ESTUDO
E
IMPLEMENTAÇÃO
DE
UM
CONVERSOR
cc-CA
PARA
UPS
DE
PEQUENA
POTÊNCIA
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA
À
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
_
CATARINA PARA
OBTENÇÃO
DO GRAU
DE
MESTRE
EM
ENGENHARIA
ELÉTRICA
FÁBIO
ALEXANDRE
DE SOUZA
ll
ESTUDO
E HVIPLEMENTAÇÃO
DE
UM
CONVERSOR
CC-CA
DARA
UPS
DE
PEQUENA
Po1ENc1A
FÁBIO
ALEXANDRE
DE
soUzA
Esta dissertação foi julgada
adequada
para obtençãodo
título deMestre
em
Engenharia, especialidade Engenharia Elétrica e aprovadaem
sua forma final pelo cursode Pós-Graduação
em
Engenharia Elétrica.
BANCA EXAMINADORA
“P
`'
Ê
.UProf. aldo Jose
Penn,
Dr. Ing.ORIENTADOR
Prof. Ênio
Valmor
Kassick, Dr. Ing.Coordenador do
cursode Pós-Graduação
em
Engenharia Elétrica'Ç
Prof. Arnaldo José Perin, r. Ing.
~
Prof.Femando
L.M.
Antunes, Ph.D.melhores.
Há
osque
lutam muitos anos e são muitobons.
Porém,
há osque
lutam a vida toda. Estes são os imprescindíveis ".À
minha
mãe, por tudo.AGRADECIMENTOS
Em
primeiro lugarao
sofridopovo
brasileiro,que
com
seu trabalho financiou todaminha
formação.
Ao
professor Arnaldo José Perin, maisque
um
orientadorum
amigo,por
sua extremadedicação e
competência
ao longo deste trabalho.Aos
demais
professoresdo
INEPE
(LAMEP),
porminha
formação teórica.Ao
professorFemando
Antunes, pelas sugestões e contribuiçõesao
trabalho final.Aos
funcionários, Coelho, Pacheco, Adenir, Diógenes, Rosângela e Salomé, pela educaçãoe atençao
sempre
dispensadas.A
Aos
engenheiros Paulo Gaidzinski e Peter Mantovanelli pelo apoio e sugestões.Aos
amigos, Elias Andrade, Elias Teodoro, Elizete Lourenço,Femando
Castaldo, GilbertoValentim, Geraldo
Mondardo,
Ivan Eidt,Newton
da Silva, Odilon Tortelli,Pedro Armando, Rene
Torrico, Samir
Ahmad
Mussa
eWadaed
Uturbey
pela convivência ecompanheirismo
ao longodestes dois anos. .
Ao
amigo Nelson
Ihoe Batistela, pelas inúmeras conversas e discussões,que
engrandecerammeu
trabalho eminha
pessoa.Aos
doutorandos, pela amizade.Finalmente, aos professores Dinarte
Américo Borba
eMárcio
Cherem
Schneider, pelasUMÁR1o
RESUMO
ABSTRACT
SIMBOLOGIA
INTRODUÇÃO GERAL
_CAPÍTULO
1 -CONVERSORES
CC-CA
UTILIZADOS
EM
UPS
1.1 -Introdução '
'
1.2 - Estruturas básicas dos sistemas
UPS
1.3 - Estruturas utilizadas
no
estágio inversor1.4 -
Conclusões
CAPÍTULO
2
-ESTUDO
DO
CONVERSOR PROPOSTO
2.1 - Introdução
2.2 -
Conversor
proposto2.3 - Análise qualitativa e quantitativa
2.3.1 - Considerações inicias
2.3.2 - Etapas
de
fimcionamento
2.3.3 - Principais formas de
onda
2.3.4 -
Obtenção
das características extemasdo
conversor2.4 -
Metodologia
e critérios de projeto2.4.1 - Especificações técnicas
2.4.2 - Cálculo dos esforços de tensão e corrente nos
componentes
2.4.3 -
Equações
para projetodo
filtro de saída2.4.4 - Projeto
do
transformador2.4.5 - Projeto
do
indutor2.4.6 - Considerações sobre
o
comando
e o controledo
conversor2.5 -
Exemplos
de
projeto3.3 - Propostas para
o
circuito de controle3.4 -
Modulação
utilizando histerese variável3.4.1 -
Função
de
transferênciado
controlador3.4.2 -
Função
descritivado comparador
com
histerese3.4.3 -
Função
de
transferênciado
filtromais
carga3.4.4 -
Equações
para o cálculo dos parâmetrosdo
controlador3.4.5 - Variação
da
faixa de histerese~ 3.5 -
Metodologia de
projeto parao
circuito demodulação
e controle3.5.1 -
Especificações
3.5.2 - Projeto
do
filtro de saída3.5.3 - Projeto
do
estágio de controle3.6 - Resultados
de
simulação3.7 -
Conclusões
CAPÍTULO
4
-EXPERIMENTAÇÃO
4.1 - Introdução
4.2 - Projeto
do
estágio de potência4.2.1 -
Especificações
técnicas4.2.2 - Cálculo dos esforços de tensão e corrente nos
componentes
4.2.3 - Cálculo
do
filtroLC
de saída4.2.3.1 - Cálculo
do
indutor4.2.3.2 - Cálculo
do
capacitor4.2.4 - Projeto
do
transformador4.2.5 - Projeto
do
indutor4.3 - Circuitos lógicos
de
comando
4.3.1 - Circuito gerador de phase-shift
4.3.2 - Circuito gerador de
tempo
morto
4.3.3 - Circuito gerador de superposição
4.3.4 - Circuito driver dos mosfets
4.4 -
Operação
sem
modulação
-4.5 -
Novo
protótipoimplementado
4.6 - Circuito
de
controle4.6.1 - Projeto
do
circuito de controle4.6.2 - Resultados obtidos
com
modulação
4.7-Conclusões
CONCLUSÃO
GERAL
REFERÊNCIAS BIBLIQGRÁFICAS
RESUMO
Este trabalho apresenta o estudo e implementação de
um
conversorCC-CA
cuja principalcaracterística é a utilização
de
um
transformador de alta frequência. -O
conversor écomposto
deum
estágio inversor e outro estágio cicloconversor,ambos
operando
com
frequência e razão cíclica constantes.A
regulaçãoda
tensãoda
saída é feitaatravés
da defasagem
entreo
comando
destes dois estágios.O
estudo aqui realizado visa a aplicação deste conversorem
sistemasUPS
depequena
potência,
em
funçãoda
redução devolume
obtida devido à operaçãoem
alta frequência.É
apresentadauma
análise teóricado
conversor etambém
resultados experimentais queX
ABSTRACT
This
work
presents the studyand
implementationof
aDC-AC
converterwhich
principalcharacteristic is the utilization of a high frequency transformer.
