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Educação em saúde: a influência das orientações recebidas no serviço público de saúde no comportamento dos pacientes hipertensos

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Academic year: 2021

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DHE: Departamento de Humanidades e Educação

Jeferson Luis Kerber

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A INFLUÊNCIA DAS ORIENTAÇÕES RECEBIDAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE NO COMPORTAMENTO DOS PACIENTES

HIPERTENSOS

Ijuí-RS 2015

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A INFLUÊNCIA DAS ORIENTAÇÕES RECEBIDAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE NO COMPORTAMENTO DOS PACIENTES

HIPERTENSOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito parcial à obtenção do Grau de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física.

Orientador: Prof.º Dr.º Sidinei Pithan da Silva

Ijuí-RS 2015

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A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A INFLUÊNCIA DAS ORIENTAÇÕES RECEBIDAS NO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE NO COMPORTAMENTO DOS PACIENTES

HIPERTENSOS

elaborado por

JEFERSON LUIS KERBER

como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel e Licenciado em Educação Física.

Ijuí (RS), março de 2015.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Sidinei Pithan da Silva

Orientador

__________________________________________ Prof. Dr. Paulo Carlan

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A todas as pessoas que de alguma forma, diretamente ou indiretamente, fizeram parte da minha trajetória acadêmica, em principal as pessoas que acreditaram que eu chegaria até o final. Agradeço especialmente aos meus pais Wilson e Rosani, por me dar a oportunidade de estudar, fazendo o possível para me ajudar. A minha esposa Jéssica por estar ao meu lado, incentivado com total apoio na minha trajetória. Agradeço a todos os amigos e colegas de curso, que de alguma maneira contribuíram, muitas vezes sem saber, com o enriquecimento dos conhecimentos. Obrigado a todos os professores do Curso de Educação Física da Unijuí, que tornaram essa formação possível, não medindo esforços para que os conhecimentos fossem atingidos. Em especial ao professor Sidinei que me auxiliou desde os primeiros encaminhamentos, por seu empenho e por ter acreditado na realização deste trabalho. Enfim, a todas as pessoas que fazem parte da minha vida.

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RESUMO

O presente estudo tem como tema geral a educação em saúde no âmbito da hipertensão arterial sistêmica. Uma doença crônica silenciosa, mas determinante que pode gerar diversas complicações à saúde, estando fortemente relacionada ao estilo de vida. A realização deste estudo tem com finalidade analisar quais são as influências das orientações recebidas no serviço público de saúde no comportamento dos pacientes hipertensos de uma unidade básica de saúde do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, que utilizam somente do serviço público de saúde para seu devido tratamento e qual a conduta dos pacientes frente à educação em saúde recebida. Portanto, desenvolveu-se um estudo descritivo, de campo, com cunho qualitativo e quantitativo. Com participação na amostra, foram utilizados 42 pacientes da unidade básica Estratégia Saúde da Família (ESF) com faixa etária entre 34 anos e 78 anos, bem como 2 profissionais da saúde responsáveis pelo grupo. Foram seguidos alguns critérios para escolha da amostra dos pacientes: a mesma foi composta de maneira aleatória, porém só poderiam fazer parte dela àqueles que tinham realizado o diagnóstico da doença com um prazo maior que 5 anos e ser exclusivamente usuário do serviço público de saúde para tratamento da doença. Os dados foram coletados por meio de questionários com perguntas abertas e fechadas, realizando-se um pré-teste do mesmo para estabelecer uma segurança antes de aplicá-lo e também por meio de entrevista semiestruturada. Os questionários foram aplicados aos pacientes, buscando com cunho quantitativo mostrar em números os resultados para fins de triangulação dos mesmos. Por outro lado, as entrevistas com os profissionais teve a mesma linha de questionamento utilizada aos pacientes, mas de forma semiestruturada com cunho qualitativo. Os dados foram analisados e transcritos, sendo em parte expressos por meio de gráficos, os quais evidenciam a natureza das orientações recebidas pelos profissionais responsáveis, seguindo com os resultados obtidos com as orientações oferecidas aos pacientes e por sua vez uma comparação da equivalência das duas. Ao partir da análise dos dados, foram estabelecidos alguns comparativos com estudos semelhantes, propondo observar de que maneira está sendo tratada a educação em saúde nas unidades básicas de saúde. Por meio do estudo foram constatados dados referentes à influência das orientações recebidas na referente unidade básica. Assim, ressalva-se uma ênfase dada ao tratamento medicamentoso por parte dos profissionais de saúde, medidas dadas pela comparação dos dados dos pacientes e dos profissionais, os quais preconizam uma preocupação na educação em saúde com o uso do medicamento, favorecendo muito pouco na mudança cultural em relação ao estilo de vida. A cada dia que passa um número alto de pessoas optam em buscar ajuda no Sistema Único de Saúde (SUS) para seus devidos tratamentos, mas em grande parte acabam minimizando a doença com o uso de medicamentos, ficando com menor importância a alimentação e o exercício físico. Cabe ressaltar os inúmeros fatores que dificultam realizar a educação em saúde integral, dentre elas emerge a falta de uma equipe multidisciplinar adequada para qualificar o atendimento prestado, fazendo com que as pessoas optem em mudarem seus estilos de vida. Destaca-se, a falta de um educador físico no contexto da equipe multidisciplinar, para que no âmbito da educação em saúde aconteça um educar de forma a ir além da assistência curativa, proporcionando-os prioridades nas intervenções preventivas voltada a melhorias nas práticas educativas.

Palavras-chave: Hipertensão. Exercício Físico. Educação em Saúde. Tratamento não

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ABSTRACT

This study has the general topic of health education in the context of hypertension. A silent chronic disease, but determining that can generate various health complications and is strongly related to lifestyle. This study is aiming to analyze what are the influences of the instructions received in the public health service in the behavior of hypertensive patients in a primary care unit of the Northwest of Rio Grande do Sul State, using only the public health service their proper treatment and which the management of patients across the received health education. Therefore, we developed a descriptive study, field, with qualitative and quantitative. With participation in the sample, 42 patients used the basic unit the Family Health Strategy (FHS) aged between 34 and 78, and two health professionals responsible for the group. They were followed some criteria for selection of the sample of patients: it was composed at random, but could only be part of it to those who had carried out the diagnosis of the disease with a longer period than 5 years and be exclusively user of the public health service treatment of disease. Data were collected through questionnaires with open and closed questions, performing the same pre-test to establish a security before applying it and also through semi-structured interview. The questionnaires were administered to patients, and seek quantitative nature show in numbers the results for triangulation purposes thereof. Moreover, interviews with professionals had the same line of questioning to the patients used, but a semi-structured way qualitative nature. Data were analyzed and transcribed, and partly expressed through charts, which show the nature of the instructions received by responsible professionals, according to the results obtained with the guidelines given to the patients and in turn a comparison of the equivalence of the two. By the analysis of the data, were established some comparative studies with similar proposing observe how being treated health education in primary health care units. Through the study were verified data on the influence of the instructions received regarding the basic unit. Thus, it is emphasized an emphasis given to drug treatment by health professionals, measures adopted by the comparison of the data of patients and professionals, who advocate a concern in health education with the drug, favoring very little change in cultural in relation to lifestyle. As each day passes a large number of people choose to seek help in the Unified Health System (SUS) for their proper treatment, but largely end up minimizing the disease using drugs, getting less attention to diet and exercise physical. It is worth noting the numerous factors that hinder education perform full health, among them emerges the lack of adequate multidisciplinary team to qualify the care provided, making people opt to change their lifestyles. , Noteworthy is the lack of a physical educator in the context of the multidisciplinary team, so that within the health education happens a school in order to go beyond the curative care, providing the priorities in preventive interventions aimed at improvements in educational practices.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Orientação recebida quanto à alimentação...31

