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Um Dom de Luz HONRA A QUEM A HONRA UMA QUESTÃO DE RECONHECIMENTO

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Academic year: 2021

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Um Dom de Luz

Roger Coon

“HONRA A QUEM A HONRA”…

UMA QUESTÃO DE RECONHECIMENTO

“Nenhum Homem é uma ilha, nenhum homem se ergue sozinho”. Com semelhante adequação, as palavras de John Donne poderiam ser parafraseadas: “Nenhum autor é uma ilha”, pois os auxílios de outros fazem deste livro uma realidade.

Reconhecer a contribuição de outros é uma obrigação ética e uma necessidade pragmática. Assim eu desejo dizer minha gratidão:

A Barbara Phippis, bibliotecária e amiga, pelas pesquisas de fatos indefiníveis;

A Dotty Christman, minha fiel secretária, por incansáveis (e irreclamáveis) atitudes reproduzindo consecutivas cópias do manuscrito do livro em seu processador de palavras;

A James A. Cress, John W. Fowler, Robert W. Olson, J. Robert Spangler, e Kenneth Wood, amigos e colegas no ministério de Jesus Cristo, que leram os originais, e ofereceram muitas sugestões úteis para sua melhor forma;

A Richard W. Coffen, editor do livro por sua sensível e simpática consideração tanto pelo autor quanto pelo manuscrito e pelos resultados finais do editorial: Permitindo que a personalidade que a personalidade do autor, em vez de sua própria, viesse através da página impressa.

A Irene, minha amável e compreensiva esposa, que creu e encorajou minhas predileções literárias e que partilhou sem inveja e rancor com esse concorrente pela minha total atenção;

E, finalmente, a muitos outros (tão numerosos para mencioná-los individualmente) que contribuíram com ideias e sugestões enquanto a obra de escrever e revisar progredia.

Como “Ulisses” de Tennyson, eu, também, “sou uma parte de tudo que tenho encontrado”.

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UMA PALAVRA INICIAL AO LEITOR

“Adventismo do sétimo-dia” – uma denominação comparativamente pequena (733.000 membros adultos batizados nos Estados Unidos, cerca de 6 milhões no mundo todo), conservadora e de orientação protestante – tem recentemente recebido atenção nacional nos meios de comunicação.

Evidentemente, algumas “informações sobre a igreja acabam sendo más informações, como um levantamento da opinião pública conduzido para a igreja pela “Gallup Internacional” há uma década atrás, bem ilustra. Alguns entrevistados compreensivelmente – mas incorretamente – Tendiam a confundir Adventistas com os três outros corpos cristãos “nativo-americanos” (Ciência Cristã, Testemunhas de Jeová e os Mórmons). Muitas das pessoas entrevistadas atribuíram aos Adventistas crenças e práticas mas nenhuma delas como específico, característico e exclusivo padrão de vida.

Afinal, quem são os Adventistas do Sétimo Dia? Eles são um povo que CRESCE. Em 1983 a revista “Cristianity Today” os identificou como a quarta denominação Protestante que mais rapidamente cresce na América do Norte. O famoso jornal Norte Americano – “U.S. News and World Report” – destacou-os em uma reportagem especial, intitulada: “Religion‟s New Turn: A Search for the Sacred”. (Nova fase da Religião: Uma busca pelo Sagrado), incluindo-os entre um pequeno grupo de igrejas conservadoras “que tem tradicionalmente se concentrado em assuntos espirituais” e mencionando o fato de o adventismo ter superado o índice de crescimento em 36 por cento na década de 1972-1982.

Eles são um povo DOADOR. Em 1982 o “Money Magazine” publicou os resultados de uma pesquisa feita para determinar a média dos padrões de “famílias praticantes” em dez principais grupos religiosos norte americanos durante 1980. As famílias Adventista do Sétimo Dia superavam todas as outras por contribuírem com 2.400 dólares por família (os presbiterianos vieram em segundo lugar com 690 dólares; a Igreja Cristã Unida (United Church of Christ) foi a terceira com 510 dólares; e os Luteranos empataram com os Judeus da Reforma (Reformed Jews) em quarto lugar com 480 dólares cada)

Eles também são um povo que VIVE MAIS. Em fevereiro de 1983, tanto uma como a outra das duas mais famosas revistas populares nos Estados Unidos relataram os resultados e descobertas de um estudo científico de 1958 sobre 50.000 Adventistas do Sétimo-Dia na Califórnia. (A pesquisa foi financiada pela American Heart Association, a American Câncer Society, a American Lung Association e o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos).

