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Portfólio de informação e difusão cultural como estratégia arquivística da Fundação Margarida Maria Alves

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Academic year: 2021

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(1)CAMPUS V – MINISTRO ALCÍDES CARNEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS E APLICADAS CURSO DE BACHARELADO EM ARQUIVOLOGIA. FELIPE ARTHUR CORDEIRO ALVES. Portfólio de Informação e Difusão Cultural como estratégia arquivística da Fundação Margarida Maria Alves. JOÃO PESSOA 2014.

(2) FELIPE ARTHUR CORDEIRO ALVES. Portfólio de Informação e Difusão Cultural como estratégia arquivística da Fundação Margarida Maria Alves Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Arquivologia da Universidade Estadual da Paraíba, como exigência institucional para a conclusão do curso e obtenção do título de Bacharel em Arquivologia.. Orientadora: Prof. Ms. Maria José Cordeiro de Lima. JOÃO PESSOA 2014.

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(5) A Deus, por ter me concedido o dom da vida, discernimento para fazer escolhas certas e sabedoria para caminhar dia a dia. A minha família, em especial ao meu pai e minha mãe, pelo zelo e incentivo incondicional a mim e meus sonhos..

(6) AGRADECIMENTOS. Louvo e bendigo a Jesus Cristo, verdadeiramente Homem Deus, pelo dom da vida, pelas graças eficazes derramadas sobre minha vida durante a minha caminhada na vida acadêmica e pela sapiência adquirida por mim ao longo da elaboração deste trabalho. A todos os professores do curso de Bacharel em Arquivologia da UEPB, pelo entusiasmo e dedicação ao ensino, pesquisa e extensão na nossa universidade. Pelos valores transmitidos, a atenção no ouvir e a maestria no falar. De forma especial, a banca examinadora do meu trabalho composta pela Professora Ma. Maria José Cordeiro de Lima (orientadora), Professor Dr. Jimmy de Almeida Léllis (examinador) e a Professora Ma. Esmeralda Porfírio de Sales (examinadora). As contribuições oferecidas por cada um destes serviu para abrilhantar ainda mais a minha pesquisa. Posso afirmar com bastante convicção que sem as sugestões deles este trabalho não teria sido concluído e não teria alcançado os mesmos resultados. A querida professora mestra, Maria José (Mara), por toda sua paciência, entusiasmo e dedicação com o meu aprendizado ao longo do curso, sobretudo, neste período de orientação. Ao longo destes anos descobri nela uma professora muito comprometida com a educação e respeitosa na relação com o aluno. Ao querido professor doutor, Jimmy de Almeida, por em meio a tantas atividades, sempre se mostrar atencioso e solicito em contribuir com a minha pesquisa. Por sua valiosa contribuição na elaboração do portfólio, disponibilizando os materiais necessários para criação do mesmo e seu precioso tempo para sugestões. Agradeço a amada professora mestra, Esmeralda Sales, pelas oportunidades favorecidas, pelo incentivo e orientação em trabalhos acadêmicos ao longo do curso. Muitas vezes assumindo o papel de „‟mãe‟‟ que sempre deseja e procura oferecer o melhor a seus „‟filhos‟‟. Sou grato a minha família, por sempre ter me apoiado em minha vida acadêmica, proporcionando todas as condições necessárias para desempenhar-me bem em meus estudos e vislumbrar um futuro promissor e de sucesso na minha área. De forma especial, ao meu pai Cícero por seu exemplo de homem e de.

(7) profissional. Não posso esquecer-me da minha amada mãe, Maria da Conceição (in memoriam) por ser a minha inspiração na vida acadêmica e em todos os aspectos do meu viver. Grato as minhas tias: Penha, Silvana e Cláudia por agirem sempre com solicitude as minhas necessidades e aos meus tios: Dimas e Romeu por todos os conselhos e a preocupação com o meu desenvolvimento social e acadêmico. A minha namorada Marcella Fernandes, que sempre acreditou no meu potencial, valorizou minhas conquistas, por menores que fossem e me fez compreender os mais belos sentimentos, o tempo devido das nossas conquistas e vislumbrar um lindo futuro. A todos meus colegas de classe, a turma 2011.1, que sem dúvida alguma foram os melhores amigos e companheiros de estudo que já tive. De forma especial, agradeço querida amiga Cinara Honório, por seu carinho, sua sincera amizade, companheirismo nos trabalhos acadêmicos e por ter me ajudado nos momentos mais difíceis do curso. Ao notário do Arquivo Eclesiástico da Paraíba, o arquivista Ricardo Grisi Velôso, por me transmitir um pouco do seu conhecimento histórico e arquivístico, favorecendo meu aprendizado acerca da memória e de sua importância para a sociedade. A Dannylo Vasconcelos, por mesmo em meio tantos compromissos ter me ajudado na elaboração do portfólio e sempre se mostrar atencioso e consciente da importância da minha pesquisa..

(8) ‘’A meta do marketing é conhecer tão bem e entender o consumidor, que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho’’. (Peter Drucker).

(9) RESUMO. . O surgimento e avanço tecnológico provocaram mudanças significativas em todas as esferas da sociedade. Dentre elas podemos destacar o anseio social por informação e a necessidade cada vez mais latente do ser humano em se comunicar com o próximo e com as instituições. Este cenário trouxe inúmeros desafios aos Arquivos e aos Arquivistas, pois já não basta só oferecer o serviço. É preciso estabelecer diálogos constantes com a sociedade e tornar público os serviços e acervos para não cair na obscuridade. No contexto arquivístico, esta comunicação ocorre por meio da Difusão Cultural. A Difusão Cultural não pode ser feita de forma aleatória, pois é necessário um planejamento para que o alcance da informação disseminada seja satisfatório. Diante do exposto, foi utilizado, nesta pesquisa, conhecimentos do marketing para favorecer esta interlocução e com base nisso, este estudo objetivou analisar a perspectiva de difusão cultural da Fundação Margarida Maria Alves. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa empírica, de abordagem qualitativa e tipologia exploratória. A investigação científica evidenciou a necessidade de diálogo entre as instituições e seus usuários para valorização da instituição e maior visibilidade da mesma na sociedade. Escolhemos como instrumento de difusão e estratégia arquivista a criação de um portfólio que apresenta os serviços da Fundação e a documentação que narra sua história. Este portfólio viabilizará o diálogo da Fundação com a sociedade. Desta forma, intencionamos demonstrar a difusão cultural como um instrumento de grande relevância para a referida Instituição e a sociedade. Apresentando-se como modelo intermediador de possíveis diálogos e interação entre instituições e seus usuários reais e potenciais.. Palavras-chave: Arquivologia. Difusão Cultural. Marketing. Fundação Margarida Maria Alves. Portfólio..

