Fisioterapia na Saúde Mental Apostila para
Estudos
Prof. Dr. Felismar Manoel,
Fisioterapeuta com Mestrado em Motricidade Humana, formação em Psicomotricidade Sistêmica
e Psicanálise Clínica (1)
2ª Revisão – Julho de 2015
1.0 - Palavras Iniciais
A Resolução COFFITO 80, do Egrégio Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, traz ricos fundamentos para nossa reflexão:
a) considera a fisioterapia como ciência aplicada, que tem como objeto de estudos o movimento humano em todas as suas formas de
expressão e potencialidades, tanto nas
alterações patológicas, quanto nas suas
repercussões psíquicas e orgânicas, tendo como
objetivos preservar, manter, desenvolver ou
restaurar a integridade de órgãos, sistemas ou funções;
Nesta apostila vamos refletir sobre a prática da Fisioterapia na Saúde Mental. Para discorrer sobre saúde mental é preciso entender um pouco sobre "mente" e sobre o "aparelho psíquico", estando ciente que para a formação da mente e do aparelho psíquico, é necessário a existência do cérebro orgânico.
1.1 - A Elaboração do Sistema Neural
O Cérebro Humano é o resultado de um longo processo de elaboração do sistema neural dos
animais durante a filogênese dos
vertebrados. Os animais que pertencem ao filo dos vertebrados (ou cordados), como afirma Vitor da Fonseca (2010), possuem um sistema neurológico complexo, formado ao longo da evolução criativa, e este composto por três blocos básicos:
a) o arquicórtex com o seu sistema reticular (mesencéfalo, tronco e bulbo), responsável pelas funções vitais básicas;
b) o paleocórtex (o diencéfalo - sistema límbico), responsável principalmente pela vida afetiva, social e relacional;
c) e o neocórtex com seu sistema agregado
conexionista, responsável pelas
O sistema neurológico é construído
anatomicamente, sendo portanto orgânico,
físico, sabendo-se onde ele se localiza no corpo dos humanos, já que aqui vamos estudar sobre a mente e o aparelho psíquico humano, deixando de lado os outros animais.
1.2 - A Mente e o Aparelho Psíquico
A Mente e o Aparelho Psíquico não encontram um lugar de suas respectivas localizações no cérebro, embora os dois necessitem do cérebro para serem formados; portanto, o cérebro orgânico é o substrato que oferece as bases para a existência da mente e do aparelho psíquico. Segundo os pesquisadores Luria e Vygostiky (1992 e 2007), a mente e o aparelho psíquico para serem formados dependem do cérebro orgânico, sendo enormemente dependentes da história de vida do indivíduo e de seus potenciais biológicos, estando portanto, recebendo as
modulações dos fatores socioculturais e
ambientais também.
Podemos então apontar os quatro conjunto de fatores que contribuem para a formação da mente e do aparelho psíquico:
a) - Potenciais biológicos (principalmente genéticos e bioquímicos)`;
b) - fatores sociais e culturais; c) - fatores ambientais;
1.3 - O Conceito de Mente Encarnada
Sabe-se que estes quatro fatores acima referidos
interagem mutuamente durante o
desenvolvimento da criança, contribuindo para formar a mente e o aparelho psíquico do indivíduo; isto ocorre em consequência de várias conexões entre os neurônios, sendo essas conexões denominadas sinapses.
Admite-se que existam cerca de cem bilhões de neurônios cerebrais, estruturados no cérebro orgânico; quando um grupo de neurônios é
envolvido na produção de qualquer
comportamento humano, esse conjunto forma
uma unidade de padrão comportamental
denominada de engrama, ocorrendo alterações físicas no sítio cerebral onde esses neurônios estão localizados, por uma melhora da irrigação sanguínea, ficando tal área cerebral mais dúctil, facilitando a ocorrência das sinapses com maior rapidez, nesse caso, sendo denominado esse
padrão comportamental de "mente
2.0 – A Importância da Infância
Sabe-se que as fases do desenvolvimento infantil são muito importantes para a formação da mente
e do aparelho psíquico dos indivíduos,
envolvendo os fatores presentes desde a
concepção, passando pela infância,
adolescência, vida adulta maturidade e velhice. A principal função do sistema neural é adaptar o individuo ao seu meio, através de trocas de
informações entre estímulos aferentes,
processamento das informações e respostas eferentes para o corpo.
2.1 – A Saúde Materno-Infantil
A fisioterapia clínica atua na promoção e proteção da saúde materno infantil, com a observância de cuidados pré natal e o tratamento de intercorrências que possam surgir contra a saúde materno infantil, fazendo parte das preocupações para uma saúde mental e psíquica exitosa. Durante essa fase, a prática
fisioterapêutica dispõe de protocolos de
cinesioprofilaxia pré natal e pós natal
psicomotora (ou psicocinética), que se preocupa com a saúde integral, o bem estar e qualidade de vida do indivíduo durante toda a vida.
2.2 - Temperamento, Personalidade e Caráter
A Fisioterapia na Saúde Mental não pode ignorar os elementos de Psicologia Corporal, sobre temperamento, personalidade e caráter, pois são
atributos da pessoa que interferem nas
manifestações da saúde mental e tem
correlações nas terapias mediadas pelo corpo. Tomo aqui um texto de VOLPI (2004), onde
ele afirma que “o conceito de temperamento
refere-se a um sistema constitucional
sustentado nas diferentes compleições
do organismo e em sua estrutura física”.
Essa tipologia representa uma abordagem ao estudo da relação entre as características físicas e as psicológicas. Temperamento é uma disposição inata e particular de cada pessoa, que reage aos estímulos ambientais, como maneira interna de ser e agir de uma pessoa, dependente do seu perfil genético; pode-se dizer que é o aspecto somático da personalidade.
estrutura somática. Sabe-se que na fase embrionária ocorre a organogênese, ou seja, a formação do organismo do ser humano.
Durante a organogênese, ocorrem divisões e especializações celulares. Os três processos embrionários dão origem a órgãos e estruturas do corpo do embrião, além dos anexos embrionários. Nessa perspectiva, é válido afirmar que:
a) O ectoderme dá origem a epiderme e seus
anexos, os pêlos, as unhas,e
outros; as mucosascorporais
(oral, anal e nasal), o esmalte dos dentes,
o sistema nervoso (através do tubo
neural),nosolhos (retina, cristalino e
a córnea), a hipófise, entre outros;
b) O mesoderme, por sua vez, é
dividido em epímero, mesômero e hipômero. O
epímero forma o esqueleto axial, a derme (tecido
conjuntivo) e o tecido muscular. O
mesômero, rins, gônadas eureteres. Por fim, o
hipômero, que origina
os músculos lisos e cardíacos, além de
três serosas: pleura(reveste externamente
o pulmão), o pericárdio (revestimento cardíaco)
e peritônio (abdomem).
c) Do endoderme surgem os alvéolos
pulmonares e as seguintes
é a básica formação do revestimento interno dos
tratos digestório e respiratório.
Existem vários outros modelos de classificação de biótipos, não sendo nosso interesse estuda-los aqui nesta apostila.
O temperamento não é aprendido, nem pode ser educado, podendo ser transmitido de pais para filhos, ser abrandado pelo caráter, em um movimento do próprio individuo no desejo de se modificar, e ainda nesses casos, podendo ser ajudado pelos terapeutas.
