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Com relação aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, é preciso destacar que em função da sua nova institucionalidade e das reestruturações pelas quais passaram e ainda passam, estes têm tarefa difícil na implementação da auto avaliação. Em contrapartida este cenário favorece a possibilidade de se refletir questões relativas a mudanças estruturais mais profundas, é um momento favorável que permite à gestão possibilidades de socializar projetos e desenvolver propostas coletivas, fazendo com que este processo seja incorporado às práticas diárias da instituição (MENEZES, 2012).

No caso particular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) a CPA acompanhou a evolução e mudanças que ocorreram na instituição ao longo do tempo. No biênio 2005-2006 a Comissão Própria de Avaliação realizou Avaliação Institucional Interna no ainda chamado Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (CEFET-PB), foi um trabalho baseado na análise crítica da estrutura e contou com a participação de docentes, técnico-administrativos e discentes. Em 2009 com o processo de transformação na Rede Federal de Ensino, os CEFET’s passaram a chamar-se Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia, no caso Paraibano – IFPB (IFPB, 2015). Nesse período, 2008-2009,

a CPA realizou um novo processo de auto avaliação institucional para o acompanhamento das atividades de gestão, ensino, pesquisa e extensão, garantindo espaço à crítica e às contradições, oferecendo subsídios para a tomada de decisão, o redirecionamento das ações, otimização e sucesso do planejamento quantitativo e qualitativo o IFPB, além de incentivar a formação de uma cultura avaliativa (IFPB, 2015, p.10).

No biênio 2010-2011 avaliação foi realizada por meio de um sistema informatizado, o “Q-Acadêmico”, no qual foi disponibilizado o instrumento de avaliação, contemplando somente os servidores que na época já dispunham desse novo sistema nos Campi de João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras. Já a avaliação de 2011-2014, realizada pela CPA no período de 01 a 12 de março de 2013, contou com a participação de um número maior de pessoas e envolveu praticamente todos dos campi do IFPB, João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras, Cabedelo, Monteiro, Patos, Picuí, Princesa Isabel e Sousa, a auto avaliação foi realizada por meio de questionário disponibilizado no “Q-Acadêmico”, com a ressalva do Núcleo Avançado de Guarabira que por não ter acesso ao sistema participou respondendo questionários impressos que depois foram inseridos à apuração total dos resultados (IFPB, 2015).

Nesse mesmo período foi instituído por meio da Resolução n° 101, de 30 de maio de 2012 o Regulamento da CPA no IFPB, este documento dispôs sobre a estruturação, composição e atribuições da CPA além dos procedimentos de avaliação interna (IFPB, 2012).

Em 2015 foi realizada nova alteração em relação à CPA no IFPB, sendo instituída a resolução n° 241, de 17 de dezembro de 2015 do IFPB. Esta resolução “dispõe sobre a aprovação do Regulamento da Comissão Própria de Avaliação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba” (IFPB, 2015), ela esclarece o papel da CPA no IFPB, afirmando que o foco da comissão deverá ser o processo de avaliação, de modo que seja abarcada toda a realidade institucional. Em linhas gerais a resolução 241/2015 “preestabelece a coordenação dos procedimentos avaliativos internos, apoiada por suas representações sistêmicas nos campi, por meio das Subcomissões Próprias de Avaliação (SPAs)” (IFPB b, 2015, p.11).

A CPA no IFPB passa então a um processo de reestruturação, esse processo “contempla a formação de uma nova comissão, constituída através da Portaria nº 2049/2015, e ganha instalações físicas próprias, com sala exclusiva, dotada de serviços de secretaria em período integral e infraestrutura de apoio” (IFPB b, 2015, p.11).

De acordo com a Art. 20 da resolução 241/2015 está sob a responsabilidade da CPA a coordenação do processo de avaliação interna no IFPB, desde sua elaboração conceitual até a apresentação dos relatórios de avaliação que deverão ser divulgados à comunidade acadêmica. O parágrafo único do art. 2° desta resolução expõe que

com vistas à implantação de uma cultura de avaliação num processo reflexivo, sistemático sobre a realidade institucional e uma análise contínua da ação educativa, buscando vê-la com clareza, profundidade e abrangência, tem-se por finalidade a instalação de um sistema de informação e divulgação de dados, ágil e preciso, com a participação dos diferentes segmentos da Instituição, garantindo a democratização das ações (IFPB c, 2015, p. 2).

A representação das categorias que compõem uma CPA deve partir de representações de cada categoria que forma a instituição, sendo assim, de acordo com a Resolução 241/2015 a CPA do IFPB será composta de maneira a garantir uma disposição equânime dos seguimentos que compõem o Instituto além de contemplar a sociedade civil organizada. A composição da CPA no IFPB está estabelecida da seguinte forma:

I – 2 (dois) representantes do corpo docente e 2 (dois) suplentes;

II – 2 (dois) representantes do corpo técnico-administrativo e 2 (dois) suplentes; III – 2 (dois) representantes do corpo discente e 2 (dois) suplentes;

V – 1 (um) representante da Coordenação de Comunicação Social da Reitoria e 1 (um) suplente;

VI – 1 (um) representante do Departamento de Pesquisa Institucional da Reitoria e 1 (um) suplente (IFPBc, 2015, p. 3).

