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Educação, cidadania e constituição: da necessidade de um ensino jurídico básico no Brasil

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Academic year: 2021

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JULIANO GUSTAVO SCHREIBER GODOY

EDUCAÇÃO, CIDADANIA E CONSTITUIÇÃO: DA NECESSIDADE DE UM ENSINO JURÍDICO BÁSICO NO BRASIL

Ijuí (RS) 2017

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JULIANO GUSTAVO SCHREIBER GODOY

EDUCAÇÃO, CIDADANIA E CONSTITUIÇÃO: DA NECESSIDADE DE UM ENSINO JURÍDICO BÁSICO NO BRASIL

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Curso - TC.

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DEJ- Departamento de Estudos Jurídicos.

Orientador: Dr. Mateus de Oliveira Fornasier

Ijuí (RS) 2017

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Dedico este trabalho para todos que ajudaram na jornada acadêmica, pelo incentivo, apoio, confiança e amizade presentes durante todo esse tempo.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, sempre presente, pelo incentivo e toda a base necessária para o devido sucesso nos objetivos.

Aos colegas, presentes durante toda a caminhada acadêmica.

Aos demais amigos, responsáveis pelos sorrisos nas horas mais necessitadas.

Ao professor orientador pela cumplicidade na busca da efetivação do presente e o alcance dos objetivos propostos.

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“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”. (Albert Einstein)

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso analisa o caráter transformador da educação à cidadania desde os regulamentos mais fundamentais que norteiam a organização em sociedade, onde surgem regras de convivência que possam melhorar a relação entre os seres. Seus objetivos específicos são mostrar a necessidade do ensino direcionado ao tema fora da área acadêmica, para que possa abranger um maior número da população, analisando os projetos de lei existentes e a possibilidade de incentivar o cumprimento da legislação para o conhecimento, assim como estudar o conceito da cidadania e sua importância no cotidiano de todo ser. Partiu-se da hipótese de que é imprescindível ao cidadão ter conhecimento dos direitos fundamentais e básicos, porque é o caminho para a cidadania e desenvolvimento do indivíduo como ser participante da sociedade e ciente de seus direitos e deveres.Utilizando a coleta de dados em fontes bibliográficas físicas e eletrônicas, assim como o método de abordagem hipotético-dedutivo, tem-se como resultado que este ensino é capaz de fortalecer o Estado democrático de Direito, com o devido cidadão interessado e participativo. Um crescimento pessoal e social, trazido pela devida formação. Palavras-Chave: Educação. Cidadania. Direito Constitucional.

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ABSTRACT

The present work analyzes the transforming feature of knowledge in the citizenship, starting with the most fundamental regulations that guide the organization in society, where emerge the rules for coexistence that may improve the good relation between citizens. Its specific objectives are: to show the need of a education outside the academic area, in views to include more people in the learn process; to analyze the law process that already exist and the possibility of increase the accomplishment to the knowledge law, as well as study the concept of citizenship and the matter of it for everyone. It begins with the hypothesis that it is indispensable to the citizens to know their fundamental and basics rights, because this is the path to citizenship and development of the individual as a partner of society who is aware of their duties and rights. Using the data collection found in the literature, as well as the method of approach hypothetical-deductive, it was concluded that this knowledge when approached brings the fortification of democratic state, with the right citizen interested and participative. A personal and social growth, brought together through the education.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 CIDADANIA E EDUCAÇÃO ... 12

1.1 O desenvolvimento da noção de cidadania ... 15

1.2 Educação e liberdade ... 20

2 EDUCAÇÃO BÁSICA E ENSINO JURÍDICO ... 24

2.1 Do bacharelismo à inclusão pela educação ... 24

2.2 Currículo escolar e a necessidade de uma educação jurídica ... 29

CONCLUSÃO ... 34

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INTRODUÇÃO

A educação, na visão de Santos (2007) seria a condição de possibilidade da construção da própria ideia de humanidade, representando a integração geracional às novas condições de um mundo configurado em processos exponenciais de mutação, o principal instrumento de adaptação às novas situações presentes no passar do tempo. Quando diferente for, há o risco de não percepção espaços e situações existentes no mundo contemporâneo.

Assim, a educação pode ser entendida como uma conscientização jurídica, que é o conjunto das opiniões que os indivíduos possuem sobre seus direitos e o direito em vigor, bem como a avaliação do indivíduo possui da situação geral do direito (CONSCIÊNCIA JURÍDICA, 1999, p. 141). O conhecimento do direito existe de dois tipos: concreto do cidadão e a avaliação da situação geral socialmente definida. Seria o elemento fundamental da consciência jurídica, uma forma da consciência social, que é constituída pelo conjunto dos reflexos da realidade objetiva, sob a forma de ideias, representações e sentimentos.

Entra-se, então, no processo de socialização jurídica, entendido por Arnaud (1999) como a formação da consciência jurídica, com o direito como objeto de contexto dos fenômenos de socialização, abrangendo normas jurídicas e as relações que elas implicam, bem como os valores e os mecanismos que subentendem a ação. E assim, entraria a educação no contexto deste tema.

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Um dever da família e do Estado, previsto em nossa Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo 285. Como indicado anteriormente, não se apresenta apenas como uma transmissão de dados ou conhecimento, mas um conjunto de métodos com o objetivo de assegurar a instrução e a formação do indivíduo.

A educação, sendo aquela que norteia os primeiros passos do conhecimento, passando pelas bancas escolares e seguindo pelos rumos acadêmicos, constrói a formação intelectual do ser que convive no meio social e quando direcionada pelas normas que regem o meio em que ele vive, ensejará a formação e a forma como ele se portará em sua existência.

Com um cenário político movimentado e uma alta demanda de informações em um mundo conectado, aborda-se o problema: seria adequado o ensino do Direito ser inserido nas escolas, como o caminho da justiça que é, para melhor mostrar os direitos e ensinar o funcionamento do Estado?

Tem-se como hipótese que o indivíduo que tiver à sua disposição os ensinamentos que possam orientá-lo desde o início da sua socialização, irá coordenar seus atos para melhor desenvolver o intelecto e buscar respeitar as normas que embasam a convivência, ou ao menos inteirar-se delas para o pleno desenvolvimento da sua cidadania enquanto membro da sociedade, assim como terá um melhor entendimento sobre o funcionamento da máquina estatal. Com a introdução de aulas regulares como currículo escolar poderá fazer com que cada um tenha maior interesse em buscar o aperfeiçoamento das informações preliminares e aprofundar-se no conhecimento e sua aplicabilidade na prática cotidiana.