The
converter ismade
up
ofone
inverter stageand one
cicloconverter stage, both operatingwith
fixed
frequencyand
duty cicle.The
output voltage control ismade
by
the phase differencebetween
thistwo
stages.The
converter is suitable for smallUPS
systemsand
the studyand
analysisaim
thisaplication. .
In addition to the theoretical analysis, experimental results are obtained in a prototype to validate the principle
of
operationof
the converter.ACL =
Amplitude da
senóidedo
ciclo limiteAe =
áreada
seção magnéticaAp =
Produto de áreaAW
=
Área
da
janelado
núcleoC
=
capacitânciado
filtro de saídaC0
=
Capacitor de saídaV
A
=
Profundidade de penetraçãoda
corrente devido ao efeito skinABmáx
=
Excursão da
densidade defluxo
máxima
Ai¡_
=
Ondulação
de correnteno
indutorAi*¡_
=
Ondulação
de correnteno
indutor refletida ao primárioAt
=
Intervalo detempo
dadefasagem
D
D
=
Defasagem
entre oscomandos
do
inversor e cicloconversorD1
=
diodo l D3,=
Diodo
1do
interruptor 3 D4¡=
Diodo
1do
interruptor 4D2 =
Diodo
2D32
=
Diodo
2do
interruptor 3D42
=
Diodo
2do
inten'uptor4D3
=
diodo 3 D33=
Diodo
3do
interruptor 3D43
=
Diodo
3do
interruptor4
D4 =
Diodo
4
_D34
=
Diodo
4do
interruptor 3D44
=
Diodo
4do
interruptor4E
=
Tensão
de entradaE¡,E2
=
BateriasE0
=
Tensão
média
instantânea de saídaEz,
=
Tensão na
saída parafluxo
reversode
potênciaeo
=
tensão instantâneano
capacitor4),
=
Defasagem
da componente harmônica
fundamentalda
tensãode
saída¢máX
=
Diâmetro
máximo
do
condutor VF(S)
=
Função de
transferênciaf
AB
=
frequênciada
tensãoVAB
fo
=
Frequênciade
saída fs=
frequênciade
comutação
f,
=
frequênciade
operaçãodo
transformadorH
=
Faixade
histereseIpk
=
Correntede
pico de saídaIL
=
Correntede
saídaImcf
=
Correnteeficaz no
diodo iIsief
=
Correnteeficaz no
interruptor iIm
=
Corrente magnetizantedo
transformadorI;náx
=
Correntemáxima
de saída refletida ao primárioImpk
=
Correntemáxima
no
diodo iIs¡pk
=
Correntemáxima
no
interruptor iIo
=
Correntemédia
instantânea de saídaI ~
=
Correntemédia
no
diodo iD¡md
Isimd
=
Correntemédia
no
interruptor i_Il
=
Correnteno
enrolamento primáriodo
transformadorI2
=
Correnteno
enrolamento secundáriodo
transformadori¡_
=
Corrente instantâneano
indutorJ máx
=
Densidade
máxima
de correnteKp = Ganho
do
controladorkt
=
Fatorde
topologiakw =
Fatorde
utilizaçãoda
janelado
núcleo kp=
Fator de utilizaçãodo
primárioL
=
indutânciado
filtro de saídaLo
=
Indutorde
saída11
=
Rendimento
N
=
Fimção
descritivaN¡
=
Enrolamento
primáriodo
transformadorN2
=
Enrolamento
secundáriodo
transformadorn
=
Relação de transformaçãodo
transformadorP¡n
=
Potência de entradaP0
=
Potência de saída .Ç
=
Coeficientede
amortecimentoR
=
Resistência de cargaR0
=
Resistor de cargar
=
Resistênciado
circuito equivalentedo
conversor S¡=
Interruptor 1S2
=
Interruptor2S3
=
Interruptor 3S4
=
interruptor4
.SZOAWG
=
Seçãodo
condutor de bitola20AWG
Td
=
Constante detempo
do
controlador TS=
Período decomutação
VAB
=
Tensão na
entradado
filtroVD¡pk
=
Tensão
máxima
no
diodo i Vgl=
Sinal de gatedo
interruptor 1Vg3
=
Sinalde
gatedo
intemxptor 3VE4
=
Sinalde
gatedo
intemxptor4
VS¡pk
=
Tensão
máxima
no
interruptoriVsmef
=
Valor eficaz da componente
fundamentalda
tensão de saídaVTR
=
Tensão no
transformadoroa
=
Frequência angular(on
=
Frequência de ressonânciaX
=
Vetor de
estadop
INTRODUÇÃO GERAL
Em
sistemasde fomecimento
ininterruptode
energia(UPS),
o papeldo
estágio inversor éfomecer
uma
tensão de saída regulada eda
baixa distorção harmônica.Embora
existam várias maneiras de se realizar a regulaçãoda
tensão de saída destes sistemas, vários estudostêm
sido realizadosno que
diz respeito à topologia dos circuitos inversores utilizados.Basicamente
pode-se dizerque
o estudodos
inversores está dividido entreo
estudoda
topologia propriamente dita e o estudo de
novas
técnicas de controleda
tensão de saída,buscando
melhorar a qualidadeda
tensão fornecida a carga. Espera-seque
estas técnicas decontrole
sejam
aplicáveis a qualquer inversor e qualquer tipo de carga .Já
o
estudode
novas topologias busca principalmente a reduçãodo
volume
destesequipamentos, tendo
em
vista o grande crescimentoda
produção de equipamentosde pequena
potência, que,
em
escritóriosou
mesmo
residências,têm
a função de alimentar equipamentoseletrônicos
de
baixoconsumo,
como FAX,
Microcomputadores
e outros.Neste
trabalho é realizado o estudo deum
conversorCC-CA
propostona
literatura e quepossui características
que
indicam a sua aplicaçãoem
sistemasUPS
depequena
potência,como
os citados anteriormente.
