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ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA

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Academic year: 2021

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RE\100 516PT.doc PE100.516v02-00

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ASSEMBLEIA PARLAMENTAR

EURO-LATINO-AMERICANA

RESOLUÇÃO URGENTE:

A crise financeira

com base no relatório apresentados pelos relatores

Oscar Darío Pérez (Parlandino) e Manuel António dos Santos (PE, PSE)

em nome da em nome da Comissão dos Assuntos Económicos, Financeiros e Comerciais

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RE\100 516PT.doc 1/5 PE100.516v02-00

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EUROLAT – Resolução Urgente de 8 de Abril de 2009 – Madrid (Espanha)

[com base no relatório apresentado pelos relatores

Oscar Darío Pérez (Parlandino) e Manuel António dos Santos (PE, PSE) em nome da Comissão dos Assuntos Económicos, Financeiros e Comerciais]

A crise financeira

A Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana,

– Tendo em conta os n.ºs 3 e 4 do artigo 8.º, os n.ºs 3 e 4 do artigo 16.º e o n.° 1 do artigo 17.º do seu Regimento,

– Tendo em conta os documentos de trabalho apresentados pelas componentes latino-americana e europeia da Assembleia sobre a mundialização e a crise financeira, que apontam a necessidade de tomar medidas globais e integrais que permitam enfrentar a crise e atenuar o seu impacto sobre as pessoas mais vulneráveis,

– Tendo em conta as recomendações da Comissão de Peritos do Presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre a reforma do sistema monetário e financeiro internacional, de 19 de Março de 2009,

A. Considerando que a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana é a instituição parlamentar da Associação Estratégica Bi-Regional União Europeia-América Latina e Caraíbas (UE-ALC) e que, enquanto instituição parlamentar de consulta, controlo e acompanhamento, contribui para o reforço, desenvolvimento e visibilidade da associação estratégica, através da sua capacidade de aprovação de resoluções destinadas à Cimeira UE-ALC e às instituições, órgãos, grupos e conferências ministeriais consagradas ao desenvolvimento da Associação,

B. Considerando que os líderes das maiores economias mundiais, reunidos em Novembro de 2008 na Cimeira do G20, consideraram que, na origem da crise, esteve a insuficiente

coordenação e a incoerência das políticas macroeconómicas, bem como reformas estruturais inadequadas e não sustentáveis à escala mundial,

C. Considerando a importância da reunião do G-20, apoiamos o objectivo central dos líderes do G-20 e o anúncio de medidas concretas para travar a recessão mundial. Congratulamo-nos com os pactos de Londres e consideramos importante a criação de um fundo comum de um bilião de dólares para estimular o comércio, bem como a condenação do segredo bancário, D. Considerando que é necessária a reforma do FMI e que o G-20 decidiu conceder ao FMI

500.000 milhões de dólares adicionais para reforçar o seu papel como prestamista

internacional; considerando que os seus fundos atingem, assim, 750.000 milhões de dólares, destinados a auxiliar numerosos países afectados pela crise, mas que é necessário rever as condições que o FMI impôs a muitos países, pois, a manterem-se, agravarão a recessão, E. Considerando que a Organização Mundial do Comércio advertiu que 2008 foi o primeiro ano

num quarto de século em que se assistiu a uma contracção do comércio mundial, e que a solução para sair da crise é a reactivação do comércio, o que levou o G-20 a decidir que, do bilião de dólares concedidos na Cimeira, 250.000 milhões de dólares se destinam a reactivar o comércio mundial e 100.000 milhões aos bancos internacionais de desenvolvimento. No mesmo sentido, no que diz respeito à luta contra o proteccionismo, o G-20 prometeu não recorrer a medidas proteccionistas para fazer face à crise a nível local. Consequentemente,

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consideramos necessário o imediato reinício das negociações de Doha, bem como a dinamização dos acordos entre a UE e os distintos blocos da América Latina,

F. Considerando que, no que diz respeito à regulação financeira e aos paraísos fiscais no âmbito das decisões do G-20, a nova regulação será mais rigorosa com as entidades financeiras não bancárias, mas deverá igualmente assegurar um maior controlo do sistema bancário e uma maior regulação do mesmo, a fim de tornar eficaz o seu funcionamento transparente e as práticas prudenciais,

