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Uma perspectiva não-extensiva da estrutura multi-escala das flutuações presente na onda gravitacional GW150914

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE F´ISICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

CLEO VIEIRA DA SILVA

UMA PERSPECTIVA N ˜AO-EXTENSIVA DA ESTRUTURA MULTI-ESCALA DAS FLUTUAC¸ ˜OES PRESENTE NA ONDA GRAVITACIONAL GW150914

FORTALEZA 2019

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UMA PERSPECTIVA N ˜AO-EXTENSIVA DA ESTRUTURA MULTI-ESCALA DAS FLUTUAC¸ ˜OES PRESENTE NA ONDA GRAVITACIONAL GW150914

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Pro-grama de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica da Univer-sidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em F´ısica.

´

Area de Concentrac¸˜ao: F´ısica da Mat´eria Con-densada.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Brito de Freitas.

FORTALEZA 2019

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Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S579p Silva, Cleo Vieira da.

Uma perspectiva não-extensiva da estrutura multi-escala das flutuações presente na onda gravitacional QW 150914 / Cleo Vieira da Silva. – 2019.

102 f. : il. color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Física, Fortaleza, 2019.

Orientação: Prof. Dr. Daniel Brito de Freitas.

1. Ondas gravitacionais. 2. Mecânica estatística. I. Título.

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UMA PERSPECTIVA N ˜AO-EXTENSIVA DA ESTRUTURA MULTI-ESCALA DAS FLUTUAC¸ ˜OES PRESENTE NA ONDA GRAVITACIONAL GW150914

Dissertac¸˜ao de Mestrado apresentada ao Pro-grama de P´os-Graduac¸˜ao em F´ısica da Univer-sidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Mestre em F´ısica.

´

Area de Concentrac¸˜ao: F´ısica da Mat´eria Con-densada.

Aprovada em 07/10/2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Daniel Brito de Freitas (Orientador) Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Mackson Matheus Franc¸a Nepomuceno Universidade Federal Rural do Semi- ´Arido (UFERSA)

Prof. Dr. Geova Maciel de Alencar Filho Universidade Federal do Cear´a (UFC)

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Primeiramente a Deus por me conceder essa alegria;

Aos meus pais, Jo˜ao da Silva e Esmeraldina Vieira da Silva, pelo amor, incentivo e apoio;

A minha namorada Vit´oria Maria Rodrigues Vasconcelos, que vem me acompa-nhando em todos os momentos nessa minha caminhada, esta ao meu lado me ajudando a seguir em frente;

Ao meu orientador Prof. Dr. Daniel Brito de Freitas, pela importante orientac¸˜ao acadˆemica, credibilidade, confianc¸a e paciˆencia;

Aos amigos que, s˜ao muitos, que me ajudaram neste percurso, incentivando, cola-borando, participando e me ensinando;

`

A Universidade Federal do Cear´a e, seu corpo docente, direc¸˜ao e administrac¸˜ao que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte vasto e de in´umeras possibilidades;

Agradec¸o a todos os professores por me proporcionar o conhecimento n˜ao apenas racional, mas a manifestac¸˜ao do car´ater e afetividade da educac¸˜ao no processo de formac¸˜ao profissional.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenac¸˜ao de Aperfeic¸oamento de Pessoal de N´ıvel Superior - Brasil (CAPES) - C´odigo de Financiamento 001.

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As recentes detecc¸˜oes de ondas gravitacionais observadas pelo Observat´orio de Ondas Gravi-tacionais por Interferometria Laser (LIGO, na sigla em inglˆes) s˜ao usadas neste trabalho para investigar flutuac¸˜oes da onda gravitacional quando o sistema bin´ario entra em processo de co-alescˆencia. Com isso, s´eries temporais foram constru´ıdas a partir dos dados de medida de deformac¸˜ao relativa strain causada pela onda gravitacional GW150914, primeiramente detec-tada pelo LIGO. Assim, utilizou-se o ´ındice entr´opico q, emergido da mecˆanica estat´ıstica n˜ao-extensiva desenvolvida por C. Tsallis, para caracterizar a estrutura multi-escala das flutuac¸˜oes. Sabe-se que existem dois tipos de mem´orias presentes em uma onda gravitacional: uma de ori-gem n˜ao-radiativa e outra de oriori-gem radiativa que apresenta frequˆencias excedentes ao limite de detecc¸˜ao instrumental do LIGO e, portanto, ainda n˜ao foram detectadas experimentalmente. Esse car´ater n˜ao linear est´a associado `a mem´oria de Christodoulou que surge de uma correc¸˜ao eletromagn´etica da expans˜ao de multipolos. Assim, procurou-se com a referida teoria estat´ıstica verificar o comportamento do ´ındice entr´opico e mapear regi˜oes de transic¸˜ao de fase que podem quantificar o fenˆomeno e, possivelmente, correlacion´a-lo com propriedades inerentes `a f´ısica da onda gravitacional. Dessa forma, o estudo se baseia na ideia de que existem flutuac¸˜oes nas quais a mem´oria gravitacional radiativa pode se manifestar. Dessa forma, o resultado no detec-tor de Hanford indicou que para a onda gravitacional GW150914, uma transic¸˜ao de fase ocorre no valor m´aximo de q, com tempo correspondente de 7, 75 ms (milissegundo) e, portanto, uma frequˆencia de 130 Hz. J´a no detector de Livingston, para o valor m´aximo de q, o tempo cor-respondente de 3, 85 ms (milissegundo) e, portanto, frequˆencia de 260 Hz. Em frequˆencias m´aximas, pode-se associar um forte efeito n˜ao-extensivo `a coalescˆencia dos buracos negros. Depois das frequˆencias de 130 Hz e 260 Hz, o regime torna-se extensivo, ou seja, o sistema encontra-se no estado de equil´ıbrio termodinˆamico. Inicialmente, esse resultado revela que a mem´oria radiativa est´a presente no processo de espiralizac¸˜ao do sistema bin´ario de buracos ne-gros. Com isso, acredita-se que a regi˜ao onde a transic¸˜ao de fase ´e medida n˜ao seja um artefato estat´ıstico, mas uma manifestac¸˜ao f´ısica provocada pelos mecanismos que antecedem a fus˜ao dos buracos negros.

Palavras-chave: Ondas Gravitacionais. Estat´ıstica N˜ao-Extensiva. Flutuac¸˜ao. Estrutura Multi-Escala.

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The recent gravitational waves detections observed by the Gravitational Wave Observatory by Laser Interferometer (LIGO) are used in this work to investigate fluctuations in gravitational waves when the binary system goes into the coalescence process. Thus, time series were cons-tructed from the data of measurement of strain relative deformation caused by the gravitational wave GW150914, first detected by LIGO. Hence, the entropic index q was used, emerged from the non-extensive statistical mechanics developed by C. Tsallis, to characterize the multiscale structure of fluctuations. It is known that there are two types of memory present in a gravi-tational wave: one of nonradiative origin and one of radiative origin that presents frequencies over the instrumental detection limit of the LIGO and, therefore, have not yet been detected ex-perimentally. This nonlinear character is associated with the memory of Christodoulou arising from an electromagnetic correction of the expansion of Multipoles. Thus, one sought with the aforementioned statistical theory to verify the behavior of theentropic index and to map phase transition regions that can quantify the phenomenon and possibly correlate it with properties inherent to the physics of the gravitational wave. In this sense, the study is based on the idea that there are fluctuations in which the radiative gravitational memory can be manifested. Thus, the result in the Hanford detector indicated that for the gravitational wave GW150914, a phase transition occurs at the maximum value of q, with a corresponding time of 7.75 ms (millisecond) and, therefore, a frequency of 130 Hz. On the Livingston detector, for the maximum value of q, the corresponding time of 3.85 ms (millisecond) and, therefore, a frequency of 260 Hz. At maximum frequencies, a strong non-extensive effect can be associated with the coalescence of black holes. In frequencies higher than 130 Hz and 260 Hz, the regime becomes extensive, that is, the system is in the state of thermodynamic equilibrium. Initially, this result reveals that the radiative memory is present in the process of inspiraling the binary system of black holes. Therefore, it is believed that the region where the phase transition is measured is not a statistical artifact, but a physical manifestation provoked by the mechanisms that precede the fusion of black holes.

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Figura 1 – A presenc¸a de corpos massivos afeta a curvatura do espac¸o-tempo. . . 18 Figura 2 – Quatro part´ıculas livres diametralmente opostas. Os eixos est˜ao em unidades

deε. . . 29 Figura 3 – Um c´ırculo de part´ıculas livres deformadas pela passagem de um onda

gravi-tacional. . . 30 Figura 4 – Uma ilustrac¸˜ao gr´afica da relac¸˜ao do r bem distante da fonte. . . . 32 Figura 5 – A relac¸˜ao entre o referencial(x, y, z) e o referencial ( ˆx, ˆy, ˆn). O vetor ˆx′est´a

no plano(x, y), enquanto ˆy′aponta para baixo, em relac¸˜ao ao plano(x, y). . . 39 Figura 6 – Uma vis˜ao em perspectiva da geometria das ´orbitas bin´arias. O plano (x− y)

´e escolhido para que coincidem com o plano das ´orbitas. A distˆancia entre as duas massas ´e dada por r= ra+ rb. . . 42

Figura 7 – A geometria do problema em um referencial (x, y, z′) onde um observador fixo est´a a uma grande distˆancia ao longo do eixo z′positivo. A normal para a

´orbita faz um ˆanguloψ com o eixo z′. . . 45 Figura 8 – A evoluc¸˜ao temporal da amplitude da onda gravitacional na fase espirada de

um sistema bin´ario. . . 47 Figura 9 – Esquema de ondas gravitacionais. (Topo) As trˆes fases de coalescˆencia: espiralac¸˜ao,

fus˜ao e ringdown. (Inferior) A amplitude das ondas gravitacionais emitidas para a coalescˆencia. . . 48 Figura 10 –Efeito qualitativo da mem´oria nas massas de teste e no espac¸o-tempo. Sem

a mem´oria, ap´os o passagem das ondas, as massas de teste retornam a uma circunferˆencia (a mesma de antes da passagem das ondas). Com o mem´oria as massas n˜ao voltam a uma circunferˆencia, mas permanecem perturbadas. . . 50 Figura 11 –Efeito da mem´oria em um gr´afico de forma de onda. A forma de onda azul n˜ao

tem mem´oria, a vermelha com mem´oria. O sinal de mem´oria ´e a linha laranja pontilhada. Observe que a mem´oria se acumula durante toda a mesclagem, com uma velocidade mais alta durante o pico de frequˆencia da onda. . . 50 Figura 12 –A entropia de probabilidade Sq como uma func¸˜ao do n´umero de estados W

(com k= 1), para valores t´ıpicos de q. Para q > 1, Sq satura no valor 1/(q −

1)se W → ∞; para q ≤ 1, diverge. Para q → ∞(q → −∞), coincide com a abscissa (ordenada). . . 53

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direito e q= 2 centralizada. . . 56 Figura 14 –Observat´orios do LIGO em Hanford, Washington e Livingston, Louisiana.

