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FEMINICÍDIO

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Academic year: 2020

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FEMINICÍDIO: A LUTA DIÁRIA DAS MULHERES PELA SOBREVIVÊNCIA

FEMINICIDE: WOMEN'S DAILY FIGHT FOR SURVIVAL

Karen Marques da Silva1; Adolfo Sakamoto Lopes2 RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso relata a violência direcionada as mulheres, buscando um foco no crime de feminicídio, partindo de uma análise dos principais fatores que levam a prática do delito, além de refletir a origem do crime de feminicídio, das principais características dos autores, da competência do tribunal júri para processar e julgar o delito em questão e as principais teses de defesa levantadas no julgamento. Quanto à metodologia, a pesquisa tem caráter bibliográfico em torno da discussão sobre a lei nº 13.104/2015 (lei do feminicídio) e seus desdobramentos, bem como as dificuldades e desafios da nova legislação, utilizando ainda texto jurídicos, legislação penal, buscando assim maior familiaridade, compreensão e acessibilidade com o tema apresentado. Com base nos estudos realizados, observa-se que mesmo havendo políticas públicas e medidas protetivas para resguardar as vítimas, os casos de feminicídio e de outras violências contra as mulheres continuam apresentando altos índices no país, trazendo consigo graves consequências.

Palavras-chave: Violência. Feminicídio. Mulheres.

ABSTRACT

The present course conclusion paper reports the violence directed to women, seeking a focus on the crime of femicide, starting from an analysis of the main factors that lead to the practice of the crime, besides reflecting the origin of the crime of femicide, the main ones. characteristics of the plaintiffs, the jury's jurisdiction to prosecute and prosecute the offense in question and the main defense arguments raised in the trial. As for the methodology, the research has bibliographic character around the discussion about the law nº 13.104 / 2015 (law of the femicide) and its consequences, as well as the difficulties and challenges of the new legislation, also using legal texts, criminal legislation, thus seeking greater familiarity, understanding and accessibility to the theme presented. Based on the studies, it is observed that even with public policies and protective measures to protect the victims, cases of femicide and other violence against women continue to have high rates in the country, with serious consequences.

Keywords: Violence. Femicide. Women.

1 INTRODUÇÃO

Verifica-se que há uma conduta extremamente enraizada na sociedade moderna, a violência contra a mulher. Neste ponto, o presente estudo apresenta reflexões acerca da violência contra a mulher e uma análise dos aspectos da Lei nº 13.104/15 (Lei do Feminicídio).

_________________________

1

Bacharel do Curso de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes, SP, kareen_ms@hotmail.com

2Promotor de Justiça e Professor Universitário pela UMC, Especialista em Direito Penal pela Escola Superior do

Ministério Público, SP – adolfolopes@mpsp.mp.br

Revista do Curso de Direito do Centro Universitário Brazcubas V3 N2: Dezembro de 2019

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O tema da violência contra a mulher ganhou importância no Brasil a partir da década de 1970, quando foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a chamada Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, sendo ratificada no país em 1º de fevereiro de 1984, porém foi somente em sete de agosto de 2006, com o sancionamento da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) e com a sua posterior entrada em vigor, em 22 de setembro de 2006, foi que o Brasil passou a ter uma legislação específica para punir atos de violência contra a mulher, legislação esta que mesmo contribuindo para uma redução de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres, percentual insuficiente para sanar o alto índice deste crime.

Em março de 2015 entrou em vigor a Lei do Feminicídio, criada para alterar o artigo 121 do Código Penal Brasileiro, incluindo em seu texto os crimes contra a mulher por razões de gênero. Sendo assim, o crime de feminicídio configura-se quando as causas do assassinato são exclusivamente por questão de gênero-mulher.

Portanto, trata-se de uma tentativa de encontrar esclarecimentos sobre circunstâncias desse crime, abordando a violência contra a mulher, a evolução histórica acerca do feminicídio, bem como as relações de gênero e a origem do tipo penal na legislação brasileira e em algumas legislações da América Latina.

A escolha foi pela pesquisa bibliográfica, sendo fontes de coleta livros, artigos científicos e legislação. O intuito da realização e construção da pesquisa foi elaborada através de referencial teórico e da pesquisa documental, buscando analisar os crimes por questão de gênero e dispositivos legais referentes ao tema.

