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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – D’ARGA - Crafts (Porto)

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Academic year: 2021

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(1)

TPG

folitécnico

daiGuarda

Polytechnic

ol’ Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Design de Equipamento

Bárbara Cristina Vieira Duarte julho 12016

(2)

Gesp.010.02 (provisória)

Escola Superior de Tecnologia e Gestão/Educação

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

BÁRBARA CRISTINA VIEIRA DUARTE

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM DESIGN DE EQUIPAMENTO

(3)

Discente

Nome: Bárbara Cristina Vieira Duarte Número: 1010370

Instituição

Estabelecimento de Ensino:

Instituto Politécnico da Guarda - Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Curso: Design de Equipamento

Empresa

Nome: D’ARGA- Crafts

Morada: Estrada Interior da Circunvalação nº 11981, 4250-154 Porto

E-mail: sergiolemos@sergiolemos.pt Facebook: www.facebook.com/Dargacrafts Supervisor do Estágio: Designer Sérgio Lemos

Data Duração

De:

3 de junho de 2015 A: 17 de julho de 2015

Duração Prevista do Estágio: 280h

Orientação

do Estágio

Docente Orientador: Professor Dr. Paulo Costa

(4)

Aos meus pais, que me mostraram o caminho; Aos que o percorreram comigo.

Faço o meu agradecimento a todos os docentes do curso, em geral. Cada um na sua vertente transmitiu conhecimentos profícuos, que levamos connosco para a vida, os quais irão contribuir para a nossa ascensão profissional, individual e coletiva.

Ao meu orientador de curso, Professor Doutor Paulo Costa, por todo o apoio, incentivo e estima, prestados ao longo de toda a minha licenciatura.

Agradeço especificamente ao Professor Doutor Sérgio Lemos, pelo apoio ines-timável e por ter aberto as portas do seu Atelier, a mim e aos colegas que estagiaram comigo, tendo entrado ‘connosco’ nesta experiência. Guardo grande contento em ter participado neste estágio, que foi, indubitavelmente, enriquecedor, permitiu que olhássemos noutras direções e nos desviássemos ligeiramente das formatações até aqui praticadas em estágios curriculares.

Ao Rui Abreu e Dina Soares, proprietários da Quinta das Lavras, onde desen-volvemos a segunda parte do estágio.

Aos colegas e companheiros de estágio; Helena Resende, Daniela Alves, Ana Condeço e Luís Gonçalves, com os quais formei equipa com o máximo espírito de entreajuda.

Aos meus amigos, tais como, Rita Pimenta, Inês Calheiros, Mário Bernardo, Alexandre Piedade, André Cadavez, Ângela Geraldes, pelo carinho, ajuda, motiva-ção, esclarecimento de dúvidas, partilhas de vivências e conhecimento e discussões de ideias.

Neste parágrafo tenho e quero destacar o meu amigo e colega Paulo Eduardo Vanzeler, que nunca me deixou desistir e me amparou sempre no decurso da licencia-tura onde, com o seu ímpeto intrínseco, paixão e dedicação ao curso, irradiava entusiasmo até mesmo aos mais inertes.

À minha Família, com maior relevância para os meus pais, irmã e aos meus avós, que diariamente insistiam e partiam comigo na conquista de novos patamares.

Aos demais. Bem hajam!

(5)

Em função dos objetivos do estágio, do tempo estimado, dos recursos da empre-sa, da estação do ano em curso e do número de estagiários que concomitantemente nele participaram, foi seguido o plano de estágio infra detalhado, tendo sido previa-mente estruturado e igualprevia-mente aceite, quer pelos alunos, quer pelo coordenador da empresa D’ARGA, em busca dos melhores resultados para cumprimento das metas estabelecidas.

 Organização e adequação da oficina e biblioteca às nossas necessidades;  Instrução e demonstração das ferramentas a manobrar;

 Deslocação ao local para uma criteriosa seleção das matérias primas necessárias para os projetos;

 Criação de objetos em madeira;

 Desenvolvimento, construção e montagem de uma estrutura geodésica;  Continuação e aperfeiçoamento de peças D’ARGA já existentes.

(6)

O presente relatório documenta a forma como este estágio decorreu. Foi desen-volvido no âmbito da unidade curricular de Seminário de Design do terceiro ano da licenciatura do curso Design de Equipamento da Escola Superior de Tecnologia e Ges-tão do Instituto Politécnico da Guarda. Teve a duração de aproximadamente um mês e meio (280h) e decorreu entre o atelier Darga-Crafts, no Porto, a Quinta das Lavras em Marco de Canaveses e a Serra d’Arga, em Viana do Castelo.