(10) ABSTRACT. The rise and the technological advances brought about significant changes into all spheres of society. Among them we can highlight the social desire for information and the increasingly latent human need to communicate with others and with the institutions. This scenario has brought many challenges to the Archives and Archivists, because it is no longer enough just to offer the service. It is necessary to establish constant dialogue with society and make public services and collections to not fall into obscurity. In the archival context, this communication occurs through Cultural Diffusion. The Cultural Diffusion can not be done at random, because planning is necessary so that the scope of the information disseminated is satisfactory. Given the above, was used in this research, marketing expertise to promote this dialogue and based on this, this study aimed to analyze the cultural diffusion perspective of the Margarida Maria Alves Foundation. Methodologically, it is about an empirical research, qualitative and exploratory typology approach. The scientific investigation evidenced the need for dialogue between the institutions and their users to appreciation of the institution and greater visibility of the same it in society. We selected as dissemination tool and archivist strategy the creation of a portfolio that features the Foundation's services and the documentation that tells its story. This portfolio will enable the Foundation's dialogue with society. This way we intend to demonstrate the cultural diffusion as an instrument of high importance for that institution and society. Presenting itself as an intermediary model of possible dialogues and interaction between institutions and their actual and potential users.. Keywords: Archival. Cultural Diffusion. Marketing. Margarida Maria Alves Foundation. Portfolio..

(11) LISTA DE FIGURAS. FIGURA 01: Igreja e luta pelos Direitos Humanos......................................... 20 FIGURA 02: Dom José denuncia plano para matar Vanderley Caixe e sacerdote......................................................................................................... 22. FIGURA 03: Capa do Portfólio da Fundação Margarida Maria Alves............. 39. FIGURA 04: Portfólio da Fundação Margarida Maria Alves – A Instituição........................................................................................................ 40 FIGURA 05: Portfólio da Fundação Margarida Maria Alves – A Instituição........................................................................................................ 41 FIGURA 06: Portfólio da Fundação Margarida Maria Alves – Atuação/ Serviços........................................................................................................... 42.

(12) LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Resposta da pergunta: Como a instituição desenvolve seu papel de. agente. de. conscientização. da. sociedade. de. seus. direitos?............................................................................................................... 44. Quadro 02 – Resposta da pergunta: Como você avalia a visibilidade da instituição e dos seus serviços na sociedade?................................................... 45. Quadro 03 – Resposta da pergunta: Como você analisa o diálogo entre a Fundação e a população?................................................................................... 47. Quadro 04 – Resposta da pergunta: Qual a importância de comunicar a sociedade a existência e atuação da fundação?................................................ 50. Quadro 05 – Resposta da pergunta: Qual contribuição um material de difusão/ um material informativo poderia trazer para a instituição?.................... 52.

(13) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 08 1.1 JUSTIFICATIVAS .............................................................................................. 10 1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................................... 12 1.3 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 14 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 14 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 15 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................ 15 2.2 CAMPO EMPÍRICO .......................................................................................... 16 2.3 UNIVERSO E AMOSTRA.................................................................................. 17 2.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS...................................................... 17 3 FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES: UMA HISTÓRIA DE LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................... 19 3.1 CRIAÇÃO DO CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS: „‟A VOZ DOS QUE NÃO TINHAM VOZ‟‟ .............................................................................. 19 3.2 FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES: „‟DE PÉTALA EM PÉTALA‟‟ A SOCIEDADE CONQUISTA DIREITOS E SE TORNA MAIS CONSCIENTE DELES .................................................................................................................... 23 4 O PAPEL DO ARQUIVISTA DIANTE DO ANSEIO SOCIAL POR INFORMAÇÃO ........................................................................................................ 25 4.1 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: UM CENÁRIO DESAFIADOR PARA O ARQUIVISTA......................................................................................................... 4.2 O ARQUIVISTA CONTEMPORÂNEO: DESAFIOS, HABILIDADES E LIMITES................................................................................................................... 25 27. 5 DIFUSÃO CULTURAL ......................................................................................... 30 6 MARKETING DE SERVIÇOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA DIFUSÃO CULTURAL DOS SERVIÇOS DA FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES .... 34 6.1 CONCEITUAÇÃO DE MARKETING E MARKETING NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ........................................................................................................ 34 6.2 MARKETING DE SERVIÇOS E SUA FUNÇÃO SOCIALErro! Indicador não definido. 36.

(14) 7 PORTFÓLIO DA FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES ................................ 38. 8 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 43. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 53 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 55 APÊNDICES ............................................................................................................ 59. APÊNDICE A .......................................................................................................... 60. ANEXOS .............................................................................................................. ANEXO A ............................................................................................................... 61 62.

(15) 8. 1 INTRODUÇÃO. A partir do surgimento e avanço das tecnologias da informação, a Arquivologia e os arquivistas passaram a conviver com inúmeros desafios frente ao uso, conservação, preservação e disseminação da informação, pois os avanços tecnológicos provocaram a ruptura das fronteiras geográficas na comunicação, tornando a informação globalizada e consequentemente aumentando o anseio social por informação. Diante desta mudança de paradigma, surge a Arquivística pós-custodial em uma tentativa de se adaptar a esta realidade desafiadora. A era pós-custodial da Arquivologia provoca mudanças profundas na ciência, desde seu objeto de estudo ao perfil do profissional e seu comportamento como ciência. O objeto de estudo, deixa de ser o documento tradicional registrado em suporte de papel, passando a ser informação, vista como fenômeno social desde então. Como ciência, a Arquivística busca dialogar com outras áreas do conhecimento, com o objetivo de enriquecer o seu embasamento científico; acerca do profissional, a Arquivística, passa a rejeitar a visão tecnicista do arquivista construída ao longo dos anos e passa a apresentar o arquivista como gestor da informação, um profissional multitarefa. Diante desta conjuntura, as instituições e os profissionais sentiram cada vez mais a necessidade de se aproximar de seus clientes/ usuários e tornarem seus produtos e/ou serviços mais conhecidos, objetivando não caírem não obscuridade e perder sua visibilidade social. Entretanto, a preocupação dos arquivistas com esta realidade se deu antes mesmos da revolução tecnológica, através da difusão cultural dos acervos e serviços arquivísticos. Sobre isto, Rousseau e Couture (1998, p.51) afirmaram: „‟Desde o início do século XIX que os arquivistas começaram a sentir que a difusão dos arquivos lhe dizia respeito, difusão essa que assumiu diversas formas como a cópia, a reprodução e a exposição temática dos documentos‟‟. A difusão cultural objetiva levar ao conhecimento da sociedade os serviços institucionais, bem como seu acervo documental e conscientizar a população de sua relevante contribuição social. Conforme Belloto (1991, p. 228), a difusão cultural permite projetar „‟elementos de dentro do Arquivo para fora‟‟. Para compreendermos bem a Difusão Cultural é imprescindível termos conhecimento que a Difusão Cultural.