Trazendo a evolução do conceito de cidadania através do tempo, busca-se demonstrar a sua falta na prática cotidiana na vida social, mesmo presente no texto constitucional. A sua ausência ferindo a Carta Magna e o estado democrático, não preparando o cidadão para o seu redor, deixando-o preso em sua falta de conhecimento, advindo da falta da devida educação.

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A noção da palavra direito e sua proximidade com a educação. Referência ao fenômeno do bacharelismo e sua influência no contexto histórico do ensino jurídico brasileiro como um fator na realidade política.

Sendo o ensino o grande preparador para a vida adulta do cidadão, o direito estaria presente, assim como os seus conceitos, na educação. A falta de aplicabilidade das normas prejudica a formação do futuro adulto. Se a escola forma cidadãos, há a necessidade do ensino próprio para a vida social e crítica dentro da democracia, libertando-o com o devido conhecimento.

Assim, o presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise acerca da educação. Visa mostrar a necessidade do ensino dos direitos e deveres do cidadão durante o ensino fundamental e médio, através da demonstração do direito e do dever de cada cidadão, sua importância dentro de um Estado Democrático e do quanto estão presentes na vida cotidiana de cada brasileiro, o caráter imprescindível do acesso ao conhecimento jurídico desde o ambiente escolar.

Por assim agir e entender, buscando a aplicabilidade das normas constitucionais e a base da educação em nosso país, procuro colaborar com a inclusão do ensino legislativo e incentivar a inclusão desses ensinamentos na educação básica do indivíduo, desde o momento que se reconhece como ser integrante da sociedade humana.

A pesquisa foi do tipo exploratória. Utilizou no seu delineamento a coleta de dados em fontes bibliográficas disponíveis em meios físicos e em meios eletrônicos. Utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo, observando os procedimentos de seleção de bibliografia e documentos afins à temática em meios físicos e na Internet que sejam interdisciplinares, capazes e suficientes para que o pesquisador construa um referencial teórico coerente sobre o tema em estudo.

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1 CIDADANIA E EDUCAÇÃO

A educação é uma prerrogativa básica dos Direitos Humanos, direito de todos, que busca o devido desenvolvimento e assim prevista no art. 205 da Constituição Federal/1988:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, sendo vital para o desenvolvimento humano, preparando para o exercício da cidadania e qualificando para o mercado de trabalho. (BRASIL, 2016).

A cidadania está presente no artigo citado, assim como é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, elencada no art. 1°, II, da Constituição vigente:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

II - a cidadania. (BRASIL, 2016).

Observa-se que o objetivo do sistema é a proteção integral e prioritária do ser em desenvolvimento, buscando a legislação viabilizar acesso à escola e desenvolvimento sadio e completo do ser humano (AMIN, 2010). Educação também presente ao art. 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. (BRASIL, 2016).

Porém, a cidadania, presente nas normas citadas, não vem sendo trabalhada nas escolas, como prevê os artigos citados. A maioria das pessoas não conhece sequer o significado da palavra, tampouco a sua importância para a vida em sociedade, ferindo a Constituição e impedindo o fortalecimento da democracia.

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Uma Constituição, segundo Bobbio (1995), é aquela onde estão fixadas múltiplas garantias na defesa da ideologia dominante e dos institutos constitucionais fundamentais. Possui também “função de propaganda e de educação política” (BOBBIO, 1995, p. 259).

A não aplicabilidade acaba por transformar a Constituição, segundo Lassalle (2001), em “mero pedaço de papel”. O autor, discorre acerca da Carta Magna, que esta seria uma lei fundamental, estável e mais inflexível, que deve constituir o verdadeiro fundamento das outras leis, existindo com força e eficácia.

Prossegue o autor, afirmando que uma Constituição escrita será forte e duradoura quando for igual à Constituição real, seguindo aquilo que está escrito. Defende ele que os fatos possuem mais peso que as normas, e quando estas se diferenciam da situação fática, tornam o documento ineficaz.

Onde a Constituição reflete os fatores reais e efetivos do poder, não pode existir um partido político que tenha por lema o respeito à Constituição, porque ela já é respeitada, é invulnerável. Mau sinal quando esse grito repercute no país, pois isto demonstra que na Constituição escrita há qualquer coisa que não reflete a Constituição real, os fatores reais do poder. (LASSALLE, 2001, p. 39).

Hesse (1991) defende o pensamento de Lassalle contra o “mero pedaço de papel”, quando afirma que ela logra despertar a força que reside na natureza das coisas, sendo ativa e determinando a realidade política e social, mesmo que ela não resolva tudo, mas impõe tarefas.

A vontade da Constituição deve estar sempre acima e ser respeitada, pois quando isto não acontece o Estado democrático pode vir a corroer-se. Critica o autor a frequente revisão constitucional, entendidas hoje como emendas, sob a alegação de necessidades políticas, abalando a confiança na Constituição. Ela deve sofrer mudanças, pois a sociedade muda, mas a grande frequência de mutabilidade de seus artigos é visto como um inimigo de seu poder.

Quanto mais o conteúdo de uma Constituição corresponder à natureza presente, tanto mais seguro há de ser o desenvolvimento de sua força normativa. A

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falta do ensino direcionado à cidadania, como é previsto e já explanado, reflete numa fraqueza da atual Carta Magna, transformando-a em “pedaço de papel”.

O direito à educação traçado na norma constitucional é a função central em uma democracia, forjando condições suficientes para que o cidadão tenha plenas possibilidades de participação ativa da vida social, com a devida igualdade e proveito de seus benefícios (SANTOS, 2007). O descaso, ou falta de interesse, com a aplicabilidade da norma atinge a sociedade como um todo, necessitando da devida atenção quanto à sua efetivação.

Como analisa Marshall (1967), a educação das crianças está diretamente relacionada com a cidadania, e, quando o Estado garante que todas as crianças serão educadas, está tentando estimular o desenvolvimento de cidadãos em formação. O direito à educação é um direito social de cidadania genuíno, pois o objetivo da educação durante a infância é moldar o adulto. Basicamente, deve ser considerado não como o direito da criança frequentar a escola, mas como o direito do cidadão adulto ter sido educado.

E essa educação, passa pela cidadania desenvolvida na escola, pois o antigo aluno chega na vida adulta conhecendo seus direitos e deveres como cidadão, assim como e onde reclamar e encontra-los. Em outras palavras, “a educação é um pré-requisito necessário da liberdade civil” (MARSHALL, 1967, p. 73).