Os lasers e ´optica est˜ao contidos nos grandes edif´ıcios de esquina. De cada edif´ıcio de esquina, tubos de feixe evacuados se estendem em ˆangulos retos por 4 km em cada direc¸˜ao os tubos s˜ao cobertos pelos recintos de concreto. . 60 Figura 15 –Layout ´otico avanc¸ado do LIGO. A luz viaja do laser atrav´es do limpador de

modo de entrada para a cavidade de reciclagem de energia. A luz ´e dividida no divisor de feixe e, em seguida, entra nos dois brac¸o longas de 4 km forma-das pelas massas de entrada e teste final. Qualquer sinal sai pelo espelho de reciclagem de sinal e pelo limpador do modo de sa´ıda. . . 61 Figura 16 –Evento da onda gravitacional GW150914 observada pelo LIGO Handford

(canto superior esquerdo) e LIGO Livingston (canto superior direito), em comparac¸˜ao com as previs˜oes te´oricas (linha inferior) de dois buracos negros de 29 e 36 massas solares, fundindo h´a 1.3 bilh˜oes de anos-luz de distˆancia. Na terceira linha: a forma Residual ap´os subtrair a forma de onda da relati-vidade num´erica filtrada da s´erie temporal do detector. Na quarta linha: As duas parcelas mostram como a tens˜ao da onda gravitacional produzidos pelo evento em cada detector do LIGO variaram em func¸˜ao do tempo (em segun-dos) e frequˆencia (em hertz ou n´umero de ciclos de onda por segundo). Ambas as parcelas mostram a frequˆencia varrendo nitidamente para cima, de 35 Hz para cerca de 150 Hz em 0,2 segundo. . . 63 Figura 17 –No topo: Amplitude de deformac¸˜ao da onda gravitacional estimada de GW150914

projetado em H1. Abaixo: A separac¸˜ao efetiva de buracos negros em unidades de raios de Schwarzschild e a velocidade relativa efetiva dada pelo parˆametro p´os-newtoniano. . . 64 Figura 18 –Espectrogramas e formas de onda para o cat´alogo de transientes de ondas

gravitacionais. . . 66 Figura 19 –O sinal da GW150914 observado pelos observat´orios do LIGO em Livingston

e Hanford. Foram subtra´ıdos 0, 0074 segundos dos dados de Hanford. Esse procedimento compensa a defasagem temporal causada pela distˆancia entre os detectores. Os sinais vieram de dois buracos negros que se fundem, cada um com cerca de 30 vezes a massa do nosso Sol, a 1,3 mil milh˜oes de anos-luz de distˆancia. . . 69 Figura 20 –Dados da s´erie de flutuac¸˜ao da GW150914 referente ao detector do LIGO

(11)

Figura 22 –Desvio da gaussianidade das distribuic¸˜oes das flutuac¸˜oes do ´ındice entropico

qpor n da GW150914 detectada em Hanford. . . . 74 Figura 23 –Dados da s´erie de flutuac¸˜ao da GW150914 referente ao detector do LIGO

localizando em Livingston, oτ est´a representado pelos n´umeros 1 e 1024. . . 75 Figura 24 –S´erie temporal para diferenteτ para Livingston. . . 78 Figura 25 –Desvio da gaussianidada das distribuic¸˜oes das flutuac¸˜oes do ´ındice entropico

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ηµν M´etrica do espac¸o de Minkowski

gµν M´etrica do espac¸o curvo

Rρµλ ν Tensor de Riemman Rµν Tensor de Ricci R Escalar de curvatura Gµν Tensor de Einstein Γρν µ S´ımbolo de Christoffel Tµν Tensor de Energia-momento

hµν Perturbac¸˜ao do espac¸o de Minkowski

Qi j Tensor momento de quadrupolo

µ Massa reduzida

tr Tempo retardado

 Operador de d’Alembert

Λi j,kl Operador de projec¸˜ao

(13)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 14

2 A ORIGEM E A F´ıSICA DAS ONDAS GRAVITACIONAIS . . . 16

2.1 Uma breve introduc¸˜ao `a relatividade geral . . . 16

2.2 Linearizac¸˜ao das equac¸˜oes de campo de Einstein . . . 19

2.3 Propagac¸˜ao de ondas gravitacionais no v´acuo . . . 25

2.4 Interac¸˜ao de ondas gravitacionais com massas de teste . . . 27

2.5 Gerac¸˜ao de ondas gravitacionais . . . 30

2.6 Ondas gravitacionais de um sistema bin´ario circular de buraco negro . . . 41

2.7 O efeito de mem´oria em ondas gravitacionais . . . 48

2.7.1 Mem´oria linear . . . 48

2.7.2 Mem´oria n˜ao-linear . . . 49

3 UMA BREVE DESCRIC¸ ˜AO DE ESTAT´ıSTICA N ˜AO-EXTENSIVA . . . 52

3.1 Mecˆanica Estat´ıstica de Boltzmann-Gibbs . . . 52

3.2 Mecˆanica Estat´ıstica N˜ao-Extensiva . . . 53

3.2.1 Propriedades . . . 54

3.2.1.1 N˜ao negatividade . . . 54

3.2.1.2 Extrema em Probabilidades Iguais . . . 54

3.2.1.3 Expansibilidade . . . 54

3.2.1.4 N˜ao-aditividade . . . 54

3.3 O ´ındice entropico q . . . . 55

3.4 Distribuic¸˜ao q-Gaussiana . . . 55

4 AMOSTRA TRABALHADA . . . 58

4.1 Uma abordagem hist´oria dos Detectores de ondas Gravitacionais . . . 58

4.2 Detectores . . . 59

4.3 O LIGO . . . 60

4.4 O Evento GW150914 . . . 61

4.5 Descric¸˜oes das Ondas gravitacionais . . . 64

5 RESULTADOS . . . 68

6 CONCLUS ˜AO . . . 81

AP ˆENDICE A -- ONDAS GRAVITACIONAIS NO V ´ACUO E O TRANS-VERSE TRACELESS (TT) GAUGE . . . 84

(14)

A.3 Radiac¸˜ao de um sistema fechado de massas pontuais . . . 89

AP ˆENDICE B -- FONTES ASTROF´ISICAS DE ONDAS GRAVITACIO-NAIS . . . 93

B.1 Fontes chirps . . . 93

B.2 Fontes impulsivas . . . 93

B.2.1 Supernovas . . . 94

B.2.2 Colapso de uma Estrela ou um Aglomerado Estelar para formar um Bu-raco Negro . . . 94

B.2.3 Coalescˆencia de Bin´arias Compactas (Estrelas de Nˆeutrons e Buracos Ne-gros) . . . 94

B.3 Fontes Peri´odicas . . . 95

B.3.1 Estrelas de Nˆeutrons em Rotac¸˜ao . . . 95

B.3.2 Estrelas Bin´arias . . . 95

B.4 Fontes Estoc´asticas . . . 96

B.4.1 Ondas Gravitacionais Primordiais . . . 96

B.4.2 Cordas C´osmicas . . . 96

(15)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Albert Einstein publicou sua Teoria da Relatividade Geral em 1915, que prevˆe a existˆencia de buracos negros e ondas gravitacionais, e em junho de 1916, Einstein descobre que as equac¸˜oes de campo da teoria admitiam soluc¸˜oes do tipo onda no limite de campos fracos, as ondas gravitacionais (EINSTEIN, 1918). Anos depois, os cientistas Russel Hulse e Joseph Taylor Jr. demostraram pela primeira vez a evidˆencia indireta da existˆencia das ondas gravita-cionais. Eles observaram, em 1974, duas estrelas de nˆeutrons orbitando cada vez mais r´apido, exatamente o que seria esperado se as estrelas bin´arias de nˆeutrons estivessem perdendo energia na forma de ondas gravitacionais. A taxa prevista de acelerac¸˜ao orbital causada pela gravidade, emiss˜ao de radiac¸˜ao de acordo com a relatividade geral foi verificada observacionalmente, com alta precis˜ao (HULSE; TAYLOR, 1975).

No lado experimental, um enorme esforc¸o foi feito na construc¸˜ao de detectores altamente sens´ıveis na Terra. Em 1992, Kip Thorne, Ronald Drever e Rainer Weiss fundaram o Observat´orio de Ondas Gravitacionais com Interferˆometro a Laser (LIGO), e ap´os a primeira gerac¸˜ao de detectores, como GEO6001 na Alemanha, as vers˜oes iniciais do LIGO, nos EUA, e Virgo, na It´alia, uma nova gerac¸˜ao est´a iniciando operac¸˜oes cient´ıficas sob o nome de LIGO avanc¸ado e Virgo avanc¸ado. A sensibilidade ´e incrivelmente alta, com o objetivo de detectar amplitudes de tens˜ao de cerca de 10−22 em uma ampla gama de frequˆencias, esperando ver bin´arios e pulsares.

