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Fisioterapia na Saúde Mental Apostila para Estudos

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Fisioterapia na Saúde Mental Apostila para

Estudos

Prof. Dr. Felismar Manoel,

Fisioterapeuta com Mestrado em Motricidade Humana, formação em Psicomotricidade Sistêmica

e Psicanálise Clínica (1)

2ª Revisão – Julho de 2015

1.0 - Palavras Iniciais

A Resolução COFFITO 80, do Egrégio Conselho

Federal de Fisioterapia e Terapia

Ocupacional, traz ricos fundamentos para nossa reflexão:

a) considera a fisioterapia como ciência aplicada, que tem como objeto de estudos o movimento humano em todas as suas formas de

expressão e potencialidades, tanto nas

alterações patológicas, quanto nas suas

repercussões psíquicas e orgânicas, tendo como

objetivos preservar, manter, desenvolver ou

restaurar a integridade de órgãos, sistemas ou funções;

(2)

Nesta apostila vamos refletir sobre a prática da Fisioterapia na Saúde Mental. Para discorrer sobre saúde mental é preciso entender um pouco sobre "mente" e sobre o "aparelho psíquico", estando ciente que para a formação da mente e do aparelho psíquico, é necessário a existência do cérebro orgânico.

1.1 - A Elaboração do Sistema Neural

O Cérebro Humano é o resultado de um longo processo de elaboração do sistema neural dos

animais durante a filogênese dos

vertebrados. Os animais que pertencem ao filo dos vertebrados (ou cordados), como afirma Vitor da Fonseca (2010), possuem um sistema neurológico complexo, formado ao longo da evolução criativa, e este composto por três blocos básicos:

a) o arquicórtex com o seu sistema reticular (mesencéfalo, tronco e bulbo), responsável pelas funções vitais básicas;

b) o paleocórtex (o diencéfalo - sistema límbico), responsável principalmente pela vida afetiva, social e relacional;

c) e o neocórtex com seu sistema agregado

conexionista, responsável pelas

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O sistema neurológico é construído

anatomicamente, sendo portanto orgânico,

físico, sabendo-se onde ele se localiza no corpo dos humanos, já que aqui vamos estudar sobre a mente e o aparelho psíquico humano, deixando de lado os outros animais.

1.2 - A Mente e o Aparelho Psíquico

A Mente e o Aparelho Psíquico não encontram um lugar de suas respectivas localizações no cérebro, embora os dois necessitem do cérebro para serem formados; portanto, o cérebro orgânico é o substrato que oferece as bases para a existência da mente e do aparelho psíquico. Segundo os pesquisadores Luria e Vygostiky (1992 e 2007), a mente e o aparelho psíquico para serem formados dependem do cérebro orgânico, sendo enormemente dependentes da história de vida do indivíduo e de seus potenciais biológicos, estando portanto, recebendo as

modulações dos fatores socioculturais e

ambientais também.

Podemos então apontar os quatro conjunto de fatores que contribuem para a formação da mente e do aparelho psíquico:

a) - Potenciais biológicos (principalmente genéticos e bioquímicos)`;

b) - fatores sociais e culturais; c) - fatores ambientais;

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1.3 - O Conceito de Mente Encarnada

Sabe-se que estes quatro fatores acima referidos

interagem mutuamente durante o

desenvolvimento da criança, contribuindo para formar a mente e o aparelho psíquico do indivíduo; isto ocorre em consequência de várias conexões entre os neurônios, sendo essas conexões denominadas sinapses.

Admite-se que existam cerca de cem bilhões de neurônios cerebrais, estruturados no cérebro orgânico; quando um grupo de neurônios é

envolvido na produção de qualquer

comportamento humano, esse conjunto forma

uma unidade de padrão comportamental

denominada de engrama, ocorrendo alterações físicas no sítio cerebral onde esses neurônios estão localizados, por uma melhora da irrigação sanguínea, ficando tal área cerebral mais dúctil, facilitando a ocorrência das sinapses com maior rapidez, nesse caso, sendo denominado esse

padrão comportamental de "mente

(5)

2.0 – A Importância da Infância

Sabe-se que as fases do desenvolvimento infantil são muito importantes para a formação da mente

e do aparelho psíquico dos indivíduos,

envolvendo os fatores presentes desde a

concepção, passando pela infância,

adolescência, vida adulta maturidade e velhice. A principal função do sistema neural é adaptar o individuo ao seu meio, através de trocas de

informações entre estímulos aferentes,

processamento das informações e respostas eferentes para o corpo.

2.1 – A Saúde Materno-Infantil

A fisioterapia clínica atua na promoção e proteção da saúde materno infantil, com a observância de cuidados pré natal e o tratamento de intercorrências que possam surgir contra a saúde materno infantil, fazendo parte das preocupações para uma saúde mental e psíquica exitosa. Durante essa fase, a prática

fisioterapêutica dispõe de protocolos de

cinesioprofilaxia pré natal e pós natal

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psicomotora (ou psicocinética), que se preocupa com a saúde integral, o bem estar e qualidade de vida do indivíduo durante toda a vida.

2.2 - Temperamento, Personalidade e Caráter

A Fisioterapia na Saúde Mental não pode ignorar os elementos de Psicologia Corporal, sobre temperamento, personalidade e caráter, pois são

atributos da pessoa que interferem nas

manifestações da saúde mental e tem

correlações nas terapias mediadas pelo corpo. Tomo aqui um texto de VOLPI (2004), onde

ele afirma que “o conceito de temperamento

refere-se a um sistema constitucional

sustentado nas diferentes compleições

do organismo e em sua estrutura física”.

Essa tipologia representa uma abordagem ao estudo da relação entre as características físicas e as psicológicas. Temperamento é uma disposição inata e particular de cada pessoa, que reage aos estímulos ambientais, como maneira interna de ser e agir de uma pessoa, dependente do seu perfil genético; pode-se dizer que é o aspecto somático da personalidade.

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estrutura somática. Sabe-se que na fase embrionária ocorre a organogênese, ou seja, a formação do organismo do ser humano.

Durante a organogênese, ocorrem divisões e especializações celulares. Os três processos embrionários dão origem a órgãos e estruturas do corpo do embrião, além dos anexos embrionários. Nessa perspectiva, é válido afirmar que:

a) O ectoderme dá origem a epiderme e seus

anexos, os pêlos, as unhas,e

outros; as mucosascorporais

(oral, anal e nasal), o esmalte dos dentes,

o sistema nervoso (através do tubo

neural),nosolhos (retina, cristalino e

a córnea), a hipófise, entre outros;

b) O mesoderme, por sua vez, é

dividido em epímero, mesômero e hipômero. O

epímero forma o esqueleto axial, a derme (tecido

conjuntivo) e o tecido muscular. O

mesômero, rins, gônadas eureteres. Por fim, o

hipômero, que origina

os músculos lisos e cardíacos, além de

três serosas: pleura(reveste externamente

o pulmão), o pericárdio (revestimento cardíaco)

e peritônio (abdomem).

c) Do endoderme surgem os alvéolos

pulmonares e as seguintes

(8)

é a básica formação do revestimento interno dos

tratos digestório e respiratório.

Existem vários outros modelos de classificação de biótipos, não sendo nosso interesse estuda-los aqui nesta apostila.

O temperamento não é aprendido, nem pode ser educado, podendo ser transmitido de pais para filhos, ser abrandado pelo caráter, em um movimento do próprio individuo no desejo de se modificar, e ainda nesses casos, podendo ser ajudado pelos terapeutas.

