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Prática Civil 4 Recursos ABCDE 2020 2S

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(1)

Plano de Ensino

IV – Recursos

1. Requisitos formais

1.1. Embargos de declaração (6)

4A

1.2. Agravo de instrumento (7)

4B

1.3. Apelação (8)

4C

1.4. Recursos especial e extraordinário (13/14)

6A/B

(2)

Embargos de Declaração

1

Introdução

Os embargos de declaração são oponíveis quando houver,

na decisão judicial

,

obscuridade

,

contradição,

omissão

ou

erro material

, conforme dispõe o art. 1.022 do CPC.

A sua finalidade é aprimorar uma decisão que padece de

algum vício de conteúdo, integrando-a.

“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

(3)

Embargos de Declaração

2

Omissão

Porém, no tocante à omissão, é indispensável que o juiz

tenha a obrigação de se manifestar sobre o ponto ou

questão indicado no recurso.

A lei, entretanto, indica hipóteses em que a omissão resta

configurada:

“Art. 1.022.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de

casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência

aplicável ao caso sob julgamento;

(4)

Embargos de Declaração

3

Prazo

A regra está prevista no art. 1.023 do CPC, com a previsão

do prazo de

cinco dias

, da intimação da decisão para a

apresentação dos embargos de declaração.

(5)

Embargos de Declaração

4

Competência

Na modalidade dos embargos de declaração o embargante

dirigirá o recurso à autoridade judicial que exarou a decisão

embargada, nos termos do art. 1.023 do CPC, que poderá

ser:

o juiz

o relator do processo no Tribunal

Cuidado: O STJ entende ser

“inadmissível embargos de declaração contra despachos denegatórios de recursos especial e extraordinário”

, em detrimento do art. 1.022 do CPC

[qualquer decisão]

e de grande parte da Doutrina.

(6)

Embargos de Declaração

5

Efeitos

Os embargos de declaração provocam a interrupção do prazo para

a interposição de outros recursos, por qualquer das partes (CPC,

1.026), porém, expressamente,

não possuem efeito suspensivo

,

não impedindo a execução imediata da decisão.

Nota: O efeito suspensivo poderá ser concedido se demonstrada a

probabilidade de provimento do recurso, ou se houver risco de

dano grave ou de difícil reparação

(CPC, 1.026, § 1º)

.

“§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

(7)

Embargos de Declaração

6

Formato da Peça

Os embargos serão elaborados em petição escrita:

dirigida ao próprio juiz da causa ou ao relator do

acórdão;

com indicação do ponto obscuro, contraditório ou

omisso, nos termos do art. 1.023 do CPC;

É necessária a efetiva demonstração do ponto obscuro, contraditório ou omisso

a peça não exige preparo para sua tramitação, bem

como não necessita estar subdivida em interposição

e razões.

(8)

Embargos de Declaração

7

Do Pedido

Na peça do recurso deve constar pedido de conhecimento

dos embargos para que sejam acolhidos com a declaração

da integração da decisão, sentença ou do acórdão,

sanando-se a

obscuridade

,

a

contradição,

a

omissão

ou

(9)

Sugestão

de Recurso

(10)

Adilmara, brasileira, solteira, desempregada, beneficiária da justiça gratuita, ajuizou ação de indenização por dano moral contra o BANCO GRANA S/A, por anotação irregular no SERASA, que foi julgada procedente, com a condenação do réu ao pagamento de indenização de R$ 20.000,00, acrescida de correção monetária, juros de mora, honorários advocatícios de R$ 2.000,00 e demais verbas de sucumbência. Em razão de tal resultado, o réu recorreu alegando que a existência de anotações preexistentes impedem a configuração dano moral. Diante da constatação de anotações preexistentes o recurso foi provido com base na Súmula nº 385 do STJ (Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento), reformando a sentença. No acórdão

redigido pelo Desembargador Santos Silva também foi determinada a inversão do ônus da sucumbência, o que, por via de consequência, acarretou a condenação de Adilmara no pagamento dos honorários de advogado de R$ 2.000,00 e nas demais verbas de sucumbência.

QUESTÃO: Na qualidade de advogado(a) de Adilmara, promova o recurso pertinente, considerando a peculiar situação da autora.

(11)

EXMO. SR. DR. DES. RELATOR DA [número]CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO – DES. SANTOS SILVA.

Processo nº [número] - Acórdão nº [número]

Adilmara[sobrenome], parte já qualificada, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da apelação n. [número], vem, respeitosamente à presença de V. Exa., com fulcro no art. 1.022, II, do CPC, opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, contra o v. acórdão proferido nos autos em epígrafe, pelos

motivos de fato e de direito que passa a expor.

I. HISTÓRICO

A embargante, na condição de parte autora, beneficiária da justiça gratuita, ajuizou a presente ação de indenização por dano moral que acabou sendo julgada procedente, com a condenação do réu ao pagamento de indenização de R$ 20.000,00, acrescida de correção monetária, juros de mora, honorários advocatícios de R$ 2.000,00 e demais verbas de sucumbência.

(12)

Inconformado, o réu interpôs apelação, que nos termos do acórdão de

fls.

[número]

foi provida para reforma a r. sentença e julgar improcedente o

pedido, condenando a parte autora, ora embargante, na inversão da

totalidade da verba de sucumbência.

II - DO CABIMENTO DOS PRESENTES EMBARGOS

Dispõe o art. 1.022, II, do CPC ser cabível a oposição de embargos de

declaração para suprir

“omissão de ponto ou questão sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal”

. Obviamente, no acórdão ocorreu a

omissão sobre o fato da parte autora ser beneficiária da justiça gratuita,

que deveria ser observado diante da reforma da r. sentença.

Tal omissão demonstra o cabimento dos presentes embargos de

declaração.

(13)

III. DA OMISSÃO DE FATO NO ACÓRDÃO

Ao relatar o acórdão o Des. Relator determinou a inversão do ônus da

sucumbência, acarretando a condenação da autora no pagamento da

verba honorária já fixada, acrescida das demais verbas de sucumbência,

fixadas na r. sentença de primeiro grau que acabou reformada.

Ocorre, porém, que a parte autora, ora embargante, ostenta a condição

beneficiária da justiça gratuita, conforme deferimento do benefício às

fls.

[número]

, que não foi objeto de impugnação pela parte adversária.

Nesse sentido, a autora está isenta do pagamento da verba de

sucumbência conforme disposto no art. 98, § 1º, I e VI do CPC:

"Art. 98. (...)

§ 1º A gratuidade da justiça compreende: I - as taxas ou as custas judiciais;

(...)

VI - os honorários do advogado e do perito e remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para a apresentação de versão em português de documento redigido em lingua estrangeira";

(14)

Com efeito, os presentes embargos de declaração deverão ser acolhidos para que conste do v. acórdão a isenção da parte autora ao pagamento dos honorários de advogado e demais verbas de sucumbência, nos termos do art. 98, § 1º, I e VI, do CPC.

