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Avaliação do inseticida biológico (Bacillus thuringiensis) no manejo de pragas em cultivares de soja (Glycine max L.) modificadas geneticamente

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0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DO INSETICIDA BIOLÓGICO (Bacillus thuringiensis)

NO MANEJO DE PRAGAS EM CULTIVARES DE SOJA (Glycine

max L.) MODIFICADAS GENETICAMENTE

TAUÃ DECKER FISCHER

Ijuí – RS 2014

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1 TAUÃ DECKER FISCHER

AVALIAÇÃO DO INSETICIDA BIOLÓGICO (Bacillus thuringiensis)

NO MANEJO DE PRAGAS EM CULTIVARES DE SOJA (Glycine

max L.) MODIFICADAS GENETICAMENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia, Departamento de Estudos Agrários da UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Prof. MSc. Luiz Volney Mattos Viau

Ijuí – RS 2014

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2 TAUÃ DECKER FISCHER

AVALIAÇÃO DO INSETICIDA BIOLÓGICO (Bacillus thuringiensis)

NO MANEJO DE PRAGAS EM CULTIVARES DE SOJA (Glycine

max L.) MODIFICADAS GENETICAMENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), defendido perante a banca abaixo subscrita.

_____________________________________ Luiz Volney Mattos Viau

Prof. MSc. DEAg/UNIJUÍ – Orientador

_____________________________________ César Sartori – Engenheiro. Agrônomo

Chefe do IRDer – UNIJUÍ

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Ao chegar a conclusão de uma grande conquista dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a meus pais Airno Fischer e Luciana Decker Fischer, e minha namorada Isabel Fernandes Burtet. Vocês foram fundamentais para que eu alcançasse esse objetivo. Obrigado por sempre me apoiarem em todos momentos, me dando amor, incentivo, apoio, fé e acima de tudo acreditando no meu potencial.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por sempre me guiar e dar forças para vencer os obstáculos da vida e alcançar meus objetivos.

Aos meus pais Airno Fischer e Luciana Decker Fischer, e minha avó Odalila Decker por me ajudar e sempre me apoiar nesse processo acadêmico.

A minha namorada Isabel Fernandes Burtet pelo companheirismo, incentivo e apoio na realização do trabalho.

Aos colegas de curso pelos aprendizados e convivência, em especial a meu amigo Jeferson Perkoski pela ajuda no desenvolvimento prático deste trabalho.

Ao professor Luiz Volney Mattos Viau, pela dedicação, acompanhamento e orientação deste trabalho. Aos demais professores pelos ensinamentos passados durante toda jornada acadêmica.

Ao Departamento Estudos Agrários e Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR) e todos seus funcionários pelo auxílio prestado.

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AVALIAÇÃO DO INSETICIDA BIOLÓGICO (Bacillus thuringiensis) NO MANEJO DE PRAGAS EM CULTIVARES DE SOJA (Glycine

max L.) MODIFICADAS GENETICAMENTE

Tauã Decker Fischer Orientador: Prof. MSc. Luiz Volney Mattos Viau

RESUMO

O presente trabalho avaliou a utilização do BT Control (Bacillus thuringiensis) na redução da frequência de lagartas na cultura da soja. O trabalho foi conduzido no IRDeR – Augusto Pestana – RS em delineamento fatorial 2X4 delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições sendo utilizados os seguintes tratamentos. As cultivares reagentes foram AS 3570 I-PRO, DM 6563 I-PRO, BMX 6160 I-PRO e Júpiter RR submetidas ao controle biológico de lagartas com Bacillus

thuringiensis. As variáveis avaliadas foram Rendimento de Grãos, Índice de Colheita,

Rendimento Biológico Aparente, Peso de Grãos por Planta, Número de Trifolios por Planta, Número de Vagens Danificadas por Planta e Número de Lagartas por pano de batida. Os dados foram analisados pelo programa Assistat 7.7 BETA revelando que o efeito Bt influiu somente no Rendimento Biológico Aparente enquanto que o efeito simples proporcionou para cultivar variação no Rendimento de Grãos, Peso de Grãos por Planta e Rendimento Biológico Aparente. O efeito da interação Bt X Cultivar não foi significativo. Os resultados permitem concluir que a cultivar DM 6563 I-PRO apresentou maior Rendimento de Grãos, entretanto não diferiu estatisticamente das cultivares BMX 6160 I-PRO e JÚPITER-RR. A aplicação do

Bacillus thuringiensis reduziu a frequência de lagartas na soja. Nos genótipos RR 2

ocorreu menor frequência de lagartas.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo da análise de variância para caracteres: rendimento de grãos (kg/ha), índice de colheita (%), peso grãos/planta (g), rendimento biológico aparente (RBA) e número de plantas/metro de cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 24 Tabela 2: Rendimento de grãos (kg/ha), rendimento biológico aparante (RBA), peso de grãos/planta (g), índice de colheita (%) e número de plantas/metro linear de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 25 Tabela 3: Rendimento de grãos (kg/ha), rendimento biológico aparente (RBA), peso grãos/planta (PGP), índice de colheita (%) e número de plantas/m linear de cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 26 Tabela 4: Número de trifólios em cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com e sem aplicação de Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 26 Tabela 5: Vagens danificadas em plantas de soja submetidas ao controle de lagartas com e sem Baccilus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 27 Tabela 6: Número de lagartas na cultivar Júpiter RR em diferentes datas. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 ... 27