Mesmo que a Constituição positive a educação como direito de todos e dever do Estado, não há muita efetividade para o cumprimento da norma, com muitos ainda excluídos, vivendo à margem da sociedade e que não têm seus direitos preservados. A escola, então, seria o espaço mais adequado e privilegiado para conhecer os direitos, obtendo o devido conhecimento desde as primeiras séries, sendo visível que muitos abandonam o estudo cedo em busca de sustento e alguns não conseguem alcançar um trabalho digno, ficando à margem da sociedade. A falta do estudo, resultado do abandono, acaba se tornando um obstáculo, um preconceito, abusado por aqueles que querem tirar proveito.

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Com um mínimo de conhecimento jurídico, a população exerceria plenamente seus direitos, trazendo para si um sentimento de importância perante a nação. A realidade da dificuldade trazida pelo abandono não é resultado da falta de severidade de leis, reprimindo a criminalidade diária e comum, mas da falta de incentivo ao estudo direcionado à vida adulta, buscando a menor segregação e melhor qualidade de vida e melhores empregos.

O conhecimento adquirido em um curso acadêmico de Direito é imprescindível para a construção de uma sociedade democrática e por isso merece ser conhecido por todos. A acessibilidade do conhecimento jurídico para a população assegura um futuro melhor. Entrar em um curso de Direito e, ao adquirir conhecimentos jurídicos, percebe-se que o conteúdo apreendido, em sua maioria, é de interesse geral, para melhor conhecimento e compreensão das normas que regem o sistema estatal.

1.1 O desenvolvimento da noção de cidadania

Ser cidadão significa ser um indivíduo possuidor dos direitos civis e políticos de um Estado, sendo a cidadania a condição de cidadão com o uso dos direitos e o direito de ter deveres (FREIRE, 2003).

Um dos conceitos mais conhecidos é de Marshall (1967). Ao conceituar cidadania, divide-a em três partes: civil, política e social. A parte civil é composta dos direitos necessários à liberdade individual, como a liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa e direito à justiça. Estando os tribunais de justiça como as instituições de maior importância no quesito.

Por elemento político está o direito de participar, como membro investido da autoridade política ou como um eleitor dos membros. As instituições são o parlamento e os conselhos do governo local.

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O elemento social se refere a tudo o que vai de um mínimo de bem-estar econômico e segurança até o direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade. Elemento representado pelas instituições educacionais e serviços sociais.

A maioria dos escritores diverge sobre a origem da cidadania, indo em direção para diferentes pensamentos. Brito (2011) aponta para o surgimento do monoteísmo com os hebreus. Não diretamente na saga hebraica que passa por Moisés, mas com a concepção de um deus que impõe um comportamento ético aos seus fiéis, comprometido com problemas sociais.

Indica ele, também, a possibilidade da origem estar na Grécia antiga, onde está a noção de Cidade-estado. O crescimento econômico e social ocorrido nas costas do Mediterrâneo, com civilizações que começaram um padrão exitoso de organização política, social e econômica, trazendo junto uma compreensão da participação social e direitos inerentes ao cidadão.

Cidadão, então, era resultado do universo da “polis” grega. Definia quem é da cidade e participante da vida pública. Embora a ideia de democracia viesse também de lá, nem todos os indivíduos eram considerados cidadãos. Ser cidadão de uma Cidade-estado não era algo para todos. Um processo de inclusão resultava em um grande contingente de excluídos. Historiadores afirmam que na maioria dos casos, estes que não alcançaram o patamar de cidadão, estavam os estrangeiros, os povos submetidos e os escravos.

Os dois primeiros gozavam de relativa autonomia; todavia, ao passo que os primeiros se acomodavam com as atividades que lhes restavam na sociedade, os submetidos tornaram-se fonte de constantes conflitos. Os escravos, por sua vez, estavam subjugados por um poder ilimitado, por regras privadas de seus proprietários, distante de qualquer direito; ocupando nas cidades mais desenvolvidas grandes percentuais da população, o que, não raro, fomentavam dos pequenos conflitos às grandes sublevações. (BRITO, 2011).

A rigidez da estrutura social ainda acabava por deixar a comunidade pouco isonômica. As mulheres viviam com os direitos individuais bastante limitados, tendo

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como principal espaço o doméstico e vivendo sob a dominação masculina. Havia uma distinção entre jovens e velhos, tendo sempre o maior respeito à pessoa quando esta tinha mais idade.

Com o diferencial da liberdade incomum na época das mulheres, a estrutura social de Roma também se dividia, mas em três classes sociais: os patrícios, descendentes do povo fundador; plebeus, descendentes de estrangeiros; e escravos, estes podiam ser prisioneiros de guerra ou até mesmo aqueles que possuíam dívidas. Os patrícios eram os genuínos cidadãos, possuidores dos direitos civis, políticos e religiosos. Os plebeus não eram considerados, mesmo sendo livres.

Aos poucos, iniciaram as primeiras reformas, oriundas de alianças entre a realeza e plebeus. Desde doação de terras conquistadas até a promulgação de leis benéficas (um direito comum).

Nesta conjectura, o Direito Romano regulamentava as diferenças entre cidadão e não-cidadãos. O Direito Civil regulava a vida do cidadão, enquanto ao estrangeiro se aplicava o Direitos das gentes. A distinção era simples: considerava-se estrangeiro quem não era cidadão. Não obstante, já era tendência de Roma, desde o fim da República, estender uma paulatina cidadania a todos seus súditos. (BRITO, 2011).

Marshall (1967) traz o status da cidadania da sociedade feudal, mas não no sentido moderno da expressão. O status era a marca distintiva de classe e desigualdade.

Não havia nenhum código uniforme de direitos e deveres com os quais todos os homens – nobres e plebeus, livres e servos – eram investidos em virtude da sua participação na sociedade. Não havia, nesse sentido, nenhum princípio sobre a igualdade dos cidadãos para contrastar com o princípio da desigualdade de classes. Nas cidades medievais, por outro lado, exemplos de uma cidadania genuína e igual podem ser encontrados. Mas seus direitos e deveres específicos eram estritamente locais, enquanto a cidadania cuja história tento reconstruir é, por definição, nacional. (MARSHALL, 1967, p. 64).

Segue o autor, dizendo que os direitos civis, sua história e formação, possuem como característica principal a adição gradativa de novos direitos a um status já existente e que pertencia a todos os membros adultos da comunidade.

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Esse caráter democrático ou universal do status se originou naturalmente do fato de que era essencialmente o status de liberdade e, na Inglaterra do século XVII, todos os homens eram livres. (MARSHALL, 1967, p. 68).