A psicanálise de S. Freud afirma que os

processos do inconsciente influenciam o

comportamento das pessoas, podendo

manifestar-se na sua personalidade. Segundo Ballone (2003), a personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados dos genes que herdamos, das nossa vivências singulares, das nossas percepções do mundo, tornando cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar o seu papel social.

Admite-se que três fatores básicos influem na formação da personalidade:

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dos olhos, da pele, temperamento, reflexos musculares e vários outros. É aquilo que o bebê recebe de herança genética de seus pais;

b) Fatores Socioculturais - exercem uma grande influência dizendo respeito à cultura, costumes

familiares, grupos sociais, escola,

responsabilidade, moral, ética, e outros,

principalmente durante o processo de

endoculturação, na internalização das noções de valores;

c) Fatores Ambientais – certos costumes e

práticas relacionadas com os ambientes,

vivenciadas pela criança, irão lhe dar suporte e contribuir para a formação de seu caráter e manifestar na personalidade, principalmente através das pessoas significativas para as crianças, durante o processo de socialização primária.

2.3 - Diferenças entre Temperamento e Personalidade

Segundo Volpi (2002), baseado em Strelau e Angleitner, apresenta cinco características

diferenciais entre temperamento e

personalidade:

(10)

II - Percebe-se temperamento desde cedo, já na infância, enquanto a personalidade se molda durante os períodos do desenvolvimento infantil.

III - Diferenças individuais de

temperamento como ansiedade,

extroversão-introversão, são observados também em

animais, enquanto que personalidade é a prerrogativa de seres humanos.

IV - Temperamento tem relação com estilo, enquanto personalidade contém aspectos do comportamento.

V - Diferente do temperamento, a personalidade

tem função integrativa do comportamento

humano.

Pode-se definir personalidade como o conjunto de elementos herdados durante a gestação e de elementos adquiridos do meio ambiente e dos

aspectos socioculturais, durante o

desenvolvimento, formando o mundo interno psíquico de uma pessoa.

2.4 - O Caráter

Para W. Reich (1995), caráter é... o conjunto de

reações e hábitos comportamentais, que

adquiridos ao longo da vida orientam o modo individual de cada pessoa, sendo composto das

sua atitudes frequentes, seu padrão de

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comportamento (timidez, agressividade e outros) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo).

Desde a fecundação, as informações genéticas do pai e da mãe passam ao bebê, constituindo o seu temperamento. Durante a gestação, o bebê recebe os estímulos do meio; percebe e participa das alterações sofridas pela mãe durante a gestação, vai incorporando esses estímulos, organizando-os em seu mundo interno e assim construindo sua personalidade. Os enfrentamentos que a criança tiver durante o seu desenvolvimento, determinarão sua forma de agir e reagir na vida, constituindo o seu caráter, como a expressão de seu mundo interno.

Segundo Volpi e Volpi (2002), existe uma

relação de reciprocidade entre o

desenvolvimento emocional, a formação do caráter e a Energia Vital (Orgonomia). O ser humano é a expressão de uma energia chamada Energia Vital (Qi, Orgone, Prana), que se forma no individuo desde a concepção, em pulsos constantes, somando-se a outras energias da nutrição, do cosmos e da terra.

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o caráter, com suas atitudes e formas de reagir às situações impostas pelo mundo

Os acontecimentos durante essas etapas, principalmente da primeira infância - sem

condições de defesas, como estresses,

privações e frustrações desnecessárias

- causam ao caráter marcas e bloqueios, - fixando a energia na fase do desenvolvimento em que tal evento traumático ocorreu.

3.0 –

Desenvolvimento da Consciência e das Emoç ões

Durante o desenvolvimento infantil estão

ocorrendo, tanto o desenvolvimento emocional quanto a formação da consciência, quer no nível da consciência inconsciente, quer no nível da consciência consciente.

Fundamentando-se na psicologia corporal

reichiana, são as seguintes as etapas do desenvolvimento emocional:

1ª Etapa Emocional – Sustentação

Da fecundação e até o nascimento.

O útero é o primeiro ambiente da criança, deve ser acolhedor, alimentando e dando sustentação

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energeticamente. O feto reage a estímulos sensoriais sentindo o que sua mãe sente. Assim, estresse, angústia, sentimento negativo da mãe, uso de drogas, álcool, altera o processo e impede o desenvolvimento físico, energético e emocional normal.

2ª Etapa Emocional - Incorporação

Do nascimento até à fase de desmame.

O bebê internaliza o mundo externo, o leite materno, o seio da mãe, seus cuidados, seu carinho, seu olhar, seu cheiro e sua pele. Deve-se nessa faDeve-se, alimentar o bebê conforme suas necessidades, principalmente através do choro, e não de acordo com o que a mãe acha correto, não sendo conveniente impor limites nessa fase, para não prejudicar o desenvolvimento energético e emocional normal do bebê. Ao aproximar o final dessa etapa, aproximando o desmame, a criança começará a perceber que ela e a mãe não são uma só pessoa, inicia a exploração do ambiente externo e das outras pessoas que estão a sua volta de modo gradativo.

3ª Etapa

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Do desmame até o final do 3º ano de vida.

A energia da criança se volta para a produção e construção de pensamentos, brincadeiras, jogos e relações com o ambiente e as pessoas, surgindo as conquistas da autoconsciência e autonomia, surgindo foco de interesse a produção de fezes e urina. Não se deve fazer a educação do controle dos esfíncteres antes que a criança esteja preparada e sim por volta dos 18 meses de idade, iniciando com a colocação

de limites e os “nãos”, mas de forma não

punitiva ou frustrante, sem necessidade. Não inibir a liberdade e espontaneidade da criança. Os excessos de limitações e frustrações, ou feito de forma inadequada, poderão trazer danos ao caráter em formação. Nessa fase as crianças começam na imitação dos pais que lhes servirão de modelos.

4ª Etapa Emocional – Identificação

- Começa pelos 4 anos indo até os 5 ou 6 anos de idade.

Desenvolvimento de conquistas

pessoais significantes para seu progresso: fuga

da individualidade e do egocentrismo e

compartilhamento e socialização;

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e classificação; aprende disciplina e organização e tem inicio do entendimento e

incorporação do “certo” e “errado”.

Desenvolvimento do autoconceito, distinção dos

sexos identificando a qual pertence.

Curiosidade sexual e masturbação, como

manifestação natural, não devendo receber punição.

5ª Etapa Emocional

Formação do caráter –

Iniciado aos 5 ou 6 anos, indo até a puberdade. Inicia a escolarização. Pais e educadores nessa etapa, influenciam a forma da criança lidar com o aprendizado, em diferentes situações e por toda a sua vida, podendo ser de forma prazerosa,

ou desprazerosa, dependendo do modelo

convivido. Capacidade para lidar com diferentes problemas, em um ambiente estimulante que

desperte o interesse, facilita o

(16)

3.1 - As Fases do Desenvolvimento da Consciência

O corpo é o continente onde o individuo existe e se afirma enquanto ser e pessoa, estando impressa nele as suas marcas existenciais e de singularidade. O corpo próprio é a via de manifestação do ser humano no mundo, constituindo-se assim em corporeidade. Existe uma relação entre o Corpo e os Estados de Consciência que orienta as diferentes "escutas" da corporeidade humana.