A psicanálise de S. Freud afirma que os
processos do inconsciente influenciam o
comportamento das pessoas, podendo
manifestar-se na sua personalidade. Segundo Ballone (2003), a personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados dos genes que herdamos, das nossa vivências singulares, das nossas percepções do mundo, tornando cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social.
Admite-se que três fatores básicos influem na formação da personalidade:
dos olhos, da pele, temperamento, reflexos musculares e vários outros. É aquilo que o bebê recebe de herança genética de seus pais;
b) Fatores Socioculturais - exercem uma grande influência dizendo respeito à cultura, costumes
familiares, grupos sociais, escola,
responsabilidade, moral, ética, e outros,
principalmente durante o processo de
endoculturação, na internalização das noções de valores;
c) Fatores Ambientais – certos costumes e
práticas relacionadas com os ambientes,
vivenciadas pela criança, irão lhe dar suporte e contribuir para a formação de seu caráter e manifestar na personalidade, principalmente através das pessoas significativas para as crianças, durante o processo de socialização primária.
2.3 - Diferenças entre Temperamento e Personalidade
Segundo Volpi (2002), baseado em Strelau e Angleitner, apresenta cinco características
diferenciais entre temperamento e
personalidade:
II - Percebe-se temperamento desde cedo, já na infância, enquanto a personalidade se molda durante os períodos do desenvolvimento infantil.
III - Diferenças individuais de
temperamento como ansiedade,
extroversão-introversão, são observados também em
animais, enquanto que personalidade é a prerrogativa de seres humanos.
IV - Temperamento tem relação com estilo, enquanto personalidade contém aspectos do comportamento.
V - Diferente do temperamento, a personalidade
tem função integrativa do comportamento
humano.
Pode-se definir personalidade como o conjunto de elementos herdados durante a gestação e de elementos adquiridos do meio ambiente e dos
aspectos socioculturais, durante o
desenvolvimento, formando o mundo interno psíquico de uma pessoa.
2.4 - O Caráter
Para W. Reich (1995), caráter é... o conjunto de
reações e hábitos comportamentais, que
adquiridos ao longo da vida orientam o modo individual de cada pessoa, sendo composto das
sua atitudes frequentes, seu padrão de
comportamento (timidez, agressividade e outros) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo).
Desde a fecundação, as informações genéticas do pai e da mãe passam ao bebê, constituindo o seu temperamento. Durante a gestação, o bebê recebe os estímulos do meio; percebe e participa das alterações sofridas pela mãe durante a gestação, vai incorporando esses estímulos, organizando-os em seu mundo interno e assim construindo sua personalidade. Os enfrentamentos que a criança tiver durante o seu desenvolvimento, determinarão sua forma de agir e reagir na vida, constituindo o seu caráter, como a expressão de seu mundo interno.
Segundo Volpi e Volpi (2002), existe uma
relação de reciprocidade entre o
desenvolvimento emocional, a formação do caráter e a Energia Vital (Orgonomia). O ser humano é a expressão de uma energia chamada Energia Vital (Qi, Orgone, Prana), que se forma no individuo desde a concepção, em pulsos constantes, somando-se a outras energias da nutrição, do cosmos e da terra.
o caráter, com suas atitudes e formas de reagir às situações impostas pelo mundo
Os acontecimentos durante essas etapas, principalmente da primeira infância - sem
condições de defesas, como estresses,
privações e frustrações desnecessárias
- causam ao caráter marcas e bloqueios, - fixando a energia na fase do desenvolvimento em que tal evento traumático ocorreu.
3.0 –
Desenvolvimento da Consciência e das Emoç ões
Durante o desenvolvimento infantil estão
ocorrendo, tanto o desenvolvimento emocional quanto a formação da consciência, quer no nível da consciência inconsciente, quer no nível da consciência consciente.
Fundamentando-se na psicologia corporal
reichiana, são as seguintes as etapas do desenvolvimento emocional:
1ª Etapa Emocional – Sustentação
–
Da fecundação e até o nascimento.
O útero é o primeiro ambiente da criança, deve ser acolhedor, alimentando e dando sustentação
energeticamente. O feto reage a estímulos sensoriais sentindo o que sua mãe sente. Assim, estresse, angústia, sentimento negativo da mãe, uso de drogas, álcool, altera o processo e impede o desenvolvimento físico, energético e emocional normal.
2ª Etapa Emocional - Incorporação
–
Do nascimento até à fase de desmame.
O bebê internaliza o mundo externo, o leite materno, o seio da mãe, seus cuidados, seu carinho, seu olhar, seu cheiro e sua pele. Deve-se nessa faDeve-se, alimentar o bebê conforme suas necessidades, principalmente através do choro, e não de acordo com o que a mãe acha correto, não sendo conveniente impor limites nessa fase, para não prejudicar o desenvolvimento energético e emocional normal do bebê. Ao aproximar o final dessa etapa, aproximando o desmame, a criança começará a perceber que ela e a mãe não são uma só pessoa, inicia a exploração do ambiente externo e das outras pessoas que estão a sua volta de modo gradativo.
3ª Etapa
Do desmame até o final do 3º ano de vida.
A energia da criança se volta para a produção e construção de pensamentos, brincadeiras, jogos e relações com o ambiente e as pessoas, surgindo as conquistas da autoconsciência e autonomia, surgindo foco de interesse a produção de fezes e urina. Não se deve fazer a educação do controle dos esfíncteres antes que a criança esteja preparada e sim por volta dos 18 meses de idade, iniciando com a colocação
de limites e os “nãos”, mas de forma não
punitiva ou frustrante, sem necessidade. Não inibir a liberdade e espontaneidade da criança. Os excessos de limitações e frustrações, ou feito de forma inadequada, poderão trazer danos ao caráter em formação. Nessa fase as crianças começam na imitação dos pais que lhes servirão de modelos.
4ª Etapa Emocional – Identificação
- Começa pelos 4 anos indo até os 5 ou 6 anos de idade.
Desenvolvimento de conquistas
pessoais significantes para seu progresso: fuga
da individualidade e do egocentrismo e
compartilhamento e socialização;
e classificação; aprende disciplina e organização e tem inicio do entendimento e
incorporação do “certo” e “errado”.
Desenvolvimento do autoconceito, distinção dos
sexos identificando a qual pertence.
Curiosidade sexual e masturbação, como
manifestação natural, não devendo receber punição.
5ª Etapa Emocional
–
Formação do caráter –
Iniciado aos 5 ou 6 anos, indo até a puberdade. Inicia a escolarização. Pais e educadores nessa etapa, influenciam a forma da criança lidar com o aprendizado, em diferentes situações e por toda a sua vida, podendo ser de forma prazerosa,
ou desprazerosa, dependendo do modelo
convivido. Capacidade para lidar com diferentes problemas, em um ambiente estimulante que
desperte o interesse, facilita o
3.1 - As Fases do Desenvolvimento da Consciência
O corpo é o continente onde o individuo existe e se afirma enquanto ser e pessoa, estando impressa nele as suas marcas existenciais e de singularidade. O corpo próprio é a via de manifestação do ser humano no mundo, constituindo-se assim em corporeidade. Existe uma relação entre o Corpo e os Estados de Consciência que orienta as diferentes "escutas" da corporeidade humana.
