Princípios de
Nomenclatura Zoológica
►
Nomenclatura
É o procedimento de dar nomes aos tipos e grupos de animais a serem classificados.
►
Taxonomia
Diz respeito as regras da nomenclatura. Dar nomes as espécies.
► O nome de cada espécie é chamado de nome científico.
► Os diversos nomes que a espécie pode receber são chamados nomes populares
►
Classificação
É a prática de se organizar os táxons em categorias hierárquicas como: Filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
►
Sistemática
É o estudo das relações de parentesco entre os organismos.
►
Promover a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos dos animais
► Estabilidade: o nome não vai ser alterado sem justificativa ► Universalidade: o nome é mesmo em qualquer lugar
►
Assegurar que o nome de cada táxon (grupo) seja único e distinto
► Único: só há uma espécie com cada nome
►
Problemas comuns com o uso dos nomes populares
► Termos de amplo significado
► Ex: vermes - qualquer animais de aspecto repugnante, como minhocas, larvas de insetos, nematóides,...
► O mesmo nome popular pode ser aplicado a diferentes espécies
► Ex: Melro - na América do Sul, aplica-se ao Gnorimopsar chopi (Emberizidae) e na Europa ao Turdus merula (Muscicapidae).
► O mesmo animal pode apresentar vários nomes populares
► Ex: Onça-pintada (Panthera onca) é chamada ainda de acanguçu, canguçu, jaguar, jaguarapinima, jaguaretê, onça, pintada.
►
Karl von Linné (1707 – 1787) lançou as bases da classificação biológica em sua obra
“Sistema Naturae”.
► Nos tempos de Linné as espécies eram constituídas com base em determinado espécime “tipo” (a classificação
dava-se segundo coincidências)
► Com George Cuvier a classificação evoluiu para a análise de um “padrão anatômico” (respeitando-se, assim, as
variações individuais)
► Nos tempos atuais o procedimento biológico classificatório de um indivíduo dentro de uma espécie obedece
aos seguintes parâmetros:
► Observações empíricas: levantamento de caracteres morfológicos que remetam à sua história evolutiva;
► Observações biológicas: indivíduos de uma mesma espécie capaz se reproduzir – com sucessivas gerações férteis; ► Observações genéticas: levantamento de diferenças genéticas entre as espécies
►
Existem regras (códigos) internacionais para a definição das categorias taxonômicas e
nomes científicos para as espécies
► Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (International Code of Zoological Nomenclature). ► Código Internacional de Nomenclatura Botânica (International Code of Botanical Nomenclature).
► Código Internacional de Nomenclatura para Plantas Cultivadas (International Code of Nomenclature for
Cultivated Plants).
► Código Internacional de Nomenclatura Bacteriana (International Code of Nomenclature of Bacteria).
► Código Internacional de Classificação e Nomenclatura de Vírus (International Code of Virus Classification and
Nomenclature).
Táxon e categoria taxonômica
►
Táxon
► Táxon é um determinado grupo de organismos, com base em uma definição
►
Categoria taxonômica
► Categoria taxonômica é um determinado nível hierárquico no qual os táxons são incluídos ► Existem 8 categorias principais: domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. ► Toda espécie deve pertencer a pelo menos sete táxons correspondendo às categorias principais
Ex: Animalia, Chordata, Mammalia, Perissodactyla, Tapiridae, Tapirus, Tapirus terrestris
► Existem outras categorias adicionais para grupos mais diversos: coorte, falange, seção e tribo.
► Existe ainda a possibilidade de utilizar os prefixos super- , infra- e sub- para se criar categorias adicionais Ex: superfamília, supertribo, subgênero, subespécie etc.
►
Hierarquia das categorias taxonômicas
►
Todo nome científico é composto de dois nomes (sistema binomial) grafados em latim
► O primeiro nome é o nome genérico
(define o gênero o qual a espécie pertence)
► Citado em letra maiúscula e destacado
(em itálico, negrito ou sublinhado)
►
O segundo nome é o epíteto específico
► Define a exclusividade do nome da espécie ► Citado em letra minúscula e destacado
(em itálico, negrito ou sublinhado)
►
Quando existem subespécies, elas recebem três nomes
► A designação da subespécie vem após o epíteto específico
Nomes específicos
►
Os subgêneros podem ser citados junto com o nome ou não
► A designação do subgênero aparece no meio entre parênteses ► Grafado em letra maiúscula
►
Os nomes científicos podem vir acompanhados do nome de quem descreveu a espécie
e o ano
► Trata-se da citação completa do nome científico
Citação completa
►
Quando uma espécie é reclassificada em outro gênero, o nome do autor da primeira
classificação deve aparecer entre parênteses após o novo nome
► Exemplos:
► Zinjanthropus boisei Leakey, 1959 → Paranthropus boisei (Leakey) ► Pithecanthropus erectus Dubois, 1983 → Homo erectus (Dubois)
►
Nomes que fazem referência a localização geográfica de ocorrência da espécie devem
ser latinizados
► Normalmente vem com o sufixo “-us” ou “-is” ► Exemplos:
► Mesosaurus brasiliensis ► Australopithecus africanus ► Australopithecus afarensis
►
Nomes que fazem referência a patronímicos (nomes próprios) devem ser latinizados na
declinação masculina (“i”) ou na feminina (“ae”)
► Exemplos
► Paranthropus boisei → du Bois ► Latimeria chulmanae → Chulmann ► Carodinia vieirai → Vieira
► Ramapithecus nyanzae → Nyanz
►
O termo sp.
