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EFEITO DE DUAS TÉCNICAS DE ALONGAMENTO MUSCULAR DOS ISQUIOSTIBIAIS NA AMPLITUDE DE EXTENSÃO ATIVA DO JOELHO E NO PICO DE TORQUE

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Academic year: 2021

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EFEITO DE DUAS TÉCNICAS DE ALONGAMENTO MUSCULAR

DOS ISQUIOSTIBIAIS NA AMPLITUDE DE EXTENSÃO

ATIVA DO JOELHO E NO PICO DE TORQUE

Vieira, W. H. B.,

1

Valente, R. Z.,

1

Andrusaitis, F. R.,

1

Greve, J. M. A.

1

e Brasileiro, J. S.

2

1

Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo, IOT, HC, FMUSP

2Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN

Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Laboratório de Estudos do Movimento, Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 333, 2o Andar, Ala C, CEP 05403-010, São Paulo, Brasil

Correspondência para: Wouber Hérickson de Brito Vieira, Laboratório de Eletrotermofototerapia, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos, Via Washington Luís, km 235,

C. P. 676, CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil, e-mail: hericksonfisio@yahoo.com.br Recebido: 5/5/2004 – Aceito: 16/12/2004

RESUMO

Os exercícios de alongamento são amplamente utilizados na fisioterapia. No entanto, seus reais benefícios não estão completamente esclarecidos. O propósito desse estudo foi investigar o efeito do alongamento dos isquiostibiais na amplitude de movimento de extensão ativa do joelho e no Pico de Torque desse grupo muscular. Participaram da pesquisa 14 indivíduos de ambos os sexos, com idade média de 22,92 ± 0,9 anos, sedentários, os quais foram submetidos a 5 ciclos de alongamentos diários, com 30 segundos cada, por um período de três semanas. Foram utilizados dois protocolos de alongamento: o primeiro grupo (G1) representado pelos membros inferiores direitos dos indivíduos utilizou a técnica FNP sustentar-relaxar, enquanto o segundo (G2), constituído pelos membros inferiores esquerdos, realizou manobras passivas/estáticas. Para a avaliação da ADM utilizou-se um goniômetro universal e para o Pico de Torque foi usado um dinamômetro isocinético da marca Cybex – 6000. A análise estatística foi realizada por meio dos testes ANOVA e post-hoc de Dunn‘s, considerando o nível de significância ≤ 5%. Observou-se aumento na ADM em ambos os grupos: de 149 ± 14º para 162 ± 11º (p < 0,01) para o G1 e de 148 ± 14º para 162 ± 11º (p < 0,01) para o G2. No entanto, não houve diferença entre os grupos. Ocorreu aumento significativo no torque dos membros do grupo G1 após a aplicação da técnica de alongamento do tipo FNP a 60º/s (de 89 ± 36 Nm para 96 ± 40 Nm) e a 240º/s (de 59 ± 24 Nm para 68 ± 27 Nm) – p < 0,01. Por outro lado, não houve diferença estatisticamente significante no torque dos membros do G2. Esses dados sugerem que o programa de alongamento muscular utilizando a técnica contrair-relaxar pode influenciar na ADM e no torque muscular. Entretanto, a técnica de alongamento estático/passivo produziu ganhos apenas na ADM.

Palavras-chave: flexibilidade, ísquios-tibiais, Pico de Torque, amplitude de movimento (ADM).

ABSTRACT

The stretching exercises are commonly used in the physical therapy. However, the real benefits are not all known. The purpose of this study was to identify the effect of hamstring stretching in the range of motion (ROM) of active knee extension and in the maximum torque of this muscle group. Fourteen subjects participated in this study (5 men and 9 women), with age between 20 and 24 years old, sedentary, witch were submitted to 5 cycles of stretching, daily, during 30 seconds each one, for 3 weeks. It was used 2 techniques of stretching protocols: FNP-sustain-relax (group 1) and static/passive (group 2) in right and left limbs, respectively. To the ROM evaluation we used the universal goniometer and to the maximum torque the isokinetic dynamometer Cybex 6000. The results concerning ROM and maximum torque were analyzed by ANOVA test with post-hoc de Dunn’s, both with significance level ≤ 5%. It was observed an increase in the ROM in both limbs: from 149 ± 14º to 162 ± 11º (p < 0,01) to G1 and from 148 ±

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14º to 162 ± 11º (p < 0,01) to G2, however there were no differences between the techniques applied. Significant increase occurred only in the maximum torque to G1, from 89 ± 36 Nm to 96 ± 40 Nm at 60º/s and from 59 ± 24 Nm to 68 ± 27 Nm at 240º/s (p < 0,01). These findings suggest that stretching protocols with FNP-sustain-relax technique can increase both the ROM and strength muscular while that static/passive technique increase only the ROM.