A
principal característica deste conversor é a reduçãode
volume,conseguida
com
o
uso deum
transformador de alta frequência e a operação pordefasagem
entreo
comando
dos interruptores queformam
um
estágio inversorno
primáriodo
transformador e ocomando
dos interruptores que estãono
secundáriodo
transformador,formando
um
estágiocicloconversor. I
Pretende-se, neste trabalho realizar
um
estudo teóricodo
conversor e desenvolveruma
metodologia de
projetoque
faciliteo dimensionamento
doscomponentes
utilizados.A
partir desta metodologia de projeto, seráimplementado
em
laboratórioum
protótipodo
conversor. Este protótipo permitirá, então, obter-se informações sobre
o
funcionamentodo
xvi
Visando comprovar
o princípiode
funcionamentodo
conversor, será aplicadauma
técnicade
controle emodulação
disponível eque
se adapte a esta topologia, afim
de
se obteruma
tensão
de
saída senoidal.No
capítulo 1 é apresentada Luna revisãoda
literatura disponível, mostrando-se astopologias
de
inversoresmais
utilizadas e novas propostas de inversores paraUPS.
Esta revisão direciona a escolha
do
conversor a ser estudado neste trabalho.No
capítulo 2 é realizadoum
estudo teóricodo
conversor, descrevendo-se suas etapas defuncionamento
e obtendo-se suas características extemas.Neste
capítulo étambém
desenvolvidauma
metodologia de projetodo
conversor, a partirdo
estudo das topologias possíveis para os estágios inversor e cicloconversorque
compõe
oconversor.
O
capítulo 3 apresenta-se alguns tipos demodulação
e controleque
podem
serempregados
neste conversor. Destes,um
é escolhido para ser apresentado mais detalhadamente,em
funçãoda
disponibilidade e condições de implementação.No
capítulo 4, apresenta-se o estudo experimentaldo
conversor,que
servirá para severificar
o
fimcionamento
realdo
mesmo.
O
estudo experimental realizado procura deterrninar problemas práticos e limitaçoesdo
conversor,
que não aparecem na
análise teórica( idealizada), realizada anteriormente, e proporsoluções para estes problemas.
Finalmente,
uma
técnica demodulação
›e controle éempregada, mostrando
ofuncionamento do
conversorcom
modulação
e verificando a regulaçãoda
tensãode
saída porcoNvERsoREs
cc-CA UTILIZADOS
EM
UPS
1.1-
INTRODUÇÃO
Existem
diversas topologias de conversoresCC-CA
que
podem
ser utilizadasem
sistemasde fomecimento
ininterrupto de energia.A
escolhado
conversordepende de
fatoreseconômicos
e tecnológicos, entre outros.
Dependendo
das característicasdo
sistema,um
ou
outro conversorse
mostra mais
atrativo. Portanto, toma-se necessáriauma
análise destes conversores e suascaracterísticas a
fim
de
se escolher a topologiaque
melhor
se adapte ao projetoem
questão.1.2-
ESTRUTURAS
BÁSICAS
DOS
SISTEMAS UPS
Um
sistemade
fomecimento
de energiado
tipoUPS
pode
ser construído a partirde
duasestruturas básicas[7].
Existem
os sistemas ofl`-line e os sistemas on-line.Ambos
sãocompostos
por 3 estágios principais:- estágio retificador,
ou
carregador de baterias-
um
banco
de baterias,que
é o estágioarmazenador
de energia- estágio inversor,
ou
conversorDC-AC
A
diferença entre estas estruturas estáno
modo como
a energia é fornecida à carga.No
sistema off-line,
mostrado na
Fig.l.l, a carga recebe energia continuamenteda
rede através dachave
Sa,que
émantida
fechada enquanto a chave Sbfica
aberta.O
carregadorde
bateriasque
2
Numa
eventual faltada
rede de alimentação, a chave Sb é fechada e S, aberta. Nesta situação, a carga passa a receber energiado banco
de baterias atravésdo
inversor,que
regula a tensãode
saída. S . 3 ,/
REDE
cargaSb
carregador demversor
bateriasFig. 1 . 1 - Sistema
UPS
do tipo off-lineJá
no
sistema on-line, mostradona
Fig.1.2, a carga recebe energia continuamente viainversor.
Nesta
situação, o carregadorde
bateriasdeve
transferir energiada
rede para 0banco
debaterias e para a carga.
No
caso demanutenção ou
falhado
carregadorde
bateriasou
do
inversor,há
uma
comutação da
chave Sa para Sb e a carga passa a ser alimentada diretamente pela rede.S 8
ÀS.
carregador
REDE
de inversor cargabaterias
Fig. 1.2 - Sistema
UPS
do tipo on-/ineEm
ambos
os casos o papeldo
estágio inversor é transformar a tensãoDC
fornecida peloEm
termos
de falta de alimentação,no
casoda
UPS
off-line, a carga é prejudicadacom
afalta
da
redede
alimentação pois existeum
período transitório até que o inversor,que deve
estarsempre
em
sincronismocom
a rede, passe a efetivamente alimentar a carga. Este transitóriopode
durar até
meio
períododa
rede.No
casode
uma
UPS
do
tipo on-line, a carganão
é afetada porfalhas
da
rede de alimentação,no
entanto,em
casode
problemasno
carregadorde
bateriasou no
inversor a cargafica sem
alimentação duranteum
período decomutação da chave
S, para Sb.Na
indústria ainda é usual substituir a chave estática Sb poruma
chave mecânica,o que
significa dizerque
em
casode problemas
com
o
carregador de bateriasou
com
o inversor, a cargafica
sem
alimentação até
que
a chave Sb sejamanualmente
acionada.1.3-ESTRUTURAS UTILIZADAS
NO
ESTÁGIO INVERSOR
Existem
na
literatura várias propostasde
conversoresCC-CA
possíveisde serem
utilizadosem
sistemasde fomecimento
ininterrupto de energia.Algumas
topologias são clássicas, outrasmais
recentes e aindaem
desenvolvimento. Para este trabalho, busca-seum
conversorque
possaser utilizado
em
urnaUPS
depequena
potência. Deseja-seque
tal conversor seja simplesem
seumodo
de
operação, de fácilimplementação
eque
possibilite redução devolume
doscomponentes
reativos utilizados,
como
indutores, transformadores e capacitores de filtragem. Desta maneirapode-se conseguir
uma
redução geral devolume
etambém
de custosdo equipamento que venha
a utilizar este conversor.
