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Produção e Distribuição de Matéria Seca e Composição Bromatológica de Cultivares de Alfafa (Medicago sativa L.)

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Academic year: 2021

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1 Prof. Dr., Depto. Zootecnia, FCA - UNIMAR, Marília, SP.

2 Prof. Dr., Depto. Melhoramento e Nutrição Animal - FMVZ - UNESP, Botucatu, SP. 3 Prof. Titular, Depto. Melhoramento e Nutrição Animal - FMVZ - UNESP, Botucatu, SP.

Introdução

O potencial de produção de matéria seca (MS) da alfafa é estimado em 22 t/ha/ano, porém é raramente atingido, em virtude das limitações de ambiente (PAIM, 1994) e manejo (MONTEIRO, 1989).

OLIVEIRA (1986) relatou que muitas vezes as produções de alfafa obtidas em países de clima tempe-rado não são comparáveis às alcançadas no Brasil, pois naqueles países a forrageira só é colhida duas ou três vezes por ano. Dessa forma, é mais interessante conhecer e estabelecer comparações com as

produ-ções de países onde as condiprodu-ções climáticas se asse-melham às brasileiras.

Em relação à distribuição de produção da forra-gem, as cultivares variam de grau um a nove, quanto ao nível de dormência. Assim, cultivares como Criou-la, Flórida 77, CUF-101 têm grau nove de dormência, o que significa ausência de repouso invernal, ocorren-do redução de produção de inverno, porém, sem interrupção completa. Cultivares como Vernal, Du Puits, P 526, P 5331 e Maverick apresentam total repouso invernal, com produção concentrada princi-palmente na primavera (KEPLIN e SANTOS, 1991).

Produção e Distribuição de Matéria Seca e Composição Bromatológica de Cultivares

de Alfafa (Medicago sativa L.)

Alda Lúcia Gomes Monteiro1, Ciniro Costa2, Antônio Carlos Silveira3

RESUMO - O objetivo deste experimento foi avaliar a produção (PMS) e a distribuição estacional (DE) da matéria seca e a

composição bromatológica em proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) de dezessete cultivares de alfafa (M e d i c a g o s a t i v a L.): Crioula, Flórida 77, P555, P581, Moapa, Gilboa, 34 Linea, C/W 8754, C/W 4468, C/W 86, C/W 8746, Hunter Field, Trifecta, Sequel, CUF 101, Aurora e Siriver. O delineamento experimental de blocos casualizados completos, com três repetições em esquema de parcelas subdivididas no tempo, foi usado. Para PMS e DE, as parcelas foram as cultivares e as subparcelas, os cortes. Para a composição bromatológica, os cultivares foram as parcelas e as épocas do ano, verão e inverno, as subparcelas. Não houve diferença entre as cultivares, quanto à produção média anual (12,08 t /(ha•ano) de MS) e DE (35% no inverno). Houve diferença na composição bromatológica entre as cultivares e épocas do ano para a PB e interação significativa entre cultivares e épocas do ano para FDN e FDA. Todas as cultivares apresentaram potencial semelhante de produção e distribuição estacional de matéria seca. A qualidade da alfafa no inverno foi superior à do verão.

Palavras-chave: composição bromatológica, cultivares, distribuição estacional, produção de alfafa

Dry Matter Production and Seasonal Distribution and Chemical Composition of

Alfalfa Cultivates (Medicago sativa L.)

ABSTRACT - The objective of this research was to evaluate dry matter production (DMP), seasonal distribution (SD) and

chemical composition of crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (ADF) of seventeen alfalfa cultivates: Creole, Florida 77, P555, P581, Moapa, Gilboa, 34 Linea, C/W 8754, C/W 4468, C/W 86, C/W 8746, Hunter Field, Trifecta, Sequel, CUF 101, Aurora e Siriver. A complete randomized blocks experimental design, with three replicates in a split plot on time scheme, was used. For DMP and SD, the cultivates were in the main plot and cuts in the subplots. For chemical composition, cultivates were also the main plots, and seasons of the year, summer and winter, the subplots. There were no differences among cultivates for the annual average dry matter production (12,08 t/[ha•year]) and SD (35% in the winter). There were differences in the chemical composition, among cultivates for CP and significant interaction among cultivates and the seasons of year for NDF and ADF. All cultivates showed similar potential production and seasonal distribution of dry matter. The alfalfa quality in the winter was better than in the summer.

