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A presença missionária norte-americana no Educandário Americano Batista

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. A PRESENÇA MISSIONÁRIA NORTE-AMERICANA NO EDUCANDÁRIO AMERICANO BATISTA. Maria de Lourdes Porfírio Ramos Trindade dos Anjos. São Cristóvão-Sergipe 2006. 1.

(2) Dissertação de Mestrado. Maria de Lourdes Porfírio Ramos Trindade dos Anjos. A PRESENÇA MISSIONÁRIA NORTE-AMERICANA NO EDUCANDÁRIO AMERICANO BATISTA. Dissertação submetida ao Colegiado do Curso de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Sergipe, em cumprimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Educação, sob a orientação da Profª Drª Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas.. São Cristóvão-Sergipe 2006. 2.

(3) A PRESENÇA MISSIONÁRIA NORTE-AMERICANA NO EDUCANDÁRIO AMERICANO BATISTA. APROVADO PELA COMISSÃO EXAMINADORA EM 4 de agosto de 2006. ________________________________________________________ Profª. Drª. Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas-Orientadora. ________________________________________________________ Prof. Dr. Miguel André Berger. ________________________________________________________ Profª. Drª. Ester Fraga Villas - Bôas Carvalho do Nascimento. _________________________________________________________ Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento. 3.

(4) “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmos de Davi).. 4.

(5) AGRADECIMENTOS. Percebi que para realizar esta pesquisa, acumulei muitas dívidas, às pessoas que, de maneiras diferentes, participaram comigo desta caminhada, tornando-me, portanto, devedora de “pequenos grandes favores.”. Primeiramente quero agradecer a Deus, por ter sido meu amigo inseparável.. À querida Profª. Drª. Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas, que, com competência, inteligência e humanismo, ensinou-me os segredos de trabalhar com os documentos, os impressos, os livros, as entrevistas, os quais fizeram parte desta investigação. Sugeriu encaminhamentos de questões, orientando-me com sabedoria e segurança em todos os passos da pesquisa. Permitiu-me ter acesso ao seu acervo, sempre disponível. A você, que é uma pessoa admirável, dedico o meu reconhecimento e amizade.. Ao Felipe César Freitas Monteiro, doce criança, a quem peço desculpas por ter subtraído parcela do seu tempo, tão exíguo, de estar com sua mãe, aguardando o término das orientações, pacientemente. A você, todo o meu amor e carinho.. À Profª. Drª. Ester Fraga Villas-Bôas Carvalho do Nascimento, que, mesmo sem conhecer-me acreditou no meu sonho, ajudando-me a dar forma a uma idéia, e que inteligentemente me orientou e compartilhou seu acervo; não poupou incentivo, disponibilizou seu escasso tempo, fazendo leituras atentas, precisas; indicou novos caminhos e propôs uma nova reestruturação no texto, presenteando-me dessa forma com suas valiosas sugestões no Texto de Qualificação e Defesa. Por tudo isso manifesto-lhe minha mais profunda gratidão.. Ao Prof. Dr. Miguel André Berger, que, durante esses anos, tem colaborado com minha formação. Acompanhou-me na graduação e no mestrado quando eu estava ensaiando meus primeiros vôos acadêmicos. Nesse trajeto, assistiu-me em alguns momentos da vida acadêmica. Esteve presente no Seminário de Pesquisa, na Qualificação e Defesa. Em todas as etapas apontou-me trilhas a percorrer, demonstrou apreço e generosidade na forma de argüir.. 5.

(6) Ao Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento, agradeço pelas instigações de novos questionamentos e indicações bibliográficas; pela leitura atenta e eficaz do texto no Seminário de Pesquisa, sugerindo-me outras abordagens e incentivando este estudo.. Ao Prof. Dr. Jonatas Meneses Silva, amigo querido, sempre trazendo uma palavra de estímulo a voltar à vida acadêmica, conselhos dispensados a César e a mim; pôde conhecer meu projeto ainda informe, dando-me sugestões preciosas; direcionou-me por caminhos que eu pretendia andar; indicou bibliografia, emprestou-me livros, sugeriu leituras; demonstrou confiança e prestigiou minhas idéias.. À Maye Bell Taylor (in memorian), pelos trinta e cinco anos dedicados à obra missionária no Brasil.. À Missionária Winona Treadwell e sua família, que se envolveram nesta caminhada, escrevendo juntamente comigo uma história de sucesso. Valeu a pena encontrá-la!. À Missionária Freda Lee Trott, a quem agradeço pelas suas memórias compartilhadas, comigo, dando-me grandes contribuições.. À Missionária Clara Lynn Williams, pelo incentivo e por acreditar na possibilidade de reconstituir-se a trajetória de uma instituição que tanto contribuiu para a História da Educação Batista em Sergipe e pela evangelização dos sergipanos. Sempre pronta a responder a meus questionamentos infindáveis com tanta benevolência. A minha gratidão também por não ter perdido as esperanças, criando várias alternativas, ajudando-me a encontrar a missionária Linnie Winona Treadwell, sendo assim cúmplice do meu Mestrado.. Ao papai, Josias Ramos (in memorian), pelas lições de sabedoria e pelo amor que nutria pela família e pelo grande pai que você foi. Saudades! À mamãe, Noemia Porfírio Ramos, que me ensinou a ser paciente na dor, forte na fraqueza, persistente na desolação; ensinou-me também a lutar partindo do nada, encontrar um raio de sol no tenebroso dia e um fiasco de luz na imensa escuridão, ela que ao mesmo tempo tem sido um exemplo de fé, coragem, luta e virtuosidade, inclusive entendendo o meu silêncio e ausências.. 6.

(7) Aos meus irmãos: Elione, Eliene, Edneuza, Hélio, Selma e Paulo, por tudo. A César, dádiva de Deus para a minha vida, sempre amigo, companheiro fiel neste meu itinerário; a ele todo o meu amor. A Larissa e Raíssa, minhas princesas, fonte de inspiração e razão do meu viver; vivenciaram comigo as atribulações do Mestrado. Quantas vezes precisei tirá-las da cama alta madrugada para resolver meus erros e inexperiências na informática. Larissa, no seu aniversário de 15 anos, estava ao meu lado tão envolvida, trabalhando com as imagens, procurando a melhor resolução, que não foi possível comemorar. Quando chegamos ao Shopping e ao parque já estavam fechando. Você simplesmente disse: A gente vem outro dia”! Foi uma pena! mas... isso é privilégio de algumas pessoas como você. Imagina, uma menina de quinze anos colaborando em uma dissertação de mestrado! Amo vocês.. A minha sogra, Antônieta Trindade Barbosa dos Anjos, sempre presente, apoiando-me, aliviando as minhas tarefas, cuidando da minha família enquanto participava dos congressos.. À Lúcia Marques Cruz e Silva (a “baronesa de Maruim”); grande pesquisadora! Colega que o mestrado me presenteou, e aos poucos foi tornando-se uma irmã-amiga de todas as horas. Nesta caminhada, compartilhamos sonhos, expectativas, acervo, dirimiu dúvidas e imprimiu no meu ser, de forma indelével, lições de simplicidade, mesmo sendo portadora de incontestáveis virtudes e sabedoria.. Aos colegas do mestrado Luís Siqueira, Orlando Rochadel, Ana Luzia, Cristiane Vitório, Ricardo Nascimento Abreu e Cristina Valença. Saibam que cada um de vocês me foi útil de uma forma distinta e companheiros nesse percurso.. Ao Prof. Dr. Josafá de Oliveira Filho, que se empenhou com maestria, redesenhando o prédio do Educandário Americano Batista de forma singular, usando suas memórias do tempo de menino, uma vez que o edifício foi reformado. Não se intimidou diante de um dia chuvoso, indo até o antigo local para efetuar as devidas medições, registrando na História da Educação Batista de Aracaju o desenho arquitetônico da planta, mais bela (mesmo sendo uma reconstituição aproximada), acompanhada com toda a técnica da Engenharia e competência, apresentando traços bem definidos, demonstrando um desenho compreensível a todos, que, procurando fazer. 7.