Outros autores dão inicio da noção de cidadania com o surgimento da burguesia. Corrêa (2002) traz que o projeto social da burguesia como classe emergente se baseava em um novo status. Não o servil do período medieval do feudalismo, com desigualdade institucionalizada em ordens, mas o status da cidadania civil.

A cidadania enquanto vivência dos direitos humanos é uma conquista da burguesia: direitos de cidadania são os direitos humanos, que passam a constituir-se em conquista da própria humanidade, A cidadania, pois, significa a realização democrática de uma sociedade, compartilhada por todos os indivíduos ao ponto de garantir a todos o acesso ao espaço público e condições de sobrevivência digna, tendo como valor-fonte a plenitude da vida. Isso exige organização e articulação política da população voltada para a superação da exclusão existente. (CORRÊA, 2002, p. 217).

A ordem burguesa de caráter libertário trouxe direitos dentro de um projeto político de organização social com base jurídica, sendo todos igualmente sujeitos jurídicos. A cidadania surgia como o símbolo da igualdade dos proprietários de mercadorias na plena liberdade de mercado. Igualdade e liberdade formais mostravam o novo status que a cidadania adquiria (CORRÊA, 2002).

Bedin (1998) traz o nascimento da cidadania moderna com a ruptura do Estado moderno absolutista com a arbitrariedade por ele representada, relacionada com o desenvolvimento das ideias liberais, conduzindo à primeira geração de direitos, de um total de três. Essa primeira geração é denominada de direitos civis ou liberdades civis clássicas, direitos estabelecidos contra o Estado, aqueles que tendem a limitar o poder estatal e reservar para o individuo uma esfera de liberdade. Esses direitos podem ser elencados como as liberdades físicas, de expressão, de consciência e o direito de propriedade privada.

A segunda geração veio nas prerrogativas para a formação e constituição do poder político, junto ao século XIX, sendo o momento de expansão do Estado moderno de sua visão liberal para a sua forma democrática. Elencados entre os direitos estão o sufrágio universal, o direito de constituir partidos políticos, o plebiscito, referendo e a iniciativa popular.

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A terceira geração de direitos é chamada de direitos de crédito, aqueles que tornam o Estado devedor dos indivíduos, na obrigação de realizar ações concretas para garantir-lhes um mínimo de igualdade material e de bem-estar social. Estão elencados os direitos à liberdade de trabalho, salário mínio, descanso, férias,

igualdade salarial, seguridade social, educação e habitação.

Assim, com o reconhecimento dessa terceira geração de direito, o Estado moderno consolidou-se definitivamente como uma organização política de profundo conteúdo social, estando entre suas maiores conquistas a redução das desigualdades sociais, a socialização da educação e o acesso universal à saúde. (BEDIN, 1998, p. 61).

Rousseau (2003) sustenta que a cidadania é um elemento que sofre diversas implicações do ponto de vista político-educacional e no campo dos costumes e da moral. Acredita na necessidade da presença do cidadão para dar sua contribuição na constituição de um ente político no estado civil e suas implicações disso decorrentes para o fundamento legítimo da sociedade política, podendo fiscalizar os representantes do povo para assim não permitir que se distanciem da vontade geral (BRITO, 2011).

A noção de cidadania na concepção rousseauniana é extremamente importante para uma reflexão de natureza jurídica, na medida em que os direitos do cidadão são compreendidos como uma prática efetiva, fruto da conscientização política e educacional do indivíduo, que dotado de direitos e deveres, pode coletivamente promover a justiça, a igualdade e a liberdade. O cidadão então adquire uma nova função na constituição do estado civil, pois ele é parte da história política, sendo responsável pela elaboração das leis através de uma consciência pública coletiva. Idealizava a transferência da soberania para as mãos do povo.

Os conceitos apresentados atravessaram os tempos, mas mostram a mesma importância da participação do cidadão frente ao Estado. Um bom convívio no cotidiano era o resultado de direitos adquiridos com o passar do tempo e seu devido conhecimento. A ausência do saber aprisiona a pessoa, afastando-o da vida social e do próprio desenvolvimento quanto cidadão.

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Tendo a educação como fator indispensável para a construção e importância histórica da cidadania, é necessário analisar a sua dimensão libertadora como função precisa para o pleno desenvolvimento e fortalecimento quanto cidadão.

1.2 Educação e liberdade

Toda pessoa natural tem direito a educação, devendo o Estado e a família cumprir essa tarefa. Uma responsabilidade mútua, em que ambos cumprem a função de educar, como presente no art. 205 da presente Constituição Federal.

Aprendendo uma quantidade enorme de coisas necessárias para sua sobrevivência ao longo da vida, o ser humano desenvolve-se no mundo através do convívio em sociedade. O conhecimento cotidiano e o conhecimento escolar são formas eficientes de aprendizado, se não as melhores. Distintas formas de aprendizagem por diversos meios de transmissão. Nas escolas existe uma preocupação maior na forma em que são transmitidos os assuntos.

Conhecimento dos direitos fundamentais e básicos é imprescindível aos cidadãos, sendo o caminho para a cidadania e para a conscientização justa do dever eleitoral. A educação por ser um direito fundamental, está vinculada ao princípio da dignidade humana. Sendo o direito o meio a se chegar à justiça, nada mais justo que o cidadão aprender nas escolas regulares seus direitos e deveres perante o Estado e a sociedade.

Dentro do art. 205 da Constituição, já citado, temos assegurados dois princípios constitucionais atentos à educação: o da solidariedade e o da universalidade educacional.

O primeiro é expresso no preâmbulo da Constituição, constituindo também objeto fundamental da República Federativa do Brasil, conforme o art. 3°:

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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (BRASIL, 2016).

Está no dever do Estado e da família, incentivada pela colaboração da sociedade. Ao Estado cumpre assegurar a educação, disponibilizando o ensino fundamental de modo obrigatório e gratuito a todos (art 208, I, CF/88), e aos pais ou responsáveis, efetuar a matrícula dos menores e afins.

O segundo, o princípio da universalidade educacional, diz respeito aos destinatários e beneficiários do direito. Como um “direito de todos”, não é dirigida apenas aos menores em idade escolar, mas em geral às crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.

Sempre é dito que a escola deve ter como foco principal a preparação das pessoas para a vida, para o convívio em sociedade, então se ensina língua portuguesa necessária pra a comunicação e trabalho. Na teoria, são passados conceitos elementares de matemática, permitindo gerenciar as finanças pessoais. Da mesma forma, a Geografia estuda a distribuição da população, dos fenômenos e dos acontecimentos que ocorrem na Terra. A disciplina de História mostra os fatos, ajudando a compreender o mundo e o desenvolvimento das sociedades.