Gráfico 2 – Orientação recebida quanto ao uso adequado da medicação...31

Gráfico 3 – Orientação recebida quanto à importância da prática regular de exercício físico...32

Gráfico 4 – Cuidados tomados...32

Gráfico 5 – Faz uso de medicamentos...34

Gráfico 6 – Mudança de hábito depois de diagnosticado ser hipertenso...35

Gráfico 7 – Você pratica algum exercício físico...36

Gráfico 8 – Fatores da não adesão à prática de exercício físico...37

Gráfico 9 – Exercícios físicos mais praticados...38

Gráfico 10 – Exercício físico mais indicado ou estabelecido pelos profissionais...38

Gráfico 11 – Frequência semanal da prática de exercício físico...39

Gráfico 12 – Foi atendido por quais profissionais a não ser pelo médico...40

Gráfico 13 – Satisfação com o atendimento...41

Gráfico 14 – Sugestões de melhorias no atendimento recebido...41

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LISTA DE FIGURAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...10

1.1. O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA...10

1.2. JUSTIFICATIVA...12

2 REVISÃO DE LITERATURA...13

2.1. HIPERTENSÃO...13

2.2. EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO...17

2.3. TREINAMENTO DE FORÇA E HIPERTENSÃO...20

2.4. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO E FATORES QUE INFLUENCIAM SUA ADERÊNCIA...23

3 METODOLOGIA...26 3.1. ABORDAGEM DE PESQUISA...26 3.2. TIPO DE PESQUISA...26 3.3. CONTEXTO DA PESQUISA...27 3.4. SUJEITOS DA PESQUISA...27 3.5. OS INSTRUMENTOS DE PESQUISA...27

3.6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES...28

3.7. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA...28

3.8. QUESTÕES ÉTICAS DA PESQUISA...29

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...29

4.1. ORIENTAÇÕES RECEBIDAS PELOS PACIENTES E HÁBITOS DE VIDA...30

4.2. ORIENTAÇÕES OFERECIDAS PELOS PROFISSIONAIS E SATISFAÇÃO COM O ATENDIMENTO PRESTADO...43

4.3. COMPARATIVO ENTRE AS RESPOSTAS DOS PACIENTES E PROFISSIONAIS E CONSTATAÇÕES...46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...47

REFERÊNCIAS...48

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA

A hipertensão arterial é uma doença crônica a qual está presente em grande parte da população atual, silenciosa, mas determinante a trazer diversas complicações. Vista como responsável segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2010) por cerca de 33% das mortes envolvidas por doenças crônicas. Sendo assim, a mesma encontra-se fortemente relacionada com o estilo de vida que cada um leva, tanto na dieta alimentar como na prática de exercícios físicos. Com o passar dos tempos, pessoas vão se tornando sedentárias frente ao exercício físico, tendo por sua vez diversos fatores para não adesão da prática de alguma atividade física, contribuindo dessa forma para o surgimento das doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes entre outras.

Considerando isso, inúmeros estudos mostram que a hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode ser prevenida ou amenizada com implantação de hábitos de vida saudáveis, a qual está diretamente relacionada com a prática de exercício físico seguido de um bom equilíbrio alimentar que, se combinados, podem contribuir e muito para ter um estilo de vida saudável, promovendo uma prevenção para diversas doenças.

Tem se observado bastante no cotidiano que para o tratamento da hipertensão os profissionais de saúde utilizam e muito o medicamento como forma de amenização da doença. Diversos casos acrescentam com a receita de medicamentos algumas sugestões alimentares. Nesse sentido, com tanto estudo mostrando a importância do exercício físico para a contribuição do tratamento das doenças o mesmo fica esquecido e despercebido. Andrade e Santos (2010), aplicaram testes em uma voluntária de 19 anos, onde foi aplicado um treinamento com exercício físico resistido, utilizando carga de 70% de 1RM. Após 8 semanas de avaliação, foi constatado uma diminuição em repouso significativa da pressão arterial (ANDRADE & SANTOS, 2010).

O exercício físico é uma forma de atividade física que tem como característica particular o objetivo de melhorar a aptidão física. Diferente da atividade física, o exercício físico é sistematizado. Segundo Saba (2003, p. 50),

Sequência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, executados de forma planejada, segundo um determinado objetivo a atingir. Uma das formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, do condicionamento físico, de habilidades motoras ou de reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com diagnóstico

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de necessidade ou carências específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados.

Com a prática frequente e regular de exercícios físicos, podem-se obter vários benefícios ao corpo do praticante, tanto na parte física como psicológica. Nesse sentido, todos os inúmeros tipos de exercícios físicos tem como fator benéfico aumentar a taxa metabólica, reduzir a gordura corporal, reduzir o colesterol e outras gorduras do sangue, aumentar a densidade óssea e entre elas reduzir a pressão arterial. Portanto, “vale mencionar que o indivíduo que possui maior força muscular fará menos esforços para vencer uma mesma carga, o que ocasionará um menor duplo produto e pressão arterial” (GUEDES et al, 2008, p. 270).

Portanto, podemos dizer que a hipertensão torna-se um agravante à saúde pública, sendo um grande desafio por parte dos profissionais da saúde em convencer as pessoas por optarem em mudar seus hábitos de vida, fazendo-os ver como o tratamento não medicamentoso contribui na prevenção e amenização da hipertensão arterial. Assim, deve-se ter um conhecimento vasto sobre a doença, consequências da mesma e a importância que à prática do exercício físico exerce frente ao tratamento.

A educação em saúde tende em sua magnitude contribuir com melhorias no estilo de vida das pessoas e nas condições de saúde das sociedades. Desta forma, a educação em saúde está fortemente relacionada com a aprendizagem designada a alcançar a saúde, que, por sua vez, adentra na realidade encontrada na população. Na visão de Oliveira e Gonçalves (2004, p. 761) “a educação em saúde deve provocar conflito nos indivíduos, criando oportunidade da pessoa pensar e repensar a sua cultura, e ele próprio transformar a sua realidade”.

O educar em saúde é uma forma de aproximar-se a sociedade enfatizando as ações preventivas em tornar as práticas educativas complexas e envolventes. Segundo Alves (2004, p. 43) entende que o educar em saúde,

Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas, uma vez que a compreensão dos condicionantes do processo saúde-doença oferece subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas de saúde.

Com isso, observamos que as equipes multidisciplinares inseridas nas unidades básicas de saúde exercem uma função importante nas vidas das pessoas que procuram ajuda para tratar suas doenças. A partir desse aspecto, os profissionais possam exercer a estratégia

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de reorientar a população as práticas de saúde, visando constituírem-se sujeitos capazes de enfrentar os problemas de saúde (ALVES, 2004).

Portanto, partindo das afirmações acima, além de observar a quantidade enorme de pessoas que buscam as unidades básicas de saúde para fins de tratamento, surge tal questionamento: Qual é a influência das orientações recebidas no serviço público de saúde no comportamento dos pacientes hipertensos do ESF, que utilizam somente do serviço público de saúde para tratamento de sua doença? E qual a conduta dos pacientes frente a estas orientações?

