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ALEXANDRE, O GRANDE, POR FULGÊNCIO, O MITÓGRAFO: TRADUÇÃO DO LIVRO X DO LIPOGRAMA DE AETATIBUS MUNDI ET HOMINIS

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ALEXANDRE, O GRANDE, POR FULGÊNCIO, O MITÓGRAFO:

TRADUÇÃO DO LIVRO X DO LIPOGRAMA DE AETATIBUS

MUNDI ET HOMINIS

ALEXANDER THE GREAT BY FULGENTIUS THE MYTHOGRAPHER:

TRANSLATION OF BOOK X OF THE LIPOGRAM DE AETATIBUS MUNDI

ET HOMINIS

Cristóvão José dos Santos Júnior

Universidade do Estado da Bahia cristovao_jsjb@hotmail.com

Resumo: realiza-se a primeira tradução para a

língua portuguesa do décimo Livro da De

aetatibus mundi et hominis, a partir da edição

crítica fixada por Rudolf Helm (1898). Esse escrito é considerado o mais antigo lipograma atestável e é atribuído ao escritor norte-africano e tardio Fábio Plancídades Fulgêncio (final do séc. V – início do séc. VI d.C.). Conhecido como o Mitógrafo, esse é um autor ainda pouco estudado em língua portuguesa, muito embora sua produção tenha ostentado uma considerável repercussão na Idade Média. Nessa obra, são descritas as idades do mundo e do ser humano por meio de uma perspectiva moral cristã, o que é realizado sob a forma de lipograma. Desse modo, em cada uma das quatorze partes da De aetatibus, é evitada uma determinada letra de seu alfabeto. No Livro X, ora traduzido, Fulgêncio critica a ambição conquistadora de Alexandre, o Grande, sem supostamente empregar a letra ‘k’, o que é objeto de questionamento, tendo em vista sua baixa frequência em vocábulos latinos.

Palavras-chave: Alexandre, o Grande; Fulgêncio; Antiguidade Tardia; Lipograma; Escrita Constrangida.

Abstract: This is the first translation into

Portuguese of the tenth Book of De aetatibus

mundi et hominis, based on the critical edition

set by Rudolf Helm (1898). This writing is considered the oldest attestable lipogram and is attributed to the North African and late writer Fabius Planciades Fulgentius (late 5th – early 6th century). Known as the Mythographer, this author is still little studied in Portuguese, although his production had a considerable repercussion in the Middle Ages. In this work, the ages of the world and the human being are described through a Christian moral perspective, which is done in the form of a lipogram. Thus, in each of the fourteen parts of De aetatibus, a certain letter of its alphabet is avoided. In Book X, now translated, Fulgentius criticizes the conquering ambition of Alexander the Great, without supposedly using the letter 'k', which is the object of questioning, considering its low frequency in Latin words.

Keywords: Alexander the Great; Fulgentius;

Late Antiquity; Lipogram; Constrained Writing.

Situando Fulgêncio e a De aetatibus

Nos últimos anos, alguns pesquisadores brasileiros manifestaram interesse em recuperar a produção atribuída a Fábio Plancíades Fulgêncio. Desse modo, das

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quatro obras que lhe são creditadas, três já foram traduzidas para a língua portuguesa.1 Assim, a De aetatibus mundi et hominis (Das idades do mundo e da

humanidade) representa o último escrito fulgenciano que ainda reclama por uma

atividade tradutória, o que vem sendo paulatinamente enfrentado por nosso projeto, ora compartilhado.2

1 As Mythologiae foram traduzidas por José Amarante (AMARANTE, José. O livro das Mitologias de

Fulgêncio: os mitos clássicos e a filosofia moral cristã. Salvador: Edufba, 2019.), a Continentiae por Raul

Moreira (MOREIRA, Raul. A “Exposição dos conteúdos de Virgílio”, de Fulgêncio: estudo introdutório e tradução anotada. Dissertação (Mestrado em Literatura e Cultura) - PPGLitCult, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.) e a Sermonum por Shirlei Almeida (ALMEIDA, Shirlei. A ‘Expositio

Sermonum Antiquorum’, de Fulgêncio, o Mitógrafo: estudo introdutório, tradução e notas. Dissertação

