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Os impactos da fruticultura nas economias do semi-árido baiano e do resto da Bahia

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS MESTRADO EM ECONOMIA. EDILSON DE OLIVEIRA SANTOS. OS IMPACTOS DA FRUTICULTURA NAS ECONOMIAS DO SEMI-ÁRIDO BAIANO E DO RESTO DA BAHIA: UMA ANÁLISE DE INSUMO PRODUTO - 2004. SALVADOR 2009.

(2) EDILSON DE OLIVEIRA SANTOS. OS IMPACTOS DA FRUTICULTURA NAS ECONOMIAS DO SEMI-ÁRIDO BAIANO E DO RESTO DA BAHIA: UMA ANÁLISE DE INSUMO PRODUTO -2004. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Economia da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Economia. Área de concentração: Economia Regional e do Meio Ambiente Orientador: Prof. Dr. João Damásio de Oliveira Filho. SALVADOR 2009.

(3) Ficha catalográfica elaborada por Joana Barbosa Guedes CRB 5-707 Santos, Edilson de Oliveira. S237 Os impactos da fruticultura nas economias do semi-árido baiano e do resto da Bahia / Edilson de Oliveira Santos. – Salvador, 2009. 156 f. Il. Dissertação (Mestrado em Economia) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal da Bahia. Orientador: Prof. Dr. João Damásio de Oliveira Filho 1. Fruticultura - Semi-árido. 2. Insumo-produto. 3. Fruticultura Bahia. I. Santos, Edilson de Oliveira. II. Oliveira Filho, João Damásio. III. Título. CDD – 634.09814.

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(5) AGRADECIMENTOS. Aos meus pais, especialmente, e a meus irmãos e sobrinhos pelo amor, carinho, compreensão e respeito. Ao meu orientador, Prof. João Damásio, por sua paciência, ao longo desses anos, e pela orientação. Ao Prof. Joaquim Guilhoto, pela concessão da Matriz de Insumo-Produto, e por toda inestimável ajuda para a consecução deste trabalho. Aos professores do CME/UFBA. À equipe do GERI. A todos que colaboraram, direta ou indiretamente para a concretização deste sonho. Para vocês, ofereço esta página..

(6) RESUMO. Este trabalho visa à avaliação dos impactos diretos e indiretos da fruticultura nas economias do Semi-Árido Baiano e do Resto da Bahia, levando-se em consideração a produção, o emprego e a renda. A análise foi elaborada a partir da matriz de insumo-produto interregional do Semi-Árido, do Resto da Bahia e do Resto do Brasil para o ano de 2004. É feita uma abordagem geral da fruticultura no Semi-Árido, ressaltando-se seus aspectos positivos, bem como os impactos no meio ambiente. Do mesmo modo, faz-se uma abordagem da teoria de insumo-produto e das técnicas de elaboração de matrizes de relações intersetoriais e interregionais. Mostra-se como interpretar os resultados da matriz e analisa os impactos gerados pelo aumento da demanda agregada nos setores econômicos nas economias do SemiÁrido e no Resto da Bahia. O que se verifica é que a fruticultura potencializa o crescimento das economias locais, porém possui baixo poder de impulsionar as economias do Semi-Árido e do Resto da Bahia. Este estudo permite concluir que a fruticultura é o setor que possui maior multiplicador de emprego na Bahia. Palavras-Chave: Semi-Árido Resto da Bahia Insumo-produto Fruticultura Impactos diretos e indiretos..

(7) ABSTRACT This study aims to assess the direct and indirect impacts on the economies of the fruit growing of the Semi-Arid Baiano and the Rest of Bahia, taking in account: production, employment and income. The analysis was performed from a matrix of input-output interregional semiarid region, the Rest of Bahia and the Rest of Brazil for the year 2004. It made a general approach to fruit growing in the Semi-Arid, emphasizing its positive aspects and the impacts on the environment. Likewise, it is studied the theory of input-output techniques for matrix elaboration of intersectoral and interregional relations. The author shows how to interpret the results of the matrix and analyze the impacts generated by increased aggregate demand of the economic sectors of the Semi-Arid and the Rest of Bahia. It is verified that the fruit growing enhances the growth of local economies, but has low power to improve the economies of the Semi-Arid and the Rest of Bahia. This study conclude that fruit production is the sector that has a higher employment multiplier in Bahia. Keywords: Semi-Arid Rest of Bahia Input-output Fruit Direct and indirect impacts..

(8) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Gráfico 5 Gráfico 6 Gráfico 7 Gráfico 8 Gráfico 9 Gráfico 10 Gráfico 11 Gráfico 12 Gráfico 13 Gráfico 14 Gráfico 15 Gráfico 16 Gráfico 17 Gráfico 18 Gráfico 19. Gráfico 20 Gráfico 21 Gráfico 22. Produção de Frutas no Semi-Árido da Bahia, em milhões de toneladas VBP das Frutas, em R$ - 2008 Exportações de Frutas (inclui Nozes e Castanhas) da Bahia em U$ Área Irrigada , por tipo de Irrigação, no Semi-árido Baiano - 2006 Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano - 2004 (Zoj) Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano - 2004 (Zio) Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano - 2003 - (Zoj) Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano - 2003 - (Zio) Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia - 2004 -(Zoj) Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia - 2004 -(Zio) Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Baiano - 2004 (Uoj) Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Baiano - 2004 (Uio) Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano - 2004 - (Uoj) Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano - 2004 (Uio). Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia o - 2004 - (Uoj) Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia o - 2004 (Uio) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido Baiano - 2004 (Voj) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido Baiano - 2004 (Vio) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido - 2004 - (Voj) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido - 2004 - (Vio) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido comprando do Resto da Bahia (Voj) Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido comprando do Resto da Bahia (Vio). 20 20 23 28 87 88 90 90 93 93 96 96 99 99 101 102. 105 106 109. 109 112 112.

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Figura 1 Quadro 1 Quadro 2 Figura 2 Figura 3 Quadro 3. Bahia e Semi-Árido Exemplo de uma tabela de insumo-produto para uma economia de dois setores Atividades TRUs e seus respectivos Códigos CNAE Relações Fundamentais de Insumo-Produto Relações de Insumo – Produto num Sistema Interregional Setores desagregados para a Análise do Semi-Árido e do Resto da Bahia. 15 31 36 41 51 54.

(10) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3. Tabela 4. Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Tabela 24 Tabela 25 Tabela 26. Produção, em toneladas, de frutas no Semi-Árido da Bahia – 2000 a 2008 Balança Comercial do Agronegócio da Bahia, em US$ Demanda Final, Consumo das Famílias, Valor da Produção, Valor Agregado, Pessoal ocupado e Salários dos Setores no Semi-Árido da Bahia em 2004 Demanda Final, Consumo das Famílias, Valor da Produção, Valor Agregado, Pessoal ocupado e Salários dos Setores no Resto da Bahia em 2004 Fluxo intermediário entre o Semi-Árido e o Resto da Bahia em 2004 Coeficientes de Impactos a Montante do Semi-Árido Baiano - 2004 Coeficientes de Impactos a Jusante do Semi-Árido Baiano -2004 Coeficientes de Impactos a Montante do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano – 2004 Coeficientes de Impactos a Jusante do Semi-Árido comprando do Resto da Bahia – 2004 Coeficientes de Impactos a Montante do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano – 2004 Coeficientes de Impactos a Jusante do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano -2004 Índices Simples de Encadeamento Direto do Semi-Árido Baiano - 2004 Índices Simples de Encadeamento Direto do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano – 2004 Índices Simples de Encadeamento Direto do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia – 2004 Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano – 2004 Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano – 2003 Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia – 2004 Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Baiano – 2004 Coeficientes de Rasmussen de Ligação do Semi-Árido Baiano comprando do Resto da Bahia o – 2004 Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido Baiano - 2004. Setores Chaves no Semi-Árido Baiano – 2004 Setores com Baixo Poder de Encadeamento no Semi-Árido Baiano – 2004 Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido – 2004 Setor Chave quando o Resto da Bahia compra do Semi-Árido Baiano – 2004 Setores com Baixo Poder de Encadeamento quando o Resto da Bahia compra do Semi-Árido Baiano – 2004. 20 23. 64. 65 67 69 70 73 75 77 78 81 82 84 86 89 91 95 97 100 103 104 105 107. 108 108.