A
seguir é apresentadoum
estudoda
literatura disponível, a fim de direcionar a escolhado
conversorque
será objetode
estudo deste trabalho.Antigamente, a técnica mais
comum
de se obteruma
tensão senoidal a partir deum
barramento
CC
era utilizar circuitos inversoresque
gerassem ondas quadradasde
baixafrequência
ou
circuitos ressonantes de baixa frequência, visto quenormalmente
a frequência darede comercial é de
50
ou 60Hz.
O
problema
principal destas técnicas éque
os elementosLC
utilizados
na composição
dos circuitos ressonantesou
dos filtroseram
vohnnosos
e pesados, pelo fatode serem
projetados para estas baixas fiequências. Atualmente circuitoscomo
estes ainda4
Com
o
desenvolvimento de novas' tecnologias de construção de dispositivossemicondutores
que
operam
com
'frequência decomutação
elevada, as atençõesficaram
voltadaspara
o
desenvolvimentode
novas topologiasque
permitissem a reduçãode
peso e volume,principalmente destes elementos
LC.
Desta
forma, topologias inversoras clássicascomo
a mostradana
Fig.l.3passaram
atrabalhar
com
frequênciade comutação
elevada,da
ordem
de dezenas dekHz.
«L
st
Ii
Fig. 1.3 - Conversor
CC-ÇA
com
filtro de alta frequênciaA
tensão senoidalna
saída é obtidacomandando-se
os interruptorescom
um
sinalPWM
dealta frequência,
modulado
porum
sinal senoidal de baixa frequência.Com
esta técnica, oselementos
do
filtroLC
são bastante reduzidos, pois precisam atenuar apenaso
sinalde
altafrequência proveniente
da
comutação.O
fato de se trabalharcom
frequências elevadas contribui,também,
para melhorar a resposta dinâmica e reduziro
ruído acústicodo
conversor.Porém, no
caso de utilizaçãoem
sistemasUPS,
quasesempre
se faz necessária a utilizaçãode
um
transformadorde
isolamento, quepode
servirtambém
para adequar a tensãodo banco
debaterias
ao
nível desejadona
saída, pois comercialmente são utilizadas bateriasde
baixa tensãopor
motivos de
custo e volume.L
~
5*
l
li
Fig. 1.4 - Conversor
CC-CA
PWM
isoladocom
flltro de alta frequênciaEsta necessidade
de
se utilizarum
transformador trazum
grande inconveniente, jáque
0mesmo
deve
ser projetado para a frequência de saída, resultando pesado evolumoso.
Buscando
soluções para oproblema do
transformador de baixa frequência, apareceram osconversores
que
utilizamum
estágioCC-CC
intermediário, que eleva a tensãodo
banco debaterias ao nível necessário, possibilitando
o
uso de transformadoresde
alta frequência,que
possuem volume
e pesobem
menores[2].Uma
configuração
possível aparecena
Fig. 1 .5,[__-`*"__`_'l
L____ °_____I
CC-CA CA-CC CC-CA
Estágio cc-cc
Fig. 1.5 - Conversor
CC-CA com
estágioCC
intemrediárioEsta estrutura ainda
pode
ser melhorada se o controleda
tensão for realizadono
estágioCC-CC,
eliminando o filtro de saída,como
aparecena
Fig.l .6.6
É
t~Jfin-iii
cc-CA cA-cc cc-cA
Iii
Estágio cc-cc
Fig. 1. 6 - Conversor
CC-CA com
estágioCC
intermediário e controleno
conversorCC-CC
O
controleda
tensão de saída é realizado pelo estágioCC-CC
que fomece
um
sinalsenoidal retificado, enquanto os interruptores
do
inversorfuncionam
com
razão cíclica igual a0,5 e frequência igual à de saída.
As
estruturasque
utilizam estágioCC-CC
intermediário propiciam grande reduçãode
pesoe
volume,
mas
apresentam problemasdo
ponto de vistade
aplicaçãoem
UPS:
o
fatode
seremconstituídos
de
3 estágios conversores,V
prirneiro
um
conversorCC-CA,
em
seguidaum
conversor
CA-CC
efinalmente
outro conversorCC-CA
ocasiona oaumento
das perdasem
condução
e a consequente reduçãodo
rendimento globalda
estrutura.Além
disso, estasestruturas
não
perrnitem a reversãodo
fluxo
de potência, pelo fatodo
conversorCA-CC
ser unidirecional,o que
asimpede
de alimentar cargas reativas - capacitivasou
indutivasRecentemente
apareceuna
literaturamn
conversorCC-CA[2]
que
apresenta o usode
um
transformador
de
alta frequência,com
comutação não
dissipativa e possibilidade de reversãodo
K!
-xi
__ __ ,zz~;Ã, giz l ~ K1Fig. 1. 7 - Conversor
CC-CA com
estágioCA
de alta frequênciaNesta
topologia, o conversor primário operacomo
inversor de alta frequência, enquanto oconversor secundário é
um
cicloconversor .A
modulação pode
ser realizadade
duas maneiras.Na
primeirao
cicloconversor operacom
frequência e razão cíclica constantes e amodulação
érealizada
no
inversorcom
alta frequência.De
outra maneira, pode-semodular
o sinaldo
cicloconversormantendo-se o
inversorcom
frequência e razão cíclica constantes.Ou
aindacomandar
os interruptoresdo
inversor edo
cicloconversorcom
frequência e razão cíclicafixas
erealizar a
modulação
atravésda defasagem
entre oscomandos
do
inversor edo
cicloconversor.As
principais vantagens desta topologia são a diminuiçãodo
níunero de conversores, a reduçãode
peso evolume
do
transformador e elementosLC,
a possibilidade de operarcom
fluxo
reverso
de
potência e aplicaçõesem
sistemas trifásicos.Como
desvantagens, pode-se citar o fato de trabalharem
condução
descontínua afim
dese obter
comutação não
dissipativa, o queaumenta o
valorda
correnteeficaz
e consequentementeas perdas de
condução
dos interruptores. Existe, atualmente,uma
limitação a nívelde
tecnologiade
componentes na
aplicação deste conversorem
sistemas depequena
potência, principalmenteem
termos de resistênciasde condução
dos transistores utilizados.Uma
técnicaque
está sendo estudada e utilizada atualmente é de se realizar a regulação da tensãode
saída atravésde
um
conversorCC-CC
elevador de tensão isolado.8
O
conversorCC-CC
eleva a tensãofomecida
pelobanco
de baterias e entrega ao circuito inversoruma
tensão regulada ecom
nívelque
facilita a operaçãodo
inversor.Nesta
estrutura,mostrada na
Fig.1.7, o papeldo
inversor é apenasde
realizar amodulação
senoidal,que
pode
serfixa
pelo fatode
a tensão ser regulada pelo conversorCC-CC.