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O estudo demonstrou que os Adventistas do Sétimo-Dia tem um grau de incidência de morte por todos os tipos de câncer notavelmente menor que os demais. Eles também vivem mais tempo do que a população média (seis anos para o sexo masculino e três anos para o sexo feminino).

Como você explica o fenômeno dos Adventistas do Sétimo-Dia?

Correndo o risco de simplificar demais, talvez três termos poderiam adequadamente resumi-los:

1- CONVICÇÃO – Os Adventistas são convictos de que Jesus Cristo logo voltará pessoal e fisicamente a esta terra. Ele se tornará seu supremo governador, abolindo as formas políticas de governo que no momento vigoram aqui. Além disso, eles estão convictos de que Deus os chamou para ajudá-los a preparar um povo para a cidadania nesse novo governo mundial. Finalmente, eles estão convictos de que Deus os tem habilitado a realizarem essa tarefa com muito sucesso por restaurar-lhes o antigo dom da inspiração profética. Eles creem que este dom está personificado no ministério de setenta anos da co-fundadora da igreja, Ellen G. White (1827 – 1915), cujos escritos publicados hoje chegam a aproximadamente 100 títulos.

2- COMISSÃO OU ENCARGO – Os Adventistas do Sétimo-Dia creem que Deus os comissionou ou responsabilizou-os a proclamarem uma mensagem especial – aquela dos três anjos mencionados em Apocalipse 14 – “a cada nação, tribo, língua e povo” (verso 6). Isto fez com que eles estabelecessem suas operações evangelísticas, educacionais, de saúde, de publicações e as operações de resgate, assistência e socorro em casos de desastres em 184 das 218 nações (ou subdivisões geográficas) reconhecidas pelas Nações Unidas. Eles proclamam sua mensagem em 585 principais línguas e dialetos.

3- DEDICAÇÃO OU RESPONSABILIDADE – Como resultado disso, os Adventistas do Sétimo-Dia mantém 81 faculdades e Universidades, 832 escolas de 2o grau, e 3.921 escolas elementares ou de 1ograu. Deles

é o segundo maior (depois dos luteranos) estabelecimento escolar protestante de 1o grau nos Estados Unidos e o maior sistema educacional

protestante a nível internacional.

Eles também mantém 159 instituições de saúde (hospitais, clínicas, dispensários, etc.), 100 orfanatos e lares infantis, 45 veículos aéreos e lanchas médicas. Toso esse envolvimento em aliviar o sofrimento humano, ocupa o tempo integral de atenção de 1.842 médicos e dentistas empregados pela igreja, 3.446 técnicos e terapeutas, 12.930 enfermeiros de formação universitária, e 39.032 assistentes adicionais em funções de apoio.

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Para ajudar a comunicar sua mensagem evangélica bem como para ajudar a vencer a praga mundial de analfabetismo, os Adventistas mantém 56 editoras. Elas produzem literatura em 184 línguas e geraram a venda de 132 milhões de dólares apenas no ano de 1981. 7.408 “evangelistas de literatura” ajudam a distribuir essas publicações de porta em porta nos seis continentes.

O Serviço Mundial da Igreja Adventistas do Sétimo-Dia (Seventh-day Adventist World Service Inc., S.A.W.S.), é uma agência reconhecida internacionalmente de auxílio, liberdade e desenvolvimento comunitário. Ela coopera com a Agência Norte Americana para Desenvolvimento Internacional, a Comissão Superior das Nações Unidas para Refugiados, a Cruz Vermelha Internacional e muitos governos individuais ao redor do mundo, na libertação de refugiados e vítimas de fome e outros desastres naturais. Todo ano o S.A.W.S. administra o investimento de 16 a 18 milhões de dólares em alimentos, roupas, medicamentos, abrigo e doações financeiras.

Isso, então, dá à você uma pequena ideia de quem são os Adventistas do Sétimo Dia, e o que eles estão fazendo para construírem um mundo melhor aqui e agora. Porém isso ainda não explica como eles chegaram a isso. É impossível contar a história do subsequente desenvolvimento da igreja separado da história de um de seus co-fundadores, ou seja Ellen G. White. Embora ela mesma preferisse designar-se apenas de “mensageira especial”, nunca contradisse qualquer pessoa que, por acaso, se referisse a ela como profetisa.