A Antropologia Essencial de Jean-Yves Leloup (O Corpo e Seus Símbolos, 2010), oferece uma escala do desenvolvimento da consciência relacionada com as variações das faixas etárias.
O desenvolvimento da consciência vai desde a consciência intrauterina pré pessoal até a
abertura à consciência transpessoal,
possibilitando as diversas ressonâncias
registradas no corpo como memórias
corporais. Assim:
I – Consciência Matricial - O primeiro local de
memória corporal é a intrauterina, quando passivamente registramos as vivências da mãe. Aqui se registra as memórias arcaicas formando a consciência matricial.
II – Consciência Oral - Com o nascimento (um
evento traumático para a criança), o bebê entra em relação com outro corpo, procurando a fusão e a unidade que ele acaba de perder. Época da educação para a formação de vínculos durante a vida toda. Surge a consciência oral. Tudo o que gira com nossa oralidade deve ser observado.
III – Consciência Anal - Lentamente a criança
perde a identidade com o corpo da mãe e descobre seu corpo (chupa seu dedo, seu pé, brinca com suas fezes). Fase da consciência anal, voltada para a aprendizagem da limpeza e cuidados com o nossa corporeidade.
IV – Consciência Genital - A seguir vem a
felicidade na vida adulta, identificando-se e aceitando-se na sexualidade que se tem, ou fonte de dificuldade não se identificando ou não se aceitando na sexualidade que se é.
INCONSCIENTE PSICANALÍTICO Domínios do Id, das Pulsões Instintivas - Essas quatro etapas anteriores, na visão freudiana, tem
importância fundamental na formação do
inconsciente psicanalítico com as cargas energéticas do Id.
V – Consciência Familiar - Ao crescer, mais ou
menos a partir da idade escolar, surge a consciência familiar assimilando os valores e símbolos da cultura dos pais e do meio, quando correspondemos à imagem que nossos pais fazem de nós, da qual, às vezes é difícil sair.
VI – Consciência Social - Na
sequência, geralmente na fase da
forma de ser e agir, faz com que a pessoa nela formada seja psiquicamente não saudável,
incorporando as más influências dessa
sociedade.
SUPEREGO PSICANALÌTICO – Domínio dos
Valores, dos Juízos - Essas duas etapas
anteriores formam o Superego na visão
psicanalítica, responsável pelos interditos
morais aos impulsos do Id, baseado nos valores da socioculturalidade de nossa família, de nosso ambiente, interditos esses que formarão os recalques geradores dos sintomas neuróticos.
VII –CONSCIÊNCIA DO EGO AUTÔNOMO - Nem
sempre a consciência social do ego bem adaptado é sinal de saúde, pois se a sociedade estiver "doente", essa adaptação também será doentia, surgindo a necessidade interior de libertar-se dessa imagem social, conquistando uma consciência do ego autônomo, importante na consolidação da singularidade e identidade da pessoa, tanto a identidade de gênero, quanto a identidade sociocultural e religiosa.
VIII – CONSCIÊNCIA DO SELF - Nas vivências da
do
self,
a consciência da Verdade, a consciência da Vida, que anima a sua vida pessoal, o seu "si mesmo" autêntico, harmonizando-se com a sua verdade, geralmente através de medos, de recusas, ou com a ajuda dos terapeutas, ou ainda dos ministros das religiões.SELF VERDADEIRO – Domínio da
Consciência Consciente - Na visão freudiana, o ego verdadeiro deverá ser formado libertando-se das pressões intrigantes do Id e do Superego, para dar lugar a um Eu equilibrado manifestado
no
self
verdadeiro.IX – CONSCIÊNCIA TEANTRÓPICA – Domínios da
Consciência Além do Medo e do Desejo - Há ainda a possibilidade de surgir outra etapa (ou até outras etapas) de difícil definição. Trata-se
da consciência
theantrópica
(deTheos
= Deuse
Antropos
= ser humano), sendo umaconsciência além do medo e do desejo, pois em algum lugar dentro de cada um de nós, sempre haverá esse estado de não-medo, não-cobiça, própria da auto transcendência; mas haverá também a pulsão sexual, o medo da doença, o medo da decomposição. Em nós, todas essas consciências estão sempre presentes enquanto memórias corporais.
corporeidade, podendo produzir manifestações impropriamente ditas psicossomáticas (a rigor não existe a dualidade corpo-soma, já que o ser humano é integral), pois elas compõem a nossa memória corporal ontogenética.
4.0 - A Pessoa Humana
Nós, os profissionais de saúde e os nossos clientes, somos Pessoas Humanas. Ser pessoa
humana é possuir um
status
político e jurídicode cidadão, com deveres e direitos reconhecidos pela legislação do país.
Assim, mesmo um concepto embrionário ou um feto, é uma pessoa em potencial, tendo os seus direitos reconhecidos, existindo documentos oficiais que tipificam esses direitos.
precisam de mecanismos de proteção por parte daqueles que estão sóbrios.
4.1 - Como se Define Uma Pessoa
De um modo geral, existem as pessoas físicas naturais (os seres humanos) e as pessoas jurídicas (as associações, as empresas, as firmas, e outros). Aqui estamos tratando das pessoas físicas naturais, nós e nossos clientes. A Antropologia Filosófica, na voz de Batista Mondim (1997), caracteriza a pessoa como quem é capaz de cultivar certos atributos, como
a autoconsciência, a autonomia, a
comunicabilidade, a afetividade, e auto
transcendência; pode-se acrescentar ainda os
atributos de autoestima, autoconfiança,
autocuidado e alteridade, pois todos são
fundamentais para uma boa saúde mental.
5.0 – Como Avaliar o Perfil do Cliente/Paciente
A fisioterapia na saúde mental, não visa fornecer
um diagnóstico de doenças mentais e
promoção e proteção do bem estar do individuo e da sua saúde mental e psíquica.
5.1 – Alguns Instrumentos Avaliativos
I - História de Vida do Cliente
Dado a importância dos variados estímulos recebidos pelo individuo durante a sua vida,
principalmente na infância, tanto do seu
ambiente ecológico, como também do seu
contexto familiar, sociocultural, político,
econômico e religioso, formadores, ou
interferentes na saúde mental e psíquica do cliente, um dos excelentes meios de se avaliar essa situação, é através do levantamento da História de Vida do Cliente.
Pela história de vida se conhece o contexto existencial vivenciado pela pessoa no passado e no presente, e buscar com diligência junto ao próprio cliente, os caminhos para uma vida exitosa no futuro.
I - Identificação - Nome:
Endereço:
Idade: Sexo: Naturali dade:
Escolaridade:
Queixa principal: :
Histórico do problema:
Fator precipitante do problema:
Impacto do problema na existência:
II - Infância -
Histórico do ambiente familiar e infância:
Ocupação dos pais:
Gravidez desejada? Pré-natal?
Doença pré-natal? Tipo de parto/
Amamentação: Tipo e até quando? Doença na infância?
III - Desenvolvimento: Diálogo tônico corporal? Rolar e arrastar?
Engatinhar? Andar?
Falar?
Relacionamento com os pais e cuidadores? Castigos?
Abusos?
Relacionamento com irmãos?
Pessoas importantes na infância? Lembrança marcante da infância?
IV - Idade Escolar:
Com quem brincava na infância? Gostava da escola?