2 A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Há no Brasil um histórico antigo de violência contra a mulher, mas somente a partir da década de 1970 que o movimento feminista passou a ter visibilidade junto às políticas públicas, no qual a Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1970, o grande fator para tal, permitindo assim que o referido movimento fizesse reivindicações e exigências a favor da mulher, como por exemplo, investimento em políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres e ainda a garantia de punição aos agressores. Porém, foi somente em 2003 que o movimento feminista viu um avanço significativo neste sentido, com a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

No país, os processos de institucionalização das demandas para combater a violência contra a mulher se faz em três importantíssimos momentos: a criação da delegacia da mulher,

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dos Juizados Especiais Criminais e ainda a lei nº 11.340/06, a chamada “Lei Maria da Penha”, que traz consigo meios legais para coibir a violência doméstica e familiar.

A partir da criação da Lei Maria da Penha a sociedade brasileira passou a discutir com mais clareza e maior visibilidade este tipo de violência como uma verdadeira violação dos direitos humanos, sendo essa uma questão de ordem pública, devendo o Estado estar preparado socialmente, politicamente e tecnicamente para encontrar soluções para os casos.

O objetivo principal da lei Maria da Penha é estabelecer proteção para as vítimas de violência no âmbito familiar, prevendo medidas protetivas de urgência a serem aplicadas aos agressores.

Importante ressaltar que a lei Maria da Penha sofreu recentes alterações, no qual em 17 de setembro foi sancionada a lei 13.871/2019 estabelecendo que o agressor se responsabilize pelo ressarcimento dos custos de serviços de saúde prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ás vítimas de violência doméstica e familiar, bem como a lei 13.827/19 de 13 de maio de 2019 que autoriza, a aplicação das medidas protetivas de urgência pelo juiz, e em alguns casos, pela autoridade policial.

Feminicídio é denominação dada ao homicídio qualificado por questões de gênero. Tal crime era praticado com frequência em culturas antigas, nas quais existia o pensamento de que a mulher era propriedade do homem, apenas pelo fato de a mulher ter uma posição de inferioridade na sociedade patriarcal, no qual os autores destes delitos permaneciam impunes.

Atualmente, no Brasil, esse tipo de delito teve aumento significativo, pois na maioria dos casos o sujeito ativo do crime age de maneira premeditada contra pessoas de sexo feminino.

O crime de feminicídio pode ser praticado por qualquer pessoa, não importando o gênero ou sexo, uma vez que a lei não exige qualidade ou condição específica para a prática da conduta, bastando que seja reconhecida uma das situações previstas no artigo 121, §2º-A do Código Penal.

A falta de faculdade de julgar as coisas sensatamente, consonantes a forte emoção do momento do crime, faz com que o agente cometedor do crime de feminicídio não se importe com limites, importando-se apenas com o resultado morte da mulher. Podendo resumir suas características aos sentimentos de posse, egocentrismo, crueldade, impulsividade, além de ser um agente que carrega consigo fortes traços do patriarcalismo e machismo. Vale destacar que são poucas as vezes que o sujeito ativo deste tipo de crime se arrepende da autoria, começando a violência por pequenos fatos e atitudes impondo limites na vida da vítima.

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Em pesquisas realizadas, foi possível perceber que um dos pontos mais abrangentes para que o delito seja praticado é a recusa de um dos companheiros em manter o relacionamento, sendo que o indivíduo com predisposição a praticar o crime persiste de várias formas para manter a parceira em suas mãos.

Os agentes ativos do crime de feminicídio são impelidos por sentimentos passageiros, fazendo com que a sociedade veja estes agentes como pessoas equilibradas, tornando difícil a identificação do perfil do criminoso.

A Lei nº 8.305/2014 entrou em vigor em 09 de março de 2015, a Lei do Feminicídio estabelecendo em seu contexto uma nova qualificadora ao artigo 121 do Código Penal:

Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio qualificado

§2º Se o homicídio é cometido:

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104/2015)

VI- contra mulher por razões da condição de sexo feminino: Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Segundo Zanella (2015, p. 2):

Trata-se, a nosso sentir, de avanço importante no enfrentamento desse problema, nos termos estabelecidos na Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher e na Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra a Mulher), ambas ratificadas pelo Brasil.