(11) Tabela 27 Tabela 28 Tabela 29 Tabela 30 Tabela 31. Coeficiente de Rasmussen de Dispersão do Semi-Árido comprando do Resto da Bahia Setores Chaves quando o Semi-Árido Baiano compra do Resto da Bahia – 2004 Setores com Baixo Poder de Encadeamento quando o Semi-Árido Baiano compra do Resto da Bahia – 2004 Impactos Gerados Direta e Indiretamente nos salários no Semi-Árido e Resto da Bahia, dada uma elevação de R$ 1.000.000 Empregos Gerados no Semi-Árido e no Resto da Bahia, dada uma elevação de R$ 1.000.000. 110 111 111 117 119.

(12) LISTA SIGLAS. A. Matriz de Coeficientes Técnicos. BR. A. Matriz Tecnológica do Brasil. B. Matriz Projetada pelo Método RAS. CI. Consumo Intermediário. CIQijR. Quociente Interindustrial. C. Matriz de Insumos por Produção Setorial. cBR. Vetor de Consumo Intermediário do Brasil. cE. Vetor de Consumo Intermediário Estadual. CF. Consumo Final. CGOE. Coordenação Geral de Organização para exportação. CNAE. Classificação Nacional de Atividades Econômicas. DF. Demanda Final. DPI. Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio. GERI. Grupo de Estudos de Relações Intersetoriais. GVj. Impacto Total de uma Variável Analisada. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Kg/ha. Quilos por hectare. L. Matriz de Leontief. LQR. Quociente Locacional Simples. MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. BR. m. Vetor de Produção Intermediária do Brasil. mE*. Vetor de Produção Intermediária Estadual Provisório. mE. Vetor de Produção Intermediária Estadual. MD. Efeitos Diretos na Economia. MI. Efeitos Indiretos na Economia. MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. mm. Milímetro. MPj. Multiplicador de Produção de i-ésimo Setor. MRI. Matrizes de Relações Intersetoriais. MS. Matriz de Market-Share. MVj. Multiplicador de Impacto de uma Variável Analisada Matriz de Produção. P R. PLQ. Quociente Locacional da Demanda. PO. Pessoal ocupado.

(13) Q. Matriz de Consumo Intermediário. QBR. Matriz de Alocação de Insumo aos Setores do Brasil. QE*. Matriz Provisória de Alocação de Insumo aos Setores Estadual. E. Q q. BR. Matriz de Alocação de Insumo aos Setores Estadual Vetor do Valor Produção do Brasil. qE. Vetor do Valor da Produção Estadual. QL. Quociente Locacional. RAS. Método Bi-Proporcional de Construção de Matrizes. R$. Real. SEI. Superintendência de Econômicos e Sociais da Bahia. SNA. System of National Accounts. SECEX Secretaria de Comércio Exterior SRI. Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. TRU. Tabelas de Recursos e Usos. UFBA. Universidade Federal da Bahia. Uio. Coeficiente de Rasmussen de Ligação para Frente. Uoj. Coeficiente de Rasmussen de Ligação para Trás. VA. Valor Agregado. VBP. Valor Bruto da Produção. Vio. Coeficiente de Rasmussen de Dispersão para Frente. Voj. Coeficiente de Rasmussen de Dispersão para Trás. Wio. Índice Simples de Encadeamento Direto para Frente. Woj. Índice Simples de Encadeamento Direto para Trás. Z. Matriz Inversa de Leontief. Zio. Índice Simples de Encadeamento Direto e Indireto para Frente. Zoj. Índice Simples de Encadeamento Direto e Indireto para Frente.

(14) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO. 15. 2. A FRUTICULTURA NO SEMI-ÁRIDO DA BAHIA. 18. 2.1 2.2. O CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE FRUTAS NO SEMI-ÁRIDO DA EXPORTAÇÕES DE FRUTAS NA BAHIA. 19 22. 2.3. IMPACTOS AMBIENTAIS. 24. 2.3.1. Os Métodos de Irrigação do Semi-Árido. 26. 3. A ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO. 30. 3.1. A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO PARA A INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA CONSTRUÇÃO DE MATRIZES PARA O BRASIL A ESTIMAÇÃO DE MATRIZES REGIONAIS O Método dos Quocientes Locacionais. O Método RAS. MATRIZ DE INSUMO-PRODUTO INTERREGIONAL INDICADORES DE ENCADEAMENTO Índices Simples de Encadeamento Direto (Woj e Wio). 30. 3.2 3.3 3.3.1 3.3.2 3.4 3.5. 3.5.1 3.5.2. 3.5.3. 3.5.3.1 3.5.3.2. Coeficiente de Rasmussen de Dispersão. 35 40 43 46 49 55 56 57 58 58 59. 3.6. ANÁLISE DE IMPACTOS. 60. 4. ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERSETORIAIS DA ECONOMIA DO SEMIÁRIDO BAIANO E SUAS RELAÇÕES INTERREGIONAIS COM O RESTO DA BAHIA. 63. 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.2.4 4.2.5 4.3 4.3.1 4.3.2 4.3.3 4.4. 4.4.1. Índices Simples de Encadeamento Direto e Indireto ( Zio e Zoj) Coeficientes de Hirschman-Rasmussen. Coeficiente de Rasmussen de Ligação. PANORAMA DAS ECONOMIAS DO SEMI-ÁRIDO E DO RESTO DA BAHIA MATRIZES DE IMPACTOS SOBRE A ECONOMIA DO SEMI-ÁRIDO E SUAS RELAÇÕES COM O RESTO DA BAHIA Impactos no Semi-Árido quando este compra dele próprio Impactos a montante do Semi- árido no Resto da Bahia Resultados a jusante do Resto da Bahia no Semi-Árido Impactos a montante do Resto da Bahia no Semi-Árido Impactos a jusante da Economia do Semi-Árido no Resto da Bahia ENCADEAMENTO DIRETO Encadeamento direto no interior do Semi-Árido. Encadeamento direto do Resto da Bahia comprando do Semi-Árido Encadeamento direto do Semi-árido comprando do Resto da Bahia ENCADEAMENTO DIRETO E INDIRETO Encadeamento direto na Economia do Semi-Árido. 63 67 68 72 74 76 78 80 80 82 83 85 85.

(15) 4.4.2 4.4.3 4.5 4.5.1 4.5.2 4.5.3. Encadeamento direto e indireto do Semi-árido vendendo ao Resto da Bahia. 88. Encadeamento direto e indireto do Resto da Bahia vendendo ao Semi-árido. 91. COEFICIENTES DE RASMUSSEN DE LIGAÇÃO. 94. Coeficiente de ligação de Rasmussen no Semi-Árido da Bahia. 94. Coeficientes de ligação de Rasmussen quando o Resto da Bahia compra do Semi-Árido Coeficientes de ligação de Rasmussen quando o Semi-árido compra do Resto da Bahia. 97. O Resto da Bahia vendendo para o Semi-Árido. 100 102 102 106 110. 4.7 4.7.1 4.7.2 4.7.3 4.7.4.. ANÁLISE DE IMPACTOS NO SETOR FRUTICULTURA Impactos Diretos e Indiretos Encadeamento Direto Encadeamento direto e indireto Coeficientes de Rasmussen. 113 113 113 114 114. 5. 5.1. 5.2. 5.3. MULTIPLICADORES MULTIPLICADORES DE SALÁRIOS MULTIPLICADOR DE EMPREGOS MULTIPLICADORES NA FRUTICULTURA. 116 116 118 120. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 121. REFERÊNCIAS. 124. APÊNDICES. 128. 4.6 4.6.1 4.6.2 4.6.3. COEFICIENTES DE DISPERSÃO DE RASMUSSEN Semi-Árido Comprando do Semi-Árido Semi-Árido vendendo para o Resto da Bahia.