Key words: flexibility, hamstring, peak torque, range of motion (ROM).

INTRODUÇÃO

O alongamento muscular consiste em qualquer manobra com a finalidade de aumentar a flexibilidade ou a amplitude de movimento (ADM),1 enquanto flexibilidade é a capacidade das estruturas que compõem os tecidos moles, como músculo, tendão e tecido conjuntivo, se alongarem por meio da ADM disponível, sendo o músculo o principal contribuinte.2,3,4

Os exercícios voltados à ampliação da mobilidade articular já eram provavelmente realizados pelos antigos e recomendados por Hipócrates. No entanto, foi somente em 1969 que se identificou claramente a flexibilidade como específica para as articulações e para o movimento humano.5 Atualmente, os exercícios de alongamento são cada vez mais utilizados em academias de ginástica e centros de reabilitação, sendo praticados antes e/ou após programas de atividades físicas e no próprio esporte, visando ao aumento à flexibilidade, à redução do risco de lesão e à melhora da performance no esporte.6,7,8,9 Especificamente na fisioterapia, o exercício de alongamento é um recurso sempre presente, atuando como coadjuvante tanto no aspecto preventivo quanto no processo de reabilitação de indivíduos.

Estudo realizado com indivíduos idosos e saudáveis comparou dois programas de flexibilidade, sendo um associado a programa de fortalecimento muscular, sugeriu que o programa utilizando somente o alongamento muscular seria mais efetivo no ganho de ADM quando comparado ao outro programa contra-resistência.10

Sendo assim, o alongamento muscular se mostra impor-tante quando se deseja ganho de flexibilidade, sobretudo antes e/ou após exercícios contra-resistência.11

Os benefícios do alongamento muscular não são todos conhecidos, sendo muitas vezes contraditórios na literatura especializada, de modo que é possível que diferentes estratégias de treinamento para distintos movimentos articulares produzam resultados diversos.9,12 Alguns estudos anteriores, investigando alterações na força a partir de exercícios de alongamento, foram realizados em animais. Estudos mais recentes sobre a mesma temática foram realizados em seres humanos, no entanto, sem consenso entre eles.8,12,13-17

Autores compararam o efeito do tempo e das diferentes técnicas de alongamento muscular no ganho de ADM dos isquiostibiais e sugeriram que 30 segundos de alongamento na freqüência de uma vez por dia, utilizando as técnicas de alongamento estático ou de FNP, promovem os melhores benefícios.18,19 Esses tipos de alongamento promovem

diminuição da resistência do tecido conectivo e conseqüente aumento na ADM.8

Estudo verificando o efeito em longo prazo de técnicas de alongamento sobre a flexibilidade e Torque Máximo dos isquiotibiais em humanos não mostrou aumento na flexibilidade desse grupo muscular. Apesar disso foi registrado aumento nos torques máximos concêntrico e excêntrico em diferentes velocidades quando utilizada a técnica FNP em comparação com o alongamento estático.13 Corroborando com esses achados, outros autores registraram aumento na força isotônica dos isquiostibiais após regime de 12 semanas em um programa de alongamento muscular do tipo FNP.14 Durigon20 sugere que o alongamento muscular atua como facilitador na produção de força muscular, tratando-se, portanto, de um mecanismo de vantagem mecânica, de modo que quanto maior for o comprimento do músculo, maior será a capacidade de produzir tensão até determinado limite. Por outro lado, à medida que o músculo se encurta deixa de ser capaz de produzir pico de força e desenvolve fraqueza com retração.1 Durante o alongamento, os componentes elásticos do músculo absorvem trabalho mecânico e o armazenam como energia potencial, a qual é liberada durante a contração concêntrica, de maneira que, aumentando a extensão/comprimento do músculo, mais energia pode ser armazenada e subseqüentemente liberada durante a contração do músculo.3,13

Sendo assim, o propósito deste estudo foi investigar o efeito de duas técnicas de alongamento dos isquiostibiais na amplitude de movimento de extensão ativa do joelho e no Pico de Torque desse grupo muscular.

