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PN ; Ap: TC V. P. Aguiar, 1ª Sec ( ) Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO:

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PN 5253.06-5; Ap: TC V. P. Aguiar, 1ª Sec ( )

Ap.e: Apº:

Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto

I. INTRODUÇÃO:

(1) O A. não se conforma com a absolvição do pedido de anulação do contrato promessa e consequente restituição do sinal referentes ao veículo automóvel

Teilhol, GLD N, que o R. aceitou, na versão da PI, vir a vender-lhe, mas entregando-lho com avarias ocultas.

(2) Da sentença recorrida:

(a) A qualificação das situações jurídicas concretas submetidas ao tribunal constitui uma questão prévia no processo de subsunção… e não cabe às partes decidir, dentro ou fora das cláusulas convencionais, sobre qual ela é, extraindo-se, antes, das cláusulas contratadas.

(b) Ficou por saber quais as declarações negociais que foram emitidas por A. e R. no momento da entrega do veículo.

(c) E a dúvida sobre se as anomalias da discórdia entre as partes existiam na data da entrega pelo A. ao R. das quantias em dinheiro de que pede a restituição ou no momento em que o veículo lhe foi colocado

em casa ou se, pelo contrário, surgiram apenas posteriormente, com as primeiras utilizações, sendo que não foi sequer alegado terem acordado num período experimental com a faculdade de o primeiro se retratar.

1 Adv: Dr

2 Adv: Dr.

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(2)

(d) N o que se refere à reconvenção, também não ficou claro a que circunstância ficaria condicionado o pagamento da restante parte do preço, no montante de pte 140 000 $00.

(e) Em suma, existem demasiadas incoerências para que se possa qualificar o negócio jurídico celebrado entre ambos, e nos mais diversos aspectos, p ara daí se poder aferir qual disciplina do não cumprimento contratual, com a finalidade de a aplicar ao caso concreto e apurar a responsabilidade de cada um dos litigantes.

II. MATÉRIA ASSE NTE:

(a) Em 99.09.09, foi efectuado o registo de propriedade do veículo motor de marca Teilhol, GLD N, de matrícula 1-RPN-12-05, em nome de

(b) A Caixa Geral de Depósitos, departamento de cr édito, emitiu uma lista do empréstimo, referente à oper ação nº 0693 011307 284 0019,da linha

Credireformado, para o interveniente , indicando o montante do contrato – pte 500 000$00, o valor do saldo em 00.09.07 – pte 394 634 $00 –

o valor da prestação anual – pte 13 256$00 e a data da próxima prestação – 00.09.27, a qual segue com uma lista dos pagamentos das prestações, com a mesma data de 00.09.0 7, elencando-as: (i) 00.04.28 – amortização – pte 8 897$00 – juros pagos - pte 4 014$00 – diversos – pte 358$00 – total pago – 13 269$00; (ii) 00.05.30 – amortização pte 8 978 $00 – juros pagos – pte 3 933$00 – diversos – pet 355$00 – total pago- pte 13 266$00; (iii) 00.07.14 – amortização

pte 9 060$00 – juros pagos pte 3 851$00 – diversos – pte 352$00 – total pago – pte 13 263$00; (iv) 00.07.28 – amortização – pte 9 142$00 – juros pagos- pte 3 769$00 – diversos – pte 348$00 – total pago – pte 13 259$00; (v) 00.08.29 – amortização – pte 9 226$00 – juros pagos- pte 3 685$00 – diversos - pte 345$00

– total pago- pte 13 256$00 – não existem mais prestações.

(c) 00.09.08, o A. expediu para o R., que a recebeu uma carta: Venh o, em referência à promessa de venda que Vossa Excelência efectuou dizer que o veículo automóvel, objecto do referido contrato, se encontra em tais condições que impossibilita qualquer reparação, e acresce a circunstância de Vossa Excelência já ter sido várias vezes instado a regularizar o referido contrato,

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como contrato definitivo, pelo que há perda de interesse no negócio [pela parte do subscritor], pela mora a si totalmente imputável - … queira, tão pronto lhe seja possível, devolver os montantes em sua posse, e que lhe foram entregues; queira comunicar… quando e como pretende fazer a devolução.