(Mestrado em Literatura e Cultura) - PPGLitCult, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.). No que tange às traduções para línguas estrangeiras, vale destacar que as Mythologiae possuem uma versão para o inglês, feita por Leslie Whitbread (WHITBREAD, Leslie. Fulgentius, The Mithographer. Ohio: State University Press, 1971.) e outra para o francês, realizada por Étienne Wolf e Philippe Dain (WOLFF, Étienne; DAIN, Philippe. Fulgence, Mythologies. Villeneuve d’Ascq: Septentrion Presses Universitaires, 2013.), além de traduções parciais em italiano de seu prólogo por Martina Venuti (VENUTI, Martina. Il prologo delle Mythologiae di Fulgenzio: Analisi, traduzioni, commento. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) − Università degli Studi di Parma, Parma, 2009.; VENUTI, Martina. Il prologus delle Mythologiae di Fulgenzio. Introduzione, testo critico, traduzione e commento. Napoli: Paolo Loffredo Iniziative Editoriali s.r.l., 2018.), de determinados excertos por Ferruccio Bertini (BERTINI, Ferruccio. Autori latini in Africa sotto la dominazione vandalica. Genova: Tilgher, 1974. p. 131-145.) e de passagens poéticas por Silvia Mattiacci (MATTIACCI, Silvia. ‘Divertissements’ poetici tardoantichi: i versi di Fulgenzio Mitografo. Paideia, v. 57, p. 252-280, 2002.). A Continentiae recebeu traduções para o inglês, elaboradas por Whitbread (1971) e Zanlucchi (vd. AGOZZINO, Tullio. Secretum quaerere veritatis. Virgilio, vates ignarus nella Continentia Virgiliana. In: Studi

classici in onere di Quintino Cataudella III. Catania: Università di Catania, Facoltà di Lettere e Filosofia,

1972. p. 615-630.), para o italiano, empreendida por Fábio Rosa (ROSA, Fabio. Fulgenzio: Commento all’Eneida. Milano-Trento: F. R., 1997.), para o francês, concebida por Étienne Wolff (WOLFF, Étienne.

Fulgence, Virgile dévoilé. Villeneuve-d’Ascq: Presses Universitaires du Septentrion, 2009.), e para o

espanhol, engendrada por Valero Moreno (VALERO MORENO, Juan Miguel. La Expositio Virgilianae de Fulgencio: poética y hermenéutica. Revista de poética medieval, v. 15, p. 112-192, 2005.). A

Sermonum já foi traduzida para o inglês por Whitbread (1971) e para o italiano por Ubaldo Pizzani

(PIZZANI, Ubaldo. Fulgenzi: definizione di parole antiche. Roma: Ateneo, 1968.). A De aetatibus, por fim, conta apenas com uma tradução para o inglês de Whitbread (1971) e outra para o italiano de Massimo Manca (MANCA, Massimo. Le età del mondo e dell’uomo. Allesandria: Edizioni dell’Orso, 2003.).

2 Já podem ser apreciadas as traduções do prólogo, lipogramática e alipogramática, e as traduções lipogramáticas do Livro I (Ausente A), do Livro II (Ausente B), efetuada em um artigo que aborda certas questões pós-estruturalistas envolvendo a proposta tradutória, do Livro III (Ausente C), do Livro IV (Ausente D), do Livro VII (Ausente G) e do Livro XII (Ausente M), efetuadas por Cristóvão Santos Júnior (2019bc e 2020abcd) e por Cristóvão Santos Júnior em coautoria com José Amarante (2020), nas seguintes publicações: A De aetatibus mundi et hominis sem a letra ‘a’, por Fulgêncio, o

Mitógrafo: tradução lipogramática do prólogo, disponível em

<https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/19416>, A problemática do

prólogo da De aetatibus e sua tradução alipogramática, disponível em

<https://doi.org/10.25187/codex.v8i1.31811>, Adão, Eva, Caim e Abel sem a letra ‘a’, por Fulgêncio,

o Mitógrafo: tradução do Livro I do lipograma De aetatibus mundi et hominis, disponível em

<https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/27256>, Refletindo a fenomenologia de

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Fulgêncio possui uma biografia traspassada por uma série de problemáticas, não sendo sequer conclusiva sua existência. Considerando a carência de informações para o conhecimento desse compositor, seus comentadores se valem de citações de outros escritores, dados linguísticos, aspectos estilísticos e referências intratextuais.

Nesse âmbito, assume destaque o trabalho desenvolvido por Martina Venuti,3

que examinou e traduziu o prólogo do Livro I das Mitologias. Nas seções iniciais de seus escritos, Fulgêncio traz algumas informações que podem, eventualmente, servir para algum tipo de investigação biográfica. Nesse sentido, o Mitógrafo4 faz

referência, inclusive, a um cenário sócio-político conturbado, o que é lido por Gregory Hays5 como possível topos poético.

