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Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado

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Academic year: 2021

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(1)Encontro. Revista de Psicologia Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010. LUTA ANTIMANICOMIAL: ENVELHECENDO COM TRANSTORNO MENTAL CRÔNICO INSTITUCIONALIZADO Anti-Asylum fighting: ageing with institutionalized chronic mental illness. Edinéia Ramos Fernandes Faculdade Anhaguera de Indaiatuba eramosfer@yahoo.com. Alexandro Marcos Menegócio Faculdade Anhaguera de Indaiatuba alexandromm@ig.com.br. RESUMO Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada no Instituto de Reabilitação e Prevenção em Saúde Indaiá, teve como objetivos identificar a prevalência de doentes mentais crônicos institucionalizados, apesar da luta antimanicomial e verificar por meio de entrevistas semi-estruturadas, qual percepção o doente mental tem sobre o envelhecimento e como vivencia o seu processo de envelhecimento. Foi realizado uma entrevista semi-estruturada para o levantamento dos dados sociodemográficos e coleta dos dados qualitativos. A pesquisa revelou que apesar do movimento de desinstitucionalização psiquiátrica ocorrido nos últimos anos, ainda é grande a prevalência de moradores no Instituto de Reabilitação e Prevenção em saúde Indaiá. Palavras-Chave: envelhecimento; doente mental crônico; institucionalização.. ABSTRACT This work is the result of a research conducted at the Indaiá Health Rehabilitation and Prevention Institute, which had as its objective to trace the socio-demographic profile of the individual that ages in a psychiatric institution, as well as to verify, by means of semistructuralized interviews, which perception the mentally sick person has on the aging process and how he or she lives this process. A questionnaire was used for the survey of the socio-demographic data and a semi-structuralized interview for the collection of the qualitative data. The research showed that though the psychiatric desinstitucionalization movement that has been occurring in recent years, it is still great the prevalence of inhabitants at the Indaiá Health Rehabilitation and Prevention Institute. Keywords: aging; chronically mentally sick person; institutionalization.. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 31/8/2010 Avaliado em: 14/9/2010 Publicação: 10 de agosto de 2011. 101.

(2) 102. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. 1.. INTRODUÇÃO A Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), está ligado à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria. A luta antimanicomial é histórica e ganhou força a partir dos anos 70 quando a sociedade começou a questionar o tratamento dado aos pacientes com problemas mentais. “Os manicômios criaram uma situação muito ruim, pois faziam com que os pacientes perdessem sua identidade, privando a pessoa de sua família. Criou-se a produção da indústria da loucura visando o lucro dos manicômios” destaca Cordeiro (2008). A lei 10. 216 de 06 de abril de 2001 instituiu a Reforma do Modelo de Assistência em Saúde Mental no Brasil, conhecida como reforma psiquiátrica, que prevê a redução do número de leitos para internação e a criação de centros de atenção psicossocial (CAPS), que promoveriam tratamento sem internação (MINISTÉRIO, 2004). A política antimanicomial só se estabeleceu legalmente em 2001. Seis anos depois o país vive uma encruzilhada: fechou parte dos desumanos manicômios, mas não criou atendimento suficiente para os doentes saídos dos hospitais. Logo no seu início, as ações de desinstitucionalização no Brasil depararam-se com uma questão: o que fazer com pessoas que poderiam sair dos hospitais psiquiátricos, mas que não contavam com suporte familiar ou de qualquer outra natureza (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004, p.6). Embora o processo de desinstitucionalização tenha trazido resultados positivos e oportunidade de recuperação e ressocialização aos pacientes psiquiátricos, uma parcela não se beneficiou desse processo, em virtude das dificuldades e equívocos na implantação e no desenvolvimento de centros comunitários, que acabaram priorizando o tratamento de pacientes menos graves e mais jovens. Dessa forma, muitos pacientes retornaram para as instituições psiquiátricas e permaneceram internados cronicamente e outros nem chegaram a sair de lá. Constituem os chamados “crônicos” ou “moradores”, sendo que lá envelheceram e hoje se encontram em situação diferente daquela que apresentavam quando foram internados anos atrás. Muitos foram perdendo os vínculos com o mundo exterior, pelas rupturas familiares e pelo abandono, e também sem condições de independência no auto cuidado para serem encaminhados para as residências terapêuticas (CANINEU, 2001, p.3).. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(3) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 103. Conforme Bressan (2002), estima-se que um terço dos pacientes internados nos hospitais psiquiátricos são crônicos, residentes, pois perderam completamente o vínculo familiar. A sociedade ao longo de sua história, sempre isolou os doentes mentais, em conseqüência disso, eles têm ficado fora do alcance dos olhos das pessoas, ou seja, fora da convivência com os “sadios”. Esse isolamento, que se caracteriza como uma forma de tratamento concretizado através de longas internações, o que acarreta na quebra do vínculo familiar (WAIDMAN, 2001). Na atual política de saúde mental, que visa a desinstitucionalizar o doente mental, os profissionais têm tentado envolver a família no seu tratamento, pois, somente assim será possível manter o doente desinstitucionalizado, já que, sem o preparo e acompanhamento à família não tem infra-estrutura necessária para manter o doente mental no domicílio.. 2.. ABORDAGENS CONCEITUAIS. 2.1. Desospitalização A luta antimanicomial começou no Brasil há 20 anos, quando ganhou corpo na esquerda mundial, o debate sobre o fim dos hospícios e o tratamento dos pacientes fora dos hospitais. A inspiração foi o modelo definido pelo italiano Franco Basaglia que, em 1961, assumiu a direção do Hospital Psiquiátrico de Gorizia e transformou o manicômio em uma comunidade terapêutica, com princípios humanistas. Um traço fundamental que distingue a Reforma Italiana e a diferencia das outras reformas psiquiátricas é que não oferece uma solução institucional acabada ou um quadro normativo. É um processo dinâmico, em que os conflitos e transformações mantêm aberto um espaço de incertezas em que continuam sendo relevantes as ações concretas, a experimentação e a aprendizagem (ASIOLE, 1990). O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é então contemporâneo da eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, eqüidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. A nova política de saúde foi oficialmente estabelecida em 1988, com a nova Constituição Federal, que originou a lei nº 10. 216 de 06 de abril de 2001 instituíram a Reforma do Modelo de Assistência em Saúde Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(4) 104. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. Mental no Brasil, conhecida como reforma psiquiátrica, que prevê a redução do número de leitos para internação e a criação de centros de atenção psicossocial (CAPS), que promoveriam tratamento sem internação (MINISTÉRIO, 2004). Uma pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), aponta que cerca de 1,3 milhões dos brasileiros sofrem de transtornos mentais graves (BEOLCHI, 2007). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 30% da população, independente de classe social, credo ou cor, necessitam de algum atendimento psiquiátrico. Ainda conforme o Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (2006), o Ministério da Saúde brasileiro, sem uma política adequada para o atendimento ao doente mental, vem praticando uma reforma psiquiátrica, editando portarias, sem levar em conta as reais necessidades da população. Um quarto dos leitos psiquiátricos do país foi fechado, sem que fossem criados serviços substitutos suficientes. A política antimanicomial só se estabeleceu legalmente em 2001. Seis anos depois o país vive uma encruzilhada: fechou parte dos desumanos manicômios, mas não criou atendimento suficiente para os doentes saídos dos hospitais. O Brasil tem 16,5 milhões de doente mentais que precisam de internações eventuais, além de tratamento ambulatorial. De 2002 a 2007, o total de leitos psiquiátricos caiu de 51.393 para 38.842. O governo se comprometeu a criar leitos em hospitais gerais e uma rede de atendimento comunitário, além de residências terapêuticas para pacientes. Mas até hoje só foram instalados 2.400 leitos em hospitais gerais, no lugar de 12.551 leitos fechados, foi montada uma rede com 1.123 Centros de Atenção Psicossocial, sendo que os CAPS constitui um serviço diário de caráter ambulatórial (LARANJEIRA, 2008). Logo no seu início, portanto, as ações de desinstitucionalização no Brasil depararam-se com uma questão: o que fazer com pessoas que poderiam sair dos hospitais psiquiátricos, mas que não contavam com suporte familiar ou de qualquer outra natureza (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004, p.6). Muitos leitos em hospitais psiquiátricos são ocupados, ainda hoje, por pacientes de longa permanência. Seus quadros psiquiátricos