1.2 JUSTIFICATIVA

Dentre inúmeros campos de pesquisa da educação física, a hipertensão arterial sistêmica me interessou pelo fato de, hoje, ser muito grande o número de pessoas que estão com hipertensão. Em muitos casos, os pacientes não procuram uma ajuda qualificada para seu tratamento e precaução da mesma por diferentes fatores. Assim, na trajetória acadêmica do curso de Educação Física e com leituras complementares, consegui observar o quão importante é o exercício físico para a saúde, em especial para o tratamento das doenças crônicas presentes no nosso cotidiano.

Portanto, observando no dia-a-dia a quantidade de pessoas que procuram o SUS para tratamento de suas doenças vem crescendo e se agravando a cada dia que passa. Porém, nesse momento observa-se que a importância dada ao uso da medicação se sobressai muito aos cuidados com os hábitos de vida, como a alimentação e a prática regular de exercícios físicos. Desta forma, insatisfeito com a desvalorização/esquecimento da prática do exercício físico, foi preciso buscar conhecer como o exercício físico age no organismo e quais são de fato os efeitos benéficos do mesmo no tratamento e prevenção da hipertensão. Após várias leituras de trabalhos científicos realizados nessa área, foi constatado e comprovado que o exercício físico previne e auxilia no tratamento da hipertensão.

Convencido dos benefícios que o exercício físico proporciona no tratamento e controle da hipertensão, estabeleço através deste estudo, justificar a importância das equipes multidisciplinares nas unidades básicas de saúde, incluindo os educadores físicos nas equipes multiprofissionais, propondo com a inclusão qualificar as orientações oferecidas aos pacientes hipertensos, a fim de contribuir na mudança do estilo de vida dessas pessoas, perfazendo com um acompanhamento assíduo na busca de diminuir o uso do medicamento no tratamento. Como ressalta a SBH, (2004, p. 102):

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No tratamento da pessoa hipertensa a abordagem multidisciplinar é imprescindível na obtenção da adesão satisfatória. A associação dos diferentes profissionais da área da saúde junto ao binômio médico–paciente só trará compensações para todos. A fim de otimizar o resultado da atuação da equipe de saúde, torna-se fundamental que o paciente seja analisado pelo seu comportamento diante do tratamento, permitindo a identificação do principal ou principais fatores envolvidos na não adesão ao tratamento.

Desse modo, o objetivo geral deste estudo foi analisar quais são as influências das orientações recebidas no serviço público de saúde, no comportamento dos pacientes hipertensos de uma unidade básica de saúde ESF do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, que utilizam somente do serviço público de saúde para seu devido tratamento e qual a conduta dos pacientes frente à educação em saúde recebida.

Desta forma, para que o objetivo geral fosse alcançado, foram necessários objetivos específicos, sendo eles: a) investigar quais são as orientações recebidas com relação à hipertensão; b) observar quais são os profissionais que estão lhe orientando; c) analisar a conduta dos pacientes frente às orientações recebidas; d) identificar fatores/influências à aderência do tratamento não medicamentoso.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HIPERTENSÃO

A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica e silenciosa, sendo responsável, segundo a SBH (2010) por cerca de 33% da taxa de mortalidade, caracterizada por níveis elevados da pressão arterial. Associam-se com alterações funcionais dos nossos principais órgãos como coração, rins, vasos sanguíneos e encéfalo, sendo um dos principais problemas da saúde pública.

A hipertensão é diagnosticada quando é feita uma análise com um aparelho específico chamado de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, aferindo os braços pelo menos duas vezes consecutivas. A aferição é realizada de maneira que possa estabelecer em números o nível em que se encontra a pressão arterial, cujo valor encontrado é classificado em mmHg (milímetros de mercúrio). O ideal é estabelecer a média dos resultados obtidos com a aferição de ambos os braços.

Esses níveis pressóricos encontrados são nada mais e nada menos a forma, observada em números, para podermos definir em que estado se encontra a tensão arterial interna dos vasos sanguíneos. Sendo assim, em uma aferição somente encontram-se dois resultados: a) o primeiro resultado obtido no esfigmomanômetro podendo ser caracterizado de pressão

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sistólica; portanto é o momento em que o ventrículo esquerdo bombeia o sangue com maior pressão para a aorta, em níveis normais de 110mmhg a 140mmg o nível tensional (SBH, 2010); b) o segundo resultado obtido na mesma aferição é caracterizado de pressão diastólica; neste é encontrado o valor mínimo da pressão arterial, ficando na casa dos 70mmmhg à 80mmhg em níveis normais. Esse é o momento em que o ventrículo esquerdo retorna a encher de sangue para voltar a retomar o ciclo da circulação sanguínea (SBH, 2010).

A HAS será constatada se os níveis tensionais estejam elevados num ponto que a pressão sistólica exceda os 140mmHg e a diastólica exceda os 90mmHg (SHEPHARD, 2003). O conceito não se baseia somente como uma condição clínica de cifras elevadas. Na verdade a HAS existe num contexto sindrômico, com alterações hemodinâmicas, tróficas e metabólicas. Assim, pensamos em uma forma de controle satisfatório do mesmo, sendo que outros fatores de risco potencialmente maiores podem sobrepor o paciente, dificultando a amenização do mesmo (OIGMAN, 2003).

Hipertensão arterial sistêmica trata-se de uma doença silenciosa, sem sintomas que possam destacar se uma pessoa é hipertensa ou não. A hipertensão sempre está acompanhada de algum fator, sendo dores na cabeça, tonturas, sangramento nasal entre outros que o acompanham. Assim, ficando por conta dos fatores de risco que a pessoa pode estar a notar anormalidades no seu corpo (RAMALHETE, 2010).

A hipertensão arterial sistêmica tem um fator de risco em destaque, a idade, que partindo dos 40 anos, a prevalência de se obter valores maiores de pressão arterial é grande, como mostram os dados obtidos da SBH (2010, p. 02) “entre metalúrgicos do RJ e SP a prevalência de HAS foi de 24,7% e a idade acima dos 40anos foi a variável que determinou maior risco para esta condição”. Assim, como o fator idade, outros fatores estão a contribuir com a prevalência da hipertensão, destacando o excesso de peso, a ingesta exagerada de sal, o aumento no consumo de álcool, o sedentarismo, a genética, enfim vários são os fatores que podem estar relacionados com o aumento da pressão arterial (SBH, 2010).

A hipertensão é uma condição que a tensão interna das artérias encontra-se elevada. Os valores desta tensão são bem mais elevados do que a de uma pessoa sem hipertensão arterial sistêmica. Segundo Guyton (1988, p. 253):

A hipertensão, palavra que quer dizer “pressão aumentada do sangue”, significa pressão arterial elevada, ocorrendo, aproximadamente, em uma de cada cinco pessoas antes do término de suas vidas, em geral, na meia idade ou na velhice. A pressão arterial excessiva da hipertensão pode provocar a ruptura dos vasos sanguíneos cerebrais, dando origem aos “acidentes vasculares cerebrais”, bem como

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dos vasos renais, causando “insuficiência renal” ou dos vasos de outros órgãos vitais, produzindo cegueira, surdez, ataques cardíacos etc.

A Pressão Arterial é um dos sinais vitais, assim como batimentos cardíacos, temperatura e respiração. “O conceito de PA consiste na força em que o sangue exerce nas paredes internas dos vasos sanguíneos” (NETO, 2006, s/p). Dessa forma, depende de vários fatores que o estimulam, podendo sofrer variações de um corpo a outro.

