• Nenhum resultado encontrado

Conhecendo Tudo Sobre Tarifação de Energia Elétrica Como Forma de Diminuir o Seu Custo na Atividade de Irrigação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Conhecendo Tudo Sobre Tarifação de Energia Elétrica Como Forma de Diminuir o Seu Custo na Atividade de Irrigação"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

Conhecendo Tudo Sobre Tarifação de Energia Elétrica Como Forma de Diminuir o

Seu Custo na Atividade de Irrigação

Antônio Carlos Coutinho – Engº Agrônomo

I – Valor das tarifas aplicadas pela CEMIG Distribuição S/A para o setor rural:

 Tarifas Aplicadas com PASEP/CONFINS – Agosto 2012.

 Fonte dos percentuais de descontos Resolução Normativa ANEEL, nº 207 de 09/01/2006.

 A CEMIG está aplicando as tarifas homologadas pela ANEEL conforme resolução 1269, de 03/04/2012.

1) Tarifa Convencional A4 - 2,3 kV a 25 kV ( Rural – RTE 2,9% ) Demanda

R$/kW

Resolução 960 Anexo I

Isento de ICMS Sujeito a ICMS

47,55 50,005258 61,681152

Consumo R$/1.000 kWh

165,31 173,846 214,438

RTE- Revisão Tarifária Extraordinária

2) Tarifa Horo Sazonal Azul A4 – 2,3 kV a 25 kV ( Rural – RTE 2,9%)

Especificação Resolução 960 Anexo I

Isento de ICMS Sujeito a ICMS Demanda R$/kW Ponta (18-21h) 45,78 48,143864 59,385134 Fora de Ponta (21-18h) 14,59 15,343359 18,925931 Ultrapassagem na Ponta 91,56 96,287727 118,770269 Ultrapassagem Fora de Ponta 29,18 30,686718 37,851861 Consumo R$/1.000 kWh Ponta Período Seco (Maio/Novembro) 261,35 274,845 339,019 Ponta Período Úmido (Dezembro/Abril) 236,34 248,543 306,577 Fora de Ponta Período Seco 162,90 171,311 211,311 Fora de Ponta Período Úmido 148,39 156,052 192,489

(2)

3) Tarifa Horo Sazonal Verde A4 – 2,3 kV a 25 kV ( Rural – RTE 2,9% ) Especificação Resolução 960

Anexo I

Isento de ICMS Sujeito a ICMS Demanda R$/kW Contratada 14,59 15,343359 18,925931 Ultrapassagem Fora de Ponta 29,18 30,686718 37,851861 Consumo R$/1.000 kWh Ponta Período Seco (Maio/Novembro) 1.320,45 1.392,838 1.718,057 Ponta Período Úmido (Dezembro/Abril) 1.299,45 1.366,547 1.685,627 Fora de Ponta Período seco 162,90 171,311 211,311 Fora de Ponta Período Úmido 148,39 156,052 192,489 4) Tarifa Rural B2 (R$/1000 kWh) Classe Tarifa sem

Impostos Tarifa com PASEP/CONFINS sem ICMS Tarifa com PASEP/CONFINS e ICMS Observação Rural Normal 236,54 248,754 306,836 - Rural c/ GLD – 26% de desconto 175,04 184,078 227,059 -

GLD – Gerenciamento pelo Lado da Demanda.

5) Custo de Disponibilidade do Sistema – Rural Normal (Valores mínimos cobráveis)

Monofásica Bifásica Trifásica

Cons. 0 Cons. 1 a 30 Cons. 0 Cons. 1 a 50 Cons. 0 Cons. 1 a 100 R$ 7,46 R$ 9,20 R$ 12,43 R$ 15,34 R$ 24,37 R$ 30,68 Sem ICMS Com ICMS Sem ICMS Com ICMS Sem ICMS Com ICMS Observação: O custo de disponibilidade do sistema é o mínimo que o consumidor paga até determinado consumo.

(3)

6) Tarifa Noturna – Irrigação e Aquicultura (Piscicultura e Carcinicultura) 6.1) Tarifa Convencional A4 – 2,3 kV a 25 kV

Região Desconto (%) Tarifa de Consumo R$/1.000 kWh Observações NE 90 17,38446 (*) ES e MG (ADENE e Jequitinhonha) 90 17,38446 (*) N e CO e demais Regiões de MG 80 37,38732 (**) Demais Regiões do País 70 56,08098 (**)

NE – Nordeste; ES e MG – Espírito Santo e Minas Gerais; N e CO – Norte e Centro Oeste; ADENE – Agência de Desenvolvimento do Nordeste.

(*) Isento de ICMS (**) Com Incidência de 12% de ICMS

Nas Regiões NE, N e CO a CEMIG Distribuição S/A não tem concessão. Os valores das tarifas são meramente para efeito comparativo entre Concessionárias.

6.2) Tarifa Horo Sazonal Azul A4 – 2,3 kV a 25 kV Região Desconto

(%)

Período do Ano Tarifa de Consumo R$/1.000 kWh Observações NE 90 Seco (Maio/Novembro) 17,1311 (*) Úmido (Dezembro/Abril) 15,6052 ES e MG (ADENE e Jequitinhonha) 90 Seco (Maio/Novembro) 17,1311 (*) Úmido (Dezembro/Abril) 15,6052 N e CO e demais Regiões de MG 80 Seco (Maio/Novembro) 39,3804 (**) Úmido (Dezembro/Abril) 35,8727 Demais Regiões do País 70 Seco (Maio/Novembro) 59,0706 (**) Úmido (Dezembro/Abril) 53,8091

NE – Nordeste; ES e MG – Espírito Santo e Minas Gerais; N e CO – Norte e Centro Oeste; ADENE – Agência de Desenvolvimento do Nordeste.

(*) Isento de ICMS (**) Com Incidência de 12% de ICMS

Nas Regiões NE, N e CO a CEMIG Distribuição S/A não tem concessão. Os valores das tarifas são meramente para efeito comparativo entre Concessionárias.

(4)

6.3)Tarifa Horo Sazonal Verde A4 – 2,3 kV a 25 kV Região Desconto

(%)

Período do Ano Tarifa de Consumo R$/1.000 kWh Observações NE 90 Seco (Maio/Novembro) 17,1311 (*) Úmido (Dezembro/Abril) 15,6052 ES e MG (ADENE e Jequitinhonha) 90 Seco (Maio/Novembro) 17,1311 (*) Úmido (Dezembro/Abril) 15,6052 N e CO e demais Regiões de MG 80 Seco (Maio/Novembro) 39,3804 (**) Úmido (Dezembro/Abril) 35,8727 Demais Regiões do País 70 Seco (Maio/Novembro) 59,0706 (**) Úmido (Dezembro/Abril) 53,8091

NE – Nordeste; ES e MG – Espírito Santo e Minas Gerais; N e CO – Norte e Centro Oeste; ADENE – Agência de Desenvolvimento do Nordeste.

(*) Isento de ICMS (**) Com Incidência de 12% de ICMS

Nas Regiões NE, N e CO a CEMIG Distribuição S/A não tem concessão e valores de tarifas para efeito comparativo.

6.4) Tarifa Rural B2

Região Desconto

(%)

Tarifa de Consumo R$/1.000 kWh Observações

NE 73 Sem Impostos 63,86 (*)

C/ PASEP/CONFINS e Sem ICMS 67,168

ES e MG (ADENE e Jequitinhonha)

73 Sem impostos 63,86 (*)

C/ PASEP/CONFINS e sem ICMS 67,168

N e CO e demais Regiões de MG

67 Sem Impostos 78,06 (**)

C/PASEP/CONFINS e ICMS 93,286

Demais regiões do País 60 Sem Impostos 94,62 (**)

C/PASEP/CONFINS e ICMS 113,074 NE- Nordeste; ES e MG – Espírito Santo e Minas Gerais; N e CO – Norte e Centro Oeste. (*) Isento de ICMS (**) Com Incidência de 12% de ICMS

Nas Regiões NE, N e CO a CEMIG Distribuição S/A não tem concessão. Os valores das tarifas são meramente para efeito comparativo entre as Concessionárias.

(5)

II – Introdução

A energia tem que ser considerada como insumo na atividade agrícola e principalmente na agricultura irrigada, já que junto com a água formam os itens preponderantes para se produzir irrigados, pois na falta de uma delas, a não ser água por gravidade, o sistema não se completa! Como a energia constitui-se num insumo, deve fazer parte das despesas que compõem o custeio agrícola, assim como fertilizantes, defensivos, serviços manuais e mecanizados, embalagens, fretes, despesas administrativas, etc. O irrigante ao se utilizar da energia elétrica para funcionar a

motobomba, componente básico do equipamento de irrigação, tem por obrigação conhecer de tarifa como preços praticados pelas concessionárias, terminologias empregadas pelas

concessionárias, normas e regras que regem a Tarifação de Energia Elétrica no Brasil, estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, órgão normalizador, regulador e fiscalizador das Concessionárias de Energia Elétrica no país!

Como regras básicas, para se utilizar de maneira eficiente e racional a energia elétrica na irrigação e reduzir o seu custo podemos citar:

 Projeto de irrigação bem elaborado;

 Projeto elétrico bem elaborado;

 Adoção da prática do manejo da irrigação;

 Avaliação periódica do equipamento de irrigação;

 Boa gestão do projeto e irrigação;

 Ter um conhecimento básico sobre tarifação de energia elétrica.

Os primeiros cinco itens das regras básicas citadas já deixam muito a desejar, quando se diz respeito à eficiência energética na irrigação, imagine o 6º item, que para uma grande parte dos irrigantes é praticamente desconhecido! Daí se ouvir constantemente reclamações e/ou desabafos tais como, “a energia elétrica é muito cara para atividade rural, principalmente na irrigação”, “o preço da energia elétrica está inviabilizando a irrigação” e por aí vai!

Para que cada vez mais o irrigante se integre de fato ao sistema produtivo, conhecendo e

participando de todas as etapas e processos, torna-se necessário uma grande parceria entre todos os segmentos e que as Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica sejam cada vez mais transparentes nas suas ações e que participem ativamente de decisões, políticas e eventos que dizem respeito ao Setor Rural principalmente na irrigação, por ser a atividade agrícola que mais consome energia elétrica!

O verdadeiro desafio nos próximos anos em relação à produção dos alimentos será o aumento na demanda mundial pelos quatro F’s (Food – Alimentos, Feed – Rações, Fiber – Fibras e Fuel – Biocombustíveis), dentre os vários fatores, cita-se: 1)População crescendo, embora o crescimento se desacelere nos próximos 30 anos; Riqueza estável ou crescente nos Estados Unidos, Canadá,

(6)

Europa e BRICKS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com crescimento desproporcional do consumo de carnes, lácteos, gorduras, ovos e produtos de uso intensivo de água e energia como hortifrutigranjeiros e peixes. 2)Por outro lado, temos uma redução nas terras agricultáveis disponíveis, como por exemplo, comparando com 1950, temos hoje 1/3 da área cultivada per capita e que a tendência é piorar, por causa da erosão, desertificação e urbanização, incluindo, mau planejamento e uso do solo e água. Que o processo de urbanização levará ao aumento pelo

consumo de alimentos processados, com grande impacto nos sistemas de distribuição e varejo, maior consumo de energia e maiores perdas. 3) Como equilibrar oferta e demanda? Esse será o grande desafio dos anos à frente, que segundo o Dr. Christian Patterman da Comissão Europeia e do Conselho de Bioeconomia da Alemanha, algumas opções de como vencê-lo, tais como:

Aumentar o rendimento por hectare em agricultura e pecuária; Combater doenças em plantas e animais, também de maneira preventiva; Medir a eficiência do uso de recursos ao longo da cadeia produtiva; Maior uso de terras áridas e semiáridas até hoje negligenciadas para produção

(desmatamento não é a solução); Uso de resíduos como um recurso biológico; Uso crescente de biomassa lignocelulósica; Uso de microalgas e outras fontes oceânicas de proteínas e outros; Aumentar a capacidade de armazenamento de água, alimentos e grãos; Diminuir as perdas pré e

pós-colheita na agricultura; Diminuir outras perdas na cadeia (SAMPAIO, 2012). Em janeiro de 2010 a CEMIG Distribuição S/A atendeu a 6.851.007 unidades consumidoras, nos 774

municípios mineiros sob sua concessão dos 853 existentes. Desse total, 491.703 (7,2%) foram unidades consumidoras rurais das quais 6.950 (1,41%) eram cadastradas como irrigantes. De 1995 a 2007 as unidades consumidoras irrigantes cadastradas como do Grupo A passaram de 591 para 1.542, ou seja, cresceram em média 160,9%. Nesse período elas representaram em média 0,31% do total de unidades consumidoras rurais atendidas e foram responsáveis por 21,28% de toda energia elétrica consumida pelo segmento rural! Portanto esses dados vêm reforçar a teoria que a irrigação é a maior consumidora de energia elétrica em relação às demais atividades do segmento rural. Além da irrigação ser uma grande consumidora de energia elétrica, ela é também uma grande “desperdiçadora”, pois com base nos Estudos de Otimização Energética realizados pela CEMIG Distribuição S/A no início dos anos 90, a irrigação por pivô central desperdiça em média 28% e a irrigação por aspersão convencional em média 23 % de energia elétrica fornecida pela

Concessionária (COUTINHO, 2010).

Como foi visto a energia elétrica e água aparecem como partes integrantes das soluções para os desafios nos próximos anos com relação à produção de alimentos. Nesse contexto podemos acrescentar a irrigação como uma das alternativas para aumentar a oferta de alimentos, sem necessidade de ampliar as fronteiras agrícolas, ou seja, produzir mais na mesma área, pois ela propicia aumento de produção através do aumento da produtividade e da possibilidade de se obter mais safras num mesmo ano agrícola! Porém, torna-se necessário eficientizar o uso da energia elétrica e água, como um dos princípios de sustentabilidade! O Dr. Christian Patterman, destaca que uma das opções para vencer o desafio de equilibrar a oferta e demanda por alimentos nos próximos anos está em se “medir a eficiência do uso de recursos ao

(7)

longo da cadeia produtiva” (SAMPAIO, 2012). Aqui citamos a energia e água, essenciais na atividade da irrigação!

Portanto, o conhecimento das tarifas de energia elétrica por parte dos irrigantes é imprescindível para que somados a outros itens contribua para a irrigação eficiente!

III – Conhecimentos necessários para compreender as tarifas de energia elétrica e

interpretar uma fatura (conta)

1) Demanda – É a potência requerida e registrada quando do funcionamento de uma carga instalada (conjunto moto bomba) num determinado espaço de tempo, geralmente medida a cada 15 minutos. A unidade de medida da demanda é o W ou kW.

Exemplo hipotético:

 Carga instalada referente a 02 pivôs que irrigam uma área total de 200 ha = 500 cv.

 Demanda de potência = 500 cv x 0,736 kW/cv : 0,92 = 400 kW.

2) Consumo – É a energia gasta para realização de um determinado trabalho num espaço de tempo. A unidade de medida do consumo é o Wh ou kWh.

Exemplo hipotético:

 Carga instalada de 7,5 cv referente ao conjunto motobomba de um equipamento de irrigação por aspersão em malha que irriga 5,0 ha de pastagens, funcionando 12 horas por dia, sendo 4,0 horas por posição e 03 posições por dia = 7,5 cv x 0,736 kW/cv : 0,90 x 12 h/dia = 73,60 kWh.

 Carga instalada de 250 cv referente a 01 pivô que irriga uma área de 100 ha cultivada com a lavoura de feijão, funcionando 21 horas por dia = 250 cv x 0,736 kW/cv : 0,92 x 21 h/dia = 4.200 kWh.

Nota: O consumo de energia elétrica está relacionado diretamente à potência do motor elétrico (cv) e o tempo de funcionamento (h) desse motor. O tempo de funcionamento do motor elétrico está relacionado ao seu rendimento e a quantidade de trabalho que se deseja fazer, como por exemplo, aplicação de uma lâmina d’água de 30 mm num

determinado período.

3) Classificação dos consumidores irrigantes – Os consumidores irrigantes são classificados pelas Concessionárias de Energia Elétrica em 02 Grupos e em função dessa classificação é que se pratica a tarifa correspondente.

Grupo A ou Primário – São aqueles atendidos por Redes de Distribuição Rural

Trifásicas (RDR) em 13,8 kV, ou Linhas de Transmissão (LT) em 69 kV, cujas potências nominais totais dos transformadores variam de 112,5 kVA; 150 kVA; 225 kVA; 300 kVA; 500 kVA e 1.000 kVA. A medição e a proteção do Sistema Elétrico nesse caso ficam em Cubículos ou Cabines de Medição e a partir daí, as Redes de Distribuição

(8)

Interna, bem como os serviços de manutenção preventivos ou corretivos nessas redes são por conta do consumidor, que podem ter transformadores internos

fornecendo energia elétrica nas seguintes tensões: 127/220V, 220/380V e 254/440V. Enquadram se nessa classificação os grandes irrigantes e os perímetros de irrigação coletivos, públicos ou privados. Os fatores determinantes para que o consumidor irrigante do Grupo A possa ser atendido em 69 kV estão assim definidos: Carga instalada maior que 2.500 kW; Depende da distância que a Unidade Consumidora esteja da Subestação Abaixadora da Concessionária; Ser um desejo do cliente; Estudo de viabilidade técnico econômico favorável.

Grupo B ou Secundário – São atendidos por Redes de Distribuição Rurais

Monofásicas ou Trifásicas (RDR) em 7.967 V ou 13.800 V, cujas potências dos transformadores variam de 5 kVA; 10 kVA; 15 kVA; 25 kVA e 37,5 kVA, se ligados a uma RDR monofásica e de 15 kVA; 30 kVA; 45 kVA e 75 kVA, se ligados a uma RDR trifásica.

4) Tipos de Tarifas – As tarifas recebem nomes e são aplicadas em função da classificação dos consumidores irrigantes e das devidas particularidades e perfil de cada um deles em:

Tarifa Convencional – Se aplica a consumidores irrigantes do Grupo A, com a

seguinte estrutura: preço único para a demanda e preço único para o consumo;

Tarifa Horo Sazonal (THS) – Se aplica a consumidores irrigantes do Grupo A. Ela é

identificada por cores, para maior facilidade de reconhecimento e promoção. As THS existentes são:

 Tarifa Horo Sazonal Azul (THS Azul) – Se aplica também a

consumidores irrigantes do Grupo A, com a seguinte estrutura: Preços diferenciados para a demanda em função do período do dia em que a energia elétrica está sendo demandada e da ultrapassagem da

demanda contratada (acima de 10%) calculada também em função do período do dia em que essa ultrapassagem tenha ocorrida. Preços diferentes para o consumo em função do período do dia e do ano no qual a energia elétrica está sendo consumida.

 Tarifa Horo Sazonal Verde (THS Verde) – Se aplica também a

consumidores irrigantes do Grupo A, com a seguinte estrutura: Preço único para a demanda contratada, cuja energia elétrica deve ser utilizada somente no horário fora de ponta (21:00 horas as 18:00 horas) e um acréscimo no preço quando ela for ultrapassada em 10% da quantidade contratada. Preços diferenciados para o consumo em função do período do dia e do ano no qual a energia elétrica está sendo consumida.

(9)

Tarifa Única - Se aplica a consumidores irrigantes do Grupo B e só cobrado

consumo.

Tarifa Noturna – Se aplica a consumidores irrigantes do Grupo A ou B, que

utilizem energia elétrica no período das 21:30 horas as 06:00 horas (8 horas e 30 minutos). Os descontos aplicados são em função da classificação do consumidor irrigante no Grupo A ou B e da região em que o mesmo está localizado. A incidência ou não do ICMS vai depender da região em que o consumidor irrigante se localiza. Para os consumidores irrigante do Grupo A, o desconto só é concedido ao consumo, ficando de fora a demanda!

Observação: No caso do produtor rural do Grupo B atendido por um único transformador e que tenha outras atividades na propriedade além da

irrigação, para ter direito ao benefício da Tarifa Noturna, a carga da irrigação deverá ser maior que 80% em relação às demais cargas. A Cemig Distribuição S/A, concede a esse consumidor rural a possibilidade de usufruir do benefício tarifário se instalar um segundo padrão de entrada rural (medição), exclusivo para atender o conjunto motobomba da irrigação!

5) Período Úmido – Compreende cinco meses consecutivos do ano, de dezembro a abril, quando a energia elétrica está disponível a um custo menor por haver maior disponibilidade de água nos reservatórios das Usinas Hidrelétricas.

6) Período Seco – Compreende sete meses consecutivos do ano, de maio a novembro, quando a energia elétrica está disponível a um custo maior por haver menor disponibilidade de água nos reservatórios das Usinas Hidrelétricas.

Observação: O preço diferenciado da tarifa de consumo de energia elétrica em função do período do ano só é praticado para os consumidores do Grupo A que optaram pelas Tarifas Horo Sazonais Azul ou Verde.

7) Horário de Ponta – É o período compreendido entre 17:00 horas e 22:00 horas, quando o Sistema Elétrico das Concessionárias de Energia Elétrica apresenta a maior demanda por energia, provocado pela iluminação pública, chuveiros elétricos, ar condicionado,

iluminação residencial, etc. Para efeito de tarifação, a CEMIG Distribuição S/A considera o período das 18:00 horas as 21:00 horas (três horas consecutivas) como horário de ponta! 8) Energia Ativa – É a energia que realiza trabalho, como produzir força motriz para acionar

uma bomba hidráulica, componente de um equipamento de irrigação.

9) Energia Reativa – É a energia que não realiza trabalho, mas é necessária para produzir os fluxos magnéticos que permitem o funcionamento de motores elétricos a indução e transformadores, por exemplo.

10) Fator de Potência – É a relação entre o consumo de energia reativa (que não realiza trabalho) e o consumo de energia ativa (que realiza trabalho) num intervalo de tempo.

 Quanto maior o consumo de energia reativa em relação ao consumo de energia ativa, menor será o fator de potência – FP;

(10)

 O fator de potência de referência “fR”, indutivo ou capacitivo, tem como limite mínimo permitido para as unidades consumidoras irrigantes do Grupo A o valor de 92% , ou seja, 0,92;

 Aos montantes de energia elétrica e demanda reativos que excedem o limite permitido, aplicam-se as cobranças devidas a serem adicionadas ao faturamento (conta) regular;

 As principais causas do baixo fator de potência são:

 Motores e transformadores superdimensionados;

 Motores e transformadores operando “em vazio” ou com pequenas cargas;

 Grande quantidade de motores de pequena potência;  Máquina de solda;

 Lâmpadas de descarga com reator de baixo fator de potência;  Excesso de energia reativa capacitiva. Isso ocorre quando se instala

um banco capacitor para melhorar o fator de potência e o mesmo não é desligado quando o pivô central ou outros equipamentos de

irrigação não se encontram em operação.

11) Período de Faturamento – É o intervalo entre duas leituras da medição, onde são apurados o consumo e a demanda corresponde de uma unidade consumidora irrigante.

12) Fator de carga – É a relação entre a energia consumida durante certo tempo e a energia que poderia ser consumida durante o mesmo tempo, utilizando-se a potência máxima. A

fórmula para se determinar o Fator de carga é a seguinte: FC = kWh : (kW x 730), onde, FC – Fator de Carga; kWh – Consumo mensal registrado; kW – Demanda máxima registrada no mês; 730 – Número de horas disponíveis no mês. Quanto mais próximo de 1,0 for o FC, significa que a unidade consumidora está menos ociosa para o Sistema Elétrico.

IV – Recomendações para reduzir os custos com energia elétrica na irrigação

Com os conhecimentos básicos adquiridos sobre tarifação de energia elétrica e faturamento o consumidor rural irrigante do Grupo A, terá mais condições para adotar as seguintes recomendações:

1) Caso a unidade consumidora esteja ligada em tensão primária e a potência nominal total dos transformadores for maior que 75 kVA e demanda de potência superior a 30 kW, poderá fazer opção pela Tarifa Horo Sazonal – THS, ou seja, migrar da Tarifa

Convencional, pois é mais vantajoso financeiramente;

2) Optando pela THS, não funcionar o equipamento de irrigação no horário de ponta, ou seja, das 18:00 horas as 21:00 horas;

(11)

4) Cuidar para que o Fator de Potência – FP, não seja inferior a 0,92, evitando com isso pagar pelo excesso de energia reativa;

5) Planejar o funcionamento dos equipamentos de irrigação de tal forma que a Demanda Contratada junto a Concessionária não seja ultrapassada;

6) Quando se tem mais de um pivô, alternar o funcionamento dos mesmos em função do estágio da cultura, possibilitando trabalhar com demandas menores;

7) Saber as datas das leituras (Período de Faturamento), para evitar pagar Tarifa de Demanda integral, por utilizar inadequadamente o equipamento de irrigação.

Observação: Quando não estiver irrigando num determinado período do ano e, antes que seja completado o período de faturamento, haja necessidade de colocar o equipamento de irrigação em funcionamento pelos dos motivos citados:

 Umedecimento do solo para o seu preparo devido ao novo plantio a ser realizado;

 Aplicação de defensivos agrícolas;  Testes nos equipamentos de irrigação;

 Realização de manutenções preventivas nos equipamentos de irrigação;  Necessidade de deslocar o equipamento de irrigação de posição (giro), o

consumidor irrigante do Grupo A deverá fazer uma comunicação por escrito com sete dias de antecedência e entregá-la no Escritório da CEMIG Distribuição mais próximo, pois por esses motivos citados somente será faturada a energia elétrica consumida e os 10% da demanda contratada.

V – Exercícios práticos para se estimar o custo da energia elétrica na

produção de irrigados

Foram tomados como base três sistemas de irrigação para três culturas distintas em três áreas (tamanho) também distintas em uma mesma região do Estado de Minas Gerais integrante da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – ADENE. 1) Pivô Central que irriga uma área de 100 ha cultivada com feijão, cujo ciclo da

cultura é de 90 dias e o período de irrigação é de 75 dias.

 Lâmina bruta total aplicada = 637, 5 mm;

 Consumo total de energia elétrica = 306.000 kWh;

 Custo da energia elétrica com base na THZ Verde no Período Seco com PASEP/CONFINS/ICMS e Tarifa Noturna isenta de ICMS:

 R$51.952,01/637,5 mm/100 ha;  R$519,52/637,5 mm/1 ha;  R$81,49/100 mm/1 ha.

2) Aspersão Convencional que irriga uma área de 4,0 ha cultivada com abacaxi, cujo ciclo da cultura é de 16 meses (480 dias).

(12)

 Consumo total de energia elétrica = 14.728 kWh;

 Custo da energia elétrica com base na Tarifa Rural B2 com PASEP/CONFINS/ICMS e Tarifa Noturna isenta de ICMS:

 R$3.327,53/1.066 mm/4,0 ha;  R$831,88/1.066 mm/1,0 ha;  R$78,04/100 mm/1,0 ha.

3) Aspersão Fixa que irriga uma área de 1,38 ha cultivada com milho doce, cujo período de irrigação é de 80 dias.

 Lâmina bruta total aplicada = 394 mm;

 Consumo total de energia elétrica = 1.544 kWh;

 Custo da energia elétrica com base na Tarifa Rural B2 com PASEP/CONFINS/ICMS e Tarifa Noturna isenta de ICMS:

 R$348,86/394 mm/1,38 ha;  R$252,80/394 mm/1 ha;  R$64,16/100 mm/1 ha.

Esses exercícios de cálculos são importantes antes de iniciar a irrigação, pois fornecem ao consumidor irrigante uma previsão do consumo de energia elétrica, os custos com a mesma, facilitando o acompanhamento mensal, além de mostrar quanto custa o mm de água aplicada no solo via irrigação, prevenindo desperdícios e forçando adotar a prática do manejo da irrigação!

VI – Trabalhando com Fatos e Dados

Apresentamos um fato ocorrido no 1º semestre de 2006 em que um Engenheiro Agrônomo escreve ao Secretário de Estado da Agricultura de Minas Gerais, reclamando do elevado valor das faturas (contas) de energia elétrica, referentes aos meses de janeiro e fevereiro de 2006, de dois irrigantes com pivô e por ele assistidos! Solicitava que a CEMIG Distribuição S/A fosse notificada e

esclarecesse o motivo do ocorrido?

 Irrigante “A” – Analisamos as duas faturas, cujos valores dos dois meses totalizavam

R$14.602,57. Concluímos que havia um acréscimo de R$5.220,57, ou seja 35,8% devido aos seguintes motivos:

 Ultrapassagem da demanda contratada;  Demanda reativa;

 Consumo no horário de ponta;

(13)

 Irrigante “B” – Analisamos também as duas faturas, cujos valores dos dois meses em referência totalizavam R$4.823,18. Concluímos que havia um acréscimo de R$600,71, ou seja, 12,45%, devido ao seguinte motivo:

 Consumo no horário de ponta.

Portanto mais uma vez reforçamos mais uma vez a importância de ter conhecimentos básicos sobre tarifação e saber interpretar uma fatura de energia elétrica, seja o consumidor irrigante ou técnico responsável pelo Projeto de Irrigação!

O outro caso é hipotético, mas ocorre com frequência por desconhecimento das normas e/ou “não ler” o Contrato de Fornecimento de Energia Elétrica entre o Consumidor Irrigante do Grupo A e a Concessionária de Energia Elétrica! Diz respeito ao Período de Faturamento. As duas unidades consumidoras estão na Área da ADENE, são vizinhas (mesmo município), optaram pela THS Verde e Tarifa Noturna, cada uma possui 1 pivô central que irriga uma área de 100 ha, a potência do

conjunto motobomba é de 250 cv, demanda de potência de 200 kW e o tempo de funcionamento no período de 10 de maio a 10 de julho (dois períodos de faturamento) foi de 240 horas.

 Irrigante “A” – De 11 de maio a 10 de junho o pivô permaneceu desligado e de 11 de junho a 10 de julho funcionou às 240 horas:

 1ª Fatura:  Consumo = 00 kWh;  Demanda medida = 00 kW;  Demanda faturada = 200 kW x 10% = 20 kW;  Valor da Fatura – VF = (D x TD) + (C x TC): VF = R$378,52.  2ª Fatura:  Consumo = 48.000 kWh;  Demanda medida = 200 kW;  Demanda Faturada = 200 kW;  Valor da Fatura – VF = (D x TD) + (C x TC): VF = R$10.060,05.

 Irrigante “B” – De 11 de maio a 10 de junho o pivô funcionou 20 horas e de 11 de junho a 10 de julho funcionou 220 horas, completando às 240 horas:

 1ª Fatura:  Consumo = 4.000 kWh;  Demanda medida = 200 kW;  Demanda faturada = 200 kW;  Valor da Fatura – VF = (D x TD) + (C x TC): VF = R$4.308,10.  2ª Fatura:  Consumo = 44.000 kWh;

(14)

 Demanda medida = 200 kW;  Demanda faturada = 200 kw;

 Valor da Fatura – VF = (D x TD) + (C xTC): VF = R$9.537,15.  Conclusão:

 Irrigante “A” – Custo das 240 horas de funcionamento = R$10.438,57;  Irrigante “B” - Custo das 240 horas de funcionamento = R$13.845,25;  Diferença de custo entra as mesmas 240 horas de funcionamento =

R$3.406,68 (32,64%) a mais por não ter observado o Período de Faturamento!

VII – Conclusões

Como podemos ver ao longo do que foi apresentado o assunto tarifação não é dos mais “palatáveis”, mas essencial para quem se encontra envolvido na atividade da irrigação, seja o irrigante, o técnico projetista e/ou aquele que presta assistência! A própria leitura das planilhas contendo os preços das tarifas em função das diversas modalidades é complexa, além das normas e de toda uma terminologia própria usada pelo Setor Elétrico! Portanto compete as Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica “destrinchar” todo o assunto, tornando mais “palatáveis” e compreensíveis as peculiaridades que fazem parte desse tema. Uma das soluções está num maior entrosamento entre Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica com a Sociedade Civil Organizada; Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão Rural; Fabricantes e Comercializadores de Equipamentos de Irrigação e Prestadores de Serviços. A participação assídua em eventos voltados para o tema irrigação também se constitui numa estratégia eficiente, quando se quer democratizar a informação e torná-la transparente e compreensível!

Muitos dos mitos são criados por “ignorância”, tornando-se essencial que o Consumidor Irrigante conheça sua Concessionária de Distribuição de Energia Elétrica e vice-versa!

Todo o conhecimento e entrosamento dos diversos segmentos que compõem o Setor da Irrigação promoverão com certeza o Uso Eficiente da Energia Elétrica, porque a eficiência possibilitará: a preservação dos recursos naturais que são finitos; que novas gerações de energia elétrica possam ser postergadas ou até descartadas, pois a energia disponibilizada a partir da racionalização é mais barata e por fim, o aumento da competitividade do Setor Rural, aqui focado na irrigação, pela redução dos consumos específicos.

(15)

VIII – Agradecimentos

Quero agradecer a CEMIG Distribuição S/A na pessoa do funcionário Frederico Stark Rezende, Técnico de Soluções Energéticas para Agricultura, que dispôs os dados referentes aos preços das tarifas, bem como tirou minhas dúvidas sobre algumas terminologias e Normas da ANEEL.

IX – Referências

SAMPAIO, F.; A Pecuária de Corte Brasileira e Suas Novas Estratificações – Gestão Técnica e Econômica. 7º Encontro de Confinamento. Ribeirão Preto, Março de 2012. 185 p. p. 09-18.

COUTINHO, A. C.; 23 Anos de Fazenda Energética – Fatos e Dados que Marcaram a Sua Existência. Uberaba, Maio de 2010. 45 p. p. 02-07.

Curso Energia na Irrigação – CEMIG Distribuição S/A – Fazenda Energética de Uberaba. Normas da ANEEL

(16)

Referências

Documentos relacionados

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos fundos Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

Alguns estudos sugerem que a associação da hCG à progesterona, para o suporte da fase lútea após ciclos de FIV/ICSI, resulta em melhores resultados reprodutivos

Alguns fatores específicos podem ser determinantes para o desenvolvimento do EP na infância, como: baixo peso ao nascer, prematuridade, desmame precoce, introdução

Distribution, Habitat Utilization and Conservation of the Vulnerable bush dog Speothos venaticus in Northern Brazil.. Efeitos a longo prazo da perda de habitat e da caça

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

Capitalização S/A. 7.3 O recebimento do valor do prêmio, dar-se-á por meio de depósito em conta corrente ou conta poupança de titularidade do contemplado e o respectivo