As convenções citadas por Zanella (2015, p. 2), preceituam novos direitos às mulheres, a posto que, se o direito interno falhar na realização da justiça, as vítimas podem socorrer-se a instância internacional de decisão, sendo ela competente para examinar petições ou comunicações que denunciam violação a direitos internacionalmente garantidos.

Interessante destacar que dos 98 casos de violação de Direitos Humanos no Brasil ocorridos no período de 1970 a 2008, foram levados ao exame da Comissão Interamericana, e sendo por ela admitidos, desses apenas três casos (11996, 12051 e 12630) denunciam a violência contra a mulher e cinco casos contra a Criança e o Adolescente. (COSTA et al, s.d, p. 04).

Desses três casos que foram levados a exame da Comissão Interamericana, podemos destacar o caso em que Maria da Penha Maia Fernandes sofreu seguidas tentativas de homicídio, ficando paraplégica por conta das agressões.

Em relação à interpretação dos tipos legais relacionados no feminicídio, deve-se buscar a essência da norma explicativa do §2º-A, do artigo 121, já que no referido artigo, em seus incisos consta que o feminicídio seria o homicídio doloso praticado em razão de gênero.

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Antes da entrada em vigor da Lei Maria da Penha não existia um conceito jurídico referente à violência doméstica e familiar, mas somente conceitos sociológicos, antropológicos e psicológicos. O artigo 5º da Lei Maria da Penha traz tal conceito:

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Segundo Cavalcanti (2012), o dispositivo legal significa um avanço para a proteção dos direitos das mulheres, pois amplia a definição de violência doméstica. Porém em nosso ordenamento jurídico não existe um conceito de menosprezo ou discriminação à condição de mulher, termos utilizados no inciso II do §2º do referido artigo 121 do Código Penal. Importante mencionar, que segundo Zanella (2015, p.07), os conceitos dos referidos termos não se confundem com o conceito legal do inciso I do §2º, qual seja, violência doméstica ou familiar:

Trata-se de indicação que amplia o cenário abarcado pela Lei Maria da Penha e que com ele não se confunde. Nesse trilho, qualquer situação de fato não correspondente ao palco que encerre âmbito doméstico, familiar ou de relação íntima do agente com a vítima pode se reportar ao inciso II.

A normatização do crime de feminicídio se justifica por conta de uma longa história sociocultural em que foi incentivado a diferença do homem e da mulher. Sendo assim, foi fundamental nomear tal crime de forma específica, tendo em vista que essa normatização amplia o valor da vida humana, a vida da mulher, as quais são vítimas da violência de gênero.

Assim a principal justificativa da criação da Lei do feminicídio foi o desejo de reduzir a violência de gênero no Brasil, porém, não basta somente a alteração na legislação penal, sendo necessário uma mudança social, na cultura patriarcal e machista presente no país.

3 PRINCIPAIS TESES DE DEFESA UTILIZADAS NO TRIBUNAL DE JÚRI - Violenta emoção

Podemos definir violenta emoção como sendo um estado emocional de vontade e de sentimentos exacerbados. Nos dias atuais os crimes praticados sobre violenta emoção terão

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uma condição atenuante na hora da dosimetria da pena, diferente daquilo que era estabelecido no antigo texto do Código Penal, com a comprovação de perturbação dos sentidos e da inteligência, o criminoso seria absolvido.

O Código Penal, em consonância com as atenuantes do crime indica: Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena: […]

III – ter o agente: […]

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.

Porém o artigo 121, § 1 do mesmo Código Penal, traz requisitos para concessão da causa de diminuição, vejamos:

Art. 121. […]

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Assim, para alegar a violenta emoção é preciso levar em conta a reação do agente, que deverá ocorrer logo após a injusta provocação feita pela vítima. Ocorre que a configuração da violenta emoção se torna difícil, já que na maioria dos casos os autores planejam detalhadamente cada etapa do crime, tornando assim incompatível com o benefício, visto que a emoção não será violenta quando sucede de forma planejada.