(8) uma análise, entenderão como a escola era construída. Dentre tantas é a mais perfeita, cheia de magnitude, que só poderia ser traçada pelas mãos de alguém que se dedicou e muito amou aquela instituição. A ele registro, portanto, meus débitos e minha gratidão.. À Profª. Idéa Cervino Nogueira pela tradução do resumo para o Inglês.. À Profª. Ivanise Gomes de Jesus, pela sua amizade, bondade, estímulo, disponibilidade e paciência em acompanhar a (eterna) tramitação do processo de afastamento para curso junto à Secretária da Educação do Estado, sempre me tranqüilizando e me fazendo acreditar que tudo iria dar certo.. Ao Pastor e pesquisador Waldemar Quirino dos Santos, sempre presente nos momentos importantes da minha vida e formação, a quem agradeço por receber-me em sua casa ou atender-me pelo telefone, em que se travavam longas conversas históricas, demonstrando alegria, carinho e sabedoria, atitudes que só sairiam de quem tem pelas letras e pela causa batista um grande amor, rememorando os primórdios da História dos Batistas em Sergipe, conseqüentemente sendo contemplada a História da Educação Batista, sem contar com a disponibilização do seu acervo e suas lembranças.. Ao amigo Carlos Henrique dos Santos, companheiro de outras jornadas, que traz consigo dois mananciais ofertados por Deus: sua memória e sua voz maviosa, que ainda ecoa nos ouvidos dos que fizeram aquela casa de ensino, ao mesmo tempo eternizando-se como retrato vivo da história do Educandário Americano Batista, que, por meio das décadas, foi marcando vidas, formando amigos e deixando algo de si pelo caminho dos ex-alunos, ex-professores, diretores e de todos os que um dia fizeram essa escola. Nas nossas lembranças é fácil rememorar esse grande colaborador como símbolo de alegria, vivacidade, companheirismo, e responsabilidade que ficou marcado nos corações de tantos que tiveram oportunidade de conhecê-lo. Mas a minha gratidão vai também pelas longas horas dedicadas à História da Educação Batista em Sergipe, pela acolhida fraterna e pela canseira que lhe causei diante de um gravador. Nós que um dia fizemos o EAB reconhecemos o seu valor.. A Vérllen Santos Ramos, sempre pronto a socorrer-me nas minhas aflições ao computador. Você é muito importante para mim.. 8.

(9) À Jornalista e Pesquisadora Sandra Natividade, amiga incansável, sempre pronta a ajudar, abrindo as portas que eu não conseguiria (documentos, entrevistas e publicação no Jornal Batista do Brasil), disponibilizando toda a sua aparelhagem para preservar meus textos, imagens, gravação, arquivo, guiando-me por um caminho a que, sozinha, nunca chegaria. Nas horas de cansaço e tristezas parou e me ouviu. Portanto, confesso: meus débitos são impagáveis.. À Profª Euliene da Silva Santana, presente de Deus para a nossa família, sempre me estimulando a prosseguir; compreendeu meu afastamento e enquanto isso intercedeu a Deus por mim e esteve presente sempre que precisei.. À Psicóloga Sany Oliveira Saraiva, amiga de longas viagens, que me acompanhou nessa trajetória; estímulo não faltou. Quando estive em São Paulo, providenciou hospedagem para a minha tranqüilidade, por ocasião do Congresso, e, mesmo enferma, esteve presente na minha defesa, manuseando seu Notebook, tornando minha apresentação mais compreensível. Obrigada pela sua amizade.. Aos entrevistados, que com tanta amabilidade me receberam, abrindo as portas de suas casas, apartamentos, consultórios, hospitais, empresas, sindicato e permitiram-me remexer em suas memórias, que fluíam em forma de risos e alegrias. Longas horas de conversas entremeadas de saudades e grandes recordações. A todos a minha eterna gratidão.. Aos meus colegas do Conselho de Administração do Colégio Americano Batista, na pessoa do presidente Ruseflan Lino Araújo; da Profª. Maria Gorete Almeida Lima, vice-presidente e os demais conselheiros: Pr. Edinísio de Assis e Pr. Jabes Nogueira, pelo apoio e por possibilitar a minha ida ao XIV Congresso da Associação das Escolas Batistas (ANEB), na cidade de Recife, onde foi apresentada uma comunicação, divulgando o estudo feito sobre o CAB.. À Profª Olúsiva Santana de Oliveira Lima, diretora do Colégio Americano Batista, pelo apoio recebido e compreensão em permitir a gravação da versão final da minha dissertação.. À Raquel Pereira, funcionária do CAB, pela paciência e carinho em executar a gravação desse estudo.. 9.

(10) À Profª Edmé Coelho de Oliveira, diretora da “Nossa Escola” pela confiança em emprestar-me o Data Show, atendendo ao pedido da Profª Maria Corina Santos, que se empenhou em conseguir essa ferramenta junto à instituição, dando maior visibilidade à projeção da minha defesa. A vocês, minha gratidão.. Ao Sr. Miguel Raimundo Almeida, que se prontificou a ajudar-me a traduzir os manuscritos em Inglês, e num segundo momento instalou o programa “Globolink Power Translator,” dando-me tranqüilidade nas traduções dos documentos e dos e-mails, durante toda a construção desta pesquisa.. A Ana Paula Santos Lima, amiga recente, companheira de viagens com quem compartilhei alegrias, sonhos e desilusões. No entanto, sobrepuja no seu ser coragem para lutar e conquistar seus ideais. Pessoa determinada que alimenta um grande desejo de vencer. Com você, aprendi preciosas lições de perseverança.. À Professora Edna Maria Gomes de Jesus, sempre atenta aos meus questionamentos, pronta para ouvir-me, colocando à disposição suas memórias; dedicada e sempre procurando dar o seu melhor para o Colégio Americano Batista.. À Profª. Maria Dantas Soares Bezerra, ex-diretora do Colégio Americano Batista, por permitir o acesso aos arquivos da instituição. Meu reconhecimento é extensivo a André Bezerra, pela tradução da primeira ata dos relatórios enviados a Foreign Mission Board (Junta de Richmond) pelas missionárias batistas norte-americanas.. Aos meus colegas da Escola Normal, que sempre me apoiaram. A minha gratidão é extensiva principalmente aos professores Luciene Alves de Oliveira, José Hélio Barbosa Júnior e Lívia Angélica Dias Lemos.. À Professora Djanira Coelho Araújo, ex-diretora do CRB/Escola Normal, que redistribuiu minha carga-horária, dando-me oportunidade de cursar os créditos do Mestrado. Obrigada pela compreensão.. À Professora Júlia Alta Sá Trindade, atual diretora do CRB/Escola Normal, pelo apoio e solidariedade. 10.

(11) Às Coordenadoras da Escola Normal Profª Maria Auxiliadora Sales Hora e Profª Maria José Anunciação, pela confiança, companheirismo e amizade.. Ao Pr. Davi Campbell e à secretária arquivista Edith Jeter, da Internacional Mission Board Souther Baptist Convention (Junta de Richmond), pela atenção e disponibilidade em responder a meus e-mails.. Ao Sr. Charles Treadwell a minha gratidão pela gravação dos CDs com as imagens do EAB e da família. Ao Prof. Msc. Sérgio Souza Oliveira pela compreensão, pela amizade e boa vontade de gravar várias versões deste trabalho. A ele, a minha gratidão.. 11.