Mas em redes públicas, aquelas oferecidas diretamente pelo Estado para as pessoas, a qualidade de ensino é conhecida por ser precária, assim como sua estrutura física, dificultando o aprendizado e o desenvolvimento do aluno. Sua comunicação pode ser motivo de chacota nas redes sociais, tão presentes hoje. A falta da matemática básica pode afetar suas economias na vida pessoal e profissional. Sinais da ausência de uma boa educação, mesmo que presente no currículo escolar. Precariedade da parte que é empregada dificulta a vida futura.

Os prejuízos advindos da ausência de uma população consciente de seus direitos, deveres e obrigações podem ser críticos em uma democracia. Uma

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população atingida diariamente, na mídia acessada, por denúncias políticas e econômicas poderia tomar atitudes diferentes e mais conscientes às que costumeiramente exercem, como textos prontos de opiniões formadas sem a base normativa. Muitos deveres poderiam ser exercidos caso conhecidos.

A deficiência encontrada na parte educativa, referente à falta da cidadania na grade curricular, caracteriza uma omissão do Estado frente ao seu próprio desenvolvimento. Pois o dever de auto aperfeiçoamento e auto civilização não é somente um dever individual, mas social, visto que o bom funcionamento de uma sociedade depende da educação do seu cidadão (MARSHALL, 1967)

Tudo isto reflete em um Estado Democrático. Para Cunha (2009), parafraseando Bobbio, democracia é um regime onde exista um conjunto de regras de procedimento para a formação de decisões coletivas, em que está prevista e facilitada a participação mais ampla daqueles interessados. Como uma participação direta em grandes e complexas sociedades é difícil, os partidos políticos acabam por surgir como um elo de ligação.

A falta do conhecimento específico, que dificilmente é encontrado fora da área acadêmica, deixa-o vulnerável às falsas promessas dos candidatos eleitorais e sendo indiferente frente à eleição daquele. Na formação do cidadão, que deveria ser pela educação básica, ele deve aprender sobre a importância da sua participação.

A verdadeira Democracia (onde o povo participe de alguma forma das decisões que interferem nas relações sociais) supõe uma prática pedagógica: educar para a cidadania. Educar é um ato que visa não apenas desenvolver nossas habilidades físico-motoras e psíquico-afetivas, mas igualmente à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. A educação para a cidadania significa fazer de cada pessoa um agente de transformação social, por meio de uma práxis pedagógica e filosófica: uma reflexão/ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo (MEDEIROS, 2015).

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O conhecimento dá uma liberdade maior ao povo, ajudando no desenvolvimento do país, pois nele está o crescimento pessoal. Com isso, o cidadão sabe como reclamar os seus direitos e onde. Fortalece a democracia, fazendo com que o país cresça, pois não só leva o cidadão até os seus direitos, mas encaminha um voto mais consciente.

Discussão, debate e crítica são essenciais para o processo de construção de escolhas conscientes, quando se tem o devido conhecimento, contribuindo para um bem comum, pois um componente essencial para o processo de desenvolvimento é fortalecer o sistema democrático (SEN, 2002).

O conhecimento é necessário para a total inclusão do cidadão no debate e na crítica. O retira da privação e coloca em uma maior liberdade, podendo assim, desenvolver-se (SEN, 2002). Somente agregará positivamente para as ideias aquele que teve em sua formação esse conhecimento específico, hoje encontrado apenas na área acadêmica e rasos comentários em redes sociais, às vezes desprovidos de veracidade em virtude do indivíduo não saber onde buscar a verdadeira informação.

O Direito é encontrado nas transformações e conquistas da humanidade como um norte nas relações sociais e políticas, definindo princípios e normas de condutas disciplinando o homem no meio em que vive, proporcionando-o direitos e deveres. A educação, então, surge com o objetivo de facilitar a ideia, sendo necessária a conscientização e o empenho tanto do Estado, como da família e a cooperação da sociedade, para que haja o desenvolvimento crítico sociocultural do cidadão.

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2 EDUCAÇÃO BÁSICA E ENSINO JURÍDICO

Após trazer os conceitos de cidadania e da Constituição, suas importâncias e previsões presentes no ordenamento, é de bom alvitre expor a ligação entre o direito e a educação. Mostrar suas ligações existentes e importâncias mútuas para a sociedade democrática. Uma abordagem através de suas finalidades e conexões. Um breve histórico do ensino jurídico nacional e de um problema ainda existente.

2.1 Do bacharelismo à inclusão pela educação

Trazer um conceito de direito mostra-se preciso para entender o seu papel e a forma como ele é entendido por juristas e, então, adentrar na educação e suas características que interligam as duas áreas.

O Direito parece ser visto, na sociedade, apenas como indicativo do cumprir e punir nas leis, um leitor de normas. O conceito não foge muito disso. Para Reale (2002) significa o sistema de normas ou regras que dá aos homens determinadas formas de comportamento e possibilidades de agir. Kelsen (1998) traz o sentido da palavra “Direito” em outras línguas e épocas, todas apontando seu significado como ordem de conduta humana e prossegue mostrando o sentido coativo do termo, uma característica comum às ordens sociais, no que diz à reação contra situações indesejáveis, como crimes.

Por outras palavras, enquanto o ato de coação normado pela ordem jurídica é sempre a conduta de um determinado indivíduo, a condição de que aquele depende não tem de ser necessariamente determinada conduta de um indivíduo, mas pode também sê-lo uma outra situação de fato considerada, por qualquer motivo, como socialmente perniciosa. O ato de coação normado pela ordem jurídica pode ser referido à unidade da ordem jurídica, ser atribuído à comunidade jurídica constituída pela mesma ordem jurídica, ser explicado como reação da comunidade jurídica contra uma situação de fato considerada socialmente nociva e, quando esta situação de fato é uma determinada conduta humana, como sanção. Dizer que o Direito é uma ordem coativa significa que as suas normas estatuem atos de coação atribuíveis à comunidade jurídica. Isto não significa, porém, que em todos os casos da sua efetivação se tenha de empregar a coação física. Tal apenas terá de suceder quando essa efetivação encontre resistência, o que não é normalmente o caso. (KELSEN, 1998, p. 23-24).

