a ONS possam rever suas estimativas para a demanda por eletricidade neste ano, uma vez que nos últimos três meses a retração tem sido menor do que a prevista, o que é positivo para o setor elétrico.
Criação de empregos nos Estados Unidos é destaque. Hoje será divulgado dados da ADP
sobre a criação de empregos no setor privado norte-americano, onde espera-se a criação de cerca de 170 mil vagas em julho, ligeira queda frente a abertura de 172 mil vagas registrada no mês anterior. Esse indicador deve balizar as perspectivas quanto ao PAYROLL que deve ser divulgado na sexta-feira, dado que tem sido acompanhado de
perto pelos representantes do FED.
Corrida presidencial nos EUA. Segundo pesquisa CNN, a candidata democrata à
Presidência dos EUA, Hillary Clinton, recuperou a liderança frente ao republicano Donald Trump na corrida à Casa Branca. O levantamento, entre os dias 29 e 31 de julho, após a Convenção Democrata, aponta Hillary com 45% das intenções de voto em âmbito nacional contra 37% de Trump. A margem de erro é de três pontos percentuais. Na pesquisa anterior da CNN, feita entre 22 e 24 de julho, o republicano aparecia na liderança, com 44% a 39%, impulsionado pela convenção de seu partido.
Enquanto o Japão não anima mercado com seu pacote de estímulos, autoridade chinesa projeta corte de juros. Notícias antagônicas vindas da Ásia. A Bolsa de Tóquio segue sua
trajetória negativa com a frustração do mercado em relação aos estímulos econômicos esperados por lá e nem mesmo a afirmação do presidente do Banco Central japonês de que a revisão da política monetária marcada para o mês que vem não vai levar ao enfraquecimento dos estímulos animou o mercado. Já o principal órgão de planejamento econômico da China sinalizou corte de juros ao afirmar que o governo vai trabalhar para
aliviar as dificuldades de financiamento enfrentadas por empresas. O último corte de
juros por lá foi em outubro de 2015.
PMI da Zona do Euro mostra leve avanço, enquanto que no Reino Unido índice cai ao pior nível desde 2009. O Índice de Gerentes de Compras - PMI composto da Zona do Euro
em julho atingiu 53,2 pontos, ficando acima tanto da prévia divulgada semanas atrás quanto da expectativa média do mercado (52,9). Essa melhora se deve principalmente ao avanço registrada na Alemanha, já que outras regiões como França, Itália e Espanha continuaram a apresentar ritmo demasiadamente lento. No Reino Unido, os efeitos do Brexit se mostraram mais nocivos, com o PMI de serviços caindo para 47,4 pontos (em linha com a prévia e estimativa do mercado), menor nível desde março de 2009, denotando contração da atividade por lá. Ambas as divulgações corroboram a perspectiva de que o BCE e o BOE deverão adotar medidas de estímulo, como cortes na taxa de juros,
nas próximas reuniões.
As vendas no varejo da zona do euro ficaram estáveis em junho ante maio. Dados são
da agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat). Novamente, os números vieram dentro da expectativa do mercado. E na comparação anual, as vendas no setor varejista
do bloco europeu avançaram 1,6% em junho.
Suspensão de ação coletiva contra Petrobras. Segundo informou a própria companhia
em Fato Relevante ontem (02/08), a Corte Federal de Apelações do Segundo Circuito (Second Circuit Court of Appeals) determinou a suspensão da ação coletiva e individuais em curso na Corte Federal de Nova Iorque. Mais uma boa notícia para a companhia que tem trazido boas novas nos últimos dias, sobretudo relacionadas a seu programa de desinvestimentos. A suspensão da ação coletiva diminui, pelo menos no curto prazo, a percepção de incertezas com relação à saúde econômico financeira da estatal. Os papeis da companhia podem apresentar movimento positivo no pregão de hoje, reforçado pela alta nos futuros de petróleo nesta manhã, em reflexo às quedas nos estoques da commodity nos EUA apontada em pesquisa da American Petroleum Institute (API).
Resultado da Minerva se beneficia do setor em expansão, porém concentra exportações para o próximo trimestre. A Minerva Foods divulgou ontem após o pregão o balanço do
segundo trimestre do ano, que embora tenha apresentado ligeira queda no volume de exportações (dado efeito estoques, que concentra as vendas no 3°trim, direcionado a melhores perspectivas de preços), houve ganho de rentabilidade. Por um lado, os preços médios das carnes para exportações apresentaram queda em dólares, dado a maior representatividade de cortes de menor valor agregado no mix de exportações. Por outro lado o dólar médio do período continuou mais apreciado na comparação anual. Porém o destaque do resultado foi à capacidade de contornar um cenário de queda de preços de carnes e ainda possibilitar ganhos de margem EBITDA do período em 1 p.p. . Já o resultado líquido foi afetado pela deterioração do resultado financeiro da empresa, resultado de seu passivo dolarizado. Com este resultado regular, os papéis da empresa podem corresponder positivamente, frente as sólidas perspectivas setoriais (abertura o mercado norte americano a carnes brasileiras e expansão do mercado chinês) e as
melhores perspectivas de volumes no 3°trim do ano.
A CSN restringe para três, o número de interessados no Tecon. Segundo veiculado no
jornal Valor Econômico, restam ainda a operadora de terminais PSA (Cingapura), a Teminal Link (ligada a um armador francês) e a brasileira Multiterminais. A siderúrgica reviu sua estratégia de se desfazer totalmente do terminal, buscando agora um sócio. PSA e Terminal Link teriam proposto a compra de 50% do Tecon, ficando responsáveis pela operação do ativo, enquanto a brasileira Multiterminais teria ofertado um plano de fusão com o ativo. Ainda segundo a matéria, a oferta da PSA é a que mais seduz a siderúrgica
por se tratar do maior operador mundial de terminais de contêineres. Fato é que o terminal foi avaliado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão e é parte integrante da estratégia de redução de alavancagem da companhia que medida pela relação dívida líquida/ EBITDA encerrou o 1º trim/16 em 8,67x (no mesmo período de 2015 estava em 4,76x).
ANEEL homologa indenização de R$ 5,1 bilhões à Chesf. A ANEEL homologou ontem à
noite a indenização de R$ 5,1 bilhões referente aos ativos de transmissão da Chesf (subsidiária da Eletrobras) não amortizados e existente até 30 de maio de 2000 (data base dezembro de 2012). Ainda que os valores já fossem conhecidos pelo mercado, a deliberação de tal pagamento é importante frente à delicada situação financeira que a companhia enfrenta. O pagamento deve ocorrer em até oito anos, sendo incorporado no processo de revisão tarifária dos ativos de transmissão a partir de 2017.
Gestora compra share da Aliansce. A Aliansce anunciou ontem que a gestora americana
Jaguar chegou a um acordo com a General Growth Properties (GGP) para adquirir 11,3% da companhia. A Aliansce não divulgou o preço da transação, mas segundo o jornalista Geraldo Samor, o preço é de R$15 por ação. A se confirmar o preço, a notícia seria positiva por sinalizar a volta do interesse do capital estrangeiro no setor, mas neutra por sinalizar que o ativo se encontra já muito próximo de seu valor justo.
AGENDA DE PROVENTOS
Abs. E BONS NEGOCIOS.