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 10

1.1 IMPORTÂNCIA DA SOJA ... 10

1.2 POLUIÇÃO AMBIENTAL POR AGROTÓXICOS ... 11

1.3 Bacillus thuringiensis (Bt) ... 13

1.4 TECNOLOGIA RR E RR2 INTACTA ... 14

1.5 DESCRIÇÃO E DANOS CAUSADOS POR ATAQUE DAS PRAGAS ... 16

1.5.1 Lagarta da Soja (Anticarsia gemmatalis) ... 16

1.5.2 Lagarta Falsa-medideira (Pseudoplusia includens) ... 17

1.5.3 Lagarta Helicoverpa armigera ... 17

1.5.4 Percevejos ... 18

1.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS ... 19

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 20

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ... 20

2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ... 20

2.3 DESCRIÇÃO DAS CULTIVARES ... 21

2.4 DETERMINAÇÕES REALIZADAS ... 22

2.4.1 Rendimento de Grãos (kg/ha) ... 22

2.4.2 Rendimento Biológico Aparente (RBA) (g) ... 22

2.4.3 Peso de Grãos por Planta (g) ... 22

2.4.4 Índice de Colheita (%) ... 22

2.4.5 Número de Plantas por Metro Linear ... 22

2.4.6 Número de Trifólios por Planta ... 23

2.4.7 Número de Vagens Danificadas por Planta ... 23

2.4.8 Número de Lagartas por Pano de Batida ... 23

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 23

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 24

CONCLUSÃO ... 28

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INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max L.) é um dos produtos agrícolas mais antigos que a humanidade conhece. Alguns relatos revelam que os plantios de soja na China ocorriam há 2800 a.C. Em termos comerciais, a cultura ganhou espaço mundial na primeira metade do século XX, e a partir daí a oleaginosa torna-se um importante produto de exportação. No Brasil, ganhou espaço significativo em meados dos anos 1950.

Na safra 2013/2014 no Brasil a soja geneticamente modificada ocupou cerca de 90% da área plantada, com os agricultores buscando maiores produtividade e manejo mais eficiente, com um crescimento de 11% na adoção da tecnologia em relação a safra passada.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o uso de tecnologias de defesa vegetal evitam perdas nas culturas de cerca de 38%.

Com o melhoramento genético focado para maiores rendimentos, as plantas acabam ficando mais suscetíveis a ataques de moléstias e pragas, e assim se usa maior quantidade de agrotóxicos, contribuindo para o aumento da poluição ambiental.

Outro problema encontrado é em relação as excessivas aplicações de agrotóxicos, acarretando resistência de pragas a diversos inseticidas, aparecimento de pragas que até então eram consideradas secundárias, ressurgimento de pragas, efeitos adversos sobre inimigos naturais e outros animais e efeitos tóxicos ao homem e ao ambiente.

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O trabalho teve como objetivo avaliar o manejo integrado de pragas com a utilização do produto biológico Bacillus thuringiensis e seus efeitos nos componentes e no rendimento de grãos de soja.

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10 1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 IMPORTÂNCIA DA SOJA

O Brasil cultivou na safra de 2013/2014 aproximadamente 30 milhões de hectares com a cultura da soja (Glycine max L.). As condições adequadas de cultivo proporcionam aumentos graduais no rendimento desta oleaginosa, sendo a espécie mais cultivada atualmente no Brasil (CONAB, 2014). Em Âmbito Nacional, o Estado do Rio Grande do Sul é o terceiro maior em cultivo de soja, perdendo apenas para Mato Grosso e Paraná.

Estudos realizados por Sediyama1 (2009 apud PELISSARI, [s.d.]), caracterizam a soja como planta de extrema importância mundial, pois expressa altos teores de proteína e óleo. Também é utilizada na alimentação humana, produção de biodiesel, e após seu beneficiamento o farelo produzido é destinado à suplementação animal devido seus benefícios bromatológicos.

O grão da soja tem um papel fundamental no desenvolvimento da economia brasileira. Conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE, 2011) foram movimentados cerca de 24 bilhões de dólares apenas nas exportações de soja, farelo e óleo. A sojicultura brasileira atualmente gera 1,5 milhão de empregos em 17 Estados do País. O crescimento dos setores envolvidos com a soja por meio de investimentos em tecnologias, novas áreas agrícolas e indústrias de processamento de grãos e refino de óleos tem promovido resultados positivos não apenas em volumes operados, mas também na melhoria de vida da população.

A soja representa no nível mundial, o papel de principal oleaginosa produzida e consumida, sendo isso justificado pela importância do produto tanto para o consumo animal, através do farelo da soja, quanto para o consumo humano, através do óleo e proteína. No Brasil, a partir dos anos 1970 a produção da soja passou a ter grande relevância para o agronegócio, verificada pelo aumento das áreas cultivadas e, principalmente, pelo incremento da produtividade pela utilização de novas tecnologias (SILVA; LIMA; BATISTA, [s.d.]).