(16) 15. 1 INTRODUÇÃO. O Semi-Árido (Figura 1) é uma região que recebe pouca influência das massas de ar úmidas e frias que vêm do Sul e Sudeste, caracterizando-se como uma região que possui médias térmicas acima de 26º e pluviosidade variando entre 300 mm e 800 mm (LOPES, 2009). Além disso, a região é marcada por chuvas com distribuição bastante irregular, baixa umidade e intensa evaporação. A conjunção desses fatores faz do Semi-Árido uma região de déficit hídrico, o que se constitui na base dos problemas sócio-econômicos que assolam a sua população.. A Bahia concentra o maior contingente de pobres no país, sendo que a grande maioria é oriunda do Semi-Árido. A pobreza entendida como insuficiência de renda é uma característica marcante dessa região, que é composta por 258 municípios, ocupa uma faixa que corresponde a 2/3 do território do Estado e reúne um contingente populacional de 6,64 milhões de habitantes.. Semi-Árido Resto da Bahia. Figura 1 – Bahia e Semi-Árido Fonte: SEAGRI-BA.

(17) 16. A maior parte da população do Semi-Árido encontra-se numa situação de profunda pobreza, não apenas do ponto de vista da renda, mas também no que se refere a um contexto mais amplo. O Semi-Árido ostenta os piores indicadores sociais do País, pois campeia o analfabetismo, a fome e as maiores taxas de mortalidade.. É interessante discutir estratégias de desenvolvimento regional, observando-se as características locais, objetivando-se ganhos sócio-econômicos com os quais a população possa ser inserida num ambiente de desenvolvimento. Dessa forma, além da inclusão social, toma-se como alvo o incremento da economia local.. A fruticultura irrigada constitui-se numa alternativa que se contrapõe ao fenômeno da seca e vem mudando a estrutura econômica de algumas microrregiões do Semi-Árido da Bahia. Antes da implantação dos projetos irrigados que tiveram início no final da década de sessenta, em Juazeiro e Petrolina, as culturas cultivadas no Semi-Árido eram aquelas de ciclos anuais, como milho, feijão e cebola, dentre outras. Essas lavouras são sensíveis às estiagens, portanto, eram frequentes as frustrações de colheita, gerando pobreza, fome e êxodo rural. Hoje, depois da implantação dos projetos irrigados, há polos especializados na produção de frutas perenes que geram renda, empregos e dinamizam as economias locais.. Além da produção expressiva que se verifica na Fruticultura do Semi-árido da Bahia, deve-se atentar ainda para duas variáveis importantes: a geração de empregos e a contribuição na pauta das exportações do Estado. A agricultura irrigada, mais especificamente a fruticultura, tem um potencial elevado de criação de emprego, sobretudo em locais cuja mão-de-obra é de baixa qualificação, como é o caso da grande maioria da população do Semi-árido.. Na esteira do crescimento da fruticultura, outros setores da economia recebem impactos tanto a montante como a jusante, implicando em crescimento de forma sistêmica em toda a economia. Os serviços financeiros, comércio, hotelaria têm um crescimento visível nas cidades onde foram implantados os projetos de irrigação. Existe ainda a agroindústria, que tem se desenvolvido e pode desenvolver-se muito mais no Semi-Árido.. É sabido que um setor econômico, ao crescer, emana efeitos positivos nos demais setores da economia. Os impactos podem ser dentro da própria região, mas também fora dela, uma vez que as diferentes atividades econômicas se relacionam intra e interregionalmente. Mas resta.

(18) 17. saber qual a dimensão do impacto que a fruticultura gera. Ou seja, além do efeito na economia local, quais os efeitos nas economias do Semi-Árido e no Resto da Bahia?. A aplicação das técnicas de insumo-produto permite chegar a uma resposta ao questionamento feito no parágrafo anterior. Torna-se possível mensurar quanto de impacto que cada setor, ao ter uma elevação em sua demanda final, tem nos demais setores da economia. A análise de impactos pode ser feita para a economia da Região onde se localiza o setor em estudo, bem como os impactos que o setor gera para a economia fora daquela região.. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em analisar os efeitos diretos e indiretos que os setores econômicos situados no Semi-Árido e no Resto da Bahia provocam nas duas regiões. Os impactos analisados são aqueles que os setores da economia do Semi-Árido causam dentro da própria região, bem como na economia do Resto da Bahia. Da mesma forma, serão analisados os efeitos que os setores econômicos situados no Resto da Bahia causam na Economia do Semi-árido. Para tanto, utilizar-se-ão as matrizes de relações intersetoriais e interregionais do Semi-Árido e do Resto da Bahia para o ano de 2004. De forma específica, serão avaliados os impactos diretos e indiretos da fruticultura na duas economias, focando-se na produção, no emprego e na renda.. Sendo assim, a partir da Matriz Tecnológica e da Inversa de Leontief, será feita uma análise dos indicadores de encadeamento dentro das cadeias produtivas nas duas regiões. Os indicadores da fruticultura serão analisados, independente do poder de encadeamento que esse setor mostrar.. A estrutura do trabalho conta com seis capítulos, incluindo esta introdução e as considerações finais. No segundo capítulo, é feita uma abordagem sobre os aspectos gerais da fruticultura no Semi-Árido da Bahia e alguns aspectos específicos da fruticultura da Bahia como um todo. No terceiro capítulo, é mostrado o referencial teórico para construção de matrizes de relações intersetoriais e interregionais e dos indicadores de encadeamentos.. No quarto capítulo, faz-se a análise de impactos e de encadeamento dos setores do Semi-árido e do Resto da Bahia. No quinto capítulo, é feita a análise dos multiplicadores de emprego e salários nas duas economias..

(19) 18. 2 A FRUTICULTURA NO SEMI-ÁRIDO DA BAHIA. O Semi-Árido é caracterizado por ser uma região em que, na maioria dos meses do ano, o balanço hídrico é negativo, devido às baixas precipitações, às temperaturas elevadas e, em grande parte, às chuvas irregulares e concentradas num período de três meses. Nessa região, é muito comum ficar sem chover por períodos superiores a um ano, levando a situações de extrema calamidade. Além da seca, existe ainda a má condução das políticas públicas de desenvolvimento local, o que culmina em profunda pobreza e atraso sócio-econômico.. A gestão dos recursos hídricos de forma a proporcionar a oferta de alimentos sem, no entanto, deixar de atender às necessidades das pessoas terem acesso à água, é uma alternativa para a promoção do desenvolvimento regional, ao tempo em que reduz a pobreza. Nesse contexto, a irrigação se apresenta como um instrumento valioso para promover o desenvolvimento humano, através do acesso ao emprego e à renda das populações que vivem nessas regiões.. Obviamente, a irrigação, por si só, não resolve os problemas sócio-econômicos do SemiÁrido, mas é um vetor promotor de desenvolvimento sócio-econômico nos polos onde tem sido implantada. Azevedo (2005) destaca que a irrigação do Nordeste tem gerado externalidades positivas nos aspectos sociais e econômicos, levando-se em conta a melhoria de indicadores, como taxa de pobreza, renda per capita e índice de renda municipal.. Os projetos irrigados implantados no Semi-Árido, não só na Bahia, mas no Nordeste de um modo geral, têm priorizado a produção de frutas. No Semi-Árido, a fruticultura encontra vantagens comparativas e competitivas1 que não se observam em outras regiões do Brasil. O clima quente e seco, a alta luminosidade, a baixa umidade relativa do ar, aliados à inserção de técnicas de produção avançadas, propiciam produção e colheita em qualquer época do ano.. Todavia, como salienta Valdes (2004), as mesmas condições climáticas que favorecem a irrigação, prejudicam a agricultura, pois a falta de chuvas faz com que os reservatórios tornem-se escassos, prejudicando, inclusive, o abastecimento na região. Em 152 anos de. 1. Vantagens comparativas referem-se a uma região que, devido às condições naturais, produz um determinado produto a custos mais baixo que outra. Vantagens competitivas referem-se a uma região que, devido à intervenção humana, como avanços tecnológicos ou melhorias na logística, consegue maior competitividade..