A Antropologia Essencial de Jean-Yves Leloup (O Corpo e Seus Símbolos, 2010), oferece uma escala do desenvolvimento da consciência relacionada com as variações das faixas etárias.

(17)

O desenvolvimento da consciência vai desde a consciência intrauterina pré pessoal até a

abertura à consciência transpessoal,

possibilitando as diversas ressonâncias

registradas no corpo como memórias

corporais. Assim:

I – Consciência Matricial - O primeiro local de

memória corporal é a intrauterina, quando passivamente registramos as vivências da mãe. Aqui se registra as memórias arcaicas formando a consciência matricial.

II – Consciência Oral - Com o nascimento (um

evento traumático para a criança), o bebê entra em relação com outro corpo, procurando a fusão e a unidade que ele acaba de perder. Época da educação para a formação de vínculos durante a vida toda. Surge a consciência oral. Tudo o que gira com nossa oralidade deve ser observado.

III – Consciência Anal - Lentamente a criança

perde a identidade com o corpo da mãe e descobre seu corpo (chupa seu dedo, seu pé, brinca com suas fezes). Fase da consciência anal, voltada para a aprendizagem da limpeza e cuidados com o nossa corporeidade.

IV – Consciência Genital - A seguir vem a

(18)

felicidade na vida adulta, identificando-se e aceitando-se na sexualidade que se tem, ou fonte de dificuldade não se identificando ou não se aceitando na sexualidade que se é.

INCONSCIENTE PSICANALÍTICO Domínios do Id, das Pulsões Instintivas - Essas quatro etapas anteriores, na visão freudiana, tem

importância fundamental na formação do

inconsciente psicanalítico com as cargas energéticas do Id.

V – Consciência Familiar - Ao crescer, mais ou

menos a partir da idade escolar, surge a consciência familiar assimilando os valores e símbolos da cultura dos pais e do meio, quando correspondemos à imagem que nossos pais fazem de nós, da qual, às vezes é difícil sair.

VI – Consciência Social - Na

sequência, geralmente na fase da

(19)

forma de ser e agir, faz com que a pessoa nela formada seja psiquicamente não saudável,

incorporando as más influências dessa

sociedade.

SUPEREGO PSICANALÌTICO – Domínio dos

Valores, dos Juízos - Essas duas etapas

anteriores formam o Superego na visão

psicanalítica, responsável pelos interditos

morais aos impulsos do Id, baseado nos valores da socioculturalidade de nossa família, de nosso ambiente, interditos esses que formarão os recalques geradores dos sintomas neuróticos.

VII –CONSCIÊNCIA DO EGO AUTÔNOMO - Nem

sempre a consciência social do ego bem adaptado é sinal de saúde, pois se a sociedade estiver "doente", essa adaptação também será doentia, surgindo a necessidade interior de libertar-se dessa imagem social, conquistando uma consciência do ego autônomo, importante na consolidação da singularidade e identidade da pessoa, tanto a identidade de gênero, quanto a identidade sociocultural e religiosa.

VIII – CONSCIÊNCIA DO SELF - Nas vivências da

(20)

do

self,

a consciência da Verdade, a consciência da Vida, que anima a sua vida pessoal, o seu "si mesmo" autêntico, harmonizando-se com a sua verdade, geralmente através de medos, de recusas, ou com a ajuda dos terapeutas, ou ainda dos ministros das religiões.

SELF VERDADEIRO – Domínio da

Consciência Consciente - Na visão freudiana, o ego verdadeiro deverá ser formado libertando-se das pressões intrigantes do Id e do Superego, para dar lugar a um Eu equilibrado manifestado

no

self

verdadeiro.

IX – CONSCIÊNCIA TEANTRÓPICA – Domínios da

Consciência Além do Medo e do Desejo - Há ainda a possibilidade de surgir outra etapa (ou até outras etapas) de difícil definição. Trata-se

da consciência

theantrópica

(de

Theos

= Deus

e

Antropos

= ser humano), sendo uma

consciência além do medo e do desejo, pois em algum lugar dentro de cada um de nós, sempre haverá esse estado de não-medo, não-cobiça, própria da auto transcendência; mas haverá também a pulsão sexual, o medo da doença, o medo da decomposição. Em nós, todas essas consciências estão sempre presentes enquanto memórias corporais.

(21)

corporeidade, podendo produzir manifestações impropriamente ditas psicossomáticas (a rigor não existe a dualidade corpo-soma, já que o ser humano é integral), pois elas compõem a nossa memória corporal ontogenética.

4.0 - A Pessoa Humana

Nós, os profissionais de saúde e os nossos clientes, somos Pessoas Humanas. Ser pessoa

humana é possuir um

status

político e jurídico

de cidadão, com deveres e direitos reconhecidos pela legislação do país.

Assim, mesmo um concepto embrionário ou um feto, é uma pessoa em potencial, tendo os seus direitos reconhecidos, existindo documentos oficiais que tipificam esses direitos.

(22)

precisam de mecanismos de proteção por parte daqueles que estão sóbrios.

4.1 - Como se Define Uma Pessoa

De um modo geral, existem as pessoas físicas naturais (os seres humanos) e as pessoas jurídicas (as associações, as empresas, as firmas, e outros). Aqui estamos tratando das pessoas físicas naturais, nós e nossos clientes. A Antropologia Filosófica, na voz de Batista Mondim (1997), caracteriza a pessoa como quem é capaz de cultivar certos atributos, como

a autoconsciência, a autonomia, a

comunicabilidade, a afetividade, e auto

transcendência; pode-se acrescentar ainda os

atributos de autoestima, autoconfiança,

autocuidado e alteridade, pois todos são

fundamentais para uma boa saúde mental.

5.0 – Como Avaliar o Perfil do Cliente/Paciente

A fisioterapia na saúde mental, não visa fornecer

um diagnóstico de doenças mentais e

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promoção e proteção do bem estar do individuo e da sua saúde mental e psíquica.

5.1 – Alguns Instrumentos Avaliativos

I - História de Vida do Cliente

Dado a importância dos variados estímulos recebidos pelo individuo durante a sua vida,

principalmente na infância, tanto do seu

ambiente ecológico, como também do seu

contexto familiar, sociocultural, político,

econômico e religioso, formadores, ou

interferentes na saúde mental e psíquica do cliente, um dos excelentes meios de se avaliar essa situação, é através do levantamento da História de Vida do Cliente.

Pela história de vida se conhece o contexto existencial vivenciado pela pessoa no passado e no presente, e buscar com diligência junto ao próprio cliente, os caminhos para uma vida exitosa no futuro.

(24)

I - Identificação - Nome:

Endereço:

Idade: Sexo: Naturali dade:

Escolaridade:

Queixa principal: :

Histórico do problema:

Fator precipitante do problema:

Impacto do problema na existência:

II - Infância -

Histórico do ambiente familiar e infância:

(25)

Ocupação dos pais:

Gravidez desejada? Pré-natal?

Doença pré-natal? Tipo de parto/

Amamentação: Tipo e até quando? Doença na infância?

III - Desenvolvimento: Diálogo tônico corporal? Rolar e arrastar?

Engatinhar? Andar?

Falar?

Relacionamento com os pais e cuidadores? Castigos?

Abusos?

Relacionamento com irmãos?

Pessoas importantes na infância? Lembrança marcante da infância?

IV - Idade Escolar:

Com quem brincava na infância? Gostava da escola?