Tinha um melhor amigo?
Como eram suas notas escolares?
V - Adolescência:
Continuou os estudos?
Como foi o seu desempenho estudantil? Se parou de estudar, o que fez então? Relacionamento com colegas?
Namoro? Paquera? Ficar?
Atração, por homens, mulheres, ou por ambos? Algum problema de ordem sexual?
Alguma questâo de identidade de gênero? Alguma questão que deseja esclarecimento? Experiências com drogas:
* Álcool? * Fumo?
* Outras drogas? Vocação:
* Tem vocação especial para alguma atividade?
VI - Idade adulta:
Atividade após estudos, ou abandono dos mesmos?
Trabalhos que já realizou? Trabalho que mais gostava?
Relacionamento com chefes e colegas? Moradia própria?
União estàvel?
Como é, ou foi sua união?
Tem algum desconforto na vida afetiva? Deseja algum esclarecimento sobre alguma coisa?
Filhos?
Relação com filhos? Saúde dos familiares?
Perdas de familiares? de amigos ?
Amigos íntimos, que se pode confiar? Ocupação no tempo livre?
Perspectiva para o futuro?
Deseja algum esclarecimento?
VII - Vida Social - Lazer preferido?
Afinidades por algum esporte? Afinidades por arte?
Afinidades por atividades físicas comuns? Satifeito com a classe social?
Amigos/as?
VIII - Vida espiritual -
Cultiva alguma prática de vida espiritual? Filosofia de vida?
Costumes especiais? Vida comunitária? Bem estar social? Saúde do planeta?
IX - Outros:
II - Auto confrontação
A auto confrontação é o modo como eu relaciono, manifesto, interpreto, faço reflexões e vivencio as minhas situações individuais e pessoais, no ambiente em que eu vivo, tanto para comigo mesmo na minha vida mais íntima, quanto na minha vida familiar, comunitária, social, filosófica, ideológica, ou religiosa.
Uma análise da auto confrontação pode ajudar a detectar se um padrão de vivência existencial está dentro dos padrões aceitáveis de saúde mental, em determinado contexto cultural, verificando como está o seu foco afetivo, se há equilíbrio entre a autoestima e alo-estima.
um "diagnóstico clínico", pois isto é tarefa dos profissionais especializados; são apenas alguns meios balizadores, para a partir deles melhor orientar a promoção e proteção da saúde mental dos clientes, bem como executar protocolos de cinesioprofilaxia das doenças mentais, ou fazer
encaminhamentos para os profissionais
especializados.
Método de Auto confrontação MAC – conforme
Teoria de Hermas
(Validação em Portugal por Mafalda Pereira,
João Salgado e Anita Santos, do ISMAI –
Instituto Superior de Maia – Portugal 2010)
Este é um recurso para avaliar a autovalorização do individuo, buscando identificar:
1 – orientação para si mesmo – self (S); e 2 –
orientação para o outro – other (O).
Trata-se de um Instrumento Idiográfico – Para
construção e reconstrução da identidade = self, relacionado com valoração e tipos de afetos que o individuo esta vivenciando.
Inicialmente refletir com o individuo
sobre experiências significativas do seu
adquirindo conhecimento acerca dos significados pessoais de sua vida.
Técnica - O individuo é convidado a realizar uma auto-investigação exaustiva em sua vida, que depende da construção de valorizações a partir de três sub fases:
1 - formulação das valorações;
2 - exploração dos afetos associados;
3 – discussão.
Deve-se refletir acerca do seu passado, presente e futuro, a partir de questões abertas. Converter a sua história de vida em breves
narrativas, consistindo em valoração
que condensam o significado da sua
experiência, sendo escrita em uma folha e passando-se para a sub fase que segue:
Fazer a cotação, em uma escala de 0 a 5 , dos termos afetivos contidos em uma lista (poderá ser de 16, 24, 30).
Os afetos são classificados em quatro escalas:
Self = S Outro = O Positivo = P Negativo = N
resultante das somas das equações.
Relação de termos afetivos:
Autovalorização = S : -> autoestima, força de vontade, autoconfiança, orgulho.
Contato e união com os outros = O : -> Amor, ternura, intimidade, carinho.
Diferença entre S e O : Se S>O a
autovalorização é mais forte que a experiência de contato com o outro e vice-versa.
Índice P = soma dos termos afetivos positivos: -> alegria, prazer, felicidade, calma
interior.
Índice N = soma dos termos afetivos negativos ->
Preocupação, infelicidade, desânimo, desap ontamento.
Uma semana após, discute-se o resultado com o cliente, focando fundamentalmente no seu
sistema de valorações, promovendo
a autorreflexão, a auto exploração e o
autoconhecimento, podendo reorganizar o seu próprio sistema de valorações.
- Escala de Valoração dos Afetos
Cotação 0 1 2 3 4 5
Valoração dosAfetos
Na da
Um pou
co
De algu
ma form a
Basta nte
Mui to
Muit o mes
mo
Auto-estima
Força de
Vontade
Auto-confiança
Som a
Amor Ternura
Intimidade
Carinho
Som a
Alegria Prazer
Felicidade
Calma interior
So ma
Preocupaç ão
Infelicidad e
Desânimo
Desaponta mento
Som a
III - Escalas de Cognição Sócio-Relacional
A cognição Sócio Relacional pode ser avaliada pelas escalas de inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal. Celso Antunes, um
educador brasileiro, trabalha essas
possibilidades para a identificação de
inteligências múltiplas, consigo próprio e com os alunos, podendo por tanto, ser adaptados para os clientes e pacientes.
Nome:________________________________________Data ___/___/____
Sou uma pessoa que: Semp re 5 Quas e semp re 4 Às vez es 3
Raram e nte 2 Nun ca 1 Tenho consciência
das minhas
emoções,
mesmo as
leves, assim que
acontecem
Uso meus
sentimentos
para tomar
decisões importantes do meu dia-a-dia
Quando fico
com raiva,
posso ter
esplosão,
remoendo
isso por
muito tempo
Uma derrota minha, ou do meu time, me deixa
aborrecido, mas não me perturba
muito,
sabendo que posso
melhorar.
Quando alcanço meus
objetivos,
gosto de
receber elog
ios e
cumprimento s, mas esses
elogios não
me sobem à cabeça.
uma prova, a
ponto de
prejudicar meu preparo.
Quase
sempre eu
me acho
legal e creio que a maior
parte das
pessoas me acham
simpático/a.
Acredito que meus amigos
sabem me
compreender
e que me
avaliam de
acordo com o que eu acho que é meu verdadeiro valor.
Felicidade, afeição,
orgulho e
alegria são
presentes em
minha vida,
quando
comparados com
desgosto, culpa, inveja,
tristeza, e
arrependime nto.
Não acho
difícil um
futuro no
qual eu
possa amar
muito uma
pessoa e ser também
correspondid o.