(16) 9. de acervos arquivísticos só é realizada em Arquivos Permanentes, pois nos Arquivos correntes e intermediários o acesso a documentação é restrito aos usuários internos. A difusão cultural no Brasil tem sido pouco realizada e quando realizada geralmente é feita de forma aleatória, não dando as instituições o retorno esperado. Para elucidação deste problema, o marketing pode contribuir no direcionamento da Difusão Cultural ao mercado. O marketing é uma ciência que analisa, identifica e procura satisfazer a necessidade dos usuários ou clientes de uma instituição. Neste contexto, o mesmo pode contribuir na análise de mercado, identificação do perfil dos usuários, atendendo os objetivos da instituição em promover sua função social, serviços e acervos. Podemos considerar que a Difusão Cultural desenvolvida com o auxílio do marketing permite que as instituições apresentem a população às riquezas de informação contidas em seus acervos que estão escondidas, esquecidas ou que até mesmo não foram descobertas, assim como os serviços por ela desenvolvidos e sua importância social. Sob esta ótica esta pesquisa decidiu abordar a Difusão Cultural dos serviços da Fundação Margarida Maria Alves e a documentação que narra sua trajetória na Paraíba A partir dessa conjectura, trabalhamos a Difusão Cultural de uma fundação sem fins lucrativos, buscando enaltecer os serviços ofertados pela instituição a sociedade na luta pelos Direitos Humanos e a documentação permanente que registra sua trajetória e atuação em tempos difíceis da história do nosso país como: ditadura militar, a luta pela reforma agrária e direitos trabalhistas. Consideramos que a entidade tem uma preocupação com as camadas mais marginalizadas da sociedade, fazendo um trabalho de assessoria jurídica e conscientização da população de seus direitos, justificando a importância da realização desta difusão cultural. A pesquisa objetivou analisar a perspectiva de Difusão Cultural na Fundação Margarida Maria Alves. Realizando a Difusão cultural com auxílio do marketing, tendo como estratégia mercadológica um portfólio arquivístico da Fundação Margarida Maria Alves (FMMA), para servir de instrumento de Difusão Cultural de seus serviços e de sua documentação e vislumbrando ser o material comemorativo de seus vinte anos de criação. O portfólio possibilitará que a instituição e sua.

(17) 10. trajetória sejam mais conhecidas na sociedade, acarretando uma maior valorização da mesma e atraindo apoios e patrocínios. O debate sobre Difusão Cultural na Arquivologia é muito importante, pois esta discussão pode suscitar nas instituições o maior interesse em difundir seus serviços e acervos, além disto, este debate pode incentivar pesquisas acadêmicas sobre o assunto dentro de perspectivas inovadoras. No terceiro capítulo, abordamos as origens da FMMA com a criação do Centro de Defesa de Direitos Humanos (CDDH), órgão ligado diretamente a Igreja Católica Apostólica Romana, de modo particular a Arquidiocese da Paraíba. Neste início demos enfoque a atenção da Igreja aos pobres na luta por seus direitos. Em seguida trazemos seu desligamento da Igreja, seu estabelecimento como fundação, as mudanças ocorridas e a continuação de suas atividades. No capítulo posterior, apresentamos o papel do arquivista diante do anseio social por informação e seu protagonismo na Difusão Cultural. Em seguida apresentamos a Difusão Cultural na Arquivística com base nos principais autores que trabalham com esta temática. Dedicamos o quarto capítulo a uma explanação sobre o conceito do marketing, sua contribuição na Difusão Cultural e o uso do Marketing no contexto da Ciência da Informação. Por fim, apresentamos o portfólio como instrumento de Difusão dos serviços da Instituição e sua documentação histórica e também como uma estratégia arquivística utilizada pela Fundação Margarida Maria Alves. Encerramos com as considerações finais, fazendo uma avaliação da importância acadêmica e social da pesquisa, também da necessidade da Difusão dos valorosos serviços de uma instituição tão importante para nosso Estado. 1.1 JUSTIFICATIVAS. A motivação desse estudo emerge de forma preponderante em sua tripla relevância temática: científica, pessoal e social. Realizar a Difusão Cultural dos serviços e da documentação da Fundação Margarida Maria Alves como o auxílio do marketing perpassa por essa tríade, evidenciando que a contribuição da pesquisa vai além dos interesses particulares da Arquivologia..

(18) 11. No que se refere ao conhecimento científico, à pesquisa serviu para enriquecer o debate sobre Difusão e Marketing na Arquivologia e evidenciar as lacunas existentes no contexto teórico de ambas. Na Ciência da Informação, o Marketing é pouco discutido, provocando escassez de produções científicas acerca desta temática. A situação é mais agravante, quando particularizamos as discussões sobre este tema na Arquivologia. As produções científicas encontradas estão direcionadas a Biblioteconomia, a exemplos de: „‟Marketing e desafio profissional em unidades de informação (1996) e Marketing da Informação: entre a promoção e a comunicação integrada de marketing (2008)‟‟, apontando que os arquivistas ainda não despertaram completamente para o uso do marketing nas atividades arquivísticas. O estudo contribuiu também, para favorecer a transdisciplinaridade na Arquivística, favorecendo o diálogo da mesma com outras áreas do conhecimento, de forma especial, o marketing. Em razão de ser o pesquisador um graduando em arquivologia, a pesquisa serviu para evidenciar a importância da experiência do estágio supervisionado no curso de Arquivologia, pois a ideia da pesquisa surgiu a partir do trabalho de organização da documentação do CDDH no Arquivo Eclesiástico da Paraíba. Foram mais de seis meses de contato com a documentação, conhecendo a história do primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil e sua atuação junto as pastorais, movimentos sociais e pessoas que foram duramente reprimidas pelo regime ditatorial militar. Após o conhecimento da Instituição e organização dessa documentação sentiu-se a necessidade de tornar pública esta riqueza histórica. Logo, o pesquisador sente-se bastante satisfeito em saber que sua pesquisa não servirá somente para atender a requisitos do ambiente acadêmico, mas terá a função social de valorizar uma instituição que luta incansavelmente pelos direitos humanos da sociedade e oferece grande contribuição na formação de uma sociedade mais consciente de seus direitos e deveres. Toda pesquisa científica surge de uma necessidade social e deve ter como objetivo fundamental contribuir no processo de evolução social. No presente estudo buscamos basicamente „‟fazer justiça‟‟ a Fundação Margarida Maria Alves que desenvolve relevante trabalho social na luta pelos diretos humanos. Ponderamos que a contribuição social da fundação na história através de seus serviços merecem maior visibilidade e reconhecimento do poder público e de toda sociedade. Diante disto, buscamos por meio da Difusão Cultural ajudar a fundação em sua missão de.

(19) 12. construir uma sociedade cada vez mais consciente de seus direitos e deveres, protegendo-a da alienação e manipulação ideológica pelos poderes dominantes. A Difusão Cultural tem a capacidade de aproximar as instituições da sociedade por meio de diálogos constantes.. 1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA. As civilizações modernas estão inseridas dentro do contexto da sociedade da informação, que surgiu a partir do nascimento e do avanço das tecnologias da informação. As tecnologias da informação provocaram mudanças profundas no cotidiano das pessoas e das instituições, sobretudo, na disseminação da informação e comunicação social. Este panorama refletiu-se na sociedade e provocou nas pessoas um anseio contaste por informação, além do desejo de se comunicar cada vez mais com outras pessoas e com as instituições. Diante desta conjuntura, as instituições sentiram que não basta somente vender e/ou ofertar produtos e/ou serviços. Além disto, é necessário estabelecer diálogos com a sociedade e articular caminhos para que esta interação aconteça de forma satisfatória para ambos. Na arquivologia, o diálogo com a sociedade se realiza por meio da difusão cultural. Além de serem responsáveis pela gestão da informação, os arquivistas tem a desafiadora missão de levar ao conhecimento social os serviços oferecidos pelas instituições, bem como seu acervo documental. No Brasil, a Difusão Cultural tem sido pouco realizada, em virtude da falta de conscientização das organizações da necessidade de diálogo com o usuário, falta de recursos financeiros e da falta de profissionais qualificados para promover esta atividade. De acordo com Cabral (2012), a difusão cultural no Brasil é realizada por meio de palestras, debates, exposições, lançamento de obras e etc. O grande problema da Difusão Cultural nas instituições brasileiras é que em sua maioria essas atividades são feitas de forma aleatória, sem nenhum projeto sistemático ou estudo mercadológico. Para resolução destes problemas, o marketing pode contribuir através de suas estratégias no direcionamento da informação..