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BASSOLS e PAIM (1978) obtiveram as maiores produções durante o período de primavera-verão, no Rio Grande do Sul, com cortes efetuados no pré-florescimento. Em Piracicaba, OLIVEIRA (1986) observou que as diferenças entre as cultivares se acentuaram a partir do outono, quando as cultivares Crioula, Flórida 77, CUF-101 e outras, não-dormen-tes, destacaram-se em produção, se comparadas às cultivares dormentes. MONTEIRO (1989), traba-lhando em Piracicaba com os cultivares Crioula e CUF-101, observou que o período de maior produção ocorreu nos meses de setembro a fevereiro, fato este constatado por KEPLIN e SANTOS (1991) com a cultivar Crioula em Castro, PR.

Diferenças em proteína bruta (PB) e digestibilidade

in vitro da matéria seca (DIVMS) não têm resultado

em ponto de partida para a liberação de novas culti-vares (OLIVEIRA et al., 1993).

O teor de fibra tem sido utilizado como índice negativo de qualidade da dieta, uma vez que represen-ta a fração menos digestível dos alimentos. A fração fibrosa dilui a energia do alimento e reduz o consumo voluntário, pelo efeito do enchimento do rúmen e pela saturação da capacidade de ruminação do animal. Contudo, a fibra é requerida para o funcionamento e metabolismo normal do rúmen; portanto, a qualidade da fibra torna-se um fator importante na dieta dos ruminantes, particularmente de vacas em lactação (MATOS, 1989).

Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a produ-ção e distribuiprodu-ção de matéria seca e a composiprodu-ção bromatológica de dezessete cultivares de alfafa no mu-nicípio de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná.

Material e Métodos

O trabalho foi desenvolvido na Cooperativa Agríco-la Mista Rondon Ltda, em Marechal Cândido Rondon, PR, localizada na latitude 24º34’ S e longitude 54º04’ E, com aproximadamente 400 m de altitude. O clima da região é classificado como Cfa - subtropical úmido com verões quentes e geadas pouco freqüentes.

O solo do local foi classificado como Latossolo Roxo Distrófico A, moderado, textura argilosa, apre-sentando as seguintes características químicas, con-forme análise realizada em 25/05/90 pelo Laborató-rio de Análises de Solo do IAPAR (Instituto Agronô-mico do Paraná) em Londrina, PR, foram: pH em CaCl2 = 5,50; C = 1,79%; P (Extrator Melich) = 3,7 ppm; K, Ca, Mg, H + Al, Al, SB e CTC, respectiva-mente, em meq/100 mL TFSA, 0,39; 8,30; 1,60; 4,07;

0,00; 10,29; 1e 4,36, e saturação de bases de 71,66%. Em julho de 1990, efetuou-se a correção do solo com 2 t de calcário dolomítico (PRNT 70%), procurando atingir saturação de bases em 80%. A adubação de implantação foi de 300 kg/ha de K2O, na forma de cloreto de potássio, com dois terços aplicados antes da semeadura e um terço antes do primeiro florescimento, em cobertura. Além disso, aplicaram-se 210 kg/ha de P2O5 antes da semeadura, sendo 100 kg/ha na forma de superfosfato triplo (ST) e 110 kg/ha de superfosfato simples (SS).

Após o preparo conveniente do solo, em 14 de novembro de 1990, foram semeadas as 17 cultivares de alfafa: Crioula, Flórida 77, P 555, P 581, Moapa, Gilboa, 34 Linea, C/W 8754, C/W 4468, C/W 86, C/ W 8746, Hunter Field, Trifecta, Sequel, CUF 101, Aurora e Siriver. Com exceção da cultivar Crioula, obtida no comércio local, as sementes das demais cultivares foram provenientes do INTA - Argentina. A semeadura foi manual, em parcelas de 2,7 m de largura por 3,7 m de comprimento, totalizando apro-ximadamente 10 m2 cada uma. A área útil das parce-las foi de 4,86 m2 e a distância entre linhas, 30 cm. As sementes foram inoculadas com Rhizobium melilloti (Legumol - Nitral) e peletizadas com CaCO3.

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com três repetições, totalizando 51 parcelas, em esquema de parcelas subdivididas, sendo as culti-vares as parcelas e os cortes as subparcelas.