não justificam sua internação, apesar de apontarem prognósticos sombrios. A condição social em que se encontram é, em sua maioria, de miséria e de ausência das condições mínimas de bem estar. O tempo e o “tratamento” a que foram submetidos em instituições, psiquiátricas ou não, são determinantes para que os consideremos pacientes institucionalizados (RANGEL, 2006). Um sério problema enfrentado por instituições psiquiátricas é o processo de desospitalização de indivíduos portadores de transtorno mental crônico, que passaram Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(5) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. muitos. anos. de. suas. vidas. institucionalizados.. Devido. ao. longo. tempo. 105. de. institucionalização, ambiente pouco estimulante e excesso de medicação podem ser os causadores de déficits cognitivos (LACKS, 2000).. 2.2. O Doente Mental Crônico A desinstitucionalização do doente mental crônico se iniciou na década de 1970, e começou a acontecer rapidamente e sem planejamento suficiente para as necessidades dessas pessoas, conforme elas retornavam às suas comunidades. Aquelas que tinham condições adaptativas, receberam tratamento como paciente externo, conforme eles precisavam. Todavia, aqueles sem apoio adequado tinham que gerenciar a sobrevivência em uma existência pobre, ou eram forçadas a se juntar aos grupos de desabrigados. Alguns terminariam em asilos destinados à prestação de cuidados para as pessoas com incapacidade física (TOWNSEND, 2005, p.712). A complexidade e seriedade das doenças mentais requer, em seu atendimento, prevenção e reabilitação, a cooperação sistemática dos quatro tipos de protagonistas que intervém no processo: o indivíduo, a família, a rede ou conjunto de serviços de saúde mental e a comunidade, todos eles em cooperação com os órgãos públicos de saúde. Grandes parcelas de nossa população com problemas de doença mental crônica são deixadas sem tratamento: idosos, o “trabalhador pobre” e o desabrigado. Essas circunstâncias promoveram no doente mental crônico um maior número de crises dirigidas às consultas ao serviço de emergência e às admissões hospitalares, assim como repetidas confrontações com a polícia. O sistema de saúde mental baseado na comunidade não está trabalhando para o doente mental crônico. O estigma social ainda existe, a despeito das atitudes em relação à doença mental. O fato infeliz é que estar com câncer é considerado mais “apropriado socialmente”, comparado a ter um transtorno mental. Nossa política de saúde ignora os aspectos biopsicossociais da doença. O corpo e a mente não podem ser separados, ainda que nosso sistema não seja adequadamente preparado para atender o cuidado geral de saúde necessário em um nível holístico. A desinstitucionalização está frequentemente implicada como um fator para o desabrigo do doente mental. A desinstitucionalização se iniciou com uma preocupação expressa, por profissionais de saúde mental e por outros que descreveram as “condições deploráveis” sob as quais as pessoas com transtorno mental estavam abrigadas. Na Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(6) 106. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. realidade, porém, a desinstitucionalização não fracassou por completo, em torno de 50% da população doente mental – aqueles que têm uma compreensão sobre sua doença e sobre a necessidade de medicamento – tem estado razoavelmente bem, desde que deixaram o hospital. Todavia, existem outros fatores que influenciam a adaptação do indivíduo fora da instituição, tais como: a pobreza; o mercado de trabalho é vetado para as pessoas cujo comportamento é incompreensível ou mesmo ameaçador para muitos; o estigma e a discriminação associados com a doença mental podem diminuir lentamente, porém são altamente visíveis para aqueles que sofrem dos seus efeitos; outro fator é a carência de residências terapêuticas. Muitas instituições psiquiátricas que permanecem em funcionamento, ainda abrigam doentes mentais crônicos, são os moradores, devido à falta de amparo político, social e familiar para essas pessoas.. 