(20) 13. O marketing é uma ciência que procura atender as satisfações do cliente/ usuário por meio de trocas. Nesta perspectiva, o marketing favorece a interação entre as instituições e os clientes/ usuários, atendendo aos desejos da sociedade por informação e comunicação. A difusão cultural e o marketing precisam ser mais debatidos na Arquivologia, em vista que o número de produções acerca desta temática pode ser considerado escasso. O debate sobre difusão cultural tem crescido nos últimos anos na Arquivologia, mas ainda não foi discutido sob as diversas expectativas possíveis. O marketing na Ciência da Informação tem sido majoritariamente debatido na Biblioteconomia, apontando que os arquivistas ainda não estão atentos a importância do marketing no desenvolvimento de suas necessidades. Segundo o Catálogo de Dissertações (2013, p. 335), foram escritas apenas quatro dissertações sobre marketing na Ciência da Informação entre 1980 e 2013, sendo que nenhuma delas é direcionada a Arquivologia. A lacuna existente acerca desta temática precisa ser preenchida o mais rápido possível, haja vista que as produções acadêmicas podem contribuir para evidenciar a necessidade de transformar estas teorias em ações concretas e preparar os arquivistas para lidar com os desafios de atuação na sociedade da informação. Esta investigação científica pode contribuir no sentido de preencher as lacunas da temática no contexto da Arquivística e favorecer o diálogo da mesma com outras ciências, mostrando que a Arquivologia cresce quando não se fecha em si e busca em outras ciências caminhos para melhor desenvolver suas ações. Assim como todas as atividades desenvolvidas por uma instituição passam por avaliação, a difusão cultural também precisa ser apreciada. Logo, é importante que a instituição perceba o nível de alcance da informação, pois os resultados da difusão cultural serão sentidos gradualmente e poderão apontar novos caminhos a serem percorridos em outras atividades de mesmo cunho ou de objetivos semelhantes. A Fundação Margarida Maria Alves tem tomado algumas iniciativas na comunicação com a sociedade, através de redes sociais, sites, folders. Porém, esta comunicação está mais voltada ao público interno, evidenciando a falta de diálogo com o público externo, buscando atingir usuários potenciais dos serviços que a instituição oferece..

(21) 14. Diante deste contexto, o presente estudo se propôs a responder a seguinte indagação: Como acontece a perspectiva de Difusão Cultural na Fundação Margarida Maria Alves? Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi analisar a perspectiva de Difusão Cultural na Fundação Margarida Maria Alves, na busca de enxergar a conjuntura de difusão cultural na Fundação e levar ao conhecimento social os serviços oferecidos pela instituição e a documentação que narra sua história. A estratégia mercadológica escolhida para realização da difusão cultural foi um portfólio comemorativo aos vinte anos da Fundação.. 1.3 OBJETIVO GERAL. Analisar a perspectiva de Difusão Cultural na Fundação Margarida Maria Alves.. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . Articular estudos como forma de integrar Arquivologia, Difusão Cultural e. Marketing; . Caracterizar. a. Fundação. Margarida. Maria. Alves. como. agente. de. conscientização social a partir de registros documentais e orais; . Propor um plano de Difusão Cultural, a partir de um portfólio comemorativo. aos vinte anos da Fundação Margarida Maria Alves..

(22) 15. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS. Podemos compreender metodologia como „‟um instrumental útil e seguro para a gestação de uma postura amadurecida frente aos problemas científicos, políticos e filosóficos que nossa educação universitária enfrenta‟‟. (SEVERINO 2000, p.18) Este ponto apresenta os aspectos metodológicos necessários para execução desta investigação científica. Apresentamos a diante sua natureza, os sujeitos e o local de sua aplicabilidade, bem como instrumentos de coleta de dados e sua análise.. 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA. A metodologia desta investigação científica foi escolhida com o propósito de desenvolver de forma eficaz o tema dentro de seu contexto e facilitar a compreensão dos dados coletados na pesquisa, proporcionando a exposição clara dos objetivos e expectativas da pesquisa. A presente pesquisa é considerada empírica devido ao seu teor prático, não excluindo seu fundamento na teoria, pois a teoria esta atrelada a prática. Marconi e Lakatos (2003, p. 190) estabelecem que pesquisa empírica são investigações [...] cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos.. Quanto aos procedimentos técnicos, consideramos que a pesquisa é um estudo de caso, por possibilitar enxergar a perspectiva de Difusão Cultural da Fundação Margarida Maria Alves. Para Severino 2000 (p. 121), estudo de caso é „‟a pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele, significativamente representativo‟‟. No tocante à abordagem, uma pesquisa pode ser: qualitativa, quantitativa e qualiquantitativa. Rodrigues (2007, p.38) define que pesquisa qualitativa.

(23) 16. é a pesquisa que – predominantemente – pondera, sopesa, analisa e interpreta dados relativos à natureza dos fenômenos, sem que os aspectos quantitativos sejam a sua preocupação precípua, a lógica que conduz o fio do seu raciocínio, a linguagem que expressa as suas razões.. No que se refere aos objetivos, consideramos que a pesquisa é exploratória. Gil (2002) explica que esse tipo de pesquisa busca proporcionar maior familiaridade com o problema, favorecendo o aprimoramento das ideias inseridas no texto.. 2.2 CAMPO EMPÍRICO. A Fundação Margarida Maria Alves é uma entidade civil sem fins lucrativos que presta assessoria jurídica a grupos que a mesma acompanha e através de programas educativos. A mesma tem sede na rua Irineu Joffily, n° 185, Centro de João Pessoa/ PB. No início de sua história, a instituição funcionava como Centro de Defesa dos Direitos Humanos e estava ligada diretamente a Igreja Católica Apostólica Romana, de modo particular a Arquidiocese da Paraíba, prestando assessoria as pastorais sociais, movimentos e ao cidadão comum em casos de violação de direitos básicos. Segundo o site da instituição, http://www.fundacaomargaridaalves.org.br , a missão da instituição é „‟fortalecer e difundir uma cultura de respeito aos direitos humanos na perspectiva dos movimentos populares e da justiça social‟‟. Atualmente a instituição desenvolve os seguintes projetos: Curso de Formação de Juristas Populares que tem o objetivo de dar ao cidadão noções de todas as áreas do direito e o projeto Cidade Sustentável é Cidade Legal que visa assessorar três comunidades da cidade de João Pessoa na luta por melhorias em infraestrutura e direitos a terra. Diante deste contexto, sentimos a necessidade de ajudar a instituição na sua missão e difundir seus serviços e acervo para a sociedade, proporcionando a fundação a visibilidade e reconhecimento merecido por parte da população e dos poderes públicos..