(26)

Tinha um melhor amigo?

Como eram suas notas escolares?

V - Adolescência:

Continuou os estudos?

Como foi o seu desempenho estudantil? Se parou de estudar, o que fez então? Relacionamento com colegas?

Namoro? Paquera? Ficar?

Atração, por homens, mulheres, ou por ambos? Algum problema de ordem sexual?

Alguma questâo de identidade de gênero? Alguma questão que deseja esclarecimento? Experiências com drogas:

* Álcool? * Fumo?

* Outras drogas? Vocação:

* Tem vocação especial para alguma atividade?

VI - Idade adulta:

Atividade após estudos, ou abandono dos mesmos?

Trabalhos que já realizou? Trabalho que mais gostava?

Relacionamento com chefes e colegas? Moradia própria?

(27)

União estàvel?

Como é, ou foi sua união?

Tem algum desconforto na vida afetiva? Deseja algum esclarecimento sobre alguma coisa?

Filhos?

Relação com filhos? Saúde dos familiares?

Perdas de familiares? de amigos ?

Amigos íntimos, que se pode confiar? Ocupação no tempo livre?

Perspectiva para o futuro?

Deseja algum esclarecimento?

VII - Vida Social - Lazer preferido?

Afinidades por algum esporte? Afinidades por arte?

Afinidades por atividades físicas comuns? Satifeito com a classe social?

Amigos/as?

VIII - Vida espiritual -

Cultiva alguma prática de vida espiritual? Filosofia de vida?

Costumes especiais? Vida comunitária? Bem estar social? Saúde do planeta?

(28)

IX - Outros:

II - Auto confrontação

A auto confrontação é o modo como eu relaciono, manifesto, interpreto, faço reflexões e vivencio as minhas situações individuais e pessoais, no ambiente em que eu vivo, tanto para comigo mesmo na minha vida mais íntima, quanto na minha vida familiar, comunitária, social, filosófica, ideológica, ou religiosa.

Uma análise da auto confrontação pode ajudar a detectar se um padrão de vivência existencial está dentro dos padrões aceitáveis de saúde mental, em determinado contexto cultural, verificando como está o seu foco afetivo, se há equilíbrio entre a autoestima e alo-estima.

(29)

um "diagnóstico clínico", pois isto é tarefa dos profissionais especializados; são apenas alguns meios balizadores, para a partir deles melhor orientar a promoção e proteção da saúde mental dos clientes, bem como executar protocolos de cinesioprofilaxia das doenças mentais, ou fazer

encaminhamentos para os profissionais

especializados.

Método de Auto confrontação MAC – conforme

Teoria de Hermas

(Validação em Portugal por Mafalda Pereira,

João Salgado e Anita Santos, do ISMAI –

Instituto Superior de Maia – Portugal 2010)

Este é um recurso para avaliar a autovalorização do individuo, buscando identificar:

1 – orientação para si mesmo – self (S); e 2 –

orientação para o outro – other (O).

Trata-se de um Instrumento Idiográfico – Para

construção e reconstrução da identidade = self, relacionado com valoração e tipos de afetos que o individuo esta vivenciando.

Inicialmente refletir com o individuo

sobre experiências significativas do seu

(30)

adquirindo conhecimento acerca dos significados pessoais de sua vida.

Técnica - O individuo é convidado a realizar uma auto-investigação exaustiva em sua vida, que depende da construção de valorizações a partir de três sub fases:

1 - formulação das valorações;

2 - exploração dos afetos associados;

3 – discussão.

Deve-se refletir acerca do seu passado, presente e futuro, a partir de questões abertas. Converter a sua história de vida em breves

narrativas, consistindo em valoração

que condensam o significado da sua

experiência, sendo escrita em uma folha e passando-se para a sub fase que segue:

Fazer a cotação, em uma escala de 0 a 5 , dos termos afetivos contidos em uma lista (poderá ser de 16, 24, 30).

(31)

Os afetos são classificados em quatro escalas:

Self = S Outro = O Positivo = P Negativo = N

resultante das somas das equações.

Relação de termos afetivos:

Autovalorização = S : -> autoestima, força de vontade, autoconfiança, orgulho.

Contato e união com os outros = O : -> Amor, ternura, intimidade, carinho.

Diferença entre S e O : Se S>O a

autovalorização é mais forte que a experiência de contato com o outro e vice-versa.

Índice P = soma dos termos afetivos positivos: -> alegria, prazer, felicidade, calma

interior.

Índice N = soma dos termos afetivos negativos ->

Preocupação, infelicidade, desânimo, desap ontamento.

(32)

Uma semana após, discute-se o resultado com o cliente, focando fundamentalmente no seu

sistema de valorações, promovendo

a autorreflexão, a auto exploração e o

autoconhecimento, podendo reorganizar o seu próprio sistema de valorações.

- Escala de Valoração dos Afetos

Cotação 0 1 2 3 4 5

Valoração dosAfetos

Na da

Um pou

co

De algu

ma form a

Basta nte

Mui to

Muit o mes

mo

Auto-estima

Força de

Vontade

Auto-confiança

(33)

Som a

Amor Ternura

Intimidade

Carinho

Som a

Alegria Prazer

Felicidade

Calma interior

So ma

(34)

Preocupaç ão

Infelicidad e

Desânimo

Desaponta mento

Som a

III - Escalas de Cognição Sócio-Relacional

A cognição Sócio Relacional pode ser avaliada pelas escalas de inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal. Celso Antunes, um

educador brasileiro, trabalha essas

possibilidades para a identificação de

inteligências múltiplas, consigo próprio e com os alunos, podendo por tanto, ser adaptados para os clientes e pacientes.

(35)

Nome:________________________________________Data ___/___/____

Sou uma pessoa que: Semp re 5 Quas e semp re 4 Às vez es 3

Raram e nte 2 Nun ca 1 Tenho consciência

das minhas

emoções,

mesmo as

leves, assim que

acontecem

Uso meus

sentimentos

para tomar

decisões importantes do meu dia-a-dia

Quando fico

com raiva,

posso ter

esplosão,

(36)

remoendo

isso por

muito tempo

Uma derrota minha, ou do meu time, me deixa

aborrecido, mas não me perturba

muito,

sabendo que posso

melhorar.

Quando alcanço meus

objetivos,

gosto de

receber elog

ios e

cumprimento s, mas esses

elogios não

me sobem à cabeça.

(37)

uma prova, a

ponto de

prejudicar meu preparo.

Quase

sempre eu

me acho

legal e creio que a maior

parte das

pessoas me acham

simpático/a.

Acredito que meus amigos

sabem me

compreender

e que me

avaliam de

acordo com o que eu acho que é meu verdadeiro valor.

Felicidade, afeição,

orgulho e

alegria são

(38)

presentes em

minha vida,

quando

comparados com

desgosto, culpa, inveja,

tristeza, e

arrependime nto.

Não acho

difícil um

futuro no

qual eu

possa amar

muito uma

pessoa e ser também

correspondid o.