METODOLOGIA Sujeitos

Quatorze indivíduos saudáveis de ambos os sexos, sendo 5 do sexo masculino e 9 do feminino, e com média de idade de 22,9 ± 0,9 anos fizeram parte do estudo. Nenhum dos indivíduos tinha alterações de origem músculo esquelética ou neurológica no quadril, coxa ou joelho nem praticava atividades físicas de caráter regular, sendo considerados, portanto, sedentários, conforme os critérios adotados pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte.21 Foram excluídos os sujeitos que não compareceram por dois ou mais dias, aos procedimentos, tanto avaliativos quanto de intervenção.

Após a aprovação do projeto de pesquisa pela Comissão de Ética para Análise de Projeto de Pesquisa da Diretoria

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Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da USP, todos os indivíduos foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, conforme resolução CSN 196/96. Instrumentação

Para o registro do torque máximo utilizou-se um dina-mômetro isocinético – Cybex 6000. Para o registro da ADM de extensão ativa dos joelhos foi utilizado um goniômetro universal. Utilizou-se ainda bicicleta estacionária, fichas de avaliação, macas e colchonetes.

Procedimentos

Os membros inferiores dos 14 indivíduos foram divididos em dois grupos: os membros direitos constituíram o grupo 1 (G1) enquanto os esquerdos formaram o grupo 2 (G2). Todos os indivíduos foram submetidos a uma avaliação inicial para ambos os membros seguida de 3 semanas sem qualquer inter-venção, de modo que esses dados representassem a linha de base dos sujeitos. Após esse período, os indivíduos foram submetidos a um programa de alongamento, utilizando duas técnicas distintas. O G1 foi submetido à técnica de alongamento com Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) do tipo sustentar-relaxar enquanto o G2 usou a técnica estática/passiva. Procedimentos de Avaliação

Todos os indivíduos foram submetidos a três ava-liações: inicial, intermediária e final, para registro da ADM e do torque máximo dos isquiostibiais a 60º/s e 240º/s.

A avaliação da ADM foi realizada com o indivíduo deitado em decúbito dorsal sobre uma maca com o quadril posicionado a 90º de flexão e o membro contra-lateral esta-bilizado em completa extensão, conforme preconizado por Sullivan.22 Essa avaliação foi realizada por dois examinadores, sendo um responsável pela medida goniométrica e o outro pela estabilização dos membros. Essa angulação da articulação

do quadril tem se mostrado como a mais fidedigna para se avaliar a flexibilidade dos isquiostibiais.22

Para o registro do torque máximo, os voluntários reali-zaram um breve aquecimento durante cinco minutos em uma bicicleta estacionária sem carga. Em seguida, os voluntários foram posicionados no dinamômetro isocinético, o qual se encontrava previamente calibrado. O quadril foi mantido em um ângulo de 90º e o tronco, a pelve e a coxa dos sujeitos foram estabilizados por meio de cintas para evitar possíveis movimentos compensatórios. O eixo de rotação do dinamômetro foi alinhado com o do joelho avaliado (aproximadamente na altura do epicôndilo lateral do fêmur), enquanto o apoio do braço do dinamômetro foi fixado na perna do sujeito, de forma a permitir um arco completo de dorsiflexão do tornozelo, como demonstrado na Figura 1.