D’arga funciona atualmente na cidade do Porto mas nasceu no seio de uma co-munidade na Serra d’Arga, em Viana do Castelo. Une o Design Social1 ao Craft2, em

todos os trabalhos que realiza.

Na generalidade o estágio é marcado pelo contacto direto com a natureza. Houve a oportunidade de selecionar in loco3, a matéria-prima que mais nos aprouvesse para os

trabalhos, mas também de desfrutar de diferentes paisagens onde este se ia desenrolan-do.

Divide-se assim em duas partes ou momentos claramente distintos: uma primei-ra, que decorre no atelier, no Porto e que consiste basicamente na produção de objetos em madeira; e uma segunda, que pode considerar-se o cerne de todo o estágio, que consistiu no desenvolvimento de um projeto em parceria com a Quinta das Lavras (de Rui Abreu e Dina Soares), situada em Manhuncelos, Marco de Canaveses, para a pla-nificação e construção de uma estrutura geodésica4.

Ao longo deste relatório, encontram-se as palavras homónimas ‘ d’Arga’ e ‘ D’arga’, correspondentes à Serra d’Arga e ao atelier D’arga-Crafts, respetivamente.

Palavras-chave:

Design; Craft; Natureza; D’arga; Estágio.

1 design social preocupa-se essencialmente em contribuir para o aumento da qualidade de vida de determinada comunidade

2 arte/atividade que requer aptidões manuais especiais na produção de objetos 3 do latim in loco, «no local»

4 cúpula arquitetónica utilizada pelas mais diversas civilizações ao longo dos tempos, devido à sua grande estabilidade e resistência mecânica

(7)

“ A relação do homem com o objecto

não é de modo algum apenas de posse ou de

uso...”

(8)

Índice de texto

Figura Pág.

Ficha de Identificação ______________________________ I Agradecimentos ______________________________ II Plano de Estágio ______________________________ III Resumo ______________________________ IV Índice de Texto ______________________________ VI Índice de Figuras ______________________________ VII Lista de Abreviaturas ______________________________ IX 1. Introdução Geral ______________________________ 2. Apresentação Sumária da Empresa _______________________ 3. Logótipo/Marca ______________________________ 4. Serra d’Arga ______________________________ 5. Matéria-prima ______________________________ 6. Ambiente e Local de trabalho ___________________________ 7. Objetos de trabalho ______________________________ 8. DARGA enquanto Craft e Design Social __________________

9. Estrutura Geodésica - AGRODOME _____________________

9.1 - Introdução ____________________________ 9.2. História e Conceito ____________________________ 9.3. Estrutura ____________________________ 9.4. Estudo dos conectores __________________________ 9.5. Modelação 3D ____________________________ 9.6. Maquete ____________________________ 9.7. Materiais ____________________________ 9.8. Planeamento de construção ______________________ 9.9. Conclusão _____________________________ 10. Outros Objetos DARGA _____________________________

10.1. Bonecos _____________________________ 10.2. Bancos _____________________________ 10.3. Utensílios de Cozinha __________________________ 11. Conclusão _____________________________ 12. Referências Bibliográficas ____________________________ 2 3 4 5 7 9 10 11 13 14 14 9 17 20 21 22 24 31 32 34 35 36 38 39

(9)

Índice de Figuras

Figura Pág.

1. Turdus Merula _____________________________________ 4 2. Logótipo __________________________________________ 4 3. Mapa Serra d’Arga __________________________________ 5 4. Brasão Caminha ____________________________________ 5 5. Compilação - Serra d’Arga ____________________________ 6 6. Compilação - Espécies Arbóreas ________________________ 7 7. Compilação - Espécies Arbóreas ________________________ 8 8. Compilação - Espaço de Trabalho _______________________ 9 9. Compilação - Máquinas de Trabalho e Equipamentos ________ 10 10. Cartaz AGRODOME ________________________________ 14 11. Domo Geodésica do Planetário ________________________ 15 12. Esfera Dimensional através de triângulos _________________ 15 13. Tetraedro __________________________________________ 16 14. Octaedro ___________________________________________ 16 15. Icosaedro __________________________________________ 16 16. Subdivisão de Triângulos ______________________________ 16 17. Número quadrado perfeito _____________________________ 16 18. Subdivisão de triângulos equiláteros ______________________ 17 19. Calculador online _____________________________________ 18 20. Tamanho 3/8 e 5/8 ____________________________________ 18 21. Compilação - Conectores _______________________________ 19 22. Conector de 4 ________________________________________ 19 23. Conector de 5 ________________________________________ 19 24. Conector de 6 ________________________________________ 19 25. Conector de 6 e 5 _____________________________________ 19 26. Render Keyshot ______________________________________ 20 27. Compilação - Maquete _________________________________ 21 28. Materiais para Conectores ______________________________ 22 29. Montagem dos Conectores ______________________________ 22 30. Compilação - Peças Integrantes __________________________ 23

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Figura: Pág.