No entanto, sabe-se que diferentes circunstâncias são capazes de fazer com que prevaleça a hipertensão. Os fatores de risco podem ser distintos e classificam-se em modificáveis e não modificáveis. Desta forma, os fatores de risco modificáveis são aqueles que com a mudança de hábito de vida ou alguns cuidados básicos com a saúde podem ser modificados, fazendo com que altere os níveis pressóricos e evitando ou precavendo a hipertensão. Tendo assim, como exemplo de fatores de risco modificáveis o excesso de peso, inatividade física, dieta rica em sais e gorduras, consumo excessivo de bebidas alcóolicas e o tabagismo (SBH, 2010).

Na mesma linha obtemos os fatores de risco não modificáveis, que são aqueles fatores que contribuem para o surgimento da hipertensão arterial sistêmica em maior escala. Os mesmos têm como referência a predisposição hereditária, raça negra, idade avançada e pessoas do sexo masculino. Assim, esses fatores ampliam a probabilidade ou risco de surgimento da hipertensão nas pessoas enquadradas acima (SBH, 2010).

Devido a um longo tempo contendo níveis pressóricos elevados, o mesmo irá acarretar em diversos riscos e complicações para a saúde do indivíduo hipertenso, fazendo com que lesione os vasos sanguíneos e os principais órgãos vitais do organismo. Os sintomas decorrentes das lesões causadas pela hipertensão são: tonturas, dores de cabeça e aumento nos batimentos cardíacos.

As causas da hipertensão são visto como um grande estudo da fisiologia, abordada em questão a entender o que pode estar a provocar no organismo para elevação da pressão arterial. O surgimento da hipertensão é causado pelo funcionamento anormal dos mecanismos de regulação da pressão em nosso organismo (GUYTON, 1988).

Para que possamos entender as diferentes causas da hipertensão, Guyton (1988) destaca quatro causas que tem prevalência ao aumento da pressão arterial, podendo ser provocada pela hipertensão renal, hipertensão hormonal, hipertensão neurogênica e pela hipertensão essencial.

A hipertensão renal ocorre através de lesões que afetam os rins. Essas lesões são derivadas das mais distintas origens, podendo vir a surgir em uma má formação da aorta na

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fase de desenvolvimento fetal e por origens como infecções, constrições de artérias, enfim entre outras doenças renais. Essas lesões provocam um aumento da pressão arterial inferior do corpo, elevando assim a pressão arterial de todo o corpo. Para que possa atingir níveis de pressão normais, a pressão arterial inferior deve retomar a seus valores normais (GUYTON, 1988).

Outra causa da hipertensão arterial sistêmica citada anteriormente é a hipertensão hormonal, que por sua vez está relacionada com os córtices supra-renais, como resultado de uma secreção muito grande de aldosterona. Essa quantidade excessiva de aldosterona faz com que aumente a retenção de sal e líquidos pelos rins, ocasionando um aumento do meio líquido do corpo e em consequência a elevação da pressão arterial acima dos níveis normais (GUYTON, 1988).

Por sua vez a hipertensão neurogênica está fortemente relacionada com a tensão nervosa excessiva, sendo necessário um controle neural para que a pressão arterial retorne aos níveis normais. Segundo Guyton (1988, p. 254) entende que “a proposta mais aceita é a de que o grau de atividade simpática fica aumentado e que isso produz constrição dos vasos sanguíneos periféricos e o aumento da atividade cardíaca”. O aumento da atividade cardíaca em prol das constrições dos vasos sanguíneos ocasiona um aumento da pressão arterial ocasionando o surgimento da hipertensão.

A hipertensão arterial essencial é distinta das outras hipertensões descritas anteriormente. No entanto, a hipertensão essencial tem causas desconhecidas que possam comprovar a elevação da pressão arterial. Como ressalta Guyton (1988, p. 255),

[...] em cerca de 95% de todas as pessoas hipertensivas, a causa permanece desconhecida, e diz-se que essas pessoas têm hipertensão essencial, [...] significando, simplesmente, “de causa desconhecida”. Muitas tentativas têm sido feitas para provar que a hipertensão essencial tem causa em anormalidade renal ou glandular, ou de atividade excessiva do centro vasomotor.

Como forma de prevenção da hipertensão, podemos ressaltar duas medidas a serem tomadas, quais são as medidas não medicamentosas e medidas medicamentosas. As duas medidas como prevenção primária tendem a ter certo grau de cuidados para as pessoas que optem em ter suas vidas saudáveis. A medida não medicamentosa leva em consideração a mudança no estilo de vida bem como desde a infância as pessoas devem se regrar de cuidados com alimentação e limites que podem chegar dentro de uma complexidade de vida saudável adquirida no decorrer dos anos de sua vida.

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2.2 EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO

O exercício físico provoca diversas alterações ou adaptações em nosso corpo, fazendo com que ocorram modificações fisiológicas na medida em que haja uma prática regular do mesmo. Entre todas as modificações ocorridas em função da prática regular de exercícios físicos, destaca-se uma melhora global da eficiência do sistema cardiorrespiratório. A mesma é decorrente de uma maior demanda no consumo maior de oxigênio no decorrer da prática, em função de um trabalho de esforço com maior carga em nosso organismo, que resulta em última instância na melhora no condicionamento físico geral.

Exercício físico pode ser entendido por realizar-se qualquer atividade física repetidamente em determinada situação, com objetivo específico para o que se propõe em cada tipo de atividade física. Fica fundamental a prática para a saúde de todos, contando com muitos benefícios o mesmo desempenha condições para que se evitem diversas doenças e auxilie em diversos tratamentos de outras, reduzindo de tal maneira diversos riscos à saúde. (POLLOCK & WILMORE, 1993)

Em relação aos benefícios que o exercício físico traz para saúde, destacam-se os mesmos para o controle da hipertensão, que por sua vez tendem a caracterizar um momento qual nosso organismo em prática sai da homeostase, devido ao aumento da demanda energética pelas musculaturas exercitadas. Assim, sofrendo alterações em nosso organismo conforme o tipo de exercício físico praticado (BRUM, 2004).

Os tipos de exercício podem ser divididos em dinâmicos, que são realizados com movimentação das articulações necessárias para executar determinada atividade física, ou os estáticos, que como o nome diz, não envolve movimentos com as articulações. Embora distintos, os dois provocam alterações adversas em nosso organismo, podendo gerar, numa intensidade alta, uma elevação na frequência cardíaca de maneira drástica.

O aumento da frequência cardíaca ocasionada pela intensidade muito alta do exercício físico pode resultar em um aumento dos níveis tensionais dos vasos sanguíneos, favorecendo no desenvolvimento de certas complicações nas pessoas com hipertensão arterial. Portanto, deve ser controlada a intensidade aplicada em determinada atividade física para não haver complicações futuras em pessoas hipertensas.

Após o término de uma sessão de atividades físicas, a pressão arterial cai ou reduz abaixo dos níveis tensionais encontrados em repouso pelo praticante, ficando por um período entre 30 minutos a 120 minutos, dependendo da intensidade e do tipo de exercício executado. No que diz Nieman (1999, p. 198),

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No decorrer do tempo, enquanto o exercício é repetido, evidências crescentes sugerem que pode ocorrer uma redução de longa duração da pressão arterial de repouso. Em outras palavras, a prática de exercícios pode diminuir a pressão arterial pelos efeitos benéficos e aditivos das sessões regulares de atividade física.