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Prossegue o autor para a regulação de conduta humana, quando a norma proíbe e permite determinadas condutas. Uma conduta que não é juridicamente proibida, se torna juridicamente permitida, “libertando” o indivíduo. Bobbio (1995) afirma no mesmo sentido e ainda complementa:

Entre os múltiplos significados da palavra Direito, o mais estreitamente ligado à teoria do Estado ou da política é o do Direito como ordenamento normativo. Esse significado ocorre em expressões como ‘Direito positivo italiano’ e abrange o conjunto de normas de conduta e de organização, constituindo uma unidade e tendo por conteúdo e regulamentação das relações fundamentais para a convivência e sobrevivência do grupo social, tais como as relações familiares, as relações econômicas, as relações superiores de poder, também chamadas de relações políticas e ainda a regulamentação dos modos e das formas através das quais o grupo social reage à violação das normas de primeiro grau ou a institucionalização da sanção. Essas normas têm como escopo mínimo o impedimento de ações que possam levar à destruição da sociedade, a solução dos conflitos que a ameaçam e que tornariam impossível a própria sobrevivência do grupo se não fossem resolvidos, tendo também como objetivo a consecução e a manutenção da ordem e da paz social. (BOBBIO, 1995, p. 349).

O valor real perante o cotidiano social atual não é devidamente dado. Ele rege ou ajuda a maioria dos atos no dia-a-dia. Como Bobbio (1995) argumenta também, o Direito atinge até a moral social, costumes, jogos e desportos, como exemplos da grande área de atuação.

Após a abordagem do conceito de direito, é necessário trazer o contexto histórico do curso superior da área no cenário brasileiro e o problema encontrado no bacharelismo, um fenômeno político e social, com raízes europeias, nascendo o desejo de empregos públicos e a “superabundância de funcionários e doutores, ligados ao Estado e que constituem uma casta que a nação inteira procura pertencer” (SANTIN, 2011, p.113).

Historicamente, o ensino superior na área jurídica, no Brasil, era focado na elite. Na época colonial brasileira, quando não existiam cursos jurídicos no país, aqueles com maiores condições enviavam sua prole ao solo europeu, principalmente Portugal, na Universidade de Coimbra, para lá conseguirem o título de “doutores”. Retornavam bacharéis em Direito, o que abria as portas do mundo político e boas chances de cadeiras mais poderosas no serviço público (SANTIN, 2011).

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A criação dos primeiros cursos jurídicos brasileiros veio apenas em 1827, no Brasil já declarado independente, em Olinda (depois transferido para Recife) e São Paulo, com o quadro docente formado principalmente em Portugal.

A denominada cultura jurídica brasileira formou-se basicamente nessas duas faculdades, expandindo-se as atividades culturais, principalmente com a proliferação dos jornais acadêmicos. Dessa forma, pode-se afirmar que as faculdades de São Paulo e Recife foram as responsáveis pela formação ideológica dos dirigentes do país, consolidando o projeto de Estado nacional. (SANTIN, 2011, p. 113).

Porém, na época da abertura dos cursos, o conhecimento específico da área ficava em segundo plano. A importância real dada era o título a ser obtido e não a formação profissional na área. Um preparo para a vida política. O ensino jurídico, então, era o principal fornecedor dos elementos que compunham a elite política da época. O possuidor do diploma era pouco próximo, quando tinha algum contato, da realidade social de exclusão, analfabetismo e escravidão da sociedade brasileira da época.

Santin (2011), parafraseando o filósofo Gilberto Freyre, indica que o bacharel brasileiro assumia uma posição diferenciada na sociedade rural e patriarcal da época, uma nova “classe de nobreza” (bacharéis e doutores). Ao fim do Império, ser bacharel era um ideal de vida, não uma aspiração ao saber, mas ao status social. Influência grande a ponto de nomes literários históricos se preocuparem em adquirir o título para uma maior projeção política, desviando do saber específico que poderiam adquirir.

Em síntese, cabe aduzir que o bacharelismo advém da predominância de bacharéis na vida política e cultura do Brasil. É um fenômeno que tem raízes em Portugal, uma vez que foi significativa a participação de juristas na consolidação do Estado português, e que chegou ao Brasil de maneira intensa, principalmente pela condição social a que elevava os detentores de um diploma e pela falta de atração que as profissões manuais sustentavam. (SANTIN, 2011, p. 115).

Esse bacharelismo persiste até os dias atuais, supervalorizando o bacharel, principalmente da área jurídica, como se o diploma fosse fator decisivo para a vida social, trabalho e política, onde a área ditaria as normas de convivência.

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Na democracia, o poder vem do povo, representado por seus escolhidos, aqueles que julgam estar mais preparados para a devida prática da vida política. Não necessitando do diploma, apenas do conhecimento da área e confiança dos eleitores. Porém esse conhecimento não está na formação básica, nas escolas. As matérias básicas apresentadas ao ensino dos jovens são, em tese, de preparo para a vida adulta. Ao adentrar no curso de Direito, o aluno vê que aquilo que passa a estudar é de interesse geral. Seria um real ensino para adentrar a sua vida adulta e não apenas lei e ordem ou certo e errado.

Ora, aos olhos do homem comum o Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de conformidade com essas regras comporta-se direito; quem não o faz, age torto. (REALE, 2002, p. 17).

Em cada novo conhecimento que é disseminado a partir do esclarecimento que é encontrado, o indivíduo entende que agia de forma errada pela falta de entendimento ou da falta de esclarecimento que não era repassado anteriormente.

A educação é um processo contínuo de informação e de formação física e psíquica do ser humano para sua existência e coexistência. Objetivo de formar a pessoa e libertá-la com o conhecimento, dando possibilidade de opções ou alternativas e, como já explanado, formar para a cidadania.

Segundo Paulo Freire (1996), basta o trabalho educacional e teremos o que queremos, isto é, uma Educação verdadeira que dê conta da mudança da realidade. Não uma doação ou imposição, mas uma devolução dos conteúdos coletados na própria sociedade, que depois de sistematizados e organizados, são devolvidos aos indivíduos, para construção de consciências críticas frente ao mundo. Assim, o homem, um ser inacabado, toma consciência disto e busca realizar mais plenamente sua pessoalidade.

O ensino jurídico e a educação andam juntas. Elas devem estar compromissadas com a liberdade, a justiça social, solidariedade e redução das

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desigualdades sociais, trabalhando juntas pela construção do cidadão (SANTOS, 2007).