As ondas gravitacionais tˆem sido por muitos anos uma quest˜ao de estudo inten-sivo e controverso. Recentemente, elas ganharam um novo interesse, tanto por raz˜oes experi-mentais como te´oricas. Embora evidˆencias indiretas de sua existˆencia tenham sido obtidas da observac¸˜ao do sistema pulsar bin´ario PSR 1913+ 16, apenas recentemente a observac¸˜ao direta de ondas gravitacionais de um par de buracos negros e estrelas de nˆeutrons bin´arias espirais foi poss´ıvel. Do ponto de vista te´orico, um novo e interessante conjunto de ideias relacionadas a simetrias assint´oticas2, teoremas e efeito de mem´oria gravitacional emergiu recentemente. O efeito da mem´oria gravitacional consiste, grosso modo, na mudanc¸a na separac¸˜ao das part´ıculas que caem livremente ap´os a passagem da onda gravitacional.

O presente trabalho se empenha em utilizar alguns m´etodos estat´ısticos para an´alise dos dados da onda gravitacional GW140915 detectada pelo LIGO para investigar uma poss´ıvel assinatura de mem´oria gravitacional linear ou n˜ao-linear. Destacando alguns objetivos, tais

1E um importante centro de desenvolvimento de tecnologia da comunidade internacional de pesquisa de ondas`

gravitacionais.

2Simetrias do espac¸o-tempo vistas por observadores localizados longe de todas as fontes do campo

(16)

como, a aplicac¸˜ao de m´etodos de analise por s´erie temporal gerada a partir das ondas gravi-tacionais detectadas pelo LIGO, a utilizac¸˜ao do ´ındice entr´opico q que emerge da mecˆanica estat´ıstica n˜ao-extensiva e a relac¸˜ao dos parˆametros decorrentes desta an´alise nas grandezas associadas ao fenˆomeno que gerou tal onda gravitacional.

No Cap´ıtulo 2, apresentam-se os fundamentos da teoria das ondas gravitacionais e a estrutura da teoria da linearizac¸˜ao necess´aria para a construc¸˜ao de formas de ondas. Descre-vemos a f´ısica da fonte e modelamos a amplitude e a fase da forma de onda. Depois, explica-se como a passagem de uma onda gravitacional interage com um detector ideal3 e como funci-ona o detector verdadeiro. Ser´a descrito a quest˜ao do chamado efeito mem´oria, isto ´e, em que condic¸˜oes e como estas ondas podem alterar, de forma permanente ou n˜ao, a configurac¸˜ao do estado cinem´atico de uma part´ıcula.

No Cap´ıtulo 3, ser´a descrito os postulados da mecˆanica estat´ıstica de Boltzmann-Gibbs e o surgimento da mecˆanica estat´ıstica n˜ao-extensiva, uma generalizac¸˜ao da teoria de Boltzmann-Gibbs.

No Cap´ıtulo 4, ser´a apresentado a descric¸˜ao caracter´ıstica dos detectores do LIGO localizados na cidade Hanford, Livingston, bem como as descric¸˜ao dos eventos detectados.

No cap´ıtulo 5, ser´a visto a interac¸˜ao da mecˆanica estat´ıstica n˜ao-extensiva de Tsalis com as ondas gravitacionais com a analise de estrutura multi-escala de flutuac¸˜ao e os resultados.

No cap´ıtulo 6 ser˜ao apresentadas a conclus˜ao do trabalho e as perspectivas.

(17)

2 A ORIGEM E A F´ISICA DAS ONDAS GRAVITACIONAIS

Neste cap´ıtulo faz-se uma abordagem da hist´oria do estudo das ondas gravitacionais. A teoria gravitacional de Einstein ´e baseada na suposic¸˜ao de que o espac¸o c´osmico ´e o espac¸o Riemaniano curvo, cuja curvatura ´e devida `a presenc¸a de grandes massas estelares, como o Sol. Aborda-se tamb´em o que ´e chamada de aproximac¸˜ao de campo fraco das equac¸˜oes de campo de Einstein. Isso, basicamente, consiste em considerar que a m´etrica do espac¸o-tempo

gµν difere muito pouco da m´etrica de Minskowkiηµν. 2.1 Uma breve introduc¸˜ao `a relatividade geral

A teoria gravitacional de Newton que ´e conhecida como a lei da gravitac¸˜ao uni-versal, que explica a interac¸˜ao gravitacional por meio de uma forc¸a entre corpos massivos, no qual, essa forc¸a ´e atrativa e proporcional `as massas das duas part´ıculas e proporcional tamb´em ao inverso do quadrado da distˆancia entre essas duas part´ıculas pontuais. Teve grande sucesso em descrever muitos aspectos da nossa vida cotidiana e, adicionalmente, explica a maioria dos movimentos dos corpos celestes no universo.

A relatividade geral corrigiu a teoria de Newton e ´e reconhecida como uma das criac¸˜oes mais engenhosas da mente humana. No entanto, essa teoria ´e conceitualmente diferente da teoria de Newton, pois introduz a noc¸˜ao de espac¸o-tempo e sua geometria.

Segundo Newton, as mudanc¸as do campo s˜ao instantˆaneas, isto ´e, elas se propagam com velocidade infinita; se isso fosse verdade, por´em o princ´ıpio de causalidade seria quebrado. Nenhuma informac¸˜ao pode viajar mais r´apido do que o tecido do espac¸o-tempo. A existˆencia de ondas gravitacionais ´e uma consequˆencia imediata de qualquer teoria relativ´ıstica da gravidade (DOUGHTY, 1990).

A forma geom´etrica fundamental das teorias m´etricas relativ´ısticas da gravidade ´e o espac¸o-tempo, que matematicamente pode ser descrito como uma variedade de quatro di-mens˜oes cujos pontos s˜ao chamados eventos. Para a descric¸˜ao de um fenˆomeno f´ısico necessita de que seja fornecido a localizac¸˜ao do processo e o instante de tempo. Cada evento ´e descrito por quatro coordenadas xµ = (x0, x1, x2, x3) = (ct, xi) = (ct, x, y, z) = (ct, x), em que xµ ´e um ponto neste espac¸o quadridimensional. O conjunto de todos os eventos formam este espac¸o que ´e chamado de espac¸o-tempo.

A escolha da coordenada do sistema ´e bastante arbitr´aria e coordena as transformac¸˜oes do formato ˜xµ = fµ(xλ). O movimento de uma part´ıcula arbitr´aria ´e descrito por uma curva no espac¸o-tempo. A distˆancia ds entre dois eventos vizinhos, um com coordenadas xµ e o outro

(18)

com coordenadas xµ+ dxµ, pode ser expresso como uma func¸˜ao das coordenadas atrav´es de um tensor sim´etrico gµν(xλ) = gν µ(xλ).

Considere, em algum referencial, uma curva xµ = (λ ), parametrizada por um parˆametro λ . O intervalo ds entre dois pontos separados por dλ ´e dado por

ds2= gµνdxµdxν, (2.1)

note que ao longo de toda uma curva espacial tem-se, por definic¸˜ao, ds2> 0, e podemos usar

ds= gµνdxµdxν1/2, (2.2)

para medir distˆancias adequadas ao longo da curva. Uma curva temporal ou time-like ´e definida pela condic¸˜ao de que, ao longo dessa curva, ds2 < 0, e neste caso pode-se definir o tempo adequadoτ, de

c2dτ2= −ds2= −gµνdxµdxν (2.3) O tempo pr´oprioτ ´e o tempo medido por um rel´ogio transportado ao longo dessa trajet´oria.

O espac¸o-tempo de Minkowski como definido na relatividade especial de Einstein, ´e R4denotado do plano M´etrica Minkowski

ds2= ηµνdxµdxν. (2.4)

Esta ´e uma generalizac¸˜ao da medida padr˜ao de distˆancia entre dois pontos no espac¸o pseudo euclidiano para o espac¸o-tempo de Minkowski1. O tensor sim´etrico ´e chamado de tensor m´etrico ou simplesmente a m´etrica do espac¸o-tempo. Na Relatividade Geral o campo gravitacional ´e descrito apenas pelo tensor m´etrico, mas em muitas outras teorias um ou mais campos suplementares podem ser tamb´em necess´arios. No que se segue, vamos considerar apenas a descric¸˜ao da relativ´ıstica geral dos campos gravitacionais (RINDLER, 2003).

A informac¸˜ao sobre o grau de curvatura2 de um espac¸o-tempo ´e codificado na m´etrica do espac¸o-tempo. De acordo com a relatividade geral, qualquer distribuic¸˜ao de massa, curva o tecido do espac¸o-tempo, e o tensor de Riemann Rκλ µν3 ´e uma medida da curvatura do espac¸o-tempo. O tensor de Riemann tem 20 componentes independentes, quando essas compo-nentes desaparecem, o espac¸o-tempo correspondente ´e plano (CARROLL, 2004).

As equac¸˜oes de campo gravitacional de Einstein conectam o tensor de curvatura e

1O espac¸o-tempo da relatividade especial, emη

µν= diag(−1,1,1,1).

2O desvio da flatness que ´e uma m´etrica dita plana.

3Isso ´e uma func¸˜ao do tensor m´etrico g

(19)

o tensor Energia-Momento atrav´es da relac¸˜ao fundamental, Gµν(xλ) ≡ Rµν− 1 2gµνR= 8πG c4 Tµν. (2.5)

Isso significa que o campo gravitacional est´a diretamente conectado `a geometria do espac¸o-tempo, e est´a relacionado `a distribuic¸˜ao de mat´eria e radiac¸˜ao no universo.