Desta forma, a queda da pressão arterial depois de uma sessão de exercícios é provocada pela vasodilatação dos vasos sanguíneos, bem como pela função de redução do débito cardíaco e a redução vascular periférica, pode ser maior à medida que se prolonga o tempo gasto em atividade física. Portanto, o exercício físico mais prolongado possui efeitos hipotensores maiores e ao mesmo tempo mais duradouros (BRUM, 2004).

Portanto, o diferente nível de intensidade aplicado na prática de um determinado exercício físico proporciona ao corpo diferentes respostas frente a ele. Nos estudos mostrados por Rondon (2003), evidenciou-se que exercícios com intensidade alta - cerca de 85% do consumo de oxigênio-, não causaram diminuição expressiva na pressão arterial, ao contrário dos resultados obtidos com exercícios em uma intensidade de 55% do consumo de oxigênio, os quais evidenciaram uma queda significativa na pressão arterial pós exercício. No mesmo enfoque, Rondon (2003, p. 135) destaca que “a intensidade de exercício menor que 70% do consumo máximo de oxigênio é a mais efetiva em diminuir a pressão arterial”.

Concordando com a ideia de realizar a prática de exercício físico com intensidade moderada, tem se obtido resultados melhores do que se realizado com intensidade alta. Porém, além desse, outro critério que se deve levar em consideração é o fato da prática de atividades diárias auxiliarem em manter os efeitos benéficos obtidos sobre a diminuição da pressão arterial. Como discutido anteriormente Nieman (1999, p. 201) ressalta que:

[...] cada sessão de exercício relaxa os vasos sanguíneos, causando uma diminuição da pressão arterial pós-exercícios. No decorrer do tempo, o exercício pode “afrouxar” um pouco os vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial de repouso, da mesma maneira que o alargamento de um cano de água diminui a pressão da água.

Alterações funcionais como a diminuição da pressão arterial, ocasionada devido à prática de exercício físico regular, tem se destacado em vários estudos que tentam entender o que faz a pressão arterial sofrer queda. Como ressaltado anteriormente, a maior parte dos estudos encontraram respostas semelhantes, embora ainda se procurem outros resultados sobre o fato de diminuir a pressão pós-exercício.

Destaca-se, em geral, a diminuição do débito cardíaco em consequência do decréscimo da frequência cardíaca em repouso, bem como, a baixa na resistência vascular periférica. A redução do débito cardíaco é ocasionada, pelo fato de que em repouso o organismo tende a

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resultar numa queda da frequência cardíaca, em seguida uma diminuição no tônus simpático do coração (GONÇALVES, 2007).

Portanto, o exercício físico praticado com níveis de intensidade baixo ou moderado, serve para melhorar o condicionamento físico tanto de pessoas sem hipertensão como as com hipertensão. Nos indivíduos sem hipertensão tem um efeito benéfico que pode resultar em uma prevenção para não obter complicações futuras e nos hipertensos têm uma importância no tratamento não medicamentoso; espera-se com o tempo de prática que o indivíduo possa diminuir as complicações originadas da hipertensão.

Os efeitos benéficos da prática regular de exercício físico são oriundos de certos cuidados e precauções que devem ser respeitados na hora de praticar determinado tipo de exercício; exercícios praticados com intensidade e quantidade inadequadas terão complicações adversas dessa prática, pondo em risco a vida dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Assim, as pessoas com hipertensão devem seguir com a lógica gradual da intensidade do exercício físico, chegando à intensidade moderada que gira em torno de 60% a 80% da frequência cardíaca máxima. Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006, p. 27):

A recomendação da atividade física baseia-se em parâmetros de frequência, duração, intensidade e modo de realização. Portanto, a atividade física deve ser realizada por pelo menos 30 minutos, de intensidade moderada, na maior parte dos dias da semana de forma continua ou acumulada.

Portanto, ao visar à prática de atividades físicas diárias como rotina, os praticantes terão com o exercício físico um auxílio no comportamento fisiológico, se tratando de prevenção como também no tratamento das doenças cardiovasculares originadas da hipertensão. No entanto, em casos isolados, seguir com rigor as recomendações de um profissional educador físico quanto à intensidade e duração das sessões de exercícios físicos indicados.

O exercício físico praticado das diferentes formas e intensidades propõem alterações distintas em nosso corpo, como observado anteriormente; são inúmeros os benefícios que a prática com regularidade proporciona a saúde. Com o decorrer da leitura de diferentes trabalhos científicos, comprovando os efeitos benéficos do exercício físico, encontram-se dentre eles a importância do treinamento de força em prol do tratamento de indivíduos hipertensos, mensurando o treinamento de força ao ser praticado de forma adequada na pessoa com hipertensão, obtém-se alterações fisiológicas importantes no tratamento do mesmo.

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2.3 TREINAMENTO DE FORÇA E HIPERTENSÃO

O treinamento de força existe desde o início dos tempos. Em torno de 2000 a.C., o treino acontecia em campos abertos onde os egípcios carregavam sacos de areia como forma de exercer um trabalho de força. Stoppani (2008, p. 07) afirma que “no entanto, a associação histórica com a qual as pessoas estão mais familiarizadas é com os gregos antigos”. O treinamento de força é praticado na atualidade por um imenso grupo de pessoas tendo em mente diversas finalidades. Na grande maioria dos casos, utilizam para ganho de força e massa muscular, outros para fortalecimento muscular, visando buscar uma melhora na qualidade de vida (STOPPANI, 2008).

A prática do treinamento de força com o passar dos tempos tornou-se mais popular pelos praticantes, sendo um componente necessário do condicionamento físico e de grande desempenho a nível esportivo. Com finalidade de obter o máximo de proveito dos grandes benefícios que o mesmo propõe, o praticante deve ter um vasto conhecimento dos principais princípios do treinamento resistido. Com base nos principais princípios do treinamento será possível executar uma série de programas para que com eles se obtenha um resultado significativo no que se espera (STOPPANI, 2008).

Existem várias definições de força, dentre elas vários tipos de força. Força absoluta: quantidade máxima de força exercida em condições de inibição dos mecanismos; Força máxima: é a força máxima exercida em um grupo muscular, enquanto pratica 1RM (repetição máxima); Força relativa: é a força máxima em relação ao seu peso; Força explosiva: é uma habilidade referente à movimentação exercida com rapidez; Força de arrancada: é a força exercida de forma brusca na potência em fase inicial de um movimento; Força de aceleração: é exercida durante um exercício, sendo que visa o maior tempo possível de velocidade nos movimentos; Força resistente: manter uma determinada força o maior tempo possível (STOPPANI, 2008).

Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2003) apud Guedes et al, (2008, p. 32)

[...] a força muscular refere-se à máxima tensão que pode ser gerada por um músculo específico ou grupo muscular. Em um conceito mais abrangente, considerando as definições anteriores, podemos dizer que a força representa a capacidade de um indivíduo impor tensão muscular contra determinada resistência, e depende, especialmente, de fatores mecânicos, fisiológicos e psicológicos.

O treinamento de força pode ser considerado uma contração muscular, por exercer uma relativa carga ao sistema cardiorrespiratório. Com essa carga, podem-se obter mudanças

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na pressão arterial, frequência cardíaca e no duplo produto. Os exercícios realizados com cargas podem estabelecer um ganho de massa corporal, juntamente atribuir valores significativos aos aspectos fisiológicos do corpo. Dentre eles, um dos principais valores estabelecidos é a diminuição pressórica pós-exercício (MENEGHINI et al, s/d).