► Utilizado para se referir a um espécie no qual só se conseguiu identificar o gênero ► Ex: Giardia sp.
►
O termo spp.
► Utilizado para se referir às espécies de gênero de forma ampla ► Ex: Giardia spp.
►
Nomen nudum (nome nulo)
► Corresponde a denominação de uma espécie que não está em concordância com o Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica
► Os nomes nulos eram mais frequentes no passado, quando nem todos os taxonomistas estavam informados
das regras estabelecidas no código
► A maior quantidade de nomes nulos verifica-se por falta de descrição, diagnose latina ou de designação de
espécime tipo
► Exemplo:
Anuroctonus mexicanus Baerg, publicado em 1929 sem descrição adequada, deve ser citado como Carex bebbii Olney, nom. nud..
►
Incertae Sedis → Grupo com posição taxonômica ainda não determinada.
►
Corresponde a um grupo com posição taxonômica ainda não determinada
► Seu uso é provisório e dura o tempo necessário para se estabelecer um consenso a respeito da posição do
táxon na classificação vigente
► As principais causas para a classificação de um grupo como Incertae Sedis são:
1. Não inclusão ou escassez de material para análise
2. Controvérsia entre os especialistas sobre a melhor forma de classificar o grupo (mais comum) 3. Posição basal do grupo
► Exemplo:
► Rachoviscus graciliceps (Characidae: Incertae Sedis)
►
As caterogias acima de gênero são grafadas em maiúscula, sem destaque e algumas
recebem sufixos
► Superfamília: - oidea (ex: Scarabaeoidea) ► Família: - idae (ex: Scarabaeidae)
► Subfamília: - inae (ex: Scarabaeinae) ► Tribo: - ini (ex: Scarabaeini)
► Subtribo: - ina (ex: Escarabaeina)
►
Para categorias acima de família não há sufixos
►
Sinonímia
► Quando um mesmo táxon apresenta dois ou mais nomes distintos, eles são considerados sinônimos
► Ocorre quando um zoólogo propõe um nome para uma suposta espécie nova, sem saber que tal espécie já
havia sido descrita com outro nome
► Nos casos de sinonímia, vale o nome mais antigo (sinônimo sênior) e todos os demais (sinônimos juniores) não
devem ser utilizados.
►
Homonímia
► Quando nomes idênticos são aplicados a dois ou mais táxons pertencentes ao mesmo grupo, eles são
homônimos
► Ocorria quando a comunicação entre zoólogos era difícil ► Nos casos de homonímia, também vale o nome mais antigo.
Sinonímia e homonímia
►
Sempre que uma espécie nova é descrita, o autor deve guardar (tombar) um
espécime que será o padrão de referência do nome científico
► Este exemplar de referência é chamado de tipo
► Os tipos geralmente ficam tombados em museus de história natural ► No caso de protistas, o tipo pode ser lâminas preservadas
►
Os tipos são criados para que as características de uma espécie sejam comparadas
com outras espécies
►
Holótipo e parátipos
► Se mais de um espécime foi tombado, um deles deverá ser escolhido pelo autor como o representante oficial
-o h-olótip-o.
► Os demais exemplares são chamados parátipos.
►
Síntipos e lectótipo
► Quando o autor não define o holótipo, todos os exemplares compõem uma série-tipo e cada um deles é
chamado de síntipo
► Se posteriormente, um exemplar da série foi elegido como o representante este passa a ser o lectótipo
►
Neótipo
► Quando a série tipo é perdida e um novo representante é tombado, este torna-se o neótipo
Tipificação
►
A tipificação se extende à categorias taxonômicas superiores
► Todo gênero tem uma espécie-tipo ► Toda família tem um gênero-tipo