A Bíblia assemelha e compara o dom de inspiração profética (o qual é predizer eventos futuros) a um “dom” (Efésios 4:8; I Coríntios 12:1), e a uma “luz” ou “lâmpada” (Salmos 119:105; II Pedro 1:19). Eu escrevi este pequeno livro, “Um Dom de Luz”, para relatar resumidamente a fascinante história da surpreendente vida e estupendo ministério de Ellen White. Eu também desejo documentar os resultados que têm produzido e continuam a produzir.

REFERÊNCIAS

1. “The Public‟s Attitude Toward the Seventh-day Adventist Church” (relatório não-publicado de estudo conduzido para a igreja por Gallup International, Princeton, New Jersey, 1970)

2. Christianity Today, 7 Janeiro de 1983, p. 30.

3. U.S. News and World Report, 4 de Abril de 1983, pp. 36, 37. 4. Money, Abril de 1982, p. 98.

5. Walter S. Ross, “At Last, an Anti-Cancer Diet”, “Reader‟s Digest”, Fevereiro de 1983, pp. 78-82. Marilyn Mercer, “Diet, Nutrition, and Cancer”, Good Houseekeeping, Fevereiro de 1983, pp. 83-88.

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6. 6. “Summary of Results of Adventist Mortality, 1958-1965″ (Loma Linda, Calif.; Loma Linda University School of Health, sem data). 7. 119th Annual Statistical Report – 1981 (Washington, D. C.,

Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, 1982).

8. Entrevista com Richard W. O‟Ffill, diretor executivo, Adventistas do Sétimo Dia, Washington, D.C. 20012, 13 de Abril de 1983.

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– PROFETA: “UM HOMEM PARA TODAS AS ÉPOCAS”?

Em 1842 William Ellis Foy, um mulato, recebeu duas visões num período de várias semanas, separadamente, em Boston, Massachusetts. A primeira, (em 18 de janeiro) durou 2 horas e meia, e a segunda (em 4 de fevereiro) durou incrivelmente 12 horas e meia; Sua condição física no estado de aparente transe inconsciente ou enlevo da visão se assemelha à descrição encontrada em Daniel 10. Como Daniel, ele não respirou (embora seu coração continuasse funcionando normalmente) durante a visão. (Veja especialmente Daniel 10:17.)

William Foy, entretanto, não assumiu ativamente seu chamado à função profética. Por volta do verão de 1844 Deus chamou outro homem, Hazen Foss. Foss, igualmente, omitiu-se após vacilar por algum tempo. Então, em dezembro de 1844, Deus voltou-se para o “mais fraco dos fracos” – mas essa história será contada no próximo capítulo.

PROFETA. Que imagens essa palavra instantaneamente traz à mente de alguém familiarizado com aquelas figuras “maiores-que-a-vida” das Sagradas Escrituras!

Quase instintivamente nós visualizamos uma figura solitária, talvez como no Velho Testamento, erguendo-se sozinho em defesa de Deus. Elias desafiou mais de quatrocentos sacerdotes de Baal e pediu fogo do céu – um fogo tão “faminto” que consumiu não apenas seu sacrifício mas também a água que o ensopava e as pedras do altar que o sustentavam (I Reis 18).

Ou talvez nós ouvimos o distante eco da “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor” (Mateus 3:3), vindo dos lábios do austero João Batista (Isaías 40:3). Vestido com vestes de pêlos de camelo, João não era um homem autoindulgente. Sua dieta consista principal e basicamente de gafanhotos e mel silvestre do Oriente Médio. (Mateus 3:4; Marcos 1:6).

Realmente, é impossível pensarmos na Bíblia sem imediatamente pensarmos nos aproximadamente quarenta autores de seus sessenta e seis livros. Nós, popularmente, os chamamos “profetas”, “santos homens de Deus que falavam ao serem movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro

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1:21). E tudo isso começou com um homem chamado Enoque. Há apenas sete gerações após Adão, Enoque é o primeiro profeta relatado na história humana (Judas 14). Os profetas de Enoque até Moisés apresentavam suas mensagens oralmente. Moisés marca a linha divisória na missão profética histórica por usar a palavra escrita para partilhar a comunicação profética.