S oma
Adapta do de Celso Antunes
Nome:________________________________________Data ___/___/____
Sou
uma pessoa que: Semp re 5 Quas e semp re 4 Às vez es 3
Raram e nte 2 Nun ca 1 Posso perceber
sozinho o
que as
pessoas pensam
Sou
compreensiv
o com os
momentos difíceis de outra pessoa
Sou ótimo
para lidar
com os
conflitos,
levantando o
astral em
relacioname ntos
Percebo os
sentimentos de um grupo
ou de
relações entre pessoas
Acerto e
dificilmente
erro em
perceber
quando as
pessoas me estimam
Fico
aborrecido quando
esqueço o
aniversário
e/ou datas
importantes
para outras
pessoas
Consigo
acalmar ou
conter
aflitivos sem prejudicar as obrigações a cumprir
Não perco a paciência
com as
pessoas que gosto, e se acontecer, me recupero
logo e me
arrependo
Não gosto de
solidão e
sinto-me
bem junto às pessoas
amigas,
mesmo que
não estejam interessadas
em meus
assuntos
Quando sou agredido, ou magoado, prefiro achar
uma
descarga de mau humor, mas que eu
não tinha
nada a ver com isso.
S oma
Adaptado de
Celso Antunes
Interpretação das Somas de Pontuações das Escalas
de Inteligências Intrapessoal e Interpessoal
As somas dos pontos NÂO fornece um
diagnóstico, apenas uma base através da qual se pode elaborar uma estratégia para conquistar o que se deseja e julgue como melhor.
Gabaritos:
1 - De 41 a 50 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal é bastante alta; a mantenha sobre controle e aprimore alguns pontos negativos. 2 - De 31 a 40 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal é bastante desenvolvida. Continue a viver bem consigo mesmo/a, mas modere sua presunção.
3 - De 21 a 30 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal precisa melhorar. Converse um pouco consigo mesmo, faça reflexões e ouça o que os outros dizem com sinceridade de você.
4 - De 11 a 29 pontos ---> Seu
autoconhecimento e sua autoestima precisam crescer. Liberte-se aos poucos de suas amarras. 5 - De 10 a 19 pontos ou menos ---> Você é uma pessoa muito amarrada, como ostra, fechada em si mesmo. Goste mais de você, liberte sua autoestima e ganhe autoconfiança.
B - Para os escores da inteligência interpessoal:
1 - De 41 a 50 pontos ---> Sua inteligência interpessoal é bastante alta. Não deve ter dificuldade para fazer amigos, mas deve
conservá-los com carinho, pois eles
são importantes para você.
3 - De 21 a 30 ---> Sua inteligência interpessoal precisa melhorar. Converse consigo mesmo,
reflita e ouça o que os outros dizem
sinceramente de você. Treine os seus
sentimentos de alteridade e empatia,
observando com mais respeito as diferenças de outras pessoas. Algumas vezes, você poderá projetar em outros o que não gosta em você. 4 - De 11 a 29 ---> Seu grau de empatia e relacionamento não é muito bom. Procure ouvir mais e falar menos. Saiba gostar até das particularidades que outras pessoas apresentam e que você critica.
IV - Escala de Avaliação do Ajustamento Social
Nome:________________________________________Data ___/___/____
Marque um “X” na coluna do valor médio, se o evento ocorreu com você.
Evento da Vida: Valor
Médio
Morte do cônjuge 100
Divórcio 73
Pena de prisão
63
Morte de familiar próximo 63
Doença ou lesão pessoal 53
Casamento 50
Demissão do emprego 47
Reconciliação conjugal 45
Aposentadoria 45
Mudança na saúde de um familiar 44
Gravidez 40
Dificuldades sexuais 39
Aumento da família 39
Reajuste nos negócios 39
Mudança na situação financeira 38
Morte de amigo íntimo 37
Mudança para linha de trabalho
diferente
36
Mudança no número de discussões conjugais
35
Hipoteca ou empréstimo de mais de U$ 10000
31
Execução de hipoteca ou empréstimo 30
Mudança nas responsabilidades no trabalho
Filho ou filha saindo de casa 29
Problemas com parentes do cônjuge 29
Conquista pessoal notável 28
Cônjuge começa trabalhar, ou pára 26
Inicio ou conclusão da escola 26
Mudança nas condições de vida 25
Revisão de hábitos pessoais 24
Problemas com o patrão 23
Mudanças no horário, condições do trabalho
20
Mudança de residência 20
Mudança de escola 20
Mudança nos hábitos de recreação 19
Mudança nas atividades da Igreja 19
Mudança nas atividades sociais 18
Hipoteca ou empréstimo abaixo de U$ 10000
17
Mudança nos hábitos do sono 16
Mudança no número de reuniões familiares
15
Mudança nos hábitos alimentares 15
Férias 13
Época de Natal 12
Soma: ____________________
xxxxxxx
Gabarito para Interpretação das pontuações:
De 0 a 150 Ausência de possibilidade
significativa de uma doença relacionada ao estresse
De 150 a
199
Nível de crise de vida
leve - 35% de chance de doenças
De 200 a
299
Nível de crise de vida
moderado - 50% de chance de doenças
De 300 ou
mais
Nível de crise de vida
elevado - 80% de chance de doenças
2.5 - Síntese Avaliativa
O fisioterapeuta envolvido na promoção e proteção da saúde mental, bem como na cinesio profilaxia e no tratamento das doenças mentais,
poderá usar estes cinco instrumentos
avaliativos para orientar o seu fazer profissional em beneficio da saúde, bem estar e qualidade de vida dos seus clientes.
1 - Roteiro para a História de Vida do Cliente - É pela história de vida que o fisioterapeuta conhecerá os contextos vivenciados pela pessoa, podendo relacionar passado e presente,
podendo criteriosamente desenvolver uma
reflexão com o cliente, visando o bem estar e qualidade de vida futuro para o cliente.
2 - Escala de Afetos - A escala de afetos é um instrumento muito útil para se conhecer o nível de autoestima e autocuidado da pessoa, seu perfil diante da existência, se em atitude positiva ou negativa, permitindo trabalhar as mudanças necessárias para um melhor nível de bem estar e qualidade de vida.
3 e 4 - Escalas de Cognição Sócio Relacional - Estão incluídos dois instrumentos, um para avaliar a inteligência intrapessoal e outro para avaliar a inteligência interpessoal. Estes dois instrumentos permitem conhecer as bases da vida de relação e abertura do cliente, em direção a si mesmo e em direção aos outros, no cenário
pessoal, familiar, comunitário, social, do
5 - Escala de Avaliação do ajustamento Social - Este instrumento é muito útil, permitindo que o fisioterapeuta possa avaliar se a pessoa está em nível de vida estressante, com risco percentual de manifestar uma doença em órgãos alvo da corporeidade..
Estes cinco instrumentos são básicos para o fisioterapeuta orientar as condutas profissionais voltadas ao beneficio do cliente e também para orientar no encaminhamento para profissionais especializados em doenças mentais, quando detectar sinais de riscos ou comprometimentos, que exigem uma escuta especializada, além da cinesio zoesia mental e psíquica, cinesio profilaxia e cinesioterapia das doenças mentais.
6.0 – Tratamentos Fisioterapêuticos
6.1 – Práticas Fisioterapêuticas no Controle do
Estresse da Vida Diária
Quando tais estratégias não produzem o ajustamento energético que se requer, o corpo luta para estabelecer uma compensação na ativação fisiológica e psicológica que está sendo vivenciada, ficando vulnerável às doenças físicas, emocionais e psíquicas.
É importante tornar-se consciente do que está acontecendo, sendo um dos métodos utilizados
para o enfrentamento do estresse, à
conscientização, o relaxamento e o
apaziguamento interno.