(24) 17. 2.3 UNIVERSO E AMOSTRA. O universo de uma pesquisa é a reunião de elementos que comungam em suas características. Para Marconi e Lakatos (2005, p.225), universo „‟é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum‟‟. Esta investigação científica tem como universo a Fundação Margarida Maria Alves. Amostra é uma parte retirada da população, de forma aleatória ou não, para representação do universo. Richardson (1999, p. 158) aponta que amostra é „‟qualquer subconjunto do universo ou da população‟‟. A amostra deste estudo é a documentação que narra o percurso histórico da Fundação Margarida Maria Alves, que está sob custódia do Arquivo Eclesiástico da Paraíba. Segundo Richardson (1999, p.161) a amostra da pesquisa é intencional, pois o mesmo expõe que: os elementos que formam a amostra relacionam-se intencionalmente de acordo com certas características estabelecidas no plano e nas hipótese formuladas pelo pesquisador. [...] Desse modo, a amostra intencional apresenta-se representativa do universo. [...]. 2.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS. Os instrumentos de coleta de dados servem para contextualizar o pesquisador no ambiente de pesquisa. Gil (2002, p. 114) afirma que para o levantamento dos dados de uma pesquisa são utilizadas „‟técnicas de interrogação‟‟, sendo elas: questionário, entrevista e o formulário. Escolhemos como instrumento de coleta de dados a entrevista, por considerarmos mais adequada aos objetivos da pesquisa, permitindo aos entrevistados responderem as mesmas perguntas e ao entrevistador uma maior riqueza de informações, podendo comparar as diferentes visões dos entrevistados acerca das mesmas questões (ver Apêndice). Marconi e Lakatos (2003, p. 195) afirmam que.

(25) 18. a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que elas obtenham informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta dos dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.. A entrevista tem como objetivo „‟construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa‟‟. (MINAYO, 2012, p. 64). Diante disto, a entrevista serviu para trazer informações pertinentes sobre a história e atuação da FMMA, bem como a necessidade e a importância da realização da Difusão Cultural na instituição. De acordo com Marconi e Lakatos (2003) existem três tipos de entrevista e sua escolha varia de acordo com os objetivos do pesquisador: padronizada ou estruturada, despadronizada ou não estruturada e painel. O tipo de entrevista escolhido para este estudo foi a estruturada, realizada de acordo com formulário em anexo, visando enxergar dentro das mesmas questão os pontos convergentes e divergentes dos entrevistados. Entrevista estruturada é aquela que tem um caminho preestabelecido e é realizada com pessoas selecionadas de acordo com um planejamento ou objetivo. (MARKONI; Lakatos, 2003)..

(26) 19. 3 FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES: UMA HISTÓRIA DE LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS 3.1 CRIAÇÃO DO CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS: „‟A VOZ DOS QUE NÃO TINHAM VOZ‟‟.. A Fundação Margarida Maria Alves surgiu na Arquidiocese da Paraíba e funcionava como Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH). O centro foi criado em plena Ditadura Militar por Dom José Maria Pires, quarto arcebispo da Arquidiocese da Paraíba (1965-1995). O CDDH surgiu e teve sua atuação em decorrência de dois grandes acontecimentos: o Concílio Ecumênico Vaticano II e a Ditadura Militar no Brasil. O Concílio Ecumênico Vaticano II ocorreu entre os anos 1962 e 1965, iniciado pelo Papa João XXIII e encerrado pelo Papa Paulo VI, numa tentativa da Igreja de atualizar-se em um mundo cada vez mais secular, isto provocou mudanças significativas na liturgia e atuação da Igreja Católica Apostólica Romana, dentre as quais podemos destacar: as celebrações litúrgicas que passaram a ser feitas na linguagem local e não em latim como anteriormente, a Igreja se tornou mais atenta à realidade social e mais próxima aos pobres, os sacerdotes ficaram mais próximos da sociedade e cada vez mais inseridos no meio secular. O Regime Ditatorial Militar teve início após o golpe de 1964 que derrubou o então presidente João Goulart e encerrou-se em 1985 com a eleição do presidente Tancredo Neves. A Ditadura Militar no Brasil foi um período marcado por forte repressão, censura aos meios de comunicação, cerceamento a liberdade de expressão da população. Este modelo autoritário de governo influenciou outros países da América Latina que também estiveram sob o domínio dos militares. Diante deste contexto, a Conferência Geral dos Bispos da América Latina convocou o Concílio de Medellín, realizado na Colômbia em 1968 para discutir a realidade da América Latina com base nas decisões do Concílio Vaticano II. As intensas discussões sobre o concílio acarretou o surgimento da Teologia da Libertação que tem como principal nome o padre Gustavo Gutiérrez, considerados por grande número de teólogos o fundador desta corrente ideológica. A Teologia da Libertação tinha como proposta uma Igreja com maior engajamento social, voltada.

(27) 20. especialmente aos pobres, desapegada dos valores materiais, atuante na conquista da população em direitos sociais, apresentando Jesus Cristo como libertador dos poderes opressores. Diante desta conjuntura, o CDDH surge para colocar em prática o novo modelo de Igreja e atender o clamor da sociedade por justiça e direitos. De acordo com Pereira (2012, p. 121) o CDDH da Arquidiocese da Paraíba foi fundado em 21 de abril de 1976 tendo como objetivo inicial prestar assessoria jurídica junto a grupos religiosos, movimentos sociais e pessoas perseguidas por proprietários de terra ou pelo regime dos militares. Dom José revela que o nascimento do CDDH surgiu como resposta às problemáticas presentes e decorrentes de tensões no mundo agrário.. Os serviços oferecidos pelo CDDH tinham grande visibilidade na mídia local e a Igreja tinha o reconhecimento de sua luta na Defesa dos Direitos Humanos. Para exemplificar esta visibilidade, destacamos a seguinte fotografia1, onde o colunista Armando Nóbrega, do Jornal „‟O norte‟‟ apresenta um pouco da história do CDDH e do advogado Vanderlei Caixe, bem como algumas orientações da instituição para a sociedade. Figura 01: Igreja e luta pelos Direitos Humanos.. Fonte: Arquivo Eclesiástico da Paraíba. 2014 1. Fotografia do artigo de Amando Nóbrega publicado no dia 13 de novembro de 1976 que apresenta a. atuação da Igreja por meio do CDDH. Fonte: Arquivo Eclesiástico da Paraíba..