Então o ramo literário da corrente se subdivide: num lado estavam aqueles autores cujos escritos não foram preservados como “Escrituras”. Esses profetas (ou videntes, como inicialmente eram chamados) cujos escritos não foram incluídos na Bíblia – livro dos Justos, Gade, Natã, Aías o Silonita, Semaías, Ido, Jeú e Elias – foram exatamente tão inspirados como seus colegas bíblicos. Porém suas obras não foram preservadas para a posteridade.

Na época de Jesus, os estudantes do Velho Testamento dividiam-no em três partes: a Lei (os escritos de Moisés), os Profetas e os Escritos Sagrados.

Deus, que não é “discriminado” (Atos 10:34) – ou parcial em gênero e sexo – deu o dom profético nos tempos da Bíblia a mulheres bem como a homens. No Antigo Testamento nós lemos sobre Miriam (a irmã de Moisés), Débora e Hulda. No Novo Testamento há Ana e as quatros filhas de um evangelista chamado Filipe.

Hoje nós, geralmente, associamos a função de profeta com a predição de eventos futuros, mas nos tempos bíblicos o profeta se envolvia em um amplo conjunto de atividades espirituais. O profeta tinha muitas funções. (1) Eles falavam por Deus. (2) Revelavam os propósitos de Deus. (3) Fortaleciam e orientavam os governantes. (4) Encorajavam as pessoas a fortalecerem a fé. (5) Protestavam contra os males. (6) Dirigiam atividades. (7) Ensinavam. (8) Serviam como consultantes e conselheiros para cada fase de atividades nacionais e individuais. (9) Davam advertências. (10) Condenavam o pecado. (11) Pronunciavam os julgamentos de Deus. (12) Às vezes, realizavam milagres. (13) Pregavam. Além do mais, seu ministério não era limitado à nação hebraica. Deus usou alguns para ganharem nações gentílicas à Sua verdade.

Profetas e tempos bíblicos parecem estar juntos confortavelmente. Porém alguns cristãos se sentem muito desconfortáveis quando à discussão sobre o dom de profecia após o período do Novo Testamento vem à tona. Há entretanto, evidência (direta bem como indireta) tanto no Velho como no Novo Testamento de que a função do Espírito Santo como inspirador dos profetas humanos não cessaria quanto o “cânon” (os livros compondo nossa Bíblia como um todo) fosse fixado.

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O próprio Jesus prometeu a presença do Espírito na igreja Cristã até o fim dos tempos. Um dos específicos ministérios do Espírito, disse Ele, seria ensinar a verdade de Deus (ver João 14:15-17). Em conexão com os sinais de Seu breve retorno, Jesus claramente advertiu contra falsos profetas (Mateus 7:15; 24:11, 24). Se nenhum verdadeiro profeta surgisse no final dos tempos, Jesus meramente precisaria dizer: “Acautelai-vos dos profetas”. A inclusão do adjetivo “falsos” quer dizer que tanto verdadeiros quanto falsos profetas coexistiriam antes da Segunda Vinda.

A doutrina de Paulo sobre os “dons espirituais” fornece das mias tocantes e surpreendentes evidências em favor da atividade profética após os tempos do Novo Testamento. Ele claramente se referia à profecia como um dos dons do Espírito Santo (Efésios 4; I Coríntios 12 e Romanos 12). Na verdade, na sequência de mérito, a profecia é o segundo dom mais importante, logo após o apostolado. O Novo Testamento usa três termos interligadamente para o mesmo conceito; “o Dom de Profecia” (I Coríntios 13:2) “o Testemunho de Jesus”, e o “Espírito de Profecia” (Apocalipse 19:10). Tudo se refere ao divino dom das sobrenaturais revelações e visões. O Contexto das várias declarações de Paulo sobre esses dons do Espírito – incluindo profecia – torna claro que esses vários ministérios existirão na igreja até o fim dos tempos. Todos esses dons servirão e exercerão suas funções até que a igreja esteja pronta para o retorno de Cristo. (ver Efésios 4:12-15). Paulo não dá a mínima alusão de que um desses dons (especificadamente o de profecia) seria excluído enquanto todos os demais continuassem.

As Epístolas de Paulo são indubitavelmente os primeiros documentos do Novo Testamento a terem sido escritos, e I Tessalonicenses foi a primeira dessas Epístolas. Quase no final desse carta, Paulo adverte os primeiros crentes cristãos: “Não apagueis o Espírito(Santo)”. Ele então indica como seguir sua advertência: “Não desprezeis profecias”. Em vez disso, o cristão deve “provar todas as coisas” e então “reter o que é bom”. (I Tessalonicenses 5:19-21). (O apóstolo João menciona esse admoestação de maneira um pouquinho diferente: “Provai os espíritos”. Por quê nem todo Espírito vem de Deus, e “muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora” (João 4:1)).