Existem técnicas de relaxamento corporal e de meditação associadas à conscientização, que podem ajudar muito no combate ao estresse, evitando o desenvolvimento dos altos níveis de
ansiedade, desencadeador de doenças e
agressões a órgãos alvos.
I – Meditação Relaxante com Treinamento da
Energia Vital (Qi Gong)
Em um ambiente calmo, com fundo musical suave, iluminação branda, podendo o cenário ser adequadamente aromatizado, com o cuidado de não provocar reações alérgicas aos clientes; o cliente deitado ou reclinado em um divã, enquanto o fisioterapeuta o dirige em uma vivência mental e práticas físicas, levando-o a
diafragmáticos profundos; em seguida, com voz
branda e calma, comanda o cliente a
conscientizar-se da sua postura corporal,
juntamente com sua respiração, conduzindo-o mentalmente a levar a sua consciência às diferentes áreas do corpo, conservando-a aí por alguns segundos ou minutos.
Poderá também optar por seguir a via dos órgãos internos, ou a via dos pontos energéticos ao longo da coluna vertebral, na parte posterior e na via média, na parte anterior, formando um arco, que começa no umbigo, desce para a genitália e daí para o sacro, subindo por toda a região posterior, alto da cabeça, face e desce novamente pela parte anterior até chegar ao
umbigo novamente. (Existem quadros
ilustrativos, com os desenhos dos pontos energéticos, que se pode ter nos cenários terapêuticos, para facilitar as visualizações).
Pode-se manter essa rota funcionando por algum tempo, de 20 a 50 minutos. Trata-se de um treinamento da energia vital (o Qi dos Taoístas), com efeito relaxante, de conscientização corporal e revigoramento físico, emocional e psíquico (MANOEL, 2012).
II – Relaxamento Corporal por Contrações
Algumas pessoas não se adaptam à forma de relaxamento por meditação conscientizadora, estática, e se adequam mais às técnicas de contrações isométricas de grupos das cadeias musculares, por serem mais dinâmicas.
É preciso ter cautela no uso desta técnica, no caso de clientes com hipertensão arterial descompensada, ou portadores de insuficiência cardíaca congestiva.
O cliente deitado em decúbito dorsal, em ambiente tranquilo e confiável. Fazer algumas incursões respiratórias profundas, em padrão diafragmático.
O fisioterapeuta comanda o cliente a fazer a
contração de cadeias musculares
dos segmentos corporais, mantendo contraídos por alguns segundos, e então relaxa, também por alguns segundos. Essas contrações musculares devem ser isométricas, ou seja, sem mudar a amplitude do arco de movimento articular.
As contrações devem ser em diferentes partes do corpo, de modo alternado e calmo. Assim:
Membro superior direito e membro inferior esquerdo - alternar
Membro superior esquerdo com membro inferior direito -
Os dois membros inferiores - alternar * Os dois membros superiores -
- de 3 a 5 vezes
Os quatro membros ao mesmo tempo - - de 3 a 5 vezes
Repetir estas manobras de três a cinco vezes e no final fazer alongamentos das principais cadeias musculares funcionais da pessoa.
III - Atividades Cinesioterapêuticas nas Neuroses em Geral
Entre os distúrbios funcionais do sistema nervoso, se encontram algumas afecções que não são consequências de nenhuma alteração anatômica ou estrutural orgânica. Isto significa dizer que, estrutural e anatomicamente tudo está normal, mas que, as funções mentais e psíquicas se encontram alteradas.
Pavlov considerava que tais desvios ou frustações funcionais podem surgir como respostas a uma sobrecarga tensional dos
processos nervosos principais – a excitação ou
inibição e sua mobilidade (POPOV,1988). Freud considerou que as neuroses são devidas a uma
sobrecarga de energia libidinal que foi
recalcada, no inconsciente, por interdição do princípio do prazer, através do superego, e que se manifesta na consciência como sintomas neuróticos (NASIO, 1999).
Em geral as neuroses surgem no terreno da vida afetiva, a partir dos conflitos sociais e de emoções negativas, que conduzem às frustações das atividades nervosas e psíquicas, de cuja caracterização dependerá. É mais fácil surgir em pessoas com um sistema nervoso excitável e lábil, ocasionando frequentemente a diminuição da capacidade de trabalho.
Fundamentação Clínica e Fisiológica das Neuroses
Com frequência, nas neuroses, há uma
acentuada tensão muscular com alteração da pulsação e da respiração.
sistemas orgânicos. Isto resulta na redução da atividade motora, piorando o estado do doente.
A hipocinesia influi negativamente no estado funcional de todo o organismo, surgindo distúrbios estáveis nos sistemas cardiovascular
e respiratório, favorecendo um posterior
desenvolvimento progressivo da enfermidade.
Isto justifica o emprego da cinesioterapia, para influir de forma geral, sobre o organismo do enfermo.
Os exercícios cinesioterapêuticos influem
favoravelmente no aparelho psíquico dos
humanos, fortalecendo suas qualidades volitivas e da esfera emocional, sendo um meio de
influenciar os mecanismos reguladores
alterados, contribuindo assim, para a
normalização das inter-relações entre os
diferentes sistemas orgânicos.
As emoções positivas que surgem nas sessões de cinesioterapia aumentam o tônus do sistema nervoso, desviam a atenção do enfermo dos seus sofrimentos, contribuindo para melhorar a atividade dos órgãos internos.
Existem diferentes tipos de neuroses:
Neurastenia
A neurastenia consiste em um estado de esgotamento dos processos nervosos. O seu surgimento pode ser favorecido pela fadiga, recuperação incompleta do organismo por tempo demorado e não observância do regime correto de trabalho e descanso; também a falta do sono, o abuso de álcool, as enfermidades crônicas
(como tuberculose, infecções purulentas,
traumas psíquicos, etc)
Sintomas – Alta excitabilidade, rápida fadiga,
incapacidade de conter-se, distúrbios do sono, dores de cabeça, vertigens, emocionalidade
desmedida, “sensação do coração” e alta
suscetibilidade aos fatores externos.
a) Primeira etapa -´Predomínio dos processos de excitabilidade e inibição debilitada. Sudorese intensa, taquicardia, pressão arterial alta, elevação dos reflexos tendinosos, instabilidade na posição de Romberg, tremores de pálpebras e
dos dedos com os braços estendidos,
dermografismo vermelho estável e acrocianose.
b) Segunda etapa – “Fraqueza de irritação”,
segundo Pavlov – Agravamento da enfermidade.
A labilidade do processo de excitação e debilidade do processo de inibição se tornam patológicos, aumentando o grau de fadiga, com perda da capacidade de trabalho.
Prognóstico favorável, pois a neurastenia pode curar-se, entretanto, é preciso eliminar as causas que dão origem ao sofrimento.
Particularidades da Neurastenia
Os enfermos com neurastenia se caracterizam
por elevada excitabilidade e por uma
excessiva “consumição”, em razão
da debilidade de inibição ativa e da desordem do processo de excitação. Se ferem com facilidade e entram em estados depressivos.
recursos físicos e o incremento gradual de carga muscular na cinesioterapia, melhorando as
funções circulatórias e respiratórias,
restabelecendo os reflexos e a atividade do sistema cardiovascular.
A ginástica terapêutica tem como objetivo treinar e intensificar os processos de inibição ativa e a recuperação e ordenamento do processo de excitação.