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1.2 POLUIÇÃO AMBIENTAL POR AGROTÓXICOS

Agrotóxicos são produtos utilizados na agricultura para controlar doenças, insetos ou plantas daninhas que possam causar danos às plantações. Conforme a Lei nº 7.802/1989, de 11 de julho de 1989 que regulamenta o uso de agrotóxicos, os define como:

Os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; assim como substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), atualmente existem cerca de 15000 formulações para 400 agrotóxicos diferentes, sendo que cerca de 8000 encontram-se licenciados no Brasil, que é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. Os mais utilizados no país são herbicidas e inseticidas e de acordo com os últimos dados consolidados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG), no ano de 2012 foram vendidos no Brasil 823 mil toneladas de agrotóxicos, o que movimentou um valor de US$9,7 bilhões.

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, algodão, madeira, celulose e biocombustível, mas também é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, posição que ocupa há oito anos consecutivos. Na safra agrícola de 2012 foram pulverizados, nos seus 95 milhões de hectares de lavouras, cerca de 1,05 bilhões de litros de herbicidas, inseticidas e fungicidas, principalmente nos cultivos de soja, milho, cana de açúcar, algodão, cítricos, café e hortaliças (PIGNATI; OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Segundo Pignati, Oliveira e Silva (2014) dentre os vários impactos da cadeia produtiva do agronegócio, os de maior relevância para a saúde do trabalhador, da população e do ambiente são as poluições e intoxicações agudas e crônicas relacionadas aos agrotóxicos. Com essa dependência dos agroquímicos os fazendeiros, ao pulverizarem esses venenos, contaminam a lavoura, o alimento, o

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meio ambiente, os trabalhadores e a população do entorno, com o objetivo de atingir o alvo ou as "pragas da lavoura" (inseto, fungo ou erva daninha) que se desenvolvem dentro das plantações.

Segundo Sindag2 e Pelaez (apud PIGNATI; OLIVEIRA; SILVA, 2014), Mato Grosso é o maior consumidor nacional de agrotóxicos, representando 18,9% do total, seguido de São Paulo (14,5%), Paraná (14,3%), Rio Grande do Sul (10,8%), Goiás (8,8%), Minas Gerais (9,0%), Bahia (6,5%), Mato Grosso do Sul (4,7%), Santa Catarina (2,1%) e 10,4% pelos demais estados.

Ao verificar os dados do Centro de Informações Toxicológicas do Estado (CIT – RS), no período de 2005 a 2012 o Rio Grande do Sul registrou mais de 5,5 mil casos de contaminação por agrotóxicos. Somente em 2012 foram 571 intoxicações em solo gaúcho. Esses números chocam a população e além disso chamam atenção para a necessidade de aumentar os cuidados no manejo desses defensivos, utilizando equipamentos de proteção e, ao lidar com as substâncias químicas, estar atento a uma série de ações para prevenir problemas de saúde principalmente com intoxicações (AVINDIMA, [s.d.]).

O maior problema no uso dos mesmos se refere ao mau manejo realizado pelos agricultores, onde estes podem trazer problemas para a saúde humana e animal, como também para o meio ambiente. A degradação do meio ambiente tem consequências em longo prazo e seus efeitos podem ser irreversíveis. Segundo Veiga3 et al. (2006 apud BOHNER; ARAÚJO; NISHIJIMA, [s.d.]), a aplicação de agrotóxicos pode contaminar o solo e os sistemas hídricos, culminando numa degradação ambiental que teria como consequência prejuízos à saúde e alterações significativas nos ecossistemas.

Segundo Ferrari4 (1985, p. 110 apud CHAGAS, [s.d.]) “até os anos 50 as atividades da agricultura estavam direcionadas para geração de produtos (café e algodão), para o autoconsumo da população residente no meio rural e alguns poucos núcleos urbanos”, mas com o aumento demasiado da população houve a

2SINDAG – SINDICATO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS. Dados de

produção e consumo de agrotóxicos. Disponível em: <http://www.sindag.com.br>. Acesso em:

20/12/2013.

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VEIGA, M. M. et al. Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 11, p. 2391-2399, nov. 2006.

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necessidade de aumentar a produção agrícola para abastecer os centros urbanos, utilizando agrotóxicos sem se saber o seu efeito contrário.

O meio ambiente é amplamente afetado pelo uso de agrotóxicos. De acordo com Ferrari (1985, p. 112 apud CHAGAS, [s.d.]) as terras carregadas pelas águas das chuvas leva para os rios, lagoas e barragens, os resíduos de agrotóxicos, comprometendo a fauna e a flora aquática, além de comprometer as águas com a finalidade de abastecimento.

Segundo Gonsalves5 (2001 apud BOHNER; ARAÚJO; NISHIJIMA, [s.d.]), quando utilizados inadequadamente, em excesso ou próximos da época de colheita, os agrotóxicos podem acarretar, ainda, riscos à saúde dos aplicadores e dos consumidores, causando intoxicações, mutações genéticas, câncer e morte.

1.3 Bacillus thuringiensis (Bt)

Bacillus thuringiensis é uma bactéria, de ocorrência natural, pertencente à

família Bacilliaceae, gram-positiva e que forma endósporo, ao qual está associado um cristal proteico que contêm endotoxinas. Diferentes raças de B. thuringiensis contêm cristais com combinações variadas de proteínas com propriedades inseticidas. Aquelas que infectam larvas de Lepidoptera afetam de forma diferenciada os diferentes hospedeiros ou insetos alvos. Essas toxinas causam disrupção e paralisia das células epiteliais do intestino médio (ventrículo) dos insetos, fazendo com que estes cessem a alimentação em poucas horas após a ingestão de alimento contaminado por B. thuringiensis. Essas lesões provocam a mistura da hemolinfa (sangue do inseto) e o conteúdo do intestino médio, resultando em septicemia, e consequentemente a morte do inseto que a ingeriu. Devido a esse modo de ação a lagarta continua vivendo alguns dias após a aplicação do produto, porém cessa sua capacidade de causa dano à cultura poucas horas após a aplicação do Bt. A lagarta infectada tem seu consumo reduzido em mais de 95%, em relação a uma lagarta sem contaminação (MOSCARDI, [s.d.]).