Antes do início do registro dos dados realizou-se um pré-teste de adaptação no aparelho isocinético, que incluiu a realização de três contrações concêntricas voluntárias sub-máximas e em toda a amplitude de movimento pré-programada, nas velocidades de 60º/s e 240º/s. Decorrido um breve período de repouso, o sujeito realizou quatro contrações concêntricas máximas dos isquiostibiais se partindo de uma extensão completa do joelho, até a amplitude de flexão pré-programada, a uma velocidade de 60º/s. Após intervalo de descanso de três minutos, o sujeito realizou seis contrações concêntricas máximas do mesmo grupo muscular com velocidade angular de 240º/ s. O maior torque registrado no monitor foi considerado o Pico de Torque (PT). Uma vez concluída a avaliação de um membro, os mesmos procedimentos de teste foram realizados no membro contra-lateral. Todos os procedimentos de teste realizados na avaliação inicial foram repetidos após 3 semanas na avaliação intermediária e após mais 3 semanas, na avaliação final, para subseqüente análise comparativa. Os procedimentos de avaliação e alongamento foram realizados no mesmo local (laboratório de estudos do movimento) e horário do dia (das 14 às 16 horas).

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Protocolo de Alongamento

Para ambas as técnicas, os indivíduos encontravam-se deitado em decúbito dorsal sobre um colchão com o joelho estabilizado em extensão máxima. O quadril foi gradati-vamente fletido até que atingisse a flexão máxima, com o membro contra-lateral estabilizado em completa extensão, conforme Figura 2. A posição de alongamento máximo foi determinada pelo limiar de dor do indivíduo, o qual foi considerado como o momento inicial da sensação de dor referida por cada sujeito. Esses protocolos de alongamento foram baseados nos estudos de Bandy & Irion18 e Worrel

et al.13

Técnica FNP – sustentar-relaxar: cada voluntário rea-lizou 5 ciclos de alongamento diários, de segunda a sexta-feira, durante 3 semanas. Cada ciclo foi realizado durante 30 segundos, sendo 5 segundos de contração isométrica dos isquiostibiais e 10 segundos de alongamento com os músculos relaxados, seguidos de nova contração de 5 segun-dos com mais 10 segunsegun-dos de alongamento. Foi respeitado um intervalo de 30 segundos de repouso entre cada ciclo. Técnica estático/passivo: realizaram-se 5 ciclos de alongamento diários, de segunda a sexta-feira, durante 3 semanas. Cada ciclo consistiu de 30 segundos com o membro relaxado na posição de máximo alongamento, respeitando-se o intervalo de 30 respeitando-segundos de repouso.

Tratamento e Análise dos Dados

Utilizou-se o teste ANOVA para analisar a variância entre as avaliações, tanto da ADM quanto do Pico de Torque, bem como o teste post-hoc de Dunn’s, considerando 5% como nível de significância estatística (p ≤ 0,05).

RESULTADOS

ADM: na Figura 3 verifica-se que não ocorreu nenhuma alteração estatisticamente significativa entre a 1a e a 2a avaliação,

período durante o qual não houve intervenção para ambas as técnicas. Por outro lado, houve aumento estatisticamente significativo na ADM após o programa de alongamento, ou seja, entre a 2a e a 3a avaliação, bem como entre a 1a e 3a

avaliação, tanto no G1, o qual foi submetido à técnica de alongamento FNP do tipo sustentar-relaxar, quanto no G2, submetido à técnica de alongamento estático/passivo.

Pico de Torque a 60°/s: houve aumento no Pico de Torque após a aplicação do protocolo de alongamento no G1 entre a 1a e 3a avaliação. Quanto aos membros do G2, não

observou-se nenhum tipo de modificação estatisticamente significativa, conforme ilustrado na Figura 4a.

Pico de Torque a 240°/s: da mesma forma que a 60º/s, observa-se na Figura 4b aumento no torque no G1 após aplicação do programa de alongamento com FNP entre a 1a

e a 3a avaliação. Por outro lado, não se observam modificações

estatisticamente significativas nos dados do G2.

DISCUSSÃO

Como se pode observar nos resultados referentes à ADM, houve ganho estatisticamente significativo na ADM de extensão ativa do joelho utilizando as técnicas de alon-gamento do tipo FNP – sustentar-relaxar e estático/passivo. Os protocolos de alongamento mostraram-se eficazes para o ganho de ADM. Esse fato concorda com outros estudos.13,22 Tal achado pode ser atribuído à diminuição na resistência passiva do tecido conectivo (unidade músculo tendínea), como referido por outros autores.19,20 Outro fato observado foi que não houve diferença estatisticamente significativa entre as técnicas utilizadas, conforme observado também em outros estudos.13,22 Nesse sentido, a utilização de qualquer uma dessas técnicas mostra-se eficaz para o ganho de ADM de extensão ativa do joelho. A técnica FNP foi referida pelos sujeitos como a mais confortável. Esse fato pode ter alguma relação com a inibição autogênica proporcionada pelo Órgão Tendinoso de Golgi a partir de uma contração máxima, conforme sugerem Andrews2 e Alter.4 Dessa forma, o alongamento com a técnica FNP pode ser uma alternativa para aqueles sujeitos que relatarem excessivo desconforto quando submetidos a manobras de alongamento passivo.