S oma

Adapta do de Celso Antunes

(39)

Nome:________________________________________Data ___/___/____

Sou

uma pessoa que: Semp re 5 Quas e semp re 4 Às vez es 3

Raram e nte 2 Nun ca 1 Posso perceber

sozinho o

que as

pessoas pensam

Sou

compreensiv

o com os

momentos difíceis de outra pessoa

Sou ótimo

para lidar

com os

conflitos,

levantando o

astral em

(40)

relacioname ntos

Percebo os

sentimentos de um grupo

ou de

relações entre pessoas

Acerto e

dificilmente

erro em

perceber

quando as

pessoas me estimam

Fico

aborrecido quando

esqueço o

aniversário

e/ou datas

importantes

para outras

pessoas

Consigo

acalmar ou

conter

(41)

aflitivos sem prejudicar as obrigações a cumprir

Não perco a paciência

com as

pessoas que gosto, e se acontecer, me recupero

logo e me

arrependo

Não gosto de

solidão e

sinto-me

bem junto às pessoas

amigas,

mesmo que

não estejam interessadas

em meus

assuntos

Quando sou agredido, ou magoado, prefiro achar

(42)

uma

descarga de mau humor, mas que eu

não tinha

nada a ver com isso.

S oma

Adaptado de

Celso Antunes

Interpretação das Somas de Pontuações das Escalas

de Inteligências Intrapessoal e Interpessoal

As somas dos pontos NÂO fornece um

diagnóstico, apenas uma base através da qual se pode elaborar uma estratégia para conquistar o que se deseja e julgue como melhor.

Gabaritos:

(43)

1 - De 41 a 50 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal é bastante alta; a mantenha sobre controle e aprimore alguns pontos negativos. 2 - De 31 a 40 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal é bastante desenvolvida. Continue a viver bem consigo mesmo/a, mas modere sua presunção.

3 - De 21 a 30 pontos ---> Sua inteligência intrapessoal precisa melhorar. Converse um pouco consigo mesmo, faça reflexões e ouça o que os outros dizem com sinceridade de você.

4 - De 11 a 29 pontos ---> Seu

autoconhecimento e sua autoestima precisam crescer. Liberte-se aos poucos de suas amarras. 5 - De 10 a 19 pontos ou menos ---> Você é uma pessoa muito amarrada, como ostra, fechada em si mesmo. Goste mais de você, liberte sua autoestima e ganhe autoconfiança.

B - Para os escores da inteligência interpessoal:

1 - De 41 a 50 pontos ---> Sua inteligência interpessoal é bastante alta. Não deve ter dificuldade para fazer amigos, mas deve

conservá-los com carinho, pois eles

são importantes para você.

(44)

3 - De 21 a 30 ---> Sua inteligência interpessoal precisa melhorar. Converse consigo mesmo,

reflita e ouça o que os outros dizem

sinceramente de você. Treine os seus

sentimentos de alteridade e empatia,

observando com mais respeito as diferenças de outras pessoas. Algumas vezes, você poderá projetar em outros o que não gosta em você. 4 - De 11 a 29 ---> Seu grau de empatia e relacionamento não é muito bom. Procure ouvir mais e falar menos. Saiba gostar até das particularidades que outras pessoas apresentam e que você critica.

IV - Escala de Avaliação do Ajustamento Social

Nome:________________________________________Data ___/___/____

Marque um “X” na coluna do valor médio, se o evento ocorreu com você.

Evento da Vida: Valor

Médio

Morte do cônjuge 100

Divórcio 73

(45)

Pena de prisão

63

Morte de familiar próximo 63

Doença ou lesão pessoal 53

Casamento 50

Demissão do emprego 47

Reconciliação conjugal 45

Aposentadoria 45

Mudança na saúde de um familiar 44

Gravidez 40

Dificuldades sexuais 39

Aumento da família 39

Reajuste nos negócios 39

Mudança na situação financeira 38

Morte de amigo íntimo 37

Mudança para linha de trabalho

diferente

36

Mudança no número de discussões conjugais

35

Hipoteca ou empréstimo de mais de U$ 10000

31

Execução de hipoteca ou empréstimo 30

Mudança nas responsabilidades no trabalho

(46)

Filho ou filha saindo de casa 29

Problemas com parentes do cônjuge 29

Conquista pessoal notável 28

Cônjuge começa trabalhar, ou pára 26

Inicio ou conclusão da escola 26

Mudança nas condições de vida 25

Revisão de hábitos pessoais 24

Problemas com o patrão 23

Mudanças no horário, condições do trabalho

20

Mudança de residência 20

Mudança de escola 20

Mudança nos hábitos de recreação 19

Mudança nas atividades da Igreja 19

Mudança nas atividades sociais 18

Hipoteca ou empréstimo abaixo de U$ 10000

17

Mudança nos hábitos do sono 16

Mudança no número de reuniões familiares

15

Mudança nos hábitos alimentares 15

Férias 13

Época de Natal 12

(47)

Soma: ____________________

xxxxxxx

Gabarito para Interpretação das pontuações:

De 0 a 150 Ausência de possibilidade

significativa de uma doença relacionada ao estresse

De 150 a

199

Nível de crise de vida

leve - 35% de chance de doenças

De 200 a

299

Nível de crise de vida

moderado - 50% de chance de doenças

De 300 ou

mais

Nível de crise de vida

elevado - 80% de chance de doenças

2.5 - Síntese Avaliativa

O fisioterapeuta envolvido na promoção e proteção da saúde mental, bem como na cinesio profilaxia e no tratamento das doenças mentais,

poderá usar estes cinco instrumentos

avaliativos para orientar o seu fazer profissional em beneficio da saúde, bem estar e qualidade de vida dos seus clientes.

(48)

1 - Roteiro para a História de Vida do Cliente - É pela história de vida que o fisioterapeuta conhecerá os contextos vivenciados pela pessoa, podendo relacionar passado e presente,

podendo criteriosamente desenvolver uma

reflexão com o cliente, visando o bem estar e qualidade de vida futuro para o cliente.

2 - Escala de Afetos - A escala de afetos é um instrumento muito útil para se conhecer o nível de autoestima e autocuidado da pessoa, seu perfil diante da existência, se em atitude positiva ou negativa, permitindo trabalhar as mudanças necessárias para um melhor nível de bem estar e qualidade de vida.

3 e 4 - Escalas de Cognição Sócio Relacional - Estão incluídos dois instrumentos, um para avaliar a inteligência intrapessoal e outro para avaliar a inteligência interpessoal. Estes dois instrumentos permitem conhecer as bases da vida de relação e abertura do cliente, em direção a si mesmo e em direção aos outros, no cenário

pessoal, familiar, comunitário, social, do

(49)

5 - Escala de Avaliação do ajustamento Social - Este instrumento é muito útil, permitindo que o fisioterapeuta possa avaliar se a pessoa está em nível de vida estressante, com risco percentual de manifestar uma doença em órgãos alvo da corporeidade..

Estes cinco instrumentos são básicos para o fisioterapeuta orientar as condutas profissionais voltadas ao beneficio do cliente e também para orientar no encaminhamento para profissionais especializados em doenças mentais, quando detectar sinais de riscos ou comprometimentos, que exigem uma escuta especializada, além da cinesio zoesia mental e psíquica, cinesio profilaxia e cinesioterapia das doenças mentais.

6.0 – Tratamentos Fisioterapêuticos

6.1 – Práticas Fisioterapêuticas no Controle do

Estresse da Vida Diária

(50)

Quando tais estratégias não produzem o ajustamento energético que se requer, o corpo luta para estabelecer uma compensação na ativação fisiológica e psicológica que está sendo vivenciada, ficando vulnerável às doenças físicas, emocionais e psíquicas.

É importante tornar-se consciente do que está acontecendo, sendo um dos métodos utilizados

para o enfrentamento do estresse, à

conscientização, o relaxamento e o

apaziguamento interno.