A tecnologia Bt tem como vantagens a parada alimentar rápida dos insetos infectados, acarretando dessa maneira menor desfolha em nível de dano econômico a cultura da soja, além da possibilidade de uso em elevadas populações de lagartas.

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As desvantagens mais citadas são custo elevado de controle em relação ao Baculovírus e a impossibilidade de uso quando estiverem presentes outros insetos que não são suscetíveis ao Bt, precisando assim de outros controles.

De acordo com Charles et al. (2000) o Bt é o mais bem sucedido princípio ativo bacteriano que compõe inseticidas (biopesticidas) de importância comercial, sendo os produtos responsáveis por 90% do mercado no campo microbiano. Suas aplicações para a proteção de plantações são práticas realizadas em várias partes do mundo em projetos integrados, visando diminuir o emprego de inseticidas químicos, contra os quais pesa a questão da resistência de insetos. Bt atua pela ação tóxica de suas δ-endotoxinas, glicoproteinas intracitoplasmáticas, proteínas Cry e Cyt, as quais apresentam alta especificidade contra alguns insetos e, assim, apresentam menores danos para a flora e fauna não alvos (LEON RABINOVITCH, 2007).

Ao se alimentarem de plantas de soja Bt por meio da raspagem das folhas, as lagartas alvo dessa tecnologia ingerem a proteína Cry1Ac, que se liga a receptores específicos no tubo digestivo do inseto, provocando a ruptura da membrana do intestino médio das lagartas e, consequentemente, a morte do inseto. Dessa maneira, a soja Bt confere proteção contra as principais lagartas da cultura da soja durante todo o ciclo de desenvolvimento da planta (ABRASEM, [s.d.]).

A tecnologia Bt traz em seu controle na soja as principais lagartas que atacam na cultura, sendo estas Lagarta da Soja (Anticarsia gemmatalis), Lagartas Falsa Medideiras (Chrysodeixis includens/Rachiplusia nu), Broca das Axilas (Crocidosema aporema), Lagarta das Maçãs (Heliothis virescens), Lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e Complexo Helicoverpa (Helicoverpa spp).

1.4 TECNOLOGIA RR E RR2 INTACTA

Pelos avanços da biotecnologia no melhoramento genético de plantas o homem conseguiu mapear o genoma de algumas espécies de plantas, bactérias, fungos, vírus entre outros, conhecendo genes com características específicas. Com esta ferramenta tornou-se possível transferir genes específicos de uma espécie doadora para outra espécie receptora, de forma controlada, inserindo-se apenas a parte desejada de forma mais rápida e segura (MATEUS; SILVA, 2013).

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A cultura de tecidos in vitro possibilita a regeneração de qualquer parte da planta que foi alterada com o gene específico, dessa forma, regenera-se uma planta inteira e idêntica a natural, mas com uma nova característica (KERBAUY6, 1997

apud MATEUS; SILVA, 2013).

No Brasil o melhoramento genético realizado com técnicas de engenharia genética, produzindo organismos geneticamente modificados (OGMs) só foi liberado recentemente por meio da lei 8.974/1995, sendo a empresa Monsanto a primeira a lançar uma cultivar de soja geneticamente modificada, criando uma grande polêmica e discussão a respeito da adoção ou não dessa tecnologia, só após vários anos de debates e com a aprovação da lei 11.105/2005 de biossegurança, a primeira cultivar de soja geneticamente modificada pode ser cultivada e comercializada (AMÂNCIO7, 2009 apud MATEUS; SILVA, 2013).

A primeira soja geneticamente modificada segundo Comunicado n.º 54, de 29 de setembro de 1998 é a soja RR (Roundup Ready) da empresa Monsanto, com o auxílio de avançadas técnicas biotecnológicas a pesquisa conseguiu transferir o gene cp4 da Agrobacterium sp. naturalmente encontrada no solo para o DNA da soja por meio do processo de biobalística.

Linhagens de soja com o evento GTS 40-3-2 possuem o gene cp4-epsps promotor 35S, na região de localização do peptídeo de transição para o cloroplasto, região esta que pode fazer a codificação para a enzima 5-enolpiruvato-chiquimato-3-fosfato sintase. Plantas que possuem em seu DNA esse gene, o glifosato não consegue afetar a enzima 5-enolpiruvato-chiquimato-3-fosfato, pois o gene cp4- codifica uma enzima EPSPS bastante tolerante ao glifosato (CTNBio, 1998 apud MATEUS; SILVA, 2013).

O parecer técnico nº 2542/2010, mostra que a soja Intacta RR2 PRO da empresa Monsanto foi liberada para comercialização, mostrando resistência às lagartas, a lagarta comum da soja (Anticarsia gemmatalis), a falsa medideira (Pseudoplusia includens) e (Rachiplusia nu) e a broca-das-axilas (Crocidosema

aporema) com tolerância ao glifosato.