(d) O veículo em questão tinha tido matrícula estrangeira e encontrava-se em fase final do processo de legalização que culminou na atribuição da matrícula portuguesa já referida.

(e) No mês 08.09, A. e R. encetaram negociações relativamente àquele veículo e no decorrer delas, o primeiro experimentou-o: na altura, apresentou reclamação quanto à cor do mesmo, pedindo ao R. que a alterasse para verde-escuro.

(f) Correspondendo ao p edido do A., o R. deslocou-se com ele à oficina Auto … onde deu instruções para alterarem a referida cor: o preço foi pago pelo R.

(g) Em data n ão concretamente apurada, mas entre finais 08.09 e princípios 09.09, o A. entregou ao R. a quantia de pte 100 000$00 e, posteriormente, a quantia de pte 460 000$00, sendo que em data também não concretamente apurada, mas dentro daquele período de tempo, o R. transportou o veículo Teilhol para a casa do A.

(h) Mas uma vez que não estava ainda concluída a legalização do respectivo veículo, o R. comprometeu-se a entregar, mais tarde, os respectivos documentos.

(i) Durante o mês 09.99, o pai do R. entregou ao A. o novo livrete.

III. JUST IFICAÇÃO DO JULGAMENTO DA MATÉRIA DE FACTO:

(1) O tribunal exprime desta maneira, as dúvidas que levaram às respostas não provado: as testemunhas foram pouco esclarecedoras em relação aos factos sobre que depuseram e, por isso, não foi possível retirar dos depoimentos o contributo probatório esperado.

(2) Q1 e Q33 mereceram resposta não provado, porque a única testemunha

arrolada pelo A. referiu que o marido e o R. fizeram o ajuste por pte 700 000$00,

3 ...

Q1 A. e R. celebraram contrato promessa legal de compra e venda do veículo a utomóvel Teilhol, N, de matrícula 1 ? Nã o provado.

...

3

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em fins de 08.99, relativamente ao veículo, e como tinha o para -choques rachado, comprometeu-se o R. a repará-lo, a pintá-lo e a suportar o custo; na altura, o marido entregou ao outro pte 100.000$00 e, posteriormente pte 460 000$00, ficando por pagar pte 140 000$00 no Natal [ … ficou, pois, por saber quais as declarações negociais das p artes no momento da entrega dos montantes

em causa, não obstante a maior parte do preço já estar paga].

(3) Também é confuso o momento da entrega do veículo, tanto como também a razão por que este não ficou satisfeito com a circunstância de o R. lho ter entregue em casa, após ter sido pintado [o que terá sucedido para que isso acontecesse? será que foi por causa de o pára-choques não ter sido reparado? Mas este aspecto nem sequer tinha sido articulado, referindo-se a PI a reparações do motor4].

(4) Entretanto, à excepção do depósito de combustível arrombado, nen huma testemunha fez referência a quaisquer outros danos, nem sequer a mulher do A.,

que assistiu ao negócio, não obstante ter acabado por afirmar que das três vezes que o marido saiu de carro foi p ara o reparar [… mas que a varias? então, na oficina onde forma reparadas não existem orça mentos, folhas de obra…: nem foi junto qualquer documento comprovando, antes de mais a entrada do veículo,

numa estação de serviço].

(5) Por fim, a declaração junta pelo A. da Estação de Serviço Luar sobre a peritagem à viatura dos representantes [do fabricante?] refere um conjunto de anomalias detectadas em 05.06.20, quando a tese do A. as reporta a 08.09.99 e, desde aqui, é o próprio A. quem admite ter circulado com ele ainda que sempre com destino a uma oficina.

