CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS
PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Curitiba 29 de Março de 2017
Sistemas de vedação e de drenagem interna
Sistemas de drenagem interna
Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Atualmente, a solução do controle de percolação é basicamente governado pelo valor
econômico da água percolada através do barramento e pela necessidade de se trabalhar com mais de uma linha de defesa, para a segurança da barragem.
O sistema de drenagem interna constitui o elemento vital na segurança de uma barragem de terra deve ser dimensionado de modo a atingir os seguintes objetivos:
• Reduzir a pressão neutra na área de jusante da barragem e portanto aumentar a
estabilidade de jusante contra o deslizamento;
• Controlar a percolação da água na face de jusante da barragem de tal modo que a água
não carregue partículas do maciço, isto é, que não se desenvolva o fenômeno de "piping". A eficiência do dreno depende determinados fatores:
• Comprimento do elemento drenante;
• Espessura do elemento drenante.
• Permeabilidade do material filtrante; • Granulometria do material filtrante;
Sistemas de drenagem interna – Sequência do fluxo
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Filtro Vertical ( Filtro chaminé)
Filtro Horizontal ( tapete drenante)
Dreno de pé
Medidor de vazão
Dispositivos acessórios Trincheiras drenantes
Poços de alívio
Curso d’água a jusante
Instrumentação
Filtro Vertical e Horizontal – Vazão e Permeabilidade
Sugestões de Coef. De Permeabilidade por material
Onde:
qat – vazão captada através do maciço da barragem pelo filtro vertical;
qf - vazão captada através da fundação; q = qat + qf - vazão a ser eliminada pelo dreno.
Filtro Vertical e Horizontal – Mecanismo
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Filtro Vertical e Horizontal – Critério
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O material deve satisfazer, simultaneamente, aos dois requisitos de: • Filtragem da água percolada através da barragem;
• Drenagem da água percolada através da barragem;
Os vazios devem ser suficientemente pequenos, para evitar que as partículas do aterro sejam carreadas através deles e suficientemente grandes, para proporcionar permeabilidade adequada para o escoamento da água, evitando o desenvolvimento de elevadas forças de percolação e de pressões hidrostáticas. Em 1922, Terzaghi propôs uma forma de avaliar o filtro, através:
Relação de Permeabilidade Relação de Estabilidade ( “Ratio Piping”) > 4 ou 5 < 4 ou 5
U. S. Bureau of Reclamation limita o tamanho das partículas do material do filtro a 76 mm. para minimizar a segregação e a formação de pontes ("bridging"), das partículas grandes durante a colocação. O U. S. Army Corps of Engineers também requer que seja satisfeita a condição:
< 25 e < 20
Sistemas de drenagem interna – Filtro vertical
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Também conhecido como “Cortina drenante” ou “Filtro chaminé” é um dispositivo de
drenagem prolongado para jusante através de um tapete drenante horizontal , que tem objetivos de:
• Interceptar todo o fluxo horizontal de água que percolou pelos vazios do aterro ou fissuras de camadas mal compactadas ;
• Atender critérios de estabilidade através da não saturação da zona do espaldar de jusante; Redução do material de aterro
Redução de custos (Economia) Redução de escavação de jazida (M. Ambiente)
O filtro vertical geralmente é construído com areia grossa, aluvionar, isenta de finos. Especifica-se uma porcentagem máxima de 5%, em peso, passando na peneira # 200, para que o material não apresente coesão, evitando-se assim a propagação de trincas de tração dentro do filtro, eventualmente desenvolvidas no interior do aterro.