Estes representantes serão responsáveis por desempenhar as atribuições da CPA no IFPB. A respeito dessas atribuições está disposto no Art. 13 da resolução 241/2015 que compete à CPA:

I – coordenar e articular o processo interno de avaliação da Instituição; II – elaborar o projeto de avaliação, definindo objetivos, estratégias, metodologia, recursos e calendário das ações avaliativas; III – promover, no processo de auto avaliação, a sensibilização, buscando o envolvimento da comunidade acadêmica na construção da proposta avaliativa por meio da realização de reuniões, palestras, seminários, entre outros; IV – sistematizar as demandas/ideias/sugestões oriundas dessas reuniões de sensibilização; V – definir a composição dos grupos de trabalho atendendo aos principais segmentos da comunidade acadêmica (avaliação de egressos e/ou dos docentes; estudo de evasão, etc); VI – elaborar instrumentos para a coleta de dados: entrevistas, questionários, grupos focais e outros; VII – definir a metodologia de análise e interpretação dos dados coletados; VIII – definir as condições materiais para o desenvolvimento do trabalho: espaço físico, docentes e técnicos administrativos com horas de trabalho dedicadas a esta tarefa; IX – definir o formato do relatório de auto avaliação; X – definir o cronograma de reuniões sistemáticas de trabalho; XI – organizar e discutir os resultados da auto avaliação com a comunidade acadêmica e publicar as experiências; XII – acompanhar os processos de avaliação desenvolvidos pelo Ministério da Educação, realizando estudos sobre os relatórios avaliativos institucionais e dos cursos da instituição (IFPB, 2015, p.6).

Deve-se especificar ainda que o referido regulamento traz a obrigatoriedade de que a Comissão Própria de Avaliação não atue sozinha, a CPA do IFPB fica então condicionada a estabelecer relação direta com os Campi do Instituto, uma que cada campus núcleo ou centro vinculado diretamente à reitoria deverá formar sua própria comissão de avaliação, denominada de Subcomissão Própria de Avaliação (SPA). Essas subcomissões terão de acordo com o art. 11 § 1º do regimento a finalidade de implementar e acompanhar as atividades inerentes ao processo de auto avaliação nas respectivas unidades.

O regimento interno da CPA no IFPB dispõe da avaliação institucional como um processo e como tal deve ter suas ações planejadas e elaboradas de acordo com a realidade da instituição. O planejamento deve conter I – os instrumentos de avaliação a serem utilizados; II – os seguimentos consultados; III – o calendário de atividades (IFPB, 2015). Vale destacar que apesar de autônomo o trabalho da CPA deve ocorrer com total apoio da instituição. Conforme destaca o Art. 23 da Resolução 241 “A Instituição deverá fornecer à CPA as condições materiais, de infraestrutura e de pessoal necessários à condução de suas atividades”, não deve a instituição se esquivar dessa responsabilidade.

No projeto de avaliação institucional elaborado no IFPB para o triênio 2015-2018 fica determinada a função da CPA neste Instituto, sendo destacado no documento, que

é atribuição da Comissão Própria de Avaliação promover o fornecimento de informações e o acompanhamento contínuo do desenvolvimento institucional, considerando a verificação da qualidade das políticas institucionais e das ações acadêmicas e administrativas vigentes, incluindo-se aquelas emanadas da percepção auto avaliativa dos diversos segmentos que compõem a instituição (discentes, egressos, docentes, técnicos-administrativos e sociedade) (IFPB b, 2015).

As ações promovidas pela CPA permitem que se consiga por meio do processo de auto avaliação realizar um diagnóstico de fragilidades e potencialidades da instituição; permite que sejam mais bem entendidas e realizadas ou redirecionadas políticas e ações que garantam o aprimoramento institucional; permite o engajamento dos diversos segmentos da instituição; a possibilidade de adequar os cursos superiores às exigências de qualidade requisitadas nas avaliações externas (IFPB b, 2015).

No Plano de Desenvolvimento institucional do IFPB, referente aos anos de 2015-2019 a auto avaliação está disposta como elemento importante para o aprimoramento e desenvolvimento institucional que deve ser pensado contemplando metodologia sistemática, formas de participação da comunidade e formas de utilização dos resultados nas avaliações.

A partir disso o PDI traz uma reflexão sobre o papel da CPA enquanto agente articulador a auto avalição institucional, de acordo com o documento:

A CPA tem a função de planejar, organizar, refletir e cuidar do interesse de toda a comunidade pelo processo; com a participação e envolvimento da mesma; apoiada pelos gestores do IFPB e com a disponibilização de informações e dados confiáveis, adotando a metodologia da coparticipação através de debates (IFPB b, 2015, p.197).

O PDI prevê a necessidade de compartilhamento das informações coletadas pela CPA com toda a comunidade acadêmica, destacando que ao final de cada fase “do processo de auto avaliação, a CPA deve promover um balanço crítico, através de seminários e reuniões com a comunidade, visando a análise das estratégias utilizadas, das dificuldades e dos avanços que apresentaram durante o processo, e forma a planejar ações futuras” (IFPB b, 2015, p.197).

Um aspecto inerente ao processo de auto avaliação e pontuado no PDI, é a necessidade de fomentar a auto avaliação institucional como um processo contínuo e sistemático. Essa previsão se estabelece no PDI, quando dispõe que “a auto avaliação institucional é um processo contínuo, definido por ciclos periódicos, onde as dimensões serão avaliadas na sua amplitude e

de forma deslocada no tempo, de forma a construir uma memória do desempenho institucional, oportunizando a melhoria das atividades acadêmicas” (IFPB b, 2015, p.197).

Dito de outra forma, os aspectos contemplados na auto avaliação precisam construir-se de modo que viabilizem melhorias institucionais, serão assim utilizados procedimentos que privilegiam as abordagens quali e quantitativas, de modo que sejam capazes de convergir para melhorias na instituição, contribuindo com a análise e divulgação dos resultados e buscando um sistema integrado de informações acadêmicas e administrativas (IFPB b, 2015).