6KERBAUY, G. B. Clonagem de plantas “IN VITRO”. Revista de Biotecnologia, Brasília, v. 1, p.

30-33, maio 1997.

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AMÂNCIO, M. C. Aspectos legais da pesquisa com transgênicos no Brasil. In: FALEIRO, F. G.; ANDRADE, S. R. M. Biotecnologia, transgênicos e biossegurança. Planaltina, DF: Embrapa Cerrado, 2009.

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A soja Intacta RR2 PRO evento MON 89788, traz uma codificação para a expressão do gene cp4 epsps através do uso do promotor vírus mosaico da escrofulária, permitindo a expressão do gene em toda a planta. Conforme afirmação de Fluza8 (2009 apud MATEUS; SILVA, 2013) esse gene Cry1Ac oriundo do Bacillus

thuringiensis, têm habilidade de solubilizar cristais proteicos no intestino médio do

inseto, levado o mesmo a paralisia e a morte, atingindo apenas o inseto-alvo.

1.5 DESCRIÇÃO E DANOS CAUSADOS POR ATAQUE DAS PRAGAS

As principais pragas que atacam a cultura da soja são a Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), Lagarta Falsa-medideira (Pseudoplusia includens), Percevejo Verde-Pequeno (Piezodorus guildinii), Percevejo verde (Nezara viridula), Percevejo marrom (Euschistus heros) e Percevejo barriga-verde (Dichelops

melacanthus e Dichelops furcatus).

1.5.1 Lagarta da Soja (Anticarsia gemmatalis)

A lagarta-da-soja pode apresentar coloração totalmente verde, pardo-avermelhada ou preta, com estrias brancas sobre o dorso e são caracterizadas pela presença de cinco pares de falsas pernas abdominais, durante todo o período larval. Nos estádios iniciais, as lagartas penduram-se por um fio de seda, tanto para mudar de lugar na planta quanto para não caírem ao solo (o chamado estádio de “fio”) e se comportam como mede-palmo. Entretanto, quando mais desenvolvidas, perdem o hábito mede-palmo, são ativas e caem ao solo quando incomodadas. Sob condição de alta população podem apresentar coloração preta, mantendo as estrias brancas. Passam por seis estádios larvais, podendo atingir até 40 mm de comprimento e, em seguida, se transformam em pupas no solo. O adulto é uma mariposa de coloração variando entre cinza, marrom, bege, amarelo ou azul claro, tendo sempre presente uma linha transversal unindo as pontas do primeiro par de asas (DEGRANDE; VIVAN, 2012). Seu ciclo médio de vida é de 47 dias (ovo = 3 dias; lagarta = 15 dias; pupa = 9 dias; adulto = 20 dias; e cada fêmea oviposita cerca de 1000 ovos).

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FLUZA, L. M. Mecanismo de ação de Bacillus thuringiensis. Revista de Biotecnologia, Brasília, v. 38, p. 32-35, 2009/2010.

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Os danos decorrentes dessa praga ocorrem na fase mede-palmo, onde as lagartas inicialmente raspam o tecido foliar. A partir do terceiro estádio consomem o limbo foliar e as nervuras, deixando pequenos buracos nas folhas, provocando reduções da área foliar e da taxa fotossintética. Nos casos mais severos, há perda total da folha, inclusive das nervuras e do pecíolo. Em função da época do ataque, do nível da infestação e das condições ambientais, a redução da área foliar pode ocasionar perdas de produtividade.

1.5.2 Lagarta Falsa-medideira (Pseudoplusia includens)

As lagartas desta espécie apresentam coloração verde claro, com uma série de linhas brancas longitudinais espalhadas sobre o dorso. Tipicamente, apresentam apenas três pares de falsas pernas na região abdominal fazendo com que, no seu deslocamento, ocorra intenso movimento do corpo, parecendo medir palmos. Daí o nome comum “lagarta mede-palmo”. A fase de pupa ocorre nas folhas, no interior de um abrigo produzido pela lagarta, a qual tem coloração variando do marrom ao verde. A mariposa (de até 35 mm de envergadura) apresenta asas dispostas na forma de uma quilha quando a mariposa está em repouso, de cor marrom ou cinza, com brilho cúpreo, com duas manchas prateadas em cada uma das asas do primeiro par. As asas posteriores também são marrons (DEGRANDE; VIVAN, 2012).

Possuem uma duração média de vida de 46 dias (ovo = 5 dias; lagarta = 20 dias; pupa = 7 dias; adulto = 14 dias; cada fêmea oviposita cerca de 500 ovos).

As lagartas se alimentam das folhas da soja e não destroem as suas nervuras, conferindo um aspecto de rendas. Dessa forma, acabam contribuindo para a redução da área foliar. São favorecidas por condições de seca. Para controle de nível de ação, em média, 40 lagartas grandes por batida de pano, ou então 30% de desfolha antes do florescimento ou 15% de desfolha a partir das primeiras flores. Recomendam-se, no mínimo, 10 amostragens (batidas de pano) para lavouras ou talhões de até 100 ha cada.

1.5.3 Lagarta Helicoverpa armigera

É um inseto-praga de grande importância econômica potencial, já presentes no Brasil, que atacam diversas culturas como algodão, soja, milho, feijão e até

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pastagens, além de hortaliças como o tomate, e que devem ser submetidas a programa oficial de controle. Outro aspecto desse inseto é que ele apresenta grande habilidade de se dispersar na fase adulta.