(20) 19. coleta de dados no Semi-Árido brasileiro, aproximadamente um terço do período foi marcado por baixas precipitações, atesta Valdes (2004). Além do fenômeno da estiagem, a pobreza hídrica do sub-solo faz com que 95% da água utilizada na irrigação sejam de superfície.. A fruticultura irrigada ocupa uma faixa pequena de área comparada com a área total destinada à agricultura, mas com elevada capacidade de gerar postos de trabalho e de impulsionar outras atividades nos municípios polos. Segundo Correia (2001), a fruticultura foi o vetor de desenvolvimento das cidades que compõem o Polo Frutícula de Juazeiro/Petrolina, uma vez que, com o desenvolvimento da atividade, houve o desencadeamento de uma série de atividades, como indústria, turismo de negócios, comércio, dentre outros.. Pelo alto poder de geração de emprego dessa atividade, a contribuição mais importante que a fruticultura irrigada dá para o Semi-Árido reside na capacidade de redução da pobreza nos polos onde são implantados os projetos de irrigação. Trata-se de um segmento que requer investimentos baixos, comparado com outros setores, para gerar um posto de trabalho. Segundo Valdes. (2004), cada US$ 6 mil de investimento geram, em média, 2,5 empregos diretos e indiretos, ao passo que, para outros setores, o investimento para um emprego gerado é de US$ 44 mil.. 2.1 O CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO DE FRUTAS NO SEMI-ÁRIDO DA BAHIA.. A fruticultura no Semi-Árido da Bahia vem crescendo exponencialmente, conforme mostra a Tabela 1. O total de frutas passou de 1,06 milhões de toneladas, em 1990, para 2,06 milhões de toneladas em 2008, o que representa um crescimento médio anual de 8,7%. O Valor Bruto da Produção da Fruticultura na Bahia – VBP, em 2008, foi de R$ 2,97 bilhões, enquanto, que no Semi-Árido, a cifra foi de 1,08 R$ bilhões, ou seja, a região contribui com 36,39% do VBP do estado esse segmento. As culturas que mais se destacam são manga, laranja, banana, maracujá, uva e abacaxi..

(21) 20. Tabela 1- Produção, em toneladas, de frutas no Semi-Árido da Bahia, 2000-2008 ANOS. Produto. 2000 2001 2002 2003 Abacate 537 247 208 130 Abacaxi 40.768 55.669 61.110 51.711 Banana 319.406 349.504 355.753 355.606 Castanha de Caju 4.596 5.000 4.983 4.991 Coco da Bahia 14.839 16.203 40.019 56.652 Goiaba 7.990 13.141 15.124 15.598 Laranja 139.605 141.434 188.605 195.645 Limão 3.583 9.321 10.078 10.268 Mamão 9.308 10.532 10.691 10.301 Manga 183.189 224.269 237.630 274.285 Maracujá 63.928 59.930 85.813 70.390 Melancia 172.496 111.283 101.033 8.168 Melão 29.138 29.979 42.916 26.075 Tangerina 413 329 190 213 Uva 67.732 83.730 82.728 83.047 Total 1.057.530 1.110.570 1.236.881 1.163.080 Fonte: IBGE/PAM- Produção Agrícola Municipal Elaboração: SPA/Coordenação de Conjuntura Agrícola - SEAGRI-BA. 2004. 2005. 2006. 2007. 54.069 332.900 4.986 56.116 15.655 198.819 10.418 9.812 283.102 71.286 76.341 27.666 224 85.284 1.226.678. 54.695 310.108 5.222 53.436 9.884 200.868 5.066 9.701 374.898 89.349 69.086 26.636 229 109.053 1.318.231. 70.203 440.776 6.276 63.873 7.781 210.713 7.750 17.842 604.911 134.330 128.829 47.988 262 116.758 1.858.292. 78.751 559.864 5.923 60.751 9.008 314.365 6.980 19.168 614.006 150.602 144.483 51.886 274 119.235 2.135.296. 2,1. 2,1. 1,9. 1,2 1,1. 1,1. 1,2. 1,2. 1,3. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Gráfico 1 - Produção de Frutas no Semi-Árido da Bahia, em Milhões de Toneladas Fonte: IBGE/PAM- Produçã o Agrícola Municipal. Semi-Árido Bahia. Semi-árido; 1.080.725 Bahia; 2.969.650. Gráfico 2 - VBP das Frutas em R$ 1.000,00 Fonte: IBGE/PAM - 2008. 2007. 2008. 2008. 240 105.628 605.378 3.692 82.147 9.127 301.274 5.285 47.578 450.278 197.860 135.676 21.702 299 97.095 2.063.259.

(22) 21. A produção de manga no Semi-Árido da Bahia saiu de 183 mil toneladas, em 2000, para 614 mil toneladas em 2007, caindo em 2008. A expansão da mangicultura deu-se basicamente pelos plantios do Vale de São Francisco, mais especificamente na microrregião de Juazeiro e no polo de Livramentos de Nossa Senhora/Dom Basílio. Nessas regiões, houve a incorporação de plantios tecnificados e priorizou-se o cultivo de variedades aceitas pelo mercado. Para se ter uma ideia da importância do Semi-Árido na produção de manga, mais de 95% do total produzido na Bahia vêm daquela região. No Semi-Árido, os produtores adotam a técnica da indução floral2 nas mangueiras, fazendo com que se produza nos períodos de entressafra, beneficiando-se com a elevação dos preços em função da sazonalidade.. Tradicionalmente, as principais regiões produtoras de laranja da Bahia são o Recôncavo e o Litoral Norte, regiões que não fazem parte do Semi-Árido. Todavia, nessa região localiza-se o município de Itapicuru, que se constitui no segundo maior produtor do estado. Além desse, destaca-se ainda o município de Inhambupe, que registra colheita significativa. Esses dois municípios concentram 85% da produção de laranja no Semi-Árido; por sua vez, respondem por 27% da produção da Bahia.. A banana é uma fruta que tem uma produção expressiva no Semi-Árido da Bahia, tendo como principal destaque as áreas irrigadas do município de Bom Jesus da Lapa. Trata-se de uma cultura que demanda muita água; portanto, no Semi-Árido, para que se obtenha boa produção, requer-se o uso da irrigação. A produtividade da banana produzida em Bom Jesus da Lapa é de 30.000 kg/ha, enquanto que na Bahia é de 15.533 kg/ha, e, no Brasil, de 13.690 kg/ha.. O Semi-Árido, com uma produção de 197,9 mil toneladas, responde por 72% da produção de maracujá da Bahia. Os principais destaques são os cultivos irrigados dos municípios de Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio e Juazeiro.. A uva produzida na Bahia sai, em sua grande parte, dos pomares irrigados do polo de Juazeiro, que engloba ainda os municípios de Casa Nova, Curaçá e Sento Sé como grandes produtores. As condições favoráveis permitem que, no Pólo de Juazeiro e Petrolina, colhamse cinco safras de uvas em dois anos, ou seja, duas safras e meia por ano, fato não verificado em nenhuma outra região do mundo. 2. Indução floral é uma tecnologia que consiste em estimular a planta a reproduzir fora do período natural de reprodução..

(23) 22. O Vale do São Francisco, que se tornou tradicional na produção de uva de mesa, já se destaca também na produção de vinhos finos. Inicialmente, as vinícolas instalaram-se no estado de Pernambuco, mas o município de Casa Nova, na Bahia, já se transformou num importante polo vinícola de onde saem vinhos de excelente qualidade.. A Bahia figura como terceiro maior estado produtor de abacaxi do Brasil, sendo que a maior produção vem do Semi-Árido. O principal produtor é o município de Itaberaba, onde o abacaxi chegou no final da década de noventa, adaptando-se muito bem, além de ter uma importância significativa na geração de emprego. A produção é conduzida por pequenos produtores que estão inseridos no fluxo nacional de comércio, visto que o município abastece os grandes centros urbanos da Bahia e de fora do estado, como é o caso de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.. A ampliação da produtividade no cultivo de frutas no Semi-Árido, com a inserção da irrigação, elevou de forma expressiva a produção. Com isso, os mercados locais, regionais e nacional experimentaram uma ampliação significativa da oferta de alimentos de elevada qualidade, a preços mais baixos. Os principais beneficiários nesse processo são indivíduos pertencentes às camadas sociais inferiores, cujos orçamentos são comprometidos, na maior parte, com a aquisição de gêneros alimentícios.. 2.2 EXPORTAÇÕES DE FRUTAS NA BAHIA. As exportações baianas de frutas, nos últimos anos, têm conseguido um elevado crescimento, apesar dos obstáculos que este segmento encontra no mercado externo. As exportações de frutas da Bahia, em 2008, somaram US$ 153,14 milhões, ocupando a quinta colocação no total das exportações do Agronegócio da Bahia. As frutas frescas constituem-se no grande destaque, respondendo por 98,76% do volume exportado. A participação da Bahia nas exportações de frutas do Brasil é de 14,83%..