(28) 21. Através do CDDH a Arquidiocese da Paraíba cumpria seu objetivo de se tornar mais presente no meio social, atenta as dificuldades enfrentadas pelo povo, concretizando as ideias do Concílio Vaticano II, Concílio de Medellín (1968), Concílio de Puebla (1979) e do movimento da Teologia da Libertação. O seu fundador, Dom José Maria Pires discursou em sua última carta pastoral sobre a motivação de criação da instituição, sua atuação juntos aos pobres e documentação ao dizer que: a Igreja da Paraíba sentiu-se obrigada a dedicar-se à causa dos direitos humanos. Era um novo serviço tornado necessário em razão da difícil conjuntura que a Nação passou a viver. Em 1976, por ocasião dos 10 anos de minha presença na Paraíba, Dom Paulo Evaristo Arns veio a João Pessoa inaugurar o 1°. Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil. Nosso Arquivo Eclesiástico guarda alguns documentos significativos da luta do CDDH em prol dos direitos de indivíduos e de grupos. A Igreja da Paraíba procurou ser um espaço de liberdade para quem se colocava ao lado dos oprimidos. Ela se tornou „‟a voz dos que não tinham voz‟‟ e ocupou o lugar de instância crítica do Governo, função que devia ser dos sindicatos e dos Partidos políticos, instituições silenciadas e continuamente vigiadas. (PIRES, 1995, p. 36-37).. O CDDH da Arquidiocese da Paraíba foi pioneiro no Brasil e serviu de inspiração para outros centros espalhados Brasil a fora através do seu testemunho em defesa dos direitos humanos, sendo uma voz que ecoava no silêncio de uma sociedade amordaçada. Os documentos que comprovam e narram seu percurso histórico podem ser encontrados no Arquivo Eclesiástico da Paraíba, inicialmente a documentação era composta por apenas 208 documentos. No ano 2.000 a documentação restante foi entregue ao arquivo, posteriormente o grupo arquivístico foi reorganizado pelo autor desta pesquisa juntamente com o notário do Arquivo que coordenou as atividades. A documentação pertence ao Fundo Conselho Pastoral e atualmente possui mais de 3.000 documentos. O protagonismo do CDDH na luta pelos direitos humanos em tempos de repressão e autoritarismo da história brasileira se tornou cada vez mais evidente perante a sociedade, mas a postura corajosa da instituição provocou algumas implicações. Conforme Pereira (2012), podemos destacar as críticas por parte da ala conservadora da Igreja Católica e de representações políticas; ameaça de morte a Wanderley Caixe, primeiro advogado do centro e que em poucos meses de trabalho.

(29) 22. havia tomado conhecimento de mais de duas mil denúncias de violação aos Direitos Humanos. Fotografia 2: Dom José denuncia plano para matar Vanderley Caixe e sacerdote.. Fonte: Arquivo Eclesiástico da Paraíba. 2014. Em entrevista ao jornalista Severino Ramos para o jornal „‟O norte‟‟ e „‟Folha de São Paulo‟‟2, Dom José Maria Pires comentou sobre as dificuldades e as perseguições enfrentadas pelo CCDH, revelando que isto não intimidava a instituição em prosseguir lutando pelos direitos humanos. o Centro tem encontrado algumas dificuldades, porque, na medida em que ela toma a defesa dos injustiçados a pessoa ou a instituição que está sendo opressor vai querer se defender. E, neste caso, terá que acusar a organização que assumiu a defesa do oprimido. E como não se pode acusar esta organização de estar agindo contra a lei, então é preciso levantar sobre ela uma suspeita – a suspeita de estar fazendo agitação, de estar fazendo subversão, o que não nos intimida, nem mesmo nos contraria, por que essas mesmas suspeitas e essas acusações foram feitas contra Jesus Cristo e 2. PIRES, Dom José Maria. Do centro para margem. In: Arquivo Eclesiástico da Paraíba. Petrópolis: 2.ed. Vozes, 1980, p. 186-187..

(30) 23. contra todos aqueles, que assumem, com decisão, a defesa dos pequenos.. No final da década de 70, a Teologia Libertação começa a perder força na América Latina em decorrência do início do pontificado de João Paulo II, que apesar do status de populista representava a ala conservadora da Igreja que era contrária às ideias progressistas da „‟teologia em marcha‟‟. Acusações de uso de ideias marxistas como base de sua ideologia, distanciamento do Divino e deslocamento da Espiritualidade para segundo plano também foram fatores determinantes para sua decadência. Isto resultou no afastamento de alguns sacerdotes de suas funções, extinção das comunidades eclesiais de base e declínio das pastorais sociais. No início dos anos 90, a Igreja Católica já não tinha o mesmo engajamento social e as pastorais, movimentos e serviços da Igreja já não tinham a mesma força de antes. Em paralelo, a estes acontecimentos o Estado, os sindicatos, as associações passaram a assumir cada vez mais suas atribuições. Esta de mudança de cenário restringiu cada vez mais os serviços oferecidos pelo CDDH e provocou mudanças significativas na sua estrutura. 3.2 FUNDAÇÃO MARGARIDA MARIA ALVES: „‟DE PÉTALA EM PÉTALA‟‟ A SOCIEDADE CONQUISTA DIREITOS E SE TORNA MAIS CONSCIENTE DELES. Em 1994, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos se desvinculou da Igreja, tornando-se a Fundação Margarida Maria Alves. A Fundação Margarida Maria Alves é uma entidade civil sem fins lucrativos que presta assessoria jurídica a grupos que a mesma acompanha e busca conscientizar a população de seus direitos através de programas educativos.. Mesmo. desvinculada. da. Arquidiocese,. a fundação. permaneceu desenvolvendo suas atividades no palácio episcopal até os anos 2000, atualmente a mesma tem sede na rua Irineu Joffily, n° 185, Centro de João Pessoa. Segundo o site da instituição, http://www.fundacaomargaridaalves.org.br , a missão da instituição é „‟fortalecer e difundir uma cultura de respeito aos direitos humanos na perspectiva dos movimentos populares e da justiça social‟‟. Conforme o endereço eletrônico da fundação, atualmente a instituição desenvolve os seguintes projetos: . Curso de Formação de Juristas Populares tem 11 anos de atuação e já formou cerca de 200 pessoas. O curso tem por objetivo dar ao cidadão.

(31) 24. noções de todas as áreas do direito. As aulas são ministradas por Anna Izabella Chaves Alves, advogada da fundação e coordenadora do curso. Também participa da equipe, o estudante Marcus Paulo de Medeiros Linhares, do curso de Direito da Unipê. A entidade parceira do curso é a Fundação Interamericana (IAF) . Cidade Sustentável é Cidade Legal conta com o apoio da Misereor3, parceira da instituição desde quando a fundação era ligada a Igreja Católica e funcionava como Centro de Defesa Dos Direitos Humanos. O projeto visa assessorar três comunidades da cidade de João Pessoa na luta por melhorias em infraestrutura e direitos à terra.. Os projetos desenvolvidos pela FMMA exercem um papel relevante na conquista dos direitos do cidadão e na conscientização dos seus direitos. Diante deste contexto, sentimos a necessidade de ajudar a instituição na sua missão e difundir seus serviços e o acervo que narra sua história para a sociedade, proporcionando a fundação a visibilidade e reconhecimento merecido por parte da população e dos poderes públicos. No dia dois de outubro deste ano, a instituição teve. importante. reconhecimento de seu papel na luta pelos direitos humanos. O ato do Governador n° 4.305 publicado no Diário Oficial do Estado da Paraíba n° 15.649, tornou pública a nova composição do Conselho Estadual de Direitos Humanos e a Fundação Margarida Maria Alves está representada neste conselho por Maria do Socorro Targino Praxedes e Ivson Sheldon Lopes Duarte. A fundação figura ao lado de instituições importantes do estado como: Universidade Federal da Paraíba, Arquidiocese da Paraíba, Ordem dos Advogados do Brasil da Paraíba, Ministério Público, Assembleia Legislativa e etc. (CONTRAPONTO, 10-16 de outubro. 2014). Consideramos que através da nossa pesquisa, a fundação poderá conquistar mais espaços na sociedade e consequentemente atrair empresas para apoiar seus projetos.. 3. Misereor é obra social da Igreja Católica da Alemanha e atua a mais de 50 anos no combate a pobreza na África, Ásia e América Latina. A instituição ajuda todas as pessoas carentes, independente de credo, raça ou cor..