Demonstrada a omissão do v. acórdão, nada mais resta à embargante senão elaborar o pedido de provimento.

IV. DO PEDIDO

Ante o exposto, esta se apresenta para requerer sejam os presentes embargos de declaração conhecidos e acolhidos, dando-se provimento aos mesmos para suprir a omissão verificada no v. acórdão, com o reconhecimento de que a parte autora ostenta a condição de beneficiária da justiça gratuita, fazendo jus à isenção ao pagamento dos honorários advocatícios e das demais verbas de sucumbência, nos termos do art. 98, § 1º, I e VI, do CPC.

São Paulo, (data). (Nome do Advogado) (Número da OAB)

(15)

Plano de Ensino

IV – Recursos

1. Requisitos formais

1.1. Embargos de declaração (6)

4A

1.2. Agravo de instrumento (7)

4B

1.3. Apelação (8)

4C

1.4. Recursos especial e extraordinário (13/14)

6A/B

(16)

Agravo de Instrumento

1

Introdução

É o recurso cabível contra

algumas

das

decisões interlocutórias

,

conforme a previsão dos incisos do artigo 1.015 do CPC.

Para essas decisões a não interposição do recurso acarreta

preclusão.

Nota: as demais decisões interlocutórias são recorríveis,

porém não de forma imediata. Nesses casos, as decisões

não serão tidas como preclusas e as matérias nelas versadas

poderão ser devolvidas ao tribunal por meio de

preliminar

de apelação

desde que a parte expressamente a requeira

(CPC, 1.009, § 1º)

(17)

Agravo de Instrumento

2A

Hipóteses de Cabimento

Decisões proferidas em tutelas provisórias

A mais frequente hipótese de recurso. É importante lembrar que é inadequado diferir a apreciação da questão sobre medidas de urgência para outro momento. A hipótese abrange as liminares.

Decisões interlocutórias que versem sobre o mérito da causa

Estamos diante das decisões que versam sobre o mérito da causa, em julgamento antecipado do mérito, conforme previsão do art. 355 do CPC. Embora algumas vezes denominadas como sentenças parciais são, em verdade, decisões interlocutórias com conteúdo de mérito.

(18)

Agravo de Instrumento

2B

Hipóteses de Cabimento

Decisões sobre rejeição de convenção de arbitragem

Cabível apenas na hipótese da rejeição da arbitragem alegada em preliminar de contestação (CPC, 337, X), nos termos da lei, mas existe corrente doutrinária que entende que também se aplica no caso de acolhimento.

Decisões

que

julgar

incidente

de

desconsideração

da

personalidade jurídica

Estamos diante das decisões verificadas nas hipóteses do incidente previsto no art. 133 do CPC.

(19)

Agravo de Instrumento

2C

Hipóteses de Cabimento

Decisões sobre rejeição do pedido de gratuidade ou

acolhimento de seu pedido de revogação

Cabível apenas para o pretenso beneficiário da gratuidade, seja quando seu pedido é rejeitado ou quando é acolhida a revogação.

Decisões sobre exibição ou posse de documento ou coisa

Estamos diante das decisões em sede da exibição prevista no art. 396 do CPC.

Decisões sobre exclusão de litisconsorte

A jurisprudência tem admitido a mitigação da taxatividade para incluir a hipótese de admissão de litisconsorte na hipótese.

(20)

Agravo de Instrumento

2D

Hipóteses de Cabimento

Decisões sobre rejeição do pedido de limitação de litisconsórcio

Estamos diante das decisões sobre o requerimento de limitação de litisconsórcio facultativo previsto no art. 113, § 2º do CPC.

Decisões sobre admissão ou inadmissão de intervenção de

terceiros

Estamos diante das decisões sobre intervenção de terceiros, previstas do art. 119 ao art. 138 do CPC.

Decisões sobre concessão, modificação ou revogação do efeito

suspensivo aos embargos à execução

Estamos diante das decisões sobre o efeito dos embargos à execução, previstas nos §§ 1º e 2º do art. 919 do CPC.

(21)

Agravo de Instrumento

2E

Hipóteses de Cabimento

Decisões sobre redistribuição do ônus da prova

Estamos diante das decisões sobre o requerimento de redistribuição do ônus nos termos do art. 373, § 1º do CPC.

Decisões sobre outros casos expressamente previstos em leis

Estamos diante das decisões reguladas por legislação extravagante:

Lei nº 12.016/2009, art. 7º, § 1º

Lei nº 11.101/2005, art. 59, § 2º

Decisões proferidas na fase de liquidação de sentença ou de

cumprimento de sentença, no processo de execução e no

processo de inventário

(22)

Agravo de Instrumento

3A

Estrutura da Peça – Parte I

A estrutura da peça é indicada pelo CPC, a partir do art. 1.016:

• endereçamento: dirigido diretamente ao tribunal competente.

• qualificação das partes: indicar apenas os nomes delas (I).

• efeitos: apontar após o nome do recurso o pedido de concessão de

efeito suspensivo ou de antecipação de tutela recursal

• endereço dos advogados: (IV) devem ser indicados o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo.

• procuração da parte contrária: caso esta não conste nos autos, registrar a impossibilidade de cumprimento.

• preparo: comprovante das custas se for o caso (CPC, 1.017, §1º) • processos físicos: indicação de peças (CPC, 1.017, I a III); ciência na

(23)

Agravo de Instrumento

3B

Estrutura da Peça – Parte II

• Justificar o cabimento do recurso, fundamentando em qual hipótese se situa o caso em espécie.

• Demonstrar a tempestividade.

• Justificar o pedido de efeito suspensivo ou da antecipação da tutela recursal.

• Desenvolver o mérito do recurso apresentando: • a exposição do fato e do direito

• as razões do pedido de reforma ou invalidação da decisão

• Pedir o conhecimento e provimento do recurso para reforma ou invalidação da decisão.

(24)

Agravo de Instrumento

4

Efeitos

Regra: o agravo não obsta o seguimento do processo, tendo efeito apenas devolutivo.

Todavia, a atribuição de um efeito especial poderá ser concedido pelo relator, segundo o art. 1.019, I, do CPC. Assim, o agravante poderá pedir ao relator:

• se a decisão foi positiva, o efeito suspensivo ao agravo de instrumento, provando as circunstâncias presentes no art. 1.012, §4º do CPC, por analogia: (a) probabilidade de provimento do recurso e; (b) perigo de dano grave ou de difícil reparação.

• se a decisão foi negativa, indeferindo a medida pleiteada, a

antecipação da tutela recursal, provando as circunstâncias do art. 1.012, §4º do CPC, por analogia: (a) probabilidade de provimento do recurso diante da probabilidade do direito e; (b) perigo de dano grave ou de difícil reparação.