(24) 23. Tabela 2 Exportações do Agronegócio Baiano, em US$ 1.000 - 2000 a 2008 PRODUTO. 2000. Animais Vivos Bebidas Cacau e Seus Produtos Café Carnes Cereais, Farinhas e Preparações Chá, Mate e Especiarias Complexo Soja Complexo Sucroalcooleiro Couros, Produtos de Couro E Peleteria Demais Produtos de Origem Animal Demais Produtos de Origem Vegetal Fibras e Produtos Têxteis Frutas (Inclui Nozes e Castanhas) Conservas e Preparações De Frutas (Excl. Sucos) Frutas Congeladas Frutas Frescas Frutas Secas Nozes e Castanhas Fumo e Seus Produtos Lácteos Pescados Plantas Vivas e Produtos de Floricultura Produtos Alimentícios Diversos Produtos Apícolas Produtos Florestais Produtos Hor., Leg., Raí. E Tubérculos Produtos Oleaginosos (Exclui Soja) Rações Para Animais Sucos de Fruta. 25 1 99.276 19.977 228 102.644 27.432 3.748 52.839 27.442 2.001 494 24.926 20 15.353 1 20.102 86 311.532 222 15.898 9.075 705.881. Total do Agronegócio da BAHIA. 2001 25 36 89.763 24.199 36 12.940 129.523 37.401 4.400 65.656 43.125 356 1.470 41.296 2 14.553 62 22.806 67 231.969 432 12.095 58 1.902 691.048. 2002 22 13 134.504 28.171 35 40 23.097 107.812 57.435 2.096 2.719 46.048 50.104 241 1.066 48.771 25 14.664 4 23.730 2 109 250.762 259 7.748 4.289 753.664. 2003 11 37 213.272 33.346 69 5.675 153.185 70.958 2.497 72.483 77.024 278 640 75.938 9 159 17.320 358 27.369 3 186 579 270.958 645 7.284 4.448 957.706. 2004. 2005. 2006. 2007. 2008. 48 91 194.066 51.385 5 16.680 335.547 96.220 3 2.761 123.371 71.060 358 748 69.532 45 377 16.748 223 27.567 68 297 292.576 359 13.899 5.821 1.248.796. 111 254 224.423 83.905 159 8 5.148 377.174 96.495 21 2.131 160.257 100.568 488 921 98.756 28 375 18.653 208 18.127 1 26 446.056 442 17.323 3.520 1.555.008. 163 66 209.585 98.825 2.549 50 12.275 270.403 124.736 26 1.994 188.145 110.121 627 1.455 107.745 42 251 24.641 12.067 117 730.881 678 9.847 5.649 1.802.818. 49 53 224.650 107.749 2.282 10.439 392.559 151.386 416 1.885 235.513 133.579 656 1.053 131.662 50 158 22.491 443 7.597 118 911.685 1.053 9.651 39 4.781 2.218.416. 80 219 262.215 103.667 8.247 7.005 19.924 750.447 138.695 49 2.615 262.752 153.135 911 879 151.242 55 47 28.271 4.170 8.298 4 1.511.040 674 9.382 190 3.600 3.274.679. Fonte: MDIC/SECEX - Sistema Alice Web.   153.135 133.579 110.121 100.568 77.024. 71.060. 50.104 43.125 27.442. 2000. 2001. 2002. 2003. 2004. 2005. 2006. 2007. 2008. Gráfico 3 - Exportações de Frutas (Inclui Nozes e Castanhas) da Bahia em US$ 1.000 Fonte: SECEX/MDIC - Sistema Alice Web.

(25) 24. A fruticultura no Brasil tem elevado a sua qualidade, porém as exportações do setor vêm enfrentando barreiras que dificultam a sua ampliação no mercado internacional. Boteon (2006) aponta, como fatores limitantes, as taxas de juros elevadas, investimentos públicos insuficientes na divulgação das frutas nacionais e a valorização do Real. A despeito das frutas no Brasil, sobretudo nos perímetros irrigados no Nordeste, terem elevado a qualidade, a fruticultura brasileira enfrenta reclamações no exterior, principalmente na Europa. Essas reclamações vão desde o manejo de plantios ao tratamento sanitário.. O custo de logística é outro fator que atrapalha as exportações de frutas. Segundo Boteon et. al. (2006), no porto de Salvador, utilizado como principal porta de escoamento da manga e da uva do Nordeste, é comum, em épocas de concentração de exportações, que se atrase o transporte de produtos, o que implica em prejuízo na qualidade da fruta, além gerar de custos extras. O mercado mundial de frutas frescas cresce, porém as políticas dos países importadores constituem-se em mais um fator limitador da expansão das frutas, não apenas da Bahia, mas do Brasil no comércio internacional. As barreiras não tarifárias, como inúmeros certificados, protocolos, análises fitossanitárias, e até decisões diplomáticas ocorrem em alguns países importadores (BOTEON et. al., 2006).. Na medida em que essas barreiras forem sendo superadas, a fruticultura baiana, por certo, ganhará fatias importantes no mercado internacional. As cifras exportadas atualmente estão distantes de alguns setores, como o complexo soja e produtos florestais, mas os dados contidos na Tabela 2 revelam que as exportações das frutas da Bahia crescem a passos largos.. 2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS. A agricultura irrigada traz respostas rápidas na produção de alimentos para as populações crescentes dos grandes centros urbanos, bem como na geração de emprego e renda nas populações de regiões pobres, como no Semi-Árido. Todavia, a intensificação dos projetos irrigados tem alto custo do ponto de vista ambiental. Di Souza e Jales (2005) lembram que os.

(26) 25. impactos ambientais possuem intensidades variadas, como a implantação de canais de irrigação, retirada da cobertura vegetal natural e salinização dos solos.. Segundo Araújo (2007), os maiores impactos negativos da irrigação estão relacionados aos grandes projetos de irrigação que se transformam em polos de desenvolvimento regional. Os impactos iniciam-se na captação de água quando se constroem as grandes obras de infraestrutura, como barragens, açudes, canais de irrigação, que, associados ao mau uso e manejo, resultam em impactos negativos no meio ambiente.. Um dos problemas comuns nos sistemas de irrigação é a falta de ordenamentos no uso da água. Araújo (2007) afirma que muitos projetos de irrigação não têm outorga para o uso da água. Da mesma forma, os projetos privados também não têm outorga, agravando o problema do conflito pelo uso do recurso hídrico, implicando em problemas ambientais, tais como a modificação do meio ambiente e o consumo exagerado da disponibilidade hídrica, o que causa queda da vazão dos rios.. O uso de agroquímicos (inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos orgânicos) é muito comum nas áreas irrigadas, e, mesmo quando se faz o uso correto, pode contaminar os solos e os mananciais. Como agravante, as normas e procedimentos de segurança costumam ser ignoradas, o que agrava o problema. A irrigação, na visão de Christofidis (2002), gera como principais impactos ambientais os seguintes: Modificação do meio ambiente, demanda excessiva de água, contaminação dos mananciais e contaminação dos solos.. Segundo os autores, na avaliação das consequências dos impactos negativos sobre a irrigação, devem-se salientar outros problemas correlatos, tais como erosão dos solos, assoreamento dos corpos de água e falta de controle no uso de fertilizantes e biocidas. Diante de uma insuficiência na proteção dos mananciais, o aproveitamento hídrico para outros fins torna-se inviabilizado. Isso acaba onerando a comunidade, uma vez que esta acaba arcando com o custo para tratamento da água.. Todavia, o uso da irrigação é irreversível, devendo-se buscar minimizar os impactos ambientais por ela causados. A exploração da água para irrigação é uma técnica adotada no.