(32) 25. 4 O PAPEL DO ARQUIVISTA DIANTE DO ANSEIO SOCIAL POR INFORMAÇÃO. 4.1 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: UM CENÁRIO DESAFIADOR PARA O ARQUIVISTA. O surgimento e avanço das tecnologias de informação ampliaram substancialmente a capacidade de comunicação humana. Estes acontecimentos romperam as barreiras geográficas na comunicação, a informação deixou de ser propriedade de uma determinada região e passou a pertencer ao mundo. Este processo de „‟globalização da informação‟‟4 incentivou as pessoas a se comunicarem cada vez mais e acirrou a busca e anseio por informação. A sociedade do século XXI tem como principal característica a „‟fome‟‟ de informação. Este anseio por informação provocou mudanças significativas nas instituições, nas formações profissionais e no relacionamento interpessoal, pois atualmente não basta às instituições e seus profissionais oferecerem produtos e serviços. Além disto, é necessário manter um diálogo constante com seu mercado, caso contrário os mesmos correm considerável risco de caírem na obscuridade. Este modelo de sociedade é classificado por muitos autores como „‟sociedade da informação‟‟. O termo sociedade da informação surgiu no fim do século XX em decorrência do constante avanço tecnológico. Em primeiro momento, podemos pensar que é fácil compreender o conceito de sociedade da informação, mas esta compreensão pode se tornar uma tarefa difícil, pois os conceitos de sociedade e informação são muito amplos e subjetivos. Os autores que produzem nestas linhas de pesquisa estão longe de chegar a um consenso, tornando uma árdua tarefa compreender o conceito de sociedade da informação. Sociedade da informação é um conjunto de pessoas que comungam dos mesmos direitos e deveres e utilizam intensamente as tecnologias da informação na comunicação social. Esta sociedade tem como principal característica o anseio por informação e o desejo das pessoas de se comunicarem umas com as outras e com as instituições.. 4. O termo aparece no artigo „‟A globalização da informação‟‟ de Dominique Wolton, publicado na revista FAMECOS, em abril de 2013..

(33) 26. Segundo Castells (2001 apud GOUVEIA, 2004) „‟a sociedade da informação é um conceito utilizado para descrever uma sociedade e uma economia que faz o melhor uso possível de Tecnologias de Informação e Comunicação no sentido de lidar com a informação, e que toma esta como elemento central de toda atividade humana‟‟. Podemos perceber que Castells coloca a informação como elemento central das atividades desenvolvidas na sociedade. Legey e Albagli (2000, p.1) corroboram com este pensamento e destacam o protagonismo da informação ao afirmarem que A expressão „Sociedade da Informação‟ refere-se a um modo de desenvolvimento social e econômico, em que a aquisição, armazenamento, processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação da informação desempenham um papel central na atividade econômica, na geração de novos conhecimentos, na criação de riqueza, na qualidade de vida e satisfação das necessidades dos cidadãos e de suas práticas culturais.. A informação é um elemento indispensável para o desenvolvimento da sociedade. Informação e desenvolvimento são diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior o conhecimento e o domínio de informação, maior será a capacidade de crescimento de uma nação, estado, munícipio, empresa e etc, pois em uma sociedade onde a informação é elemento central da maioria das atividades, conhecer e dominá-la são indispensáveis para se destacar nos diversos cenários socioeconômicos. Coury (2001) considera que a informação é o elemento básico para que o desenvolvimento humano se realize completamente e que quando aumentam as necessidades da vida humana, o domínio sobre o meio se torna cada vez mais necessário. O desenvolvimento vultoso da sociedade da informação se deve em grande parte ao interesse global na reestruturação do sistema capitalista. A sociedade da informação trouxe consigo muitas promessas de desenvolvimento e progresso para a sociedade. É necessário o reconhecimento de que muitas promessas do contexto tecnológico foram e estão sendo cumpridas, sobretudo, no tocante as tecnologias e a educação. Ensino a distância, videoconferência, correio eletrônico, voto eletrônico, banco on-line e trabalho a distância. (WERTHEIN, 2000).

(34) 27. O progresso socioeconômico trazido pela sociedade da informação também acarretou inúmeros desafios para muitos profissionais, dentre eles os profissionais da informação. De acordo com Werthein (2000), são muitos os desafios da sociedade da informação, os mesmos são de caráter técnico e econômico a psicológico e filosófico. Alguns autores, como Leal (1996) que destaca: o desemprego, fragilidade na comunicação interpessoal e grupal, problemas de privacidade e identidade. O maior desafio para os profissionais da informação no contexto da sociedade da informação não é somente gerenciar a produção, uso, avaliação e tramitação da informação. A realidade mais desafiadora dos profissionais da informação e mostrarem para uma sociedade sedenta por informação que os arquivos, as bibliotecas e os museus são as principais fontes de informação, são „‟lugares de memória‟‟ e podem ser os principais auxiliares das instituições na tomada de decisões estratégias e na preservação de sua memória.. 4.2 O ARQUIVISTA CONTEMPORÂNEO: HABILIDADES, DESAFIOS E LIMITES. Na seção anterior, podemos compreender a importância da informação para o desenvolvimento social, sendo colocada por vários autores como protagonista das atividades humanas. Logo, a informação precisa ser gerenciada para não comprometer o fluxo das atividades socioeconômicas. Diante disto, o profissional da informação deve estar preparado para lidar com os desafios impostos pela sociedade da informação, pois o mercado se torna cada vez mais exigente e não deseja apenas obter o produto ou serviço. Em um mundo cada vez mais globalizado, onde a informação exerce um papel central nas atividades sociais, fica cada vez mais nítida a necessidade de um profissional que gerencie a informação. Em caso contrário, essas atividades serão comprometidas, pois a informação deixaria de ser um elemento central no desenvolvimento social e passaria a ser obstáculo na celeridade das atividades socioeconômicas. No início do seu percurso histórico os arquivos tinham como função básica servir a Administração e a História. No decorrer do tempo, o usuário da informação se tornou mais exigente, em decorrência do anseio por informação e a necessidade de interação social provocada pelo avanço tecnológico. Os arquivistas tiveram que.

