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ANÁLISE DO SOLO DAS ÁREAS DE AGRICULTURA FAMILIAR IRRIGADAS COM FONTE DE ENERGIA SOLAR

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DO SOLO DAS ÁREAS DE AGRICULTURA FAMILIAR

IRRIGADAS COM FONTE DE ENERGIA SOLAR

NASCIMENTO, Jéssica Felipe do1; GOMES, Kelly Cristiane 2. RIBEIRO, Halley Dayane dos Santos3

1Universidade Federal da Paraíba, jessicafelipedonacimento@hotmail.com; 2Universidade Federal da Paraíba,

gomes@cear.ufpb.br; 3Universidade Federal da Paraíba, dayane_gba@hotmail.com

RESUMO: O uso racional do solo deve ser baseado em atividades produtivas que considerem o

potencial de terras para diferentes formas de uso. O objetivo deste trabalho é caracterizar e analisar os solos das áreas submetidas à irrigação com a utilização de energia solar fotovoltaica. Para tanto foram avaliados solos sob o uso de agricultura nos municípios de Boqueirão e Mamanguape. Os solos foram coletados em nove pontos amostrais para cada área e em duas profundidades (0-20 e 20-40 cm), sendo realizadas análises de amostras simples e composta. As amostras foram caracterizadas química e mineralogicamente via Fluorescência de Raios-X (FRX) e Difração de Raios-X (DRX). Os resultados indicam que quando comparados os dois pontos de coletas (Boqueirão e Mamanguape), observa-se que os solos sofreram influência do tipo de manejo, utilizados em cada área de agricultura, estando também relacionado com a localização das áreas e o relevo que as mesmas se encontram e que foram detectados pelas técnicas de análises químicas e mineralógicas. Portanto pode-se concluir que as técnicas de FRX e DRX foram capazes de ser usadas no estudo da influência do manejo e da topografia de solos.

Palavras-chave: Caracterização mineralógica, Fluorescência de X, Difração de

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INTRODUÇÃO

O uso racional do solo deve ser baseado em atividades produtivas que considerem o potencial de terras para diferentes formas de uso, fundamentado no conhecimento das potencialidades e fragilidade dos ambientes, de forma a garantir a produção e reduzir os processos geradores de desequilíbrio ambiental, com base em tecnologias técnicas e ambientalmente apropriadas (GEBLER; PALHARES, 2007), por ser o solo um recurso essencial para a produção de alimentos e matéria prima, a conservação e recuperação através de práticas de manejo que promovam a manutenção de sua qualidade são primordiais à preservação. Desta forma, desenvolver um sistema de manejo e irrigação adequado ao tipo do solo contribui para a melhoria de sua qualidade, mantendo ou alterando ao mínimo suas características e propriedades (RIBON et al., 2002).

A irrigação tem importante papel na agricultura, em especial na região semiárida, garantindo à atividade agrícola sustentabilidade econômica, minimizando, sobretudo o risco tecnológico, representado pela escassez de água. Considerando a instabilidade climática, a agricultura irrigada é uma opção estratégica importante no processo de desenvolvimento setorial e regional (HEINZE, 2002). O uso da técnica de difração de Raios-x para a caracterização de solos, destaca-se, de modo similar a Fluorescência de Raios-X, pela simplicidade e rapidez do método, a confiabilidade dos resultados obtidos (ALBERS et al., 2002).

Outro fator que desempenha um importante papel na economia e sociedade brasileiras é a agricultura familiar. No entanto, a produção familiar somente é viável e rentável desde que se adotem tecnologias de forma racional e organizada de maneira que seus produtos possam competir com os dos grandes produtores nacionais e internacionais. Portanto é importante ter em mente o significado real da agricultura irrigada, que possibilita maior produção e produtividade, bem como a geração de empregos permanentes, com os menores níveis de investimento, em comparação com outros setores da economia. Isso promove o aumento da renda e a diminuição do êxodo rural, melhorando sensivelmente as condições de vida dos produtores e suas famílias (MANTOVANI et al., 2006).