2.3. Saúde, Saúde Mental e Doença Mental Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de distúrbios ou de doenças; é um estado de equilíbrio humano entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais, de forma particular, e dentro do seu ciclo vital. Saúde mental, segundo a OMS, é o estado relativamente persistente, no qual um indivíduo logra integrar as suas tendências instintivas de maneira razoavelmente satisfatória para si mesmo, refletida na sua sensação de auto-realização, como também de adaptação ao ambiente social, e na satisfação de relações interpessoais e realizações. O processo de adoecer envolve algumas fases, iniciando-se por tensão emocional, com repercussões psicológicas, afetivas e sociais (OSINAGA, 2004). A definição de doença mental deriva do que se acredita serem os seus fatores causais. É difícil definir um conceito universal de doença mental, devido aos fatores culturais que influenciam esta definição. Na DSM–IV (American Psychiatric Association [APA], 1994), a APA define doença mental ou um distúrbio mental como: [...] uma síndrome ou padrão comportamental ou psicológico clinicamente significativo que ocorre numa pessoa e se associa no presente a sofrimento (um sintoma doloroso) ou incapacidade (distúrbio numa ou mais áreas importantes do funcionamento), um aumento significativo no risco de vir a apresentar morte, dor, incapacidade ou uma perda de liberdade importante...e não simplesmente uma resposta esperada a um evento específico.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(7) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 107. As representações sociais da doença são construídas da experiência com a enfermidade, que se traduz em expressões diretas do sofrimento. Essas expressões necessitam ser organizadas em uma totalidade dotada de sentido, dando a ela significados.. 2.4. Envelhecimento O envelhecimento da população mundial, resultante do aumento da expectativa de vida, revela, por um lado, uma conquista da humanidade. Por outro, representa um de seus grandes desafios, haja vista a necessidade de se envidarem esforços sociais e econômicos para possibilitar, a essa população, uma longevidade saudável, do ponto de vista fisiológico, psicológico e social (CARVALHO et al., 2007). A população brasileira de idosos representa um contingente de quase 18 milhões de pessoas, com 60 anos ou mais, quase 10% da população (IBGE, 2008). Segundo projeções do IBGE, nos próximos 20 anos a população idosa no Brasil poderá ultrapassar 30 milhões de pessoas, e deverá representar 13% da população ao final deste período, o sexto país com maior número de idosos. No Brasil, só muito recentemente surgiram políticas sociais dirigidas a essa população1. Tendo em vista o crescimento populacional de pessoas idosas e as alterações externas de ordem física, química e biológica que sofrem no cotidiano, nas atividades pessoais e profissionais, é essencial o conhecimento em relação às mudanças fisiológicas, fisiopatológicas e psicológicas do processo de envelhecimento dessa parcela de população, bem como a compreensão das especificidades e vulnerabilidades do idoso. O estudo sobre o envelhecimento como processo que faz parte do ser vivo de forma satisfatória contribui para o reconhecimento do idoso sob sua ótica e na ótica de outras pessoas (CANINEU, 2001).. 3.. OBJETIVOS. 1. •. Identificar a prevalência de doentes mentais crônicos institucionalizados, apesar da luta antimanicomial.. •. Verificar por meio de entrevistas semi-estruturadas, qual percepção tem o doente mental sobre o envelhecimento, e como vivencia o seu processo de envelhecimento.. A Lei nº. 10.741, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, foi sancionada em 1/10/2003. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(8) 108. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. 4.. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de natureza qualitativa porque se pauta em entrevistas semiestruturadas. Conforme Turato (2003), visa formular um conhecimento acerca das propriedades que lhes são inerentes, pretendendo apresentar a sua essência, conhecer as coisas como elas são. A pesquisa de campo foi realizada no Instituto de Reabilitação e Prevenção em Saúde Indaiá, no município de Indaiatuba – SP. A população foi composta por 13 indivíduos, moradores dessa instituição, com 60 anos ou mais, portadores de transtorno mental crônico, que perderam o vínculo familiar e que não têm condições física e psíquica, por causa do grau de dependência, de irem para uma residência terapêutica. A expressão “pesquisa de campo” pode lembrar algo ligado à terra, talvez até soar, em sentido figurado, como algo um tanto grosseiro. Mas é o modo como a maioria dos pesquisadores, qualitativos ou não, coleta dados. Os cientistas humanistas vão aonde estão as pessoas a serem estudadas, e despendem tempo com elas, em seu território (TURATO, 2003). Superado a difícil fase, que foi o processo burocrático ao qual nos submetemos para conseguirmos autorização da Instituição para esta pesquisa. Após concordância do diretor clínico do Instituto e ciência a respeito da pesquisa a partir da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), iniciamos a coleta de dados. Conforme Turato (2003), quando a escolha recai sobre hospital autônomo, alguns problemas são comuns à entrada