(12) SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE QUADROS INTRODUÇÃO........................................................................................................................1 CAPÍTULO I-A AÇÃO BATISTA NO CAMPO RELIGIOSO DE SERGIPE......................22 1.1. Antecedentes da Presença Batista no Brasil em Sergipe..........................22 1.2. A Junta de Richmond e a Questão Radical...............................................31 1.3. Embates entre Católicos e Protestantes em Sergipe..................................37 1.4. A Presença Missionária Batista Feminina em Sergipe..............................48 1.4.1. Linnie Winona Treadwell............................................................……49 1.4.2. Maye Bell Taylor........................................................................……53 1.4.3. Freda Lee Trott...........................................................................…….59 1.4.4. Clara Lynn Williams...................................................................……62 1.4.5. Aproximações e distanciamentos........................................................66. CAPÍTULO II–A AÇÃO BATISTA NO CAMPO EDUCACIONAL DE SERGIPE.........68. 2.1. O Contexto Educacional nas primeiras décadas da segunda metade do Século XX em Sergipe.............................................................................68 2.2. A Pedagogia Batista: princípios e perspectivas........................................71 2.3. A Implantação e Consolidação do Educandário Americano Batista......77 2.3.1. Principais marcas da gestão feminina norte-americana no Educandário Americano Batista............................................................91 2.3.1.1. Linnie Winona Treadwell…...........................................…….92 2.3.1.2. Maye Bell Taylor..............................................................…...98 2.3.1.3. Freda Lee Trott ..............................................................……103 2.3.1.4. Clara Lynn Williams.....................................................…….108. CAPÍTULO - III ELEMENTOS DA CULTURA ESCOLAR...........................................113. 1.1. Festas, premiações e Auxílio Financeiro................................................114 12.

(13) 1.2. O Prédio..................................................................................................131 1.3. O Currículo, a metodologia do ensino e a avaliação..............................141 1.4. As Relações entre professoras, Alunas e Diretoras................................153 1.5. A Disciplina e os Castigos.....................................................................172 1.6. Evangelização Formação ......................................................................178 3.7. Lembranças mais marcantes...................................................................188. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................195 BIBLIOGRAFIA E FONTES.............................................................................................201 ANEXOS.............................................................................................................................217. 13.

(14) LISTA DE QUADROS. QUADRO I-Escolas anexas batistas implantadas em Sergipe nas décadas de 1920 a 1969.............................................................................................................................................30. QUADRO II- Demonstrativo da distribuição dos alunos do Educandário Americano Batista pela opção religiosa (1961 A 1971)............................................................................................41. QUADRO III- Distribuição da população segundo a religião nas décadas de 1940 a 1950 em Sergipe.......................................................................................................................................46. 14.

(15) LISTA DE FIGURAS Figura 1:Junta Fundadora do Instituto Pan-Americano de Ensino. Sentados a partir da esquerda: Jérsia Lobão, Hilda Sobral. Em pé, a partir da esquerda: Manoel Simeão, Benjamita Silva, Lourdes Oliveira, Ruth Amaral e Josué Costa.Década de 1950. .....................................................................................................................................................1 Fonte: Acervo particular da Jornalista Sandra Natividade. Figura 2: Culto em Ação de graças pela inauguração do prédio na Av. Barão de Maruim nº 1332.............................................................................................................................................3 Fonte: Acervo do Colégio Americano Batista. Década de 1960 Figura 3:Linnie Winona Treadwell e Elmer Maurice Treadwell e os filhos: da direita para esquerda: Charles Edward, Jeannie Darlene, Bárbara Elaine, Donald Duane, Década de 1950...........................................................................................................................................50 Fonte: Acervo particular dos Treadwell . Figura 4: Maye Bell Taylor, s.d.................................................................................................54 Fonte: Acervo particular da Jornalista Sandra Natividade. Figura 5: Freda Lee Trott e Edward Trott, s.d. .........................................................................60 Fonte: Acervo particular da Jornalista Sandra Natividade. Figura 6: O missionário norte-americano Edward Trott e Freda Lee Trott com os filhos: John, Mary e Déborah com Paul no colo e a Profª. Valdice Gomes, s.d............................................61 Fonte: Acervo do Colégio Americano Batista. Figura 7: Clara Lynn Williams. Década de 1960........................................………………......63 Fonte: Acervo particular de Clara Lynn Williams. Figura 8: Imagem dos alunos matriculados no EAB na gestão da missionária Linnie Winona Treadwell. Década de 1950.......................................................................................................81 Fonte: Acervo do Colégio Americano Batista Figura 9: Despedida de Maye Bell Taylor para usufruir de férias nos Estados Unidos. Em pé da direita para a esquerda: Maye Bell Taylor e Freda Lee Trott...............................................83 Fonte: Acervo do Colégio Americano Batista. Década de 1950. Figura 10: Fachada do EAB, frente para a Avenida Barão de Maruim.Década de 1960...........................................................................................................................................87 Fonte: Acervo particular da missionária Winona Treadwell.. Figura 11: Desfile Cívico. Década de 1960...............................................................................89 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. Figura 12: Desfile cívico, em 1972...........................................................................................90 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams.. 15.

(16) Figura 13: Os alunos participavam das aulas de Educação Física, s.d. ..................................97 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. Figura 14: Bandinha Rítmica do EAB se apresentando-se no Dia das Crianças, no ano de 1969, tendo como responsável a profª Marly Sobral Lima.....................................................101 Fonte: Acervo do CAB. Figura 15: Coral dos formandos em 1968, tendo como regente a Profª Ivalcene Carneiro Fraga........................................................................................................................................103 Fonte: Arquivo do CAB. Figura 16: Dramatização apresentada na festa do Dia das Mães, intitulada “As mãos mais lindas”, em 1972. As alunas da direita para a esquerda: Rute Rodrigues Silva, Tânia Denize Carvalho, Valdice Silva Melo, Aracele Teles Quintiliano, Gilderlene Ramos, Cácia Mª Dias Menezes e Sônia Cristina Sales de Carvalho , s.d. .................................................................105 Fonte: Acervo do CAB Figura 17: Representações da Semana da Pátria realizadas no auditório (Salão Nobre), s.d. .................................................................................................................................................106 Fonte: Acervo do CAB. Figura 18: Clara Lynn Williams (em pé) homenageava as professoras fundadoras do EAB. Sentadas da esquerda para a direita: Ruth Cunha Amaral, Hilda Sobral e Jérsia Lobão, s.d. .................................................................................................................................................110 Fonte: Acervo da missionária Clara Lynn Williams. Figura 19: Festa Junina realizada no EAB, em 1967..............................................................117 Fonte: Acervo do CAB. Figura 20: Festa Junina, professora da turma, Ivete Macário, s.d...........................................118 Fonte: Acervo do CAB. Figura 21: Medalhas recebidas pelos alunos: Lélio Silva Azevedo, Álvaro Silva Azevedo e Tereza Hortência Silva Azevedo, por terem conquistado as melhores notas no ano de 1969.........................................................................................................................................119 Fonte: Acervo particular da ex-aluna Tereza Hortência Silva Azevedo. Figura 22: Encerramento do ano letivo de 1972. Pr. Jabes Nogueira condecorava o aluno Marcos Aurélio Dantas Vieira, com a medalha de ouro, por ter conquistado o 1º lugar.........................................................................................................................................120 Fonte: Acervo particular do ex-aluno Marcos Aurélio Dantas Vieira. Figura 23: Na festa de encerramento. Pr. Waldemar Quirino dos Santos condecorou a aluna Tereza Hortência Silva Azevedo por ter conquistado as melhores notas em 1969.........................................................................................................................................121 Fonte: Acervo particular da ex-aluna Tereza Hortência Silva Azevedo.. 16.