Um bom sistema educacional, que possibilite a inclusão democrática de todos os cidadãos no ambiente da escola e que permita a construção da autonomia individual, constitui-se em fator determinante de enfrentamento de injustiças sociais, de arrostamento das mais inúmeras violências que cotidianamente são vítimas os seres mais complexos e singulares da universo (sic). (SANTOS, 2007, p. 23).

O direito à educação é inalienável, pois torna possível o crescimento integral homem. A educação, nesse sentido, é meio para a defesa da dignidade da pessoa humana, com finalidade de guiar o homem no desenvolvimento do qual se constituirá como pessoa humana, dotada das ferramentas do conhecimento.

Cumprindo com seu direito e dever de educar, o Estado cumpre não só um comando constitucional, mas moral, garantindo o aperfeiçoamento integral do povo e defendendo sua dignidade. Se a educação é meio de formação do homem para sua felicidade, harmonia e integração na sociedade para o bem comum, a tarefa educacional, mais do que um dever jurídico, é um procedimento humanizador. Caso o Estado não o cumpra adequadamente, falhará em suas responsabilidades perante não só a Constituição, mas diante da humanidade.

Se o dever principal da escola é formar cidadãos, pode-se considerar a necessidade do ensino de disciplinas jurídicas nas escolas e colégios, para a construção de tudo já explanado. Uma construção que leva o aluno a questionar e buscar entender o meio que vive. Deixa de ser uma caixa onde se jogam conhecimentos para se tornar o verdadeiro cidadão, defendido por Paulo Freire (1991):

[...] Por isto repudio a “pedagogia bancária” e proponho e defendo uma pedagogia crítico-dialógica, uma pedagogia da pergunta. A escola pública que desejo é a escola onde tem lugar de destaque a apreensão crítica do conhecimento significativo através da relação dialógica. É a escola que estimula o aluno a perguntar, a criticar, a criar; onde se propõe a construção do conhecimento coletivo, articulando o saber popular e o saber crítico, científico, mediados pelas experiências no mundo. (FREIRE, 1991, p. 83).

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A educação deve superar obstáculos, suplantar o conformismo, fazer do educando um cidadão, não impossibilitando para a evolução de suas potencialidades e, assim, ferindo sua dignidade.

2.2 Currículo escolar e a necessidade de uma educação jurídica

No currículo escolar, ensina-se a escrever o português em nosso país para a comunicação; a matemática para os cálculos necessários para a organização financeira de cada indivíduo; mas não se tem os ensinamentos das leis de organização do convívio em sociedade. São transmitidos ensinos da história geral e contemporânea, porém carece de noções elementares do Direito.

Desde os pontos da química e da física, tal qual mapas em geografia, passando pela literatura, religião e filosofia, também o Direito não embargaria as demais disciplinas que, ministradas num conjunto, somente estaria a complementar o aprendizado.

Na medida em que se desenvolve e sistematiza conhecimentos, a criança e o jovem constroem e reconstroem noções que favorecem mudanças no seu modo de compreender o mundo, e permitem que ocorre um processo de confrontação entre suas hipóteses e explicações. Vai se percebendo relações. O conteúdo deve abranger fatos, conceitos e princípios, conhecimentos relacionados a procedimentos, atitudes, valores e normas como objetos de aprendizagem.

A aprendizagem de conteúdos deste tipo implica uma prática coerente, onde os valores, as atitudes e as normas que se pretende trabalhar estejam presentes desde as relações entre as pessoas até a seleção dos conteúdos, passando pela própria forma de organização da instituição. A falta de coerência entre o discurso e a prática é um dos fatores que promove o fracasso do trabalho com os valores. Nesse sentido, dar o exemplo evidencia que é possível agir de acordo com valores determinados. Do contrário, os valores tornam-se vazios de sentido e aproximam-se mais de uma utopia não realizável do que de uma realidade possível. (MEC/SEF, 1998, p. 51).

Esta é a orientação de elaboração de currículo educacional na escola dada pela Secretaria de Educação, em conjunto com o Ministério da Educação. O ensino de valores, noções fatos e conceitos. A tendência ao questionamento e imersão ao

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conhecimento para a devida formação da criança e do jovem. Compreende no pensamento de Freire (1991) quando critica o sistema de ensino bancário, onde o professor deposita o conhecimento para o aluno e este não indaga ou busca demais explicações quanto a ele. Sistema esse adotado no ramo educacional, segundo o autor, e exclui o aluno de opiniões críticas e demais discussões.

A grande maioria da sociedade não possui conhecimento do seu direito de acompanhar e entender toda a máquina estatal. Sem saber, o cidadão não busca garantir este direito. É necessário um mecanismo eficiente de democratização do conhecimento jurídico e a implementação de matérias jurídicas nas escolas poderia ser o início do cidadão reconhecer o Estado que está ali para ajuda-lo

O Ensino Médio é uma preparação escolar para resultados no vestibular/ENEM, quando não apenas escolaridade exigida para concursos. Praticamente forma um indivíduo sem capacidade de questionamento e virando um receptáculo de informações e conhecimento específico das áreas apresentadas na grade de ensino.

A importância de ter noções básicas sem esperar que o jovem ingresse à universidade para formar sua crítica sobre o seu redor, muito menos que apenas lá, no curso determinado, aprenda seus direitos. A formação do indivíduo é construída ao longo do tempo, durante a vida, e aqueles que não fazem o curso superior por falta de condições financeiras, ou até opção, fica clara a grande chance dessas pessoas serem privadas de seu total desenvolvimento. Perda pessoal e nacional. A democracia também perde.

A Constituição defende a educação como direito de todos e dever do Estado, como já explanado, porém não há a busca efetiva em cumprir a norma, mesmo com orientações específicas para elaboração do currículo levar o aluno a conscientização do seu redor e crítica própria. “Elaborar e implantar um projeto educativo requer das equipes de profissionais das instituições um grande esforço conjunto” (MEC/SEF, 1998, p. 67).

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O Brasil, desde a sua colonização, já passou por diversas mudanças governamentais e legislativas, com constituições, alterações, leis e regulamentações inclusive com emendas que retificam outras anteriores, porém, a maioria delas não chega ao conhecimento do cidadão, o qual desconhece-as na maioria, desconhecendo assim, seus direitos e deveres.

Atualmente, o texto que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional é a Lei 9394/96, norteando a educação, seus princípios e finalidades. Reforça o dever familiar e estatal quanto à educação para o pleno desenvolvimento. Segundo a Lei, a escola é composta por dois níveis. A educação básica e superior. Esta primeira é composta pelo ensino infantil, fundamental e médio Uma das finalidades do ensino básico, presente em seu artigo 22, é desenvolver o educando, e assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania.