(27) 26. mundo, e não apenas no Semi-Árido do Nordeste do Brasil. Isso é relatado por Christofidis (2002, p. 1): Com o crescimento populacional, a humanidade se vê compelida a usar a maior quantidade possível de solo agricultável, o que vem impulsionando o uso da irrigação, não só para complementar as necessidades hídricas das regiões úmidas, como para tornar produtivas as áreas áridas e semi-áridas do globo, que constituem cerca de 55% de sua área continental total. Atualmente, mais de 50% da população mundial depende de produtos irrigados.. 2.3.1 Os Métodos de Irrigação do Semi-Árido. Costa (2006) chama a atenção para o fato de que, em certos casos, a rápida expansão da irrigação traz problemas relacionados ao mau uso da água. A falta de conhecimentos dos agricultores com relação às alternativas tecnológicas de irrigação leva o produtor a adotar métodos de irrigação equivocados, trazendo problemas, como: i) elevação dos custos de produção, à medida que se depreciam mais rapidamente os equipamentos e aumenta os custos de utilização de água, fertirrigação, energia, dentre outros; ii) redução das receitas do produtor, ao se diminuir a produtividade e a qualidade dos bens agrícolas; iii) e elevação da escassez de água e da degradação ambiental.. Os autores enfatizam que uma das principais formas de maximizar a eficiência do uso da água está diretamente relacionada à boa escolha do sistema de irrigação. Entretanto, a escolha da irrigação é complexa, devido aos variados tipos de solos, climas, topografias e culturas. Além desses fatores físicos, devem-se levar em consideração a disponibilidade de capital para investimentos, a disponibilidade de mão-de-obra para condução da irrigação, a disponibilidade e consumo de energia, a viabilidade econômica e as implicações para o meio ambiente.. Existem vários métodos de irrigação, sendo que os mais utilizados no Semi-árido são a aspersão e o método da irrigação localizada, que é feito por gotejamento ou microaspersão. Do ponto de vista do gerenciamento, conservação e economia dos recursos hídricos, Ferreira (1998) recomenda para a maioria das culturas, inclusive a fruticultura, o uso do método da irrigação localizada..

(28) 27. No sistema de gotejamento, a água é aplicada gota a gota na base da planta, sendo absorvida pelas raízes. Costa (2006) aponta várias vantagens desse sistema, dentre elas: i) a economia de água, devido ao controle de sua aplicação e redução de perdas; ii) os menores custos com mão-de-obra; iii) a não interferência dos ventos sobre a aplicação; iv) a maior eficiência no controle fitossanitário; v) a eficiência no uso de fertirrigação; vi) a possibilidade de fornecimento de água por gravidade, dispensando os custos com aquisição e manutenção de bombas motorizadas; vii) e a boa disposição da rede de encanamentos, que permite os manejos normais da cultura.. Costa (2006) define o método da microaspersão como sendo um sistema caracterizado pela aplicação da água numa fração do volume de solo explorado pelo sistema radicular das plantas, de forma circular ou em faixa contínua. Por ser um método localizado, possui vantagens semelhantes ao sistema de gotejamento. Entretanto, a eficiência desse sistema variará de acordo com a intensidade de aplicação ao longo de seu raio, associado ao número de emissores por planta e à declividade do terreno.. O método de irrigação por aspersão consiste na aplicação de água lançada ao ar caindo sob a forma de precipitação fluvial visando ao umedecimento de 100% da área da planta. Como a aplicação não é localizada na base da planta e há influência dos ventos sobre a uniformização da distribuição da água, além de ser mais propício à evapotranspiração, há um desperdício de água na maior parte das fruteiras nesse sistema do que no de irrigação localizada.. Embora existam a recomendação e a consciência da escolha do método de irrigação mais adequado, não é o que se verifica na prática. O gráfico 4 representa a área irrigada nos municípios do Semi-Árido da Bahia que têm projetos públicos de irrigação3. Pelo gráfico, observa-se que a irrigação localizada é utilizada em 37%, enquanto que o método por aspersão é o mais utilizado, 56%. Dessa forma, do ponto de vista do uso racional da água, a agricultura irrigada do Semi-árido requer um remodelamento das técnicas de irrigação empregadas. Assim, a fruticultura pode continuar destacando-se nos seus aspectos positivos sem, no entanto, degradar o meio ambiente de forma insustentável.. 3. A relação de todos os projetos de irrigação públicos na Bahia, por município, está disponível na página da internet da SEI..

(29) 28. 5%. 2%. 37% 56%. Aspersão (pivô central) Aspersão (outros métodos) Localizado (gotejamento,  microaspersão, etc.) Outros métodos  de irrigação e/ou  molhação. Gráfico 4 - Área Irrigada , por tipo de Irrigação, no Semi-árido Baiano -2006 Fonte: IBGE - Censo Agropecuá rio. Mesmo com os impactos ambientais negativos, os efeitos positivos da agricultura irrigada são inegáveis. Sobre esse aspecto, Di Souza e Jales (2005, p. 76) fazem a seguinte observação: Grandes impactos ambientais têm sido gerados em determinadas regiões do planeta, quando se somam os feitos de impactos naturais a outros causados pela ação antrópica. A seca do semi-árido nordestino, por exemplo, traz uma série de conseqüências para o meio ambiente natural da região. Quando, aos efeitos da seca associam-se os efeitos dos desmatamentos, do uso indiscriminado do solo e dos recursos hídricos, pode-se causar enormes impactos ambientais negativos e irreversíveis à área afetada. Todos esses efeitos estão associados à agricultura irrigada do semi-árido, mas apesar desses pontos negativos, as vantagens na irrigação, analisando sobre o aspecto da geração de renda e emprego, são a curto prazo superiores às desvantagens. Sendo constatado um aumento significativo do número de empregos nas áreas irrigadas, inclusive com um alcance social elevado em fase da ocupação da mão-de-obra básica e de pouca qualificação, o que tem significado oportunidade de sobrevivência da população das regiões áridas e semi-áridas do mundo. Outra vantagem inegável da atividade irrigada é que o aumento da produtividade no campo, graças às novas tecnologias, tem ao longo do tempo baixado o preço dos alimentos.. De fato, a agricultura irrigada, mais especificamente a fruticultura, constitui-se num segmento importante na geração de emprego, sobretudo para as pessoas de baixa qualificação técnica. Na medida que se gera emprego à população de baixa qualificação de mão-de-obra, está-se promovendo, assim, uma forma de inclusão social, visto que essas pessoas dificilmente conseguiriam inserir-se no mercado de trabalho, principalmente nas atividades situadas nos grandes centros urbanos. No entanto, vale ressaltar que nem sempre o emprego gerado pela agricultura irrigada beneficia as populações pobres formadas pelos nativos dos municípios onde são implantados os projetos de irrigação. Como os próprios autores citados acima chamam à atenção, nos.

(30) 29. grandes projetos de irrigação os melhores postos de trabalho são para pessoas de alta qualificação técnica e que não fazem parte do contexto social da comunidade.. Com relação à redução dos preços dos alimentos, isso ocorre graças ao crescimento exponencial da produção de frutas no Semi-Árido, como se constata na Tabela 1. Frutas, há algum tempo, são vendidas nas feiras livres, tornando o seu consumo popular, como a uva, que antes era inacessível às camadas de baixa renda. Porém, Di Souza e Jales (2005) ressaltam que nem sempre a produção nos grandes projetos é direcionada para produtos básicos voltados para as populações de baixa renda, visto que, às vezes, a produção é dirigida para frutos nobres direcionados para o mercado externo.. A fruticultura, do ponto de vista do volume de produção e da geração de emprego, é um componente de destaque do agronegócio da Bahia. Houve um alto volume de investimentos públicos e privados na fruticultura irrigada que culminou no desenvolvimento do segmento, tornando-o um dos mais pujantes da agropecuária do Estado, ganhando destaque em nível nacional..