Muito provavelmente, estava acontecendo na igreja cristã primitiva alguma coisa que acontece em alguns circuitos cristãos hoje. Talvez aqueles cristãos primitivos, que haviam sido convertidos do Judaísmo, estavam dizendo entre si mesmos: “Nós não precisamos de mais nenhum escrito profético. Se o Velho Testamento era suficientemente bom para Jesus, ele é suficiente para mim”. Hoje alguns cristãos repetem essa ideia errada. Como consequência, eles limitaram a obra do Espírito Santo ao passado, sugerindo que desde que o Cânon Bíblico foi fechado, nós não precisamos de mais nenhum escrito profético hoje. Pode ser

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exatamente para prevenir contra essa ideia que Paulo realçou e insistiu em “provar” as alegações ou asserções proféticas – em vez de se descartarem e se livrarem delas.

Em Joel 2:28-32, provavelmente escrito há aproximadamente oitocentos anos antes da primeira vinda de Cristo como bebê em Belém, este profeta da antiguidade olhou pelo longo corredor do tempo, para a Segunda Vinda de Cristo. Ele viu então Deus honrando seu povo no tempo do fim pela dádiva especial do dom de profecia. Tanto homens e mulheres, jovens e velhos, teriam a experiência de sonhos e visões proféticas.

Alguns cristãos têm se oposto a admitir o cumprimento dessa passagem após o Pentecoste, cinquenta dias após a crucificação de Cristo. Eles nos apresentam Atos 2:16-21, onde Pedro mencionou o fenômeno do Pentecoste como um cumprimento de Joel 2. Entretanto, por duas importantes razões, o Pentecoste deve ser visto como apenas um cumprimento parcial de Joel 2.

Primeiro, a profecia de Joel 2 faz referência específica ao dom de profecia no tempo do fim. O dom espiritual em grande evidência no Pentecoste, entretanto, foi o dom de línguas (o falar miraculoso de línguas contemporâneas, com as quais o indivíduo cristão não havia tido nenhum estudo prévio). O dom de profecia não esteve em evidência no Pentecoste.

Segundo, Joel apontou para sinais nos céus – particularmente no sol e na lua – no tempo em que o dom de profecia seria restaurado (cap. 2:10-20). Nós não encontramos nenhuma evidência escriturística de que esses sinais nos céus acompanharam as cenas do Pentecoste.

Não houve profetas no período entre o fim do tempo apostólico até o meio do século dezenove? Paul King Jewett, em um significativo artigo publicado no DICIONÁRIO DA IGREJA CRISTÃ (The New International Dictionary of the Christian Church) indica que com a morte dos apóstolos, que não tiveram sucessores, gradualmente aqueles com o dom de profecia também desapareceram, de modo que do terceiro século em diante, do “trio” original de apóstolos, profetas, e mestres ou professores, restaram apenas os professores. Jewett também acrescenta que “desde o tempo de Hippolytus (235), e Orígenes (250), a palavra “profecia” é limitada às porções proféticas da Escritura”.

Segundo a Bíblia, entretanto, não há dúvidas: o dom de profecia não terminou com o período apostólico. Argumentos dados em favor da proposta de abolição (que muitos católicos e protestantes mantém) são interessantes, mas sujeitos à refutação. Segundo um desses argumentos, o apóstolo João colocou uma maldição sobre qualquer pessoa que adicione (ou tire) algo da Bíblia (Apocalipse 22:18, 19).

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Assim, com o fechamento do cânon da Escritura, o dom de profecia cessou, de acordo com essa argumentação.

Em resposta nós sugeríamos que: 1) A proscrição contra adicionar (ou tirar) se refere ao próprio livro de Apocalipse (isso não se aplica à Bíblia toda, da qual ele agora aparece sequencialmente como o último volume); 2) Não há nenhuma evidência de que o Apocalipse foi o último livro do Novo Testamento a ser escrito (alguns especialistas creem que a Primeira, Segunda e Terceira epístolas de João, e até mesmo o Evangelho de João possam ter sido escritos após ele haver completado o Apocalipse); 3) Só no quarto século A.D. que a igreja Cristã finalmente chegou a um consenso quanto a que livros deveriam ser incluídos no Novo Testamento.