Existem técnicas de relaxamento corporal e de meditação associadas à conscientização, que podem ajudar muito no combate ao estresse, evitando o desenvolvimento dos altos níveis de

ansiedade, desencadeador de doenças e

agressões a órgãos alvos.

I – Meditação Relaxante com Treinamento da

Energia Vital (Qi Gong)

Em um ambiente calmo, com fundo musical suave, iluminação branda, podendo o cenário ser adequadamente aromatizado, com o cuidado de não provocar reações alérgicas aos clientes; o cliente deitado ou reclinado em um divã, enquanto o fisioterapeuta o dirige em uma vivência mental e práticas físicas, levando-o a

(51)

diafragmáticos profundos; em seguida, com voz

branda e calma, comanda o cliente a

conscientizar-se da sua postura corporal,

juntamente com sua respiração, conduzindo-o mentalmente a levar a sua consciência às diferentes áreas do corpo, conservando-a aí por alguns segundos ou minutos.

Poderá também optar por seguir a via dos órgãos internos, ou a via dos pontos energéticos ao longo da coluna vertebral, na parte posterior e na via média, na parte anterior, formando um arco, que começa no umbigo, desce para a genitália e daí para o sacro, subindo por toda a região posterior, alto da cabeça, face e desce novamente pela parte anterior até chegar ao

umbigo novamente. (Existem quadros

ilustrativos, com os desenhos dos pontos energéticos, que se pode ter nos cenários terapêuticos, para facilitar as visualizações).

Pode-se manter essa rota funcionando por algum tempo, de 20 a 50 minutos. Trata-se de um treinamento da energia vital (o Qi dos Taoístas), com efeito relaxante, de conscientização corporal e revigoramento físico, emocional e psíquico (MANOEL, 2012).

II – Relaxamento Corporal por Contrações

(52)

Algumas pessoas não se adaptam à forma de relaxamento por meditação conscientizadora, estática, e se adequam mais às técnicas de contrações isométricas de grupos das cadeias musculares, por serem mais dinâmicas.

É preciso ter cautela no uso desta técnica, no caso de clientes com hipertensão arterial descompensada, ou portadores de insuficiência cardíaca congestiva.

O cliente deitado em decúbito dorsal, em ambiente tranquilo e confiável. Fazer algumas incursões respiratórias profundas, em padrão diafragmático.

O fisioterapeuta comanda o cliente a fazer a

contração de cadeias musculares

dos segmentos corporais, mantendo contraídos por alguns segundos, e então relaxa, também por alguns segundos. Essas contrações musculares devem ser isométricas, ou seja, sem mudar a amplitude do arco de movimento articular.

As contrações devem ser em diferentes partes do corpo, de modo alternado e calmo. Assim:

Membro superior direito e membro inferior esquerdo - alternar

Membro superior esquerdo com membro inferior direito -

(53)

Os dois membros inferiores - alternar * Os dois membros superiores -

- de 3 a 5 vezes

Os quatro membros ao mesmo tempo - - de 3 a 5 vezes

Repetir estas manobras de três a cinco vezes e no final fazer alongamentos das principais cadeias musculares funcionais da pessoa.

III - Atividades Cinesioterapêuticas nas Neuroses em Geral

Entre os distúrbios funcionais do sistema nervoso, se encontram algumas afecções que não são consequências de nenhuma alteração anatômica ou estrutural orgânica. Isto significa dizer que, estrutural e anatomicamente tudo está normal, mas que, as funções mentais e psíquicas se encontram alteradas.

(54)

Pavlov considerava que tais desvios ou frustações funcionais podem surgir como respostas a uma sobrecarga tensional dos

processos nervosos principais – a excitação ou

inibição e sua mobilidade (POPOV,1988). Freud considerou que as neuroses são devidas a uma

sobrecarga de energia libidinal que foi

recalcada, no inconsciente, por interdição do princípio do prazer, através do superego, e que se manifesta na consciência como sintomas neuróticos (NASIO, 1999).

Em geral as neuroses surgem no terreno da vida afetiva, a partir dos conflitos sociais e de emoções negativas, que conduzem às frustações das atividades nervosas e psíquicas, de cuja caracterização dependerá. É mais fácil surgir em pessoas com um sistema nervoso excitável e lábil, ocasionando frequentemente a diminuição da capacidade de trabalho.

Fundamentação Clínica e Fisiológica das Neuroses

Com frequência, nas neuroses, há uma

acentuada tensão muscular com alteração da pulsação e da respiração.

(55)

sistemas orgânicos. Isto resulta na redução da atividade motora, piorando o estado do doente.

A hipocinesia influi negativamente no estado funcional de todo o organismo, surgindo distúrbios estáveis nos sistemas cardiovascular

e respiratório, favorecendo um posterior

desenvolvimento progressivo da enfermidade.

Isto justifica o emprego da cinesioterapia, para influir de forma geral, sobre o organismo do enfermo.

Os exercícios cinesioterapêuticos influem

favoravelmente no aparelho psíquico dos

humanos, fortalecendo suas qualidades volitivas e da esfera emocional, sendo um meio de

influenciar os mecanismos reguladores

alterados, contribuindo assim, para a

normalização das inter-relações entre os

diferentes sistemas orgânicos.

(56)

As emoções positivas que surgem nas sessões de cinesioterapia aumentam o tônus do sistema nervoso, desviam a atenção do enfermo dos seus sofrimentos, contribuindo para melhorar a atividade dos órgãos internos.

Existem diferentes tipos de neuroses:

Neurastenia

A neurastenia consiste em um estado de esgotamento dos processos nervosos. O seu surgimento pode ser favorecido pela fadiga, recuperação incompleta do organismo por tempo demorado e não observância do regime correto de trabalho e descanso; também a falta do sono, o abuso de álcool, as enfermidades crônicas

(como tuberculose, infecções purulentas,

traumas psíquicos, etc)

Sintomas – Alta excitabilidade, rápida fadiga,

incapacidade de conter-se, distúrbios do sono, dores de cabeça, vertigens, emocionalidade

desmedida, “sensação do coração” e alta

suscetibilidade aos fatores externos.

(57)

a) Primeira etapa -´Predomínio dos processos de excitabilidade e inibição debilitada. Sudorese intensa, taquicardia, pressão arterial alta, elevação dos reflexos tendinosos, instabilidade na posição de Romberg, tremores de pálpebras e

dos dedos com os braços estendidos,

dermografismo vermelho estável e acrocianose.

b) Segunda etapa – “Fraqueza de irritação”,

segundo Pavlov – Agravamento da enfermidade.

A labilidade do processo de excitação e debilidade do processo de inibição se tornam patológicos, aumentando o grau de fadiga, com perda da capacidade de trabalho.

Prognóstico favorável, pois a neurastenia pode curar-se, entretanto, é preciso eliminar as causas que dão origem ao sofrimento.

Particularidades da Neurastenia

Os enfermos com neurastenia se caracterizam

por elevada excitabilidade e por uma

excessiva “consumição”, em razão

da debilidade de inibição ativa e da desordem do processo de excitação. Se ferem com facilidade e entram em estados depressivos.

(58)

recursos físicos e o incremento gradual de carga muscular na cinesioterapia, melhorando as

funções circulatórias e respiratórias,

restabelecendo os reflexos e a atividade do sistema cardiovascular.