Filtro Vertical – Dimensionamento
Solos S Material P Material Q Material R d15 0,04 --- --- ---d85 0,5 --- --- ---D15 --- 0,12 0,7 4,0 D15/d15 --- 3,00 17,50 100,00 D15/d85 --- 0,24 1,40 8,00 Função de Filtro Para dimensionamento da largura do filtro vertical, baseado na formula de Darcy, pode se expressar:
q = = K x x e → BFiltro Vertical=
Onde:
B – Espessura do filtro (m); Q – Vazão absorvida pelo filtro (m³/s); K – Permeabilidade do material do filtro (m²/s); FS – Fator de Segurança, que é igual a 10 (adm); I – Gradiente Hidráulico (adm), pode considerar i igual a 1;
Filtro Vertical – Geometria
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Critérios de escolha da Geometria do filtro:
• Inclinação para montante – Eliminar risos de trincas longitudinais na crista no caso da barragem se apoiar sobre uma fundação rígida;
• Inclinação para jusante – Melhorar condições de estabilidade do talude durante o rebaixamento do reservatório;
• Completamente vertical – Facilitar a sua locação topográfica e a construção, junto às sucessivas camadas do aterro do maciço da barragem.
Sistemas de drenagem interna – Tapete drenante
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O tapete drenante tem a função de conduzir para o pé de jusante da barragem as águas
coletadas pelo filtro em chaminé e as que percolam através da fundação;
A estas últimas correspondem vazões geralmente muito maiores que as que percolam através do aterro, pois a permeabilidade dos materiais de fundação é muito menos susceptível de controle;
As incertezas envolvidas na determinação dos coeficientes de permeabilidade e na definição da geometria dos estratos heterogêneos, que compõem a fundação, fazem com que o grau de imprecisão dos resultados das análises seja muito maior, principalmente quando a fundação é em rocha, onde a percolação da água se dá essencialmente através das juntas e fraturas. → Fatores de segurança maiores;
Para evitar subpressões elevadas na barragem e manter não saturada a zona de jusante,
os tapetes drenantes devem trabalhar com a menor carga hidráulica possível, ou seja, com gradiente hidráulico muito baixo.
Tapete Drenante - Dimensionamento
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Para dimensionamento do tapete drenante, :
Q – Vazão unitária majorada por FS (m³/s)/m; K – Permeabilidade do material do filtro (m²/s); FS – Fator de Segurança, igual a 10; h – Perda de carga (m.c.a);
Obs: O gradiente hidráulico fica entre 0,005 e 0,15 ( regime Laminar)
O comprimento do dispositivo drenante há aumento da capacidade drenante, o que reduz a linha de saturação gerada pela freática. → Reduz volume de aterro/ Mantém a estabilidade.
Tapete em carga Tapete Livre
Sistemas de drenagem interna – Transições
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Filtro Chaminé
• Não é necessário devido a boa capacidade de drenagem do espaldar; Entre o aterro e o enrocamento
• Inserção de camadas com granulometria intermediária para que exista uma transição gradativa. Na transição de montante
• Não há problema de carreamento de partículas;
• Introdução de uma ou duas camadas de granulometria intermediária → Permitir compactação na faixa de contato dos grãos( Ex: Enrocamento míudo);
Espessuras de camada de transição • Em função do método construtivo;
• Considerar problemas de segregação das partículas e de contaminação; • Camadas de transição devem ser superdimensionadas.
Barragens de enrocamento com face de concreto • Utilizar 4m de enrocamento fino;
• Prever faixa de transição com cerca de 4 a 6m de largura de material misturado; • Compactar em camadas com rolo vibratório;
• Objetivo da transição – Proporcionar condições p/ apoio da laje e minimizar as vazões de água que percolem nas fissuras da laje.
Sistemas de drenagem – Dreno de pé
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Constitui um dreno longitudinal, paralelo a saia da barragem, que coleta as águas advindas do filtro chaminé e do tapete drenante e transfere para talvegue do rio à jusante da barragem;
Técnica antiga utilizada em barragens homogêneas para evitar a redução de resistência no pé do talude;
Quando as vazões nos drenos de pé são muito grandes, são introduzidos tubos perfurados de concreto no seu interior, para aumentar a área de escoamento e reduzir o volume de materiais drenantes. Para propiciar a sua manutenção, são instalados poços de visita, a cada 50 a 100 metros, onde podem ser feitas medidas de vazão e coletadas amostras de água para análises;
A transição entre os materiais do tapete drenante e o dreno de pé é feita com materiais de granulometria intermediária.→ Relações de estabilidade e de permeabilidade; O dreno de pé também pode ser construído em nível inferior ao do tapete drenante,
escavando-se, para tal, uma trincheira de seção trapezoidal no terreno de fundação, onde a metade inferior do dreno fica embutida.