em campo. O pesquisador costuma se defrontar com uma série de dificuldades, que vão de problemas de ordem institucional (burocráticos) a questões de ordem psicológica (relacionamentos). Para a coleta de dados foi utilizado uma entrevista para a caracterização do morador do Instituto. Compunha-se de questões objetivas para o levantamento dos dados sociodemográficos, idade, sexo, raça, grau de escolaridade, religião, tempo de institucionalização e há quanto tempo não recebia visitas. Os dados foram coletados a partir da análise dos prontuários pela pesquisadora, e posteriormente tabulados. Após traçar o perfil sociodemográfico, os sujeitos foram entrevistados, com perguntas abertas, para compreender como percebem o processo de envelhecimento e o que consideram vínculo familiar. Para realizar as entrevistas os pesquisadores convocaram um a um dos sujeitos, em muitos momentos houve muita dificuldade em estabelecer um diálogo, devido o grau de comprometimento cognitivo dos mesmos.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(9) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 109. As entrevistas foram gravadas, e as falas transcritas na íntegra. Posteriormente, analisadas qualitativamente pelos pesquisadores. Esta analise foi baseada conforme a exposição de Gofman (2007), em seu livro “Prisões, Manicômios e Conventos”, onde é focalizado a perda da identidade pessoal quando se vive em uma instituição fechada, devido a imposição de rotinas pré-estabelecidas, iguais para todos.. 5.. RESULTADOS, DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS. 5.1. Caracterização Sociodemográfica Ante os sujeitos estudados, constatou-se idade média de 62,3 anos; a maioria na faixa de 60-69 anos (69,23%); há a confirmação da feminização da velhice, 69,2% do sexo feminino; 69,23% solteiros, casados 15,3%, viúvos 7,69% e separados também 7,69%; predomínio da cor branca - 92,31%. Observou-se que 46,15% dos sujeitos são analfabetos; alfabetizados são 7,69%; com ensino fundamental incompleto 30,8%; 15,3% concluíram o ensino fundamental.. 5.2. Caracterização por sexo na idade em que foram institucionalizados A maioria dos sujeitos foi institucionalizada antes dos 60 anos - total de 11 sujeitos (84,61%). Apenas dois sujeitos foram institucionalizados após os 60 anos (15,84%), e desses sujeitos, 7,69% são do sexo masculino e 7,69% do sexo feminino, sendo igual a proporção para ambos os sexos. Há os que foram institucionalizados na faixa etária dos 30 aos 40 anos, na mesma proporção para ambos os sexos, em um percentual de 15,84%. Dos 41 aos 50 anos há o predomínio do sexo feminino (46,15%), e 7,69% do sexo masculino. Entre 51 a 60 anos houve igual proporção para ambos os sexos: 15,84%.. 5.3. Distribuição das doenças psiquiátricas Ante as doenças psiquiátricas de maior prevalência entre os idosos estão a esquizofrenia e a psicose orgânica, cuja freqüência foi igual. Mas a esquizofrenia tem prevalência neste estudo apenas no sexo feminino, 38,46%; a psicose orgânica teve proporção de 46,15% no total, sendo 15,38% nas mulheres e 23,07% nos homens. A psicose alcoólica aparece apenas no sexo masculino, com prevalência de 7,7%; a epilepsia aparece somente no sexo feminino, com prevalência de 15,4%.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(10) 110. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. 5.4. Distribuição das comorbidades Em relação às comorbidades, o estudou revelou a HAS (hipertensão arterial sistêmica) com maior prevalência 53,85%; seqüela de AVE, 15,38%; diabetes mellitus, 7,7%; hipotireoidismo, 7,7%; e sem comorbidades, 30,8%.. 5.5. Relação tempo de institucionalização e o recebimento ou não de visitas Observamos que o tempo em relação aos anos de institucionalização não interfere no fato de receber ou não visitas. Os sujeitos institucionalizados por um período menor que 10 anos apresentaram neste estudo o mesmo percentual para os que recebem visitas em relação aos que não recebem visitas, 7,7%; para o período de institucionalização entre 11 a 20 anos, 23,1% dos sujeitos recebem visitas e 30,1% não recebem; para o período entre 21 a 30 anos o resultado foi a mesma proporção - 15,4% recebem visitas e 15,4% não recebem visitas.. 6.. ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS. 6.1. Definir velho, velhice e envelhecimento A visão de velho, velhice e envelhecimento aparece muito associada ao tempo cronológico e pouco referida no aspecto psicológico. “(...) Ela é velha”, disse um dos sujeitos apontando para outra cliente, idosa. “(...) Depois dos 47 anos a idade é crítica, já é velho”. “(...) Velhice é ficar desanimado”. “(...) 