A ginástica terapêutica tem como objetivo treinar e intensificar os processos de inibição ativa e a recuperação e ordenamento do processo de excitação.

Para evitar a fadiga, as sessões terapêuticas devem ser realizadas pela manhã, logo após a

ginástica matutina. Deve-se dosar os

exercícios, começando por valores menores e tempo curto, e ir aumentando gradualmente.

Os enfermos debilitados devem começar na

posição deitado, ou sentado, após a

massagem de 10 minutos e com a execução de exercícios respiratórios em torno de 10 minutos.

Os doentes devem ser preparados

psiquicamente, para ter certo controle sobre as queixas, em consequência das diferentes

sensações desagradáveis dos órgãos

internos. O fisioterapeuta deverá regular a carga muscular, de modo que o enfermo não se fixe nas palpitações, nem na dispneia, evitando que se canse, associando gradualmente a carga ao enfermo, despertando o seu interesse pelas

(59)

isto, os tipos de movimentos, com pausas e exercícios respiratórios.

Para os enfermos excitáveis, recomenda-se as

contrações e relaxamentos musculares,

alternando os exercícios respiratórios e a massagem de braços e pernas. Os movimentos para as extremidades superiores e inferiores devem ser executados em tempo médio e com

pequena amplitude. Seguem movimentos

pendulares para as extremidades, os que geram tensão e de superação de resistência - jogos de bola, corridas com obstáculos, tudo alternado com relaxamento e respiração.

Nas sessões de ginástica terapêutica é

conveniente que tenha um ambiente musical apropriado para excitar ou acalmar, conforme o aconselhado. As sessões devem durar de 15 a 20 minutos ao princípio, com aumento gradual para 30 a 40 minutos ao final.

Histeria

Na histeria ocorre alto grau de emocionalidade, se manifestando frequentemente em forma de distúrbios da atividade motora e da sensibilidade

– (Para Pavlov é um “alvoroço das áreas sob

corticais”.

(60)

superior (área cortical) em pessoas com insuficiente coordenação dos sistemas de sinais, além de surgir com maior frequência nas pessoas, cuja atividade do primeiro sistema de sinais e das áreas sub corticais, predominam sobre o segundo sistema de sinais.

Sintomas - Elevada sugestionabilidade e

“ideias” de diferentes doenças. Há três grupos:

a) Ataques histéricos - Convulsões

desordenadas com adoção de posturas

extravagantes (arco histérico), sem perda da consciência.

b) Paralisias e paresias motoras e sensoriais –

Devido a um forte sentimento de medo, influência negativa do meio externo e outros,

podendo afetar diferentes partes do

corpo, diferenciando duas paralisias orgânicas pelo caráter invariável dos reflexos tendinosos, do tônus muscular e da eletro excitabilidade muscular.

c) Estados de semi torpor e psicóticos,

(61)

Os homens com histeria se manifestam de modo “amaneirados” na conduta, com frequentes acessos de diferentes dores e palpitações depois de vivências desagradáveis. Também através das funções vegetativas, se detectam taquicardia, peristalze intensa ou retardada do intestino, dispneia, tosse e outros sintomas.

Particularidades da Histeria

As tarefas da cinesioterapia na histeria busca diminuir a instabilidade emocional do enfermo e aumentar a intensidade da atividade volitiva e do segundo sistema de sinais. Exercícios com tempo lento e execução exata. Os comandos ocorrem de forma lenta e suave, em tom de diálogo, acontecendo as sessões terapêuticas sem a presença de pessoas estranhas. Formar grupos em torno de dez clientes.

No processo de associação dos enfermos, as sessões de exercícios devem ter seu tempo de execução diminuído gradualmente; o incremento da intensidade da atividade volitiva se consegue pela execução dos exercícios de força, em aparelhos, a tempo lento e com carga sobre os grandes grupos musculares. Na parte final das sessões terapêuticas deve-se diminuir o tônus emocional, com alternância de exercícios e

(62)

sentado, durante vários minutos (músculos relaxados, cabeça baixa e olhos fechados).

IV – Atividades Cinesioterapêuticas nas

Psicastenias

A psicastenia é uma debilidade das áreas sub corticais e do primeiro sistema de sinais e com predomínio do segundo sistema de sinais. Há uma debilidade geral do sistema nervoso, diminuição das emoções, afetando a atividade motora, fazendo-a difícil. Os psicastênicos são

poucos comunicativos, excessivamente

racionalizadores; quando

precisam de atuar ficam com dúvidas e

desconfianças se está correto ou errado nas

suas decisões; frequentemente manifestam

ideias obsessivas que condicionam suas

condutas.

Suas desconfianças e dificuldades para atuar

crescem, manifestando em sensações

(63)

Particularidades da Psicastenia

Os doentes de psicastenia são apreensivos, lentos, concentrados em si próprios, inibidos e depressivos. Para torná-los ativos, deve-se empregar exercícios por eles já conhecidos, de

execução emocionalmente agradável, de

execução rápida, de modo automático, sem fixação da atenção na correção da sua execução; corrige-se os erros dos exercícios através de um próprio doente, quem demonstrará como é o exercício correto; não se recomenda fazer observações individuais com os que não executaram corretamente os exercícios. O tom do fisioterapeuta deverá ser sempre vivo e bondoso. Deve reagir atentamente face as emoções positivas dos doentes, animando-os e ajudando a comunicação entre eles.

Para os psicastênicos se faz conveniente os métodos de jogos, incluindo também alguns exercícios desportivos e de competências

Desviar os pensamentos obsessivos dos doentes e interessá-los pelos exercícios.

Usar músicas alegres e de tempo que se possa

acelerar, do lento ao moderado, para

(64)

Para superar os sentimentos de timidez e

insuficiência dos doentes, introduzir o

vencimento de obstáculos, exercícios de

equilíbrio, de força e de resistência, executados por duplas.

Os grupos de ginástica terapêutica se compõem de 12 a 15 pessoas, incluindo entre eles alguns doentes que assimilaram bem os exercícios, suas formas de execução e que tenham plasticidade, levando em consideração que a psicastenia traz incoordenação de movimentos, pouca habilidade, etc. Ao final dos exercícios, diminuir o tônus emocional dos enfermos, devendo no final, os clientes estarem bem humorados.

Duração das Sessões

(65)

Quando surgir medo de altura, adota-se a marcha sobre tronco, aumentando gradualmente a altura e os saltos dessas elevações.

Quando surgir medo de dores cardíacas e de morrer de infarto do miocárdio (sem estar com tal afecção) adota-se que os doentes só presenciem as sessões e com o tempo serão atraídos para fazer os exercícios.

Tipos de Exercícios

Ao início - marcha lenta em círculos, exercícios simples para as pernas e o tronco; depois marcha com um suporte longitudinal de um banco ginástico e exercícios simples com bastões.

Posteriormente – movimentos com os braços,

lançamentos de bolas, exercícios com pesos, saltos, saltos de altura e de distância.

O medo e a tensão física é menos frequente, podendo ainda apresentar-se em quem sofreu operação na cavidade abdominal.

Se houver medo prolongado demais, passe a utilizar a terapia com exercícios físicos.

Começo – exercícios respiratórios estáticos e a

seguir dinâmicos.

Na sequência – movimentos para os braços, de 5

(66)

Uma semana após – exercícios para os músculos do tronco e das pernas, sentado e deitado e também movimentos com bastões.

Na sequência – exercícios no banco ginástico,

lançamentos de bolas, etc.

