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Auto avaliação e gestão institucional: análise da experiência do Instituto Federal da Paraíba

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA - PPGP. JÉSSYKA PEREIRA DE LIMA. AUTO AVALIAÇÃO E GESTÃO INSTITUCIONAL: análise da experiência do Instituto Federal da Paraíba.. NATAL – RN 2018.

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA - PPGP. JÉSSYKA PEREIRA DE LIMA. AUTO AVALIAÇÃO E GESTÃO INSTITUCIONAL: análise da experiência do Instituto Federal da Paraíba.. Projeto de Dissertação apresentado a. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do NortePPGP/UFRN, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gestão Pública. Orientadora: Jomária Mata de Lima Alloufa, Dra.. NATAL – RN 2018.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas – CCSA Lima, Jéssyka Pereira de. Auto avaliação e gestão institucional: análise da experiência do Instituto Federal da Paraíba / Jessyka Pereira de Lima. 2018. 110f.: il. Dissertação (Mestrado em Gestão Pública) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós Graduação em Gestão Pública. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof. Dra. Jomária Mata de Lima Alloufa.. 1. Avaliação - Dissertação. 2. Avaliação institucional Dissertação. 3. Auto avaliação - Dissertação. 4. Comissão própria de avaliação - Dissertação. 5. Processos decisórios - Dissertação. I. Alloufa, Jomária Mata de Lima. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA. CDU 351:377. Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-355/15.

(4) JÉSSYKA PEREIRA DE LIMA. AUTO AVALIAÇÃO E GESTÃO INSTITUCIONAL: análise da experiência do Instituto Federal da Paraíba.. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-PPGP/UFRN como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gestão Pública.. Aprovado em: ____/____/____.. __________________________________________________________ Prof. Drª Jomária Mata de Lima Alloufa Orientadora (UFRN) __________________________________________________________ Prof. Dr. Richard Medeiros de Araújo Avaliador Interno (UFRN) __________________________________________________________ Prof. Dr. Lenin Cavalcanti Brito Guerra Avaliador Externo (IFRN).

(5) Dedico este trabalho a meus pais, Geraldo e Socorro, que todos os dias me lembram pelo exemplo, o valor do trabalho, da honestidade, da fé em Deus e da humildade, foram esses valores que sempre nortearam os meus caminhos..

(6) AGRADECIMENTOS. Gratidão a Deus, que sonhou comigo esse sonho que tantas vezes pareceu inalcançável, que me deu força nos dias de medo, que sempre tem sido amigo fiel a me amparar, que me protegeu em cada viagem para estudar, que foi providência quando tudo parecia dar errado, que foi a luz quando disseram que não ia dar certo, que cuida de mim e onde eu tenho tido refúgio certo em cada respirar, em cada segundo de vida. “Obrigada Senhor”! Obrigada também Maria Santíssima por vossa intercessão de Mãe, e pelo colo seguro pra descansar. Painho e Mainha... Geraldo e Socorro, obrigada pelos dias e noites de cansaço, pelas madrugadas de pé para me proporcionar oportunidades que nem mesmo vocês tiveram. Obrigada por serem meus maiores “fãs”, minha base, minha inspiração, meu aconchego. Esse momento só está sendo possível porque vocês foram guerreiros, porque priorizaram meus estudos, acreditaram em mim, me incentivaram e me disseram muitos “nãos” necessários. Essa conquista eu dedico a vocês dois! Jessyellen, minha Elinha, minha irmã, que sempre torceu tanto por mim, obrigada por ter cuidado dos nossos pais quando eu estive longe pra estudar e trabalhar, obrigada por ter tanto orgulho de mim e por me fazer acreditar em mim mesma, quando me falta confiança. Te admiro tanto, que não tem nem como dizer. Obrigada! Deleon, meu esposo, obrigada por entender esse meu lado “aventureiro” e ansioso de viver a vida, de desejar vencer por meio dos meu estudo e esforço, obrigada por torcer pela minha felicidade e me esperar paciente em cada viagem, obrigada por ter cuidado da nossa casa nas minhas ausências, por ser um marido companheiro, por ter deixado de fazer suas próprias obrigações pra me acompanhar. Obrigada sobretudo por essa sua firmeza que me acalma e me impulsiona pra frente. Sem você a caminhada teria sido mais difícil. Obrigada meus colegas de sala, Paula, Isabelle, Daniele, Silvan e Kafran, foi bom dividir com vocês as labutas, os momentos de descontração, os aprendizados e expectativas. Um agradecimento especial a Adriana, que fez de sua casa minha casa, que me mostrou a beleza de se doar por alguém pelo simples prazer de ajudá-lo. Obrigada pelos trabalhos em equipe, pelos papos, pelo café no intervalo de cada aula, (mesmo que eu não goste de café), mas isso é só um detalhe! Obrigada minha amiga, estás no me coração para sempre. Obrigada Giulliane, minha amiga de Patos que foi um apoio tão grande em Natal! Obrigada por ter me acolhido em sua casa quando precisei, foi um rosto conhecido numa cidade.

(7) inicialmente desconhecida, foi a porta de entrada que me encorajou a ir sem medo para essa doce aventura semanal de 350 km. É uma amiga de tantos anos e fez jus a esse vínculo. Obrigada ao professor Richard Medeiros, por ter me ajudado a encontrar o rumo certo pra minha pesquisa, por ter incentivado meu trabalho, por ter sido ajuda, não importasse o horário e o dia, e sobretudo por ter sido inspiração. Obrigada a minha orientadora Jomária Alloufa por ter dividido comigo muito mais que sua experiência acadêmica, mas suas histórias de vida. Foi a orientadora que eu precisava ter. Gratidão! Agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) por serem instituições sérias que me valorizaram enquanto servidora e me deram todo suporte pra que eu pudesse me capacitar. Agradecimento especial a Almir Bueno e a Ivamar Dantas. Obrigada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública - PPGP, e aos professores, especialmente Teresa Pires, Thiago Dias, Kaio Fernandes e Hironobu Sano que me mostraram um mundo de possibilidades acadêmicas, agradeço por me fazerem acreditar na importância da Gestão Pública, por me darem as bases para discutir com maturidade sobre o meu país, sobre política e gestão. Saio desse programa amando mais o Brasil, acreditando mais no serviço público, desejando ser uma servidora pública cada vez melhor e certa de que a mudança do panorama difícil em que estamos mergulhados é perpassada pela capacidade de sermos nós, os primeiros agentes da mudança. Por fim, espero daqui a alguns anos poder contar a minha filha Lavínia, que está no meu ventre, o quanto esses momentos vividos me fortaleceram e o quanto sua mãe evoluiu como estudante, profissional e ser humano, vivendo essa rica experiência.. Só tenho a agradecer!.