Malgrado pouco investigado, Fulgêncio é um autor que merece maior atenção dos pesquisadores, tendo em conta seus notáveis contributos para estudos literários, teológicos, históricos e filosóficos. Sua escrita revisita a cultura pagã sob uma diretriz axiológica cristã, o que se conecta ao processo de permanência da herança clássica na Idade Média. Nessa esteira, o Mitógrafo sofreu influência de

<http://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/26875>; Fulgêncio sem a letra ‘c’: tradução do

Livro III do lipograma De aetatibus mundi et hominis, disponível em

<https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/26021>; Traduzindo o quarto Livro

do lipograma fulgenciano, disponível em <https://seer.ufs.br/index.php/apaloseco/article/view/12956>; A idade bíblica dos juízes sem a

letra ‘g’: tradução do Livro VII do lipograma De aetatibus mundi et hominis de Fulgêncio, o Mitógrafo,

disponível em <https://impactum-journals.uc.pt/archai/article/view/1984-249X_30_23>; e A vida

de Jesus Cristo sem a letra ‘m’, por Fulgêncio, o Mitógrafo: tradução do Livro XII do lipograma De aetatibus mundi et hominis, disponível em <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/13496>.

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VENUTI, Martina. Il prologo delle Mythologiae di Fulgenzio: Analisi, traduzioni, commento. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) − Università degli Studi di Parma, Parma, 2009.; VENUTI, Martina. Il prologus delle Mythologiae di Fulgenzio. Introduzione, testo critico, traduzione e commento. Napoli: Paolo Loffredo Iniziative Editoriali s.r.l., 2018.

4 O epíteto Mitógrafo costuma ser empregado para distinguir nosso lipogramista de seu homônimo Ruspense. Isso se deve ao fato de que esses autores compartilharam um conturbado processo de transmissão textual, assinalado pela associação de obras em um mesmo volume, como se pertencentes ao mesmo compositor. Além disso, o termo Mitógrafo deriva da sensível repercussão de suas Mitologias. Para uma melhor compreensão da problemática filológica referente à fortuna fulgenciana, sugere-se a leitura, em português, do artigo de Cristóvão Santos Júnior (SANTOS JÚNIOR, C. O problema da transmissão textual entre os dois Fulgêncios. Tabuleiro de Letras, Salvador, v. 13, n. 2, p. 208-226, 2019.) intitulado O problema da transmissão textual entre os dois Fulgêncios, disponível em: <http://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/6976>. 5 HAYS, Gregory. The Date and Identity of the Mythographer Fulgentius. The Journal of Medieval Latin, n. 13, 2003.

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alguns autores cristãos de relevo, como Santo Agostinho, Paulo Orósio e Lactâncio,6

ao passo que também reverberou em compositores notáveis, como os Mitógrafos do Vaticano, Dante Alighieri e Giovanni Boccaccio.7

Em termos estilísticos, Fulgêncio é um compositor paradigmático, na medida em que a De aetatibus consiste no mais antigo testemunho lipogramático disponível. Quanto a isso, é oportuno recordar que o lipograma se trata de um gênero textual em que se evita, deliberadamente, o emprego de uma ou mais letras do alfabeto. Desse modo, ele corresponde a uma modalidade de escrita constrangida, que abarca ainda outros gêneros, a exemplo do palíndromo, do acróstico, do anagrama, do caligrama e do tautograma.

Na Antiguidade Tardia e na Idade Média, as restrições linguísticas adquiriram certa difusão, algo que se articula ao espiritualismo cristão semeado em uma perspectiva enigmática. De fato, há exemplos ainda mais pretéritos, que remontam à Antiguidade, conquanto pouco tenha chegado até nós.

Assim, a fortuna crítica costuma referenciar lipogramistas anteriores a Fulgêncio, a exemplo de Píndaro, Partênio de Niceia, Nestor de Laranda, Trifiodoro e Laso de Hermione. Ocorre que, de todo esse conjunto, apenas se afiguram supérstites breves fragmentos em grego antigo atribuídos a Hermione. Em razão disso, o oulipiano Georges Perec8 asseverou – em seu estudo a respeito da história

desse gênero compositivo – que a De aetatibus se trata do mais antigo lipograma atestado, tendo em vista que é apenas a partir dela que se pode concretamente

6 José Amarante (2018) investigou algumas interferências lactancianas nas Mitologias de Fulgêncio. Ademais, em nosso projeto mais amplo de estudo da Antiguidade Tardia, também buscamos fornecer a primeira tradução integral para a língua portuguesa da obra De ira Dei (Sobre a ira de Deus) de Lactâncio. Nesse sentido, a tradução do capítulo I já foi publicada, estando disponível no seguinte sítio eletrônico: <https://hypnos.org.br/index.php/hypnos/article/view/626>.