As adaptações cardiovasculares referentes ao treinamento de força obtiveram um grande aumento nos estudos, com os quais se propõem mostrar os benefícios fisiológicos do treinamento de força. Como todas as adaptações ao treinamento de força, a resposta é afetada pelo volume e intensidade da prática dos exercícios físicos (FLECK & KRAEMER, 1997).

No entanto, as adaptações cardiovasculares são causadas por estímulos do treinamento de força exercidos sobre o sistema cardiovascular. Sabe-se que as adaptações são diferenciadas dependendo do treinamento. O treinamento de força exige um bombeamento sanguíneo com uma necessidade relativamente pequena de sangue, mas com uma pressão nos vasos sanguíneos alta. Já o treinamento de resistência exige um grande volume de sangue, mas com uma pressão nos vasos relativamente baixa (FLECK & KRAEMER, 1997).

Com o decorrer de um processo de treinamento de força, o corpo do praticante vai modificando funções importantes, desenvolvendo alterações no coração que se denominam em alguns casos de “coração atleta”. Segundo Weineck, 1999 apud Pugliese (2008, s/p) “ocorre um aumento da cavidade cardíaca (dilatação) e um aumento da espessura das paredes cardíacas (hipertrofia)”.

A resposta da pressão arterial durante a atividade resulta de um aumento da pressão intratorácica que provoca uma redução do retorno venoso. Consequentemente há também uma redução do volume sistólico e um acúmulo de sangue na circulação sistêmica resultando em um aumento da pressão arterial (FLECK & KRAEMER, 1997, p.03).

No entanto, na medida em que o treinamento é realizado com cargas elevadas acima do nível moderado, o organismo realiza a manobra de valsalva, devendo ser evitada para as pessoas com hipertensão arterial sistêmica. Com o aumento da intensidade do tipo de exercício praticado, provoca-se uma redução da velocidade de realização do movimento, causando uma grande elevação na pressão intramuscular e ocasionando um grande aumento na compressão dos vasos e artérias (GUEDES et al 2008).

O treinamento pode ser executado com diferentes intensidades. Cada uma delas estabelece e propicia respostas variadas em função da carga. O exercício resistido pode afetar o sistema cardiovascular dependendo do nível que é praticado. Conforme Guedes Jr (1998, p. 101),

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[...] os indivíduos com doenças cardiovasculares geralmente têm sido desviados das atividades físicas que envolvem contração isométrica ou treinamento com resistência. Essa tendência pode estar relacionada aos relatos de grandes respostas pressóricas à atividade de resistência intensa e a uma maior incidência de arritmias ventriculares em pacientes cardiopatas quando comparados com o exercício dinâmico.

Perante o exercício resistido deve-se ter o conhecimento que, se envolver um grupo muscular grande, a pressão exercida nos vasos é maior em comparação com um grupo muscular pequeno. Assim, a pressão arterial está relacionada à quantidade de massa muscular utilizada no exercício (GUEDES et al 2008). Kelley e Kelley apud Medina et al (2010), constataram que, com o treinamento resistido a pressão arterial diminuiu cerca de -2%/-4%. Com este estudo começou a se mostrar mais interesse referente ao aprofundamento das pesquisas.

Uma nova meta- análise publicada em 2005 também observou redução das PA, na ordem de -3,2/-3,5mmHg, após o treinamento resistido, porém essa revisão incluiu apenas nove trabalhos controlados e aleatórios, envolvendo diferentes populações e protocolos de treinamento, o que não permite a extrapolação dos resultados para nenhuma situação especifica. No âmbito nacional, uma meta-análise feita na Universidade Estadual de Londrina em 2009 também encontrou redução da PA com o treinamento resistido. Ela incluiu 19 estudos, o que demonstra o aumento da produção na área nos últimos anos (MEDINA et al, 2010, p. 105).

O treinamento de força praticado com pessoas hipertensas tem como finalidade principal uma redução da pressão arterial. Com base nos estudos, a prática regular dos exercícios físicos com uma intensidade moderada (cerca de 50% a 70% da carga máxima, GUEDES JR., 1998), segundo Pugliese (2008, s/p), “pode ter uma diminuição na pressão diastólica em até 5mmHg em repouso e um aumento da resistência cardiovascular caracterizado por um aumento no VO2 máx. (7,8%)”. Outros estudos mostram que em 10 semanas de treinamento acontece uma redução da pressão sistólica de 17 mmHg (PUGLIESE, 2008).

Os exercícios resistidos realizados em pessoas com hipertensão arterial sistêmica devem ser praticados com ajuda de um profissional da área. Visando buscar resultados frente ao problema, o profissional deverá prescrever um treino ao aluno, conforme sua demanda. Assim, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACMS, 2003) apud Guedes et al 2008, recomenda a prática de exercícios com repetições entre 10 e 12 repetições de forma calma e em circuito com intervalos de 1 a 2 minutos entre as séries (GUEDES et al 2008).

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A prática correta dos treinamentos faz com que os níveis pressóricos diminuam pós-treino. Claro que se deve levar em consideração a prescrição dos exercícios. Junto com a diminuição dos níveis pressóricos, outro benefício que deve ser importante destacar é que ocorre um grande aumento no colesterol bom (HDL) (RAMALHETE, 2010).

A atividade física produz uma diminuição na resistência vascular e nos níveis plasmáticos de norepinefrina (um potente vasoconstritor encontrado na circulação) sugerindo uma atividade nervosa diminuída. Além dos benefícios citados acima a atividade física ajuda no aumento do colesterol “bom” (HDL), na liberação de hormônios vasodilatadores (dentre eles o óxido nítrico e a prostaglandina) que fazem com que haja um aumento no diâmetro do vaso sanguíneo, aumentando o fluxo sanguíneo para os órgãos e músculos (RAMALHETE, 2010, s/p).

Para determinado objetivo de obtenção de valores pressóricos diminuídos em repouso os treinos perante os estudos de Mcardle & Katch apud Pugliese (2008), devem ser praticados com uma maior ênfase nos membros superiores. Pugliese (2008, s/p) ressalta que a “menor massa muscular e árvore vascular dos braços oferecem uma maior resistência ao fluxo sanguíneo que a maior massa da árvore vascular das pernas”. Em algumas situações que venham a ocorrer pode haver limitações ao praticar um treinamento de força. Portanto é bom lembrar que antes de tudo, deve ter um acompanhamento médico e um professor da área (PUGLIESE, 2008).

Além desses benefícios citados acima vale ressaltar a diminuição do duplo produto. No qual se refere ao trabalho do miocárdio e consumo de oxigênio. Acontece uma adaptação com um determinado período de treino, em que há uma diminuição no consumo miocárdico de oxigênio (FLECK & KRAEMER, 1997).

Os níveis do duplo produto podem não só baixar significativamente com a realização dos exercícios resistidos, como também podem ter um elevado nível. Esse aumento do duplo produto acontece a partir de uma prática intensa de treinamento, que por sua vez pode não estabelecer níveis agradáveis ao desejado, que seria como objetivo do treinamento haver uma diminuição significativa do mesmo. Segundo Assunção et al (2007, p. 121), “valores mais elevados do mesmo durante o esforço representam maior estresse cardiovascular”, podendo trazer consigo alterações na frequência cardíaca e pressão arterial (ASSUNÇÃO et al, 2007).

2.4 TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO E FATORES QUE INFLUENCIAM SUA ADERÊNCIA

O tratamento não medicamentoso da hipertensão inclui uma prática regular de exercício físico, juntamente com uma alimentação controlada. Os cuidados trazem inúmeros resultados

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para o indivíduo hipertenso, por ser de fato uma mudança no estilo de vida que pode trazer melhorias consigo, tanto para o bem estar, como para o tratamento e prevenção da doença. Sabendo-se da importância do tratamento não medicamentoso, ainda está difícil a aderência para o mesmo.