70 anos já é velho, já sou velho”. “(...) Velho tem 5 anos, quem tem 50 anos é Deus”. “(...) Velhos a partir de 48 anos até 60 anos, depois dos 60 anos é mais velho ainda”. “(...) Tem bastante velho”. “(...) A pessoa tem que esperar a velhice, a idade que Deus quiser, eu acho que não vou ficar velha, vou encontrar com o pai que tá no céu. Eu quero uma bíblia, você me dá uma bíblia?” “(...) Nossos velhos, Deus, Nossa Senhora Aparecida, a mãe de Deus. Tô véia, tenho 800 anos”.. Os idosos doentes mentais têm percepção do envelhecimento relacionada ao lado espiritual. Falam muito de Deus e relacionam o envelhecimento a Deus. “(...) Velho é o homem bom, os velhinhos são bons”.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(11) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 111. A percepção de que os velhos são bons está atrelada à imagem do velhinho de cabelos brancos, pessoas incapazes de praticar o mal. Parafraseando Nietzsche, a velhice confere ao velho certa brandura e indulgência (NIETZSCHE, 1844). “(...) Pessoa que depois de certa idade vai deixando de se alimentar, cria ruga na cara, vai para o asilo ou fica com os pais. Se os seres humanos se alimentarem não vão ficar velhos, podem viver a vida tranqüilamente”.. Analisando a frase acima, entende-se que o sujeito percebe a importância da alimentação adequada para uma melhor qualidade de vida. É enfatizado também a velhice como dependência física. A velhice traz a necessidade de ser auxiliado por outrem, de uma forma ou de outra o indivíduo precisa de outras pessoas. “(...) Velhice é o cabelo, meu cabelo é velho, quando morre alguém é velhice”. “(...) Não sei se foi o remédio, eu sou médium, eu fiquei com ruga. Velhice é uma coisa boa, conforme o relacionamento do marido com a esposa é como se fosse novo”.. A percepção da imagem corporal do velho, refletida no doente mental, manifestada pelas rugas, cabelos brancos e inapetência. A comunicação dos sujeitos apresenta tendência ao monólogo e interrupções súbitas, havendo também autenticidade e sensibilidade nas falas, às vezes absoluto silêncio (mutismo). E em outros momentos a fala é desordenada e frenética, havendo também repetição de palavras e frases sem sentido. “(...) Envelhecimento é a pessoa velha, é o passar do tempo, passar da vida, isso é velhice”.. Nessa fala o individuo faz uma referência ao tempo vivido, a temporalidade e a finitude. Tudo no mundo humano é submisso e marcado por esse tempo finito da existência, prazos de validade, períodos históricos, aniversários, estações do ano, relógios, tudo é demarcado pelo nosso tempo de ser (CRITELLI, 2007). Os idosos doentes mentais têm percepção do envelhecimento vinculado ao lado espiritual. Falam muito de Deus, e relacionam o envelhecimento a Deus. Pesquisas demonstram que as pessoas, na velhice, apresentam maior busca pela espiritualidade. [...] O ponteiro de horas da vida – A vida consiste em raros momentos da mais alta significação e de incontáveis intervalos, em que, quando muito, as sombras de tais momentos nos rondam. O amor, a primavera, toda melodia, a Lua, as montanhas, o mar – apenas uma vez tudo fala plenamente ao coração: se é que atinge a plena expressão. Pois muitos homens não têm de modo algum esses momentos, e são eles próprios intervalos e pausas na sinfonia da vida real. (NIETZSCHE, 1844, p.48).. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(12) 112. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. 6.2. A percepção que envelhecimento. o. doente. mental. tem. sobre. seu. processo. de. As falas dos entrevistados mostram que sempre enxergamos o velho como o outro. O ser humano tem dificuldade de ver o seu próprio envelhecimento e se perceber idoso. Vê o outro como velho e não se considera velho. Um sujeito de 60 anos deu o seguinte depoimento: “(...) Sabendo que a gente é velho tratam a gente bem, não sou velha. Eu ainda estou quarentona, a partir de 100 anos é velho”.. Uma das idosas ao responder qual a sua percepção sobre o envelhecimento, abraçou a psicóloga e começou a cantar: “(...) Índia, seus cabelos negros.... E chorou, após cantar. O depoimento leva à reflexão sobre os sentimentos expressos ao cantar uma música. Muito provavelmente é lembrança de tempo vivido, sem as marcas profundas da doença e o anonimato da institucionalização. Conforme Goffman (2007), os indivíduos vivem o ócio forçado, a identidade e a subjetividade são massificadas, há perda de contato com o mundo exterior. “(...) Vou ficar velhinho, cabelo branquinho, barba branquinha, tenho 44 anos e sou velho”. “(...) Vou envelhecer, todos nós envelhecemos, vai de cuidar da pele, pintar cabelo, pintava as unhas. Se não se cuidar fica feia, ninguém quer ser velho. A Toscana, a Letícia são velhas, a Virgínia não tem ruga. A pessoa quando passa dos 80 anos a cabeça