7 Para um estudo das interferências das Mitologias na Genealogia de Boccaccio, recomenda-se a leitura do trabalho desenvolvido por Marcos Martinho Santos (SANTOS, Marcos Martinho. Les références aux Mythologies de Fulgence dans la Généalogie des dieux païens de Boccace. In: CASANOVA-Robin, H.; LONGO, S. G.; LA BRASCA, F. Boccace humaniste latin. Paris: Classiques Garnier, 2016. p. 251-280.).

8 PEREC, G. Histoire du lipogramme. In: OULIPO. La littérature potentielle: créations, re-créations,

récréations. Paris: Gallimard, 1973. p. 77-93. Note-se que Perec foi um autor do Concretismo francês

que se notabilizou pela elaboração de lipogramas, havendo destaque para seu romance La

Disparition, em que não empregou a letra ‘e’, um feito igualmente realizado por seu tradutor Zéfere

(PEREC, G. O sumiço. Traduzido por: Zéfere. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. Tradução de: La Disparition.).

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apreciar essa condição formal restritiva.9

A obra fulgenciana se trata de um lipograma consecutivo, na medida em que – em cada um de seus 14 Livros – foi omitida uma determinada letra do alfabeto líbico-latino de seu autor, algo que foi empreendido de ‘a’ a ‘o’. É possível que a oposição entre as vogais de início e término da De aetatibus se refira ao contraste entre o alfa e o ômega, como início e fim teológicos. Ocorre, todavia, que muitos estudiosos consideram que a obra estaria inacabada, sopesando seu final abrupto e uma possível indicação, no prólogo, de que seriam adotadas todas as letras do alfabeto latino de Fulgêncio, composto por 23 elementos.

Meditando acerca do núcleo temático da obra, é notável que o Mitógrafo visa a descrever as épocas históricas do mundo e do ser humano. Assim, para cada faixa cronológica examinada, foi evitado um grafema, de modo que a De aetatibus acabou sendo tecida por via de uma costura estilística de natureza variável, já que os desafios linguísticos foram sensivelmente alterados ao longo da narrativa.

No Livro X, ora traduzido, a letra vetada é ‘k’, raríssima em latim. Assim, esta seção acaba adquirindo um valor lipogramático meramente simbólico, por se apresentar dentro de uma costura formal mais largamente concebida. Por outro lado, há seções veementemente restritivos, a exemplo dos quatro que ostentam

9Para um aprofundamento quanto à temática da escrita constrangida, recomenda-se a leitura dos

artigos de Cristóvão Santos Júnior (SANTOS JÚNIOR, C. Rastros da tradição literária experimental.

Estudos Linguísticos e Literários, Salvador, n. 62, p. 130-147, 2019. Disponível em:

<https://portalseer.ufba.br/index.php/estudos/article/view/30441>. Acesso em: 12 mar. 2020.; ______. Vestígios do experimentalismo poético greco-latino. Anuário de Literatura, Florianópolis, v. 25,

n. 1, p. 172-191, jun. 2020. Disponível em:

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2020v25n1p172>. Acesso em: 09 jul. 2020.; ______. A “Idade das Trevas” entre o platonismo literário e o problema da literariedade: tensionando a poética experimental. Crátilo, Pato de Minas, v. 13, n. 1, p. 244-258, 2020.

Disponível em: https://

<https://revistas.unipam.edu.br/index.php/cratilo/issue/view/166/cratilo_v13_n1>. Acesso em: 25 set. 2020.

2020ef) intitulados Rastros da Tradição Literária Experimental, Vestígios do experimentalismo poético

greco-latino e A “Idade das Trevas” entre o platonismo literário e o problema da literariedade: tensionando a poética experimental, disponíveis, respectivamente, em

<https://portalseer.ufba.br/index.php/estudos/article/view/30441>,

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2020v25n1p172> e <https:// https://revistas.unipam.edu.br/index.php/cratilo/issue/view/166/cratilo_v13_n1>, além do artigo Elementos da Tradição Palindrômica Antiga, realizado por Cristóvão Santos Júnior em

coautoria com José Amarante (2019), disponível em

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constrição vocálica, respectivamente os Livros I (Ausente A), V (Ausente E), IX (Ausente I) e XIV (Ausente O).

O resultado de tal variação é uma tessitura artística que mistura registros linguísticos notadamente diversos,10 ancorados em uma linguagem rebuscada e de

sintaxe, por vezes, truncada. Desse modo, a fim de realizar sua empreitada, Fulgêncio se utiliza de uma série de estratégias retóricas, valendo-se de perífrases, antonomásias, supressões, arcaísmos e helenismos, o que enriqueceu sua produção com uma particular produtividade lexical. Assim, o leitor da De aetatibus é, muitas vezes, desafiado por uma linguagem obscura e de viés enigmático.