O experimento foi conduzido durante três anos, totalizando 23 cortes de avaliação. Considerando-se a área estabelecida, no dia 06 de fevereiro de 1991 efe-tuou-se o corte de uniformização com uma segadeira de barra. O primeiro corte obedeceu ao parâmetro de florescimento total da área, ao redor de 90 dias após a emergência e os subseqüentes sempre seguiram os parâmetros de 10 a 20% de florescimento do “stand” e, ou, aparecimento da rebrota basal ao redor de 5 cm.

A adubação de reposição constou de 200 kg/ha de cloreto de potássio (120 kg/ha de K2O), dividida em três aplicações, no período de setembro de 1991 a agosto de 1992. Além disso, junto à primeira aplicação, adiciona-ram-se 50 kg/ha de P2O5 na forma de superfosfato simples, 4 kg/ha de B na forma de bórax e 5,5 kg/ha de Zn na forma de sulfato de zinco. No período de setembro de 1992 a dezembro de 1993, a cada três cortes, foram feitas as aplicações de 5,5 kg/ha de Zn, 5,5 kg/ha de B e 100 kg/ha de K2O na forma de cloreto de potássio. Além disso, no início da primavera foram adicionados 320 g de molibdênio na forma de molibdato de sódio e 50 kg de P2O5 na forma de superfosfato simples.

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da área útil das parcelas e, em seguida, foram coletadas amostras de aproximadamente 300 g para avaliação da produção de matéria seca em estufa a 65ºC, com circulação forçada de ar por 48 horas.

Os cortes para avaliação da composição bromatológica foram realizados em 19 de março de 1993 (verão) e 18 de agosto de 1993 (inverno). As análises bromatológicas foram realizadas no Labora-tório de Nutrição Animal do Instituto Agronômico do Paraná - Estação Experimental “Raul Juliato”, em Ibiporã, PR. A determinação dos teores de matéria seca (105ºC) e proteína bruta (PB) foi realizada pelo método de AOAC (1970). A determinação de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foi realizada segundo a técnica de VAN SOEST,

descrita por SILVA (1981).

Os dados de precipitação, temperatura, umidade relativa e radiação solar, registrados durante o perío-do experimental, foram coletaperío-dos pelo IAPAR, em ponto distante aproximadamente 30 km do local do ensaio (Tabela 1).

Resultados e Discussão

A produção média anual de matéria seca (MS) dos três anos de avaliação encontra-se na Tabela 2. A análise estatística não revelou diferença entre as cul-tivares. Os valores são semelhantes aos obtidos por SAIBRO (1972) no Rio Grande do Sul, com 12,3 t/ha de MS, e KEPLIN e SANTOS (1991) no Paraná, com

Tabela 1 - Temperaturas máxima, mínima e média (ºC), umidade relativa (%), precipitação pluvial (mm) e radiação solar (cal/ cm2/d) mensais

Table 1 - Maximum, minimal, and mean temperature (ºC ), relative moisture (%), rainfall (mm) and solar radiation (cal/cm2/d)

Temperatura máxima Maximum temperature

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Year Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sept Oct Nov Dec