Ao resolver as equac¸˜oes de campo, tanto o campo gravitacional (gµν), quanto o mo-vimento da mat´eria ´e determinada. Rµν ´e o chamado tensor de Ricci e vem de uma contrac¸˜ao do tensor de Riemann(Rµν = gασRα µσ ν), R ´e o escalar de curvatura (R = gρσRρσ), enquanto

Gµν ´e o chamado tensor de Einstein, 8πGc4 = 2, 073x10−48 ´e a constante de acoplamento. O

de-saparecimento do tensor de Ricci corresponde a um espac¸o-tempo livre de qualquer distribuic¸˜ao de mat´eria. No entanto, isso n˜ao implica que o tensor de Riemann ´e zero.

Figura 1 – A presenc¸a de corpos massivos afeta a curvatura do espac¸o-tempo.

Fonte: (ENCYCLOPEDIA BRITANNICA , 2012).

Como consequˆencia, no espac¸o vazio longe de qualquer distribuic¸˜ao o tensor de Ricci desaparecer´a enquanto o tensor de Riemann pode ser diferente de zero, isto significa que os efeitos de uma onda gravitacional propagativa em um espac¸o-tempo vazio ser˜ao descritos atrav´es do tensor de Riemann (SABBATA; GASPERINI, 1985).

Dentre os resultados mais not´aveis da relatividade geral est˜ao: a dilatac¸˜ao tempo-ral gravitacional, o redshift gravitacional4, a precess˜ao do peri´elio de Merc´urio (EINSTEIN, 1996b) e as ondas gravitacionais (EINSTEIN, 1996a).

4A luz, ao deixar um campo gravitacional forte, sofre uma perda de energia, e portanto o comprimento de onda

(20)

2.2 Linearizac¸˜ao das equac¸˜oes de campo de Einstein

Agora vamos supor que um observador est´a longe de uma dada distribuic¸˜ao de mat´eria est´atica, e o espac¸o-tempo em que ele vive ´e descrito por uma m´etrica gµν. Qualquer mudanc¸a na distribuic¸˜ao de mat´eria, isto ´e, em Tµν, induzir´a uma mudanc¸a no campo gravitaci-onal, que ser´a registrado como uma mudanc¸a na m´etrica. A nova m´etrica ser´a,

˜

gµν= gµν+ hµν, (2.6)

no qual, hµν ´e um tensor que descreve as variac¸˜oes induzidas na m´etrica do espac¸o-tempo. Escrevendo analiticamente mais tarde, este novo tensor descreve a propagac¸˜ao de ondulac¸˜oes na curvatura do espac¸o-tempo, isto ´e, as ondas gravitacionais.

Para calcular o novo tensor, temos que resolver as equac¸˜oes de Einstein para a distribuic¸˜ao de mat´eria vari´avel, isto n˜ao ´e uma tarefa f´acil em geral. No entanto, assumindo-se que hµν ´e muito pequeno(|hµν|) ≪ 1, de modo que precisa-se apenas manter termos lineares em hµν em nossos c´alculos. Ao fazer essa aproximac¸˜ao, estamos efetivamente assumindo que as perturbac¸˜oes produzidas no espac¸o-tempo n˜ao s˜ao enormes. Esta abordagem de linearizac¸˜ao tem se mostrado extremamente ´util para c´alculos.

A primeira tentativa de provar que, em geral, as perturbac¸˜oes gravitacionais da rela-tividade se propagam como ondas com a velocidade da luz ´e devido ao pr´oprio Einstein (EINS-TEIN, 1918).

Detalhando o que foi falado acima, na pr´atica assume-se que o tensor m´etrico gµν n˜ao ´e muito diferente da m´etrica Minkowskiηµν= diag(−1,1,1,1), ou seja, gµν = ηµν, ent˜ao o tensor

gµν= ηµν+ hµν, (2.7)

como considera-se que hµν representa as pequenas correc¸˜oes para o espac¸o-tempo plano a m´etrica ηµν devido `a presenc¸a de um campo gravitacional fraco, ent˜ao os termos de ordem mais altas que a de primeira ordem de hµν podem ser desconsiderados nas equac¸˜oes de campo, e temos,

hµν= ηναhµα, h= hµµ = ηµνhµν, (2.8) isto ´e, os ´ındices de hµν sobem e descem com o tensor m´etrico n˜ao perturbadoηµν. As compo-nentes contravariantes de gµν s˜ao, nessa aproximac¸˜ao

(21)

de modo que, para primeira ordem em h, tem-se,

gµνgνα= (ηµν+ hµν)(ηνα− hνα) ≃ δµν− hµα+ hµα = δµν. (2.10) O s´ımbolo de Christoffel correspondente a m´etrica da equac¸˜ao (2.7) e s˜ao da mesma ordem que hµν Γρµν = 1 2g ρσ ∂νg µσ+ ∂µgνσ− ∂σgµν, (2.11) Γρµν = 1 2(η ρσ − hρσ)∂ν ηµσ+ hµσ+ ∂µ(ηνσ+ hνσ) − ∂σ ηµν+ hµν, (2.12) Γρµν= 1 2η ρσ νhµσ+ ∂µhνσ− ∂σhµν, (2.13) linearizando o tensor de Riemann, no qual, pode-se desconsiderar os termos Γ2 do tensor de curvatura, Rρσ µν = ∂µΓρσ ν− ∂νΓρσ µ+ Γρα µΓασ ν− Γ ρ ανΓασ µ (2.14) Rρσ µν = ηλ ρRλ σ µν (2.15) Rλ σ µν= ηλ ρ  ∂µ  1 2η ρβ ∂νh σ β+ ∂σhνβ− ∂βhσ ν  − ∂ν  1 2η ρβ ∂µh σ β+ ∂σhµβ− ∂βhσ µ  , (2.16) Rλ σ µν =1 2ηλ ρη ρβ ∂µ∂σh νβ+ ∂ν∂βhσ µ− ∂µ∂βhσ ν− ∂ν∂σhµβ  , (2.17) Rλ σ µν = 1 2 ∂µ∂σhνλ+ ∂ν∂λhσ µ− ∂µ∂λhσ ν− ∂ν∂σhµλ  , (2.18)

pode-se redefinir os ´ındices da seguinte forma,

Rµνρσ= 1

2 ∂ν∂ρhµσ+ ∂µ∂σhνρ− ∂µ∂ρhνσ− ∂ν∂σhµρ 

(22)

Contraindo o tensor de Riemann linearizado, obt´em-se ent˜ao o tensor de Ricci, Rµν= Rρµρν = ηλ ρRλ µρν, (2.20) Rµν = ηλ ρ 1 2 ∂µ∂ρhλ ν+ ∂λ∂νhµρ− ∂λ∂ρhµν− ∂µ∂νhλ ρ  , (2.21) Rµν = 1 2  ∂µηλ ρ∂ρhλ ν+ ηλ ρ∂λ∂νhµρ− ηλ ρ∂λ∂ρhµν− ∂µ∂νηλ ρhλ ρ  , (2.22)

em que, define-seηλ ρ∂λ∂ρ = ∂ρ∂ρ =  , no qual, ´e conhecido como operador de d’Alembert 5, j´a o termoηλ ρh

λ ρ = hλλ = h, define-se como o trac¸o de h. Assim o tensor de Ricci ´e,

Rµν =1 2 ∂

ρ∂ρ

hρν+ ∂ρ∂νhµρ− hµν− ∂µ∂νh. (2.23) No caso para o escalar de curvatura de Ricci,

R= Rµµ = ηµνRµν= ηµν 1 2 ∂ ρ∂ρh ρν+ ∂ρ∂νhµρ− hµν− ∂µ∂νh, (2.24) R= 1 2 ∂ ρν hρν+ ∂ρ∂µhµρ− h − h, (2.25) fazendoµ igual a ν, tem-se,

R= ∂ρ∂µhρ µ− h. (2.26)

Para escrever as equac¸˜oes linearizadas do movimento de maneira compacta, defini-mos a m´etrica do trac¸o-reverso,

¯hµ µ = hµν−1

2ηµνh, (2.27)

que ´e governada por uma equac¸˜ao de onda, que admite soluc¸˜oes de ondas planas semelhantes `as do eletromagnetismo, aqui hµν ´e a perturbac¸˜ao m´etrica e ¯hµν ´e a pertubac¸˜ao de trac¸o re-verso ou o trac¸o inre-verso de hµν6. Assim, obtˆem-se a soluc¸˜ao das equac¸˜oes de Einstein, para aproximac¸˜oes de campo fraco

hµν = ¯hµν− 1

2ηµν¯h. (2.28)

5Na teoria da Relatividade, Eletromagnetismo e Ondulat´oria, o operador de d’Alembert,´e tamb´em chamado

d’Alembertiano, ´e a generalizac¸˜ao do laplaciano na m´etrica de Minkowski.