A décima porção do lipograma fulgenciano se ocupa da idade do mundo associada aos avanços do império macedônio. Nesse sentido, há uma ênfase quanto à figura de Alexandre, o Grande, que foi intensamente rememorado – desde seu nascimento – a partir de um conjunto de críticas morais de índole cristã. Assim, Fulgêncio questiona a avareza, a luxúria, a ira e a insaciável cobiça humana.

Por fim, importa considerar que a De aetatibus já expressa uma forte apropriação do léxico bíblico, o que requer certo cuidado por parte do tradutor, que – atentando para a particularidade sócio-histórica de inserção do escrito – deve se valer de soluções, por vezes, distintas daquelas empregadas em relação a textos latinos do período clássico. Nesse sentido, buscamos utilizar unidades lexicais que, de algum modo, aproximem o leitor desse universo religioso. Assim, traduzimos

iratus por ‘irado’, libido por ‘luxúria’, auaritia por ‘avareza’,11 uirtus por ‘virtude’,

templum por ‘templo’, idolum por ‘ídolo’, nefas por ‘sacrilégio’, maculatus por

‘maculado’, adulterium por ‘adultério’, misericordia por ‘misericórdia’ e

sacramentum por ‘sacramento’, dentre outros. Ademais, em valorização ao uso

reiterado de operadores argumentativos, típico da escrita fulgenciana, também

10 A variedade de registros linguísticos é uma marca não exclusiva do lipograma de Fulgêncio, mas, de fato, recorrente em toda sua produção. Nesse sentido, Wolff e Dain (2013), Venuti (2015), Almeida (2018), Amarante (2019) e Hays (HAYS, Gregory. A World Without Letters: Fulgentius and the De

aetatibus mundi et hominis. The Journal of Medieval Latin, v. 29, p. 303 –339, 2019.) apontam que

Fulgêncio poderia estar se valendo da antiga técnica compositiva conhecida como spoudaiogeloion ou spoudogeloin, em que elementos de registro formal são misturados a outros de cunho banal, o que seria visualizado na comédia As Rãs de Aristófanes.

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buscamos cultivar um largo emprego desses elementos no texto de chegada.12

Texto de partida latino (Abest K) Texto de chegada em português (Ausente K)

Transacto igitur Iudaicae cursu historiae, quem quidem continuis decem litteris reseruatis ab orbe condito usque in hanc aetatem

digerendo perduximus, cuius

principium sicut propitia diuinitas operando extitit, ita irata terminum contulit — ergo gentiles adgressurus historias, quas nunc a momentaneis garrulitatibus fortuna prosperior subleuat, nunc irata supplantat momento usque in abyssum uergens, si quos successu prospero usque in caelum perduxerat, — exhinc ergo sumemus initium, quo Iudaici regni perduximus terminum.

Postquam enim Babylonico captiua Hierusalem successit imperio et alienis deseruiens idolis a Deo suo fornicata alieno etiam captiua deducta est regno — pertulit enim sui poenas sceleris et male seminatos [p. 164 Helm] fructus amarissimos sui comedit erroris —, tamen tam diu Babylonia fermentum suae potentiae tenuit, donec diuini populi templique dominici saporem praedae toxic<at>um degustauit statimque cum propriis abortiuit quicquid ex sacratissima praeda auidior transuorauit. Fuit enim illa Israhelitici uindex sceleris, tamen uae illi qui flagellum eligitur malis; et sicut

Portanto, transcorrido o curso da história Judaica, que, certamente, recobrimos, ordenando, através das dez letras consecutivas conservadas, desde a criação do mundo até esta idade – de cujo princípio, a Divindade, ao criar, tanto se revelou favorável quanto, irada, se dedicou ao seu fim – hei, então, de abordar as histórias gentis, que ora um destino mais próspero reconforta em momentos loquazes, e que ora Ela, irada, os suplanta até o momento em que inclina ao abismo os que, por acaso, tinha conduzido com próspero sucesso até o céu.13 A seguir, então, iniciaremos

a partir de onde atingimos o término do reino Judaico.