O Recurso de Apelação, 0000597-97.2015.8.26.0630, apresentado perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, demonstra o uso de tal tese, senão vejamos:

APELAÇÃO. Homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Feminicído. Pleito de reconhecimento da causa de diminuição prevista no artigo 121, § 1º, do Código Penal. Não cabimento. Alegação de domínio de violenta emoção em seguida à injusta provocação da vítima que não foi aceita pelo Conselho de Sentença. Conclusão dos jurados que não se revela manifestamente contrária à prova dos autos. Pedido de afastamento das qualificadoras. Impossibilidade. Reconhecimento das qualificadoras respaldado pela prova oral produzida. Soberania das decisões do Júri. Hipótese de feminicídio bem demonstrada, porquanto o crime em questão foi praticado contra mulher, no contexto de violência doméstica e familiar, em razão da condição da vítima de sexo feminino. Redução da pena imposta. Cabimento. Regime prisional bem fixado. Recurso parcialmente provido. (TJSP; Recurso em Sentido Estrito 0000597-97.2015.8.26.0630; Relator (a): Leme Garcia; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal; Data do Julgamento: 17/04/2018).

- Coação moral irresistível

O CP trata a coação moral irresistível como sendo uma das causas que excluem a culpabilidade do criminoso, conforme artigo 22 do Código Penal “Art. 22 – Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem”.

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Com isso, na vis compulsiva, a chamada coação moral irresistível, o sujeito é impossibilitado de agir de acordo com a sua vontade por conta da coação de ordem moral. Essa coação apresenta alguns requisitos, dentre eles, a irresistibilidade da coação, não existindo possibilidade de o coagido evitar o constrangimento, havendo uma ameaça grave, certa e inevitável.

Assim por meio deste tipo de coação, o coator obriga o agente a praticar um crime contra uma terceira pessoa, sendo impossível qualquer tipo de resistência por parte do coagido, desenvolvendo a conduta ilícita sob forte pressão psicológica e moral.

Portanto, subsiste um fato típico e ilícito, em que o causador não seria considerado culpado pelo fato, somente o coator seria punido, como sendo autor mediato. Porém, não sendo reconhecida tal tese, de coação moral irresistível, poderá ser considerado como concurso de agentes, pois não seria afastada a punibilidade do suposto coagido.

O Recurso em Sentido Estrito número 0002132-75.2013.8.11.0007 apresentado perante o Tribunal de Justiça do Mato Grosso, demonstra o uso de tal tese, senão vejamos:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – HOMICÍDIO QUALIFICADO – SENTENÇA DE PRONÚNCIA – IRRESIGNAÇÃO DEFENSIVA – 1. PRETENDIDA A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA DO RECORRENTE – TESE DE LEGÍTIMA DEFESA E INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – DESCABIMENTO – EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE NÃO CONFIGURADAS INDENE DE DÚVIDAS – 2. POSTULADO O RECONHECIMENTO DO PRIVILÉGIO DO § 1º DO ART. 121 DO CÓDIGO PENAL – IMPOSSIBILIDADE DE ACOLHIMENTO DO PLEITO – MATÉRIA ESTRANHA À FASE DE ADMISSIBILIDADE DA ACUSAÇÃO – VEDAÇÃO DE ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME – INTELIGÊNCIA DO ART. 7º, DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – 3. ALMEJADO O AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DO MEIO CRUEL – INVIABILIDADE – MERO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA ACUSAÇÃO – PRESENÇA DE INDÍCIOS SOBRE A PERTINÊNCIA DA REFERIDA CIRCUNSTÂNCIA QUE QUALIFICA O DELITO – INCIDÊNCIA DO AFORISMO IN DUBIO PRO SOCIETATE – COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI – 4. RECURSO DESPROVIDO. (...) 3. A exclusão de qualificadoras do delito de homicídio somente é permitida quando forem manifestamente improcedentes, impondo-se ressaltar, por importante, que a existência de um lastro mínimo de dúvida sobre a incidência da referida causa modificadora de pena, obriga sua apreciação pelo Conselho de Sentença, sob pena de se invadir a competência constitucional do Tribunal do Júri. 4. Recurso desprovido. (N.U 0002132-75.2013.8.11.0007, LUIZ FERREIRA DA SILVA, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 04/07/2018).

- Legítima defesa da honra

A tese de legítima defesa da honra acabou perdendo força em sua aplicação, tendo em vista que a partir da premissa do artigo 5º, inciso I da CF/88 teve-se um reconhecimento do direito de igualdade e obrigações entre homens e mulheres.