Após o programa de alongamento pôde-se observar aumento estatisticamente significativo no torque máximo a 60º/s somente no G1, o qual foi submetido à técnica de alongamento FNP. Provavelmente, esse aumento pode ter alguma relação com o tipo de técnica empregada, haja visto que ela apresentava curtos períodos de contrações isométricas máximas em cada ciclo sobre a musculatura investigada. O aumento na força isotônica após um programa de alongamento tipo FNP também foi evidenciado no estudo de Kokkonen & Lauritzen.14 Um mecanismo menos provável para tal achado deve-se ao aumento na relação comprimento–tensão do músculo (mecanismo de vantagem mecânica), o qual proporcionaria maior acúmulo de energia potencial, e conseqüentemente, geraria um maior torque, como sugerem Durigon,20 Worrell,13 Krivickas,3 Smith.7 No entanto, como não foi registrada diferença entre as técnicas no que se refere ao ganho de ADM, tal relação se torna questionável.

Os resultados referentes ao torque máximo a 240º/s se comportaram da mesma forma que os obtidos a 60º/s, de modo que as discussões anteriores também se adequam a esse tópico. Esse fato vem reforçar a uniformidade dos procedimentos realizados.

Outro aspecto a ser considerado consiste no possível efeito somatório das técnicas, tendo em vista que ambos protocolos de alongamento foram aplicados nos mesmos indivíduos. Há a possibilidade de que a técnica aplicada em um membro tenha afetado a performance do outro. Embora esses efeitos não tenham sido avaliados, sua possível influência não pode ser descartada.

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Figura 2. Posicionamento durante as manobras de alongamento para ambas as técnicas avaliadas.

Figura 3. Médias e desvios-padrão dos valores da ADM de extensão ativa dos joelhos obtidos durante a 1a, 2a e 3a avaliações para as técnicas

de alongamento FNP e Estático Passivo. (** significância estatística p < 0,01).

Figura 4. Médias e desvios-padrão dos valores do Pico de Torque à 60º/s (A) e a 240º/s (B) obtidos durante a 1a, 2a e 3a avaliações para as

técnicas de alongamento FNP e Estático passivo. (** significância estatística p < 0,01).

Amplitude de movimento (em graus)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 FNP Estático passivo 1 aval.a 2 aval.a 3 aval.a ** **

Pico de torque – 60 graus/s

0 20 40 60 80 100 120 140 FNP Estático passivo Nm 1 aval.a 2 aval.a 3 aval.a **

Pico de torque – 240 graus/s

0 20 40 60 80 100 120 140 FNP Estático passivo ** Nm A B

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Uma consideração referente a futuros estudos seria a alocação aleatória dos membros incluídos em determinado grupo, como forma de atenuar possíveis influências do fator dominância.

CONCLUSÕES

Houve aumento estatisticamente significativo na ADM extensora do joelho utilizando qualquer uma das duas técnicas propostas, porém não se observou diferença estatisticamente significativa entre as técnicas de alongamento FNP do tipo sustentar – relaxar e estático/passivo no que se refere ao ganho de extensão ativa. Houve aumento significativo no torque máximo dos isquiostibiais somente no grupo submetido à técnica FNP, tanto a 60º/s como a 240º/s. Futuros estudos utilizando diferentes protocolos de alongamento muscular, indivíduos com níveis diferenciados de condicionamento físico e a análise de sua interferência na performance muscular deveriam ser realizados, tendo em vista a grande utilização desse recurso terapêutico na prática do fisioterapeuta.

Sugerimos ainda que os futuros estudos incluam métodos de “cegamento” nos procedimentos de medida e análise como forma de minimizar possíveis influências por parte dos pesquisadores.

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