O fisioterapeuta deve sempre estar em contato com o médico da equipe, trabalhando em conjunto.

Os psicastênicos devem praticar exercícios em

casa, jogar voleibol, montar em

bicicletas, caminhar bastante.

Particularidades dos Convalescentes

Quem sofreu distúrbios neurológicos funcionais,

ou que sofreu de neurastenia crônica,

apresentam algumas características

particulares. Ao executar suas sessões

fisioterapêuticas, é necessário que se tenha em conta a característica do trabalho e as condições domésticas dos clientes. Quando o trabalho é fatigante, as sessões se estruturam

da maneira de descanso, empregando

fundamentalmente exercícios já aprendidos anteriormente.

(67)

Os clientes que têm um trabalho rápido, são convidados a fazer exercícios desconhecidos,

com sobrecarga (bolas terapêuticas – de pesos

diferentes) e que requeiram coordenação

complexa dos movimentos. As sessões podem ser individual ou em grupos.

Quando surgir cansaço em alguém enfermo, se recomenda sessão individual que possibilite um contato mais estreito com ele, assim como, detectar sua reação individual e selecionar os

exercícios físicos adequados. Devem ter

sessões independentes, logo após explicar os exercícios.

Supõe-se um controle periódico e correções pertinentes na execução dos exercícios.

Recomenda-se aos doentes com neurastenia crônica, a prática dos pique niques, turismo, visitas a museus, com certa regularidade.

Metodologia Cinesio terapêutica

(68)

para cada grupo de enfermos, ou para cada cliente, quando individual.

De inicio - Empregar exercícios simples,

executados a tempo lento, sem tensão e com a participação de pequenos grupos musculares. Esses exercícios normalizam a atividade dos

sistemas cardiovascular e respiratório e

ordenam os movimentos do enfermo.

As repetições oscilam de 4 – 6 até 8 -10 vezes,

com frequentes pausas para descanso.

Se utilizam também os exercícios

respiratórios - estáticos e dinâmicos - os

quais devem contribuir não só para a

recuperação da respiração correta, mas também para a normalização dos processos corticais.

Ao adaptar-se - Quando o enfermo se adapta à carga de trabalho muscular, esta irá aumentar de acordo com a complexidade dos exercícios, podendo introduzir os movimentos de tensão dosificada, com sobrecarga, com complexidade de coordenação, que requeiram concentração da atenção (lançamento de bolas em direções variadas, sob comando de voz).

As sessões de cinesioterapia são organizadas

por um esquema geral aprovado

(69)

duração de até 30 minutos, empregando as seguintes formas de exercícios:

a) Individual; b) Em grupos;

c) Tarefas para casa.

No começo da terapia, as sessões individuais são mais convenientes, permitindo estabelecer o contato com o enfermo, permitindo conhecer sua reação individual de acordo com a carga muscular e selecionar os exercícios adequados, no que contribui para conhecer individualmente cada enfermo, antes de passar às sessões em grupos, antes de incrementar sua atividade e desenvolvimento do sentimento de grupalidade.

Em ambiente de calma, o fisioterapeuta propõe aos enfermos tarefas concretas, selecionando exercícios de fácil execução e de aceitação

positiva, tendo a responsabilidade de

estimular a confiança dos doentes quanto à suas possibilidades e de aprovar a correta execução dos exercícios.

É conveniente sustentar conversações com eles para estimular sua correta atitude com relação à cinesioterapia.

(70)

dinâmica dos processos nervosos e a manifestação do desejo de se movimentar.

Após esse modo de condução, o enfermo dirigirá

sua atenção para sua participação nas

atividades laborais e para a elaboração de uma valoração correta de seu estado.

Além da realização dos exercícios terapêuticos, aos portadores de neuroses, se recomenda diversas terapias, como banhos de ar (terpno terapias), hidroterapias, massagens, … É importante estabelecer uma regulação do regime de vida, como horário de dormir e horário de vida ativa; horário de exercícios físicos e horários de descanso passivo ao ar livre, os

passeios, bem como realizar a terapia

medicamentosa, quando for o caso.

Do arsenal fisioterapêutico se usa ainda a eletroterapia, banhos com essências, banhos de

pétalas, duchas circulares, reticulares e

roupagens húmidas.

(71)

Após as refeições, se recomenda o “turismo” pelas proximidades e os passeios. A massagem se aplica no final da ginástica terapêutica.

V - Adaptação Psicossocial pós Trauma

Qualquer Trauma sofrido traz graves

consequências para a vítima, mas também para seus familiares, principalmente o trauma com perda de funções e a manifestação das doenças graves envolvidas por crenças tabus.

O estresse psíquico intenso, um prognóstico

incerto, um tratamento prolongado, as

interferências nas atividades da vida diária, geralmente produzem grande impacto sobre a recuperação cinética funcional da pessoa e reabilitação da sua autonomia e vida social

significativa. Estes fatores estão sempre

presentes nas pessoas com enfermidades crônicas, incapacitantes, revestidas de tabus ou estígmas e nas doenças de evolução progressiva que conduzem à falência da vida.

A adaptação psicossocial à incapacidade e à enfermidade crônica, é um processo evolutivo, contínuo e dinâmico em busca de um estado ou função ideal do cliente em seu próprio ambiente.

Quando ela é bem sucedida, pode ser

(72)

1) Sensação de domínio pessoal;

2) Participação em conquistas sociais,

recreativas ou vocacionais;

3) Negociação bem sucedida no ambiente;

4) Consciência realista sobre pontos positivos, deficits e capacidades funcionais;

5) O ajustamento é a fase final e inclui a luta para alcançar metas na vida, sentir-se autoconfiante e com autoestima positiva, ter atitude positiva em relação à incapacidade de alguém formar conexões emocionais com outras pessoas e assumir um papel na sociedade.

Luto, Sofrimento e Dor – são produzidos por

esses eventos danosos.

O luto é um estado psíquico de angústia que resulta de perda significativa: perda de uma função, rompimento de relacionamento, perda de familiar, perda de desempenho de papéis. Geram sentimentos de impotência e inutilidade, com vários sintomas: nó na garganta, fraqueza

muscular, vazio no

estômago, ansiedade “dolorosa”, falta de ar,

sufocamento, esgotamento físico,

esquecimento, baixa concentração,

dissociação, insônia, perda do apetite,

compulsão, desorganização, abstinência social, culpa, indecisão, fala excessiva, hostilidade. Os

casos graves e prolongados geralmente

comprometem o sistema imunológico. – o luto

(73)

Especialistas descrevem o processo do luto em dez estágios. Como segue:

1) Sentimento congelado; 2) Liberação emocional;

3) Solidão;

4) Sintomas físicos; 5) Culpa;

6) Pânico; 7) Hostilidade;

8) Memória seletiva;

9) Luta por um outro padrão de vida; 10) Sensação de que a vida está boa.

Estes estágios podem ocorrer de modo simultâneo.

Fases Principais da Adaptação Psicossocial

Choque - No nível fisiológico, com reações

emocionais retardadas. Experiência

devastadora, incapacidade de falar, de mover, dormência psíquica, dificuldades cognitivas, desorganização, despersonalização;

Ansiedade – Reação deflagada por pânico,

atividade compulsiva, confusão, frequência cardíaca elevada, dificuldade de respiração e

inundação cognitiva. O sistema nervoso

simpático com “alarme” repetido, estresse

Referências

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