6Note que ¯h≡ ηµν¯h

(23)

Usando as equac¸˜oes (2.23), (2.26) e (2.28) na equac¸˜ao (2.5) pode-se calcular o tensor de Einstein, e descobrimos que a linearizac¸˜ao das equac¸˜oes de Einstein ´e,

∂ρ∂µ  ¯hρν− 1 2ηρν¯h  + ∂ρ∂ν  ¯hρ µ− 1 2ηρ µ¯h  −   ¯hµν− 1 2ηµν¯h  + ∂µ∂ν¯h −ηµν  ∂ρ∂σ  ¯hρσ− 1 2ηρσ¯h  + ¯h  = 16πG c4 Tµν (2.29) ∂ρ∂µ¯hρν− 1 2∂ν∂µ¯h + ∂ ρ ν¯hρ µ− 1 2∂µ∂ν¯h − ¯hµν+ 1 2ηµν¯h + ∂µ∂ν¯h − ηµν∂ ρσ¯h ρσ +1 2ηµνηρσ∂ ρσ¯h − η µ µ ¯h=16πG c4 Tµν, (2.30)  ¯hµν+ ηµν∂ρ∂σ¯hρσ− ∂ρ∂µ¯hρν− ∂ρ∂ν¯hρ µ = −16πG c4 Tµν. (2.31) Na teoria linearizada hµν ´e invariante sob o grupo de Transformac¸˜oes de Poin-car´e, ou seja, o grupo de translac¸˜ao e as transformac¸˜oes de Lorentz, bem como em algumas transformac¸˜oes infinitesimais do tipo,

xµ → x′µ = xµ+ ξµ(x), (2.32)

no qual, as derivadas |∂µξν| s˜ao no m´aximo da mesma ordem de |hµν|. Usando a lei de transformac¸˜ao da m´etrica, gµν → g′µν(x′) = ∂ xρ ∂ x′µ ∂ xσ ∂ x′νgρσ(x), (2.33) ηµν′ + h′µν = ∂ (x′ρ− ξρ) ∂ x′µ ∂ (x′σ− ξσ) ∂ x′ν (ηρσ+ hρσ), (2.34) ηµν+ hµν =  δµρδνσ− δ ρ µ ∂ ξσ ∂ x′ν − δ σ ν ∂ ξρ ∂ x′µ + ∂ ξρ ∂ x′µ ∂ ξσ ∂ x′ν  (ηρσ+ hρσ), (2.35) ηµν+ hµν = δµρδνσηρσ− δ ρ µ ∂ ξσ ∂ x′νηρσ− δ σ ν ∂ ξρ ∂ x′µηρσ+ ∂ ξρ ∂ x′µ ∂ ξσ ∂ x′νηρσ +δµρδνσhρσ− δµρ ∂ ξσ ∂ x′νhρσ− δ σ ν ∂ ξρ ∂ x′µhρσ+ ∂ ξρ ∂ x′µ ∂ ξσ ∂ x′νhρσ, . (2.36)

(24)

eη′

µν = ηµν ´e invariante nos dois sistemas de coordenadas, descobrimos que a transformac¸˜ao de ordem mais baixa ´e,

hµν(x) → h′µν(x) = hµν(x) − ∂νξµ+ ∂µξν. (2.37) Para encontrar a transformac¸˜ao do ¯hµν tem-se

ηµνhµν(x′) = ηµνhµν(x) − ηµν ∂νξµ+ ∂µξν, (2.38)

h(x) = h(x) − ∂µξµ+ ∂νξν, (2.39) fazendoµ = ν conclui-se

h(x) = h(x) − 2∂µξµ. (2.40)

Assim para ¯hµν= hµν−12ηµνh, tem-se

¯h′ µν = h′µν− 1 2ηµνh(2.41) ¯h′ µν= hµν(x) − ∂µξµ+ ∂νξν  −1 2ηµν(h(x) − 2∂σξ σ) (2.42) ¯h′ µν=  hµν(x) −1 2ηµνh  − ∂µξµ− ∂νξν+ ηµν∂σξσ (2.43) ¯h′ µν = ¯hµν− ∂µξµ− ∂νξν+ ηµν∂σξσ (2.44) ¯hµν → ¯h(x′)µν = ¯hµν− ∂µξµ− ∂νξν+ ηµν∂σξσ. (2.45) Para a derivada da perturbac¸˜ao, a equac¸˜ao (2.45) comporta-se como

∂ν¯hµν → ∂ν¯h(x)µν′= ∂ν¯hµν− ∂ν∂µξµ− ∂ν∂νξν+ ηµν∂ν∂σξσ, (2.46)

∂ν¯hµν → ∂ν¯h(x)µν′= ∂ν¯hµν− ξµ. (2.47) No qual, no contexto da teoria linearizada, se a configurac¸˜ao inicial do campo hµν, tal que, ∂νhµν = fµ(x) com fµ(x) alguma func¸˜ao, para obter ∂νhµν′= 0 deve-se escolher

(25)

ξµ(x), de modo que

ξµ = fµ(x), (2.48)

pode-se impor7que ξµ= ∂µ¯hµν, tem-se a liberdade de escolher de gauge em um referencial, no qual

∂µ¯hµν = 0. (2.49)

Na literatura, geralmente a equac¸˜ao (2.49) ´e conhecido como gauge de Lorentz, em analogia com a eletrodinˆamica. A escolha do gauge de Lorentz imp˜oe quatro condic¸˜oes ao tensor sim´etrico hµν. Isso significa que as dez componentes independentes s˜ao reduzidos a seis. Fisicamente isso significa que ter um gauge corresponde `a liberdade de descrever o mesmo processo f´ısico em qualquer referencial com seu sistema de coordenadas apropriado. Da mesma forma, escolher um gauge espec´ıfico significa ir a um referencial fixo.

Ao analisar as equac¸˜oes de campo linearizadas de Einstein (2.31) e o gauge de Lo-rentz (2.49), pode-se notar que os ´ultimos trˆes termos do lado esquerdo desaparecem, portanto

 ¯hµν = −16πG

c4 Tµν. (2.50)

A propagac¸˜ao da perturbac¸˜ao na teoria linearizada aparece como uma onda, que ´e chamada de onda gravitacional, com amplitude ¯hµν(x). A equac¸˜ao (2.50) ´e a principal fer-ramenta para calcular a gerac¸˜ao de ondas gravitacionais de qualquer fonte. No entanto, para estudar a propagac¸˜ao e visualizar a ac¸˜ao das ondas gravitacionais com massas de teste e, even-tualmente, com um detector, deve-se olhar para a regi˜ao fora da fonte, no qual, o tensor energia-momento Tµν desaparece. As equac¸˜oes (2.49) e (2.50) juntas implicam em uma consistˆencia

∂νTµν = 0, (2.51)

que ´e a conservac¸˜ao do tensor Energia-Momento na teoria linearizada.

A interpretac¸˜ao f´ısica das aproximac¸˜oes impl´ıcitas na teoria linearizada podem ser resumidas da seguinte forma: os corpos que atuam como fontes de ondas gravitacionais s˜ao levados a mover-se em um espac¸o-tempo plano ao longo das trajet´orias determinadas por sua influˆencia m´utua. Em particular, para um sistema auto-gravitacional como uma estrela bin´aria, o fato de que a m´etrica espac¸o-tempo de fundo ´eηµν significa que ´e poss´ıvel descrever a sua dinˆamica usando a gravidade newtoniana, ao inv´es da relatividade geral completa. A resposta das massas de teste da onda gravitacional hµν gerado por esses corpos ´e calculada usando

7Note que, inserindo (2.37) em (2.19), sob a liberdade do gauge o tensor de Riemann linearizado tamb´em pode

(26)

gµν = ηµν+ hµν, e desprezando os termos de segunda ordem O(h2) e de ordem superiores

O(hn) ao avaliar os s´ımbolos de Christoffel ou o tensor de Riemann (LI, 2015).

Na pr´oxima sec¸˜ao, veremos como a m´etrica pode ser ainda mais simplificada no v´acuo, com uma escolha apropriada do gauge.

2.3 Propagac¸˜ao de ondas gravitacionais no v´acuo

A equac¸˜ao (2.50) ´e o resultado b´asico para calcular a gerac¸˜ao das ondas gravita-cionais dentro da teoria linearizada. Para estudar a propagac¸˜ao das ondas gravitagravita-cionais, bem como a interac¸˜ao com as massas de teste, ´e de extremo interesse analisar esta equac¸˜ao que ´e fora da fonte, ou seja, Tµν = 0

 ¯hµν= 0. (2.52)

A linearizac¸˜ao da equac¸˜ao (2.52) para campos gravitacionais no v´acuo, junto com as condic¸˜oes da equac¸˜ao (2.49), e simetria hµν= hν µ e hµµ= 0 descrevem, fisicamente, part´ıculas de spin-2 sem massa, como apontado primeiro por Pauli e Fierz (FIERZ; PAULI, 1939).

A equac¸˜ao (2.52) implica que as ondas gravitacionais viajam `a velocidade da luz (ver Apˆendice A). Fora da fonte e isso pode-se simplificar muito a forma da m´etrica, observando que a equac¸˜ao (2.49) n˜ao est´a fixando o gauge completamente, na verdade, vimos na equac¸˜ao (2.47) que, sob a transformac¸˜ao (2.32),∂ν¯hµν transforma-se como na equac¸˜ao. (2.47). Ent˜ao, a condic¸˜ao ¯hµν = 0 n˜ao ´e mudada por uma transformac¸˜ao de coordenadas adicional xµ →

xµ+ ξµ, no qual,

ξµ= 0. (2.53)

Se ξµ = 0, ent˜ao ξµν = 0 logo, conclui-se que

ξµν ≡ ∂µξν+ ∂νξµ− ηµν∂βξβ. (2.54) A equac¸˜ao (2.45) traz a informac¸˜ao que, das seis componentes independentes de ¯hµν, que satisfazem ¯hµν= 0, ent˜ao pode-se deduzir que a func¸˜ao ξµν, no qual dependem de quatro func¸˜oes arbitr´arias independentesξµ, e que satisfazem a equac¸˜ao, ξµν = 0. Isso signi-fica que pode-se escolher as func¸˜oes de modo a impor quatro condic¸˜oes em ¯hµν. Primeiramente em particular, escolhe-seξ0 de tal forma que o trac¸o ¯h= 0. Note que ¯h = 0, ent˜ao ¯hµν = hµν. As trˆes func¸˜oes ξi(x) s˜ao agora escolhidas de modo que h0i(x) = 0. Desde que ¯hµν = hµν, condic¸˜ao de Lorentz (∂ν¯hµν= 0) com µ = 0, ent˜ao tem-se

(27)

Tendo fixado o h0i = 0, isso simplifica para

∂0h00 = 0, (2.56)

conclui-se que h00 se torna constante no tempo. Um termo independente do tempo, o termo

h00 corresponde `a parte est´atica da interac¸˜ao gravitacional, isto ´e, ao potencial newtoniano da fonte que gerou a onda gravitacional. A onda gravitacional em si ´e a parte dependente do tempo e, portanto, no que diz respeito ao onda gravitacional , o termo∂0h

00 = 0 significa que h00 = 0. Ent˜ao, define-se todos as quatro componentes h0µ e ficamos apenas com os componentes espaciais hi j, para as quais a condic¸˜ao do gauge de Lorentz agora ´e∂ihi j= 0, e a condic¸˜ao de

trac¸o desaparece se tornando hii= 0. Em conclus˜ao, todo este conjunto de condic¸˜oes pode ser resumido

h0µ= 0 (apenas componentes espaciais),

hii= 0 (se trac¸o na parte espacial), (2.57)

ihi j= 0 (parte espacial ´e livre de divergˆencia).

