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SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM: TRAÇANDO UM PLANO DE CUIDADOS A UM IDOSO COM DIAGNÓSTICO MÉDICO DE PARAPLEGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM: TRAÇANDO UM PLANO DE CUIDADOS A UM IDOSO COM DIAGNÓSTICO MÉDICO DE PARAPLEGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Saranádia Caeira Serafim, Ruth Nobre de Brito, Stefany Lima de Melo, Kelle de Lima Rodrigues, Gleyciane Leandro Silveira, Italla Maria Pinheiro Bezerra.

Correspondência para: sarinha_nadia@hotmail.com

Palavras-chave: Enfermagem. Sistematização. Assistência. Paraplegia. Cuidados. 1 INTRODUÇÃO

A paraplegia é uma condição resultante de uma lesão a nível da medula espinhal torácica, lombar ou na raiz sacra, tendo como consequência a perda dos movimentos e da sensação nas extremidades inferiores e em parte do tronco, ou em sua totalidade, assim alterando drasticamente a vida do indivíduo acometido pela lesão e a família.

Segundo Masini, (2000) o mesmo afirma que no Brasil, a incidência de lesão medular por traumatismo, é desconhecida, pelo fato da condição não ser sujeita a notificação, além de possuir poucos dados e trabalhos publicados no que diz respeito a epidemiologia da lesão medular. Estudos epidemiológicos estima-se que ocorra mais de 10.000 novos casos no país de lesões medulares, sendo o traumatismo a principal causa predominante.

Em relação a etiologia da paraplegia a mesma apresenta-se de caráter multifatorial, a condição sobrevém mais comumente de traumatismos como quedas (BRUNNER e SUDDARTH, 2009). Os danos à medula espinhal são ocasionadas por traumas como concussão transitória (o paciente se recupera do dano, se recuperando integralmente), contusão, laceração e compressão da substancia medular e a transecção completa da medula, no qual torna o indivíduo paralisado abaixo do nível da lesão (BOER, 1997).

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As manifestações clinicas das lesões medulares caracterizam-se de acordo com o nível da lesão. A lesão designa à extensão da lesão a medula espinhal propriamente dita. As lesões são classificadas em duas categorias de lesões incompletas e as lesões completas podendo ocasionar a paraplegia ou a tetraplegia (BRUNNER e SUDDARTH, 2009).

Os mesmos autores explanam sobre os métodos para o diagnostico confirmatório para a paraplegia, onde são utilizados vários meios como o exame físico de caráter neurológico detalhado e exames de imagem complementares para a confirmação da hipótese diagnostica de paraplegia.

Nos casos de paraplegias irreversíveis o paciente tem de adaptar-se à sua nova modalidade de vida e aprender a usar os recursos disponíveis. O profissional responsável pelo caso deve cuidar das possíveis complicações que advenham dessa nova condição e preveni-las (HASEGAWA et al., 2007).

Portanto, o presente manuscrito tem por objetivo sistematizar a assistência de enfermagem, a um paciente Idoso com diagnóstico médico de Paraplegia, da Casa do Idoso do Município de Juazeiro do Norte – CE.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem, realizado durante a disciplina Saúde do Idoso, do curso de Enfermagem da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN). O cenário do estudo compreendeu uma Instituição de assistência ao Idoso, da zona urbana do município de Juazeiro do Norte-CE. A assistência de enfermagem foi elaborada a um paciente com diagnóstico médico de paraplegia, acompanhado pela casa do Idoso. O período de realização do estudo estendeu-se de agosto a dezembro de 2013. Para analise dos dados foram empregados a taxonomia II NANDA de 2012 a 2014 (North American Nursing Diagnosis Association) e NIC (Nursing Interventions Classification). Foi realizada uma visita ao paciente com paraplegia, escolhido através da apresentação dos casos por um funcionário da Instituição. Logo após, foi feita uma entrevista estruturada ao paciente, sendo realizado