A Helicoverpa é um inseto de metamorfose completa, em que o seu desenvolvimento biológico passa pelas fases de ovo, lagarta, pré-pupa, pupa e adulta. Cada fêmea pode colocar até 3 mil ovos sobre as plantas hospedeiras. A porção apical do ovo é lisa, porém o restante da sua superfície é esculpida em forma de nervuras longitudinais. O período de incubação dos ovos é, em média, de 3,3 dias, com o seu comprimento variando de 0,42 mm a 0,60 mm e a largura de 0,40 mm a 0,55 mm (ÁVILA et al., 2013).

As fêmeas realizam a oviposição normalmente durante a noite e preferencialmente sobre os talos e flores, para que fiquem de forma isolada ou em pequenos agrupamentos, tendo assim maior efetividade na reprodução da espécie. Seu período larval é de 6 ínstares tendo variância de cor. A partir do quarto ínstar, as lagartas apresentam tubérculos abdominais escuros e bem visíveis na região dorsal do primeiro segmento abdominal, sendo esta característica determinante para a identificação de lagartas de H. armigera.

1.5.4 Percevejos

Os percevejos fitófagos são, em geral, responsáveis por reduções no rendimento e na qualidade das sementes, em consequência dos danos causados pelas picadas em si, bem como pela inoculação de patógenos, como o fungo

Nematospora corylii. Este fungo é uma levedura que pode causar a deterioração das

sementes, semelhante ao ataque de bactérias. No campo, os grãos atacados ficam menores, enrugados, chochos e tornam-se mais escuros. A má formação das vagens e dos grãos provoca a retenção foliar nas plantas de soja, que não amadurecem na época da colheita. Por isso, o complexo de percevejos representa alto risco à produtividade da soja. Podem causar danos irreversíveis, alimentando-se diretamente dos grãos desde o início da sua formação nas vagens (DEGRANDE; VIVAN, 2012).

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1.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

A planta da soja e as demais culturas agrícolas estão sujeitas, durante todo seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos. Embora esses insetos tenham suas populações reduzidas por predadores, parasitoides e doenças, em níveis dependentes das condições ambientais e do manejo de pragas que se pratica, quando atingem populações elevadas, são capazes de causar perdas significativas no rendimento das culturas, e assim sendo necessário seu controle.

Segundo Pedigo (1996 apud SILVA; SANTOS, 2004) o MIP pode ser definido como uma tecnologia compreensiva das pragas que usa meios combinados para reduzir o status de praga para níveis toleráveis enquanto mantém a qualidade do ambiente.

Um programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) requer o conhecimento teórico das suas bases de aplicação, do entendimento das relações econômicas entre a cultura e a praga, do grau de capacitação técnica do produtor, além de um planejamento antecipado, estabelecendo-se pontos críticos para a cultura a ser explorada economicamente (SILVA; SANTOS, 2004).

Em geral, o objetivo do MIP é de reduzir as perdas causadas por pragas de modo efetivo, tanto economicamente como ecologicamente correto, de modo a agredir o meio ambiente da menor forma.

Segundo a literatura para se efetuar o MIP de lagartas estas devem estar em média 20 lagartas grandes (maior que 1,5 cm) por pano de batida e desfolhamento médio maior que 30% antes do florescimento ou 15% depois do florescimento.

(21)

20 2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O experimento foi conduzido a campo na área experimental do Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), localizado no Município de Augusto Pestana, no estado do Rio Grande do Sul. O IRDeR é uma unidade de pesquisa da Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), onde esta localizado geograficamente a 28° 26’ 30’’ de latitude S e 54° 00’ 58’’ de longitude W e uma altitude próxima a 300 metros.

O solo da área experimental é caracterizado como Latossolo Vermelho Distroférrico Típico (unidade de mapeamento de Santo Ângelo). O mesmo apresenta um perfil profundo, boa drenagem, de coloração vermelho escuro, textura argilosa e predominância de argilominerais 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro e alumínio.

O clima da região possui a classificação climática de Cfa (Clima Subtropical Úmido), que se caracteriza com verão quente sem estiagem prolongada. Apresenta invernos frios e úmidos, com ocorrência frequente de geadas. Os meses de janeiro e fevereiro são os meses mais quentes do ano, com temperatura superior a 22º C, enquanto junho e julho os mais frios. Em relação a volumes pluviométricos, a região possui registros em média de 1600 mm anuais, com maiores precipitações no inverno e outono.

Em relação ao histórico da área, vem sendo adotado o sistema de semeadura direta na palha há onze anos, e rotação de culturas na mesma com diferentes experimentos de inverno.

2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O experimento foi implantado em um fatorial 2 X 4 em delineamento inteiramente casualizado com 3 repetições. O plantio foi realizado no mês de dezembro de 2014. As parcelas foram constituídas de 6 linhas, com espaçamento entrelinhas de 0,50 metros e um comprimento de 7,5 metros, totalizando 24 parcelas. Para avaliação foram consideradas as 4 linhas centrais de cada parcela correspondente ao tratamento aplicado.

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A área experimental foi dessecada antes do plantio com Roundup Transorb® (Glifosato 580 g/L), na dose de 1,5 l/ha, mais um sequencial de Gramoxone, (Paraquat 200 g/L) na dose de 2 l/ha e a adubação na base de 250 kg/há de 5-20-20.