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Essa tese só era reconhecida quando atingidos alguns requisitos, que seriam: agressão injusta, podendo ser atual ou iminente, e preservação de direito, tanto próprio como de outrem.

Com passar do tempo, alguns doutrinadores concluíram que essa tese de defesa não teria sucesso diante dos jurados do conselho de sentença devido à evolução da sociedade e do direito.

O Recurso em Sentido Estrito, RSE 13630987 apresentado perante o Tribunal de Justiça do Paraná, demonstra essa mudança de pensamento, senão vejamos:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - TRIBUNAL DO JÚRI - HOMICÍDIO QUALIFICADO - PRONÚNCIA - IRRESIGNAÇÃO - RÉU ANTONIO FYDRYSZEWSKI - LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA - EXCLUDENTE NÃO PREVISTA NO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA INVIÁVEL - RÉU GERÔNIMO CORREIA COSTA - IMPRONÚNCIA - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA SUFICIENTES - DESCLASSIFICAÇÃO PARA CRIME DE FAVORECIMENTO PESSOAL - NÃO CABIMENTO - MOTIVO TORPE - EXCLUSÃO - PEDIDO PREJUDICADO - QUALIFICADORA NÃO FUNDAMENTADA - REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA QUE OUTRA DECISÃO SEJA PROFERIDA EM RELAÇÃO À QUALIFICADORA - RECURSO TRIBUNAL DE JUSTIÇADESPROVIDO E, DE OFÍCIO, DECLARADA A NULIDADE TÓPICA DA DECISÃO.1. Inexiste amparo legal que possibilite a absolvição sumária sob a argumentação de "legítima defesa da honra", em tese a conduta do Recorrente estaria inclusa no privilégio inserto no § 1º do art. 121 do C.P.B. Não fosse suficiente, a sua análise e valoração não cabem nesta fase da pronúncia.2. Restando evidenciados indícios de coautoria quanto ao crime de homicídio, resta insubsistente a desclassificação do referido delito para o crime previsto no art. 348 (favorecimento pessoal) 3 . A decisão de pronúncia exige, além da motivação quanto à materialidade do crime e indícios de autoria, que o reconhecimento da circunstância qualificadora esteja fundamentado em elementos indiciários concretamente verificados nos autos. Assim, a carência de fundamentação neste ponto gera nulidade que deve ser declarada de ofício. (TJPR - RSE - 1363098-7 - Campo Mourão - Rel.: Desembargador Antonio Loyola Vieira - Unânime - 09.07.2015).

Com a perda de forças da tese em questão, a legislação penal revelou-se mais inflexível com o crime de feminicídio, de maneira que a pena deste tipo de delito passou a ser maior, sendo de 12 a 30 anos de reclusão.

Apesar da tentativa de adotar políticas e mecanismos com objetivo de pôr fim à violência contra mulher existem diversas falhas de prevenção, investigação, julgamento e punição dos autores, havendo vários desafios para obter a erradicação de tal violência, mas o desinteresse político para confrontar tal questão é, sem dúvida, o principal obstáculo.

Portanto, é necessária maior efetividade na fiscalização dos órgãos responsáveis, com um monitoramento ainda maior e melhor dos delitos praticados contra mulheres, ainda, com a utilização de políticas públicas capazes de conscientizar a sociedade sobre as principais características deste tipo de crime.

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Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de justiça (CNJ), em setembro de 2018 o estado de São Paulo julgou o milésimo caso de feminicídio. A Juíza Teresa Cristina Cabral, do TJ-SP e integrante da COMESP, menciona que ainda são raros os tribunais que classificam o homicídio de uma mulher pela própria condição como feminicídio.

4 LEGISLAÇÕES ESTRANGEIRAS SOBRE FEMINICÍDIO

A tipificação do crime de Feminicídio é um fenômeno recente na América Latina. Atualmente dezesseis países do continente americano criaram meios de prevenir, reduzir e punir esse tipo de crime.

A Costa Rica foi o primeiro país da América Latina a criminalizar o homicídio contra mulher por questão de gênero no ano de 2007, alterando assim a sua legislação penal para incluir a Lei nº 8.589/07, a chamada Lei de Penalização da Violência contra as mulheres. El Salvador foi outro Estado que tipificou tal conduta, logo em seguida, no ano de 2010 através da Lei Especial Integral para uma Vida Livre de Violência para as Mulheres, Lei nº 520.