Cabe ressaltar ainda que o tratamento implica em uma mudança no estilo de vida das pessoas. Sendo uma das funções das equipes multidisciplinares das unidades básicas de saúde, promover com estratégias uma educação em saúde integral, propondo fazer com que a população ou o grupo específico trabalhado se envolva em uma mudança no seu hábito de vida. Para que, com o decorrer do tratamento as pessoas com hipertensão possam diminuir o uso de medicamentos, chegando ao ponto de cessar o uso dos medicamentos hipotensivos.

Nesse sentido, fazer com que pessoas tenham uma boa aderência ao tratamento não medicamentoso é parte de um trabalho das equipes multidisciplinares das unidades básicas de saúde. Cuja importância se baseia em um estilo de vida saudável com uma dieta balanceada em conjunto com a atividade física. Com a aderência a esse tipo de tratamento observa -se uma melhora significativa no controle da pressão arterial, bem como uma diminuição nas complicações da hipertensão (SABATÉ, 2003).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (2004, p. 91) “a ausência de sintomas e o fato da hipertensão ser uma doença crônica são dois aspectos que contribuem fortemente para a baixa adesão ao tratamento.” Assim, entre esses fatores, outros podem estar relacionados com o estilo de vida que as pessoas seguem, sendo um grande desafio para os profissionais que realizam a educação em saúde nas unidades básicas de saúde propor uma mudança no estilo de vida, adotando novos hábitos de vida. Segundo a SBH (2004, p. 102):

No tratamento da pessoa hipertensa a abordagem multidisciplinar é imprescindível na obtenção da adesão satisfatória. A associação dos diferentes profissionais da área da saúde junto ao binômio médico–paciente só trará compensações para todos. A fim de otimizar o resultado da atuação da equipe de saúde, torna-se fundamental que o paciente seja analisado pelo seu comportamento diante do tratamento, permitindo a identificação do principal ou principais fatores envolvidos na não adesão ao tratamento.

Tornando-se um grande agravante público, a procura das unidades básicas de saúde para finalidade do tratamento para hipertensão vem crescendo a cada dia que passa. Essa procura tende a requerer um aumento de profissionais para atender a demanda, acabando que em algumas unidades básicas se comprometam com o atendimento prestado. Por vez, tendo uma qualidade das orientações oferecidas aos pacientes muito superficiais, tornando a educação em saúde parcial.

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No entanto, o tratamento não medicamentoso pode estar sendo um dos fatores mais importantes a quem busca uma mudança no estilo de vida. Portanto, para aqueles que optarem por este tipo de tratamento, cabe o desafio de compreender os benefícios e implicações de uma mudança no estilo de vida e em suas condições sociais. Em relação à adesão ao tratamento, Sabaté (2003), traz consigo uma determinante de cinco fatores (figura 01), podendo-se chamar de dimensões em que está envolvida a aderência ao tratamento. No entanto, mostra-se com esses fatores, que os pacientes não são os únicos na escolha de aderirem e continuarem com o tratamento.

Figura 01: The five dimensions of adherence

Fonte: SABATÉ, 2003, p. 27.

Seguindo com as indicações da figura 01, fatores relacionados com o sistema de saúde podem intervir na adesão ao tratamento. Portanto, nesse propósito encontram-se a importância de conter uma equipe multidisciplinar composta com diferentes profissionais da saúde, das distintas áreas encontradas na mesma, estabelecendo a cada um trazer de forma qualificada sua contribuição no tratamento proposto. Cabe a cada profissional educar da melhor forma possível determinado público frequentador e estabelecido.

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3 METODOLOGIA

3.1 ABORDAGEM DE PESQUISA

A pesquisa teve ênfase na abordagem qualitativa e quantitativa, havendo ao mesmo tempo uma preocupação tanto com a quantificação dos dados, como com a significação dos mesmos. A abordagem quantitativa tem como finalidade transcrever em números a coleta de dados para o trabalho ser quantificável, procurando fazer com que as opiniões e interpretações dos resultados possam estar sendo traduzidas e visíveis, para finalizar com os recursos de triangulação de dados para comparar aos outros estudos relevantes e semelhantes com o próprio (THOMAS, 2002). Por outro lado à abordagem qualitativa segundo Thomas (2002, p. 36) pode ser “caracterizada pela presença pessoal intensiva do pesquisador”, a qual analisa os significados e resultados da investigação de um ponto de vista qualitativo e não apenas quantitativo.

3.2 TIPO DE PESQUISA

A investigação foi enfatizada em um estudo descritivo, com delineamento de estudo de campo. Segundo Gil (2010), pode estar se definindo uma pesquisa como um procedimento racional e sistemático que, ao mesmo tempo, propõe como seu objetivo achar respostas aos problemas a serem investigados.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos e técnicas de investigação científica. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação até a satisfatória apresentação dos resultados (GIL, 2010, p. 01).

O delineamento de estudo de campo é utilizado para obter informações sobre um indivíduo, instituições ou grupos de pessoas, determinando em sua pesquisa características de cada sujeito. Assim, ao mesmo tempo o pesquisador acaba se inserindo de certa forma para estar obtendo uma melhor resposta ao seu problema.

Diferente de outros delineamentos, o estudo de campo pode ter tido como um estudo que não segue um procedimento metodológico rígido da realização da pesquisa. No entanto, o resultado do mesmo dependera da qualidade que o pesquisador ira adentrar à mesma, bem como ter um planejamento suficiente para dar conta do objetivo e proposta da pesquisa, coletando os dados de maneira satisfatória para não comprometer a integridade da referente (GIL, 2010).

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3.3 CONTEXTO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em uma Unidade Básica de Saúde, situada na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, a referente se enquadra na Estratégia Saúde da Família.

3.4 SUJEITOS DA PESQUISA

A população deste estudo são os pacientes hipertensos do ESF e os profissionais de saúde da rede pública que atendem no referido serviço de saúde. Os pacientes do grupo totalizam cerca de 300 pessoas de ambos os gêneros e faixa etária. Os profissionais da área de saúde responsáveis por esse grupo são 2, sendo 1 médico e 1 enfermeira. A amostra dos pacientes constitui um total de 42 pessoas participantes com faixa etária entre 34 anos e 78 anos, as quais foram selecionadas aleatoriamente obedecendo a alguns critérios: ter realizado o diagnóstico da doença com um prazo maior de 5 anos e ser exclusivamente usuário do serviço público de saúde para tratamento da doença. A amostra dos profissionais de saúde foi constituída com todos os responsáveis pelo grupo do ESF, totalizando 2 pessoas responsáveis, sendo elas um médico e uma enfermeira técnica.

3.5 OS INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Visando o alcance dos objetivos da pesquisa, houve utilização de alguns instrumentos norteadores para análise, tais como a utilização de um questionário, combinando perguntas abertas e fechadas, entrevista semiestruturada e observações. O questionário tem seus pontos positivos e seus negativos, tanto para perguntas abertas ou fechadas. O questionário de perguntas fechadas tem suas vantagens às quais o entrevistado não precisara destacar com suas palavras a resposta, devendo assim, só marcar uma resposta pré-estabelecida no questionário, questões de fácil codificação e de fácil preenchimento, mas a desvantagem é que ocorre uma incapacidade de o pesquisador propor todas as respostas possíveis para o entrevistado.