(6) De tudo isto, as respostas negativas a Q6 e Q75: existem muitas incoerências

que são inultrapassáveis através da livre apreciação da prova, pelo que, não tendo sido alcançada a convicção acerca da realidade dos factos, o tribunal não

Q3 Ficou ainda acordado que o montante a pagar pelo A. referente à venda em causa seria de pte 500 000$00, quantias que forma na tota lidade entregues ao R., como sinal e pa gamento? Não provad o. 4 Quando o A. foi convidado a aperfeiçoar o ponto 6 da PI não incluiu a reparação do pára-choques: os

danos verificados no veículo seriam nos apoios do motor, caixa de velocidad es, depósito de combustível (arrombado), motor de arranque ( com avaria específica) e bomba de água (id em).

5 ………..

Q6 Era obrigação do contrato que o R. iria proceder à reparação do veículo, nomeadamente do motor, tendo-se comprometido a arranjar as peças necessárias? Não provado.

Q7 … o R nu nca mais procedeu à reparação em causa? Não provado.

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pôde dá-los como integralmente provados, decidindo antes contra a parte a quem iriam aproveitar, artº 342/2 CC e 516 CPC.

IV. CLS/ALEGAÇÕES:

(1) Estamos perante um acordo verbal [referente a um automóvel, que passou de mãos] e a entrega de parte do montante da contrapartida acordada, remetido para data posterior o pagamento do resto.

(2) Nestas circunstâncias, o contrato definitivo exige a forma escrita.

(3) Mas o pagamento ainda não tinha sido integralmente realizado, nem os documentos do carro foram sequer entregues.

(4) Por outro lado, a viatura a transaccionar ainda hoje se encontra na propriedade do R., que embolsou aquele numerário a título de sinal.

(5) Trata-se, assim, de um contrato promessa, que até à data, não foi cumprido pelo A.: não outorgou o contrato definitivo.

(6) Entretanto, o A. notificou-o da sua perda de interesse no negócio e sem que a parte contrária tenha reagido.

(7) Deste modo, e justamente perante a justificação desta falta de interesse, deveria o contrato promessa ter sido julgado resolvido, as partes obrigadas a devolver tudo quanto lhes tinha sido entregue.

(8) De qu alquer forma, a não se considerar desta maneira, e tomando o contrato como contrato definitivo, então, o mesmo é nulo p or falta de forma legal e, como

tal, deveria ser declarado com as consequências legais.

(9) Mas, se é certo que o tribunal não está sujeito à qualificação jurídica do contrato fornecida pelas partes, tema adjudicado ao material da prova, no caso do requerente, tudo demonstra, no entanto, estar perante aquele contrato

promessa e não perante o contrato prometido.

(10) Ainda assim, as questões colocadas pelo tribunal nem sequer foram respondidas, muito embora os elementos contrários à decisão recorrida: (i)

comprovativo registal de que o veículo está em nome do R . – faz prov a plena; (ii) ausência de prova da transmissão – obstáculo, segundo o ónus da prova, à caracterização do caso a partir do contrato definitivo.

(11) E se contrato promessa anulado, devolução do numerário pedido.

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(6)

(12) A sentença recorrida infringiu os artºs 342, 347, 410, 874 ss CC e 666, 668 CPC.

V. CONTRA-ALEGAÇÕE S:

(1) Não ficou provado qualquer contrato promessa.

(2) Não ficou provada a existência de qualquer defeito no veículo.

(3) Ficou provado que o ap.e, após inspeccionar o carro, solicitou alterações, nomeadamente, da pintura.

(4) Ficou provado que tais alterações forma levadas a cargo do vendedor.

(5) Ficou provado que entre 08 e 09.99 o A. entregou ao R. pte 100 000$00 e, posteriormente, no mesmo período, mais pte 460 000$00.

(6) Ficou provado que por esse tempo o R. entregou na casa do A. a viatura, tanto como nesse mês de Setembro entregou ao A. os documentos do veículo devidamente legalizado.

(7) A ar gumentação do recorrente assenta na celebração de um contrato promessa, no entanto, vários elementos concorrem para dar consistência à possibilidade de ter sido celebrado um contrato definitivo, que não enferma qualquer vício formal ou substancial.