(17) Figura 24: Na festa de encerramento o aluno Lélio Silva Azevedo foi premiado pela missionária Donna Turner por ter sido o melhor aluno em Inglês, no ano de 1972.........................................................................................................................................122 Fonte: Acervo particular da ex-aluna Tereza Hortência Silva Azevedo. Figura 25: Turma de formandos do ano de 1964. Em pé à direita: missionária/diretora Freda Trott; em pé à esquerda: a Professora Virgínia dos Santos e no centro a Profª. Jérsia Lobão.......................................................................................................................................123 Fonte: Acervo particular da missionária Freda Lee Trott. Figura 26: Formatura dos Doutores do ABC em 1961............................................................126 Fonte: Acervo do CAB. Figura 27: Festa em comemoração ao Sesquicentenário da Independência, realizada em 9 de setembro de 1972.....................................................................................................................127 Fonte: Acervo do CAB. Figura 28: Festa da Associação de Pais e Mestres, em comemoração ao Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 9 de setembro de 1972, com a presença do Major Aureliano Travassos Santos (ex-combatente) que fez a saudação aos visitantes..................................................................................................................................129 Fonte: Acervo CAB. Figura 29: prédio do Educandário Americano Batista, inaugurado em 21/10/1961, localizado na Avenida Barão de Maruim nº 1332....................................................................................134 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. Figura 30: Parte interna da sala de aula, sendo vistas em primeiro plano as carteiras individuais, quadro, estante, caderno, janelas, s.d. ..............................................................135 Fonte: Acervo do CAB. Figura 31: Planta Baixa do Prédio do EAB localizado na Avenida Barão de Maruim nº 1332.........................................................................................................................................137 Fonte: Planta desenhada pelo Engenheiro Prof. Dr. Josafá de Oliveira Filho. 2006 Figura 32: Planta Baixa do Prédio do EAB localizado na Avenida Barão de Maruim nº 1332............................................................................................................................. .......... 138 Fonte: Planta desenhada pelo Engenheiro Prof. Dr. Josafá de Oliveira Filho. 2006. Figura 33: Inauguração da biblioteca “Maye Bell Taylor”. Da direita para esquerda: Pr. Israel Pinto Pimentel e Pr. Walter Donald, em 6/4/1974..................................................................140 Fonte: Acervo particular do Pr. Israel Pinto Pimentel. Figura 34: As alunas do EAB praticando ginástica, sob a orientação da professora Jérsia Lobão, no pátio do EAB, na década de 1960..........................................................................145 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. Figura 35: Excursão para Pirambu-SE com grupo de professoras do EAB, organizada pela missionária Clara Lynn Williams,em 1970.............................................................................148 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. 17.

(18) Figura 36: Grupo de professoras na década de 1950...............................................................160 Fonte: Acervo particular da missionária Linnie Winona Treadwell. Figura 37: Professoras do EAB, na década de 1960. Sentadas da esquerda para a direita: Edna Maria Gomes, Helena Teles, Anunciada Soares (secretária), Valdice Gomes, Ivete Macário, Divalda Cunha, Virgínia dos Santos. Em pé: Clara Lynn Williams.......................................162 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams. Figura 38: Conferência Evangelística, em 1971, realizada no auditório do EAB. Ministrante: Pr. José Brito...........................................................................................................................178 Fonte: Acervo do CAB. Figura 39: Festa de encerramento do ano letivo. Apresentação de uma dramatização intitulada “Domadora de Circo”, em 1962..............................................................................................181 Fonte: Acervo do CAB Figura 40: Encerramento do ano letivo, dramatização. Os principais personagens, da direita para esquerda, em pé: o Príncipe- Nilson Linhares Correia, a Cinderela, e a Fada Dione Oliveira, s.d. ...........................................................................................................................182 Fonte: Acervo do CAB. Figura 41: Da direita para esquerda: o funcionário Carlos Henrique dos Santos e a profª. Edna Maria Gomes (em pé), narrava uma história com um fundo musical tocado ao piano pela missionária batista norte-americana Rita Roberts, ao mesmo tempo a missionária batista norte americana, Virgínia Sorrells ilustrava a história (em pé à esquerda), s.d.............................................................................................................................................186 Fonte: Acervo do CAB. Figura 42: Pr. José Brito ministrando Conferência evangelísticas no “Salão Nobre” do EAB, em 1971...................................................................................................................................187 Fonte: Acervo do CAB. Figura 43: Início do ano letivo, no período matutino, no pátio, quando os alunos se organizavam em filas e cantavam os hinos pátrios e da escola até a sala de aula, s.d .....188 188 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams, s.d Figura 44: Sala de aula com as carteiras enfileiradas. Ao centro, a mesa da professora e a presença da co-educação, s.d. .................................................................................................190 Fonte: Acervo particular da missionária Clara Lynn Williams.. 18.

(19) SIGLAS. CAB - Colégio Americano Batista EAB –. Educandário Americano Batista. APM-. Associação de Pais e Mestres. STBNB -Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil SEC-. Seminário de Educadoras Cristãs/ Seminário de Educação Cristã. ETC-. Escola de Trabalhadoras Cristãs. CBA- Casa Batista da Amizade CBS – Convenção Batista Sergipana CBP- Convenção Batista Pernambucana STBSE -Seminário Teológico Batista de Sergipe UFS - Universidade Federal de Sergipe UFPE- Universidade Federal de Pernambuco UCSAL-Universidade Católica de Salvador UNEB- Universidade Estadual da Bahia PIBA- Primeira Igreja Batista de Aracaju UFMBB- União Feminina Missionária Batista do Brasil EBD-. Escola Bíblica Dominical. ANEB- Associação Nacional dos Educandários Batistas IPAE-. Instituto Pan-Americano de Ensino. MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização EUA - Estados Unidos da América LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases EMC – Educação Moral e Cívica. 19.

(20) RESUMO. Este estudo trata do processo de implantação e consolidação do Educandário Americano Batista (EAB), entre 1952 e 1972, em Aracaju-SE. Pretende-se elucidar aspectos da gestão e da cultura escolares desenvolvidos no período de permanência das diferentes missionárias batistas norteamericanas como diretoras da instituição. A análise dos perfis biográficos de formação e de atuação missionária de Linnie Winona Treadwell (1952-1972); de Maye Bell Taylor (1955-1959; 1960-1963); de Freda Lee Trott (1959; 1964; 1966) e Clara Lynn Williams (1966-1972) possibilitou a compreensão da circulação e apropriação de dispositivos da pedagogia batista. As festas, premiações, formatura, currículo, metodologia de ensino, avaliação, relações entre professoras e alunos, Associação de Pais e Mestres, disciplina e castigos foram alguns dos elementos da cultura escolar investigados. As contribuições de Dominique Julia, Roger Chartier, Viñao Frago, Pierre Bourdieu, Norbert Elias, Rosa Fátima de Souza e Ester Fraga Villas Bôas Carvalho do Nascimento serviram de aportes teóricos da pesquisa. As fontes utilizadas foram coletadas em arquivos públicos e privados: documentos institucionais (atas, relatórios, livros de matrícula, entre outros); depoimentos de ex-alunos, ex-professoras, ex-diretores e exfuncionário; registros na imprensa e fotografias. Os resultados da investigação permitem aproximações significativas das práticas pedagógicas desenvolvidas no EAB, no período de 1952-1972, que marcaram várias gerações de crianças e jovens em Aracaju.. Palavras-chave: Cultura escolar, História da Educação, Educação Protestante, Práticas pedagógicas, missionárias norte-americanas.. 20.