1990 25,6 26,5 27,4 25,1 19,0 17,5 15,2 19,9 20,1 25,5 27,4 27,3 1991 28,2 27,5 26,8 24,9 21,7 19,8 19,4 21,9 23,7 23,8 27,1 26,1 1992 28,4 28,3 24,8 21,7 19,2 20,2 16,0 18,5 20,7 23,9 25,4 27,3 1993 27,2 26,0 27,1 25,0 20,6 18,2 17,9 21,2 20,8 24,2 26,2 26,3 Temperatura mínima Minimum temperature 1990 16,4 14,1 14,9 14,4 8,4 6,3 3,6 6,8 7,3 13,7 15,7 15,1 1991 14,9 13,3 15,5 12,4 9,1 8,0 4,5 7,3 10,6 11,9 12,2 15,4 1992 14,4 15,9 15,1 11,0 10,9 10,1 4,3 6,6 9,2 12,2 12,1 14,4 1993 15,5 13,2 14,4 12,7 7,9 5,7 5,6 5,8 10,0 13,0 12,3 15,1 Temperatura média Mean temperature 1990 20,0 19,2 20,0 18,7 12,2 10,7 8,2 12,0 12,5 18,7 20,7 20,5 1991 20,7 19,5 20,0 17,4 14,2 12,6 10,7 13,2 16,3 17,2 19,0 19,9 1992 20,5 20,7 18,7 15,2 14,2 14,1 9,0 11,5 14,0 17,3 17,9 20,1 1993 20,1 18,5 19,4 17,6 13,1 10,8 10,3 12,0 14,4 17,9 18,5 19,8 Umidade relativa Relative moisture 1990 8 3 77 75 79 82 85 84 77 72 75 73 72 1991 68 70 77 76 77 81 72 69 65 70 63 79 1992 71 73 81 84 87 81 81 78 75 76 70 74 1993 80 76 76 78 78 81 79 68 74 73 69 76 Precipitação Rainfall 1990 264,0 73,0 225,4 205,2 202,8 162,3 146,7 190,6 289,5 162,2 145,9 101,4 1991 199,6 8,3 115,2 87,2 53,2 210,0 31,8 38,7 242,9 146,6 97,8 248,5 1992 6,3 260,8 148,7 252,3 233,1 131,9 136,7 104,2 134,2 230,4 108,4 150,5 1993 171,1 58,8 135,9 117,4 159,4 69,3 127,4 1,8 168,1 180,7 179,9 105,4 Radiação solar Solar radiation 1990 384,0 425,7 327,0 307,8 249,2 218,0 240,9 272,6 328,1 363,9 419,8 446,2 1991 461,4 438,3 362,2 313,0 256,4 215,2 261,4 281,6 295,5 353,0 445,8 400,2 1992 438,3 409,1 311,7 280,2 193,5 198,7 204,0 243,8 306,6 344,2 425,0 458,3 1993 362,2 387,3 332,2 288,0 241,4 209,9 202,5 252,8 230,0 330,0 423,6 423,3

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15,0 t/ha de MS, ambos com a cultivar Crioula. As produções obtidas são, também, semelhantes às registradas na Austrália por DRUMMOND (1972), que avaliando seis cultivares, obteve em período de 10 meses produções de MS entre 7,3 e 13,0 t/ha, e LOWE et al. (1980), que trabalhando com 10 cultivares de origem americana comparadas a cultivar nativa Hunter River, obtiveram produções médias de 10,0 t/ha de MS. Os valores obtidos neste trabalho evidenciam a possibilidade do uso de outras cultivares de alfafa no Brasil, que até recentemente tinha a cultivar Crioula como a única amplamente comercializada, por ter sido uma população adaptada às condições ambientais do Rio Grande do Sul e ter exibido, naquele Estado, desempenho superior ao de outras cultivares introduzidas (OLIVEIRA et al., 1993). Porém, é importante observar que considerando-se o comércio das sementes de alfafa, o mercado ainda está restrito a poucas cultivares disponíveis.

Comparando-se os três anos de avaliação, verifi-ca-se que a média das cultivares no primeiro ano foi significativamente inferior a dos outros dois anos, o que pode ser atribuído à menor precipitação média naquele ano, principalmente no inverno (Tabela 1).

Na Tabela 3, apresentam-se os dados de produção média por corte das 17 cultivares de alfafa. Observa-se que não houve diferença entre as mesmas, com

média geral de 1,52 t/ha de MS. Este valor é inferior à média apresentada por OLIVEIRA (1986) em Piracicaba, de 2,16 t/ha de MS com 26 cultivares, e ARAÚJO FILHO et al. (1972) no Ceará, de 2,13 t/ha de MS com 11 cultivares, tratando-se, entretanto, de cultivos irrigados. SANTOS (1989) descreveu ensai-os conduzidensai-os em Tibagi, PR, por 2 anensai-os, com a cultivar Crioula, produzindo média de 1,54 t/ha de MS em 18 cortes e também na região das Cooperativas Arapoti, Batavo e Castrolanda, no Paraná, onde as médias por corte foram próximas de 1,7 t/ha de MS; esses valores são semelhantes aos deste experimento.