Para evitar a fadiga, as sessões terapêuticas devem ser realizadas pela manhã, logo após a
ginástica matutina. Deve-se dosar os
exercícios, começando por valores menores e tempo curto, e ir aumentando gradualmente.
Os enfermos debilitados devem começar na
posição deitado, ou sentado, após a
massagem de 10 minutos e com a execução de exercícios respiratórios em torno de 10 minutos.
Os doentes devem ser preparados
psiquicamente, para ter certo controle sobre as queixas, em consequência das diferentes
sensações desagradáveis dos órgãos
internos. O fisioterapeuta deverá regular a carga muscular, de modo que o enfermo não se fixe nas palpitações, nem na dispneia, evitando que se canse, associando gradualmente a carga ao enfermo, despertando o seu interesse pelas
isto, os tipos de movimentos, com pausas e exercícios respiratórios.
Para os enfermos excitáveis, recomenda-se as
contrações e relaxamentos musculares,
alternando os exercícios respiratórios e a massagem de braços e pernas. Os movimentos para as extremidades superiores e inferiores devem ser executados em tempo médio e com
pequena amplitude. Seguem movimentos
pendulares para as extremidades, os que geram tensão e de superação de resistência - jogos de bola, corridas com obstáculos, tudo alternado com relaxamento e respiração.
Nas sessões de ginástica terapêutica é
conveniente que tenha um ambiente musical apropriado para excitar ou acalmar, conforme o aconselhado. As sessões devem durar de 15 a 20 minutos ao princípio, com aumento gradual para 30 a 40 minutos ao final.
Histeria
Na histeria ocorre alto grau de emocionalidade, se manifestando frequentemente em forma de distúrbios da atividade motora e da sensibilidade
– (Para Pavlov é um “alvoroço das áreas sob
corticais”.
superior (área cortical) em pessoas com insuficiente coordenação dos sistemas de sinais, além de surgir com maior frequência nas pessoas, cuja atividade do primeiro sistema de sinais e das áreas sub corticais, predominam sobre o segundo sistema de sinais.
Sintomas - Elevada sugestionabilidade e
“ideias” de diferentes doenças. Há três grupos:
a) Ataques histéricos - Convulsões
desordenadas com adoção de posturas
extravagantes (arco histérico), sem perda da consciência.
b) Paralisias e paresias motoras e sensoriais –
Devido a um forte sentimento de medo, influência negativa do meio externo e outros,
podendo afetar diferentes partes do
corpo, diferenciando duas paralisias orgânicas pelo caráter invariável dos reflexos tendinosos, do tônus muscular e da eletro excitabilidade muscular.
c) Estados de semi torpor e psicóticos,
Os homens com histeria se manifestam de modo “amaneirados” na conduta, com frequentes acessos de diferentes dores e palpitações depois de vivências desagradáveis. Também através das funções vegetativas, se detectam taquicardia, peristalze intensa ou retardada do intestino, dispneia, tosse e outros sintomas.
Particularidades da Histeria
As tarefas da cinesioterapia na histeria busca diminuir a instabilidade emocional do enfermo e aumentar a intensidade da atividade volitiva e do segundo sistema de sinais. Exercícios com tempo lento e execução exata. Os comandos ocorrem de forma lenta e suave, em tom de diálogo, acontecendo as sessões terapêuticas sem a presença de pessoas estranhas. Formar grupos em torno de dez clientes.
No processo de associação dos enfermos, as sessões de exercícios devem ter seu tempo de execução diminuído gradualmente; o incremento da intensidade da atividade volitiva se consegue pela execução dos exercícios de força, em aparelhos, a tempo lento e com carga sobre os grandes grupos musculares. Na parte final das sessões terapêuticas deve-se diminuir o tônus emocional, com alternância de exercícios e
sentado, durante vários minutos (músculos relaxados, cabeça baixa e olhos fechados).
IV – Atividades Cinesioterapêuticas nas
Psicastenias
A psicastenia é uma debilidade das áreas sub corticais e do primeiro sistema de sinais e com predomínio do segundo sistema de sinais. Há uma debilidade geral do sistema nervoso, diminuição das emoções, afetando a atividade motora, fazendo-a difícil. Os psicastênicos são
poucos comunicativos, excessivamente
racionalizadores; quando
precisam de atuar ficam com dúvidas e
desconfianças se está correto ou errado nas
suas decisões; frequentemente manifestam
ideias obsessivas que condicionam suas
condutas.
Suas desconfianças e dificuldades para atuar
crescem, manifestando em sensações
Particularidades da Psicastenia
Os doentes de psicastenia são apreensivos, lentos, concentrados em si próprios, inibidos e depressivos. Para torná-los ativos, deve-se empregar exercícios por eles já conhecidos, de
execução emocionalmente agradável, de
execução rápida, de modo automático, sem fixação da atenção na correção da sua execução; corrige-se os erros dos exercícios através de um próprio doente, quem demonstrará como é o exercício correto; não se recomenda fazer observações individuais com os que não executaram corretamente os exercícios. O tom do fisioterapeuta deverá ser sempre vivo e bondoso. Deve reagir atentamente face as emoções positivas dos doentes, animando-os e ajudando a comunicação entre eles.
Para os psicastênicos se faz conveniente os métodos de jogos, incluindo também alguns exercícios desportivos e de competências
Desviar os pensamentos obsessivos dos doentes e interessá-los pelos exercícios.
Usar músicas alegres e de tempo que se possa
acelerar, do lento ao moderado, para
Para superar os sentimentos de timidez e
insuficiência dos doentes, introduzir o
vencimento de obstáculos, exercícios de
equilíbrio, de força e de resistência, executados por duplas.
Os grupos de ginástica terapêutica se compõem de 12 a 15 pessoas, incluindo entre eles alguns doentes que assimilaram bem os exercícios, suas formas de execução e que tenham plasticidade, levando em consideração que a psicastenia traz incoordenação de movimentos, pouca habilidade, etc. Ao final dos exercícios, diminuir o tônus emocional dos enfermos, devendo no final, os clientes estarem bem humorados.
Duração das Sessões
Quando surgir medo de altura, adota-se a marcha sobre tronco, aumentando gradualmente a altura e os saltos dessas elevações.
Quando surgir medo de dores cardíacas e de morrer de infarto do miocárdio (sem estar com tal afecção) adota-se que os doentes só presenciem as sessões e com o tempo serão atraídos para fazer os exercícios.
Tipos de Exercícios
Ao início - marcha lenta em círculos, exercícios simples para as pernas e o tronco; depois marcha com um suporte longitudinal de um banco ginástico e exercícios simples com bastões.
Posteriormente – movimentos com os braços,
lançamentos de bolas, exercícios com pesos, saltos, saltos de altura e de distância.
O medo e a tensão física é menos frequente, podendo ainda apresentar-se em quem sofreu operação na cavidade abdominal.
Se houver medo prolongado demais, passe a utilizar a terapia com exercícios físicos.
Começo – exercícios respiratórios estáticos e a
seguir dinâmicos.
Na sequência – movimentos para os braços, de 5
Uma semana após – exercícios para os músculos do tronco e das pernas, sentado e deitado e também movimentos com bastões.
Na sequência – exercícios no banco ginástico,
lançamentos de bolas, etc.