(21) ABSTRACT. This study deal with the process of implantation and consolidation of Educandário Americano Batista (EAB), between 1952 and 1972, Aracaju-SE. It intend to elucidate aspects of school administration and culture developed during the period of North American Baptist missionaries as principal of the institution. The analysis of the background biographics outline and missionary performance of Linnie Winona Treadwell (1952-1955); Maye Bell Taylor (1955-1959; 19601963); Freda Lee Trott (1959; 1964; 1966), and Clara Lynn Williams (1966-1972) made possible to understand the circulation and appropriation o the Baptist pedagogical devices. Some elements of the school culture such as festivities, rewards, graduation. Curriculum, teaching methodology, examination, the relationship between teachers and students, Teachers and Parents Associaton, discipline, punishment, were searched. The contribution of Dominique Julia, Roger Chartier, Viñao Frago, Pierre Bourdieu, Norbert Elias, Rosa Fátima de Souza e Ester Fraga Villas-Bôas Carvalho do Nascimento made it possible to arrive the theorical research. The sources were collected in public and private files: institutional documents such as records of proceedings, reports, registration books, etc, testemonies from former studentes, former teachers, former principal and former workers; printing-press and photos. The results os this investigation allow significant approach to pedagogical practices developed in EAB, from 1952 and 1972, that made difference during many generations of children and yougsters in Aracaju.. Key-words: School culture, History of Education, Protestant Education, Pedagogical practices, North american missionaries.. 21.

(22) 22.

(23) 23.

(24) INTRODUÇÃO. Este estudo investiga o modelo de educação trazido por missionárias batistas norteamericanas e materializado no Instituto Pan-Americano de Ensino (IPAE) em Aracaju, a partir de 1952, posteriormente denominado Colégio Americano Batista. Este estabelecimento de ensino foi fundado em Aracaju, em 15 de novembro de 1951, pelos professores Josué Costa, Manoel Simeão Silva, Hilda Sobral de Faria, Benjamita Santos Silva, Ruth Cunha Amaral e Maria de Lourdes Oliveira.. Figura 1: Junta Fundadora do Instituto Pan-Americano de Ensino. Sentados a partir da esquerda: Jérsia Lobão, Hilda Sobral. Em pé, a partir da esquerda: Manoel Simeão, Benjamita Silva, Lourdes Oliveira, Ruth Amaral e Josué Costa. Década de 1950. Fonte: Acervo particular da Jornalista Sandra Natividade.. A satisfação por ter sido fundada uma instituição que atendesse aos anseios dos batistas sergipanos pode ser contemplada nessa foto onde aparece a imagem do grupo de fundadores, numa posição imponente, cujo olhar transparecia idealismo religioso e histórico, no qual o sonho da preservação da moral, da boa conduta e um ensino de qualidade, longe das críticas do clero, estiveram presentes.. 24.

(25) No dia 1º de março do ano seguinte, a escola iniciou suas aulas, numa casa alugada na Rua Duque de Caxias, 534, oferecendo o pré-primário e o primário.1 No decorrer do ano de 1953 mudou-se para a Rua Itabaianinha, 4762. Em 1º de março de 1957, alterou o endereço e passou a funcionar na Rua Santa Luzia, 601. No ano de 1961, estabeleceu-se em prédio próprio na Rua Lagarto, 1332, com Avenida Barão de Maruim. A proposta inicial era que a instituição oferecesse aos filhos das famílias batistas uma educação de qualidade baseada nos princípios protestantes. No entanto, pela demanda, ela abriu suas portas a pessoas de outros credos religiosos e de camadas sociais diferentes. Segundo Manoel Simeão Silva, seu primeiro diretor, a fundação daquela instituição educacional provinha da grande necessidade e do desejo de fundar um estabelecimento de ensino que corresponda aos ideais de uma missão sadia e genuína ministradora das luzes intelectuais preservadora e fomentadora de bons costumes e nobres fins da moral cristã e do bom civismo, colaborando assim na construção de um Brasil maior e mais digno.3. Durante a sua trajetória, o IPAE foi renomeado diversas vezes por conta de determinação da legislação ou das reformas promovidas nos âmbitos estadual e federal. Em 1953, tendo como diretora a missionária batista norte-americana Linnie Winona Treadwell, recebeu o nome de Educandário Americano Batista (EAB). No dia 21 de outubro de 1961, foi inaugurado o novo edifício da escola, com a presença do governador do Estado, Luiz Garcia, dentre outras autoridades. O prédio, com dois pavilhões, tinha seis salas de aula, biblioteca, auditório, dois escritórios, quatro banheiros, cozinha, terraço e sala de vigia4.. 1. COLÉGIO AMERICANO BATISTA. Ata de fundação do Instituto Pan-Americano de Ensino. 15 de novembro de 1951. Arquivo do Colégio Americano Batista. 2 WILLIAMS, Clara Lynn. Síntese do trabalho batista em Sergipe (1913-1971). Aracaju: 1971. p. 15-16. 3 COLÉGIO AMERICANO BATISTA. Ata da fundação do Colégio Americano Batista. 15 de novembro de 1951. Arquivo do Colégio Americano Batista. 4 WILLIAMS, Clara Lynn. Síntese do trabalho batista em Sergipe (1913-1971). Aracaju: 1971. p.16.. 25.

(26) Figura 2: Culto em Ação de graças pela inauguração do prédio na Av. Barão de Maruim nº 1332. Década de 1960. Fonte: Acervo do Colégio Americano Batista.. Com o crescimento da instituição e da demanda, o Conselho Estadual de Educação autorizou o funcionamento do ensino da 5ª a 8ª séries, passando a ser chamada de Escola de 1º Grau Batista Sergipana5, em 1980. Com a necessidade de ampliar seus cursos, desta vez o ensino médio, em 1983, a escola mudou o nome definitivamente para Colégio Americano Batista (CAB).6 Neste estudo denominei a instituição como EAB pois esta foi a forma que predominou, mais tempo, no período pesquisado. Resolvi pesquisar sobre o EAB por entender que essa instituição tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da história da educação batista em Sergipe, durante cinco décadas, e até então não se tinha conhecimento da existência de estudos realizados sobre ele. A princípio, o recorte temporal estava delimitado entre os anos de l951 a 1983. Este período atendia desde a fundação do IPAE até a data em que foi implantado o ensino médio. Todavia, com a intenção de compreender como foram desenvolvidas as práticas de instrução/formação implantadas pelas missionárias norte-americanas batistas, optei por investigar o período em que 5 6. ESTADO DE SERGIPE. Resolução nº 97/80 de 17 de junho de 1980, Conselho Estadual de Educação. ESTADO DE SERGIPE. Resolução nº 173/83 de 22 de dezembro de 1983, Conselho Estadual de Educação.. 26.

(27) as diferentes professoras-missionárias assumiram a direção do estabelecimento de ensino, entre 1952 e 1972, quando aconteceu a transição da gestão norte-americana para a gestão brasileira. Conforme os registros das atas da Associação de Pais e Mestres do ano de 1951, as missionárias assumiram a direção do estabelecimento de ensino, entre 1952 e 1972. Contando a partir de sua fundação histórica, a direção do EAB foi ocupada pelas seguintes missionárias batistas norte-americanas e seus respectivos períodos de gestão administrativa: Linnie Winona Treadwell (1952-1955); Maye Bell Taylor (1955-1959; 1960-1963); Freda Lee Trott (1959; 1964-1966); e Clara Lynn Williams (1966-1972). No ano de 1973 assumiu a direção do EAB o Pastor Israel Pinto Pimentel. A partir dos resultados deste estudo pretendo contribuir com a análise da influência norteamericana batista, na segunda metade do século XX, em Sergipe. Até o momento foi localizada apenas uma monografia sobre a educação batista em Sergipe7, o trabalho de Ester Fraga VilasBoas Carvalho do Nascimento8, que, ao investigar as origens da educação protestante em Sergipe, serviu de inspiração inicial para este estudo. Depois de muitas dificuldades, essa autora conseguiu identificar fontes documentais para analisar as práticas educacionais desenvolvidas a partir da implantação da Escola Americana em Laranjeiras, pelos missionários presbiterianos, no ano de 1886. Em busca de investigações que tivessem como preocupação central o ensino confessional não-católico9, ou mesmo a caracterização do campo religioso em Sergipe no século XX, localizei algumas monografias, dissertações e teses que serão analisadas posteriormente. Os aspectos teóricos da investigação serviram para uma melhor compreensão dos processos formativos desenvolvidos no interior do EAB, no período de 1952-1972, e as relações com a pedagogia batista norte-americana implementada pelas missionárias que assumiram a direção desse estabelecimento. Assim, foram analisados alguns dispositivos que fazem parte da Cultura Escolar. A Cultura Escolar foi pesquisada a partir da abordagem de Dominique Julia como: Um conjunto de normas que definem os saberes a ensinar e as condutas a inculcar e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses saberes a ensinar e as condutas a inculcar e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses saberes e a incorporação desses comportamentos, saberes e 7. NASCIMENTO, Sayonara Barreto Alves. Colégio Americano Batista: a mais completa opção de educação protestante em Aracaju: UNIT, 2004. (Monografia de conclusão de curso). 8 NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do. A Escola Americana: Origens da Educação Protestante em Sergipe (1886-1913). São Cristóvão: Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação/ NPGED, 2004. (Coleção Educação é História, 4). 9 PASSOS, José Oliveira. Uma Fé em Expansão: Análise do crescimento demográfico da Igreja Evangélica Assembléia de Deus na grande Aracaju. São Cristóvão: UFS, 1996. (Monografia de conclusão de curso).. 27.