G. Considerando que, dos 29 pontos que fazem parte do documento final da Cimeira de Londres, só o ponto 28 refere o compromisso de lutar contra a "ameaça das alterações climáticas irreversíveis", reafirmamos a necessidade de alcançar um acordo comum em função das diferentes responsabilidades dos países, na Conferência sobre alterações climáticas da ONU, que irá realizar-se em Copenhaga em Dezembro de 2009. Salientamos, em particular, a necessidade de mudanças na matriz energética, tendo em vista a redução do efeito de estufa, H. Considerando que a crise financeira, com origem nos Estados Unidos, originou uma falta de

liquidez nos mercados internacionais e a desestabilização do sector bancário, com consequências imediatas e nefastas para todas as economias do mundo, nomeadamente a queda da procura, com a consequente desaceleração da produção e do crescimento mundial, um aumento acentuado do desemprego e um rápido aumento da pobreza,

I. Considerando que, na América Latina e nas Caraíbas, a quebra das exportações de produtos e dos fundos enviados pelos imigrantes corre o risco de despoletar um período de recessão económica em toda a região, susceptível de aumentar a pobreza e as desigualdades,

J. Considerando que a crise, para além de financeira e económica, coincide também com uma crise climática e, por isso, também é uma crise social com implicações políticas que afectam aspectos como as migrações, a segurança alimentar, a democracia e o Estado de direito, o ambiente, a luta contra a pobreza, entre outros factores importantes e indispensáveis para o desenvolvimento e o progresso dos nossos povos,

K. Considerando que a crise ainda não atingiu o seu ponto mais crítico e que a actual recessão económica poderá ser de longa duração,

L. Considerando que a interdependência recíproca dos países industrializados, emergentes e em vias de desenvolvimento exige uma resposta inclusiva, não só do G8 ou do G 20, mas também ao nível das Nações Unidas, e que qualquer medida proposta tem de ter em conta as

repercussões na totalidade dos países,

1. Solicita aos governos dos países-membros da Associação Estratégica Bi-Regional União Europeia-América Latina e Caraíbas (UE-ALC) que instituam mecanismos e políticas coordenadas que, no âmbito dos pilares da Associação, fomentem a adopção de medidas específicas e anticíclicas de natureza monetária e fiscal para estimular a actividade económica, que apoiem a coesão social e que permitam superar a crise financeira e económica, atenuando os seus efeitos sobre as pessoas e os sectores económicos mais vulneráveis;

2. Exorta os governos da Cimeira UE-ALC a adoptarem medidas destinadas a fomentar a procura, nomeadamente, o apoio à procura dos agregados familiares e das empresas, a ajuda ao emprego, o aumento directo da procura por via dos investimentos públicos e da modernização das infra-estruturas;

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3. Requer um esforço conjunto para garantir o acesso ao crédito dos agregados familiares, a

juros baixos, e das empresas, em especial das pequenas e médias empresas, enquanto elemento de uma estratégia para o restabelecimento da confiança no sistema bancário;

4. Propõe que, em todas as acções tendentes a combater a recessão, a criação de emprego ocupe uma posição central, em conformidade com a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT);

5. Propõe que seja dada uma prioridade particular aos investimentos e aos projectos de cooperação nos domínios da investigação e do desenvolvimento, da inovação tecnológica e da educação;

6. Solicita aos governos dos países-membros da Associação Estratégica Bi-Regional ALC-UE que garantam a protecção dos cidadãos durante a crise, através do combate à especulação, e adoptando medidas específicas, orientadas para a promoção do emprego e para o reforço dos serviços públicos, que garantam um conjunto de direitos sociais de cobertura universal e a igualdade de acesso a serviços gratuitos de saúde e educação, bem como medidas de protecção específicas para grupos de risco, garantindo simultaneamente a igualdade de oportunidades no sentido de fazer progredir os nossos povos na senda de um desenvolvimento integral;

7. Exorta a Cimeira UE-ALC a evitar a adopção de medidas proteccionistas que têm um impacto catastrófico sobre o crescimento económico e que, a longo prazo, têm uma repercussão directa sobre as populações que pretendem proteger;

8. Solicita aos governos dos países-membros da Associação Estratégica Bi-Regional EU-ALC que colaborem numa revisão profunda dos termos das negociações do ciclo de Doha no âmbito da OMC, a fim de que seja obtido um acordo inclusivo e equilibrado que permita dinamizar o comércio internacional, com vantagens para todas as partes; salienta igualmente a necessidade de que os quadros para as negociações sobre os acordos de associação UE-Mercosul, UE-América Central e UE-Comunidade Andina adquiram um novo impulso, para que aquelas sejam concluídas o mais rapidamente possível;