Os tratamentos realizados foram os seguintes: 1 - cultivar AS 3570 RR2 Intacta sem Bt Contrrol; 2 - cultivar AS 3570 RR2 Intacta com Bt Control; 3 - cultivar BMX 6160 RR2 Intacta sem Bt Control; 4 - cultivar BMX 6160 RR2 Intacta com Bt Control; 5 - cultivar DM 6563 RR2 Intacta sem Bt Control; 6 - cultivar DM 6563 RR2 Intacta com Bt Control; 7 - cultivar Júpiter RR sem Bt Control;

8 - cultivar Júpiter RR com Bt Control.

As plantas invasoras foram controladas com capinas manuais.

2.3 DESCRIÇÃO DAS CULTIVARES

Cultivar: AS 3570 I-PRO Grupo de Maturação: 5.7 Ciclo: Precoce

Colheita: 135 dias

Hábito de crescimento: Semideterminado Acamamento: Resistente

Cultivar: BMX 6160 I-PRO Grupo de Maturação: 6.0

Hábito de crescimento: Indeterminado Acamamento: Resistente

Índice de ramificação: Alto

Cultivar: DM 6563 I-PRO Grupo de maturação: 6.3 Índice de ramificação: Alto Acamamento: Resistente

(23)

22

Cultivar: Júpiter RR Ciclo: Precoce

Grupo de maturação: 5.9

Hábito de crescimento: Indeterminado Acamamento: Resistente

2.4 DETERMINAÇÕES REALIZADAS

2.4.1 Rendimento de Grãos (kg/ha)

O rendimento de grãos foi determinado através da colheita de 4 linhas centrais de 5 metros de comprimento, sendo trilhados os grãos, pesados e transformados em kg por ha.

2.4.2 Rendimento Biológico Aparente (RBA) (g)

Foi determinado pela pesagem de 5 plantas colhidas ao acaso, sendo calculado pelo peso total de cada planta (grão + palha) e determinado em gramas por planta.

2.4.3 Peso de Grãos por Planta (g)

Foi determinado pela pesagem de grãos de 5 plantas colhidas ao acaso e realizado a média, sendo determinado o de peso grãos por planta em gramas.

2.4.4 Índice de Colheita (%)

Foi determinado pela relação entre grãos e rendimento biológico aparente multiplicado por 100.

2.4.5 Número de Plantas por Metro Linear

Foi determinado pela contagem do número de plantas em um 1 metro linear de fileiras.

(24)

2.4.6 Número de Trifólios por Planta

Foi determinado o número de trifólios na cultivar AS 3570 I PRO e JÚPITER RR através da contagem dos trifólios por planta quando as cultivares foram submetidas ou não ao tratamento com Bt.

2.4.7 Número de Vagens Danificadas por Planta

Foi determinado nas cultivares AS 3570 I PRO e JÚPITER RR o número de vagens danificadas quando as cultivares foram submetidas ou não ao tratamento com Bt.

2.4.8 Número de Lagartas por Pano de Batida

Determinado pelo número de batidas na cultivar JÚPITER RR quando submetida e não ao controle biológico com Bt.

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram submetidos a análise de variância pelo programa Assistat 7.7 Beta para identificação do efeito de tratamentos na análise fatorial 2 X 4 para a análise de fator Bt e fator Cultivar analisando os efeitos simples e a interação. Foi aplicado teste de Tukey a 5% de probabilidade para detectar diferenças entre médias de tratamentos.

(25)

24 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância através do quadrado médio dos caracteres avaliados quando a soja foi submetida ao manejo de pragas com Bacillus thuringiensis mostrou variação do fator Bt, com diferença não significativa para rendimento de grãos, índice de colheita, peso de grãos por planta e número de plantas por metro linear. Por outro lado o efeito de Bacillus thuringiensis sobre o manejo de pragas nas cultivares testadas mostrou efeito significativo para rendimento biológico aparente.

O fator cultivar evidenciou efeito significativo para rendimento de grãos, peso de grãos por planta e rendimento biológico aparente, entretanto não foram observados efeitos de cultivar sobre o índice de colheita e o número de plantas por metro linear. A interação Bt / cultivar avaliada através das variáveis rendimento de grãos, índice de colheita, peso de grão por planta, rendimento biológico aparente e número de plantas por metro linear não foi significativa, conforme pode ser visualizado na Tabela 1.

Tabela 1: Resumo da análise de variância para caracteres: rendimento de grãos (kg/ha), índice de colheita (%), peso grãos/planta (g), rendimento biológico aparente (RBA) e número de plantas/metro de cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014

Causa de Variação Quadrado Médio

BT Cultivar BT X Cultivar CV %

Rendimento de Grãos (kg/ha) 337 NS 400629 * 109284 NS 13

IC % 0,37 NS 4,82 NS 7,37 NS 3

Peso grãos/planta (g) 30 NS 47 ** 11 NS 13

RBA (g/pl) 104 * 136 ** 28 NS 13

NPL/m 1,5 NS 9 NS 0,2 NS 16

*Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F. **Significativo a 1% de probabilidade pelo Teste F. NS - Não significativo.

CV% - Coeficiente de Variação.

Os coeficientes de variação obtidos no experimento estão dentro dos padrões recomendados para esse tipo de pesquisa, pois variaram de 3 a 16%, indicando uma alta precisão dos dados obtidos no presente trabalho (Tabela 1).