A advertência de João no final do livro de Apocalipse não impede o dom de inspiração profética após o ano 100 A.D.

Alguns especialistas mantêm que o fechamento do cânon do Novo Testamento cancelou a possibilidade de qualquer nova revelação da verdade divina. Em resposta a esse argumento, o especialista Britânico J. P. Baker declara:

“Outros tem, às vezes, procurado identificar essa conclusão do cânon do N.T. com o tempo quando a profecia cessará, de acordo com I Coríntios 13:8; mas faz uma violação ao contexto, o qual claramente mostra que esses dons cessarão “quando” vier o que é “perfeito” o que é definido como quando nós “virmos face a face” (isto é, além desta vida e desta era).

Todos podem concordar que não há nenhuma nova revelação a ser esperada concernente a Deus em Cristo, o modo da salvação, os princípios de vida cristã, etc. Mas aí parece não haver nenhuma boa razão que justifique ou explique porque o Deus vivo, que fala e age (em contraste com os ídolos mortos), não possa usar o dom de profecia para dar orientação local particular a uma igreja, nação, ou indivíduo, ou para advertir ou encorajar através de predições, bem como através de lembranças, em pleno acordo com as palavras escritas das Escrituras, pela qual todas tais declarações devem ser testadas”.

A existência da Bíblia hoje, não cancela ou elimina outras autoridades inspiradas. Ao contrário, a Palavra de Deus, tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento, conta aos leitores dos últimos dias que os dons do Espírito Santo (incluindo profecia) ainda aparecerão entre Seu povo até a volta de Jesus. Isto não é uma questão de se / ou. Nós podemos (e devemos) ter ambos!

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1. Uma breve descrição da experiência de Foss e Foy é dada no

Apêndice C de T. Housel Jemison: A Prophet Among You (Mountain View, Calif.: Pacific Press Pub. Assn., 1955), pp. 485-489; ver

também Biographical Sketches – Seventh-day Adventist

Encyclopedia, edição revisada (Washington, D.C.: Review and Herald

Pub. Assn., 1976). pp. 473-475.

2. L. H. Christian, The Fruitage of Spiritual Gifts (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1947), p. 9.

3. Paul King Jewett, “Prophecy”, in The New International Dictionary of

the Christian Church, edição revisada (Grand Rapids, Mich.:

Zondervan Pub. House, 1978), pp. 806, 807.

4. John R. W. Stott, Baptism and Fullness (Downers Grove, III.: InterVarsity Press, 1976), pp. 100-102.

5. J. P. Baker, “Prophecy, Prophets,” citado em The Illustrated Bible

Dictionary (Grand Rapids, Mich.: Baker Book House, 1980), Vol. III,

pp. 1286, 1287.

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– “O MAIS FRACO DOS FRACOS”: A TERCEIRA

ESCOLHA DE DEUS

Antes de seu casamento com James White, Ellen Gould Harmon morou oito meses no lar de Otis Nichol, um impressor adventista, em Dorchester (atualmente parte de Boston), Massachusetts. A casa de Nichol serviu como seu lar longe de casa enquanto ela levava seu testemunho pela área. Três homens (Sargent, Robbins, e French) repudiaram e rejeitaram seu estado de visão transcendental como sendo meramente produto de hipnose induzida por seu noivo, James White.

Eles diziam que ela não podei ter visões a menos que James estivesse presente. Em 1845, na companhia de sua irmã Sarah (e durante a ausência de James White), Ellen estava na casa de Nichol quando Sargent e Robbins chegaram. O Sr. Nichol convidou-os a entrar para que eles pudessem encontrar Ellen Harmon. Como eles ainda não a conheciam pessoalmente, agora estariam aptos a julgar por si mesmos a natureza e a fonte da experiência dela. Eles subitamente se lembraram de um urgente compromisso em Boston, mas sugeriram que um encontro acontecesse no próximo domingo em Boston na casa de um certo crente onde os Mileritas costumeiramente se reuniam a cada semana. Nichol prometeu a senhorita Harmon à reunião.

Sábado à noite Ellen teve uma visão, e ela disse a Nichol que em vez de irem seis milhas ao norte para Boston, deveriam ir sete milhas ao Nordeste para Boston, deveriam ir sete milhas ao sul para Randolph. Nichol protestou. A credibilidade de Ellen e a sua própria estavam em jogo. Ela permaneceu firme, e disse que o anjo lhe havia dito que eles

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