(35) 28. passar por novas formações para se adaptar a esta realidade e o desafio de lidar com os novos suportes da informação. Segundo Mundet (1994 apud BELLOTO 2002) as funções básicas dos arquivistas são: 1. Organizar e promover o acesso a documentação administrativa no período estabelecido para tomada de decisão; 2. garantir a transferência dos documentos que já não são de fase corrente; 3. fazer a avaliação dos documentos para selecionar os que irão para guarda permanente e eliminar os demais; 4. classificar a documentação nos fundos documentais e manter a documentação ordenada seguindo os princípios arquivísticos; 5. descrever a documentação usando as vantagens das tecnologias da informação, a fim de, facilitar o acesso por meio de instrumentos de pesquisa 6. colocar os documentos em locais e equipamentos que ofereçam segurança aos mesmos; 7. assegurar. que. as funções. citadas entre. outras. propiciem. o. desenvolvimento do arquivo e fiquem estabelecidas por meio de regulamento. O arquivista contemporâneo não é responsável somente pelas atividades da gestão documental. O mesmo deve estar preparado também para o período de póscustódia da informação, ou seja, levar ao conhecimento da sociedade os serviços oferecidos pelas instituições e os acervos documentais. A Declaração Universal sobre os Arquivos (2010) afirma que os arquivistas precisam ser „‟profissionais qualificados, com formação apropriada e contínua, que servem as suas sociedades, apoiando a produção, seleção e conservação dos documentos, e os tornam disponíveis para uso‟‟. De acordo com Portella (2012, p. 26) podemos ver o objetivo da gestão documental e a função do arquivista na comunicação com a sociedade. A gestão documental tem como fim o acesso e a preservação dos acervos permitindo o seu amplo conhecimento por seus usuários. Assim, entre as funções arquivísticas está a difusão, o ato de comunicar a sociedade os acervos, instigando- a pesquisa..

(36) 29. As principais habilidades que o arquivista contemporâneo precisa para ter para uma boa atuação na sociedade da informação são: . Formação permanente e multicultural: o arquivista deve estar atento as novidades científicas, conhecer e saber utilizar conhecimentos de outras áreas do conhecimento nas atividades arquivísticas.. . Conhecer o usuário: o arquivista deve conhecer muito bem os usuários dos serviços oferecidos pela instituição e as zonas de possível alcance de usuários potenciais;. . Ser agente de comunicação: a sociedade da informação impõe que os arquivistas sejam comunicadores e iniciem diálogos constantes com a sociedade por meio da Difusão Cultural, valendo-se das Tecnologias da informação para realizá-las.. Mesmo no século passado, Rousseau e Couture (1998, p. 281) apontam a importância do arquivista para a sociedade e como o arquivista deve se portar na sociedade da informação, ao afirmarem que: Há que acreditar que o arquivista é um profissional cujas atividades são indispensáveis a uma sociedade que se muniu dos meios materiais e técnicos necessários à produção maciça de informações essenciais à sua sobrevivência. O arquivista deve, contudo, continuar a garantir a solidez das suas aquisições, caminhar para o desenvolvimento de novos campos de atividade e melhorar as relações que mantém com as tecnologias da informação para as abordar totalmente e se por ao serviço das necessidades a que tem de responder.. Assim como todas as profissões, os arquivistas também possuem limites no desempenho de suas atividades. Muitas vezes o trabalho do arquivista se limita a escassez de recursos financeiros a falta de apoio e consciência dos gestores da importância social dos arquivos. No Brasil, a própria legislação limita o trabalho do arquivista. A lei que regulamenta a profissão tem mais de 30 anos e carece de atualização. A lei 6. 546 de julho de 1978 apresenta no Art. 2° as funções arquivísticas e limita suas funções basicamente as atividades desenvolvidas na gestão documental..

(37) 30. 5 DIFUSÃO CULTURAL ARQUIVÍSTICA. Atualmente, quase todas as instituições e profissionais precisam de um canal de comunicação com a sociedade. Os arquivistas utilizam a difusão cultural para estabelecer diálogos entre a instituição e a sociedade, objetivando levar ao conhecimento da população os serviços oferecidos pela instituição e seu acervo documental. A difusão cultural se realiza em duas vias opostas de ação: a que lança a informação arquivística de dentro do arquivo para fora, com objetivo de atingir um campo mais abrangente, e a que permite o retorno dessa mesma política no ambiente interno. (BELLOTO, 2006) Difusão cultural pode ser entendida como o processo de promover os serviços institucionais e os acervos documentais na sociedade através de palestras, exposições, folders, blogs, sites e etc. A fim de, estimular o uso dos serviços oferecidos de uma instituição e de seu acervo documental como fonte de informação, memória e cultura. Segundo Perez (2005, p.1) „‟o processo de difusão vem a ser a divulgação, o ato de tornar público, de dar a conhecer o acervo [...] assim como os serviços que este coloca a disposição de seus usuários‟‟. Belloto (2006,p. 228) enumera as principais atividades culturais desenvolvidas por Arquivos brasileiros e apresenta o cenário da difusão cultural no Brasil ao afirmar que: As atividades que algumas instituições arquivísticas brasileiras já promovem têm sido principalmente palestras, debates, lançamentos de obras e concursos sobre temas de história geral do Brasil e história regional. Têm também patrocinado simpósios, congressos, jornadas e reuniões, não só sobre a profissão e a prática arquivística e/ou histórica, mas também em outros campos da cultura. É salutar e louvável, mas muito mais poderia ser feito.. Para que a difusão cultural seja realizada é necessário que a instituição crie instrumentos de difusão. Estes instrumentos de difusão podem estar inseridos em diversos tipos de suporte, inclusive na web. Nas instituições arquivísticas brasileiras podemos destacar o uso de folders, panfletos, informativos, banners, cartazes, blogs, sites e etc..

(38) 31. Realizar a difusão cultural não é uma tarefa simples, exige planejamento e estudo prévio do perfil do usuário, pois os acervos arquivísticos atingem um público diverso, desde o cidadão comum ao usuário especializado. Diante disto, podemos enxergar a dificuldade na realização desta atividade. O acervo documental promovido na difusão cultural é constituído por documentos de valor permanente/ histórico, pois o acesso aos documentos de valor administrativo é restrito aos usuários internos. De acordo com Belloto (2006) a consulta a um acervo documental é sustentado por um tripé: . Historiador: para o historiador o Arquivo é a fonte da matéria-prima de seu trabalho;. . Administrador: para o administrador o Arquivo é o local onde se concentram as informações que servem de prova e testemunho de ações;. . Cidadão: para o cidadão o Arquivo fornecem as informações que definem o contexto onde ele está inserido e sua atuação local.. O estudo do usuário na difusão cultural é importante para o direcionamento da informação disseminada, pois permite conhecer a realidade que a instituição está inserida, aumentando o alcance da difusão e evitando o mal uso de material informativo. Sob este perspectiva, Galdino (2012) afirma que: É preciso que haja um entendimento da realidade do entorno e da comunidade que cerca o arquivo, para que a atividade cultural seja atrativa, pois cada caso é único. O que muitas vezes dá certo em um local, no outra talvez possa não dar certo, devido as peculiaridades da população e do lugar.. Silva e Cardona (2005) apontam que a difusão arquivística deve proporcionar aos usuários o conhecimento do acervo existente e sua contextualização, bem como a relevância do tratamento arquivístico dado aos acervos, as instituições e os profissionais que realizam esta atividade. No Brasil, o cenário da Difusão Cultural na Arquivologia tem melhorado nos últimos anos em vista do aumento dos cursos de graduação na área, mas podemos considerar que esta melhora no quadro ainda é insuficiente diante da demanda de anseio por informação. Podemos atribuir esta deficiência na realização das.

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