(28) práticas estão ordenadas de acordo com as finalidades que podem variar segundo as épocas, as finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização. Normas e práticas não podem ser analisadas sem se levar em conta o corpo profissional, os agentes que são obrigados a obedecer a essas normas e, portanto, a pôr em obra os dispositivos pedagógicos encarregados de facilitar a sua aplicação, a saber, os professores.10. Lançar mão da Cultura Escolar como um objeto histórico pressupõe, de uma forma ou de outra, enfrentar o desafio do exame dos processos de produção, imposição, circulação e apropriação de modelos culturais, assim como revisitar os objetos e práticas presentes no cotidiano escolar: programas de ensino, cadernetas, atas, registros de livros de matrícula, livros didáticos, regimento interno, fotografias, entre outros. A pretensão ao investigar esses elementos da Cultura Escolar foi tentar perceber através deles os processos formativos desenvolvidos, principalmente relacionados com as representações e apropriações da educação batista norte-americana. As representações, segundo Chartier, podem ser traduzidas como práticas culturais e permitem Articular três modalidades da relação com o mundo social: em primeiro lugar, o trabalho de classificação e de delimitação que produz as configurações intelectuais múltiplas, através das quais a realidade é contraditoriamente construída pelos diferentes grupos; seguidamente, as práticas que visam fazer reconhecer uma identidade social, exibir uma maneira própria de estar no mundo, significar simbolicamente um estatuto e uma posição; por fim, as formas institucionalizadas e objetivadas graças às quais uns ‘representantes’(instâncias coletivas ou pessoas singulares) marcam de forma visível e perpetuada a existência do grupo, classe ou da comunidade.”11. Sobre a apropriação de elementos da pedagogia norte-americana batista investiguei como alunos, professoras e a própria sociedade sergipana na segunda metade do século XX incorporaram padrões culturais, práticas e resistências. Para Chartier, “a apropriação, tal como a entendemos, tem por objetivo uma história social das interpretações remetidas para as suas determinações fundamentais (que são sociais, institucionais, culturais) e inscritas nas práticas específicas que as produzem.”12 O uso da imprensa aracajuana pela Igreja Católica e as representações produzidas e colocadas em circulação contra os batistas e o EAB foram objetos também desta análise. Ainda em relação ao processo de apropriação e circulação das representações Chartier destaca que:. 10. JULIA, Dominique apud SOUZA, Rosa Fátima de. Um Itinerário de pesquisa sobre a cultura escolar. In: CUNHA, Marcus Vinicius (org). Ideário e Imagens da Educação Escolar. São Paulo: Editora Autores Associados, 2000. p. 3-27. p.4 11 CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.p. 15 12 CHARTIER, Roger. Op. Cit. p. 16.. 28.

(29) As percepções do social não são de forma alguma discursos neutros: produzem estratégias e práticas (sociais, escolares, políticas) que tendem a impor uma autoridade à custa de outros, por elas menosprezados, a legitimar um projecto reformador ou a justificar, para os próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas. Por isso esta investigação sobre as representações supõe-nas como estando sempre colocadas num campo de concorrências e de competições cujos desafios se enunciam em termos de poder e de dominação13.. As missionárias enviadas para assumir a direção do EAB foram preparadas nas universidades norte-americanas e deixaram marcas significativas na instituição, além de uma delas, Maye Bell Taylor, ter seu nome imortalizado em uma das ruas de Aracaju e em uma escola batista de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.. Aspectos do ensino confessional protestante e católico no Brasil e em Sergipe Para a realização da pesquisa contei com o apoio de outros estudos já realizados no Brasil, bem como outros relacionados a diferentes confissões religiosas produzidos em Sergipe. Émile G. Leonárd14, um historiador do protestantismo brasileiro, referindo-se à forma das missões norte-americanas no Brasil, apontou o grande desenvolvimento das instituições paraeclesiais, como é o caso dos colégios, como uma conseqüência da fé. prática das igrejas. americanas, para quem tais instituições ofereciam a vantagem de permitir uma propaganda indireta, contribuindo para a criação de uma “civilização cristã”, senão a realização do Reino de Deus na terra, mais ou menos conscientemente identificada com o sistema econômico dos Estados Unidos. O trabalho de Duncan Alexander Reily15 constituiu-se num exemplar significativo pela riqueza da documentação apresentada e por incluir a história recente do protestantismo brasileiro, inserindo, além dos grupos já mencionados, os luteranos e os pentencostais. Antonio Gouveia de Mendonça16 apresentou a educação protestante como um canal de inserção do protestantismo no Brasil desenvolvido em dois planos: o instrumental, com a criação das escolas paroquiais, principalmente na zona rural, como auxiliares do proselitismo tendo em vista que possibilitavam o acesso direto à Bíblia e a participação nos cultos, e o ideológico, por meio dos colégios destinados às camadas diferenciadas da sociedade.. 13. Idem. p. 17 LÉONARD, Émile G. O protestantismo brasileiro - estudo de eclesiologia e de história social. São Paulo: ASTE, 1963. 15 REILY, Ducan Alexandre. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 1984 16 MENDONÇA, Antônio G. e VELASQUEZ FILHO, Prócoro. Introdução ao protestantismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1990 14. 29.

(30) Através do estudo feito sobre o Colégio Internacional (1869-1892), Marcus Levy Albino Bencosta17 procurou compreender a presença religiosa dos missionários presbiterianos de Campinas, como integrantes da história de sua Igreja no Brasil. Antônio Máspoli de Araújo Gomes18 retratou no seu estudo “Religião, educação e progresso” a contribuição do espírito protestante do Mackenzie College e da Escola de Engenharia Mackenzie na formação do empresariado paulista no início do século XX. Quanto à alienação atribuída aos protestantes, o tema foi enfocado, também, pelo professor Rubem Alves19, que investigou como o protestantismo, embora apregoando o liberalismo e a democracia, escondeu componentes autoritários que de certo modo tolheram o desenvolvimento de um comportamento político comprometido com mudanças sociais. O autor questionou aspectos da posição de hegemonia atribuída aos colégios protestantes durante uma fase de sua história e os interesses que estariam subjacentes aos valores que propagavam; bem como a força de contra-ideologia que teria consolidado uma contra-hegemonia. Jonatas Silva Meneses20 estudou a participação da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Estado de Sergipe, no período de 1986 a 1994, investigando o envolvimento de sua liderança religiosa e dos seus adeptos na construção de um projeto político. José Oliveira Passos21 retratou a expansão da Igreja Evangélica Assembléia de Deus na grande Aracaju, mostrando os fatores externos e as mudanças institucionais e políticas que contribuíram para o crescimento desse grupo religioso. Clésia Oliveira Caetano Santos22 investigou como se deu a implantação da Primeira Igreja Presbiteriana de Sergipe, na cidade de Laranjeiras, no final do século XIX, e a resistência do catolicismo frente à presença protestante intencionando impedir a quebra do monopólio ideológico da Santa Igreja Católica.. 17. BENCOSTA, Marcus Levy Albino. Ide por todo o mundo: a província de São Paulo como campo de missão presbiteriana 1869-1892. Campinas: UNICAMP, 1996. 18 GOMES, Antônio Máspoli de Araújo. Religião, educação e Progresso: a contribuição do Mackenzie College para a formação do empresariado em São Paulo entre 1870 e 1914. São Paulo: Editora Mackenzie, 2000. 19 ALVES, Rubem. Protestantismo e repressão. São Paulo: Ática, 1979. 20 MENESES, Jonatas Silva. A Participação política da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Estado de Sergipe: estratégias e ações para um projeto político. Salvador: UFBA, 1995. (Dissertação de Mestrado). 21 PASSOS, José Oliveira. Uma fé em expansão: Análise do crescimento demográfico da Igreja Evangélica Assembléia de Deus na grande Aracaju. São Cristóvão: UFS, 1996. (Monografia de conclusão de curso). 22 SANTOS, Clésia Oliveira Caetano. A reação à implantação da primeira igreja presbiteriana de Sergipe em Laranjeiras (1800-1900). São Cristóvão: UFS, 1997. (Monografia de conclusão de curso).. 30.