De fato, depois que Jerusalém se submeteu, prisioneira, ao domínio Babilônico e, servindo a ídolos estrangeiros, prostrada e ainda cativa por reino alheio, foi afastada de seu Deus – de fato, ela suportou até o fim as penas de seu crime e comeu os mal semeados e muito amargos frutos de seu erro – a Babilônia, todavia, manteve a cólera de seu poder por tanto tempo, até o momento em que ela degustou o sabor venenoso do despojo do povo divino e do templo do Senhor, e subitamente abortou, com sua própria força, tudo aquilo que avidamente devorou a partir daquele sagradíssimo

12 Enim, por exemplo, foi utilizado 08 vezes por Fulgêncio, sendo traduzido reiteradamente por “de fato”.

13 Consoante assevera Manca (2003), o termo ab orbe condito faz referência à expressão ab Vrbe

condita. Nesse sentido, o crítico italiano também ressalta a interferência linguística do teólogo Paulo

Orósio (hist. 1, 21, 20). Ademais, ainda segundo tal estudioso garrulitas é muito raro ao plural, sendo geralmente atestado em um sentido negativo, como observável em Cassiodoro (SL 97, 1. 311) (MANCA, 2003).

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Hierusalem suas deflet reliquias toto orbe dispersas et nullatenus usque in hodie redituras, ita Babylonia cum alienis etiam suas aborsa est pereundo diuitias.

Ea igitur terapestate fortuna quodam aestu turbulentiae grauidata in paruo Macedonum regno clarissimum peperit nefas. Namque Alexander dubia sub opinione Philippi Macedonis filius incerti patris crimine maculatus exsurgit. Quidam enim ferunt, Dictanabo uaporante libidinis,

clandestino Olimpiada magico

conpressisse figmento, alii quod draconis squamifero fermentante conplexu uirulentum ediderit grauidata puerulum.

Sed quid his opus est: ex quo Philippi in hoc negotio uacillauit auctoritas patris, nulla nominum inuentio opus est ad ornandum adulterium genetricis. Habere enim non dicitur uirum cui suppetunt multa nomina maritorum.

Hic ergo quamuis patre tyrannice crudeliterque regnante ampliatum Macedonum regnum susceperit, tamen ultra mundi terminos aestuans insatiabile imperium protelauit; non contentus in id quod pater crudeli

despojo.14 De fato, aquela foi vingadora

do crime Israelita, todavia ai daquele que é eleito como flagelo dos ímpios; e assim como Jerusalém lamenta seus restos espalhados por todo o mundo e até hoje de nenhum modo recuperados, assim também a Babilônia abortou, com seus ídolos, suas riquezas, perecendo.

Logo depois dessa época, o destino, de um certo modo grávido pelo fervor da desordem, pariu, no pequeno reino dos Macedônios, um sacrilégio muito famoso, já que surge Alexandre sob opinião duvidosa, como filho de Filipe da Macedônia e maculado pela acusação de um pai incerto. De fato, alguns contam que Olímpia, por Dictanabo, ardente de luxúria, tal como uma representação mágica, foi violentada em segredo; outros contam que, engravidada pelo colérico abraço escamoso de um dragão, teria parido uma criança venenosa.15

Mas qual é a necessidade dessas coisas? Considerando que a autoridade paterna de Filipe vacilou nesse assunto, não é necessária a invenção de nomes para ornamentar o adultério da mãe. De fato, não se diz haver um homem para aquela que muitos nomes de maridos estão à disposição.

Portanto – embora tenha assumido o reino dos Macedônios ampliado pelo pai, que reinou de modo tirânico e cruel – aquele, todavia, conduziu, fervoroso, seu império insaciável além dos confins do mundo.

14 Manca (2003) assevera que toxic<at>um é uma integração de Helm dispensável, estando fundamentada no exame das Mythologiae (1, 34, 3).

15 Manca (2003) observa que Dictanabeo é uma grafia encontrada apenas em Fulgêncio para aludir ao faraó Nectanebo II. Este seria o último líder egípcio da XXX dinastia, que teria se utilizado de magia para atrair Olímpia, esposa do rei Filipe II, engravidando-a, de modo a ser, supostamente, pai biológico de Alexandre, o Grande.

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tyrannide peruaserat, sed mundum sibi breuiorem aestimans ultra saeculum aliquid exquirebat.

Et primum quidem Babilonicum regnum arripuit mille annorum dominatu fulcitum, tot triumphis ac totius [p. 165 Helm] orbis uictoriis enthecatum. Illuc etenim et Israhelitica confluxerat gloria et Aegyptiaca olim famosa conmigrarat potentia, illuc Spartana, illuc Athtenaica atque insuperabilis uirtus deuoluta cesserat Scytica. De quo regno a uicies milies centum octoginta milia tribus proeliis cesa feruntur nec tamen tantae cladis sensit Babilonia detrimentum. Quis ferat haec, domine Deus meus, totius orbis ineffabilis conditor. Deficit sapputatio morientum in numero: aerumnae locus Partiaco non paruit regno. Si inaestimabile est quod una prouincia perdidit, quis tua, orbis, opera sufficiens enarrabit.