A distribuição de produção durante o ano, em média, de 35,51% da produção anual ocorrendo du-rante o período de inverno, sem diferença entre as cultivares, é apresentada na Tabela 3. Para esta avaliação, utilizaram-se apenas o 2o e o 3o ano de cultivo, por serem considerados os períodos em que a alfafa já estava plenamente estabelecida, totalizando 16 cortes, desde o dia 2 de novembro de 1991 até 28 de setembro de 1993. A concentração de produção no verão pode ser explicada parcialmente pelos dados de PASSOS (1994), em que o crescimento das plantas, após o estabelecimento, foi otimizado em temperatu-ras de 30 a 33ºC, na primeira semana após o corte, e 27ºC (dia) a 21ºC (noite), no restante do período de crescimento. NUERNBERG et al. (1990) em Lages e

Tabela 2 - Produção média anual de matéria seca (t/ha) de 17 cultivares de alfafa

Table 2 - Annual dry matter production (t/ha) of seventeen alfalfa cultivars

Cultivar Ano (Year)

1 2 3 Média (Mean) C/W 86 12,39 a 13,21 a 14,60 a 13,40 a C/W 8754 14,05 a 11,88 a 13,76 a 13,23 a Flórida 77 12,33 a 13,47 a 13,62 a 13,14 a CUF 101 11,73 a 13,87 a 13,76 a 13,12 a Siriver 12,07 a 13,64 a 13,18 a 12,97 a Crioula 12,98 a 12,25 a 13,29 a 12,84 a Sequel 12,62 a 12,85 a 11,81 a 12,43 a 34 Linea 11,72 a 13,86 a 11,49 a 12,36 a Moapa 12,21 a 12,26 a 12,40 a 12,29 a Aurora 10,49 a 12,48 a 12,80 a 11,93 a C/W 8746 11,76 a 12,61 a 11,37 a 11,91 a C/W 4468 10,66 a 12,55 a 12,07 a 11,77 a Trifecta 10,60 a 12,94 a 11,00 a 11,52 a Hunter Field 11,93 a 11,48 a 10,81 a 11,41 a P555 10,61 a 12,10 a 11,38 a 11,37 a P581 9,92 a 10,75 a 10,34 a 10,34 a Gilboa 8,62 a 9,97 a 9,61 a 9,40 a Média Mean 11,57 A 12,48 B 12,20 B 12,08

Médias, na linha/coluna, seguidas de letras maiúsculas (P<0,01) ou minúsculas (P<0,05) são diferentes pelo teste Tukey.

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A cultivar C/W 8746 foi a mais rica em proteína (22,19%) e as cultivares Crioula (19,85%), Flórida 77 (19,46%), Gilboa (19,33%), C/W 8754 (19,63%) e CUF 101 (19,47%) foram as de menores teores. As demais cultivares apresentaram valores intermediári-os, com média de 20,73%. Os teores de PB no inverno apresentaram-se superiores aos do verão, pois neste período a maior taxa de crescimento acarretou efeito de diluição na concentração protéica. As diferenças entre cultivares, quanto à composição protéica, po-dem ser atribuídas a ciclos de desenvolvimento e condições ambientais diversas, em que as cultivares com os menores teores de proteína bruta possuem taxas de crescimento mais rápidas (OLIVEIRA, 1986; VELEZ-SANTIAGO et al., 1984).

Segundo VELEZ-SANTIAGO et al. (1984), exis-te leve exis-tendência das cultivares mais produtivas exi-birem menores teores de PB e FDN, o que não pode ser inferido neste ensaio, uma vez que as cultivares Flórida 77 e CUF 101 confirmam esta tendência. Contudo, as cultivares Gilboa e C/W 8746 apresentaram compor-tamento inverso.

Quanto aos valores de fibra em detergente neutro (FDN), observou-se interação entre cultivares e épo-cas do ano. Verifica-se que, no verão, a maior média de FDN foi exibida pela cultivar C/W 8754 (60,31%),

Tabela 3 - Produções médias de matéria seca por corte (t/ha), médias de verão e inverno de 1992 e 1993 e porcentagem de produção no inverno (I%) de dezessete cultivares de alfafa

Table 3 - Average summer and winter dry matter (DM) production (t/ha•cut) at 1992 and 1993 and porcentage of in the winter (%W) of seventeen alfalfa cultivars

Cultivar Verão Inverno Summer Winter 1992 1993 1992 1993 %I (%W) C/W 4468 1,68 a 1,81 a 1,22ab 1,17 a 40,92a Flórida 77 1,94 a 1,98 a 1,32 a 1,28 a 40,05a CUF 101 2,13 a 1,97 a 1,11ab 1,46 a 38,66a Gilboa 1,56 a 1,57 a 0,70 b 1,18 a 37,36a C/W 8754 2,29 a 1,87 a 1,08ab 1,29 a 36,30a Aurora 1,90 a 2,05 a 0,93ab 1,31 a 36,19a Sequel 2,02 a 1,80 a 1,03ab 1,12 a 36,01a Siriver 1,92 a 2,18 a 0,96ab 1,35 a 36,00a