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um histórico de enfermagem, abordando desde o tempo de tratamento no qual se encontrava e aos exames referentes à avaliação funcional. Posteriormente, foi traçado um Plano de Cuidados, para cinco diagnósticos de enfermagem encontrados após analise critico reflexiva do estudo em questão. Como toda pesquisa que envolve seres humano o presente manuscrito obteve a permissão do sujeito através do emprego do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). E durante o período da realização da pesquisa foram respeitadas as exigências da Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, que trata da realização de pesquisas envolvendo seres humanos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados levantados foram analisados levando em consideração informações detalhadas obtidas pela anamnese e exame físico, no entanto, sem apontar dados que possa identificar o sujeito do estudo. Diagnósticos diferentes muitas vezes estão relacionados, ao mesmo tempo em que as intervenções estabelecidas podem ir a sanar ambos os diagnósticos encontrados, evitando medidas e planos de cuidados extensos.

Dos vários domínios apresentados na taxonomia II NANDA, especificamente 13 domínios, no presente manuscrito estiveram presentes dois domínios: Eliminação e Troca (Domínio 3) e Segurança/Proteção (Domínio 11).

O terceiro Domínio “Eliminação e Troca” foram identificados “Incontinência urinaria Total relacionado a trauma em nervos da medula espinhal evidenciado por perda do controle do esfíncter” e “Constipação relacionado a ausência do controle dos músculos abdominais evidenciado por incapacidade de eliminar as fezes”. As evidencias encontradas para incontinência urinaria total relacionado a ausência do controle dos músculos abdominais evidenciado por incapacidade de eliminar as fezes, foram trauma em nervos da medula espinhal; perda do controle do esfíncter; relato de perda involuntária de pequenas quantidades de urina e ausência de sensação de enchimento da bexiga. No mesmo domínio foi aplicado o diagnostico de constipação relacionado a ausência do controle dos músculos abdominais evidenciado por incapacidade de eliminar as fezes, evidenciado por fezes endurecidas e períodos

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prolongados sem evacuações, em consequência do trauma que interrompeu a transmissão nervosa dos impulsos relacionada aos estímulos intestinais, eliminação involuntária das fezes e frequência diminuída (NANDA, 2013).

No décimo primeiro Domínio esteve presente: “Risco de infecção relacionado ao cateterismo vesical” e “Risco de quedas relacionado às mobilizações e transferências”. Os principais fatores encontrados para determinar o risco de infecção foram, relacionado ao cateterismo vesical, funções alteradas no que diz respeito ao sistema intestinal e urinário, rompimento da pele fruto da colocação do cateterismo vesical e também por ser um procedimento invasivo, e por fim a falta de conhecimentos acerca de prevenção de exposição a patógenos. E por fim, o risco de quedas foi levado em consideração devido as mobilizações e transferências, as mobilizações pela locomoção do mesmo com a cadeira de rodas em ambientes não adaptados para gerar uma mobilização com segurança, por exemplos o risco de queda pode vir a existir pelo ambiente por possuir lugares altos como a existência de degraus, ou a transferência da cama para a cadeira e vice-versa (NANDA, 2013).

Diante dos diagnósticos de enfermagem obtidos foram traçados intervenções de enfermagem, levando em consideração a possibilidade de ser executado na instituição de assistência ao idoso, sem a utilização de equipamento de custo dispendioso de suporte para o cumprimento da intervenção.

Para o diagnostico de enfermagem “Incontinência Urinaria Total relacionado a trauma em nervos da medula espinhal evidenciado por perda do controle do esfíncter” as intervenções traçadas foram, monitorar a eliminação urinaria, incluindo frequência, odor, volume e cor; limitar líquidos para duas a três horas antes de dormir, conforme apropriado; orientar o paciente a beber bastante liquido durante o dia e orientar o paciente a esvaziar o saco coletor a cada duas horas. A monitoração da eliminação urinaria incluindo a observação, no que diz respeito, aos aspectos da urina indica aos cuidadores e aos profissionais de saúde na assistência de enfermagem a identificação de possíveis processos infecciosos e doenças de ordem urológica. É fundamental a orientação aos indivíduos com paraplegia quanto a ingestão de líquidos durante a noite, pois assim o repouso será satisfatório sem necessitar de interrupções do período do sono

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para o esvaziamento do saco vesical. E por fim orientação no período diurno, também no que diz respeito a eliminação da urina a cada duas horas, uma vez que a lesão medular prejudicou na função sensorial, precisando assim de explicação quanto a manutenção do dispositivo urinário (TANAGHA e MCANINCH, 2010).