9. Recomenda aos dirigentes que integram a Associação Estratégica Bi-Regional EU-ALC, em especial aos que também fazem parte do G20, que apoiem a reforma do sistema financeiro internacional com base nos princípios da transparência, da responsabilidade, da eficácia e da integridade, e que solicitem igualmente uma reforma das organizações internacionais, como a OMC;

10. Recomenda-se em especial aos dirigentes da Cimeira UE-ALC que apoiem a reforma do modelo de governo do FMI que inclua uma representação mais adequada dos países emergentes e, além disso, o reforço dos meios financeiros à disposição do FMI;

11. Congratula-se com os resultados da Cimeira de Londres de 2 de Abril, de que resultou um programa global de US $ 1 bilião para o relançamento do sistema de crédito, do crescimento e do emprego, e que tem criado condições para restabelecer a confiança, consolidado o regulamento financeiro, reformado as instituições financeiras, impulsionado o comércio e o investimento a nível mundial, e combatido o proteccionismo;

12. Apoia e subscreve as conclusões da recente Cimeira do G20 que teve lugar em Londres em 2 de Abril e exorta todos os Estados Membros a que ratifiquem as respectivas decisões nas várias organizações multilaterais, incluindo as Nações Unidas, e a que assumam os compromissos nacionais e regionais que conduzam à sua implementação;

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13. Apoia a iniciativa do G20, bem como a convocatória das Nações Unidas para a Conferência ao mais alto nível para transformar o sistema financeiro e económico mundial num sistema mais justo, equitativo e democrático, a realizar no próximo mês de Junho;

14. Propõe que todos os mercados financeiros, produtos e operadores fiquem sujeitos, sem excepção e independentemente do seu país de origem, a regulação e controlo, sendo, para o efeito, necessário que todos os países elaborem e adoptem uma lista de sanções contra os paraísos fiscais (off-shore) e procedam urgentemente à regulação dos hedge funds, dos fundos especulativos e das agências de notação; pede aos países ALC-UE que ponham imediatamente cobro a todos os paraísos fiscais localizados no seu próprio território e que, no plano internacional, defendam a cessação dos restantes, e a penalização das empresas e dos particulares que recorram aos seus serviços;

15. Recomenda, tendo em conta a situação política, a criação de instituições regionais para a gestão da dívida pública na Europa, na América Latina e nas Caraíbas, bem como para determinar as suas necessidades de financiamento;

16. Solicita que a circulação dos trabalhadores entre os países da Associação Estratégica seja facilitada;

17. Solicita que a protecção do ambiente e a luta contra as alterações climáticas continuem a ser prioritárias; considera que os países da Associação devem investir em tecnologias e em fontes de energia alternativas renováveis (incluindo os biocombustíveis) e em medidas de protecção do ambiente que visem, em especial, reduzir a desflorestação e as emissões de gases com efeito de estufa;

18. Apela ao respeito do Estado de direito e dos direitos políticos, económicos, sociais e culturais dos cidadãos no contexto da reestruturação do sistema financeiro internacional e dos investimentos a favor da retoma económica mundial;

19. Propõe, a fim de aplicar as recomendações apresentadas, que a Associação UE-ALC pondere a adopção de uma iniciativa baseada na estratégia de Lisboa da UE e estabeleça objectivos de crescimento e de emprego, orientando simultaneamente a cooperação bi-regional em matéria de ambiente, ciência e tecnologia, e educação no sentido do estabelecimento de uma sociedade do conhecimento, da promoção da segurança energética e da adaptação a uma economia com emissões de carbono reduzidas; solicita que esta iniciativa seja vinculada à consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio;

* * *

20. Encarrega os seus co-presidentes de transmitir a presente resolução à Presidência da Cimeira UE-ALC, à Presidência da Reunião Ministerial do Grupo do Rio, ao Conselho da União Europeia e à Comissão Europeia, bem como aos parlamentos dos Estados-Membros da União Europeia e do conjunto dos países da América Latina e das Caraíbas, ao Parlamento Latino-Americano, ao Parlamento Centro-Latino-Americano, ao Parlamento Andino e ao Parlamento do Mercosul.

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