Hunter Field 1,86 a 1,71 a 0,87ab 1,03 a 35,37a

Crioula 2,13 a 1,96 a 1,08ab 1,12 a 34,89a C/W 86 2,22 a 2,29 a 0,96ab 1,39 a 34,65a C/W 8746 1,98 a 1,90 a 0,86ab 1,20 a 34,65a Moapa 2,49 a 1,79 a 0,96ab 1,23 a 33,81a Trifecta 1,95 a 2,07 a 1,06ab 0,96 a 33,23a P 555 2,04 a 1,93 a 0,93ab 0,96 a 32,49a 34 Linea 1,98 a 2,25 a 1,11ab 0,92 a 31,68a P 581 1,77 a 1,86 a 0,74 b 0,93 a 31,38a Médias 1,99 A 1,88 A 0,99 B 1,17 B 35,51 Means

Médias, na linha/coluna, seguidas de letras maiúsculas (P<0,01) ou minúsculas (P<0,05) são diferentes pelo teste Tukey.

Means, within row/column, followed by different capital/small letters are different (P<.01)/ (P<.05) by Tukey test.

SOTO e LÓPES (1984) no Chile verificaram que a concentração de produção de matéria seca no período de primavera-verão, com a cultivar Crioula, respon-deu por, aproximadamente, 78% da produção anual. Para todas as cultivares estudadas, as produções de verão foram superiores às de inverno (Tabela 3). No inverno de 1992, observou-se que a cultivar Flórida 77 (1,32 t/ha/corte de MS) foi significativamente mais produtiva que as cultivares P581 (0,74 t/ha/corte de MS) e Gilboa (0,70 t/ha/corte de MS), embora este resultado não tenha sido confirmado no ano de 1993.

A boa distribuição da produção durante o ano, com valores elevados nos cortes de inverno, é interes-sante do ponto de vista comercial para os produtores de feno, uma vez que os preços oscilam entre verão e inverno, quase em 100%. Além disso, no Brasil Cen-tral, a produção de inverno pode ser facilmente fenada, pela baixa precipitação, ou ainda, em regiões de elevada umidade relativa do ar, este material pode ser ensilado na forma pré-secada. Deve-se ressaltar, tam-bém, a importância da boa disponibilidade de forra-gem no período mais seco do ano.

Quanto ao teor de proteína bruta (PB) na matéria seca (Tabela 4), a análise estatística revelou diferença entre cultivares, considerando-se a média de duas épocas do ano.

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enquanto, no inverno, a única diferença foi entre as cultivares C/W 8746 (35,47%) e Sequel (46,05%), estando os demais valores intermediários, com média de 40,77% (Tabela 5).

O NRC (1989) apresentou, para a alfafa seca ao sol no início do florescimento, 42% FDN, valor próximo à média de 44,52% obtida neste estudo e superior à de 34,86% apresentada por VELEZ-SANTIAGO et al. (1984) em Porto Rico. VILELA (1994) encontrou teores de FDN inferiores no inverno (39,8%) comparado ao verão (45,0%), tendência apresentada neste estudo para a maioria das cultivares.

Ainda na Tabela 5, os valores de fibra em deter-gente ácido (FDA) mostram diferença entre as culti-vares no verão, o que não foi constatado no inverno, havendo, portanto, interação significativa entre culti-vares e épocas do ano.

A s s i m , c o m o a n t e r i o r m e n t e c i t a d o p o r CECATO (1993), os maiores teores de FDA en-contram-se no período de verão, quando os níveis de celulose e lignina sempre sofrem elevação, devido à maior conversão dos produtos de fotossíntese em tecidos estruturais.