(31) 30. 3 A ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO. 3.1. A. IMPORTÂNCIA. DA. ANÁLISE. DE. INSUMO-PRODUTO. PARA. A. INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA. O uso da técnica de insumo-produto para que se realize o estudo das relações entre as atividades econômicas é muito comum entre os diversos países. A análise econômica, a partir de insumo-produto, permite que se tenha uma visão prática da economia como um todo, seja ela de um país, de um estado ou de uma região, de forma que isso facilita a interpretação das inter-relações. Desse modo, a matriz de insumo-produto constitui-se numa poderosa ferramenta para se fazer planejamento sócio-econômico, na medida que se adquire conhecimento vasto das relações econômicas e objetiva-se a alocação eficiente dos recursos, de forma que se confira nova ordem na produção dos diversos setores de bens e serviços e que seja mensurado o impacto dessa reordenação (MONTORO FILHO, 1992). O marco teórico na literatura econômica a respeito da análise de insumo-produto deu-se na primeira metade do século passado, com Wassily Leontief, que construiu as primeiras matrizes de insumo-produto para a economia americana. Leontief tomou como base o sistema de equilíbrio geral de Walras e, utilizando-se de dados da economia real, estabeleceu que uma economia pode ser descrita como um sistema integrado de fluxos de insumos e produtos entre os setores (AQUINO, 2004).. Na literatura econômica, há séculos existem estudos das relações intersetoriais, que serviram de base para o desenvolvimento da teoria do insumo produto. Segundo Guilhoto (2004), a teoria de Leontief pode ter origem em autores que antecederam aos fisiocratas; contudo, Leontif representaria uma revolução, não se limitando a uma mera extensão de seus predecessores.. De acordo com Considera (1997), o modelo de Insumo-Produto de Leontief foi desenvolvido a partir da organização de dados estatísticos relacionados à produção, consumo intermediário, comércio exterior, dentre outros. O modelo teve como base um sistema de equações lineares, fato que permite mensurar a relação entre os diversos setores da economia de um país, de uma região ou de um estado..

(32) 31. Guilhoto (2004) apresenta um esquema que exemplifica uma tabela de insumo-produto para uma economia de dois setores. O esquema está representado no Quadro 1.. Setor 1 Setor 2. Consumo das Governo Investimentos Exportações Total Famílias C1 G1 I1 E1 X1. Setor 1. K11. K12. Setor 2. K21. K22. C2. G2. I2. Importação. M1. M2. Mc. Mg. Mi. Impostos. T1. T2. Tc. Tg. Ti. Valor Adicionado. W1. W2. Total. X1. X2. E2. X2 M. Te. T W. C. G. I. E. Quadro 1 – Exemplo de uma tabela de insumo-produto para uma economia de dois setores Fonte: Guilhoto (2004). Onde Kij é o fluxo monetário entre os setores i e j; Ci é o consumo das famílias dos produtos do setor i; Gi é o gasto do governo junto ao setor i; Ii é demanda por bens de investimento produzidos no setor i; Ei é o total exportado pelo setor i; Xi é o total de produção do setor i; Ti. é o total de impostos indiretos líquidos pagos por i;. Mi é a importação realizada pelo setor i; Wi é o valor adicionado gerado pelo setor i. A tabela acima permite estabelecer a igualdade: X1 + X 2 + C + G + I + E = X1 + X 2 + M + T +W. (3.1). Eliminando X 1 e X 2 , tem-se C + G + I + E = M +T +W. Rearranjando a equação 3.2, obtém-se. (3.2).

(33) 32. C + G + I + (E − M ) = T + W. (3.3). Dessa forma, segundo o autor, a tabela de insumo-produto preserva as identidades macroeconômicas.. A partir do disposto acima, pode-se generalizar para o caso de n setores, que se encontra demonstrado na equação 3.4. n. ∑K j =1. ij. + c i + g i + I i + ei ≡ x i. (3.4). i = 1,2,..., n. kij é. a produção do setor i que é utilizada como insumo intermediário pelo setor j;. ci é a produção do setor i que é consumida domesticamente pelas famílias; gi é a produção do setor i que é consumida domesticamente pelo governo; Ii é a produção do setor i que é destinada ao investimento; ei é a produção do setor i que é exportada; xi é a produção domestica total do setor i.. Assumindo-se que o fluxo intermediário por unidades de produto obedece a proporções fixas da produção de cada setor, o modelo aberto de Leontief4 pode ser derivado da equação 3.5.. n. ∑a j =1. ij. + y i = xi. (3.5). onde. i = (1, 2, ...,n). aij é o coeficiente técnico que representa a quantidade de insumo do setor i que entra na. produção de uma unidade do produto final do setor j; xj é a produção doméstica do setor j; 4. O sistema aberto de Leontief considera a demanda final como sendo exógena ao sistema, ao passo que, no sistema fechado, é considerada endógena..

(34) 33. yi é a demanda final pelos produtos do setor i (parte dos produtos do setor i que vai para o. consumo das famílias, consumo do governo e investimento).. A equação anterior pode ser escrita na forma da equação 3.6. Ax + y = x. (3.6). Onde A é a matriz tecnológica de ordem (n x n), isto é, a matriz formada pela fração da produção de um setor que entra como insumo da produção de um outro setor.. A resolução da equação anterior terá como resultado a equação 3.7. x = (I − A ) y , −1. onde (I − A). −1. (3.7). é a Matriz Inversa de Leontief, composta pelos coeficientes diretos e indiretos. que formam a relação no processo produtivo entre os diferentes setores da economia, (GUILHOTO, 2004).. Se pós-multiplicarmos a matriz. ( I − A). por. (I + A + A. 2. ). + A 3 + ... + A n , chegaremos a. (I − A ) (I – A)n+1. Os valores contidos em (A) são compreendidos entre 0 e 1, portanto à n +1. medida que n tende ao infinito, esses valores tendem a zero. Dessa forma, o produto da multiplicação será apenas o termo I, ou seja, (I + A + A 2 + A 3 + ... + A n ) nada mais é que a inversa de (I − A) quando n assume valores altos (GUILHOTO, 2004).. Os insumos intermediários são medidos como proporções do valor bruto de cada setor, fato que permite calcular a variação na demanda intermediária provocada por uma variação na demanda por uma variação nas categorias da demanda final (KUPFER, 2000). Quando há um aumento na demanda pelos produtos do setor j, inicialmente se tem um aumento na economia igual ao aumento desse setor, refletido no termo I da soma (I + A + A 2 + A 3 + ... + A n ) . À medida que o setor j aumenta sua produção, demanda produto de outros setores que fornecem.

(35) 34. insumos na proporção estabelecida na coluna j. Pré-multiplicando o vetor de variação da demanda pela matriz (I − A) , observa-se que o aumento do setor j equivale ao aumento da demanda somado ao aumento dos insumos demandados para fazer face à variação da demanda. O aumento seria igual à variação da demanda vezes o coeficiente do termo aij , sendo que (A) representa a necessidade de insumo que o setor demanda no primeiro momento e mede os efeitos iniciais. Há um encadeamento de crescimento na economia pelo fato de todos os setores fornecedores de insumos para o setor j terem suas produções aumentadas, e, por conta disso, demandarão insumos de outros setores, sendo que o aumento dessa demanda é medida pelo termo ( A2 ) (GUILHOTO, 2004).. Na teoria, os valores contidos na matriz insumo-produto são expressos em termos físicos, denotando uma relação de insumo e produto e seus coeficientes técnicos. Todavia, na prática, devido à dificuldade de expressar em termos físicos, como unidade ou tonelada, os valores são expressos em termos monetários, medidos a preços básicos (AQUINO, 2004).. O modelo de insumo produto tem como hipótese metodológica a homogeneidade, isto é, cada produto ou grupo de produto é fornecido por um único setor; ou seja, há uma perfeita relação biunívoca entre os produtos e os setores. Contudo, na prática, não é isso que ocorre, haja vista um setor produzir mais de um produto ao tempo em que um produto pode ser produzido por diferentes setores. O efeito disso é que as tabelas de insumos e produtos fornecidas pelo IBGE são retangulares, requerendo, assim, que se façam algumas transformações para obter a matriz inversa de Leontief, já que, para haver inversa, é necessário que a matriz seja quadrada (KUPFER, 2000).. Para transformar a matriz retangular em matriz quadrada, acrescentam-se algumas hipóteses ao modelo: a) A hipótese do market-share constante, ou seja, a demanda de cada atividade é calculada proporcionalmente pela demanda dos produtos nela produzidos; b) A hipótese da tecnologia do setor – os insumos de cada atividade são proporcionais à produção da atividade. Em outras palavras, a tecnologia não é determinada pelo produto, mas sim pela atividade (KUPFER, 2000)..