A equac¸˜ao (2.57) ´e chamada de transverse-traceless ou gauge sem trac¸o transverso, ou simplesmente o TT de gauge, pois o trac¸o desaparece e as componentes n˜ao nulas do tensor

hµν est˜ao no plano transversal `a direc¸˜ao do propagac¸˜ao. Observe que as dez componentes inde-pendentes iniciais,foram reduzidos a seis com o gauge Lorentz, associado as quatro func¸˜oesξµ que satisfazem a equac¸˜ao ξµ= 0, e assim fica-se com apenas dois graus de liberdade. Al´em disso, observe que o TT de gauge s´o pode ser escolhido fora da fonte, desde que dentro ¯hµν seja diferente de zero e somente o gauge de Lorentz possa ser usado.

A soluc¸˜ao da equac¸˜ao (2.52) tem forma onda plana, pode-se ver detalhadamente no Apˆendice A, Define-se a m´etrica no TT de gauge por hT Ti j (x) = ei j(~k)eikx, com kµ=



ω/c,~k8 e ω/c = |~k| . O tensor ei j(~k) ´e conhecido como tensor de polarizac¸˜ao. Para uma onda de

plano ´unico com um dado vetor de onda ~k 9, observe que a partir da equac¸˜ao (A.20) que as componentes n˜ao nulas de hT Ti j est˜ao no plano transversal ao ˆn porque, em uma onda plana, a condic¸˜ao∂ih

i j = 0 se torna nihi j = 0. Particularizando a escolha para a definic¸˜ao ˆn na direc¸˜ao

8E a convenc¸˜ao usual de que a parte real ´e obtida no final do c´alculo.

9Ou para uma superposic¸˜ao de ondas planas com frequˆencias diferentes, mas todas com a mesma direc¸˜ao de

(28)

do eixo z, e, impondo que hi j seja sim´etrica e sem trac¸o, tem-se hT Ti j (t, z) =     h+ hx 0 hx −h+ 0 0 0 0     i j cos[ω(t − z/c)], (2.58)

no qual, (i, j) s˜ao os ´ındices no plano transversal (x, y), h+ e hx s˜ao chamados amplitudes da

polarizac¸˜ao plus e cross da onda (LI, 2015).

Esta soluc¸˜ao pode ser projetada no TT de gauge para encontrar a soluc¸˜ao geral da onda plana hµν(x) se propagando na direc¸˜ao ˆn, fora das fontes, j´a no gauge de Lorentz (ver Apˆendice A). O operador de projec¸˜ao

Λi j,kl( ˆn) ≡ PikPjl

1

2Pi jPkl, (2.59)

no qual, o Pi j ´e definido como

Pi j( ˆn) ≡ δi j− ninj, (2.60)

e ni ´e a direc¸˜ao de propagac¸˜ao da onda gravitacional.

Agora aplica-se o tensor Lambda a perturbac¸˜ao hµν de uma onda plana no gauge de Lorentz, por´em ainda n˜ao no TT gauge, a onda gravitacional no TT gauge ´e dado em termos das componentes espaciais hi j de hµν (WEINBERG, 1973)

hT Ti j = Λi j,kl( ˆn)hkl. (2.61)

Por construc¸˜ao, o lado direito da equac¸˜ao (2.61) ´e transversal e sem trac¸os em(i, j), enquanto que, do fato de que foi uma soluc¸˜ao da equac¸˜ao de onda no v´acuo e que estava no gauge de Lorentz10ou fisicamente falando a escolha adequada do sistema de referˆencia, segue-se que hT Ti j = 0.

2.4 Interac¸˜ao de ondas gravitacionais com massas de teste

Considere duas part´ıculas livres em repouso. Uma na origem e outra em x= ε,

z= y = 0. A sua distˆancia relativa ´e,

∆ℓ ≡ Z |ds2|1/2= Z Pf Pi |gµνdxµdxν|1/2= Z ε 0 |gxx| 1/2dx, (2.62)

10Observe que ´e importante que h

µνj´a esteja no guage de Lorentz, caso contr´ario, a equac¸˜ao de movimento que

(29)

de|hµν|<< 1, pode-se aproximar esta integral para, ∆ℓ ≈ |gxx(x = 0)|1/2ε ≈ [1 + 1 2h T T xx (x = 0)]ε, (2.63)

da equac¸˜ao ¯hµν = Aµνeikα xα, ver Apˆendice A, segue-se que a perturbac¸˜ao oscila com o tempo,

portanto, a pr´opria distˆancia entre as duas part´ıculas oscilam. Este fenˆomeno ocorrer nos testes para a detecc¸˜ao de ondas gravitacionais.

Segue da Equac¸˜ao (2.58) que as ondas gravitacionais tˆem dois componentes in-dependentes, hxx e hxy. Para ver o efeito de cada componente, pode-se analisar um anel de

part´ıculas livres em repouso.

Deixe hT Txx 6= 0 e hT Txy = 0. Por uma quest˜ao de simplicidade, em vez de um anel, considere dois pares de part´ıculas livres diametralmente opostas. No caso um par de part´ıculas como descrito acima. O outro par de part´ıculas, uma part´ıcula na origem e o outro em y= ε, z =

x= 0. Ent˜ao, o mesmo c´alculo exato que acima mostra que,

∆ℓ ≈ |gyy(x = 0)|1/2ε ≈ [1 + 1 2h T T yy (x = 0)]ε = [1 − 1 2h T T xx (x = 0)]ε, (2.64)

Ent˜ao fica evidente que esses dois pares oscilam em um padr˜ao′+′. Agora hT Txx = 0 e hT Txy 6= 0, considerando outros dois pares de part´ıculas livres diametralmente opostas em um imagin´ario c´ırculo, cujas posic¸˜oes espaciais s˜ao (ver Fig. 2)

pi1 ε + ε √ 2 2 , ε √ 2 2 , 0 ! , (2.65) pi2 ε + ε √ 2 2 , −ε √ 2 2 , 0 ! , (2.66) pi3 ε − ε √ 2 2 , −ε √ 2 2 , 0 ! , (2.67) pi4 ε − ε √ 2 2 , ε √ 2 2 , 0 ! . (2.68)

(30)

Figura 2 – Quatro part´ıculas livres diametralmente opostas. Os eixos est˜ao em unidades deε.

Fonte: (PEREIRA, 2017).

Calculando-se a distˆancia correta entre as part´ıculas 1 e 3.

∆ℓ ≡ Z |ds2|1/2= Z Pf Pi |gµνdxµdxν|1/2= Z Pf Pi |21+ h(T T )xy  dxdy|1/2 Z Pf Pi |dxdy|1/2 (2.69) ∆ℓ ≈ 2|1+ h(T T )xy  |1/2 Z xf xi dx (2.70) ∆ℓ ≈ 2√2|1+ h(T T )xy  |1/2ε (2.71)

Obtendo-se o mesmo resultado para as part´ıculas 2 e 4. Portanto, esses dois pares oscilam em um padr˜ao x. O racioc´ınio acima se estende naturalmente a um anel de part´ıculas, ent˜ao pode-se ver que o anel se deforma de acordo com a Fig. 3. Quando h(T T )xx 6= 0 e h(T T )xy = 0

afirma-se que a onda gravitacional tem polarizac¸˜ao plus h+. Quando h(T T )xx = 0 e h(T T )xx 6= 0

(31)

Figura 3 – Um c´ırculo de part´ıculas livres deformadas pela passagem de um onda gravitacional.

Fonte: (HENDRY, 2007).

2.5 Gerac¸˜ao de ondas gravitacionais

A soluc¸˜ao das equac¸˜oes de campo de Einstein linearizadas (2.50) pode ser obtida utilizando a func¸˜ao de Green e o m´etodo das transformadas de Fourier. A soluc¸˜ao ´e exatamente an´aloga a teoria dos potenciais do eletromagnetismo (JACKSON, 2007).