(31) Acácia Cristina do Nascimento Santos. 23. desenvolveu um estudo sobre os embates. existentes entre clericais e anticlericais, desde a chegada histórica dos presbiterianos à cidade de Aracaju. Marcelo Santos24, ao investigar o “Marco Inicial Batista”, fez uma análise crítica do registro histórico dos primórdios do trabalho Batista no Brasil, a partir do método historiográfico de Michel de Certeau. Marli Geralda Teixeira25 analisou toda a trajetória dos batistas desde a chegada dos primeiros missionários, bem como dos fatores que facilitaram a presença dos protestantes no Brasil e o significado dessa presença na Bahia. Investigou o processo de assimilação de novos comportamentos pela população a ela convertida e sua prática educativa. José Reis Pereira26 escreveu sobre a história dos batistas no Brasil desde a chegada dos primeiros missionários em 1882 até o centenário da denominação em 1982. Ao ser atualizada a investigação, esta recebeu novas contribuições de Clóvis M. Pereira e Othon A. Amaral que acrescentaram à história a chegada dos pioneiros que fundaram as duas primeiras igrejas batistas no Brasil. Israel Belo de Azevedo27 mostrou na sua obra que os batistas fazeram parte da gênese do pensamento liberal inglês, mesmo não sendo tributário do liberalismo. Argumentou que a ênfase na liberdade individual e no princípio da separação entre Igreja e Estado está presente no pensamento protestante em geral e em especial nos batistas, o qual é uma evolução do puritanismo ou uma apropriação do liberalismo. John Mein28 retratou a história do trabalho Batista em Alagoas desde o início, explorou a conversão do ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque, o apóstolo da Causa em Alagoas bem como analisou as perseguições que os novos conversos sofreram por parte da Igreja Católica Romana.. 23. SANTOS, Acácia Cristina do Nascimento. “Protestantalha” X católicos: os embates ocorridos em Aracaju no primeiro quartel do século XX. São Cristóvão: UFS, (Monografia de conclusão de curso). 24 SANTOS, Marcelo. O Marco inicial Batista: história e religião na América Latina a partir de Michel de Certeau. São Paulo: Coleção Igreja Sem Fronteiras, 2003. (Dissertação de Mestrado) 25 TEIXEIRA, Marly Geralda. Os batistas na Bahia: 1882-1925-um estudo de história social. Salvador: UFBA, 1975. (Dissertação de Mestrado). 26 PEREIRA, José Reis. História dos Batistas no Brasil. 1882-2001. Rio de Janeiro: JUERP, 2001. 27 AZEVEDO, Israel Belo de. A celebração do indivíduo: a formação do pensamento batista brasileiro. Piracicaba: Editora UNIMEP, 1996. 28 MEIN, John. A Causa batista em Alagoas (1885-1926) Recife: Tipografia do CAB, 1929.. 31.

(32) A contribuição da educação protestante em Santa Catarina foi estudada pelo professor Osvaldo Henrique Hack29, especificamente quanto à influência da Escola Americana de Florianópolis na Reforma Educacional de 1914 naquele Estado. O estudo feito por Lúcio Kreutz30 buscou compreender como era o currículo e os materiais didáticos elaborados e usados na escola teuto-brasileira, partindo da informação de que os imigrantes alemães se empenharam na produção desse material e na aplicação de currículos adequados ao momento vivido pelos alunos. Quanto à presença e à influência da ideologia americana na prática educativa protestante, há o trabalho do professor Jether Pereira Ramalho31, no qual ele demonstrou o relacionamento da filosofia educativa e da prática pedagógica de colégios evangélicos situados no Sudeste brasileiro, com a versão ideológica do liberalismo norte -americano. O estudo feito por Lêda Rejane Sellaro32 procurou reconstituir o processo histórico que possibilitou a implantação e desenvolvimento de educação protestante no Brasil e principalmente em Pernambuco pelas missões norte-americanas. Alice da Silva Prado33 fez uma reflexão em torno das dimensões sociais e culturais das práticas pedagógicas da Escola Americana em São Paulo. Bem como sobre a fundação, o processo de afirmação e imagem desta instituição na sociedade, no período em que se dava ênfase aos modernos métodos pedagógicos, baseados nos moldes norte-americanos de educação. A autora Shirley Puccia Laguna34 debruçou-se sobre alguns livros de leitura que faziam parte da bibliografia adotada ou indicada com a intenção de analisar e constituir um inventário dos conceitos morais e patrióticos veiculados pelos livros de leitura da Escola Americana de São Paulo, entre 1889-1933.. 29. HACK, Osvaldo H. Protestantismo e educação brasileira: presbiterianismo e seu relacionamento com o sistema pedagógico. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985. 30 KREUTZ, Lúcio. Material didático e currículo na escola teuto-brasileira do Rio Grande do Sul. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 1994. 31 RAMALHO, Jeter Pereira. Prática educativa e sociedade: um estudo de sociologia da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 32 SELLARO, Leda Rejane Accioly. Educação e Religião: colégios protestantes em Pernambuco na década de 1920. Recife: UFPE, 1987. (Dissertação de Mestrado). 33 PRADO, Alice da Silva. Um modelo pedagógica para a República: práticas educacionais da Escola Americana em São Paulo (1870-1915). São Paulo: PUC, 1999. 34 LAGUNA, Shirley P. Reconstrução histórica do curso normal da Escola Americana de São Paulo (18891930). Internato de meninas: uma leitura de seu cotidiano e da instrução e educação feminina aí ministradas. São Paulo: PUC, 1999. (Dissertação de Mestrado).. 32.