Igitur Alexandri rapidos regnandi ad cupiditatem animos tantae inmensitatis multitudo non terruit, sed indubitanter pugnam insperatam arripuit, et insperato uictoriam dubitatam inuenit. Vincit in paruo quibus sufficere non poterat numerando; superat effugatum sequitur fugitiuum, inuenit uulneratum

aureo catenarum ligamento

constrictum. Praebet inanem

misericordiae sepulturam illo; filias etiam quas sorores <...> Iuste quidem ille uitam perdidit, regnum amisit, qui maternum uiolans sacramentum suum

Não contente com o que o pai, com uma cruel tirania, tinha conquistado, ele, estimando que o mundo lhe era pequeno, pretendia obter algo além de seu tempo.

Em primeiro lugar, certamente, ele assumiu o controle do reino Babilônico, escorado em seu domínio por mil anos, dotado de muitos triunfos e vitórias em todo o mundo. E de fato, para ali, a glória Israelita tinha confluído, e o poder Egípcio tinha emigrado em uma época célebre.16 Ali a

virtude Espartana, ali a Ateniense e também a insuperável virtude Cita, precipitada, tinham cedido. Conta-se que dois milhões e oitocentos mil foram mortos em três batalhas daquele reino, e nem mesmo assim a Babilônia sentiu o prejuízo de tantos danos. Quem toleraria isso, Senhor meu Deus, inefável criador de todo o mundo? O cálculo de mortos em número é falho, e o local da calamidade não se entregou ao reino Parta. Se é incalculável o que uma província perdeu, quem, ó mundo, restando narrará tuas obras?

Portanto, um povo de tamanha

imensidão não amedrontou os

impetuosos desejos para a ambição de Alexandre em reinar. Sem dúvidas, contudo, ele atacou de surpresa em uma batalha inesperada e encontrou, de modo inesperado, uma vitória duvidosa. Vence em pouco tempo aqueles que não poderia sequer enumerar; derrota quem foge; persegue o fugitivo e o encontra ferido e preso com grilhões de ouro. Oferece àquele uma sepultura privada de misericórdia; filhas e também as irmãs <...>

16 O registro aliterante etenim et pode ser uma interferência linguística dos escritos de Santo Agostinho, em que essa fórmula é frequente, conforme a preleção de Manca (2003).

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se maluit esse uitricum, patrem etiam germanarum; nec puduit illuc partem turpissimam libidinans obicere corporis, unde primum prodierat imago nascentis.

Post haec regni etiam Persici uictoria non contentus, quo totius mundi confluxerat dominatus, qui posset et uniuersas auaritiae saturare uoragines — et nihil ultra post hunc quaereret qui etiam aliquando saturari non posset —, tamen Indicos fines ante cuiquam inaccessos sollicitat et ignotos nostro saeculo fines ardenti [p. 166 Helm] cupiditate penetrat. Et primum quidem feras in aciem belli propositas statuarum aere succenso debilitat et ignitis amplexibus rabidas fugat.

Post haec Poro Indico rege captiuo Fasiacas primus inuadit latebras. Illic aurum fastiduit Macedo qui saturari non potuit toto orbe possesso. Dehinc nudos Bragmones, exustos Eoas, Foebeos Passadras, Caucasii montis incolas, Drancas et Vergetas, Hyrcaniae populos, Corasmos et Daas, Ocionitidis quidem Amazonas ut ferus adit, ut inportunus prouocuit, ut praedo peruasit; incognitam quoque saeculis Meroen et ultra Sieneticos uapores Falernis liquoribus ruptuantem

inpatiens penetrat; Candacen

Aethiopicam, quamuis praeceps, non tamen securus, sollicitat; Atlanteas Niliaci liquoris diffusitrices cataractas intrepidus exspectat.

Certamente de modo justo, perdeu sua vida e deixou seu reino cair aquele que, violando seu sacramento materno, preferia ser padrasto de si mesmo e também o pai de suas irmãs; ele nem se

envergonhou de apresentar

luxuriosamente uma parte muito indecente do corpo, de onde sua imagem pela primeira vez tinha se mostrado ao nascer.

Depois disso, ele, descontente com a vitória do Reino Persa, para onde a soberania de todo mundo confluíra, soberania que tanto poderia saciar todos os turbilhões da avidez, quanto, se não pudesse ser jamais saciada, não se procuraria nada além dela; aos confins Indianos, porém, inacessíveis a qualquer um antes, se atira e penetra em limites desconhecidos em nosso século com ardente desejo. Em primeiro lugar, pois, lacera as feras enfileiradas no campo de batalha com incêndio por cima das colunas e coloca em debandada os enfurecidos com fogo pelos flancos.