Este caso é
uma
generalizaçãodo
conversor apresentadona
Fig. 1 .5.COCC
1NvERsoR
BATERIAS
ELEVADOR
E
I
+
CARGA
1soLADo
FILTRO
Fig. 1. 8 -Conversor
CC-CA com
estágioCC-CC
elevador de tensãoOutra
proposta apresentadana
literatura éo
conversor mostradona
Fig. l .9 a seguir[l].Fig. 1. 9 - Conversor
CC-CA
controlado por defasageml>I-{>|
'É'
l>l-°-{>I
Este conversor utiliza
um
transformador de alta fiequência, permitindo a reduçãodo
seuvolume.
A
regulaçãoda
tensão de saida é controlada peladefasagem
entre os dois estágiosdo
COIIVCTSOI".
Apesar
de já existirna
literaturaum
trabalhoque
apresenta resultadoscom
esteconversor[l], parece interessante realizar
um
estudodo
mesmo,
desenvolvendo-seuma
metodologia de
projeto e buscando-se determinar possíveis dificuldades deimplementação
e/ou1.4-coNcLUsõ1‹:s
Todas
as tentativas de redução devolume
e peso dos conversoresCC-CA
utilizadosem
sistemas
UPS
passam
pela elevaçãoda
frequência decomutação
com
consequente redução doselementos
LC
etambém
do
transformador.Existem
diversas topologias e maneirasde
se fazeraregulação
da
tensãode
saída.O
que
se buscaem
um
conversor que possa ser utilizadoem
mn
equipamento de pequena
potência é que,além
de apresentar tensão de saídabem
regulada ecom
baixa distorção
harmônica
e possuirpequeno
volume
e peso, este conversor seja simples,de
fácilCAPÍTULO
2
ESTUDO
Do
coNvERsoR PRoPosTo
2
. 1-INTRODUÇÃO
Neste
capítulo é apresentada e analisada a estrutura proposta paraformar
o
conversorCC-
CA
deuma
UPS
depequena
potência.São
obtidas suas características estáticas e é desenvolvidauma
metodologia
de projeto,bem
como
realizadauma
análise das diversas topologias possíveispara este conversor, suas vantagens e desvantagens.
Ao
fmaldo
capítulo são apresentados algunsexemplos de
projetoacompanhados
de especificação decomponentes
afim
de ilustrar ametodologia
desenvolvida.2.2-CONVERSOR
PROPOSTO
Com
basena
literatura existente e procurando alcançar os objetivos propostos para estetrabalho, optou-se pelo conversor apresentado
na
Fig.2.1 a seguir[l]. VD3 S
A
D6 LO E Sli D1 I 3 1D
À
'D
^ . 4 5 Co' Ro 'Ê E 2 D7-
Dmza
D, i DsÀ
D9 BFig. 2.1 - Conversor proposto
Este conversor é
formado
porum
grupo de interruptoresno
primário, Sl, Dl, S2 eD2,
que funcionacomo
inversorda
tensão de entrada, fornecida pelas baterias El e E2.Os
interruptorescomutam
em
alta frequênciacom
razão cíclica igual a 0,5, fornecendouma
tensãoquadrada
simétrica e isolada ao estágio seguinte.O
próximo
grupo,formado
pelostransistores S3 e S4 e pelos diodos D3, D4, D5,
D6, D7,
D8,D9
eDm
éum
conjunto deinterruptores bidirecionais
em
tensão e correnteque
atuacomo
cicloconversor,operando
com
frequência e razão cíclica fixas, permitindo
que
amodulação
seja obtida pordefasagem
entre os sinaisde
comando
do
inversor edo
cicloconversor.Por
fim,
o
estágiode
saídado
conversor éum
filtroLC
que
tem
como
função atenuarou
suprimir
harmônicas de
alta frequência,fomecendo na
saídado
conversoruma
tensão senoidalna
frequência desejada.2-.3
ANÁLISE QUALITATIVA
E
QUANTITATIVA
2.3.1-coNsIDERAÇõEs
INICIAIS
A
fim
de
simplificar a análisedo
conversor, as seguintes condições são consideradas:i-
O
conversor está operandoem
regime permanente.ii-
As
tensões de entrada El eE2
são constantes e iguais a E.iii-
A
frequênciade comutação
é muito maiorque
a frequência de saída.iv-
Todos
os semicondutores são ideais; seustempos
decomutação
e elementos parasitassão desprezados, suas resistências de bloqueio são infinitas e suas resistências de
condução
são nulas. -
v-
O
transformador é ideal e possui relação de transformação Lmitária. vi-A
corrente de saída é constante duranteum
período de comutação.2.3.2-ETAPAS
DE
FUNCIONAMENTO
As
etapasde
funcionamentodo
conversor são descritas a seguir:. Primeira etapa (t0,t¡): Durante esta etapa os transistores SI e S3 estão
em
condução.A
corrente
de
carga circula por Sl, D3, S3 eD5
e a tensão que aparecena
entradado
filtro (tensãoVAB)
é igual a +E. Esta etapa terminaquando
S3 écomandado
a bloquear eS
4 écomandado
al2 A I D3
_
¿
Dó Lo ' _ SD
. E 1 1 .D
¿
__
D
A , ° 5 Co Ro E~
D7A
A
I)|0 S |D
2 2A
D
s 9D
4
B Fig. 2.2 - Primeira etapa de funcionamentoSegunda
etapa (t¡,t2):S
4assume
instantaneamente a corrente de cargaque
circula por S¡,D7,
S
4 eD9.
Pela polaridadedo
transformador a tensãovw
setoma
negativa e igual a -E. Esta etapa terminaquando
o transistor Sl écomandado
a bloquear e S2 entraem
condução.D3
1
S Dó Lo E S 1 D1 I 3 A D4 _ Ds CO > R0oii--É
. I E _ D7 S DWMãe
‹ D8 D9Fig. 2.3 - Segunda etapa de funcionamento
B
Terceira etapa (t2,t3):
O
intermptor S2assume
a correnteno
primário.A
corrente de cargacircula por S2,
D7,
S
4 e D9.Há uma
nova
inversão na polaridadeda
tensãono
filtroque
agoraéigual a +E.
A
etapa tenninaquando S
4 é bloqueado e S3 entraem
condução.V D3
A
¿
D6 LO E S1 | D1 A D4A
A
D5 Co Ro ' â E D7 SA
DIO S2 DZ - I 4 › D8A
D9Fig. 2.4 - Terceira etapa de funcionamento
Quarta etapa (t3 ,t4):
Nesta
última etapa a corrente circula por S2, D3, S3 e D5.Novamente
a tenSã° VM; é invertida ,
ficando
igual a -ED3
A
De Lo E S1 D1D
A -D
À
*
. 4 5 Co Ro 'Ê E _ _i
D7A
A
])l0 S2 D2 D8A
A
D9 B Fig. 2.5 - Quarta etapa de funcionamento2.3.3-PRINCIPAIS
FORMAS
DE
ONDA
As
principais formas deonda
referentes às etapas de funcionamento são mostradasna
Fig.2.6
A
defasagem
entre os sinais decomando
do
inversor edo
cicloconversor édefinida
como
sendo
D=2_^£
T, t
Como
estadefasagem
controla a razão cíclicada
tensão que éfomecida ao
filtro de saída,poderá, ora
ou
outra, ser tratadacomo
razão cíclica ao longodo
texto. Analisando-se a tensaona
entradado
filtro,V
AB, verif-¡ca_se
que
estatem
seu valormédio
controlado pela
defasagem D, que na
Fig.2.6 é igual ao intervalo detempo
Atde defasagem
entre os
comandos
dos interruptoresdo
estágio primário(inversor) edo
estágio secundário(cicloconversor) etem
frequência igual a duas vezes a frequênciade
comutação.Percebe-se,
também,
pela análiseda
tensãono
transformador,que
esta é simétrica etem
frequência igual àde
comutação.l4
V
^
I A: 'CoMANDo
DE
sl S*|:'_-11
Ç'-':{_|
|*_¬
r--¬
9
Ã-_Í`_'_`l
COMANDO
DE
sz tÍ___"_'I
Í'í'__I
I .>CoMANDo
DE
ss ' VB3CÍI
fi
|í"'_¬
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^
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DE
s4 ' VS4É-í_|
|--_-¬
|-_-_'
r-1
tè
/'\H
TENSÃO
No TRANSEORMADOR
v
TRí...
_
tà
/\
TENSÃO V
V
AB AB E \A
CQRRENTE
MAGNEHZANTE
IM_
'I .I¡S^
* I ¢oR1fiiENTáDE
sAíDA fo °__ 1-›___íi|___ .-.___.___í|..____.__ N 1-›_í.___.__ u ,.«.í.__..._.__.. À :-0_
_]2.3.4
OBTENÇÃO
DAs
CARACTERÍSTICAS
EXTERNAS
Do
CoNvERsoR
Para a obtenção das características
extemas do
conversor e afim
de secomprovar
apossibilidade
de
transferência de potênciaem
dois sentidos , oque
éfimdamental
em
um
inversor
que
compõe
uma
UPS,
será utilizado ométodo
que
levaem
conta o valormédio
das variáveisde
estado duranteum
pen'odo de comutação[l].É
importante observarque
estemétodo
é válidoquando
a frequência decomutação
émuito maior que
a de saída , situaçãoque
ocorreInicialmente são obtidos circuitos equivalentes para cada etapa
de
funcionamento, sendoestes circuitos idênticos para as etapas 1 e
4
(D) e 2 e 3 (1-D). Nestas etapas o conversortem
comportamento
do
tipo Buck.Os
circuitos equivalentes são mostradosna
Fig.2.7.ra)
L
P
¬¬¬
ij
_
, ‹11›L
mai
ilcIR>l
T
T
1 .l-DÍ
PU -/vvFig. 2. 7 - Circuitos equivalentes para as etapas D(I) e (1-D)(II)
Onde
r incorpora as resistências intemasdo
conversor (não idealidades dos semicondutorese elementos passivos) e
n
é a relação de transformação .do transformador paraum
caso -nãoidealizado. Í '
Definindo
como
Variáveis de Estado a correnteno
indutor e a tensãono
capacitor, o Vetorde Estado
seráX
=
(21)
Assim, cada
circuito equivalente é descrito pelas seguintes equações: 'Para
o circuito (l) '~ -
dx
onde
onde
Al:
;f;1
LL
li
ccR
.L
bl= nL
0 Parao
circuito (II)dx
É
=
A2x+b2
A2 =
;f;1
L
L
li
C
CH!:l
nL
bz:
O Eâ(23)
(2.4)(25)
<2.õ)(27)
Calculando
os Vvaloresmédios
"ponderados",~ obtém-seo
Vetorde
EstadoMédio
paraum
períodode
comutação
9.);=
Ax+
1-›E¡ (2.s) afonde
1;?
LL
A
= DA,
+(1- D)A, z
(29)
L
;1
c
CR
(2D -
l)b=Db,+(1-D)b2={
“L
J - (2.1o) oFazendo
AÉÃ=0
dt .encontra-se
o
valordo
Vetorde
Estado para regimepermanente
XS
=
-A"bE¡
(2.11)de
onde finalmente
pode-se obter a expressão para a tensãomédia
instantânea de saídaem
ftmçãoda defasagem
D
E¡
2D-1)
1n
1+-R
18
que
está plotada a seguirEo
+Ei
0,5 1.0
D
-Ei
Fig. 2.8 - Tensão média instantânea de saída
em
função da defasagemD
No
casoem
que
a tensãofomecida
é ade
saída Eo' e conectandouma
carga R' ao terminalde
entradacomo
mostrado na
Fig.2.9,o
modelo
agora é o deum
conversordo
tipo Boost.i r
L
§R'
cl-
.E-E0'
1D
T
Í rL
ii“W“""““T`1
š R'c
-
E0' 1i
T
1-D
Fig. 2.9 - Circuitos equivalentes para fluxo reverso de potência
I IIE 1
E.
=
° . 2.13'
(21)-1)
1+
r ( )R'(2D-1)2
Analisando as equações (2.l2) e (2.l3)
fica demonstrado
quepode
haverfluxo
de potênciaem
ambos
os sentidos,o
que
possibilita a devolução de energia instantânea às fontes de entrada.A
equação
(2.l2) mostratambém
que, variando-se adefasagem
D
senoidalmenteem
tomo
de0,5
o
conversor operacomo
uma
fonteAC
senoidal. `Ainda, sendo
0
fluxo
no
transformador independentedo
sinal demodulação,
omesmo
pode
ser projetado para a frequência de comutação, enquanto pela análiseda
tensãoVM
da
Fig.6verifica-se
que
os elementosLC
do
filtro de saídadevem
ser projetados parauma
frequência igualao dobro da
frequênciade
comutação.Em
função disto, estes elementospodem
ser bastante reduzidos, contribuindomuito
para a redução totaldo
peso evolume do
conversor deuma
maneira
geral. ._
2.4-
METODOLOGIA
E CRITÉRIOS
DE PROJETO
O
objetivo desta etapa é criaruma
metodologia simples e direta parao
projeto doscomponentes que
fonnam
o
Estágio de Potênciado
equipamento.2.4.1-ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS
A
primeira etapado
projeto consiste nas especificações técnicasdo
equipamento, as quaisdependem
da
sua aplicação e de necessidades e exigênciasdo mercado
consumidor:A
- valor das tensões
de
entrada E, que geralmente são fomecidas porum
banco
de Baterias.
- valor
da
tensãoeficaz
de saída, que para o Brasil será de127V
ou
220V
dependendo da
região
onde o equipamento
será instalado R - especificaçãoda
frequência de saída, geralmente50 ou
601-Iz.- especificação
da
frequência de comutação,que
vai depender basicamente dos20
- especificação
da
potência nominal,ou
seja, amáxima
potênciaque
oequipamento
devefomecer
em
regime normal
de trabalho.2.4.2-CÁLCULO
DOS
ESFORÇOS
DE
TENSÃO
E
CORRENTE
NOS
COMPONENTES
A
segunda
etapa consisteem
se calcular os esforços de tensão e corrente aque
estarãosubmetidos os dispositivos semicondutores (Diodos e Transistores) . Estes esforços
vão
dependerda maneira
como
se desejaou
escolhemontar
os estágios - Inversor e Cicloconversor -do
conversor.
Tanto
para o estágio inversor quanto para o. cicloconversor pode-se optar poruma
topologia
em
meia-ponteou
ponte completa, sendoque
esta segunda elimina a necessidadede
seutilizar
um
transformadorcom
ponto médio,porém
utilizandoum
número
maior
deinterruptores. _
Para o estágio inversor há, ainda, a possibilidade de se utilizar duas Baterias para fornecera
tensão
de
entrada,formando
uma
meia
ponte neste estágioou
ainda utilizar apenasuma
Bateriaeum
divisor capacitivode
tensão.Uma
outraopção
seria utilizarum
conversordo
tipo Push-Pullno
estágio inversor, o quepossibilita
o
uso de apenasuma
bateria e dois interruptoresno
primário.Algumas
destas possibilidades estão mostradas nas figuras a seguir.L
IEÊF
I ^l
° É EFig.2. 10 - Topologia
com
meia ponte no primário e ponto médio no secundário3
|`,E5}tIE}
Fig.2. 11 - Topologia
com
ponte completano
primário e ponto médiono
secundário
__;
Ef
É
LM
. § 1E
T
Qi-íí_~
'Ê
¬F
,É
Fig.2. 12 - Topologia
com
meia ponte no primário e ponte completano
secundário
@wae«
Hefifi
É
22
~.
Wii
~rfi
lã
1,1
z í _Fig.2. 14 - Topologia
com
Push-PuI/ no primário e ponto médiono
secundário
~
Fig.2. 15 - Topo/ogia
com
Push-Pull no primário e ponte completano
secundárioBasicamente
os esforços de corrente são osmesmosem
todas as topologias,mudando
apenas os níveis
de
tensão aque
estarão submetidos os interruptoresem
cada
situação.No
casode
se utilizarmeia
ponteou
Push-Pull, a tensão sobre os interruptores será duas vezesmaior que
no
casoda
ponte completa.Se
os transistores utilizadosforem do
tipoMOSFET
isto significará a possibilidade de se elevar a frequênciade comutação o que
reduz significativamenteo
volmne
doscomponentes
reativos
do
sistema (transformador e filtro).Os
MOSFETS
disponíveis atualmente são especificados para valores elevadosde
tensãocom
pequenas
correntes e elevados valores de resistência decondução
e para valores elevados decorrente
com
pequenas
tensões apresentando, neste caso,pequenos
valoresde
resistência deNo
casode
uma
UPS
depequena
potência o valorda
tensãode
entrada épequeno
em
função das baterias utilizadas ecomo
a tensãode
saída deverá ter seu valoreficaz de
110V
ou
220V
que não produz
tensõesde
pico (Ve¡.\/Í) muito grandes; é razoável utilizarmeia
ponteou
Push-Pull
no
Inversor e pontomédio
no
Cicloconversor.Ou
seja, os interruptoresdo
inversordeverão suportar correntes elevadas,
mas
como
são especificados para baixa tensãopossuem
pequenas
resistências de condução.Por
outro lado, os interruptoresdo
cicloconversordevem
suportar baixas correntes, podendo-se tolerar maiores resistências de condução, característica dos
interruptores de tensão
mais
elevada.Além
disso, onúmero
de
interruptoresfica
bem
menor
para este casomelhorando
as característicaseconômicas
e de confiabilidadedo
equipamento.Será adotada
como
base a topologia apresentadana
F
ig.2.l0,com
meia
ponteno
primário eponto
médio
no
sectmdário. I-Tensão nos
Interruptoresdo
InversorTanto
os Transistores quanto osDiodos do
inversor estarão sujeitos aodobro
do
valorda
~
tensao
de
BateriaE
VDW
=
VDZP*=
2E
(2.l4)Vslpk
=
Vszpk=
-
Tensão nos
Intenuptoresdo
CicloconversorA
máxima
tensão sobre estescomponentes
será o dobroda
tensão de entrada refletida ao secundário .I/Sw
=
Vslpk=
2. ›z.E (z_1ó)24
- Corrente
nos
Interruptoresdo
InversorA
correnteque
circula_ nestescomponentes
é a própria correntede
carga refletida aoprimário,
sendo que cada
Transistorconduz
ametade da
correnteem
cada período decomutação
e os seus respectivos diodos
devem
ser dimensionadostambém
para estes valores de corrente.Nesta
etapa é interessante fazeruma
análiseda
corrente de saída,que
é fornecida peloinversor.
Como
a frequênciade comutação
é muitomaior que
a frequência de saída, pode-se considerarque
a correntede
saída é constante duranteum
períodode
comutação.Por
outro lado,da
análise realizadano
item 2.3.4 obtém-se facilmentea
expressão para acorrente
média
de
saídado
Conversor, jáque na
análise proposta esta corrente éuma
variável deEstado.
Assim,_da
equação
(2.l 1), resulta1,
=5=-%Ei(2D`1)
(2.1s)R
nR
Para
o
caso idealonde
as resistências internasdo
conversor são desprezadas.As
correntes nos interruptores terão aforma
mostradana
Fig.2.16.i
Sl
ISlpk
T¬ Í
1
Fig. 2. 16 - Corrente no interruptor
S
,onde o
valorde
picoda
corrente será o valormáximo
da
corrente de saídamais
a ondulação deEsta consideração é feita a
fim
de simplificar os cálculos enão
prejudica odimensionamento
dos componentes, jáque
neste caso osmesmos
estarão sendosobredimensionados. ~
IS 'P*
=1'0m,,+-^l=ÉQ+Êi
(2_19)2
nR
2
1;, ,
=
correntemáxima
de saída refletida ao primário lllfll'Ai'L
=
ondulação de correnteno
indutor de.filtragem refletida ao primário-Valor
médio
da
corrente nos Intenuptoresdo
inversorZ
1 2 Is
13%
=
?
¿1Smdf
=
%
(220)
-Valoreficaz da
corrente nos Intemiptoresdo
inversorÍ `
_
1%
=
-Í ársppk df=%
(221)
Para os interruptores
do
cicloconversor as equações são asmesmas,
mudando
apenas osvalores de pico
da
corrente que agora não é mais refletida. _-
Valor
médio
da
corrente nos Interruptores do. cicloconversorIs
_
SP*Issmd
-
2
_ _ (2.22)-Valor
eficaz da
corrente nos Interruptoresdo
cicloconversor1 =.I_Ê~*¿ (2 23)
26
2.4.3-EQUAÇÓES
PARA
PROJETO
Do
FILTRO
DE
SAÍDA
gO
passo seguinte consisteno
desenvolvimento das equações parao
cálculo dos elementosdo
filtrode
saída,LC.
- V ‹ _+
vLo(t) -Lo
g . /'\f\f-v-\ ¡L<›(r)*Í
_ 1vem
iCo(t _Í_Co
vCo(t)šgRo
'Fig. 2. 17 - Fi/tro
LC
de saidavc (t)
=
tensãode
entradado
filtro,fomecida
pelo conversorvce (t)
=
tensão de saídado
filtro, que é fornecida à cargaih, (t)
=
correnteno
indutordo
filtroiC0(t)
=
correnteno
capacitordo
filtroL
A
tensãona
entradado
filtro é a tensão VAB , que aparecena
F
ig.2.6.Seu
valor estásempre
E
AiLA‹›/2
-AiLo/2
. Fig. 2. 18 - Tensão na entrada do
filtro e corrente no indutor do filtro
Da
Fig.2.17 pode-se escrever a seguinte equaçãod' ' Lo
-šl
=
ven)
-vao (1) (2.24 `Sendo
i TAB=
(1173
+
(1'-D
). TS )(225
`um período
da
tensão VAB eafre 1 1
=
=
V =2. 2.26f”
TABD.1g+(1-.mg
.ff ( )quência desta tensão,
que
é imposta ao filtroLC.
__
Ainda, considerando-se as derivadas
como
variações, pode-se escreverAz'L0 «
Lo
3-
=
ve rf)-
vz.,m
‹2.2v› )28
Como
a situação crítica para o filtro é o instanteem
que
a fundamentalda
tensão de saída estáno
seu valormáximo[8],
tem-se '» Az' ' Az' -
L._L°=E-V
0.\/§=L.%Lfl
2.28A1,
.“ff
0 D. TA, ( )As
¬ A.-L,,.i=_E_Vs(,, .\/§=L,,*'¿*>%
ef(229)
_onde
. - vs (1)=
va, (f)(230)
e' a tensão de saída. o ACom
(2.28) e (2.29)em
(2.26) e após Lnna manipulação matemática simples 'chega-se àexpressão para o cálculo
do
indutordo
filtro o' ,
E2-2.(V
)2 z Lo(231)
2»OU
E2 -
2.‹V,,z,zf›2 LO=
-_-À
_(232)
4.\/§A.z¿¶.fS.1/mfPor
outro lado, analisando-se a tensãono
capacitor de filtroico (I)
=
C0.í`-2%) (2.32)Considerando que
toda a ondulação de correntedo
indutor passa pelo capacitor e tratandoas derivadas
como
variações ^. A.v .
COIH
A.z=D.TS+(1-D).T__,
(235)
3
2
_
M
=
f AB ‹ 2. 36)obtém-se
a expressão para o cálculodo
capacitor de filtro, C0.C0
viii-
(237)
fAB.A.vS
OU
A.z'L0co
z-_?
(238)
2.fS.A.VsPortanto,
com
as equações (2.32) e(238)
pode-se dimensionar os elementosdo
filtro desaída
em
função das especificações de projeto, tensão de entrada, tensãode
saída, ondulações de tensão e corrente e frequência de comutação.2.4.4-PROJETO
no
TRANSFORMAUOR
O
projetodo
transformador segue equações e critérios disponíveisem
várias publicações técnicasque
tratamdo
projeto de transformadores e indutores para alta frequência.As
etapas eequações para
o
projetodo
transfonnador são apresentadas a seguir[l 5].2.4.4.1 - Seleção
do
Núcleo
P. .1o**A
P=A
°.AW
=____"*-__-i
(239)
1<,.1<,,.k,.Jm,,.ABf,,,,.f,onde
Ap =
produto de áreaAe =
área da seção magnéticaP¡n
=
potênciade
entradakt
=
fatorde
topologiakw
=
fator de utilizaçãoda
janelado
núcleo kp=
fator de utilizaçãodo
primárioJ max
=
densidade de correntemáxima
ABmáx
=
excursãoda
densidade defluxo
máxima
ft
=
frequência de operaçãodo
transformador2.4.4.2 - Cálculo dos enrolamentos primário e secundário
onde
N,
=
~_-íEm'"'1° (2.4o) 2.Ae.ABm,,x.f,Emm
=
mínima
tensãono
primáriodo
transfonnadorO
enrolamento secundáriopode
ser calculado atravésda
relação de transformaçãodo
transformador
-ä
. ' - `N]
.2.4.4.3 - Cálculo das correntes nos enrolamentos primário e secundário
onde
A
correnteno
enrolamento secundário é calculada pela equação (2.41)P
I z
=_°
2.41V0
‹ ›Po