não ajuda, antes disso fica em forma, vai da alimentação da pessoa, carne, vitamina, queijo, leite”.. A pessoa não se torna idosa repentinamente, mas passa por um processo de envelhecimento. As estruturas psíquicas se constituem no início da vida e acompanham o individuo durante toda existência. Os princípios são os mesmos para todos, mas a forma de percorrê-los é singular. Ao envelhecer, o indivíduo é forçado a se deparar com alterações físicas e psicológicas, em si próprio, e também com mudanças nas possibilidades de atuação no mundo, especialmente no que se refere ao seu lugar na estrutura familiar e social. Quando esse indivíduo não tem núcleo familiar, e vive institucionalizado, o processo se torna muito mais doloroso. “(...) Eu posso viver vida normal, não vou chegar tomar o último suspiro de vida, evidentemente vou permanecer na terra, serei cuidado por Jeová Deus”. “(...) Eu acho que não vou envelhecer porque eu não tenho estudo, não sei uma rua, esqueço fácil as coisas”.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(13) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 113. Há a associação velhice/sabedoria. O tempo vivido, talvez pelas ausências de vivências significativas e o tempo prolongado de institucionalização. Tememos ficar velhos. Apesar de cada vez mais se apregoar a “boa velhice”, exemplificada com figuras públicas poderosas e sábias, o “velho doente e dependente” faz parte do nosso cotidiano e povoa assustadoramente o nosso imaginário.. 7.. CONSIDERAÇÕES FINAIS A gerontologia, ciência que estuda o envelhecimento, considera de modo global o processo, abarcando os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e econômicos. Segundo Potter e Perry (2004), é o “estudo de todos os aspectos do envelhecimento e suas conseqüências”. O envelhecimento é fenômeno inexorável. Não deve ser considerado, entretanto, causa primária de doença ou morte, mas declínio funcional do organismo humano. Envelhecer é fase da vida. A rápida ascensão da longevidade da população brasileira não foi acompanhada pela melhoria na qualidade de vida. O acesso aos serviços de saúde ainda é grande problema para a maioria da população, que carece de educação e de saúde (a prevenção continua a ser o melhor remédio). A pesquisa revelou que, apesar do movimento de desinstitucionalização psiquiátrica ocorrido nos últimos anos em todo o mundo, ainda é grande a prevalência de moradores no Instituto de Reabilitação e Prevenção em Saúde Indaiá. Na época deste estudo havia 33 sujeitos considerados “moradores” ou “crônicos” (20,6% dos internados), dos quais foram estudados apenas os idosos, 13 moradores (8,2% dos internados). Por razões diversas, não obtiveram alta hospitalar e não foram transferidos para outros serviços. Alguns em virtude de doenças crônicas, com deterioração progressiva da capacidade cognitiva. A média de institucionalização foi de 17 anos. A pesquisa mostrou que, apesar do longo tempo de institucionalização, muitos sujeitos ainda recebem visitas, mesmo esporadicamente. A proporção dos que recebem visitas para os que não recebem visitas não é muito divergente: 46,2% dos sujeitos recebem visitas e 53,8% não recebem visitas. Em relação ao sexo há predomínio do sexo feminino: 69,3% para 30,7% do sexo masculino, o que confirma a feminização da velhice.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(14) 114. Luta antimanicomial: envelhecendo com transtorno mental crônico institucionalizado. Entre as doenças mentais, a psicose orgânica é a de maior proporção - 46,15%, seguida pela esquizofrenia - 38,46%, epilepsia - 15,4%, e psicose alcoólica - 7,7% dos sujeitos. Sennett (2006) ressalta que o caráter parece formado pela história e suas voltas imprevisíveis. Uma vez estabelecida, uma rotina não permite muita coisa em termos de história. Para desenvolvermos o caráter temos de fugir da rotina. Os sujeitos deste estudo, institucionalizados, seguem a mesma rotina, e apresentam ruptura em sua biografia. O isolamento típico de uma instituição corrói o caráter, sobretudo as qualidades que ligam os seres humanos uns aos outros, e dão a cada um o senso de identidade. Estudos futuros devem ser desenvolvidos, justificados pelo aumento da população idosa e a estruturação do atendimento ao portador de transtorno mental ainda ser algo recente para a sociedade.. REFERÊNCIAS BASAGLIA, F. (Coord.). A Instituição Negada: relato de um hospital psiquiátrico. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985 [1968]. BEOLCHI, R. Brasil tem 1,3 milhões de doentes mentais sem tratamento. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/nterna/0,OII979553-EI298,00-Brasil>. Acesso em: 27 abr. 2008. BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei 10.741 dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Brasil: DF, 01 de outubro de 2003. ______. Ministério da Saúde. Residências Terapêuticas: o que são, para que servem? Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Brasília: Ministério da Saúde, série F, 2004, p.16. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica e Política de Saúde Mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. ______. Ministério da Saúde. Lei 10.216 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília: DF, 06 de abril de 2001. BRESSAN, V.R.; SCATENA, M.C.M. O cuidar do doente mental crônico na perspectiva do enfermeiro: um enfoque fenomenológico. Disponível em: <http://scielo.br/scielo.phd>. Acesso em: 24 nov. 2007. CANINEU, P.R. Prevalência de demências na população de pacientes idosos (>= 60 anos) internados no serviço de saúde “Dr. Cândido Ferreira” da prefeitura municipal de Campinas. 2001. 173 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas Campinas – SP. CID – 10 – Critérios diagnósticos para a pesquisa/Organização Mundial da Saúde. Tradução: Maria Lúcia Domingues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. ISBN 85-7307-331-4. CRITELLI, D. Ouvir o tempo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 04 de janeiro de 2007. Outras idéias, Equilíbrio, 2. DSM-IV-TR- Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Tradução: Cláudia Dornelles; 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. ISBN 85-7307-985-1. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

(15) Edinéia Ramos Fernandes, Alexandro Marcos Menegócio. 115. FOUCAULT, M. História da loucura na idade clássica. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, 1991 [1972]. GOFFMAN, E. Manicômios, Prisões e Conventos. 7.ed. São Paulo: Perspectiva, 2007. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Perfil dos idosos no Brasil. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.sht>. Acesso em: 27 abr. 2008. LARANJEIRA, R. Mortalidade dos doentes mentais. Disponível em: <http://www.uniad.org.br/bloguniad/DEFAULT.ASP?IDPOST=482>. Acesso em: 27 abr. 2008. MACHADO, V.; MANÇO, A.R.X.; SANTOS, M.A. A recusa à desospitalização psiquiátrica: um estudo qualitativo. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.21, n.5, p.1472-1479, set./out.2005. NIETZSCHE, F.W. Humano, demasiado humano. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE. Reestruturação da assistência psiquiátrica: bases conceituais e caminhos para sua implementação/ Organização Panamericana da Saúde. Instituto Mario Negri. Milão: OPS, 1994, p.54. OSINAGA, V.L.M. Estudo comparativo entre os conceitos de saúde e de doença mental e a assistência psiquiátrica, segundo portadores e familiares. 2004. 164 f. Tese (Doutorado em Enfermagem Psiquiátrica) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. OSIS, M.J.D. Abordagens qualitativas em saúde reprodutiva. In: BARROS, N.F.; CECATTI, J.G.; TURATO, E.R. Pesquisa qualitativa em saúde: múltiplos olhares. Campinas: Editora Komedi, 2005, p.122. POTTER, A.P.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. ASIOLI, F.; SARACENO, B.; TOGNONI, G. Manual de saúde mental: guia básico para Atenção Primária. Tradução: Williams Valentini. 2.ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1997. SENNET, R. A Corrosão do caráter: as conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Tradução: Marcos Santarrita. 11.ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. TOWNSEND, M.C. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos e cuidados. Tradução de MUNDIM, F.D.; CRUZ, I.C.F. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. TURATO, E.R. Tratado de Metodologia da Pesquisa Clínico-Qualitativa: Construção teeóricoepistemológica, discussão comparada e aplicada nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, p.80-119. VECCHIA, D.M.; MARTINS, S.T.F. O cuidado de pessoas com transtornos mentais no cotidiano de seus familiares: investigando o papel da internação psiquiátrica. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.phd>. Acesso em: 08 fev. 2008. WAIDMAN, M.A.P.; GUSMÃO, R. Família e cronicidade da doença mental: dúvidas, curiosidade e relacionamento familiar. Fam. Saúde Desenv., Curitiba, v.3, p. 154-162, jul./dez. 2001. Edinéia Ramos Fernandes Mestre em Gerontologia pela PUC-SP, especialista em Saúde da Família pela UNESP de Botucatu, Enfermeira pela FAI, docente da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba. Alexandro Marcos Menegócio Enfermeiro. Docente. Especialista em Atendimento Pré Hospitalar. Mestre em Gerontologia Social.. Encontro: Revista de Psicologia • Vol. 13, Nº. 18, Ano 2010 • p. 101-115.

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