(36) 35. No modelo de insumo-produto, assume-se que os coeficientes são fixos, o que significa que os retornos de escalas são constantes, não havendo, portanto, economia nem deseconomia em escala. Isso se constitui numa limitação, visto que não se admite substituição de fatores, nem mesmo quando os preços relativos sinalizam para isso ou quando há grande disponibilidade de um fator. Dessa forma, o modelo não permite que se faça análise de períodos de longo prazo, apenas permitindo análises estático-comparativas (VALVERDE, 1999) e (AQUINO, 2004).. Sesso Filho (2003) aponta mais alguns fatores limitantes do modelo insumo-produto: a) inexistência de ilusão monetária entre os agentes; b) preços constantes; c) suposição de que as mudanças tecnológicas são lentas; d) presunção de que a oferta é infinitamente inelástica, de forma que a elevação na demanda será sempre atendida, com a produção crescendo aos custos expressos na matriz.. Todavia, as limitações acima expostas não impedem que o modelo seja aplicado para análise setorial, impactos de políticas econômicas, distribuição de renda e meio ambiente (Sesso Filho, 2003).. 3.2 CONSTRUÇÃO DE MATRIZES PARA O BRASIL. As Matrizes de Relações Intersetoriais (MRIs) construídas no Brasil são apenas em nível nacional, visto que não existem matrizes regionais nem estaduais. Essas últimas são obtidas através da derivação da matriz Brasil. As MRIs brasileiras eram construídas pelo IBGE até os anos oitenta, divulgadas com uma periodicidade de cinco em cinco anos, tendo como base os dados dos censos econômicos, que também eram divulgados a cada cinco anos. Todavia, a partir de 1985, o IBGE parou de divulgá-las, baseando-se na revisão do manual de Contas Nacionais das Nações Unidas (System of National Accounts – SNA 93), que propôs uma nova apresentação das contas nacionais, em que se preservavam os princípios básicos dos anteriores, porém exigiu-se que houvesse flexibilidade, atualização e harmonia (AQUINO, 2004)..

(37) 36. Ao invés de uma periodicidade de cinco em cinco anos, as MRIs passaram a ser divulgadas anualmente, graças às mudanças acima descritas. Entretanto, as informações não são mais a partir de dados censitários, mas baseadas em projeções, tendo como base o ano de 2000. Contudo, as informações divulgadas pelo IBGE, além de oficiais, são as mais próximas da realidade que se obtêm no país (AQUINO, 2004). Oliveira Filho (2007) elabora as matrizes de relações intersetoriais a partir de tabelas5 de Recurso e Usos (TRUs) divulgadas pelo IBGE. A partir de1997, o IBGE não divulga mais as MRIs, informando apenas TRUs. A divulgação é anual, através das contas nacionais, com agregação de 55 setores e 110 produtos, conforme Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE do IBGE. As TRUs possibilitam a construção da MRIs, uma vez que, assim, permite-se conhecer os valores produzidos e consumidos na forma de insumos de cada bem nos variados setores das atividades econômicas. Além de ser a base para a construção das matrizes nacionais, as TRUs são o ponto de partida para a construção das MRIs estaduais.. O Quadro 2 relaciona os setores econômicos das TRUs descritos no formato código/nomenclatura, obedecendo à classificação do CNAE.. Código 0101 0102 0201 0202 0203 0301 0302 0303 0304 0305 0306 0307 0308 0309 0310 0311 0312 0313 0314 0315 0316 0317 0318 0319 0320 0321 0322. Setor Agricultura, silvicultura, exploração florestal Pecuária e pesca Petróleo e gás natural Minério de ferro Outros da indústria extrativa Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Celulose e produtos de papel Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque Álcool Produtos químicos Fabricação de resina e elastômeros Produtos farmacêuticos Defensivos agrícolas Perfumaria, higiene e limpeza Tintas, vernizes, esmaltes e lacas Produtos e preparados químicos diversos Artigos de borracha e plástico Cimento Outros produtos de minerais não-metálicos Fabricação de aço e derivados Metalurgia de metais não-ferrosos. Código 0323 0324 0325 0326 0327 0328 0329 0330 0331 0332 0333 0334 0401 0501 0601 0701 0801 0901 1001 1101 1102 1103 1104 1105 1106 1201 1202 1203. Setor Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Eletrodomésticos Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Automóveis, camionetas e utilitários Caminhões e ônibus Peças e acessórios para veículos automotores Outros equipamentos de transporte Móveis e produtos das indústrias diversas Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana Construção Comércio Transporte, armazenagem e correio Serviços de informação Intermediação financeira e seguros Serviços imobiliários e aluguel Serviços de manutenção e reparação Serviços de alojamento e alimentação Serviços prestados às empresas Educação mercantil Saúde mercantil Outros serviços Educação pública Saúde pública Administração pública e seguridade social. Quadro 2 - Atividades TRUs e seus Respectivos Códigos CNAE Fonte: IBGE/Adaptada pelo Autor. 5. Tabela 1 - Recursos de bens e serviços – 2005 e Tabela 2 - Usos de bens e serviços – 2005 do IBGE..

(38) 37. As TRUs constituem-se de duas tabelas dispostas da seguinte forma: de um lado, a Tabela 1 (Tabela de recursos dos bens e serviços); do outro, a Tabela 2 (Tabela de usos de bens e serviços). A tabela de recursos de bens e serviços expressa a produção de cada setor da economia, enquanto a tabela de usos expõe o consumo intermediário, ou seja, quanto cada setor insume de determinado produto. Os dados contidos em cada tabela são expressos em valores monetários.. As TRUs são as matrizes elementares que originam as demais matrizes da análise de insumoproduto: as matrizes de produção (P) e de consumo intermediário (Q), que, respectivamente, correspondem às tabelas de recursos e usos.. Em forma matricial, a TRUs seguem a notação seguinte:. [ ] para i = 1, 2, 3, ..., m e j = 1, 2, 3, ...,n. Q = [q ] para i = 1, 2, 3, ..., m e j = 1, 2, 3, ...,n., P = pij. (3.8). ij. (3.9). onde. pij = produção, em unidades monetárias, do produto i pelo setor j; qij = consumo intermediário, em unidades monetárias, do produto i pelo setor j; m = número total de produtos produzidos e/ou insumidos; e. n = número total de setores produtivos.. A partir das matrizes (P e Q), admitindo-se duas hipóteses básicas, duas novas matrizes são construídas. A primeira hipótese é a do Market-Share, que gera a matriz com o mesmo nome (MS). Essa matriz tem como objetivo explicitar como cada setor participa na produção, ressaltando que os setores produzem diferentes produtos, bem como um produto pode ser produzido por diferentes setores. A segunda hipótese é a denominada de “Tecnologia de Setor” ou “Estrutura de Insumos”, que gera a matriz de Insumos por Produção Setorial (C), a.

(39) 38. qual reflete a proporção de cada produto que entra como insumo para os diferentes setores das atividades econômicas (AQUINO, 2004).. A elaboração das matrizes Market-Share (MS) e de Insumo por Produção Setorial (C) requer que se definam previamente o vetor de produção de cada produto (qp) e o vetor de produção setorial (qs). Esses vetores são obtidos, respectivamente, pela soma de cada coluna e linha da matriz de produção (P). Assim,. m. q p = ∑ pij para i = 1,...,n;. (3.10). j =1 n. q s = ∑ p ij para j = 1,...,m.. (3.11). i =1. A matriz Market-Share é obtida após a multiplicação da matriz de produção (P) pelo vetor qp diagonalizado e invertido, ou seja, −1 ⎛ ^ −1 ⎞ ⎛ ^ ⎞ MS = ⎜ q p ⎟ P , cuja transposta é MS t = P t = ⎜ ⎛⎜ q p ⎞⎟ ⎟ ⎜⎝ ⎠ ⎟ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠,. (3.12). onde. MS = Matriz Market-Share,. ⎛ ^ ⎞ ⎜ qp ⎟ ⎝ ⎠. −1. = o vetor qp diagonalizado e invertido.. Já a matriz de Insumos por Produção Setorial (C) é resultado da multiplicação da matriz (Q) pelo vetor qs diagonalizado e invertido, ou seja,. ⎛ ^ ⎞ C = Q⎜ q s ⎟ ⎝ ⎠. −1. ,. onde. ⎛ ^⎞ ⎜ qs ⎟ ⎝ ⎠. −1. = o vetor qs diagonalizado e invertido. (3.13).

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