(25)

Sugestão

de Recurso

(26)

Maria Conceição, doméstica, sofreu acidente em sua residência e foi encaminhada ao Hospital Monte Maior Ltda. para tratamento. O hospital, notoriamente conhecido pela sua agilidade e eficiência na prestação de serviços médicos, não conseguiu evitar que Maria contraísse infecção hospitalar, que a deixou impossibilitada para o trabalho por dois meses. Assim, Maria Conceição moveu ação pelo rito comum contra o hospital postulando indenização por danos morais e materiais, estes consistentes em lucros cessantes pela impossibilidade do exercício de sua atividade profissional durante o tempo de internação, estimados em R$ 3.000,00. Na sua inicial, juntou declaração de pobreza e também solicitou os benefícios da Justiça Gratuita, tendo em vista sua situação econômica. Também pediu a concessão da tutela de evidência para o pagamento dos lucros cessantes, diante da comprovação do período de internação e da natureza alimentar da verba. O juiz entendeu necessário aguardar a defesa para decidir a tutela de evidência e indeferiu a gratuidade por falta de provas, vez que o Estado apenas prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

Questão: Como advogado de Maria Conceição prepare a petição cabível na espécie.

(27)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP

(10 Linhas)

Processo nº. (número na origem)

MARIA CONCEIÇÃO, (nacionalidade), (estado civil), doméstica, portadora da

Cédula de Identidade RG. nº. (número) e inscrita no CPF/MF. sob o nº. (número), residente e domiciliada na (endereço completo), por seu advogado infra-assinado que esta subscreve, vem à presença de V. Exa., com fundamento no art. 1.015, V e seguintes, todos do CPC, interpor recurso de AGRAVO DE

INSTRUMENTO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL contra a decisão que indeferiu os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, proferida pelo Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da __ª Vara Cível da Comarca de ______ - SP, nos autos de ação de indenização movida em face do HOSPITAL MONTE MAIOR

LTDA., sociedade empresarial inscrita no CNPJ sob o nº (número), sediada nesta

Capital, na rua (endereço), neste ato representada por sua administradora (qualificar), pelas razões que acompanham a presente peça.

(28)

DA JUSTIFICATIVA DA MEDIDA

Justifica-se a interposição do presente recurso em sua modalidade de instrumento, em razão de que a decisão proferida pelo magistrado a quo impede o acesso à justiça da agravante, que sendo pessoa pobre na acepção jurídica do termo não tem meios econômicos para fazer frente aos recolhimentos exigidos pelo magistrado.

Além disso, o recurso de agravo de instrumento é taxativamente previsto no inciso V do art. 1.015 do CPC para a hipótese de rejeição do pedido de gratuidade da justiça.

Demostrado o cabimento, resta a tempestividade.

A certidão de fls. __, registra que em [data] ocorreu a disponibilização da r. decisão no Diário Eletrônico da Justiça, considerando-se a data da publicação o primeiro dia útil subsequente à data acima mencionada, a saber, dia [data]. Com efeito a contagem dos dias úteis iniciou-se em [data], e tem como termo final o dia [data], considerando o prazo de 15 (quinze) dias para recorrer fixado no § 5º do art. 1.003 do CPC.

Com efeito, resta evidente que o presente recurso se reputa tempestivo até a presente data, razão pela qual deverá ser regularmente processado e julgado.

(29)

DAS FORMALIDADES

De acordo com o art. 1.016, IV, do CPC, o agravante indica os nomes e endereços dos advogados constantes no processo:

Pela Agravante: (dados do advogado)

Pela Agravada: não existe advogado constituído em razão da ausência de citação, cumprindo o art. 1.017, II, do CPC.

Com fundamento no art. 1.017, § 5º o agravante deixa de indicar as peças para a instrução do presente recurso, posto que o processo é eletrônico.

Por fim, informa que apesar da previsão do art. 1.017, § 1º do CPC, deixou de recolher a taxa judiciária prevista legalmente, relativas às custas, por ser beneficiária da gratuidade da justiça, conforme aqui se demonstra.

DOS FATOS

A autora, ora agravante, ajuizou a presente ação em face da ré, fazendo juntar declaração de pobreza e destacando em sua petição inicial ser pobre na acepção jurídica do termo.

(30)

DOS FATOS

Para sua surpresa, apesar da autora ser efetivamente pobre, o MM. Juiz de Direito indeferiu os benefícios da Justiça Gratuita nos seguintes termos: “Vistos.

Indefiro a gratuidade por falta de provas, vez que o Estado apenas prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.

A decisão interlocutória do juiz a quo não merece prosperar, devendo ser integralmente reformada por este Egrégio Tribunal pelas razões abaixo aduzidas.

DAS RAZÕES

“É uma plaina manual feita por ele em pau-brasil, e que, aparentemente enfeitando o meu gabinete de trabalho, a rigor diuturnamente avisa quem sou, de onde vim e

com que cuidado extremo, cuidado de artesão marceneiro, devo tratar as pessoas que me vêm a julgamento disfarçados de autos processuais, tantos são os nestes veem apenas papel repetido” (destacamos)

Des. Palma Bisson, AI nº 1001412-0/0, p.4 (juntado em inteiro teor)

Como já afirmamos, o MM. Juiz de Direito indeferiu a gratuidade por falta de provas, vez que o Estado apenas prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

(31)

DAS RAZÕES

Certamente, tal afirmação, lavrada em papel, sem a interpretação de qualquer outra prova, ou mesmo impugnação da ré, deve ter sido baseada na experiência comum do que ordinariamente acontece (art. 375 do CPC).

E assim o é, porque o § 3º do art. 99 do CPC, afirma a presunção de pobreza até

prova em contrário. E nem se diga, por falta de atenção, que tal artigo

encontra-se superado pelo art. 5º, LXXIV, da CF, pois tanto o STF como o STJ já esclareceram tal dúvida em reiterada jurisprudência (STF-RT 740/233, RSTJ 57/412).

A suma do que interessa para o presente tema é que a presunção de pobreza até prova em contrário, de quem afirmar tal condição, não foi superada pelo

art. 5º, LXXIV, da CF, pois tal artigo não é incompatível com a gratuidade do

CPC, posto que na interpretação da norma constitucional também deve ser considerado o inciso XXXV do art. 5º, da CF (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito).

Porém, apesar de tal fato não haver sido percebido pelo MM. Juiz de piso, também não foi possibilitado à autora a produção de provas de sua condição. Assim, para evitar qualquer dúvida sobre sua condição, a autora junta agora cópia de sua CTPS, que informa o valor do seu salário de doméstica (valor).

(32)

DAS RAZÕES

Nada mais existe a integrar a renda da autora, motivo pelo qual, com o respeito que é merecido à interpretação do MM. Juiz de piso, totalmente equivocada ela está ao afirmar que a autora não é pessoa pobre na acepção jurídica do termo. Com efeito, falar mais não é necessário, sendo evidente, por todos os aspectos que a autora merece ser contemplada com o benefício da gratuidade da justiça, e tal deverá se dar imediatamente, pois se assim não acontecer, a ação corre risco de indeferimento pelo não recolhimento das custas. O indeferimento, por óbvio, levará à perda do objeto do presente recurso, impondo-se a concessão. Apresentadas as razões de reforma da decisão, resta a elaboração do pedido.

DO PEDIDO

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL

Ante o exposto, face a efetiva lesão de difícil reparação que o agravante sofre com a decisão do juízo “a quo” que indeferiu os benefícios da gratuidade da justiça, esta se apresenta para, conforme art. 1.019, I do CPC, pedir que o relator defira a antecipação total da tutela recursal, vez que devidamente demonstrado o preenchimento dos requisitos legais estipulados no art. 300 do

(33)

DO PEDIDO FINAL

Por todo o exposto, face a tudo o que já foi colocado no presente recurso, é o presente para pedir que este Egrégio Tribunal conheça o Agravo de Instrumento, concedendo-se provimento ao mesmo, confirmando a antecipação de tutela nos moldes requeridos e dando provimento integral no julgamento do mérito do presente recurso para reformar a decisão ora impugnada, por ser medida que mais atende aos ditames da Justiça!

São Paulo, (data). NOME

(34)

Plano de Ensino

IV – Recursos

1. Requisitos formais

1.1. Embargos de declaração (6)

4A

1.2. Agravo de instrumento (7)

4B

1.3. Apelação (8)

4C

1.4. Recursos especial e extraordinário (13/14)

6A/B

(35)

Apelação

1

Introdução

Apelação é recurso cabível contra as

sentenças

, a fim de que seja

reexaminada a matéria impugnada em segundo grau, visando sua

reforma ou invalidação.

Art. 1.009 do CPC:

da sentença caberá apelação.

Art. 203, § 1.º: “sentença é o pronunciamento por meio do

qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487,

põe fim à

fase cognitiva do procedimento comum

, bem como

(36)

Apelação

1A

Cabimento

Exceções:

Juizado Especial Cível - o recurso contra sentença é o

“recurso inominado” que é endereçado para a Turma

Recursal

Lei de Execução Fiscal – conforme o art. 34 da Lei n.

6.830/1980, nas sentenças cuja condenação seja de baixo

valor (50 ORTN’s) cabem embargos infringentes ao

próprio juiz da causa

[R$ 328,27 em janeiro/2001, com a desindexação da economia conf. AgRg no Ag 952.119/PR, Rel. Min. ELIANA CALMON, 2ª T, DJ 28/02/2008]

(37)

Apelação

2

Prazo

O prazo para a interposição do recurso de apelação é de

15 dias, segundo a norma do art. 1.003, § 5º, do CPC.

Forma

Será por meio de petição, conforme determina o caput

do art. 1.010 do CPC.

(38)

Apelação

3

Requisitos

A leitura do art. 1.010 do CPC explicita os requisitos da

apelação, que deverá conter:

o nome e a qualificação das partes;

os fundamentos do recurso (causa petendi), que

constituem a exposição do fato e do direito;

as razões do pedido de

reforma

ou de

decretação de

nulidade;

(39)

Apelação

4

Estrutura da Peça – Parte 1

Petição de Interposição (dirigida ao juízo a quo)

nome das partes;

intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões;

juntada das custas de preparo;

requerimento de remessa dos autos para a instância

(40)

Apelação

4A

Estrutura da Peça – Parte 1

Petição de Interposição (dirigida ao juízo a quo)

Importante para Exame de Ordem:

• menção ao pedido de retratação, caso se trate de apelação

contra

indeferimento de petição inicial

(CPC, 331) ou

improcedência liminar do pedido

(CPC, 332, § 3º).

o requerendo que o juiz a quo

reconsidere sua sentença

ou, caso assim não entenda,

encaminhe os autos ao

segundo grau

(41)

Apelação

5

Estrutura da Peça – Parte 2

Razões da Apelação (dirigida ao Tribunal competente)

Preliminar

se houver matérias objeto de decisões interlocutórias não recorríveis por meio de agravo de instrumento (CPC, 1.009, § 1º)

Introdução

um breve resumo da causa até a sentença, abordando a

tempestividade e o cabimento;

(42)

Apelação

5A

Estrutura da Peça – Parte 2

Razões da Apelação (dirigida ao Tribunal competente)

Motivação do Recurso

a demonstração dos fatos e do direito a serem aplicados às questões em contraposição à decisão recorrida

Razões do Pedido

a apresentação argumentativa da necessidade de reforma ou anulação da decisão diante da melhor aplicação do Direito ao caso em concreto, como demonstrado na motivação do recurso

Pedido

admissão do recurso, recebimento no duplo efeito, o provimento do recurso para reformar ou anular e a inversão dos ônus de sucumbência com a majoração dos honorários advocatícios nos termos do art. 85, § 11, do CPC

(43)

Apelação

5B

Estrutura da Peça – Parte 2

Importante para Exame de Ordem

Anulação

: se o vício da decisão for de procedimento (de

atividade, de forma:

error in procedendo

, em violação a

regras processuais), o pedido será de

decretação de

nulidade

da decisão, com retorno dos autos ao primeiro

grau para a prolação de nova sentença.

Reforma: Já se o erro for de mérito (de análise dos fatos ou

do direito, de julgamento:

error in judicando)

, o pedido

deverá ser de

reforma

da decisão pelo próprio Tribunal.

(44)

Sugestão

de Recurso

(45)

Maria Lúcia Ferreira, solteira, domiciliada na Comarca Santos, doou um imóvel que está localizado em São José dos Campos ao seu sobrinho Estanislau Ferreira, casado pelo regime da comunhão universal de bens com Andréa Pires, reservando para si usufruto vitalício. Maria Lúcia celebrou contrato de locação com Doralício Milhomen, que, malgrado a promessa de que seria um bom inquilino, não vem honrando as prestações locatícias, cujo valor mensal é de R$ 500,00. Diante desse inadimplemento, Maria Lúcia ingressou com ação de despejo por falta de pagamento, cujo pedido, nada obstante confessado expressamente por Doralício Milhomen em sua contestação, não foi julgado pelo magistrado, que preferiu extinguir o processo sem resolução de mérito sob o argumento de que somente o proprietário do imóvel é que poderia pretender a retomada judicial, condenando Maria Lúcia a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios que fixou em R$ 5.000,00. A sentença foi publicada faz sete dias.

Questão: Na qualidade de advogado de Maria Lúcia prepare a petição cabível na espécie.

(46)

EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA [número] VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO

JOSÉ DOS CAMPOS – ESTADO DE SÃO PAULO (espaço)

Processo n. [número]

MARIA LÚCIA FERREIRA, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem,

por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente, nos termos dos art. 1.009 do CPC e demais dispositivos aplicáveis, interpor a presente APELAÇÃO, buscando reformar a r. decisão recorrida que não reconheceu a legitimidade ativa ad causam da autora em face réu DORALÍCIO MILHOMEN, ora apelado (já qualificado), nos autos da ação de despejo por falta de pagamento, que tramita pelo procedimento comum.

Nesses termos, requer a apelante que, após os trâmites legais, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Junta o apelante comprovante do recolhimento de preparo. Termos em que

Pede e espera deferimento. Cidade, data.

(47)

RAZÕES DE APELAÇÃO

Dados de origem Processo n. [número]

[número] Vara Cível de São José dos Campos

Apelante: MARIA LÚCIA FERREIRA Apelado: DORALÍCIO MILHOMEN Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara, Ínclitos Julgadores I – HISTÓRICO

Trata-se de apelação interposta em face da r. sentença que declarou a ilegitimidade ativa da autora para figurar na ação de despejo por falta de pagamento em razão de não ser a mesma proprietária do imóvel em questão. Com a devida vênia, não merece prosperar a r. sentença recorrida, pois nada impede que a autora, usufrutuária do imóvel, seja locadora do imóvel como a seguir demonstraremos.

O cabimento está demonstrado, posto que nos termos do art. 1.009 do CPC, da sentença cabe apelação.

(48)

RAZÕES DE APELAÇÃO

I – HISTÓRICO

O cabimento está demonstrado, posto que nos termos do art. 1.009 do CPC, da sentença cabe apelação.

Demostrado o cabimento, resta a tempestividade.

A certidão de fls. __, registra que em [data] ocorreu a disponibilização da r. sentença no Diário Eletrônico da Justiça, considerando-se a data da publicação o primeiro dia útil subsequente à data acima mencionada, a saber, dia [data]. Com efeito a contagem dos dias úteis iniciou-se em [data], e tem como termo final o dia [data], considerando o prazo de 15 (quinze) dias para recorrer fixado no § 5º do art. 1.003 do CPC.

Com efeito, resta evidente que o presente recurso se reputa tempestivo até a presente data, razão pela qual deverá ser regularmente processado e julgado. II - DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO

Conforme se infere dos presentes autos, a autora, ora apelante, Maria Lúcia Ferreira, doou um imóvel ao seu sobrinho Estanislau Ferreira, reservando para

si usufruto vitalício.

Assim, na condição de usufrutuária, a apelante celebrou contrato de locação com Doralício Milhomen, que no curso do contrato deixou de pagar os aluguéis, provocando o ajuizamento desta ação de despejo por falta de pagamento.

(49)

RAZÕES DE APELAÇÃO

II - DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO O réu confessou a ação.

Apesar disso, o mérito da ação não foi julgado pelo magistrado, que preferiu extinguir o processo sem sua resolução sob o argumento de que somente o proprietário do imóvel é que poderia pretender a retomada judicial.

Além disso, acabou também por condenar Maria Lúcia a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios que fixou em R$ 5.000,00.

A pretensão de retomada da apelante é clara pois o Código Civil dispõe sobre a possibilidade do usufrutuário promover a locação do imóvel que detenha a posse, vejamos: Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos.

Da mesma forma a verba honorária foi fixada em desrespeito ao previsto no § 2º do art. 85 do CPC.

Com efeito, verificada a r. sentença em sua extensão, temos por certa a necessidade de reforma da r. sentença de primeiro grau pelos seguintes motivos:

• Possibilidade da locação por usufrutuário e a respectiva retomada em caso de despejo

• Possibilidade do prosseguimento do julgamento nos termos do § 1º do art. 1.013 do CPC

(50)

RAZÕES DE APELAÇÃO

II - DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO

Apresentada a exposição do fato e do direito na presente apelação, passamos a apresentar as razões do pedido de reforma (CPC, 1.010, II).

III – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA R. DECISÃO

Com o respeito devido ao órgão prolator da r. decisão, tal entendimento não deve prevalecer.

O Código Civil é claro ao dispor sobre a possibilidade do usufrutuário promover a locação do imóvel que detenha a posse, vejamos:

Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos.

Para evitar qualquer dúvida, trazemos à colação didática decisão do TJSC:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL COMERCIAL. AVENTADA INEXISTÊNCIA DE CONTRATO LOCATÍCIO. NEGÓCIO FIRMADO POR NÃO PROPRIETÁRIO. TEMÁTICA RECHAÇADA. AVENÇA DEVIDAMENTE CARACTERIZADA. PRETENSÃO DE

USUCAPIÃO. INVIABILIDADE. FALTA DO ANIMUS DOMINI. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.

“Locação é o contrato pelo qual uma pessoa dá a outra, em caráter temporário, o uso e gozo de coisa infungível, mediante remuneração. Chama-se locador quem dá o bem em locação, e locatário ou inquilino quem recebe o bem. Como regra, o proprietário de uma coisa é quem

(51)

RAZÕES DE APELAÇÃO III – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA R. DECISÃO

“Locação é o contrato pelo qual uma pessoa dá a outra, em caráter temporário, o uso e gozo de coisa infungível, mediante remuneração. Chama-se locador quem dá o bem em locação, e locatário ou inquilino quem recebe o bem. Como regra, o proprietário de uma coisa é quem

pode dá-la em locação, mas, não apenas ele. Assim, quem tem a livre disposição do uso

e gozo de uma coisa pode juridicamente entregá-la em locação, seja pessoa natural ou física, seja pessoa jurídica. Locador, portanto, pode ser o proprietário (CC/2002, art. 1.228) e

também outras pessoas, como o usufrutuário (CC/2002, art. 1.394), o comodatário (CC/2002, art. 579), o possuidor (CC/2002, art. 1.196), o fiduciário (CC/2002, art. 1.953), o pai e a mãe, como administradores legais dos bens dos filhos (CC/2002, art. 1.689, II), o mandatário (CC/ 2002, art. 653 e art. 667), o próprio locatário, se consentir o locador (art. 13 desta Lei), o espólio (representado pelo inventariante, CPC, art. 991, II), o condomínio edilício (pelo síndico, CC/2002, art. 1.347, uma vez que foram revogados os artigos 1º a 27 da Lei 4.591/64), o condômino que administra a coisa comum sem oposição dos outros, porque se presume mandatário comum (CC/1916, art. 640) ou representante comum (CC/2002, art. 1.324)” (SANTOS, Gildo dos. Locação e despejo. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p.58). É de notoriedade que o imóvel dado em contrato de locação não pode ser usucapido, diante da carência do animus domini.

(541335 SC 2011.054133-5, Rel.: Fernando Carioni, Julg.: 01/09/2011, 3ª Câm. de Direito Civil, Apelação Cível, de Tubarão) (destacamos em negrito)

Portanto, nenhuma dúvida pode restar no tocante à legitimidade da parte autora, cabendo a reforma da r. sentença, tendo em vista que a lide comporta julgamento por ser questão exclusivamente de direito.

Vejamos.

(52)

RAZÕES DE APELAÇÃO

DA POSSIBILIDADE DO JULGAMENTO DO MÉRITO (CPC, 1.013, § 1º)

Como é sabido, a apelação devolve ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada, e em caso de reformar a sentença que seja fundada no art. 485, poderá julgar o mérito, examinando as demais questões, nos termos do § 1º do art. 1.013 do CPC.

Ficou claro que a sentença não apreciou o mérito por considerar a autora parte ilegítima.

Da mesma forma, pela confissão, resta claro que não há outras provas a se produzir nos presente autos.

Com efeito, após o afastamento da ilegitimidade pode o tribunal apreciar o pedido de rescisão contratual por falta de pagamento e concluir a prestação jurisdicional por inteiro.

Entretanto, caso outro seja o entendimento do colegiado, requer-se seja reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, ora apelante, com a consequente anulação da r. sentença e devolução dos autos para o prosseguimento do feito com a prolação de sentença de mérito.

(53)

RAZÕES DE APELAÇÃO

Entretanto, caso outro seja o entendimento do colegiado, requer-se seja reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, ora apelante, com a consequente anulação da r. sentença e devolução dos autos para o prosseguimento do feito com a prolação de sentença de mérito.

DA VERBA HONORÁRIA

Em atenção ao princípio da eventualidade, e na remota hipótese de não ser reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, impõe-se a reforma do julgado no tocante aos honorários advocatícios.

Como se depreende do decido nos autos, restou a autora condenada a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Ocorre, porém, que tal fixação afronta o disposto nos parágrafos do art. 85 do CPC, vejamos:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do

vencedor.

§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de

sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo

(54)

RAZÕES DE APELAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo

possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:

(...)

§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou,

ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º. Ora, como o valor da causa foi de R$ 6.000,00, conforme determinado por lei, o valor da verba honorária jamais poderia ultrapassar o patamar de R$ 1.200,00, ao teor do que determina o § 2º do art. 85 do CPC.

Com efeito, a verba horária deverá ser revista e fixada em valores adequados ao caso concreto, a saber, no montante de dez por cento sobre o valor da causa.

Nada mais restando a discutir, passaremos ao pedido de nova decisão (CPC, 1.010, IV) para a reforma da r. sentença.

IV – DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO

Diante do exposto nesta apelação, é certo que a r. decisão recorrida merece reforma, razão pela qual pede o apelante:

a) que esse E. Tribunal admita o recurso e lhe dê provimento para reconhecer o erro presente na r. decisão recorrida, reformando-a para julgar procedente o pedido da autora; ou

(55)

RAZÕES DE APELAÇÃO IV – DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO

Diante do exposto nesta apelação, é certo que a r. decisão recorrida merece reforma, razão pela qual pede o apelante:

a) que esse E. Tribunal admita o recurso e lhe dê provimento para reconhecer o erro presente na r. decisão recorrida, reformando-a para julgar procedente o pedido da autora; ou

b) reconhecida a legitimidade ativa da parte autora, diante da impossibilidade de reforma, que seja anulada a r. sentença com a devolução dos autos para o prosseguimento do feito; ou

c) não acolhida a legitimidade para parte autora, que seja reformada a r. sentença no tocante à fixação da verba honorária, tendo em vista sua incorreção pela violação do § 2º do art. 85 do CPC

Cidade, data. Advogado, OAB.

(56)

Plano de Ensino

IV – Recursos

1. Requisitos formais

1.1. Embargos de declaração (6)

4A

1.2. Agravo de instrumento (7)

4B

1.3. Apelação (8)

4C

1.4. Recursos especial e extraordinário

(57)

Plano de Ensino

IV – Recursos

1. Requisitos formais

1.1. Embargos de declaração (6)

4A

1.2. Agravo de instrumento (7)

4B

1.3. Apelação (8)

4C

1.4. Recursos especial e extraordinário

(58)

Recurso Especial

1

Introdução

Recurso Especial (REsp) é o meio processual para discutir, perante

o Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma decisão judicial proferida

por Tribunal de Justiça Estadual ou Tribunal Regional Federal, nas

hipóteses do artigo 105, inciso III, da Constituição da República

Federativa do Brasil.

Tem por finalidade preservar a correta aplicação do direito,

limitando-se à estrita análise do direito sem buscar a correção de

eventual injustiça.

(59)

Recurso Especial

2

Trata-se de um recurso excepcional, admissível apenas em

hipóteses restritas, previstas na Constituição com a função

de manutenção da autoridade e unidade da lei federal

(b) julgar válido ato do governo local contestado em face da lei

federal

(c) der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja

atribuído outro tribunal

(a) contrariar tratado ou lei federal,

ou negar-lhe vigência

O cabimento do recurso está previsto no art. 105, III, “a”, “b”e “c”, da Constituição da República, quando

(60)

Recurso Especial

3

Somente o STJ julga o REsp (CF, art. 105, III).

O REsp somente é recebido no efeito devolutivo, não

tendo efeito suspensivo (CPC, arts. 995).

O prazo para interposição do recurso é de 15 dias

(CPC, art. 1.003,§ 5º).

São devidas custas e para recurso eletrônicos há

dispensa do pagamento do porte de remessa e

retorno dos autos.

(61)

Recurso Especial

4

“Cabe recurso especial contra acordão proferido no julgamento de

agravo de instrumento” (Súmula nº 86 do STJ) “A divergência entre julgados do

mesmo Tribunal não enseja recurso especial”

(Súmula nº 13 do STJ)

“Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no

mesmo sentido da decisão recorrida”

(Súmula nº 83 do STJ) “A pretensão de simples reexame de

prova não enseja recurso especial” (Súmula nº 7 do STJ)

“A simples interpretação de cláusula contratual não enseja

recurso especial” (Súmula nº 5, do STJ)

(62)

Recurso Especial

5

(ii) cópia autenticada pelo advogado

(iii) citação de texto publicado em repositório de jurisprudência,

oficial ou credenciado (i) certidão do acórdão-paradigma

passada pela secretaria judicial

Na hipótese de recurso especial fundado em

dissídio jurisprudencial impõe-se a necessidade

de

provar

(por) e

demonstrar

a divergência

(iv) cópia obtida na rede mundial de computadores, em fonte do próprio

tribunal ou credenciada para a divulgação de seus acórdãos “O conhecimento do recurso especial, tendo como causa dissídio de jurisprudência, requer demonstração analítica

para comprovar a identidade do suporte fático

(divergência)” [REsp 102.313/DF, REsp 2.511-0/RJ e AgRg no REsp 1.257.260/PE]

(63)

Recurso Especial

6

Estrutura da Peça – Parte 1

Petição de Interposição (dirigida ao Presidente ou

Vice-Presidente do Tribunal recorrido)

nome das partes;

intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões;

juntada das custas de preparo;

requerimento de remessa dos autos para a instância

superior.

(64)

Recurso Especial

7

Estrutura da Peça – Parte 2

Razões do Recurso Especial (dirigida ao STJ)

Questões de Admissibilidade

demonstrar a tempestividade e o cabimento do recurso, bem como o prequestionamento da matéria.

Introdução

um breve resumo da causa até o acórdão recorrido, abordando a violação de alguma das hipóteses do art. 105, III da CF.

apresentação do acórdão, destacando o que se quer atacar.

o atendimento das peculiaridades do art. 1.029 para cada alínea do art. 105, III, da CF.

(65)

Recurso Especial

8

Estrutura da Peça – Parte 2

Razões do Recurso Especial (dirigida ao STJ)

Motivação do Recurso

a demonstração do fato e do direito a serem aplicados às questões em contraposição à decisão recorrida, lembrando que se trata de julgamento de Direito [Súmula 7 do STJ]

Razões do Pedido

a apresentação argumentativa da necessidade de reforma ou anulação da decisão diante da melhor aplicação do Direito ao caso em concreto, como demonstrado na motivação do recurso

Pedido

admissão do recurso, o provimento do recurso para reformar

(66)

Sugestão

de Recurso

(67)

Coriolano Junqueira, solteiro, domiciliado na Comarca de Taubaté, ingressou com ação de indenização em face de Stephen Young, domiciliado na Comarca de São José dos Campos, pleiteando o recebimento de indenização por danos morais. A sentença julgou o pedido parcialmente procedente, condenando Stephen a pagar a quantia de R$ 5.000,00. O pedido de Coriolano era para receber indenização de R$ 100.000,00, razão pela qual o juiz o condenou na verba de sucumbência, por entender estar presente a hipótese do art. 86, par. ún., do CPC. Inconformado com a decisão, Coriolano apelou ao tribunal para pleitear a majoração da indenização e a inversão da sucumbência, cujo acórdão negou provimento ao pedido de majoração e, malgrado o teor da Súmula 326 do STJ, também o negou no tema dos honorários mantendo a sucumbência tal qual lançada na r. sentença, aplicando a regra do art. 86, par. ún., do CPC. Conquanto Coriolano tenha interposto embargos de declaração para suscitar a divergência com o art. 86, par. ún., do CPC, o acórdão foi mantido.

Questão: Na qualidade de advogado de Coriolano prepare a petição cabível na espécie.

(68)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(Espaço – 10 linhas) Processo n. [número]

Recorrente: CORIOLANO JUNQUEIRA Recorrido: STEPHEN YOUNG

CORIOLANO JUNQUEIRA, já qualificado nos autos, por seu advogado

infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª. interpor o presente

RECURSO ESPECIAL com fundamento na alínea “c” do inciso III do art. 105 da CF, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, que desta fazem parte

integrante.

Todos os requisitos formais próprios ao presente recurso foram observados, bem como recolhidas as custas devidas.

Termos em que, requerendo o recebimento e processamento do presente recurso, com o posterior envio ao Superior Tribunal de Justiça, pede deferimento.

Cidade, data. Assinatura, OAB.

(69)

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

Dados de origem Processo n. [número]

Origem: Tribunal de Justiça de São Paulo Recorrente: CORIOLANO JUNQUEIRA Recorrido: STEPHEN YOUNG

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, COLENDA TURMA,

EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS,

I – BREVE SÍNTESE DA PRESENTE DEMANDA

Trata-se de recurso em que se discute a obrigação ao pagamento na verba de sucumbência, quando o pedido de indenização por dano moral e julgado parcialmente procedente.

(70)

Como se depreende da simples leitura dos autos, o ora recorrente interpôs apelação de r. sentença de juiz de primeira instância que o condenou ao pagamento da verba de sucumbência, por entender estar presente a hipótese do art. 86, parágrafo único, do CPC, a saber, que o réu decaiu da parte mínima do pedido. Reproduzimos:

“Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.

Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários”.

Inconformado com o decido o ora recorrente apelou e, para sua surpresa, não teve acolhida a sua pretensão de reforma, posto que o Tribunal de Justiça de São Paulo, apesar do teor da Súmula 326 do Superior Tribunal de Justiça, determinou fosse mantida a r. sentença no tocante à condenação do autor ao pagamento da verba de sucumbência em razão da aplicação da regra do parágrafo único do art. 86 do CPC.

(71)

Portanto, percebe-se que o v. acórdão ora recorrido é literalmente violador da Súmula 326 do Superior Tribunal de Justiça, posto que a sucumbência cabe integralmente ao autor, diante da procedência da ação no tocante à indenização. É a breve síntese do necessário.

Com a devida vênia, tal v. acórdão não merece prosperar. Destarte, necessário que se admita o presente recurso, com sua consequente remessa ao E. STJ, para que então seja conhecido e provido.

II – DA PRESENÇA DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PARA O CONHECIMENTO DESTE RECURSO

DO CABIMENTO

O cabimento está demonstrado, posto que nos termos do art. 105, III, da CF a interpretação divergente entre o v. julgado recorrido e as decisões de outros tribunais enseja a interposição de recurso especial.

Como no caso, o v. acórdão ora recorrido é literalmente violador da Súmula 326 do STJ, o cabimento do presente recuso é inquestionável.

(72)

Demostrado o cabimento, resta a tempestividade. DA TEMPESTIVIDADE

A certidão de fls. __, registra que em [data] ocorreu a disponibilização do v. acórdão no Diário Eletrônico da Justiça, considerando-se a data da publicação o primeiro dia útil subsequente à data acima mencionada, a saber, dia [data]. Com efeito a contagem dos dias úteis iniciou-se em [data], e tem como termo final o dia [data], considerando o prazo de 15 (quinze) dias para recorrer fixado no § 5º do art. 1.003 do CPC.

Com efeito, resta evidente que o presente recurso se reputa tempestivo até a presente data, razão pela qual deverá ser regularmente processado e julgado.

DO PREQUESTIONAMENTO DO DISPOSITIVO COM INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE (CPC, art. 86, parágrafo único)

Da simples leitura da ementa do v. acórdão recorrido percebe-se que houve o prequestionamento.

(73)

Para isso, basta verificar que é feita expressa menção ao parágrafo único do art. 86 do CPC no bojo da ementa, ao registrar que a Câmara negou provimento ao recurso, em especial ao tema dos honorários para condenar a parte autora na verba de sucumbência.

Destarte, como se vê, certo é que houve a discussão acerca da aplicabilidade do mencionado parágrafo único do art. 86 do CPC, sendo indubitável, portanto, o efetivo prequestionamento de tal artigo.

DA ADEQUADA APRESENTAÇÃO DE PARADIGMAS, CONFORME O ART. 1.029, § 1º, DO CPC (ALÍNEA C DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL)

Para permitir a subida do recurso pela alínea “c” do permissivo constitucional, junta o recorrente julgado desse E. STJ, de modo a comprovar a divergência entre a posição do Tribunal a quo e o entendimento de outros egrégios Tribunais.

Os julgados foram obtidos na Internet, a partir da página mantida por esse E. Tribunal (www.stj.gov.br), conforme autorizado pela novel redação do CPC, art. 1.029, § 1º.

(74)

Pelo exposto, adequada é a apresentação dos julgados paradigmas.

DA INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE ENTRE O V. JULGADO RECORRIDO E DECISÕES DESSE E. TRIBUNAL (CF, art. 105, III, “c”)

Como visto acima, o v. acórdão recorrido violou frontalmente a interpretação do STJ, diante do conteúdo de inúmeros acórdãos de outros Tribunais – especialmente desse E. STJ – já que existe a Súmula 326 que trata do referido assunto.

Nessa linha, bastaria a indicação da Súmula, entretanto, pretendemos demonstrar a existência de julgados outros do STJ e de outros tribunais.

Inicialmente, trazemos à baila julgado que é expresso ao afirmar que não há sucumbência recíproca quando, em ação de reparação por dano moral, a condenação é inferior ao que foi pedido na inicial:

“Ementa: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DIREITO À IMAGEM. VIOLAÇÃO. PROPAGANDA COMERCIAL. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. DANO MORAL IN RE IPSA. SÚMULA Nº 403/STJ. VALOR ARBITRADO.

(75)

1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).

2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que os danos morais em virtude de violação do direito à imagem decorrem de seu simples uso indevido, sendo prescindível, em tais casos, a comprovação da existência de prejuízo efetivo à honra ou ao bom nome do titular daquele direito, pois o dano é in re ipsa (Súmula nº 403/STJ).

3. A indenização por danos morais e materiais fixada em montante inferior ao

pedido não configura sucumbência recíproca, pois o valor deduzido na petição inicial é meramente estimativo.

4. Agravo interno não provido. (grifamos)

(AgInt no AgInt no AREsp 1546407/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/05/2020, DJe 26/05/2020)

Como se percebe, é patente a divergência entre tal julgado e o v. acórdão recorrido.

No julgado paradigma, esse Tribunal é expresso ao afirmar a inexistência de sucumbência recíproca; ao passo que no julgado recorrido o entendimento é o contrário.

(76)

Mas não é só. O Tribunal de Justiça de São Paulo tem entendimento idêntico ao E. STJ, inclusive ressaltando a vigência da Súmula 326 do STJ. Vejamos:

“DANOS MORAIS. Documentos dos autos comprovam a negativa da cobertura do procedimento, somente autorizado pela via judicial. A negativa da cobertura pelo plano de saúde não se tratou de mero dissabor – Caracterizado o dano moral na hipótese “Quantum” indenizatório, no entanto, comporta redução e é fixado à luz das circunstâncias do caso e dos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da vedação ao enriquecimento sem causa. A redução do valor da indenização não implica sucumbência recíproca Incidência da Súmula 326 do C.STJ, não revogada Sentença mantida quanto à condenação da indenização, mas apenas reduzido o “quantum” para R$ 2.500,00 Recurso da operadora ré provido parcialmente."

(TJSP, Apelação nº 0001285-02.2013.8.26.0510, Rel. Des. Clara Maria Araújo Xavier, j. 20.04.18)

Uma vez mais, é patente a divergência entre tal julgado e a Súmula.

Como se vê, o “pacífico entendimento” da Corte paulistana foi frontalmente violado pelo acórdão recorrido, que simplesmente desconsiderou o direito do autor em receber a devida verba de sucumbência.

(77)

Por fim, reproduzimos a Súmula 326 do E. Superior Tribunal de Justiça, que é deveras esclarecedora e derruba todos os argumentos constantes do v. acórdão recorrido:

“Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.”

Dada a clareza dessa Súmula, sequer seria necessário o “cotejo analítico” entre tal decisão e o acórdão recorrido, tal como foi feito.

O fato é que a divergência é gritante. Esse E. STJ afirma que na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. Já o TJSP, no julgado recorrido, afirma que há sucumbência recíproca.

Pelo exposto, certo é que o Recurso Especial deve ser conhecido e provido, cabendo apenas a formulação do competente pedido.

(78)

DO PEDIDO

Diante do exposto, pede e requer o recorrente:

a) que o presente recurso seja admitido na origem e remetido ao E. STJ, já que ocorrido o prequestionamento e apresentados julgados que deram aplicação distinta à lei federal (declarando o advogado do recorrente que tais julgados são autênticos);

b) após a admissão do REsp, quando o recurso for recebido no E. STJ, que seja conhecido e, no mérito, provido, para reformar o v. acórdão recorrido, reconhecendo-se a inexistência de sucumbência recíproca e fixando-se a devida verba em favor do autor.

Cidade, data. Assinatura, OAB.

(79)

Recurso Extraordinário

1

Introdução

Recurso Extraordinário (RExt) é o meio processual para discutir,

perante o Supremo Tribunal Federal (STF), uma decisão judicial

proferida por Tribunal de Justiça Estadual ou Tribunal Regional

Federal (Turmas Recursais do JEC), nas hipóteses do artigo 102,

inciso III, da Constituição da República Federativa do Brasil.

Tem por finalidade preservar a correta aplicação do direito

constitucional, limitando-se à estrita análise do direito sem

buscar a correção de eventual injustiça. No caso, busca o STF

apenas zelar pela supremacia da Constituição em todo o

território nacional e não rediscutir as decisões inferiores lato

sensu.

(80)

Recurso Extraordinário

2

(d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal

Trata-se de um recurso excepcional, admissível apenas em

hipóteses

restritas

, previstas na Constituição com o fito específico de tutelar a

autoridade e aplicação da Carta Magna

(c) julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face

da Constituição

(b) declarar a inconstitucionalidade

de tratado ou lei federal (a) contrariar dispositivo da

Constituição Federal

O cabimento do recurso está previsto no art. 102, III, “a”, “b”, “c” e “d”, da Constituição da República nas

causas julgadas em única ou última instância, quando

(81)

Recurso Extraordinário

3

Incumbe ao recorrente demonstrar, em preliminar do recurso, a existência

da repercussão geral (art. 1.035, § 2º)

Pela

Repercussão Geral

o STF se reserva no julgamento de temas

trazidos em recursos extraordinários que

apresentem questões

relevantes

sob o aspecto econômico, político, social ou jurídico e

que ultrapassem os interesses subjetivos da causa

(i) qualquer decisão recorrida que tenha contrariado

súmula ou jurisprudência dominante do STF (CPC, 1.035, § 3º, I)

(ii) decisão de qualquer tribunal que tenha reconhecido a

inconstitucionalidade de tratado

ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal

(CPC, 1.035, § 3º, III)

(82)

Recurso Extraordinário

4

Somente o STF julga o RExt (CF, art. 102, III).

O RExt somente é recebido no efeito devolutivo, não

tendo efeito suspensivo (CPC, arts. 995).

O prazo para interposição do recurso é de 15 dias

(CPC, art. 1.003,§ 5º).

São devidas custas e para recurso eletrônicos há

dispensa do pagamento do porte de remessa e

retorno dos autos.

(83)

Recurso Extraordinário

5

Estrutura da Peça – Parte 1

Petição de Interposição (dirigida ao Presidente ou

Vice-Presidente do Tribunal recorrido)

nome das partes;

intimação da parte contrária para oferecer contrarrazões;

juntada das custas de preparo;

requerimento de remessa dos autos para a instância

superior.

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