A equac¸˜ao (2.50) ´e por definic¸˜ao linear em hµν e pode ser resolvida da mesma maneira que em eletromagnetismo. Define-se a func¸˜ao de Green G(x − x′) atrav´es da equac¸˜ao

xG(x − x′) = δ4(x − x′), (2.72) a soluc¸˜ao para equac¸˜ao (2.50) em termos de a func¸˜ao de Green ´e dada por,

¯hµν(~x) = −16πG

c4 Z

d4xG(x − x)Tµν(x′). (2.73) A soluc¸˜ao da equac¸˜ao (2.72) depende, ´e claro, das condic¸˜oes de contorno que impo-mos. Assim como no eletromagnetismo, para um problema de radiac¸˜ao, a soluc¸˜ao apropriada ´e

(32)

a func¸˜ao retardada do Green11 G(x − x) = − 1 4π|x − x|δ (x 0 r− x0 ), (2.75)

subsistindo a func¸˜ao de green na equac¸˜ao (2.73), tem-se

¯hµν(~x) =16πG c4 Z d3xdx0δ h x0− x′0  − |~x −~x|iTµν(x′ 0,~x′) 4π|~x −~x| , (2.76) ¯hµν(~x) = 4G c4 Z d3xTµν(x0− |~x −~x|,~x) |~x −~x| , (2.77) no qual, x′0= ct′0, x0 r = ctr, tr= t −|~x −~x| c , (2.78)

e escreve-se a soluc¸˜ao para as condic¸˜oes de contorno atrav´es do tempo retardado (MISNER et al., 2017), a soluc¸˜ao para (2.50) em termos da func¸˜ao de Green retardado ´e dada por,

¯hµν(t,~x) = 4G c4 Z d3x|~x −~x|Tµν  t|~x −~x| c ,~x′  , (2.79)

Aplicando-se o gauge de TT e escolhendo a origem das coordenadas para estar no centro de massa da fonte e o observador estar na posic¸˜ao apontada pelo vetor~x, e exigindo que o observador esteja bem distante da fonte (LI, 2015). Atrav´es da equac¸˜ao (2.61), hT Ti j Λi j,klhkl=

Λi j,kl¯hkl, pode-se escrever a equac¸˜ao da seguinte forma

hT Ti j (t,~x) =4G ci j,kl( ˆn) Z d3x|~x −~x|Tkl  t|~x −~x| c ,~x ′  . (2.80)

A notac¸˜ao ˆx= ˆn, ˆn = ~x/r e |~x|= r. Note que hT Ti j depende apenas das integrais dos componentes espaciais Tkl. A raz˜ao que permitiu eliminar T0ke T00 ´e que eles est˜ao relacionados com Tkl pela conservac¸˜ao do tensor energia-momento. Agora, denotando-se d o tamanho t´ıpico da fonte, e aproximando d≪ r pode-se realizar a expans˜ao, veja a Fig (4)

11Mais precisamente, a func¸˜ao de retardada de Green ´e selecionada pela imposic¸˜ao das condic¸˜oes de contorno

”radiac¸˜ao de entrada”de Kirchoff-Sommerfeld, isto ´e, imp˜oe-se lim t−→∞  ∂ ∂ r+ ∂ c∂ t  (r ¯hµν)(~x,t) = 0 (2.74)

no qual, o limite ´e tomado ao longo de qualquer superf´ıcie ct+ r = constante, juntamente com a condic¸˜ao de

que r ¯hµν e r∂ρ¯hµν seja a condic¸˜ao de contorno neste limite. Fisicamente, isso significa que n˜ao h´a radiac¸˜ao de

(33)

Figura 4 – Uma ilustrac¸˜ao gr´afica da relac¸˜ao do r bem distante da fonte. Fonte: O autor. |~x −~x|= q (~x −~x)2= q r2+ r′2− 2~x ·~x= r   1 + r′2 r2 − 2~x ·~xr2 | {z } ε    1/2 = r (1 + ε)1/2, (2.81)

aplicando a s´erie de Taylorε ≪ 1,

|~x −~x|= r  1+1 2ε + ···  , (2.82) |~x −~x|= r −~x· ˆn +d 2 2r. (2.83)

(34)

est´a localizado, de modo que toma-se o limite r→ ∞ em t fixo 12. ou seja, considerando o observador longe da fonte, reescreve-se o denominador da equac¸˜ao (2.80), no qual,|~x −~x|= r, portanto, a grandes distˆancias, tem-se

hT Ti j (t,~x) = 4G c4rΛi j,kl( ˆn) Z d3xTkl tr c+ ~x· ˆn c ,~x′ ! , (2.84)

As equac¸˜oes para a gerac¸˜ao de radiac¸˜ao s˜ao muito simplificadas se as velocida-des t´ıpicas dentro da fonte forem pequenas em comparac¸˜ao com a velocidade da luz. Essa aproximac¸˜ao pode ser feita, j´a que espera-se que a velocidade da fonte ´e muito menor que a ve-locidade da luz, ou seja, v/c ≪ 1. Se ωs ´e a frequˆencia angular t´ıpica do movimento dentro da

fonte e d ´e o tamanho da fonte, as velocidades t´ıpicas dentro da fonte s˜ao v ∽ωsd. A frequˆencia

ω da radiac¸˜ao tamb´em ser´a de ordem ωs13 e, portanto,ω ∽ ωs ∽ v/d. Em termos λ = c/ω,

isto significa queλ ∽c

vd. Portanto, para fontes n˜ao relativ´ısticas com v≪ c o comprimento de

onda de uma onda gravitacional ´e muito maior que seu tamanho t´ıpico

λ ≫ d, (2.85)

ent˜ao pode-se realizar uma expans˜ao em v/c do tensor de energia-momento

Tkl tr c+ ~x· ˆn c ,~x′ ! ≃ Tkl  tr c,~x′  +xi ni c ∂0Tkl+ 1 2c2xi xjninj02Tkl+ ···, (2.86)

no qual, todos os Tkle suas derivadas s˜ao calculados no ponto



trc,~x′. Para simplificar ainda mais as equac¸˜oes, define-se a partir do tensor energia-momento Ti j

hT Ti j (t,~x) = 4G c4rΛi j,kl( ˆn) Z d3x′ " Tkltr c,~x ′+xi ni c ∂0Tkl+ 1 2c2xi xjninj02Tkl+ ··· # , (2.87) Si j(t) = Z d3xTi j(t,~x), (2.88) Si j,k(t) = Z d3xTi j(t,~x)xk, (2.89) Si j,kl(t) = Z d3xTi j(t,~x)xkxl, (2.90)

12Na teoria linearizada, as ondas gravitacionais s˜ao estudadas no espac¸o infinito, ou seja, r→ ∞ em t fixo

13Veremos que uma fonte realizando uma oscilac¸˜ao harmˆonica simples na frequˆencia ω

s emite ω = 2ωs de

(35)

Si j,kl...n(t) = Z

d3xTi j(t,~x)xkxl...xn. (2.91) Usando-se essas definic¸˜oes e colocando-se a expans˜ao para baixa velocidade, obtˆem-se hT Ti j (t,~x) = 4G c4rΛi j,kl( ˆn)  Skl+1 cnmS˙ kl,m+ 1 2c2nmnpS¨ kl,mp + ···  . (2.92)

A equac¸˜ao (2.92) ´e geralmente chamada de expans˜ao multipolar e pode ser expan-dida at´e ordem arbitr´aria, tendo em conta os termos de alta ordem (2.86).

O significado f´ısico dos v´arios termos da expans˜ao torna-se mais claro quando elimina-se o momento de Ti j em favor do momento da densidade de energia T00, e do mo-mento linear, Tc0i. Ent˜ao define-se o momento de Tc00

M= 1 c2 Z d3xT00(t,~x), (2.93) Mi= 1 c2 Z d3xT00(t,~x)xi, (2.94) Mi j = 1 c2 Z d3xT00(t,~x)xixj, (2.95) Mi jk= 1 c2 Z d3xT00(t,~x)xixjxk (2.96) Mi jk...n= 1 c2 Z d3xT00(t,~x)xixjxk...xn. (2.97) A densidade de momento 1cT0i ´e denotado por

P=1 c Z d3xT0i(t,~x), (2.98) Pi=1 c Z d3xT0i(t,~x)xi, (2.99) Pi j= 1 c Z d3xT0i(t,~x)xixj, (2.100) Pi jk= 1 c Z d3xT0i(t,~x)xixjxk (2.101)

(36)

Pi jk...n=1

c Z

d3xT0i(t,~x)xixjxk...xn. (2.102) Assim, as derivadas temporais dessas quantidades e do momento de Ti j satisfazem as relac¸˜oes que se seguem da conservac¸˜ao energia-momento. O tensor energia-momento de mat´eria Tµν satisfaz a equac¸˜ao de espac¸o plano∂µTµν = 0.

Para obter as identidades, tomando-se uma caixa de volume V maior que a fonte, e denotamos seu limite por∂V (ent˜ao o Tµν desaparece em∂V ). Ent˜ao

∂µTµ0= ∂0T00+ ∂iTi0= 0, (2.103) ∂0T00= −∂iTi0, (2.104) note que ˙M= ∂ M∂ t = c∂0M ˙ M= c∂0M= 1 c Z d3x∂0T00= −1 c Z d3xiT0i. (2.105)

Observe que um sistema f´ısico que irradia ondas gravitacionais perde sua massa. A conservac¸˜ao da massa M do corpo radiante, expressada pela equac¸˜ao (2.105), deve-se ao fato que na aproximac¸˜ao linearizada a ac¸˜ao retroativa da origem `a dinˆamica, devido `a energia levada pelas ondas gravitacionais ´e desconsiderada. Da mesma forma, obtˆem-se a identidade

c ˙Mi= Z d3xxi∂0T00= − Z d3xxijT0 j= Z d3x(∂jxi)T0 j = Z d3xδijT0 j = cPi. (2.106) De maneira an´aloga, obt´em-se as identidades semelhantes para os termos de mais alta ordem do momento de T00 e T0i para os primeiros momentos de ordem mais baixa de T00 tem-se. ˙ M= 0, (2.107) ˙ Mi= Pi, (2.108) ˙ Mi j = Pi, j+ Pj,i, (2.109) ˙ Mi jk= Pi, jk+ Pj, jki+ Pk,i j. (2.110)

(37)

Para o momento de ordem mais baixa de T0i tem-se ˙ Pi= 0, (2.111) ˙ Pi, j= Si j, (2.112) ˙ Pi, jk= Si j,k+ Sik, j. (2.113) Percebe-se que as equac¸˜oes ˙M= 0 e ˙Pi= 0 s˜ao respectivamente a conservac¸˜ao da massa e do momento total da fonte. Outra identidade interessante ´e ˙ ˙Pi, j− ˙Pj,i= Si j− Si j= 0,

que segue da equac¸˜ao (2.112), usando o fato de que Si j ´e um tensor sim´etrico, e ´e a conservac¸˜ao do momento angular da fonte.