A lei possui várias mudanças. Dentre as mais recentes, foi sancionado em 16/02/2017 pelo presidente Michel Temer a Medida Provisória 746/16. É um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio, elaborada pelo Ministério da Educação e defendida pelo ministro Mendonça Filho.

A reforma visa flexibilizar o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral.

A lei já determina como a carga horária do ensino médio será dividida. Tudo o que será lecionado vai estar dentro de uma das áreas, que são chamadas de "itinerários formativos". São elas: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional.

O texto determina que 60% da carga horária seja ocupada obrigatoriamente por conteúdos comuns, enquanto os demais 40% serão optativos, determinados pela oferta da escola e interesse do aluno. No ensino médio, a carga horária deve

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ser ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas durante o ano. O total atualmente é de 800 horas, como orienta o art. 24 da Lei 9394/96.

Antes da medida, estava em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 6840/2013, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Projeto este que altera alguns artigos da Lei n° 9.394/96. As mudanças visavam os artigos 24 e 36 da referida lei, que trazem a carga horária e o currículo, respectivamente.

O destaque vai para o texto localizado no §3° do art.36 do projeto. Incluía como temas transversais - aqueles que não pertencem a nenhuma disciplina específica, mas atravessam todas elas – educação não antes ensinada no Ensino Médio:

§ 3º Serão incluídos como temas transversais no ensino médio os seguintes:

I – prevenção ao uso de drogas e álcool; II – educação ambiental;

III – educação para o trânsito; IV – educação sexual; V – cultura da paz; VI – empreendedorismo;

VII – noções básicas da Constituição Federal;

VIII – noções básicas do Código de Defesa do Consumidor; IX – importância do exercício da cidadania;

X – ética na política; e

XI – participação política e democracia.

Os últimos itens trazem sobre o explanado aqui anteriormente, noções jurídicas básicas para melhor formação do cidadão em uma democracia. Um grande avanço. As noções básicas para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. A Constituição Federal não amargaria ser o “mero pedaço de papel” e teria sua força total. O cidadão teria o conhecimento básico daquilo que traz seus direitos, entenderia seu papel no cenário político nacional e buscaria a opção coerente para representa-lo nas cadeiras estatais.

Porém, ao analisar o texto da Lei n° 9.394/96, há mudanças trazidas pela nova Lei n° 13.415/17. Há a retirada da parte citada, permanecendo apenas linguagens, ciências, matemática e formação técnica-profissional. Pelo exposto, podemos entender que para os governantes/legisladores não é interessante a

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transmissão ao povo de seus direitos em razão de melhor governar dessa forma, e por tal metodologia não prezam pela inclusão do ensinamento das leis nos bancos escolares, nem mesmo criando projetos de Lei que possam alcançar o ensinamento do cidadão desde a tenra idade.

É necessário um ensino direcionado às áreas consideradas básicas do Direito. Educar os conceitos presentes na Constituição Federal, por exemplo. Dos direitos de cada cidadão, das competências dos órgãos e cargos políticos, sua importância de existência e cumprimento. Trazer os direitos do trabalho, quanto à férias, salário e demais necessidades abordadas para o trabalhador. Indicar os direitos de consumidor, como reclamar e onde ir. Conscientizar sobre os direitos da pessoa humana, assim como denunciar a violência doméstica, o racismo e o bullying.

Há tantos órgãos que a maioria passa por desconhecimento de sua função, visto que a cidadania também pressupõe conhece-los. Ensinar que existe a Defensoria Pública e está lá para fazer a capacidade postulatória daqueles que não conseguem arcar com seus pedidos e defesas, tão defendido pelo ordenamento. Indicar o Ministério Público como o fiscal da Lei e também está lá para atendê-lo. Entender os três poderes e suas diferenças. Para quem e onde recorrer quando precisar.

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CONCLUSÃO

A cidadania, como explanada e analisada, é prevista dentro do ordenamento jurídico nacional e fator imprescindível em um Estado democrático. O cidadão deve ser presente e ouvido, entendendo sua importância e sua representatividade quanto à representação frente às cadeiras utilizadas pelos homens e mulheres públicos. Estes, que buscam melhores leis e condições para o cidadão que eles representam, são um reflexo de seus eleitores. Quando mal preparados, deficientes do conhecimento legal necessário, mostram uma sociedade também faltante com a sabedoria.

Uma deficiência causada pela falta prática do ensino próprio, não do cidadão. Apesar de previsto, indicado e presente no ordenamento educacional, a cidadania não aparece nos currículos. Quando estaria presente junto à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, logo é retirada por uma nova lei.

O cidadão então, tão necessário para o devido funcionamento do Estado de Direito, fica preso e afastado da frente democrática. O desconhecimento, então, se agrega à falta de interesse, pois imagina que possui insignificância no Estado em que vive. Não sabe onde buscar aquilo tão previsto para sua formação, vida, segurança ou qualquer dos direitos considerados básicos. Vota nos candidatos sem analisar suas propostas, pois não sabe se são legais ou possíveis, ficando à mercê das pessoas políticas inidôneas, que buscam o próprio fortalecimento patrimonial.

O país passa por um cenário político altamente movimentado. Uma das maiores, se não a maior, da atual democracia. O brasileiro necessita conhecer o funcionamento Estatal para a formação de uma opinião própria e ações condizentes

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com a legalidade. Assim, constatada a necessidade da inclusão do ensino da legislação desde as primeiras séries escolares e todas as pesquisas que embasaram o presente trabalho, podemos concluir que o individuo poderia melhor desenvolver sua cidadania caso tivesse a sua disposição esses esclarecimentos, inclusive adequando sua conduta conforme a aplicação dessa educação em sua vida, fazendo com que as normas constitucionais e todas as demais prerrogativas legais quanto ao tema estivessem em plena aplicabilidade.

A hipótese apresentada, então, se confirma. Um ensino próprio direcionado aos temas jurídicos pode fortalecer um Estado democrático e preparar o cidadão para a vida social ativa que terá em sua existência. Entendendo seu papel na cidadania traz o fortalecimento do sistema em que vive, tendo até maior aplicabilidade da Constituição, tão fundamental como apresentada.

Mais estudos precisam ser feitos no sentido da entrada deste ensino nas escolas. Diversos autores indicam a necessidade da cidadania ser aplicada dentro da sala de aula, do quanto é necessária e importante essa didática para o desenvolvimento pessoal e nacional. E assim, enfim, trazer o crescimento nacional e melhor preparo do ser humano para seu cotidiano.

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