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Neste contexto o objetivo deste trabalho é caracterizar e analisar os solos das áreas submetidas à irrigação com a utilização energia solar fotovoltaica através das técnicas de Fluorescência de Raios-X e Difração de Raios-X.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa, aqui apresentada, foi desenvolvida nos Laboratórios de Tecnologias de Novos Materiais (LTNM) e de Ensaios de Materiais e Estruturas (LABEME) instalados no Campus I - João Pessoa da UFPB. A escolha das áreas para serem trabalhadas se deu em virtude da disponibilidade e aceitação dos agricultores em realizar o desenvolvimento da pesquisa. Desta forma, foram definidas duas áreas de atuação: Mamanguape e Boqueirão.

Mamanguape é um município brasileiro, sede da Região Metropolitana do Vale do Mamanguape, no estado da Paraíba, atribuído o título de "Rainha do Vale", porque esta se encontra no vale fértil do Rio Mamanguape tornando-a uma grande produtora de commodities agrícolas. O clima de Mamanguape está relacionando com a localização geográfica, é do tipo Tropical Chuvoso com verão seco. O período chuvoso começa no outono tendo início em fevereiro e término em outubro. A precipitação média é de 1,634,2 mm. Os solos dessa unidade Geoambiental são representados pelos Latossolos e Podzólicos Plínticos e Podzás nas pequenas depressões nos tabuleiros; pelos Podzólicos Concrecionários em áreas dissecadas e encostas e Gleissolos e Solos Aluviais nas áreas de várzeas.

O município de Boqueirão está localizado na Microrregião Boqueirão e na Mesorregião Borborema do Estado da Paraíba. Sua Área é de 425 km² representando 0.7524% do Estado. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta, o clima é do tipo Tropical Chuvoso, com verão seco.

Inicialmente as amostras foram coletadas em 02 (dois) pontos amostrais referentes a 02 (duas) áreas de estudo com usos de Agricultura (Mamanguape e Boqueirão) e mais 02 (dois) pontos amostrais utilizados como referência, sendo um próximo a cada área de agricultura (Mata). Para realização das análises foram coletadas amostras compostas. As amostras apresentam diferentes posições de relevo,

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sendo coletadas em 02 (duas) profundidades (0-20 e 20-40 cm).

Cada amostra composta foi oriunda da coleta de 09 (nove) amostras simples distantes 5,0 m entre si, utilizando o conceito da rosa dos ventos (Fig. 1) utilizados por (LIRA, 2013). As amostras foram coletas e levadas para laboratório, onde foi realizada a preparação de cada amostra composta.

Figura 1. Esquema de coleta de solo utilizando o conceito de rosa dos ventos (LIRA, 2013).

Em laboratório, as amostras de solos foram secas ao ar, trituradas em almofariz e mão de grau, transmitadas em peneira de 200 Mesh e adicionadas em depósitos plásticos identificados por área de uso e profundidade. As amostras foram secas em estufa por 1 hora antes da realização do ensaio, sendo em seguida, prensadas pastilhas, de 30 mm de diâmetro e 3 mm de espessura, a uma força de 50 KN durante 30 segundos para as análises de Fluorescência de Raios-X. Para Difração de Raios-X as análises foram realizadas pela metodologia do pó com a TFSA.

Os solos foram caracterizados quimicamente via FRX em Sequential X-Ray Fluorescence Spectrometer, Modelo XRF-1800 da Shimadzu, sendo utilizada a varredura em vácuo com abertura de leitura de 30 mm no estado bulk (sem a utilização de filmes) e na metodologia de análises Quali-quantitativas de óxidos. Para as análises mineralógicas via DRX foi utilizado um Difratômetro D2 Phaser da Bruker, operando com radiação Cu Kα, 30kV e 10 mA, com varredura de 2θ entre 5° e 50° com passo de 0,02 °/s. As amostras foram maceradas e a seguir passaram na peneira ABNT 200,

Ponto Georreferenciado Repetições dentro de cada área

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sendo, posteriormente, colocadas no porta amostras cuidadosamente para evitar orientação dos grãos. A análise e identificação de fases foi obtida empregando o software Panalytical X'Pert High Score.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição química das amostras compostas dos solos coletados em Boqueirão, Mamanguape e na Mata (referência) e analisados por Fluorescência de Raios-X podem ser observados na Tabela 1.