Tabela 4 - Teor de proteína bruta (PB%) em 17 cultivares de alfafa avaliados no verão e inverno de 1993

Table 4 - Crude protein (CP%) of seventeen alfalfa cultivars evaluated at summer and winter of 1993

Época Média

Season Mean

Cultivar Verão Inverno

Summer Winter Crioula 19,22 20,47 19,85 a Flórida 77 18,11 20,81 19,46 a P 555 20,32 21,62 20,97 ab P 581 20,06 22,98 21,53 ab Moapa 19,92 20,75 20,34 ab Gilboa 18,82 19,82 19,33 a 34 Linea 18,76 23,63 21,20 ab C/W 8754 17,74 21,51 19,63 a C/W 4468 19,54 21,26 20,41 ab C/W 86 19,06 21,73 20,40 ab C/W 8746 20,42 23,96 22,19 b Hunter Field 19,64 21,15 20,40 ab Trifecta 20,82 21,86 21,35 ab Sequel 20,23 20,13 20,18 ab CUF 101 18,82 20,12 19,47 a Aurora 20,31 21,76 21,04 ab Siriver 18,69 21,93 20,31 ab Média 19,44 A 21,50 B 20,47 Mean

Médias, na linha/coluna, seguidas de letras maiúsculas (P<0,01) ou minúsculas (P<0,05) são diferentes pelo teste Tukey.

Means, within row/column, followed by different capital/small letters are different (P<.01)/ (P<.05) by Tukey test.

Tabela 5 - Teores de fibra em detergente neutro (FDN%) e fibra em detergente ácido (FDA%) de 17 cultivares de alfafa no verão e inverno de 1993

Table 5 - Neutral detergent fiber (NDF%) and acid detergent fiber (ADF%) of seventeen alfalfa cultivars at summer and winter, 1993

FDN1 FDA1 NDF1 ADF1 Época Época Season Season

Cultivar Verão Inverno Verão Inverno

Summer Winter Summer Winter

Crioula 43,64 a,A 39,46 ab,A 32,64 a,A 28,03 a,B

Flórida 77 49,87 a,A 38,87 ab,B 36,62 ab,A 28,51 a,B

P 555 44,98 a,A 38,90 ab,B 33,23 a,A 28,73 a,B

P 581 44,28 a,A 39,45 ab,A 33,31 a,A 29,11 a,B

Moapa 52,15 a,A 41,25 ab,B 40,27 ab,A 31,04 a,B

Gilboa 49,07 a,A 44,38 ab,A 37,16 ab,A 31,44 a,B

34 Linea 51,10 a,A 40,27 ab,B 37,05 ab,A 27,79 a,B

C/W 8754 60,31 b,A 38,93 ab,B 43,23 b,A 27,80 a,B

C/W 4468 46,82 a,A 41,85 ab,A 34,11 a,A 31,86 a,A

C/W 86 50,48 a,A 41,36 ab,B 36,95 ab,A 30,61 a,B

C/W 8746 45,83 a,A 35,47 a ,B 32,69 a,A 26,80 a,B

Hunter Field 47,23 a,A 43,43 ab,A 34,74 a,A 30,99 a,B

Trifecta 46,15 a,A 40,97 ab,B 31,63 a,A 28,81 a,A

Sequel 45,43 a,A 46,05 b,A 33,17 a,A 33,99 a,A

CUF 101 44,50 a,A 43,22 ab,A 33,56 a,A 30,80 a,A

Aurora 48,62 a,A 38,81 ab,B 34,23 a,A 28,31 a,B

Siriver 49,98 a,A 40,44 ab,B 33,83 a,A 28,92 a,B

Médias, na linha/coluna, seguidas de letras maiúsculas (P<0,01) ou minúsculas (P<0,05) são diferentes pelo teste Tukey.

(7)

MONTEIRO, A. L. G. A v a l i a ç ã o d a s c a r a c t e r í s t i c a s

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Conclusões

As cultivares de alfafa Crioula, Flórida 77, P 555, P 581, Moapa, Gilboa, 34 Línea, C/W 8754, C/W 4468, C/W 86, C/W 8746, Hunter Field, Trifecta, Sequel, CUF 101, Aurora e Siriver evidenciaram potencial semelhante de produção de matéria seca e distribuição anual, podendo ser recomendadas para plantio na região, devendo-se levar em conta a dispo-nibilidade de sementes.

A composição bromatológica em proteína bruta, fibra em detergente ácido e fibra em detergente neutro indicou teores comparáveis às cultivares utilizadas em países de clima temperado, sendo consideradas de bom valor nutricional. Os teores de fibra em detergen-te neutro e fibra em dedetergen-tergendetergen-te ácido das cultivares de alfafa analisadas apresentaram comportamento vari-ável quanto às épocas do ano, sugerindo-se que estas características talvez possam ser usadas como critério de seleção de cultivares em estudos de melhoramento.

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Recebido em: 19/08/97 Aceito em: 08/05/98

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