Nas perguntas abertas do questionário, o entrevistado tem a possibilidade de responder com mais liberdade, porém demandam mais tempo e em outros momentos até os entrevistados encontram certa dificuldade na escrita. Mas essa é uma maneira de as pessoas entrevistadas se expressarem da melhor forma possível em suas respostas. Cabe ressaltar ainda, que esses tipos de estudos,

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[...] requerem a utilização de múltiplas técnicas de coleta de dados. Isto é importante para garantir a profundidade necessária ao estudo e a inserção do caso em seu contexto, bem como para conferir maior credibilidade aos resultados. Mediante procedimentos diversos é que se torna possível a triangulação, que contribui para obter a corroboração do fato ou do fenômeno (GIL, 2010, p.119).

Antes de entregar o questionário para as pessoas que participaram, realizamos um pré-teste do mesmo, entregando um questionário para um profissional da saúde responsável por esse grupo e outro para um paciente do mesmo. Com a finalidade de verificar se as questões estavam claras e objetivas e ao mesmo tempo ver se a coleta de dados e a quantidade eram suficientes para análise dos resultados.

3.6 ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

Os dados coletados nas observações realizadas nos encontros dos grupos de hipertensos foram analisados em um primeiro momento. Em um segundo momento foi analisado os dados obtidos pelos questionários com perguntas abertas e fechadas, juntamente com a coleta de dados das entrevistas semiestruturadas realizadas com o outro grupo de amostras.

Portanto, com a análise dos dados coletados procurou-se entender e esclarecer o problema de pesquisa. Buscou-se, sobretudo, observar a equivalência entre as orientações oferecidas e recebidas, identificando as orientações oferecidas mais citadas pelos profissionais bem como as orientações recebidas mais citadas pelos pacientes. Em sentido semelhante, analisaram-se os hábitos de vida dos pacientes, se estes estão de acordo com as orientações recebidas pelos profissionais e como está sendo a educação em saúde desses pacientes.

3.7 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Em um primeiro momento foi realizado um contato com os responsáveis pelos grupos de hipertensos do ESF, mostrando-lhes à proposta da pesquisa e os objetivos a atingir com a realização da mesma, juntamente com a carta de apresentação. Em seguida apresentou-lhes o termo de consentimento livre e esclarecido para fins de esclarecimento e dúvidas ao funcionamento da pesquisa. Nesse momento, as pessoas integrantes do grupo interessadas em contribuir para a pesquisa, juntamente com os profissionais da saúde, puderam optar em participar ou não da pesquisa. Desse modo, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido as pessoas participantes da pesquisa, formando os grupos de amostras para a pesquisa.

(29)

Em seguida, adentrei aos encontros dos grupos de hipertensos, sendo que nesse momento foram observados o método e a forma em que os profissionais agem frente ao público estabelecido. Nesse período, foram entregues os questionários para essas pessoas que optaram em contribuir com a pesquisa, ao mesmo tempo frequentes nas reuniões e orientações. A enfermeira técnica responsável informou que os grupos têm dias diferentes para atendimento devido ao grande número de indivíduos envolvidos no grupo. O questionário entregue foi um questionário que combina perguntas abertas e fechadas. Esse questionário foi levado para preenchimento em casa, sendo entregue posteriormente na medida em que frequentavam o ESF.

O questionário aplicado para as pessoas do grupo de hipertenso é praticamente o mesmo aplicado para os profissionais da saúde, porém houve mudanças em alguns termos, em meio às perguntas para um melhor entendimento. Destacando que para os profissionais foi realizado um questionamento semelhante só em forma de entrevista semiestruturada.

Portanto, em um diferente momento foram realizadas as entrevistas com os profissionais da saúde responsáveis nesse setor, sendo que a entrevista se deu de maneira semiestruturada, tendo como finalidade uma melhor percepção de mudanças ou diferenças individuais, permitindo compreender com mais profundidade os tópicos de interesse.

3.8 QUESTÕES ÉTICAS DA PESQUISA

A pesquisa teve um cuidado ético com todos aqueles que de certa forma participaram da mesma, bem como com o tratamento e análise dos dados solicitados na pesquisa. De certa forma, antes de dar início à coleta dos dados, foi realizada uma leitura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A) com finalidade de esclarecimento e dúvidas do referente para fins de prevenção própria, sendo um mecanismo de proteção ao pesquisador e dos sujeitos investigados. Portanto, as pessoas participantes da pesquisa, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido para os devidos fins.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Considerando o objetivo geral deste estudo: analisar a influência das orientações recebidas no comportamento do grupo de hipertensos do ESF, desta forma, entender como está sendo realizada a educação em saúde da referente unidade básica e se os indivíduos que frequentam este atendimento estão aderindo ao tratamento proposto, foram aplicados questionários a uma amostra de 42 pacientes do grupo de hipertensos, bem como realizada

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uma entrevista semiestruturada para dois profissionais de saúde envolvidos no processo de orientações a esses pacientes nessa unidade básica de saúde.

Após a coleta, os dados foram analisados, primeiramente identificando as orientações recebidas mais citadas pelos pacientes, bem como identificando as orientações oferecidas mais citadas pelos profissionais da saúde. Assim, em outro momento relacionou-se os dados a fim de obter equivalências entre as orientações recebidas e oferecidas.

Seguindo com o estudo, num segundo momento analisaram-se os hábitos de vida desses pacientes, procurando saber se estes concordam com as orientações recebidas pelos profissionais de saúde, juntamente avaliou-se como está sendo a educação em saúde desses pacientes.

A análise dos dados teve ênfase nas influências recebidas quanto à prática regular de exercício físico. Ainda nesse enfoque, buscaram-se estabelecer relações entre as orientações recebidas, orientações oferecidas e o comportamento dos pacientes, buscando saber como a educação em saúde ocorre e se o exercício físico aparece como uma variável na orientação em saúde desta unidade básica de saúde. Nesse sentido, comparou-se com estudos relacionados à educação em saúde oferecida no serviço público de saúde.

4.1 ORIENTAÇÕES RECEBIDAS PELOS PACIENTES E HÁBITOS DE VIDA

Inicialmente apresentamos os dados obtidos na pesquisa com os pacientes hipertensos (42 pacientes), mostrando em porcentagens os resultados referentes às orientações recebidas e os hábitos de vida que o grupo adota, em concordância ou não, com as orientações recebidas.

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Gráfico 1 – Orientação recebida quanto à alimentação

Gráfico 2 – Orientação recebida quanto ao uso adequado de medicação

71% 19%

10%

Orientações quanto à alimentação

Bem orientado

Mais ou menos orientado Pouco orientado

91% 7% 2%

Orientação quanto ao uso adequado da

medicação

Bem orientado

Mais ou menos orientado Pouco orientado

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Gráfico 3 – Orientação recebida quanto à importância da prática regular de exercício físico

Gráfico 4 – Cuidados tomados

Com relação às orientações recebidas, observa-se que a maioria dos pacientes foi bem orientada quanto à alimentação, quanto ao uso de medicamentos e quanto à importância da prática regular de exercício físico. Entretanto, o percentual dos pacientes bem orientados quanto ao uso de medicação é maior (91%) que o percentual dos pacientes bem orientados aos

64% 14%

22%

Orientação quanto à importância da prática

regular de exercício físico

Bem orientado

Mais ou menos orientado Pouco Orientado

36%

59%

5%

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Alimentção Medicamentos Exercício físico

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