Outros países da América Central que tipificaram o crime contra as mulheres por questão de gênero, foi: a Guatemala em 15 de maio de 2008, com a entrada em vigor da Lei contra o Feminicídio e outras Formas de Violência contra a Mulher (decreto nº 22-2008); Honduras, em fevereiro de 2013, com a reforma do Código Penal; Nicarágua em junho de 2012, com a vigência da Lei Integral contra a Violência feita às Mulheres (Lei nº 779); e por último o Panamá, em 24 de outubro de 2013, com a lei nº 82, que tipifica o feminicídio e a violência contra as mulheres.

Na América do Norte, o país que merece destaque é o México, que introduziu em seu ordenamento jurídico a Ley General de Acceso de las Mujeres a una Vida Libre de Violencia, que combate não só o crime de Feminicídio, mas sim todos os tipos de violência contra a mulher, seja ela física, psicológica, famliar, sexual ou econômica.

A Ley General de Acceso de las Mujeres a una Vida Libre de Violencia trouxe algo inovador ao país, o conceito de Feminicídio, onde foi reconhecido que o conjunto de ações misóginas exercido pela sociedade e até mesmo pelo estado, seria um dos motivos para a definição do crime. Essa legislação tem como principais finalidades, a coordenação de diferentes entes que visam o combate à violência contra as mulheres e também a luta contra qualquer tipo de manifestação de violência doméstica ou pública.

No inciso IV, do artigo 8º, a lei mexicana cita um dos Principais métodos de proteção da mulher, que seria evitar procedimentos que coloquem a vítima em contato com o agressor, evitando assim mais traumas, vejamos:

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ARTIGO 8. - Os modelos de atenção, prevenção e sanção estabelecidos pela Federação, pelas entidades federativas e pelos municípios, são o conjunto de medidas e ações de proteção às vítimas de violência familiar, como parte da obrigação do Estado, de garantir às mulheres a sua segurança e o pleno exercício dos seus direitos humanos. Para isso, eles devem levar em consideração:

IV. Evitar procedimentos de mediação ou conciliação, pois não são viáveis em uma relação de submissão entre o agressor e a vítima;

Esse artigo estabelece um conjunto de medidas que trazem atenção aos casos de violência, assessoria as vítimas, tratamentos especializados; bem como serviço socioeducativo ao autor da conduta, como maneira de erradicar essa conduta violenta.

A legislação penal mexicana verifica-se mais eficaz e flexível comparada a outras, quando o assunto é a proteção as mulheres, levando em conta os altos índices de homicídio de pessoas do gênero feminino. Ela prevê uma pena mais rígida para o autor do crime de feminicídio, mas além da pena também está previsto a reeducação e a reinserção do sujeito na sociedade, para que esse não volte a praticar o mesmo delito, sendo essencial para promover a justiça e diminuir os altos índices de violência contra mulher.

Na América do Sul o primeiro país a modificar a legislação penal foi a Colômbia, em 4 de dezembro de 2008, com a reforma do Código e do Procedimento Penal, Lei nº 1257, que modificou o artigo 104 do Código Penal, incluindo o feminicídio como agravante, vejamos:

SEGUNDO CAPÍTULO De homicídio

Artigo 103. Homicídio. Aquele que mata outro incorrerá em prisão de duzentos e oito (208) a quatrocentos e cinquenta (450) meses.

Artigo 104. Circunstâncias de agravação. A pena será de 400 (quatrocentos) a seiscentos (600) meses de prisão, se a conduta descrita no artigo anterior for cometida:

1. Em cônjuges ou parceiros permanentes; no pai e na mãe da família, embora não morem no mesmo lar, nos antepassados ou descendentes dos anteriores e dos filhos adotados; e em todas as outras pessoas que estão permanentemente integradas na unidade doméstica.

[…]

11. Se é cometido contra uma mulher porque ela é uma mulher.

O Código penal do Chile também merece destaque, uma vez que no seu artigo 390 tipificou o crime de femicídio e não o feminicídio vejamos:

Art. 390 Aquele que, sabendo as relações que os ligam, matar o pai, a mãe ou a criança, seja legítimo ou ilegítimo ou qualquer outro dos seus pais ou descendentes legítimos ou cônjuge será punido como um parricídio, com pena presidio major em seu grau máximo até a morte.