Tabela 1. Composição Química dos Solos

Elemento

Agricultura Mata

Boqueirão Mamanguape Boqueirão (M1) Mamanguape

(M2) 0-20 20-40 0-20 20-40 0-20 20-40 0-20 20-40 Si 43,09 42,51 41,90 41,09 33,53 32,57 38,01 37,51 Al 12,17 12,53 11,04 9,79 15,29 17,98 17,99 20,33 Fe 1,95 2,85 2,39 3,10 4,84 4,97 5,60 6,93 Ti 1,47 1,94 1,30 1,67 0,02 0,02 0,07 0,06 S 5,48 7,22 4,18 6,82 6,13 5,15 1,29 0,82 P 11,46 8,77 9,51 1,85 2,11 1,67 1,16 0,74 Mg 1,93 1,80 1,42 1,09 1,98 1,62 0,13 0,13 C 12,15 11,95 10,06 9,53 25,70 22,98 31,84 29,62 CM* 0,57 0,5 0,42 0,43 1,94 1,72 1,99 1,95 CM* = Constituintes menores

Com relação aos constituintes menores, basicamente formados por metais pesados, os teores encontrados nas regiões com a atividade de agricultura foram os menores, não excedendo a 0,6%. A área utilizada como referência apresentou teores que variaram de 1,7% a 2%.

As amostras são predominantemente constituídas de Si e C cujos teores médios excedem a 43% (Si) e 32% (C), respectivamente. Os maiores teores de Si foram encontrados nas atividades de agricultura do Município de

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Boqueirão. O oposto se observou para o C onde os maiores teores foram observados na área de Mata (referência), o que vem corroborar que as atividades de manejo da agricultura modificam as propriedades química e mineralógica dos solos.

As Figuras 2 e 3 apresentam os difratogramas das amostras simples de solos da área de Agricultura de Boqueirão (Ponto 1) em duas profundidades (0-20 e 20-40 cm). Pode-se observar que os solos desta área são constituídos basicamente de quartzo (Qz), caulinita (Ca), goetita (Gt), hematita (He), feldspato (Fd), anatásio (An) e aragonita (Ar). Estes resultados são condizentes com os observados na florescência de raios-x para o ponto de coleta.

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Figura 3. Difratogramas das Amostras de Solos da Área de Boqueirão de 20-40 cm.

Pode-se pelos difratogramas apresentados nas figuras 2 e 3 observar que os solos de profundidade mais superficial (camada de 0-20 cm) apresentam teores de quartzo mais elevados quando comparados com os da camada mais profunda (20-40 cm) avaliados nesta pesquisa.

As Figuras 4 e 5 apresentam os difratogramas das amostras compostas de solos da área de Boqueirão e Mamanguape nas duas profundidades. Devido ao comportamento similar nas duas áreas de trabalho (Boqueirão e Mamanguape) foram realizadas amostras compostas dos solos para a realização das demais analises de DRX.

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Figura 4. Difratogramas das Amostras Composta da Área de Agricultura de Boqueirão nas

profundidades de 0-20cm (A1) e de 20-40cm (A2).

Figura 5. Difratogramas das Amostras Composta da Área de Agricultura de Mamanguape nas

profundidades de 0-20cm (A2-1) e de 20-40cm (A2-2).