(26)

O efeito do manejo de lagartas através da aplicação de Bacillus thuringiensis revelou não haver diferença significativa para as variáveis rendimento de grãos, peso de grãos por planta, índice de colheita e número de plantas por metro linear. Por outro lado ficou evidente o efeito do controle biológico sobre a variável rendimento biológico aparente, conforme visualizado na Tabela 2.

Tabela 2: Rendimento de grãos (kg/ha), rendimento biológico aparante (RBA), peso de grãos/planta (g), índice de colheita (%) e número de plantas/metro linear de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014

Tratamento RG (kg/ha) RBA (g) Peso Grãos/planta IC (%) NP/m (nº)

COM TB 2.874 a 38 a 21 a 56 a 13 a

SEM BT 2.866 a 34 b 19 a 56 a 13 a

Média 2870 36 20 56 13

CV % 13 13 13 3 16

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.

CV % - Coeficiente de variação em porcentagem.

O efeito simples do fator cultivar evidenciou resposta diferencial para genótipos para os caracteres rendimento de grãos, rendimento biológico aparente e peso de grãos por planta. Não revelando diferença para o caráter índice de colheita e número de grãos por planta (Tabela 3). A cultivar DM 6563 I PRO apresentou maior rendimento de grãos (3.180 kg/ha) não diferindo estatisticamente da cultivar BMX 6160 I PRO (2.945 kg/ha) e da JÚPITER RR (2.786 kg/ha). O menor rendimento foi observado no genótipo AS 3570 I PRO (2.568 kg/ha) não diferindo estatisticamente da BMX 6160 I PRO e JÚPITER RR. A cultivar DM 6563 I PRO apresentou maior rendimento biológico aparente, maior peso de grãos por planta, sendo provavelmente as variáveis responsáveis pela maior produtividade da referida cultivar (Tabela 3).

(27)

26 Tabela 3: Rendimento de grãos (kg/ha), rendimento biológico aparente (RBA), peso grãos/planta (PGP), índice de colheita (%) e número de plantas/m linear de cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014

Cultivar RG (kg/ha) RBA (g) Peso grãos

(g) IC % NPM/ linear DM 6563 I PRO 3.180 a 37 a 21 a 57 a 12 a BMX 6160 I PRO 2.945 ab 41 a 23 a 56 a 11 a JÚPITER RR 2.786 ab 36 ab 20 ab 55 a 14 a AS 3570 I PRO 2.568 b 29 b 16 b 56 a 13 a Média 2.870 36 20 56 13 CV% 13 13 13 3 16

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.

CV % - Coeficiente de variação em porcentagem.

A avaliação do número de trifólios nas cultivares AS 3570 I PRO e JÚPITER RR mostrou que as mesmas apresentaram maior valor para o caráter quando não sofreram manejo de lagartas com Bacillus thuringiensis (Tabela 4).

Tabela 4: Número de trifólios em cultivares de soja submetidas ao controle de lagartas com e sem aplicação de Bacillus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 Cultivar Número de Trifólios Com BT Sem BT AS 3570 I PRO 10 12 JÚPITER RR 12 14 TOTAL 22 26

A análise de vagens danificadas em plantas de soja das cultivares AS 3570 I PRO e JÚPITER RR evidenciou valor médio superior quando os genótipos não foram submetidas ao controle biológico com Bt.

(28)

Tabela 5: Vagens danificadas em plantas de soja submetidas ao controle de lagartas com e sem Baccilus thuringiensis. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014 Cultivar Vagens Danificadas Com BT Sem BT AS 3570-IPRO 0 1 JÚPITER RR 1 3 TOTAL 1 4

O número de lagartas na cultivar JÚPITER RR (que foi a mais atacada por lagartas) apresentou média superior quando a referida cultivar não foi submetida ao controle biológico com Bt.

Tabela 6: Número de lagartas na cultivar Júpiter RR em diferentes datas. IRDeR, Augusto Pestana, RS, 2014

Data Avaliação Júpiter Rr Com BT Sem BT 28/02/2014 1 7 06/03/2014 5 9 16/03/2014 6 4 TOTAL 12 20 1 - Cultivar RR.

2 - Número de lagartas por batida de pano.

Obs: Nas cultivares AS 3570 I-PRO, BMX 6160 I-PRO e DM 6563 I-PRO, não ocorreu lagartas nas respectivas datas de avaliações.

Trabalho realizado por Fazam et al. (2013) avaliando genótipos não Bacillus

thuringiensis constatou aumento na frequência de lagartas Anticarsia gemmatalis

quando o genótipo não foi submetido a aplicação de Bt.

Na soja Bt RR 2 houve pequena ocorrência de lagartas indicando que a modificação da planta de soja com inserção de genes de Bt pode causar alteração nas interações planta/inseto fitófago/inimigos naturais com impacto na redução da frequência de lagartas (Tabelas 5 e 6).

(29)

28

CONCLUSÃO

- A cultivar DM 6563 I PRO apresentou maior rendimento de grãos, entretanto não diferiu estatisticamente das cultivares BMX 6160 I PRO e JÚPITER RR.

- A aplicação do Bacillus thuringiensis reduziu a frequência de lagartas na soja.

- Nos genótipos RR 2 ocorreu menor frequência de lagartas.

- A combinação das duas tecnologias (evento RR2) e aplicação de Bt Control é viável para manejo de lagartas na soja modificada geneticamente.

(30)

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