Se a vítima do crime descrito no parágrafo anterior seja ou tenha sido cônjuge ou parceiro do autor, a ofensa terá o nome de femicídio.

Merece também destaque a legislação penal do Peru, que não tipificou o feminicídio ou o femicídio, mas sim o parricídio, artigo 107:

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Artigo 107.- Parricídio

Aquele que intencionalmente mata seu ascendente, descendente, natural ou adotado, ou seu cônjuge ou concubina, será reprimida com sentença de prisão não inferior a quinze anos.

Além dos já citados dispositivos, Bolívia também criou o artigo 252, a fim de punir com mais rigor o homicídio praticado no seio familiar:

Art. 252 ° . Será sancionado com pena de prisão de trinta anos, sem direito de perdoar, quem vai matar:

1. Para seus descendentes ou cônjuge, ou coabitantes, sabendo quem eles são. Nos aspectos gerais, as legislações penais presentes na América do Sul, somente catalogam o cônjuge como vítima, não exigindo que seja do sexo feminino ou tampouco motivação especial, afastando os conceitos de feminicídio.

Entretanto, diferente das outras legislações citadas, o Código Penal Colombiano encontra-se em total conformidade com o conceito de feminicídio, pois expõem o especial fim a que destina o agir do autor, isso quando exige que o delito seja cometido pelo simples fato de a vítima ser do sexo feminino. Assim o sentido e o alcance da lei visam resguardar uma eficiente investigação e a efetiva punição dos atos de violência praticado contra as mulheres por motivo de gênero.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho relatou a história da legislação para coibir a violência e homicídio contra o gênero feminino, além de ressaltar o surgimento e aplicação da legislação contra tais delitos, resultado de inúmeras manifestações de grupos feministas e organismos internacionais.

Em primeiro momento, foi exposta a construção histórica da subordinação do sexo feminino, e a aceitação social da violência contra as mulheres. Tal visão é produto de um sistema patriarcal, no qual se manifesta de diversas formas, não importando com as barreiras econômicas, sociais, políticas, religiosas ou étnicas.

Os tribunais e a sociedade passaram a punir de forma enérgica os autores de crimes dessa natureza. Tal mudança somente foi possível após a Constituição Federal de 1988, quando seu texto trouxe a plena igualdade de direitos entre homens e mulheres.

A Lei Maria da Penha é um símbolo de grande importância na luta das mulheres contra a violência, e complementada pela a Lei nº 13.104/2015 seguiu-se um marco histórico no combate da violência contra as mulheres, e ficou conhecida como lei do feminicídio, onde estabeleceu um tratamento específico e uma punição rigorosa para o autor do crime.

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Também foi abordado no presente trabalho, a competência do tribunal de júri para julgar o crime de feminicídio. Foi destacado também as principais teses de defesa utilizadas no tribunal de júri: violenta emoção, coação moral irresistível e a legitima defesa da honra.

Salienta-se que apesar da criação da Lei º 13.104/2015, de políticas públicas, e da tentativa de adotar mecanismos para frear o constante aumento dos índices de homicídio praticado contra mulher por questão de gênero, o Brasil não tem obtido grande eficácia em seu resultado, não sendo tais mecanismos capazes de prevenir, investigar, julgar e punir os autores do delito.

Por último, foram apresentadas legislações penais de países da América Latina que tipificaram o crime de homicídio contra as mulheres, observando que em grande parte das legislações apresentadas somente é catalogado o cônjuge como vítima, não exigindo que seja do sexo feminino ou tampouco motivação especial, afastando os conceitos de feminicídio e femicídio, diferente da legislação penal Colombiana, que traz o exato conceito de feminicídio. Assim, conforme apresentado no trabalho, a Lei nº 13.104/2015, a lei do feminicídio, não resolverá sozinha o problema de desigualdade estrutural existente na sociedade, contudo, não trata de uma lei de mera exortação do simbolismo penal, visto que é um importante instrumento de defesa e proteção capaz de gerar políticas públicas mais efetivas na luta contra a violência de gênero.

REFERÊNCIAS

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Referências

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