Al´em disso, o momento linear ˙Mi= 0 tamb´em ´e conservado, desde que ¨Mi = 0, enquanto o momento angular ˙Mi j tem uma derivada que corresponde a duas vezes o primeiro momento do tensor energia-momento

¨ Mi j= ∂02 Z d3xT00xixj= Z d3x(∂klTkl)xixj= Z d3x2Ti j= 2Si j. (2.114) Combinando-se as equac¸˜oes (2.110) e a (2.113) obt´em-se

... Mi jk= 2  ˙ Si, jk+ ˙Sik, j+ ˙Sjk,i  , (2.115)

derivando da equac¸˜ao (2.113) segue-se tamb´em que

¨

Pi, jk= ˙Si j,k+ ˙Sik, j, (2.116) utilizando a equac¸˜ao (2.115) pode-se verificar que

˙ Si j,k=1 6 ... Mi jk+1 3  ¨ Pi, jk+ ¨Pj,ik− 2 ¨Pk,i j. (2.117) As equac¸˜oes (2.114) e (2.117) relacionam-se Si j e ˙Si j,k, que s˜ao os dois momentos de ordem mais baixa que aparecem na expans˜ao multipolar (2.92), at´e o momento de T00 e de

T0i, e tamb´em pode-se proceder da mesma forma com os termos de mais alto ordem.

Os dois primeiros momentos de massa n˜ao podem contribuir para a emiss˜ao das ondas gravitacionais, uma vez que s˜ao conservados. A radiac¸˜ao de ordem principal ´e dada pelo

(38)

momento quadrupolo, usando a equac¸˜ao (2.114), o termo principal da expans˜ao (2.92) ´e

hT Ti j (t,~x) = 2G

c4rΛi j,kl( ˆn) ¨M

kl(t

ret). (2.118)

Do ponto de vista do grupo de rotac¸˜ao 14, o tensor Mkl, como qualquer tensor sim´etrico com dois ´ındices, decomp˜oe-se em representac¸˜oes irredut´ıveis como

Mkl=  Mkl1 3δ klM ii  +1 3δ klM ii, (2.119)

no qual, Mii ´e o trac¸o de Mi j. O primeiro termo ´e o sem trac¸o por construc¸˜ao, e ´e um operador spin− 2 puro, enquanto a parte trac¸o ´e um escalar. Como o tensor lambda Λi j,kld´a zero quando contra´ıdo comδkl, apenas o termo sem trac¸o contribui. Define-se a notac¸˜ao

ρ = 1

c2T 00

. (2.120)

Para as ordem mais baixa em v/c, ρ torna-se a densidade de massa 15. Tamb´em introduzimos o momento de quadrupolo

Qi j ≡ Mi j1 3δ i jM kk= Z d3xρ(t,~x)  xixj1 3r 2δi j  , (2.121)

ent˜ao a equac¸˜ao (2.118) torna-se

hT Ti j (t,~x) = 2G

c4rΛi j,kl( ˆn) ¨Qkl(tret). (2.122) Quando o campo gravitacional ´e forte, h´a um n´umero de efeitos n˜ao-lineares que in-fluenciam a gerac¸˜ao e propagac¸˜ao de ondas gravitacionais. Por exemplo, os efeitos n˜ao-lineares s˜ao significativos durante as ´ultimas fases de formac¸˜ao de buraco negro. A descric¸˜ao anal´ıtica de tal mudanc¸a dinˆamica no espac¸o-tempo ´e imposs´ıvel. Al´em disso, existem diferenc¸as nas pre-vis˜oes de v´arias teorias da gravidade relativ´ıstica no caso de altas concentrac¸˜oes de distribuic¸˜oes de energia que variam rapidamente.

No entanto, todas as teorias m´etricas da gravidade16, desde que essas teorias

ad-14Em mecˆanica e geometria ,o grupo de rotac¸˜ao 3D , frequentemente denotado SO(3) , ´e o grupo de todas as

rotac¸˜oes sobre a origem de tridimensional espac¸o euclidiano R3sob a operac¸˜ao da composic¸˜ao. Matematicamente

um grupo de rotac¸˜ao ´e um grupo no qual os elementos s˜ao matrizes ortogonais com determinante 1. No caso do espac¸o tridimensional, o grupo de rotac¸˜ao ´e conhecido como o grupo ortogonal especial (HAMERMESH, 2012).

15Dimensionalmente, T

00/c2 ´e uma densidade de massa mas, claro, al´em da contribuic¸˜ao devida `a massa

res-tante da fonte, cont´em tamb´em todas as contribuic¸˜oes para T00provenientes da energia cin´etica das part´ıculas que

comp˜oem a fonte, contribuic¸˜oes da energia potencial Para fontes que geram um forte campo gravitacional, como estrelas de nˆeutrons, a energia de ligac¸˜ao gravitacional tamb´em ser´a importante. Apenas para fontes de campo

fraco e no limite n˜ao relativ´ıstico, T00/c2se torna a densidade de massa. No entanto, como a expans˜ao multipolar

da teoria linearizada assume campos fracos e ´e uma expans˜ao n˜ao relativ´ıstica, para a ordem mais baixa em v/c,

podemos realmente substituir T00/c2pela densidade de massa.

16Muitas vezes a relatividade geral ´e chamada de teoria m´etrica da gravidade, ou simplesmente gravidade

(39)

mitam o limite newtoniano, obt´em previs˜oes semelhantes para a quantidade total de radiac¸˜ao gravitacional emitida pela onda gravitacional de fontes fraca, isto ´e, fontes onde o conte´udo energ´etico ´e pequeno o suficiente para produzir apenas pequenas deformac¸˜oes do espac¸o-tempo plano e onde todos os movimentos s˜ao lentos comparados com a velocidade da luz.

Se a distribuic¸˜ao de massa que produziu a onda gravitacional ´e pequena comparada com o comprimento de onda, a amplitude pode ser calculada a partir da aproximac¸˜ao quadru-polar dada pela equac¸˜ao (MAUCELI, 1997)

hT Ti j (t,~x) =1 r 2G c4Q¨ T T i j (tret), (2.123)

no qual, Qi j ´e o momento de quadrupolo e r ´e a distˆancia `a fonte. Percebe-se que a amplitude

´e muito pequena devido ao fator G

c4 = 8x10−45s2kg−1m−1, o que torna muito dif´ıcil produzir

tais ondas em laborat´orio. Ou seja, essa variac¸˜ao de distˆancia entre duas part´ıculas seria t˜ao pequena que nenhum instrumento poderia med´ı-la. Por´em, considera-se eventos de dimens˜oes astronˆomicas, isto ´e, fontes astrof´ısicas de ondas gravitacionais, as expectativas em detect´a-las seriam mais otimistas e ent˜ao as amplitudes dessas ondas poder˜ao ser definitivamente medidas. As fontes de ondas gravitacionais podem ser classificadas pelo comportamento temporal do seu sinal. De acordo com essa classificac¸˜ao, as fontes s˜ao divididas em: fontes

chirps, fontes impulsivas bursts, fontes peri´odicas e fontes estoc´asticas ver detalhadamente no Apˆendice B.

Impondo ˆn= ˆz como a direc¸˜ao de propagac¸˜ao da onda gravitacional, como feito anteriormente, sem perda de generalidade, pode-se calcular os componentes do momento qua-drupolo ¨Mkl projetada no gauge do sem trac¸o reverso (Ver Apˆendice A.2 ), usando o tensor Lambda, ou seja, ¨Mi jT T = Λi j,kl( ˆn) ¨Mkl Λi j,kl( ˆn) ¨Mkl=     ¨ M11− ¨M22 2 M¨12 0 ¨ M21 − ¨ M11− ¨M22 2 0 0 0 0     i j . (2.124)

A partir disto, tem-se diretamente as duas amplitudes de polarizac¸˜ao plus e cross de uma onda gravitacional viajando na direc¸˜ao z e na aproximac¸˜ao quadrupolar que definimos em (2.58) pode-se ver diretamente a equac¸˜ao

h+= 1 r G c4 M¨11− ¨M22  , (2.125) hx= 2 r G c4M¨12. (2.126)

(40)

se propaga em uma direc¸˜ao gen´erica ˆn, introduzimos dois vetores unit´arios ˆx′e ˆy′, ortogonais a ˆ

ne entre si, escolhido de modo que ˆx× ˆy= ˆn, veja a Figura (5).

Figura 5 – A relac¸˜ao entre o referencial (x, y, z) e o referencial ( ˆx, ˆy, ˆn). O vetor ˆx′ est´a no plano(x, y), enquanto ˆy′aponta para baixo, em relac¸˜ao ao plano(x, y).

Fonte: O autor.

Ent˜ao no referencial(x, y, z), a onda se propaga ao longo do eixo ˆn = z′, ent˜ao pode-se usar o resultado anterior para h+ e hx,

h+(t, ˆn) =1 r G c4 M¨′11− ¨M′22  , (2.127) hx(t, ˆn) = 2 r G c4M¨′12, (2.128)

no qual, Mi j′ s˜ao as componentes do segundo momento de massa no referencial(x, y, z′). Estes podem ser relacionados as componentes Mi j no referencial(x, y, z) observa-se que no referencial

(x, y, z) o vetor ˆn tem coordenadas ni= (0, 0, 1), enquanto no referencial (x, y, z), Este resultado pode ser estendido para direc¸˜oes de propagac¸˜ao gen´erica ˆn. Apresentar as coordenadas esf´ericas (φ , θ ) de modo que

ˆ

n= ni= (senθ senφ , senθ cosφ , cosθ ), (2.129)

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