31. Desenho Técnico - Montagem ______________________________ 32. Diagrama de Montagem ___________________________________ 33. Compilação - Processo de Corte _____________________________ 34. Lixa para madeiras ________________________________________ 35. Desenho técnico para furos __________________________________ 36. Furadora _________________________________________________ 37. Ajuste das bases ___________________________________________ 38. Ajuste dos pitões __________________________________________ 39. Compilação - Aplicação de pitões _____________________________ 40. Montagem teste ___________________________________________ 41. Nível ____________________________________________________ 42. Arranjo do terreno ________________________________________ 43. Montagem final ___________________________________________ 44. Teste de resistência _________________________________________ 45. Quinta das Lavras __________________________________________ 46. Compilação - Bonecos ______________________________________ 47. Compilação - Bancos _______________________________________ 48. Compilação - Utensílios de cozinha ____________________________ 49. Compilação - Utensílios de cozinha ____________________________

25 25 26 26 26 26 27 27 27 28 28 28 29 30 31 34 35 36 37

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Lista de Abreviaturas

IPG Fig. 3D Dr. Pág. cm ESTG Séc. NMM

Instituto Politécnico da Guarda Figura

Três dimensões Doutor

Página Centímetros

Escola Superior de Tecnologia e Gestão Século

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R E L A T Ó R I O

D E

E S T Á G I O

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1. Introdução Geral

O estágio curricular constitui a última fase para a obtenção do grau de licenciatu-ra do curso de Design de Equipamento na ESTG-IPG. Este, em particular, desenvolveu -se na empresa D’arga, situada na cidade do Porto e contou com a participação de cin-co discentes do respetivo curso. No âmbito do mencionado estágio foram realizados trabalhos individuais e em conjunto, onde, quer num, quer noutro, o espírito de ajuda recíproca esteve sempre presente

Esta experiência, com as suas características peculiares, ’obrigou-nos’ a sair da nossa zona de conforto e contribuiu para a consolidação e aplicação de conhecimentos adquiridos anteriormente, quer de forma empírica, quer em âmbito curricular. Conhe-cimentos que foram fundamentais para a realização dos objetivos estipulados por todos os seus intervenientes.

Numa primeira fase, o trabalho foi desenvolvido no atelier (oficina), no Porto. Este período permitiu-me acompanhar e transformar materiais naturais (madeiras) desde a sua fase mais embrionária - quando estas ainda são arvores no seu meio natural - passando pela transformação mecânica e manual das madeiras em oficina, até à últi-ma fase desta metamorfose, quando estes estão finalmente transforúlti-mados em produtos prontos a serem comercializados. A segunda fase do estágio decorreu na Quinta das Lavras, no Marco de Canaveses. Este período permitiu-me experienciar uma vivência totalmente nova. Desde logo, obter vários conhecimentos na área da agronomia e de participar no processo de produção de frutícolas existentes na quinta, como morangos, mirtilos, framboesas e groselhas. Esta fase tinha como objetivo principal, desenvolver e construir coletivamente (incluindo os restantes estagiários, proprietários da Quinta das Lavras e D’arga-Crafts), uma estrutura geodésica - AGRODOME - para fins agrí-colas.

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2.1 - Apresentação - Descrição

“ DARGA® agrega memórias de paisagens, materiais, cores, formas, tempos. Memórias em crescimento sujeitas a novos mergulhos de regresso ao futuro.”(5)

Sendo uma empresa relativamente recente, procura produzir artigos com um ní-vel de qualidade bastante elevado. Alia conceitos como design de equipamento, design social, craft e artesanato.

Todas as peças são manufaturadas, o que lhes dá características singulares.

2.2– Política de Preços

A alienação dos objetos é praticada através da venda direta (diretamente da ofici-na para o consumidor), onde os preços praticados são os que estão estipulados em catá-logo, não incluindo os portes de entrega e eventuais taxas; e por venda indireta, ou se-ja, em lojas onde alguns destes produtos estão à venda e aí os preços poderão variar, em função das taxas e comissões estipuladas pelos lojistas.