As intervenções para a correção da “Constipação relacionado à ausência do controle dos músculos abdominais evidenciado por incapacidade de eliminar as fezes” foram encorajar o aumento da ingestão de líquidos; avaliar a ingestão em relação ao conteúdo nutricional; orientar o paciente sobre a dieta com elevado teor de fibras; monitorar sinais e sintomas de constipação e a implementação destas intervenções regulamentara ao retorno do trânsito intestinal (BULECHEK, BUTCHER e DOCHTERMAN, 2010).

De acordo com os mesmos autores para o “Risco de infecção relacionado ao cateterismo vesical” foram selecionadas intervenções no intuito de reduz e ate ausentar o possível risco com medidas de monitorar a vulnerabilidade a infecção; orientar o paciente métodos para evitar infecções; ensinar o paciente sinais e sintomas de infecção e sobre o momento de informa ao profissional de saúde; monitorar sinais e sintomas sistêmicos e locais de infecção.

E por fim o ultimo diagnostico de enfermagem, presente com maior intensidade na população com lesão medular o “Risco de quedas relacionado às mobilizações e transferências” com as intervenções para manter em boas condições de uso os dispositivos auxiliares; travar as rodas da cadeira de rodas, da cama ou maca durante a transferência do paciente; colocar os objetos pessoais ao alcance do paciente e monitorar a capacidade de transferir-se da cama para a cadeira e vice-versa (BULECHEK, BUTCHER e DOCHTERMAN, 2010).

4 CONCLUSÕES

Nesse sentido, o presente relato de experiência mostrou-se importante, pois trouxe benefícios para a melhora do estado do indivíduo idoso com paraplegia, em resumo na qualidade de vida.

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Uma vez que diagnósticos priorizados e intervenções direcionadas a uma certa população, no caso do estudo presente um indivíduo idoso paraplégico, o profissional de saúde minimizara possíveis erros na implementação das intervenções de enfermagem, elevando assim, os resultados positivos para a melhora do desenvolvimento.

Por fim esta experiência favoreceu sobremaneira a formação crítico-reflexivo do futuro enfermeiro ao lidar com a elaboração de um plano de cuidado a população idosa com diagnóstico médico de paraplegia.

REFERÊNCIAS

BOER, V. H. T. Trauma raquimedular. In: Kruel NF, Araújo PA, editores.Manual de terapêutica-cirurgia. Florianópolis: Associação Catarinense de Medicina; p. 166-71, 1997.

BULECHEK, G. M.; BUTCHER, H. K.; DOCHTERMAN, J. M.; NIC

CLASSIFICAÇÃODAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

BRANCO, P. S.; MEDEIROS, L. S.; TOMÁS, R.; CLÁUDIO, S.; ALMEIDA, S.; CARVALHO, T. E. Temas de habilitação ortoteses e outras ajudas técnicas, Ed. Servier, 2008.

BRUNNER e SUDDARTH. Tratado de enfermagem Médico – Cirúrgico. Editora Guanabara Koogan S. A., 11 ed. Vol: 11, 2009.

HASEGAWA, E. M.; GOLDEIRNSTEIN-SCHAINBERG, C.; FULLER, R. Paraplegia Aguda por Compressão da Medula Espinhal Torácica Causada por Tofo Gotoso. Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 300-302, jul/ago, 2007.

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MASINI, M. Tratamento das fraturas e luxações da coluna toracolombar por descompressão póstero-lateral e fixação posterior com retângulo e fios segmentares sublaminares associados a enxerto ósseo [dissertação]. São Paulo (SP): Escola Paulista de Medicina; 2000.

NORTH AMERICAN NURSING ASSOCIATION – NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações, 2009 – 2011. 1ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

TANAGHA, E.; MCANINCH, J. W. Urologia Geral de Smith Editora ARTMED, 17ª Ed. 2010.

Referências

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