(8) RESUMO. Esta dissertação teve como objetivo analisar o nível de influência do processo de auto avaliação institucional, realizado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), nas decisões dos gestores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), considerando o ciclo avaliativo de 2015 a 2017. O estudo baseou-se em um referencial teórico sobre a temática de avaliação, e de modo particular, sobre a evolução da avaliação institucional ao longo dos anos, com foco no processo de auto avaliação, gerenciado pela CPA em cada instituição. A pesquisa apresentou caráter descritivo, do tipo estudo de caso, tendo sido realizada no IFPB Campus João Pessoa. A coleta de dados foi realizada por meio de roteiros de entrevista semiestruturados e pesquisa documental. A entrevista deu-se com dois grupos. O primeiro deles formado pelos gestores do IFPB Campus João Pessoa, contemplando os diretores geral, administrativo e de ensino, além dos coordenadores de cursos superiores deste Campus. O segundo grupo foi composto pelos membros da CPA do IFPB. Este trabalho construiu-se sob a perspectiva de análise da abordagem qualitativa, assim, considerando as características da investigação, e os procedimentos de coleta de dados, estes foram analisados conforme a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2006) e também por meio de análise documental. Os resultados da pesquisa evidenciam que entre as etapas do processo de auto avaliação desenvolvidas no IFPB as maiores lacunas encontradas estão na definição (que envolve o planejamento), na execução e na discussão e divulgação dos resultados. A repercussão da auto avaliação na gestão ainda é pouca, considerando como principal fator para isso o fato de os gestores não estarem inseridos no processo de auto avaliação e a divulgação de informações ocorrer de modo passivo, sem promoção de diálogo com os gestores e com a comunidade acadêmica. Conclui-se assim, que a avaliação no IFPB ainda não conseguiu se estabelecer como um processo educativo/formativo, pois os aspectos regulatórios são preponderantes, os resultados obtidos na avaliação ainda não são bem aproveitados pela gestão e o envolvimento do corpo social ainda é abaixo do esperado. É preciso fazer a comunidade acadêmica envolver-se no processo, construindo uma avaliação que tenha sua importância reconhecida, com resultados que façam diferença para o trabalho das pessoas e para o desempenho da instituição, não só cumpram as determinações legais estabelecidas, só assim a auto avaliação será capaz de repercutir nas decisões dos gestores do IFPB. Palavras-chave: Avaliação; Avaliação Institucional; Auto avaliação; Comissão Própria de Avaliação; Processos decisórios..

(9) ABSTRACT. The purpose of this dissertation was to analyze the level of influence of the process of institutional self-evaluation, carried out by the Own Evaluation Committee (CPA), in the decisions of the managers of the Federal Institute of Education Science and Technology of Paraiba (IFPB), considering the evaluation cycle of 2015 to 2017. The study was based on a theoretical reference the evaluation theme, and in particular on the evolution of the institutional evaluation over the years, focusing on the process of self evaluation, managed by CPA in each institution. The research presented a descriptive character, of the case study type, and was carried out at the Campus João Pessoa IFPB. Data collection was performed through semistructured interview scripts and documentary research. The interview took place with two groups. The first one was formed by the managers of IFPB Campus João Pessoa, including the general, administrative and teaching directors, as well as the senior course coordinators of this Campus. The second group was composed of members of the IFPB CPA. This work was based on the analysis of the qualitative approach, thus, considering the characteristics of the investigation, and the procedures of data collection, these were analyzed according to the technique of content analysis proposed by Bardin (2006) and also by means of documentary analyze. The results of the research show that among the stages of the self-evaluation process developed in the IFPB the biggest gaps are found in the definition (which involves the planning) in the execution and in the discussion and dissemination of the results. The repercussion of selfassessment in management is still low, considering as the main factor for this the fact that managers are not included in the self-evaluation process and because disclosure of information occurs in a passive way, without promoting dialogue with the managers and with the academic community. It is concluded that IFPB evaluation has not yet been established as an educational/formative process, regulatory aspects are predominant, the results obtained in the evaluation are still not well utilized by management and the involvement of the social body is still below the expected. It is necessary to make the academic community get involved in the process, constructing an evaluation that has its importance recognized, with results that make a difference for people’s work and for the performance of the institution, not only comply with the established legal determinations, only then, self evaluation will be able to reverberate on the decisions of IFPB managers. Keywords: Evaluation; Institutional Evaluation; Self-evaluation; Own Evaluation Committee; Decision-making processes..

(10) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Quadro 01 As dez dimensões do SINAES.. 38. Quadro 02 Roteiro para elaboração do Relatório de Auto avaliação Institucional. 49. Quadro 03: Métodos em função dos objetivos da investigação.. 61. Quadro 04: Etapas de auto avaliação institucional no IFPB.. 63. Quadro 05: Ações executadas pela CPA do IFPB no ano de 2015.. 65. Quadro 06: Relatório das ações executadas no ano de 2016 relacionadas a cada 66 etapa prevista no projeto de auto avaliação institucional no IFPB. Quadro 07: Estratégias de divulgação para participação no processo de auto 75 avaliação no IFPB apontadas pelos gestores Quadro 08: Fragilidades e potencialidades do processo de auto avaliação 85 institucional no IFPB. Quadro 09: Fragilidades e potencialidades do processo de auto avaliação 86 institucional no IFPB apontadas pelos membros da CPA. Quadro 10: Sugestões de melhorias para o processo de auto avalição. 87. institucional no IFPB.. LISTA DE FIGURAS. Figura 01 Modalidades do SINAES. 36. Figura 02 Etapas de avaliação interna: auto avaliação. 48.

(11) LISTA DE SIGLAS. ACOC Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos ACG Avaliação dos Cursos de Graduação AI Avaliação Institucional ANDIFES Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEA Comissão Especial da Avaliação da Educação Superior CONAES Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior CONSUPER Conselho Superior CPA Comissão Própria de Avaliação ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENC Exame Nacional de Cursos (provão) EPCT Educação Profissional, Científica e Tecnológica GERES Grupo Executivo da Reforma da Educação Superior GUT Gravidade, Urgência e Tendência IES Instituições de Educação Superior IF’s Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia IFPB Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação PAIDEIA Avaliação Integrada do Desenvolvimento Educacional e Inovação da Área.

(12) PDI Plano de Desenvolvimento Institucional PAIUB Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras PARU Programa de Avaliação da Reforma Universitária PLANEDE Planejamento Estratégico Decenal PPI Projeto Pedagógico Institucional SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SPAs Subcomissões Próprias de Avaliação SWOT Strenghts, Weakness, Opportunities e Threats – Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

(13) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO. 9. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA. 9. 1.2 OBJETIVOS. 15. 1.3 JUSTIFICATIVA. 16. 2 REFERENCIAL TEÓRICO. 21. 2.1 AVALIAÇÃO: CONTEXTO E DEFINIÇÕES. 21. 2.2 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL. 25. 2.2.1 Histórico da Avaliação Institucional no Brasil. 29. 2.3 O SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO. 34. SUPERIOR (SINAES) 2.3.1 Auto avaliação e avaliação externa. 40. 2.3.2 A Comissão Própria de avaliação (CPA) e seu papel no processo de auto avaliação. 44. 3 A AUTO AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO IFPB. 53. 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS. 58. 4.1 TIPO DE ESTUDO. 58. 4.2 SUJEITOS DA PESQUISA. 59. 4.3 COLETA DE DADOS. 59. 4.4 ANÁLISE DE DADOS. 60. 5 AVALIANDO A AUTO AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO IFPB. 62. 5.1 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE ETAPAS DA AUTO AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO IFPB. 62. 5.2 RELACIONAMENTO E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES. 71. 5.3 REPERCUSSÃO DA AUTO AVALIAÇÃO NA GESTÃO DO IFPB. 78. 6 CONSIDERÇÕES FINAIS. 90. REFERÊNCIAS. 95. APÊNDICES. 103.

(14) 9. 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O cenário cada vez mais mutável e desafiador no qual estão inseridas as instituições de ensino exige uma postura proativa e reflexiva por parte de seus membros que se veem diante da necessidade de encontrar novos modelos de gestão. De acordo com Tenório e Argollo (2009), frente às tendências atuais da educação que têm legitimado as políticas neoliberais, esses atores precisam ser responsáveis por criar mecanismos e estratégias para dar conta dos novos desafios no cenário mundial. Dessa maneira, a avaliação passa a ser vista como um elemento importante, posto em duas nuances de análise, como princípio básico de regulação do Estado e como importante ferramenta de gestão da qualidade, numa perspectiva mais abrangente, devendo influenciar as práticas e decisões nas instituições educacionais. A avaliação institucional “consiste num empreendimento sistemático que vai muito além de práticas avaliativas pontuais e fragmentadas, busca a compreensão global da instituição, pelo reconhecimento e pela integração de suas diversas dimensões” (BALZAN; DIAS SOBRINHO, 2011, p.9). Assim, esses mesmos autores destacam que muitos critérios de subjetividade estão envolvidos na execução da avaliação institucional, por isso, não é uma tarefa simples de ser desempenhada, caracterizando-se para Dias Sobrinho (2008) como uma atividade complexa, devido à necessidade de ter que articular múltiplos atores e diferentes perspectivas, a subjetividade da avaliação é dimensão essencial, em combinação com os aspectos objetivos da vida e das ciências formais, não devendo se reduzir a testes objetivos ou que negam a subjetividade, e que possam vir a afastar as reflexões e questionamentos partilhados dos avaliadores. Nessa perspectiva, ao discutir a avaliação no contexto das instituições de ensino, cabe ressaltar que esta encontra-se inserida em um cenário social, isto considerando que diferentes grupos nela estão envolvidos e diversos interesses são por ela afetados. Nesse sentido, pode ser considerada uma atividade coletiva, que deve contemplar os diversos atores que dela fazem parte e não pode se separar do contexto da gestão, pois é uma atividade de suporte administrativo e uma ferramenta de decisão. De acordo com Galdino (2005) a avaliação funciona como um artífico que respalda as decisões tomadas pelos gestores, a gestão afirma sua eficiência, eficácia e efetividade ao se inserir e promover o processo auto avaliativo, ao aliar a seu planejamento os indicativos da avaliação, na busca por excelência. Sendo assim, a autoavaliação no ensino superior e sua finalidade no trabalho do gestor escolar podem ser consideradas como ferramentas que permitem o diagnóstico da realidade institucional,.

(15) 10. compõem um processo de autoconhecimento que leva o gestor a ter um olhar mais ampliado sobre as qualidades e fragilidades da instituição sob sua gestão. Avaliação e gestão precisam, portanto, estar alinhadas para permitirem o desenvolvimento da instituição educativa, tornam-se interdependentes no propósito de aperfeiçoar os processos desenvolvidos pela instituição para a partir daí se conseguir alcançar os objetivos institucionais de modo coletivo (SILVA, 2015). Dessa maneira, o processo de avaliação institucional tem um caráter sistêmico e global, e de acordo com Souza e Kipnis (2016), deve ser conduzido como prática permanente e autônoma, retratando a realidade institucional, visando promover a melhoria da qualidade dos serviços prestados pela instituição em sua totalidade. Sobre a questão, Dias Sobrinho (2003) ressalta que a avaliação institucional deve ser democrática e participativa, partindo de uma busca conjunta da compreensão das dimensões essenciais de uma instituição e das possibilidades de transformações e melhorias dos serviços prestados. Assim, é entendida pelo autor como uma questão profunda que vai além do cumprimento da obrigação legal de avaliar, atendendo à exigência ética da melhoria do funcionamento institucional, elevação da efetividade científica e social e aumento da conscientização da comunidade acadêmica. Dessa maneira, é em função da formação e dos sentidos público e social da instituição educativa que devem ser avaliados o ensino, a pesquisa, a vinculação com a comunidade acadêmica, a gestão e a infraestrutura. Ao considerar o contexto histórico da avaliação no Brasil, particularmente no que se refere à avaliação institucional, percebe-se que o tema passou a ser amplamente discutido principalmente a partir de meados da década de 1980 e 1990, quando o novo modelo de Estado, marcado pelo neoliberalismo e pelas concepções de Estado mínimo, trouxe à tona debates sobre a necessidade de participação do Estado na sociedade e sobre as questões de eficiência e efetividade de suas ações. A década de 1990 assistiu à implementação de políticas de ajustes neoliberais, o espaço privado conquistou nova amplitude e visibilidade e o setor educacional foi um dos que sentiu as consequências do novo panorama que se instalara. As instituições educacionais e em especial as Instituições de Ensino Superior (IES) foram infladas de políticas neoliberais que provocaram reformas estruturais nas universidades por meio de um intenso processo de privatização (TAVARES; OLIVEIRA; SEIFFERT, 2011). Esse foi o contexto que fortaleceu a Administração Pública Gerencial no Brasil, o modelo gerencialista provocou alterações na organização e no funcionamento das instituições de ensino, as políticas educacionais passaram a ser desenvolvidas à luz da ideologia neoliberal, cujos principais interesses estão nos aspectos econômicos..

(16) 11. A educação ficou, nesse período, sob a égide do binômio privatização–mercantilização e as instituições de ensino precisaram encontrar meios para mostrar à sociedade seu valor e a qualidade dos serviços prestados (LORDÊLO e DAZZANI, 2009). Essa conjuntura foi propícia ao fortalecimento da avaliação na educação brasileira, pois ao mesmo tempo em que as instituições precisavam ser socialmente reconhecidas, o Estado, na lógica adotada, precisava mensurar resultados e acompanhar de perto o desempenho das instituições de ensino. Isso é discutido por Trevisan e Sarturi (2016, p.4) quando destacam que no “Estado Neoliberal, a avaliação é vista como peça-chave para a regulação da educação ofertada por instituições públicas e privadas” e isso foi importante para a difusão de modelos de avaliação na educação superior brasileira. A partir de então, como elucidam Barreyro e Rothen (2006), o financiamento público de algumas instituições sociais passa a ser questionado. As instituições de ensino superior enfrentam nesse período uma profunda reestruturação no sentido de adequarem suas atividades a uma gestão mais racional e eficiente. Assim, o Estado começa um processo de maturação das ações avaliativas nas instituições de educação superior, promovendo a formação de diversas políticas de avaliação a partir desse período. Silva (2009) destaca como principais ações avaliativas realizadas: o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), o Exame Nacional de Cursos (ENC, “Provão”), a Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos (ACOC) e mais recentemente o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), criado por meio da Lei nº. 10.861/04. O SINAES tem por finalidades a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior (BRASIL, 2004). De acordo com Davok e Brotti (2004), podem ser destacados como instrumentos de avaliação postos no SINAES a Avaliação Institucional (que se efetiva em duas modalidades: auto avaliação institucional e avaliação institucional externa), a Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). A auto avaliação, primeira modalidade da avaliação institucional indicada no SINAES, é uma avaliação educativa e de auto regulação, isso porque busca compreender a instituição em suas múltiplas dimensões e aspectos, gerando informações que dão suporte às decisões, direcionadas à melhoria contínua dos processos administrativos e acadêmicos da Instituição de Ensino Superior (IES). O agente responsável por articular as ações da auto avaliação institucional nas IES é a Comissão Própria de Avaliação (CPA) (DAVOK e BROTTI, 2004),.

(17) 12. cuja função é realizar a auto avaliação institucional, tendo como finalidade a melhoria da qualidade acadêmica e o desenvolvimento institucional pela análise das qualidades, problemas e desafios para o presente e para o futuro. Os dados coletados e demonstrados em relatórios e pareceres são enviados ao Ministério da Educação (MEC) que os utiliza na fiscalização e monitoramento das Instituições de Ensino Superior (SANTOS, 2010). Ainda como modalidade da avaliação institucional está a avaliação institucional externa, que serve como um complemento para auto avaliação, que é realizada por comissões de avaliadores externos formadas por membros cadastrados e capacitados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Sua atuação se baseia no exame de informações e documentos como: o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), os relatórios da auto avaliação institucional, os dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) e os relatórios da Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) (DAVOK e BROTTI, 2004). Quanto à Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG), está disposto na Lei que institui o SINAES que essa tem por objetivo “identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, às instalações físicas e à organização didático-pedagógica” (BRASIL, 2004), sendo, portanto, uma avaliação voltada à análise específica dos cursos de graduação como seu próprio nome já explica. Ainda está incluído no SINAES o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), que de acordo com Davok e Brotti (2004) tem como objetivo avaliar o desempenho dos discentes do ensino superior, fazendo um levantamento do perfil dos alunos dos cursos de graduação. Este é aplicado ao final do primeiro e do último ano do curso, num interstício de três anos. Sintetizando, no SINAES a avaliação está baseada nos processos de exames nacionais de desempenho, visitas de avaliadores in loco nas instituições e na auto avaliação institucional, esta triangulação burocrática de exercício do poder político se pauta na participação dos atores e na transparência das ações (ARTHUS, 2013). A política de avaliação do ensino superior, que agrega também o ensino tecnológico ofertado pela Rede Federal de Educação Ciência e Tecnologia, faz parte da temática central desta pesquisa e as implicações da auto avaliação institucional nos aspectos gerenciais das organizações são o objeto deste estudo; nessa perspectiva, será abordada a atuação da CPA, que operacionaliza a auto avaliação institucional, com vistas à compreensão da influência da auto avaliação nas decisões tomadas pelos gestores do Instituto Federal da Paraíba (IFPB)..

(18) 13. Para as instituições de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EPCT) da Rede Federal de Ensino, que antes lidavam somente com o ensino técnico, a avaliação institucional tornou-se realidade quando começaram a ofertar cursos superiores através de autorização de funcionamento do MEC, em caráter experimental, sendo marcadas por diversas transformações ao longo dos anos, pautadas nas mudanças ocorridas em sua própria estrutura. Passando de Escolas Técnicas e Agrotécnicas, para Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET) e posteriormente para Institutos Federais (IFs) (SOUZA; KIPNIS, 2016). A legislação equipara os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia às Universidades Federais. Na Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008, que Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e cria os IFs, está estabelecido no Art. 2° § 1o que “para efeito da incidência das disposições que regem a regulação, avaliação e supervisão das instituições e dos cursos de educação superior, os Institutos Federais são equiparados às Universidades Federais” (BRASIL, 2008). Nessa perspectiva, Domingues, Marangoni e Souza (2015, p.4) afirmam que “o processo de avaliação institucional é visceral aos Institutos Federais, pois faz parte do seu modelo de concepção”. Isso porque a avaliação institucional foi implementada nos Institutos Federais num momento de mudanças múltiplas, abarcando transformações organizacionais e, sobretudo, didático-pedagógicas. Esse contexto de transformações evidencia a necessidade de estudos que viabilizem o conhecimento do processo desenvolvido nesse âmbito e permita elucidar as questões pertinentes a uma melhor implementação do processo de auto avaliação institucional nessas instituições (SOUZA; KIPNIS, 2016). De acordo com Dias et.al (2006), o SINAES delegou às instituições de ensino a responsabilidade de gerir o processo de auto avaliação interna por meio das CPA’s, mas as próprias instituições carecem de uma cultura sistemática de auto avaliação e isso faz com que o SINAES tenha que apresentar às IES um conjunto de princípios regulamentares para a operacionalização dos processos que devem ser implantados, isso torna-se um desafio, uma vez que muitas são as atribuições das IES que têm que responder por aspectos amplos na formação do estudante, passando por critérios acadêmicos, mas também profissionais, éticos e políticos dos cidadãos. O desafio dá-se também para os gestores da avaliação, no caso particular da auto avaliação, os membros da CPA, que têm de vencer as barreiras da falta de cultura avaliativa dentro das instituições para promover avaliações formativas e que repercutam na rotina de gestores e coordenadores e na comunidade acadêmica como um todo. Nessa perspectiva, de acordo com Botelho et. al (2014), as CPA’s devem se propor a elaborar relatórios abrangentes e detalhados, de tal maneira que se tornem úteis na tomada de.

(19) 14. decisões e na melhoria das ações promovidas pelas instituições de ensino superior. Isso para que se tenha uma avaliação capaz de colaborar com a gestão institucional e com a qualidade dos serviços prestados, devendo ser fomentada a participação e “o comprometimento dos gestores, no sentido de se utilizar dos resultados de tal avaliação para a melhoria da instituição como um todo” (BOTELHO et. al, 2014, p.6). De outra maneira, fica comprometida a qualidade do trabalho da CPA, uma vez que para que os resultados da avaliação institucional “possam de fato contribuir na evolução da IES não basta a utilização dos instrumentos estabelecidos no SINAES, se faz também necessário uma atuação responsável dos atores envolvidos” (BOTELHO et. al, 2014, p.6). Assim, percebe-se uma lacuna a ser estudada no processo de implementação da auto avaliação institucional, de fazer com que membros da CPA e os gestores do IFPB reflitam sobre o modelo de auto avaliação vigente, de modo que percebam se esse processo tem sido capaz de repercutir nas decisões gerenciais ou se tem apenas servido como cumprimento legal do que está estabelecido no SINAES. Essa reflexão parte do que foi discutido por Dias et. al (2006), quando ressalta a necessidade de estudar a avaliação institucional contemplando aspectos qualitativos de análise de modo que se possa contribuir para o fomento de avaliações nas quais os resultados produzam efeitos formativos e educativos nas instituições. O Decreto 9235 de 15 de dezembro de 2017 reforça esse entendimento quando dispõe em seu Art. 1º § 3º que “a avaliação será realizada por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, com caráter formativo, e constituirá o referencial básico para os processos de regulação e de supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade”. Desse modo, o caráter formativo e a valorização dos aspectos qualitativos são postos como elementos centrais e balizadores do processo de avaliação. Diante do exposto, este trabalho procura problematizar o processo de auto avaliação institucional no IFPB, captando a percepção dos membros da CPA e dos gestores do Instituto quanto à capacidade desta avaliação influenciar a gestão, visando aprimorar o processo de auto avaliação institucional no IFPB. Dessa forma, pretende-se responder: Até que ponto o processo de auto avaliação institucional realizado pela CPA influencia as decisões dos gestores do IFPB, considerando o ciclo avaliativo de 2015 a 2017?.

(20) 15. 1.2 OBJETIVOS. Objetivo Geral Analisar o nível de influência do processo de auto avaliação institucional, realizado pela CPA, nas decisões dos gestores do IFPB, considerando o ciclo avaliativo de 2015 a 2017.. Objetivos Específicos Identificar as etapas e ações empregadas no processo de auto avaliação institucional do IFPB no período de 2015 a 2017. Especificar as fragilidades e potencialidades do processo de auto avaliação institucional no IFPB. Apresentar a percepção dos membros da CPA e dos gestores do IFPB quanto à repercussão da auto avaliação institucional nas decisões desses gestores. Identificar o nível de envolvimento dos gestores na auto avaliação e quais canais possibilitam a sua participação nesse processo..

(21) 16. 1.3 JUSTIFICATIVA. As instituições de ensino superior são dotadas de responsabilidades múltiplas, estando inseridas em contextos complexos. Assim, cada instituição busca mecanismos para melhor responder as exigências que lhes são impostas e melhor gerenciar os recursos escassos sem perder de vista a qualidade do ensino oferecido. Isso é apontado por Dias Sobrinho (2011), quando afirma que a exigência da avaliação nas instituições de ensino tem crescido na mesma proporção em que aumenta a crise nas instituições de ensino superior, devido em parte aos problemas orçamentários cada vez mais latentes e as dificuldades de responder satisfatoriamente às múltiplas, complexas e até mesmo contraditórias demandas que lhes são cumulativamente postas. A razão para se avaliar uma instituição de ensino no “sentido mais profundamente pedagógico da avaliação não está só no resultado final que pode ser observável e quantificável como produto, mas está arraigado nos movimentos intersubjetivos que se produzem continuamente em todas as artérias da instituição” (DIAS SOBRINHO, 2011, p.56). Essa análise feita por Dias Sobrinho induz a reflexão sobre a relevância da avaliação para as instituições que passaram a buscar meios para que a avaliação institucional fosse colocada em prática, cumprindo as exigências estabelecidas pelos sistemas de avaliação criados pelo Governo Federal, com destaque para o papel do mais recente deles, o SINAES. No caso do IFPB pode-se destacar um marco importante em relação à avaliação institucional que foi a regulamentação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) nesse instituto. A resolução do Conselho Superior do IFPB (CONSUPER), n° 241 de 17 de dezembro de 2015, “dispõe sobre a aprovação do Regulamento da Comissão Própria de Avaliação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba”. Em seu Art. 2° está escrito que a “CPA terá como foco o processo de avaliação que abrange toda a realidade institucional, considerando-se as diferentes dimensões institucionais que constituem um todo orgânico expresso no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Projeto Pedagógico Institucional (PPI)”. A CPA desenvolve um trabalho interno que reflete diretamente na qualidade da avaliação considerada em escala institucional, este pode também ter reflexos no panorama nacional de avaliação, uma vez que os relatórios dessa comissão serão objeto de discussão e análise da comunidade acadêmica, e também dos gestores da educação no país, que poderão, a partir dos relatórios de auto avaliação coletados, fazer parâmetros com as ações encontradas na.

(22) 17. visita in loco correspondente à avaliação externa, o que permite numa maior escala realizar um comparativo geral da qualidade do ensino superior ofertado no Brasil. Assim, justifica-se o valor de analisar as ações executadas pela CPA em virtude da importância e abrangência do seu trabalho no IFPB, sendo esta responsável pela condução da auto avaliação institucional. É necessário destacar que além de cumprir o marco legal posto pelo SINAES, a auto avalição é um elemento que se for absorvido e internalizado pela instituição pode ser uma ferramenta de gestão importante, a agir como uma via para melhoria dos processos, sejam eles administrativos ou acadêmicos, caracterizando-se assim como um elemento cada vez mais substancial para as instituições de ensino. De acordo com Nunes, (2012, p.61). a auto avaliação é o componente central do processo avaliativo proposto pela avaliação institucional, deve fornecer uma visão global das 10 dimensões avaliadas pelo SINAES a partir da perspectiva de todos os sujeitos envolvidos: professores, estudantes, técnicos administrativos e membros da comunidade externa.. Dessa forma “a auto avaliação possibilita às IES adquirir maior conhecimento de si, ao identificar avanços e melhorias desde a estrutura física até o compromisso social” (SANTOS, 2014, p.33). Pode-se destacar que as ações desenvolvidas pela CPA analisam a atuação da instituição como um todo, nas suas diversas áreas, caracterizando-se como uma atividade essencial para o aprimoramento da qualidade da gestão e dos serviços prestados pelas instituições de ensino, inclusive pelo IFPB. Este estudo torna-se relevante ao promover a reflexão quanto à relação entre a auto avaliação no Instituto Federal da Paraíba e a gestão institucional, visto que o IFPB passa pelo primeiro ciclo avaliativo após a criação da resolução de n° 241 de 2015, que atualmente regulamenta o processo de auto avaliação na instituição, é uma nova forma de condução do processo e como tal precisa ser compreendida para identificar o que já está sendo implantado satisfatoriamente e o que porventura precisa de melhorias. O processo de auto avaliação institucional do ciclo avaliativo em análise está em construção, existem dois relatórios parciais com resultados da avaliação nos anos de 2015 e 2016, e a avaliação referente a 2017 está sendo executada. Esse trabalho tem a função de tentar proporcionar uma visão sistêmica, a fim de dar feedback aos membros da CPA e mais ainda promover a crítica do processo por parte desses agentes que o operacionalizam, e dos gestores do IFPB, tentando compreender se a auto avaliação está funcionando apenas para cumprir o.

(23) 18. marco regulatório do SINAES, ou se há adesão da comunidade acadêmica, no sentido de agregar às suas ações os resultados ofertados pela CPA em seus relatórios de avaliação. A opção feita nesse estudo foi de estudar a percepção dos membros da CPA e dos gestores do IFPB, partindo do entendimento de que a visão dos dois grupos é importante para compreender a relação auto avaliação/gestão. Os primeiros são responsáveis pela coordenação do processo, os segundos vão dar a sua percepção sobre a influência prática da auto avaliação em sua rotina de decisões enquanto ocupantes de cargos de gestão. Assim, o intuito aqui esboçado é promover uma reflexão sobre o processo de auto avaliação institucional e sobre sua repercussão na gestão do IFPB, visto que, o planejamento e execução de políticas e ações institucionais devem ser retroalimentadas pelas informações contidas nos relatórios de auto avaliação, sob o risco de não serem detectadas melhorias representativas sobre os aspectos avaliados, pois um aprimoramento institucional só é efetivo quando os segmentos consultados majoritariamente percebem os avanços desejados entre os interstícios avaliativos, de outra forma o sucesso da auto avaliação fica comprometido (IFPB, 2016). Dessa maneira, é essencial que os membros da CPA não somente avaliem, mas refletiam sobre o modo como os gestores do IFPB utilizam os resultados da auto avaliação em sua prática administrativa e pedagógica, para a partir disso, poderem criar estratégias de melhoria e tentar entender o que é preciso fazer para realizar um processo cada vez mais atuante e de aplicação prática na rotina do IFPB, na construção de uma instituição cada vez melhor, atuante e participativa. Este trabalho torna-se ainda relevante na perspectiva de sua contribuição para a gestão pública, em um cenário no qual as instituições de ensino superior estão sendo cada vez mais questionadas quanto a real necessidade de serem mantidas integralmente pelo Estado, a avaliação pode ser um elemento que justifique a própria existência da instituição além de permitir que ela busque a melhoria de seus processos e dos serviços prestados. Assim, entender como está sendo conduzida a auto avaliação institucional permite identificar potencialidades, fragilidades e caminhos para melhorar o gerenciamento do processo, isso é essencial para o feedback que as instituições devem oferecer à sociedade sobre sua atuação, sendo uma via para uma melhor prestação de serviços e aperfeiçoamento das instituições públicas. O interesse da pesquisa partiu de uma motivação pessoal da autora desse trabalho quanto à utilização prática dos resultados da avaliação no serviço público e na educação superior. Muitas vezes, a avaliação é relegada a segundo plano na área pública, sendo em alguns.

(24) 19. momentos considerada desnecessária ou apontada como um instrumento que não consegue oferecer os resultados práticos que determina em seus relatórios. “Parece que se teoriza muito mais sobre avaliação do que na realidade se pratica, ou dela saem decisões, com vistas a retroalimentar as tomadas de decisões necessárias à gestão das instituições e às políticas educativas e avaliativas” (ARGOLLO, 2010, p.15). O modelo de avaliação posto nas instituições de ensino no Brasil acabou tornando-se predominantemente técnico e operacional, com uma supervalorização dos aspectos quantitativos em detrimento daqueles qualitativos, atrelados às suas reais possibilidades de pesquisa, cujo objetivo principal é gerar informações pertinentes à realidade, com vistas à melhoria dos processos e planos institucionais, da gestão e da prestação de contas à sociedade (ARGOLLO, 2015). Dessa forma, pode-se apontar a relevância teórica desse estudo para o avanço do conhecimento na área de auto avaliação institucional, a medida em que ainda há na literatura especializada uma carência de estudos que se voltem aos aspectos qualitativos e formativos desse processo. Com escopo diretamente qualitativo de análise foram identificados na literatura os de Sobrinho (1996, 2003, 2008), Barreyro e Rothen (2006), Espíndola (2007), Silva (2009), Tenório e Argollo (2009), Santos (2010), Argollo (2010), Balzan e Dias Sobrinho (2011), Silva e Gomes (2011), Menezes (2012), Nunes (2012), Arthus (2013), Santos (2014), Ferreira (2014), Argollo (2015), Ferronato (2016), Souza e Mendes (2017). Há uma carência ainda maior de estudos que relacionem auto avaliação e gestão institucional, e é nesta seara que esse estudo se aplica. Esse trabalho reflete a auto avaliação sob o viés da aplicação na gestão, indo além dos aspectos puramente técnicos, operacionais e regulatórios apontados por Argollo (2015). A partir desse contexto, cabe a discussão quanto à necessidade de fomento de práticas avaliativas que visem de modo mais amplo a melhoria dos serviços prestados pelas instituições públicas e uma valorização dessas práticas. Os autores apontados no estado da arte dessa pesquisa discutem a questão a avaliação institucional como elo importante na construção de práticas avaliativas mais voltadas à busca da qualidade, esse trabalho segue essa linha de análise, estabelecendo-se como uma pesquisa que ao tentar compreender o processo de implementação da auto avaliação institucional, o trabalho da CPA e a repercussão do processo avaliativo na gestão visa contribuir para um aprimoramento dos estudos nessa área e para a melhoria dos serviços prestados pelo IFPB, demonstrando a relevância social deste estudo que ao fazer isso espera proporcionar uma.

(25) 20. relação melhor do Instituto com sua comunidade interna e externa na promoção de um serviço público de alta qualidade, capaz de atender os anseios da sociedade. Vale destacar que foram inseridas como critérios de busca no Portal de Periódicos Capes/MEC, incluindo a Plataforma SIELO, o Directory of open access Journals, os Repositórios Institucionais de algumas Universidades e Institutos Federais as seguintes expressões: “auto avaliação institucional nos Institutos Federais” e Avaliação Institucional nos IF’s”, assim como também foram realizadas consultas em anais de eventos na área de avaliação, em dissertações e teses publicadas sobre a questão, tendo sido identificados poucos trabalhos tratando do tema auto avaliação nos Institutos Federais: Moura (2006), Tenório e Argollo (2009), Moraes, et. al (2012), Eloi (2013), Domingues, Marangoni e Souza (2015), Saboya (2015), Souza e Kipnis (2016), Souza e Mendes (2017). Na maioria desses estudos o processo de auto avaliação encontra dificuldades para se consolidar na prática como um processo formativo, democrático e que conta com a adesão da comunidade acadêmica, caracterizandose como processos pró-forme. Particularmente no Instituto Federal da Paraíba não foi encontrada nas bases de dados pesquisadas nenhuma investigação com o escopo de atuação proposto nessa pesquisa, carecendo a temática de ser aprofundada. A realização da pesquisa se mostra viável no que diz respeito ao acesso aos membros da CPA e aos gestores do IFPB, ambos se mostraram interessados nos resultados que dela virão, uma vez que nunca foram feitos estudos dessa natureza na instituição. Ressalte-se a necessidade deste estudo meta avaliativo como forma de permitir que os envolvidos na coordenação da auto avaliação e os gestores do IFPB reflitam sobre sua aplicação, identificando formas de melhorar a sua implementação e internalização por parte da comunidade acadêmica. Ao refletir sobre a estruturação do processo, potencialidades, fragilidades e repercussão prática poderão buscar alternativas que viabilizem uma aplicação eficiente dos resultados da auto avaliação institucional no IFPB..

(26) 21. 2 REFERENCIAL TEÓRICO. 2.1 AVALIAÇÃO: CONTEXTO E DEFINIÇÕES. O interesse pelo estudo da avaliação neste século contemplou diversos autores que a estudaram à luz de várias perspectivas de análise, Argollo (2015) explica que nos últimos cem anos muitos autores se dedicaram a estudar e compreender o conceito e a evolução da avaliação, sendo esses estudos marcados pelo contexto econômico, político e social da época em que foram realizados. “Ao longo dos anos, várias foram as concepções, finalidades e modelos de avaliação; alargou-se o entendimento de avaliação tipicamente voltada para aprendizagem indo a outros campos mais abrangentes como disciplinas, programas, organizações, instituições” (ARGOLLO, 2015, p. 84). Dessa maneira, ao se estudar a temática avaliação cabe uma contextualização que permita o entendimento sobre o que esta palavra representa e sob qual ótica será estudada, uma vez que de acordo com Argollo (2015, p.82) a avaliação apresenta uma ampla variedade de abordagens, conceitos e modelos passíveis de serem aplicados em diversos contextos, situações, propósitos e sujeitos. Dada a complexidade e abrangência que a revestem, suas concepções teóricas avançam mais rápido que a sua implementação, pois esta suscita valores, medos, mitos inerentes aos sujeitos envolvidos que põem em questão suas concepções, finalidades e legitimidade.. Ao refletir sobre a avaliação como prática, é importante percebê-la como parte de um processo de tomada de decisão, nos mais diferentes contextos, envolvendo situações cotidianas ou complexas, mas partindo da ideia de que quem avalia se propõe a analisar para identificar situações positivas ou negativas e montar alternativas de convivência com as realidades encontradas. Nessa perspectiva, Oliveira (2014) discute que o ato de avaliar não se restringe a determinados setores, atividades ou perspectivas, está presente em diversas situações do cotidiano das pessoas, atrelada à tomada de decisão e ao alcance de objetivos. Não necessariamente será um processo formalmente estruturado, mas se caracteriza por envolver julgamento e escolhas, “ainda que feita de modo inconsciente, tem-se embutida uma ideia do que é melhor ou pior em uma determinada perspectiva, quer dizer, avaliam-se os prós e os contras de determinada escolha. Sendo escolhas subjetivas baseadas em percepções, suposições e valores” (ARGOLLO, 2015, p.83)..

(27) 22. Dito de outra forma, pode-se discutir que a avaliação vai além dos fatores objetivos, adquirindo um viés de subjetividade à medida que envolve pessoas e seus interesses pessoais ou coletivos. De acordo com Oliveira (2014), a avaliação está ligada aos valores que um indivíduo ou grupo consideram importantes e que servem como parâmetro para o julgamento daquilo que se aprecia. Assim, cultura e valores são fatores implícitos ao processo de avaliar e por isso, para Oliveira (2014), não há neutralidade nas avaliações, ou seja, os pesquisadores não são neutros, nem tão pouco imparciais, mas sim buscam sistematizar as avaliações baseados em um referencial teórico-metodológico, pautado naquilo que as pessoas consideram importante. Corroborando, Bernardes (2014) destaca que a avaliação traz em sua essência a ação política, sempre existe uma intenção no uso dos resultados da avaliação, e seu processo de implementação passa por dimensões específicas, são elas: a dimensão ética, a pedagógica e a política. A primeira está relacionada à forma como o processo é conduzido, a segunda reflete a capacidade de a avaliação conseguir ser educativa e formativa e a terceira diz respeito à finalidade da avaliação, o que se pretende com seus resultados, de que forma e aonde serão utilizados. Na tentativa de melhor entender o que significa avaliação Dias Sobrinho (2008, p.200) discute que a mesma se caracteriza como “um processo social e intersubjetivo: uma relação interpessoal que questiona e produz os sentidos, as percepções e os saberes, que constituem os posicionamentos dos sujeitos ante uma realidade”. Por isso mesmo, de acordo com Ristoff (2011), essa palavra carrega consigo uma variada gama de significados, não pode ser minimizada a escopos desconexos de análise, ou a práticas, índices e definições simplistas. Há nas avaliações uma carga de valores e visões de mundo que a constroem, sendo por isso mesmo complexa a sua execução e análise. Dessa maneira, Argollo (2015) entende que muitos elementos e perspectivas estão envolvidos elaboração das avaliações e nesse contexto se tenta estabelecer propostas que consigam abarcar as nuances e dimensões que nela estão envolvidas, e é justamente por essa pluralidade que não existe um melhor conceito ou definição de avaliação, pois cada realidade pede uma escolha que melhor a retrate. Escolher o que e como avaliar e ainda entender qual valor que uma avaliação pode agregar em dada situação é o contexto que perpassa as decisões dos processos avaliativos, uma vez que de acordo com Souza (2009) as avaliações se produzem em determinadas situações concretas, pautadas nos valores sociais daqueles que as conduzem. É uma temática abrangente e a literatura dá aporte às discussões, mas em quase todas elas, a atribuição de valor é uma.

(28) 23. característica constante e é por meio dela que os indivíduos são reconhecidos como sujeitos que possuem papel social. A avaliação pensada numa perspectiva mais contextualizada e formativa, menos tecnicista e regulatória implica num repesar de técnicas e ferramentas utilizadas, visando um processo colaborativo e democrático capaz de acompanhar. o aumento gradual da complexidade das situações e das demandas, que não se limita ao aperfeiçoamento das técnicas e dos métodos, mas, sobretudo, à mudança da concepção acerca do processo, da sua importância, dos seus objetivos e finalidades. A avaliação, deixa de ser uma atividade meramente técnica e incorpora duas outras importantes dimensões: a dimensão política e a dimensão ética. Esta visão ampliada da avaliação a transforma, sobretudo, numa atividade de negociação entre avaliador e avaliado, exigindo, assim, não só o aperfeiçoamento constante dos instrumentos e métodos de avaliação, como também uma postura mais democrática e participativa tanto na elaboração, quanto na execução da avaliação (RIBEIRO, 2009, p. 59).. Esse olhar sobre a avaliação leva à compreensão de que o ato de avaliar não deve se configurar como algo impositivo e centralizador, a avaliação deve ir muito além da sistematização de um controle rígido e burocratizado. Conforme explica Dias Sobrinho (2008), avaliação e controle não devem ser confundidos. Apesar do controle fazer parte do processo de avaliação, esta é mais ampla e abrange outras perspectivas que o controle não contempla, tendo como característica a necessidade de ser participativa e democrática. Assim a avaliação é um processo que vai além do controle pois,. por meio da avaliação é possível compreender os pontos que precisam ser melhorados em determinada situação, os avanços alcançados por pessoas ou instituições, os desvios cometidos sobre o planejado e as pessoas que se destacaram, positivamente ou negativamente, durante o processo. A avaliação oferece informações úteis para que as práticas e escolhas sejam julgadas, conduzindo para a decisão de novas alternativas e optando por novos caminhos. (OLIVEIRA 2014, p.57).. A partir dessa reflexão pode-se avançar para a discussão do entendimento da avaliação no contexto educacional partindo da afirmação posta por Ribeiro (2009, p. 58) de que “apesar da importância e da intensa aplicação em todos os campos e atividades humanas, foi no campo da educação que a avaliação se popularizou e assumiu um destacado papel nos processos de ensino aprendizagem”. De modo geral, de acordo com Souza (2009, p.25), a avaliação educacional deve ser vista como uma questão pública, que vai além das questões técnicas. Não deve ser percebida apenas como “uma operação para equacionar tecnicamente as divergências, abafar os conflitos, homogeneizar os interesses, camuflar as desigualdades. Ao contrário, a qualidade da avaliação.

(29) 24. se dá pela sua contribuição ao debate crítico, informando-o e melhorando-o”. Dessa maneira, nos últimos anos se percebe um protagonismo da avaliação no campo das políticas educacionais, no qual a avaliação é percebida como instrumento que deve ir além das dimensões instrumentais e de controle a ela tradicionalmente associadas, tornando-se uma expressão substantiva das políticas educacionais contemporâneas, seja em escala nacional e local, seja em escala transnacional (LIMA, 2015). A avaliação aplicada ao campo da educação normalmente tem a função de medir o rendimento escolar dos alunos e o desempenho do professor, podendo, no entanto avançar para outras nuances de análise numa perspectiva denominada de avaliação institucional, na qual a avaliação tem também a competência de julgar o trabalho das instituições de ensino e dos sistemas educacionais, no sentido de aferir resultados e identificar a consecução de objetivos previamente propostos (RIBEIRO, 2009). Há dessa maneira um novo panorama de análise, mais que questões referentes ao ensino se percebe a necessidade de avaliar também aspectos de gestão, até mesmo como forma de subsidiar os processos educacionais nas instituições, é uma junção de perspectivas e uma ampliação do papel da avaliação, ou seja, para Lima (2015) normalmente as atividades de avaliação nas organizações educativas eram tarefas desempenhadas pelos educadores como foco curricular, e que passa, sob os moldes da avaliação institucional a ser percebida como um instrumento que pode ir além desses aspectos, atuando como ferramenta de governança política e técnica de gestão. Dessa forma “na gestão educacional, a avaliação ganhou centralidade no âmbito das políticas públicas servindo também como instrumento gerencial, por meio da avaliação institucional e, em consequência, tem sido objeto de análise e pesquisa de diversos estudiosos” (ARGOLLO, 2015, p. 82). Assim, sob essa perspectiva de análise “a avaliação extrapolou os limites das relações de ensino na sala de aula e passou a mensurar a própria instituição de ensino, o sistema educacional e as políticas que regulam o setor” (RIBEIRO, 2009, p.59), contemplando o que se conhece como avaliação institucional. De acordo com Souza e Kipnis (2016), no caso particular do ensino superior a avaliação institucional tem uma perspectiva complexa de análise, devendo contemplar o autoconhecimento da realidade da instituição provendo seu aperfeiçoamento, o provimento de informações para que o Estado conheça e acompanhe a educação superior ofertada no país, de modo que essas informações sejam capazes de subsidiar a formação de novas políticas e programas públicos que sejam capazes de atender as reais demandas da sociedade..

(30) 25. A avaliação tomada no contexto das instituições, se volta à produção de informações relevantes que auxiliam a tomada de decisão, o diagnóstico institucional é subsidio para o processo decisório das instituições e a partir dele é possível propor melhorias aos processos institucionais desenvolvidos (ARGOLLO, 2015).. 2.2 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL A temática avaliação institucional está inserida em um complexo cenário, no qual muitos interesses estão envolvidos. Nessa perspectiva, Dias Sobrinho (1996) enfatiza que a avaliação institucional é um campo de disputas que está muito além dos aspectos formais e do gerenciamento das instituições educativas, apesar de ser uma questão técnica, a sua aplicação passa, necessariamente, pela sua ação e significado políticos. O que se discute nesse sentido é a perspectiva de que a avaliação institucional é um processo que precisa contemplar a instituição como um todo, “deve englobar todos os setores, divisões e departamentos da instituição, em suas dimensões pedagógica e administrativa” (UTZIG, 2012, p.67) a partir da análise global e sistemática que contemple aspectos técnicos, mas também políticos e sociais para que seja possível fazer as correlações que permitam uma inferência mais consistente da realidade institucional em todas as suas nuances. Sendo assim, de acordo com Sanchez (2009, p.37) a avaliação institucional deve extrapolar o âmbito do que pode ser medido, estratificado; deve estender seu olhar às relações acadêmicas e é tanto mais institucional quanto mais global se apresentar, tendo em vista que só assim conseguirá compreender a Instituição de Educação Superior em seu conjunto. É a visão do todo que auxiliará na compreensão da instituição em sua realidade mais concreta.. Essa questão é abordada por Silva e Gomes (2011, p.57) quando discutem que a avaliação institucional atua como um condicionante da gestão sistêmica nas instituições de ensino em relação a vários aspectos, desde os macro políticos, passando pelos pressupostos teórico-metodológicos, curriculares, pedagógicos e administrativos. Nessa perspectiva, de acordo com Dias Sobrinho (1996) a avaliação institucional está relacionada à atividade e funcionamento das instituições de ensino, adentrando em questões mais profundas que têm haver com o destino da instituição e o desenvolvimento da sociedade humana. A complexidade da avaliação institucional vai além das dificuldades instrumentais para sua execução, “é complexa nem tanto pelas dificuldades instrumentais, nem tanto pela obtenção de respostas claras e pretensamente definitivas, mas o é, sobretudo, pelo valor das questões.

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