2.2 - Localização

A empresa D’arga -Crafts situa-se, atualmente, na Estrada Interior da Circunva-lação nº 11981, 4250-154 - Ramalde - Porto, tendo nascido em meio minhoto, na Ser-ra d’Arga - proveniência do seu nome.

2. Caracterização Sumária da Empresa

5

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3. A Marca

O logótipo e símbolo da empresa D’ARGA foi criado e registado pelo fundador da mesma - Designer Sérgio Lemos. A apresentação do pedido de registo da marca foi em Novembro de 2011 e a concessão do registo em Fevereiro de 2012.

A marca é composta por uma imagem estilizada do semblante de uma espécie de ave bastante abundante em Portugal; melro-preto (do latim - turdus merula) em fase adulta e sexo masculino; e pela palavra DARGA com a tipografia Futura, sendo todos os caracteres maiúsculos, de tamanho igual e tipo negrito, à exceção do primeiro carac-ter (D). Esta imagem foi escolhida por uma questão de gosto pessoal do seu autor.

Contudo, o melro preto apesar de comum, é distinguido dos pardais habituais devido às suas características sui-generis, onde a plumagem preto mate predomina, dando sensação de força e perseverança. O contraste com o bico e com a auréola ama-relada em

torno do olho atribuem-lhe um toque sofisticado, simples mas também distinto.É uma das aves mais enraizadas na cultura popular. Diferentemente de muitas outras espécies negras, culturalmente o melro não é visto como mau augúrio, bem pelo contrário.

O seu canto forte enche as manhãs e os fins de tarde - pronúncio do bom tempo.

Figura 2: Marca - Darga Crafts Fonte: Logótipo por Sérgio Lemos

www.facebook.com/dargacrafts/ [acedido a: 10/05/2016] Figura 1: Turdus Merula - Darga Crafts

Fonte: Fotografia por Sérgio Lemos www.facebook.com/dargacrafts/

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4. Serra d’Arga

A Serra d'Arga pertence à freguesia de São Lourenço de Montaria, em Caminha, no Distrito de Viana do Castelo, na região do Alto Minho, fazendo parte do sistema montanhoso da Peneda Gerês. Ergue-se a 825 metros de altitude, é delimitada pelos Rios Coura e Lima e tem origem granítica. Na sua paisagem podemos contemplar o mar, o Rio Lima e o Rio Minho, a vila portuguesa de Ponte de Lima, Caminha, a cida-de cida-de Viana do Castelo assim como as povoações espanholas da Galiza. É um espaço natural de grande valor ecológico, fruto do seu elevado grau de conservação da nature-za e biodiversidade, desta forma incluída na rede europeia natura 2000.

A Serra d’Arga, é um combinado de interessantes elementos do património natu-ral, etnográfico, histórico e cultunatu-ral, fortemente relacionado com o homem e com os seus habitantes. Há quem considere esta Serra um autêntico museu ao ar livre, cheia de lendas e histórias antigas, um admirável espaço cultural, e nela conseguimos apreciar a evolução humana e da natureza até aos dias de hoje.

O artesanato ainda mantém uma relação com todo o contexto rural. A lã , prove-niente dos ovinos da Serra e o linho, são trabalhados pelas tecedeiras, as bordadeiras e as rendeiras. Existe também uma grande tradição no trabalho da madeira - os cesteiros ainda trabalham os desperdícios da floresta. Estes são recolhidos e levados para os seus ateliers, para serem transformados em peças com valor funcional e artístico.

Figura 3: Mapa Serra d’Arga - Viana do Castelo Fonte: www.portugal-hotels.net

[acedido a: 10/05/2016]

Figura 4: Brasão de Caminha - Viana do Castelo Fonte: www.misericordiadecaminha.pt

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É nesta paisagem minhota de serrania, que se procede à recolha dos desperdícios florestais. É também neste local que se situa a Serração Rodrigues Lda (em Candemil - Vila Nova de Cerveira) e que desde há muito fornece à D’arga as suas madeiras de al-tíssima qualidade. Tive a oportunidade de visitar esta serração tradicional e observar o processo de corte das árvores, ainda em forma bruta, em diferentes tipos de perfis. Este ritual é recorrente na D’arga pois permite controlar a qualidade das madeiras desde o abate, até ao transporte para a oficina/atelier.

(18)

5. Matérias-prima

MALUS SYLVESTRIS

MACIEIRA

Dada a diversidade das espécies que produzem esta matéria-prima, é necessário selecionar as mais adequadas em função das suas características. Para a sua escolha e seleção, há que ter em conta fatores como: a densidade, a resistência mecânica, a cor, odor, etc. A D’arga procura utilizar, sempre que possível, madeiras provenientes da floresta local. