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Academic year: 2021

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TÍTULO: ESTUDO MORFOFUNCIONAL E SEMIOLÓGICO SOBRE SITUS INVERSUS: A IMPORTÂNCIA CLÍNICA À ENFERMAGEM EM RELAÇÃO A POSIÇÃO DO CORAÇÃO, VASOS DA BASE E FÍGADO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: ENFERMAGEM

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): TAMIRIS DA ROCHA VAL

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CARLOS ALBERTO DE MORAES, MARCUS PENSUTI

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Estudo Morfofuncional e Semiológico sobre Situs inversus: a Importância Clínica à Enfermagem em Relação a Posição do Coração, Vasos da Base e

Fígado

Resumo

Este trabalho tem como principal objetivo aprofundar os conhecimentos acerca das características morfofuncionais e da aplicação de técnicas semiológicas em pacientes portadores de Situs inversus, focando principalmente a inversão de posicionamento do coração e seus vasos da base, além da transposição do fígado, a fim de favorecer o reconhecimento de pacientes com tal malposição congênita e evitar possíveis erros de diagnóstico, principalmente em casos de emergências.

Palavras-chave: Malformação congênita. Situs inversus. Exame clínico.

Introdução

Situs inversus é uma anomalia congênita de origem autossômica recessiva, caracterizada pelo posicionamento do eixo base-ápice do coração voltado para o hemi-tórax direito, assim como o fígado alocado do lado esquerdo, além de outras alterações que conferem ao indivíduo uma imagem de espelho. (SAAD et al, 2007; GONÇALVES et al, 2013).

Por se tratar de um anomalia assintomática, em grande parte dos casos pode passar desapercebida durantes longos períodos, cabendo aos profissionais da saúde realizar a correta assistência a fim de evitar possíveis erros de diagnóstico. Situs inversus é frequentemente diagnosticada em situações rotineiras, onde o paciente normalmente desconhece sua condição (ALMEIDA; FERNANDES, 2011).

Descreve-se a importância da rápida identificação de indivíduos portadores de dextrocardia e inversão hepática em situs inversus através de técnicas semiológicas, principalmente na atenção primária. Entretanto, pouco se fala a respeito da importância do conhecimento de tais alterações morfológicas para o atendimento primário dos enfermeiros, o que torna a

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exposição destas necessidades justificáveis e aplicáveis ao cotidiano da enfermagem.

Metodologia

A composição deste trabalho foi fundamentada em uma extensa e criteriosa revisão bibliográfica, composta de artigos científicos atualizados e publicados nos últimos 7 anos em revistas e periódicos, assim como materiais literários que tratam do tema proposto. Durante a revisão bibliográfica foram selecionados 11 artigos, variando de 2007 a 2013, o que mostra a crescente ênfase aos relatos de diagnóstico dos pacientes portadores da situs inversus nos últimos 7 anos. Foi observada a preocupação quase que exclusiva com a apresentação morfológica e funcional do coração, sem a mesma ênfase nos demais órgãos, assim como a identificação de tal condição com simples técnicas semiológicas, sem o uso de diagnósticos através de imagens.

Desenvolvimento

Para melhor compreensão, será descrito no decorrer do trabalho os aspectos anatômicos, com ênfase no coração e fígado, e os principais exames clínicos onde a situs inversus pode ser identificada.

Subitem 1 - Características morfofuncionais de situs inversus

Situs inversus é uma malformação congênita rara de origem autossômica recessiva, com igual incidência entre os sexos e sem predominância entre raças, cuja incidência foi calculada em 2:10.000 nascidos vivos, significando 0,2% do total de cardiopatias congênitas (SAAD et al, 2007; DELLAMEA, SÁNCHEZ, CUPELL, 2009).

Esta anomalia é a consequência da rotação anômala do tubo primitivo cardíaco durante o período de embriogênese. Resulta na inversão de posicionamento de todos os órgãos torácicos e abdominais, conferindo ao indivíduo a imagem de espelho. Cerca de 20 a 25% dos casos de dextrocardia em situs inversus são associados a síndrome de Kartagener – apresentação concomitante de sinusite, bronquiectasia e situs inversus (DELLAMEA,

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SÁNCHEZ, CUPELLI, 2009; ALMEIDA, FERNANDES, 2011; GOLZER, et al, 2013; CPT, FOLIO, 2011; PASSOS, et al, 2009).

Além da situs inversus existem mais duas classificações de padrão de posicionamento de órgãos definidas como situs. São elas: situs solitus, onde todos os órgãos permanecem no arranjo comum e caracterizam o posicionamento normal; situs ambíguos ou heterotaxia, onde a disposição dos órgãos não é tão ordenada e as relações entre as vísceras e os átrios são incoerentes (GOLZER, et al, 2013).

Apesar da disposição oposta das vísceras, portadores de situs inversus apresentam-se, na grande maioria, assintomáticos uma vez que os órgãos mantém as suas respectivas relações, o que torna a constatação desta anomalia um desafio principalmente em salas de emergência, onde a identificação deve ser feita logo nos primeiros testes semiológicos e confirmado com exames por imagem, a fim de evitar possíveis equívocos de diagnósticos como apresentações atípicas de angina e apendicites agudas (ALMEIDA; FERNANDES, 2011; FAIG - LEITE, FAIG - LEITE, 2013).

Subitem 2 - Coração e vasos da base

A dextrocardia em situs inversus é caracterizada pelo posicionamento do eixo longitudinal - base ápice- cardíaco voltado para o hemi-tórax direito, provocando a completa inversão do ápice. Onde o átrio e o ventrículo esquerdos se encontram a direita, fazendo que a artéria pulmonar se posicione à direita em relação à aorta. Descrita pela primeira vez em 1606 pelo anatomista Hieronymus Fabricius (SAAD et al, 2007; GOLZER, et al, 2013), o coração dextrocardico em situs inversus apresenta sua estrutura dentro dos padrões em cerca de 90 a 95% dos casos e o portador permanece assintomático.

A minoria dos casos onde há associação de outras anormalidades ocorre geralmente a transposição de grandes vasos. Se não associada a outras alterações intracardíacas, o coração mantém-se em condições comuns. Devido a falta de sintomas, grandes partes dos portadores desta transposição mantêm-se em condição subclícica, com expectativa de vida semelhante a indivíduos normais. A ocorrência de doença arterial coronariana em pacientes portadores de dextrocardia corresponde a da população geral (DELLAMEA,

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SÁNCHEZ, CUPELLI, 2009; MALDJIAN, SARIC, 2007; ALMEIDA; FERNANDES, 2011; GOLZER, et al, 2013).

É de grande importância estabelecer a diferença entre a dextrocardia e a dextroversão, que é determinada pelo deslocamento do coração provocado por causas extracardíacas que puxam ou empurram o coração para o hemi tórax direito, porém o ápice cardíaco permanece voltado para o lado direito (GOLZER, et al, 2013; FAIG - LEITE, FAIG - LEITE, 2013).

Subitem 3 - Fígado

Pouco se encontra na literatura esclarecimentos a respeito da anatomia do fígado em casos de situs inversus. O fígado é transposto para o quadrante superior direito do abdome, mantendo suas características morfológicas e funcionais, assim como suas respectivas relações dentro da normalidade (CPT,FOLIO, 2011).

Subitem 4 - Técnicas Semiológicas

As condições morfológicas de situs inversus podem ser identificadas através de técnicas semiológicas logo na admissão do paciente e confirmada posteriormente através exames por imagens. Determinar o mal posicionamento dos órgãos é fundamental para evitar possíveis erros de diagnóstico.

Subitem 5 - Ausculta e ECG

O diagnóstico preciso de situs inversus depende da correta aplicação de técnicas de exame físico e interpretação dos dados colhidos. Em situs solitus a ausculta cardíaca é realizada nos pontos: aórtico, segundo espaço intercostal à direita do esterno; pulmonar, segundo espaço intercostal à esquerda do esterno; tricúspide, quinto espaço intercostal à esquerda do externo e apical, localizado no quinto espaço intercostal na linha hemi-clavicular (OLIVEIRA, TANJI, 2008).

Em pacientes portadores de situs inversus as bulhas cardíacas são mais audíveis ao lado direito do tórax, por isso, a mesma técnica de ausculta deve ser aplicada, porém alterando a lateralidade dos focos (ALMEIDA; FERNANDES, 2011; GOLZER, et al, 2013). O exame eletrocardiográfico em situs inversus apresenta ondas e complexos invertidos, porém a inversão das

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derivações e o reposicionamento dos eletrodos para o lado direito, mantendo as mesmas localizações intercostais, normaliza o exame. Se realizado com a técnica apropriada, o eletrocardiograma pode apresentar evidências suficientes para identificar situs inversus (RIERA, 2009).

“Quando o ritmo é sinusal e a onda P é negativa em D1 e V6, positiva em D2, D3, e aVF, se aVL parece aVR e vice-versa, há evidências suficientes para reconhecer situs inversus atrial pelo ECG. Isto decorre da inversão atrial onde o nó sinusal situa-se à esquerda do átrio esquerdo, resultando que o vetor médio de P dirige-se da esquerda para a direita e para baixo, em sentido contrário ao normal”. (ALMEIDA; FERNANDES. 2011, p. 194)

Figura 1:No traçado da esquerda destaca-se a onda P invertida. No traçado da direita, com o reposicionamento dos eletrodos, observa-se

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Subitem 6 - Radiografia

Os exames por imagem fornecem dados fundamentais para o diagnóstico de situs inversus, expondo o posicionamento exato das estruturas e suas respectivas relações. As radiografias torácica e abdominal possibilitam o reconhecimento da malposição dos órgãos torácicos, e são imprescindíveis no estabelecimento do diagnóstico (ALMEIDA; FERNANDES. 2011)

Em grande parte dos casos, a condição do paciente é descoberta acidentalmente em uma radiografia de rotina, porém, o maior erro de diagnóstico de situs inversus deve-se a marcação e interpretação equivocadas da imagem. A fim de evitar possíveis erros, deve-se manter atento a estes detalhes (DELLAMEA, SÁNCHEZ, CUPELLI, 2009).

Figura 2: Radiografia caracterizando situs inversus. O fígado está alocado do lado esquerdo (setas brancas largas), o baço no quadrante superior direito e o cólon descendente está localizado ao lado direito (setas brancas finas) e a diafragma encontra-se elevado no hemi tórax direito (seta preta).

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Resultados

Como culminância dos dados, temos o enfoque dos resultados do rápido diagnóstico dos pacientes portadores de situs inversus. Entretanto, para que o efeito diretamente relacionado a esse procedimento seja efetivo, é necessário que o profissional de saúde seja treinado para reconhecer os sinais da situs inversus. Com técnicas básicas de semiologia e utilizando mínimos instrumentos, é possível realizar o diagnóstico da malformação de forma fácil e barata, poupando tempo e agilizando o atendimento do paciente, evitando erros de diagnóstico. Observa-se a importância do porte de uma identificação do paciente já diagnosticado com situs inversus, para que em possíveis casos de emergência a identificação seja imediata, evitando erros de diagnóstico.

Considerações Finais

Com base nos artigos selecionados foi possível verificar a importância da correta avaliação primária do paciente portador de situs inversus, com a finalidade de evitar possíveis erros de diagnóstico.

Observou-se que em grande parte dos casos os próprios pacientes desconheciam suas condições até o momento de uma avaliação física, geralmente rotineira, e que por ser uma anomalia assintomática e pouco citada no cotidiano acadêmico, pode passar despercebida em um atendimento de urgência e emergência, caso o avaliador não possua o conhecimento necessário para identificá-la.

Por fim, tomando por base os dados revelados notou-se a grande necessidade de capacitação de profissionais, principalmente de assistência primária, para a rápida e eficiente identificação da situs inversus, visto que suas características alteram resultados dos exames físicos, dificultando o diagnóstico final.

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ALMEIDA, Luiz Gustavo; FERNADES, Luiz Claudio Maluhy. Dextrocardia em Situs inversus - o errado pode estar correto. Revista Brasileira de Cardiologia, Rio de Janeiro, mai – jun. 2011, vol. 24, n. 3, p. 192-195.

CPT, Paul J. Shogan; FOLIO Col Les. Situs inversus totalis. Military Medicine. MC USA, jul 2011, vol. 176, n. 7, p. 840-843.

DELLAMEA, Marcos Ariel; SÁNCHEZ, Luciana Mariel; CUPELLI, Juan. Correlacion Anatomo-Radiologica Del Situs inversus Totalis. Revista de

Posgrado de la VIa Cátedra de Medicina, Corrientes, dez. 2009 n. 196.

FAIG - LEITE, Fabíola Sawaguchi; FAIG - LEITE, Horácio. Anatomia de um caso de dextrocardia com Situs Solitus. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, dez. 2013, vol. 91, n. 6, p. 56-58.

GOLZER, Leandro Steinhorst. et. al. Teste de exercício em coronariopata portador de dextrocardia em situs inversus. Revista do DERC, Rio de Janeiro, 2013, vol. 19, n. 2, p. 56-57.

GONÇALVES, Luiz Flávio Galvão. et al. Dextrocardia com situs inversus associada à miocardiopatia não compactada. Arquivos Brasileiros de

Cardiologia, São Paulo, ago. 2013, vol. 101, n. 2, p. 33-36.

MALDIJIAN, Pierre D.; SARIC, Muhamed. Approach to dextrocardia in adults: review. AJR Integrative Imaging, Newark, jun. 2007, vol 188 p. 39-49.

OLIVEIRA, Sandra Regina Marques; TANJI, Suzelaine. Guia prático de exame físico : no adulto e idoso para acadêmicos e profissionais de enfermagem .

EPUB, Petrópolis, 2008, p. 27-28.

PASSOS, Mauro de Deus. et al. Associação entre dextrocardia em situs inversus totalis, comunicação interventricular e forma incomum de estenose subaórtica membranosa em paciente adulta. BVS - Biblioteca virtual em

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RIERA, Andrés R. Pérez, et.al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos (2009).

Sociedade Brasileira de Cardiologia, São Paulo, 2009.

SAADI, Eduardo Keller. et al. Revascularização do miocárdio em pacientes com situs inversus totalis e dextrocardia. Revista Brasileira de Cirurgia

Referências

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