O fisioterapeuta deve sempre estar em contato com o médico da equipe, trabalhando em conjunto.
Os psicastênicos devem praticar exercícios em
casa, jogar voleibol, montar em
bicicletas, caminhar bastante.
Particularidades dos Convalescentes
Quem sofreu distúrbios neurológicos funcionais,
ou que sofreu de neurastenia crônica,
apresentam algumas características
particulares. Ao executar suas sessões
fisioterapêuticas, é necessário que se tenha em conta a característica do trabalho e as condições domésticas dos clientes. Quando o trabalho é fatigante, as sessões se estruturam
da maneira de descanso, empregando
fundamentalmente exercícios já aprendidos anteriormente.
Os clientes que têm um trabalho rápido, são convidados a fazer exercícios desconhecidos,
com sobrecarga (bolas terapêuticas – de pesos
diferentes) e que requeiram coordenação
complexa dos movimentos. As sessões podem ser individual ou em grupos.
Quando surgir cansaço em alguém enfermo, se recomenda sessão individual que possibilite um contato mais estreito com ele, assim como, detectar sua reação individual e selecionar os
exercícios físicos adequados. Devem ter
sessões independentes, logo após explicar os exercícios.
Supõe-se um controle periódico e correções pertinentes na execução dos exercícios.
Recomenda-se aos doentes com neurastenia crônica, a prática dos pique niques, turismo, visitas a museus, com certa regularidade.
Metodologia Cinesio terapêutica
para cada grupo de enfermos, ou para cada cliente, quando individual.
De inicio - Empregar exercícios simples,
executados a tempo lento, sem tensão e com a participação de pequenos grupos musculares. Esses exercícios normalizam a atividade dos
sistemas cardiovascular e respiratório e
ordenam os movimentos do enfermo.
As repetições oscilam de 4 – 6 até 8 -10 vezes,
com frequentes pausas para descanso.
Se utilizam também os exercícios
respiratórios - estáticos e dinâmicos - os
quais devem contribuir não só para a
recuperação da respiração correta, mas também para a normalização dos processos corticais.
Ao adaptar-se - Quando o enfermo se adapta à carga de trabalho muscular, esta irá aumentar de acordo com a complexidade dos exercícios, podendo introduzir os movimentos de tensão dosificada, com sobrecarga, com complexidade de coordenação, que requeiram concentração da atenção (lançamento de bolas em direções variadas, sob comando de voz).
As sessões de cinesioterapia são organizadas
por um esquema geral aprovado
duração de até 30 minutos, empregando as seguintes formas de exercícios:
a) Individual; b) Em grupos;
c) Tarefas para casa.
No começo da terapia, as sessões individuais são mais convenientes, permitindo estabelecer o contato com o enfermo, permitindo conhecer sua reação individual de acordo com a carga muscular e selecionar os exercícios adequados, no que contribui para conhecer individualmente cada enfermo, antes de passar às sessões em grupos, antes de incrementar sua atividade e desenvolvimento do sentimento de grupalidade.
Em ambiente de calma, o fisioterapeuta propõe aos enfermos tarefas concretas, selecionando exercícios de fácil execução e de aceitação
positiva, tendo a responsabilidade de
estimular a confiança dos doentes quanto à suas possibilidades e de aprovar a correta execução dos exercícios.
É conveniente sustentar conversações com eles para estimular sua correta atitude com relação à cinesioterapia.
dinâmica dos processos nervosos e a manifestação do desejo de se movimentar.
Após esse modo de condução, o enfermo dirigirá
sua atenção para sua participação nas
atividades laborais e para a elaboração de uma valoração correta de seu estado.
Além da realização dos exercícios terapêuticos, aos portadores de neuroses, se recomenda diversas terapias, como banhos de ar (terpno terapias), hidroterapias, massagens, … É importante estabelecer uma regulação do regime de vida, como horário de dormir e horário de vida ativa; horário de exercícios físicos e horários de descanso passivo ao ar livre, os
passeios, bem como realizar a terapia
medicamentosa, quando for o caso.
Do arsenal fisioterapêutico se usa ainda a eletroterapia, banhos com essências, banhos de
pétalas, duchas circulares, reticulares e
roupagens húmidas.
Após as refeições, se recomenda o “turismo” pelas proximidades e os passeios. A massagem se aplica no final da ginástica terapêutica.
V - Adaptação Psicossocial pós Trauma
Qualquer Trauma sofrido traz graves
consequências para a vítima, mas também para seus familiares, principalmente o trauma com perda de funções e a manifestação das doenças graves envolvidas por crenças tabus.
O estresse psíquico intenso, um prognóstico
incerto, um tratamento prolongado, as
interferências nas atividades da vida diária, geralmente produzem grande impacto sobre a recuperação cinética funcional da pessoa e reabilitação da sua autonomia e vida social
significativa. Estes fatores estão sempre
presentes nas pessoas com enfermidades crônicas, incapacitantes, revestidas de tabus ou estígmas e nas doenças de evolução progressiva que conduzem à falência da vida.
A adaptação psicossocial à incapacidade e à enfermidade crônica, é um processo evolutivo, contínuo e dinâmico em busca de um estado ou função ideal do cliente em seu próprio ambiente.
Quando ela é bem sucedida, pode ser
1) Sensação de domínio pessoal;
2) Participação em conquistas sociais,
recreativas ou vocacionais;
3) Negociação bem sucedida no ambiente;
4) Consciência realista sobre pontos positivos, deficits e capacidades funcionais;
5) O ajustamento é a fase final e inclui a luta para alcançar metas na vida, sentir-se autoconfiante e com autoestima positiva, ter atitude positiva em relação à incapacidade de alguém formar conexões emocionais com outras pessoas e assumir um papel na sociedade.
Luto, Sofrimento e Dor – são produzidos por
esses eventos danosos.
O luto é um estado psíquico de angústia que resulta de perda significativa: perda de uma função, rompimento de relacionamento, perda de familiar, perda de desempenho de papéis. Geram sentimentos de impotência e inutilidade, com vários sintomas: nó na garganta, fraqueza
muscular, vazio no
estômago, ansiedade “dolorosa”, falta de ar,
sufocamento, esgotamento físico,
esquecimento, baixa concentração,
dissociação, insônia, perda do apetite,
compulsão, desorganização, abstinência social, culpa, indecisão, fala excessiva, hostilidade. Os
casos graves e prolongados geralmente
comprometem o sistema imunológico. – o luto
Especialistas descrevem o processo do luto em dez estágios. Como segue:
1) Sentimento congelado; 2) Liberação emocional;
3) Solidão;
4) Sintomas físicos; 5) Culpa;
6) Pânico; 7) Hostilidade;
8) Memória seletiva;
9) Luta por um outro padrão de vida; 10) Sensação de que a vida está boa.
Estes estágios podem ocorrer de modo simultâneo.
Fases Principais da Adaptação Psicossocial
Choque - No nível fisiológico, com reações
emocionais retardadas. Experiência
devastadora, incapacidade de falar, de mover, dormência psíquica, dificuldades cognitivas, desorganização, despersonalização;
Ansiedade – Reação deflagada por pânico,
atividade compulsiva, confusão, frequência cardíaca elevada, dificuldade de respiração e
inundação cognitiva. O sistema nervoso
simpático com “alarme” repetido, estresse