Dreno de pé – Dimensionamento ( Hipótese Simples)
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Para cálculo de vazão adota-se a vazão unitária da seção intermediária de uma das ombreiras:
A = . ..
Onde:
q – Vazão Unitária da seção intermediária (m³/s/m); L – Comprimento da ombreira (m);
K – Coeficiente de permeabilidade (m/s); I – Gradiente Hidráulico (m.c.a/m); FS – fator de segurança , que é igual a 10;
A – Área do dreno de pé (m²), sendo a largura mínima igual a 4,00m.
Dreno de pé – Detalhes construtivos
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Sistemas de drenagem – Trincheira drenante
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A trincheira drenante tem por objetivo a interceptação de fluxos de água através
de camadas permeáveis mais superficiais da fundação;
São particularmente recomendadas quando a permeabilidade na direção
vertical dessas camadas é muito baixa, para garantir o acesso da água ao
tapete drenante ou ao dreno de pé;
Construção semelhante ao dreno de pé;
Tubos perfurados somente devem ser utilizados quando a trincheira situa-se
próxima ao pé da barragem ou quando escavada em rocha de baixa
deformabilidade;
A trincheira também pode ser construída a jusante da barragem, para captar,
reunir e escoar as águas provenientes de surgências que são constatadas
durante e após o enchimento do reservatório;
Trincheira drenante – Métodos construtivos
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Sistemas de drenagem – Poços de Alívio
Poços de alívio são dispositivos utilizados para reduzir as subpressões desenvolvidas pela percolação de água nos estratos permeáveis da fundação;
São geralmente construídos segundo uma linha, sob o dreno de pé, mas podem ocupar posições a montante deste, até a base do filtro em chaminé;
Reduzem com eficiência a subpressão na barragem→ Pressões na vizinhança do poço equivalente a carga hidráulica do topo do mesmo;
Também podem ser construídos a jusante da barragem, quando são detectadas subpressões excessivas durante o enchimento do reservatório;
Apresentam custos relativamente baixos;
Poços de Alívio – Materiais e Mecanismo
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Tubos perfurados de PVC têm sido atualmente utilizados, pois apresentam menor
rugosidade interna e parede menos espessa, ocupando menor volume dentro do poço;
O espaço anelar existente entre o tubo e as paredes do poço é preenchido com material
granular (cascalho miúdo ou pedrisco), com granulometria para servir de filtro do material de fundação;
Os diâmetros mais usuais dos poços de alívio variam entre 75 e 150 mm e dos tubos
perfurados, de 50 a 100 mm;
Obs: Os poços de alívio devem ter o seu topo em cota a mais baixa possível, para proporcionar maior rebaixamento do lençol freático. Quando estes topos não coincidem com o tubo perfurado do dreno de pé, devem ser construídas caixas para a sua proteção.
Sistemas de drenagem – Galeria de drenagem
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Em muitas das grandes barragens de terra e de enrocamento europeias têm sido construído
galerias na sua fundação, com o propósito de permitir a execução de serviços de drenagem e/ou de injeção(tratamento de fundações), durante ou após a construção do aterro(durante e após enchimento do reservatório);
Essas galerias são muito frequentes nas barragens e outras estruturas de concreto (tomada
d’água. casa de força, vertedouro);→ redução das subpressões na área de jusante e a
garantia da estabilidade do conjunto estrutura-fundação;
As galerias de drenagem são muito importantes nos maciços fraturados,
particularmente nas rochas sedimentares com estratificação horizontal, onde podem ocorrer subpressões elevadas na área de jusante da barragem;
A galeria de drenagem, executada juntamente com um sistema de poços de alívio nas
fundações;→ Permite um maior rebaixamento das subpressões ( Ter comprimentos elevados e com dimensões internas que permitam o acesso de equipamentos execução dos furos).
Galeria de drenagem – Estrutura construtiva
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