Quando comparados os dois pontos de coletas, observa-se que os solos sofreram influência do tipo de manejo, utilizados em cada área de agricultura, estando também relacionado com a localização das áreas e o relevo que as mesmas se encontram. Pode-se observar, ainda, que o Feldspato apresenta teores mais elevados no ponto de coleta 2 (Mamanguape) quando comparados com o ponto de coleta 1 (Boqueirão). De forma contrária, o teor de aragonita é menor quando comparado a Agricultura do Ponto1 (Boqueirão).

É possível observar, de forma mais evidente, que o solo da Agricultura do Ponto de Coleta 1 (Boqueirão) apresenta teores mais elevados de quartzo e teores menores de caulinita quando comparados ao ponto de coleta 2 (Mamanguape), evidenciando se tratar este de um solo com menor quantidade de argila na sua constituição. Observa-se, ainda, que o solo sob uso de Agricultura do município de Mamanguape apresentou traços de Mica, na profundidade de 20-40 cm, diferentemente do solo de Boqueirão, onde este mineral não foi observado.

Nas figuras 6 e 7 pode-se observar que os dois pontos de coletas de Mata apresentam pequenas alterações em sua mineralogia, diferindo apenas nos teores de quartzo, caulinita e goetita. Pode-se observar, ainda, que o Feldspato

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(Mamanguape) quando comparados com o ponto de coleta 1 (Boqueirão). Estes resultados corroboram com os obtidos na FRX para as amostras de Mata.

Figura 6. Difratogramas das Amostras de Mata da área de Boqueirão nas profundidades de

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Figura 7. Difratogramas das Amostras de Mata da área de Mamanguape nas profundidades

de 0-20cm (M2-1) e de 20-40cm (M2-2).

De forma geral, o solo de Mata preserva suas propriedades mineralógicas, independente dos pontos de coleta (Boqueirão e Mamanguape). Esse resultado obtido confirma os resultados obtidos por outros autores, bem como o esperado neste trabalho.

CONCLUSÕES

As técnicas de análise química e mineralógica foram capazes de ser usadas no estudo da influência do manejo e da topografia de solos, concluindo que a atividade de uso de agricultura tem influências importantes na composição química, especialmente no que se refere a teores de S, P e Mg. As composições químicas foram compatíveis com os minerais identificados na técnica de difração de raios-x. Por tanto os resultados apontam para o desenvolvimento de uma metodologia de analise que permitirá o entendimento do efeito das atividades agroindustriais nas características do solo em escala microestrutural bem como de seus reflexos para o meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERS, A.P.F.; MELCHIADES, F.G.; MACHADO, R.; BALDO, J.B. & BOSCHI, A.O.

Um método simples de caracterização de argilominerais por difração de raios X.Cerâmica, 48:34-37, 2002.

GEBLER, L.; PALHARES, J.C.P. (Eds.) Gestão ambiental na agropecuária.

Brasília:Desenvolvimento de um sistema de controle para avaliação de fontes de energias renováveis no bombeamento de água. Tese. (Pós- Graduação Stricto Sensu).

Energia na Agricultura. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP, Botucatu, 2007.

HEINZE, B.C.L.B. A importância da agricultura irrigada para o desenvolvimento da

região Nordeste do Brasil. Brasília: Ecobusiness School/FGV, 2002. 59p. Monografia.

LIRA, E. C. Propriedades Química e Mineralógica dos Solos da Microbacia Hidrográfica

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Agroecossistema familiar. 2013. 100 p. Dissertação (Mestrado em Manejo de Solo e Água)

– Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2013.

MANTOVANI, Everardo Chartuni; BERNARDO, Salassier; PALARETTI, Luiz Fabiano.

Irrigação: princípios e métodos; Viçosa: Ed. UFV, 2006, 318p.

RIBON, A.A.; CENTURION, J.F.; CENTURION, M.A.P.C. & CARVALHO FILHO, A.

Propriedades físicas de Latossolo e Argissolo em função de práticas de manejo aplicadas na entrelinha da cultura da seringueira (Hevea brasiliensis). Revista Brasileira de Ciência

Referências

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