(8) Com efeito: (i) o comprador analisou o veículo; (ii) solicitou alterações no mesmo; (iii) essas alterações foram efectuadas, tal como foram solicitadas; (iv) o

veículo foi entregue na casa do comprador e toda a documentação a ele respeitante; (v) grande parte do preço está liquidada; (vi) a oportunidade de pagamento deste foi deferida para dois momentos concretos entre a análise do veículo, a alteração da cor e a entrega à parte contrária.

(9) Todos estes elementos indicam que o comprador tomou vontade firme, impôs

condições (que foram satisfeitas) que a tradição foi consequência do acordo, e depois recebeu todos os documentos.

(10) Mesmo a considerar-se ter havido apenas um contrato promessa, de qualquer modo, não ficou provada qualquer interpelação admonitória e só poderá haver dúvidas quanto ao pagamento total do preço, que é tema da reconvenção.

6

(7)

(11) Por outro lado, o A. invoca defeitos no veículo, mas nenhum foi dado como

provado6.

(12) Só três anos depois, 09.00, é que o A. remeteu ao R. a carta em que invoca a perda do interesse em contratar, ou seja, depois de já ter o carro durante um ano. (13) E só três anos depois é que acabou por interpor a presente acção.

(14) Não exibe, nem tem, ao mesmo tempo, qualquer comprovativo de durante todo esse tempo só sair com o automóvel para o levar à oficina, além de q ue não

é possível tê-lo levado tantas vezes a reparar e, mesmo assim, padecer ainda de

tantos defeitos7.

(15) Mais bem vistas as coisas, parece, é claro, que o incumprimento é da parte do comprador, que não pagou o preço do contrato no tempo concorde.

(16) Toda a argumentação do A. não passa, afinal, de uma tentativa infrutífera para descredibilizar o contrato definitivo que muito bem sabe ter celebrado com

o R.

(17) Aliás, a transmissão da propriedade já tinha ocorrido quando o A. en viou ao R. a notificação da perda do interesse em contratar.

(18) A decisão recorrida deve ser mantida por inteiro.

VI. RECURSO: Pronto para julgamento, nos termos do artº 705 CPC.

VII. SEQUÊNCIA:

(1) Ainda que se possa pôr o problema de um melhor rigor técnico de respostas do tribunal no sentido de ter havido uma promessa de compra e venda, porque o contrato definitivo teria de ser celebrado por escrito, e a parte que defen de este ponto de vista não alegou o requisito de forma imperativa, enquanto ficou

assente a tradição da coisa, compaginável, e só compaginável, nos termos da causa, com aquele inicial modelo do negócio, certo é também que, afinal, não se

provaram os motivos de congruência da denúncia fundada na perda do interesse em contratar.

6 Juntou uma declaração de 2 005, onde estão descritos muitos, que nem na PI são invocados: o documento dista seis anos da data do negócio e não pode deixar de suscitar dúvidas, tendo em conta que a viatura tem estado sempre na posse e disponibilidade do A.

7 Vide nota antecedente.

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(2) Por isso mesmo, o recurso deveria sempr e conduzir ao inêxito, sendo certo que nas conclusões se não faz crítica alguma a este último aspecto acima

referido do julgamento da matéria de facto8, todavia, decisivo: não há que ter em

conta, na circunstância d e não terem ficado provadas as avarias – causa – se o julgado resiste ou não à crítica, posto ter de ser mantido.

(3) Então, não há, com efeito, motivo de procedência e, deste modo, vai inteiramente confirmada a sentença sob crítica.

VIII. CUSTAS: pelo recorrente, que sucumbiu.

8 Não pode aceitar-se a tese do recorrente de não ter o R. ripostado à carta de denúncia da promessa: a

contestação reconvenção é eloquente, no sentido de demonstrar que a parte não a aceitou, justamente pelos seus fundamentos, que se não verificariam, ou não teriam qualquer relevo para o caso: nem sequer é

confissão, sendo de muito du vidoso recorte uma confissão nos termos em que o recorrente a propõe.

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