(33) Rita de Cássia S. de Carvalho Rosado35 procurou no estudo “Memória Histórica: Colégio 2 de Julho (1927-1997)” narrar os fatos e registrar as imagens e os acontecimentos que envolveram o Colégio 2 de julho, em Salvador, e todos os atores que participaram dessa construção no decorrer das décadas. Como foi possível perceber, o tema sobre a prática pedagógica e o modelo educacional trazido pelos missionários norte-americanos para o Brasil é de grande relevância para a História da Educação. Em Sergipe, identifiquei o trabalho da Profª. Ester Fraga Villas Boas Carvalho do Nascimento36 sobre a Escola Americana, citado anteriormente. Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento37 defendeu sua tese de doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, realizando uma análise minuciosa das estratégias implantadas pelos missionários presbiterianos norte-americanos, objetivando fixar um projeto civilizador no campo baiano, no período de 1871 a 1937. Lançou-se também à procura de resquícios da história do Instituto Ponte Nova desde sua fundação em 1906 até 1937, ano em que aconteceu uma reconfiguração estrutural no interior da missão presbiteriana norte-americana. O Instituto Ponte Nova teve participação importante na formulação da política de ação daquela organização missionária. Maria Lúcia Spedo Hilsdorf Barbanti38 realizou um trabalho de pesquisa no qual mostrou como se deu o surgimento e êxito de escolas americanas de confissão protestante no contexto do ensino paulista nas últimas décadas do século XIX, investigou também “como e por que tornouse possível o surgimento, êxito e influência daquelas escolas.” Geysa Spitz Alcoforado de Abreu39 investigou o modelo escolar norte-americano implantado no Brasil por missionários presbiterianos ao reconstituir a história da Escola Americana de Curitiba, no período de 1892 a 1934, além de analisar as práticas educativas da instituição na perspectiva da Cultura Escolar.. 35. ROSADO, Rita de Cássia S. de Carvalho. Memória Histórica: Colégio 2 de Julho (1927-1997). Salvador: Colégio 2 de Julho, 1997. 36 NASCIMENTO, Ester Fraga Villas-Bôas Carvalho. A Escola Americana: origens da educação protestante em Sergipe (1886-1913). São Cristóvão: Grupo de Estudos em História da Educação / NPGED. UFS, 2004. 37 NASCIMENTO, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho. Educar, curar, salvar: Uma ilha de civilização no Brasil tropical. São Paulo: PUC, 2005. (Tese de Doutorado). 38 BARBANTI, Maria Lúcia Spedo Hilsdorf. Escolas Americanas de confissão protestante na Província de São Paulo: Um estudo de suas origens. São Paulo: USP, 1977 (Dissertação de Mestrado). 39 ABREU, Geysa Alcoforado de. Escola Americana de Curitiba (1892-1934): um estudo do americanismo na cultuara escolar. São Paulo: PUC, 2003 (Dissertação de Mestrado).. 33.

(34) Sandra Mara Kindlein Penno40 escolheu como objeto de estudo o Instituto Batista Correntino, investigando esta instituição desde 1904, data da sua primeira implantação, a 2004, ano em que os batistas brasileiros comemoram o centenário da presença batista no Piauí. Essa pesquisa procurou investigar a trajetória histórica da Primeira Escola Evangélica no Piauí. Sayonara Barreto Alves Nascimento41 pretendeu mostrar através de seu estudo como se deu a inserção do protestantismo no Brasil e em Sergipe bem como a contribuição que o Colégio Americano Batista tem dado à sociedade sergipana na área educacional, destacando alguns elementos da cultura escolar. O estudo de José Nemésio Machado42 deu ênfase ao trabalho desenvolvido pelo Colégio Batista Brasileiro de São Paulo, mas sem abrir mão de fazer um esboço histórico do protestantismo no Brasil e também apresentar os precursores da obra batista neste país. No livro “Educação Batista no Brasil: uma análise complexa”, Machado43 tratou da cisão que houve entre os batistas e as repercussões no pensamento pedagógico, nas quais se abre um debate sobre a questão evangelização X educação, bem como o ideário norte-americano e seus condicionantes histórico-políticos, além de abordar as práticas observadas na ação pedagógica batista. A obra de Cleni da Silva44 buscou compreender a origem e as características gerais dos batistas, a obra educacional desenvolvida no Brasil, como se deu sua implantação e a educação batista na atualidade. Sobre o ensino confessional católico privilegiei os trabalhos realizados em Sergipe. Tatiana Silva Sales45 apresentou a trajetória do jornal “A Cruzada” desde sua criação, os objetivos propostos pelos seus mentores e o papel que desempenhou junto à Igreja Católica como órgão que pretendia divulgar o crescimento do catolicismo e defender seus interesses, impedindo a expansão de outros grupos religiosos, principalmente o protestantismo e o espiritismo.. 40. PENNO, Sandra Mara Kindlein. A trajetória da instituição educativa evangélica mais antiga no Estado do Piauí: Instituto Batista Correntino. Teresina: UFPI, 2005. (Dissertação de Mestrado). 41 NASCIMENTO, Sayonara Barreto Alves. Colégio Americano Batista: a mais completa opção de educação protestante em Aracaju. Aracaju: UNIT, 2004. (Monografia de conclusão de curso). 42 MACHADO, José Nemésio. A contribuição batista para a educação brasileira. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. (Série Monografias-3). 43 MACHADO, José Nemésio. Educação batista no Brasil: uma análise complexa. São Paulo: Cortez, 1999. 44 SILVA, Cleni. Educação Batista: análise histórica de sua implantação no Brasil e de seus desafios no contexto atual. Rio de Janeiro: JUERP, 2004. 45 SALES, Tatiana Silva Sales, As falanges da Boa Imprensa: O jornal “A Cruzada” em Sergipe, 1918 a 1969. São Cristóvão: UFS, 2005. (Monografia de conclusão de curso).. 34.

(35) Fábio Silva Souza46 procurou compreender o movimento carismático católico, a perda gradativa dos fiéis da Igreja Católica e o avanço das outras religiões que estavam em disputa pelo campo religioso: a umbanda e o protestantismo pentecostal, nas décadas de 1970 e 1980. Raylane Andreza Dias Navarro Barreto47analisou o Seminário Sagrado Coração de Jesus, criado na Diocese de Aracaju, por D. José Thomaz da Silva, em 1913, como um instrumento a serviço da renovação da Igreja e do seu ministério. Péricles Morais de Andrade Júnior48 desenvolveu um estudo sobre a Igreja Católica em Sergipe (1831-1926). Através dessa análise constata-se que nesse período a experiência dessa instituição foi marcada pela tentativa de substituir o catolicismo popular pelo catolicismo romanizado. Valéria Carmelita Santana Souza49 fez uma análise da imprensa católica em Sergipe entre 1918 e 1948, procurando entender a atuação do jornal “A Cruzada”, como se deu a expansão dos impressos católicos no Brasil e qual o discurso difundido por esse impresso sobre as mulheres. Rosimeire Marcedo Costa50 apresentou uma investigação que trata do cotidiano e cultura escolares bem como da inculcação dos valores religiosos no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, no período de 1903 a 1973, que vai da fundação até o fechamento dessa instituição.. Caminhos metodológicos e fontes de pesquisa. Os pressupostos teóricos da História da Educação e da cultura escolar foram trabalhados conforme as contribuições de: Dominique Julia, Roger Chartier, Viñao Frago, Augustín Escolano, Pierre Bourdieu, Norbert Elias, Rosa Fátima de Souza e Ester Fraga Vilas Boas Carvalho do Nascimento.. 46. SOUZA, Fábio Silva. A Fé Carismática: um estudo da renovação carismática católica em Aracaju. São Cristóvão: UFS, 1998. (Monografia de conclusão de curso). 47 BARRETO, Raylane Andreza Dias Navarro. Os Padres de D. José: Seminário Sagrado Coração de Jesus. São Cristóvão: UFS, NPGED, 2004. (Dissertação de Mestrado). 48 ANDRADE JÚNIOR, Péricles Morais de. Sob o olhar diligente do pastor: a Igreja católica em Sergipe (18311926). São Cristóvão: UFS, 2000. (Dissertação de Mestrado). 49 SOUZA, Valéria Carmelita Santana. “A Cruzada” Católica: uma busca pela formação de esposas e mães cristãs em Sergipe na primeira metade do século XX. São Cristóvão: UFS/NPGED, 2005. (Dissertação de Mestrado) 50 COSTA, Rosimeire Marcedo. Fé, civilidade e ilustração: as memórias de ex-alunos do Colégio Nossa Senhora de Lourdes (1903-1973). São Cristóvão: UFS/NPGED, 2003. (Dissertação de Mestrado).. 35.

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