Depois disso, capturado o rei Indiano Poro, ele primeiro invadiu os refúgios Fasíacos. Ali o Macedônio – que não pôde ser saciado pela posse de todo o mundo – desdenhou o ouro. Em seguida, os Bragmones nus, os Eoas ressecados, os Passadras ensolarados, os habitantes do Monte Cáucaso, os Drangas e os Vergetas, povos da Hircânia, os Corasmos e os Dahes, e também as Amazonas Oceânicas, ele, feroz, os ataca; nefasto, os provoca; saqueador, os invade; impaciente,

adentra em Meroé, também

desconhecida em séculos além dos vapores de Siene, que irrompe com as águas de Falerno. Embora apressado – não, todavia, confiante – ele instiga a

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Quid dicam pertemtata Maeotide

inertes thirofagos, asperos

antropofagos, nudos etiam ictiofagos lacessisse. Solis quoque ac Lunae loquentia nemora regis ipsius interitum praedicantia laboriosus inuestigator accessit.

Et quid pluribus: nulla secreta mundi misteria, nulla gens abstrusis terrarum angulis exulata, nulla Oceani semotior insula Atlantei marginis aestu roriflua, quae non Alexandrum aut dominum timuit aut repentinum expauit aut praedonem inuenit.

Quisnam est, domine Deus meus,

hominum tam inconsideratus

appetitus. Lassatur peragrando mundus, non erat iam quod humanis ostenderet oculis, et auaritiae [p. 167 Helm] non saturatur affectus. Paruum est uisu quaerenti Alexandro quod fecisse suffecerat Deo;

Posset et in caelum ascendere, si aut natura pinnarum concessisset aut semita. Et quia mundum peragrando paruum sibi esse credidit, ideo tribus contentus sepulchri cubitis obdormiit.

Discat ergo ex hoc humana natura nihil esse de potentia praesumendum, ex

Etíope Candace; intrépido, ele deseja as cataratas dos Atlantes, difusoras das águas do Nilo.17

O que direi quando, com a Meocida invadida, os inertes Tireófagos, os agressivos Antropófagos e também os Ictiófagos nus forem assediados? Exímio investigador, ele também chegou aos bosques loquazes do Sol e da Lua, prenunciadores da morte do próprio rei.

E o que mais? Não havia nenhum mistério secreto do mundo, nenhum povo exilado em distantes recantos da terra e nenhuma ilha mais distante orvalhada com a agitação da margem do Oceano Atlântico que não temeram Alexandre como senhor, ou não se assustaram com sua chegada repentina, ou não o encontraram como saqueador.

Quão irresponsável, Senhor meu Deus, é a pretensão dos homens! O mundo se cansa nesse percurso, já não havia algo que se mostrasse aos olhos

humanos, e, mesmo assim, o

sentimento da avareza ainda não tinha sido satisfeito. É pouco na visão de Alexandre, que procura saber o que a Deus seria suficiente ter sido feito.

E ele poderia ascender ao céu se tivesse obedecido ou a um instinto natural ou a algum preceito de seres superiores. E já que, percorrendo o mundo, o estimou pequeno para si, ele adormeceu, por esse motivo, contente com três cúbitos de sepulcro.

Portanto, aprenda, a partir disto, com a natureza humana, que nada deve

17 Em Paulo Orósio, é descrita a ação de Poro (hist. 3, 19, 1–3) e também são feitas referências a povos diversos, o que pode demonstrar uma outra interferência (3, 18, 7).

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quo mors communiter heres est potentum et pauperum. Vidit enim et Aethiopicas uires et Atlanticas moles et Foebeos ignes et Scythicas glacies.

Sed quid profuit omnia inuicta uincere et seruili ueneno succumbere. Huius actus huiusque mortem qui semper mente considerat, moriturum se esse non credat; numquam enim mortis malo terretur qui alieno malo considerato corrigitur.

ser presumido do poder, em virtude de que a morte é a herança em comum dos poderosos e dos pobres. De fato, ele viu as forças Etíopes, o numeroso exército Atlântico, os fogos de Febo e as geleiras Citas.

Mas em que foi útil vencer todas as coisas invencíveis e depois sucumbir ao veneno de um servo? Quem sempre examina em sua mente seus atos e sua morte não creia que está para morrer; de fato, quem se corrige considerando o mal alheio, jamais se amedronta com o mal da morte.

Documento recebido em 17.06.2020 Documento aceito em 16.10.2020

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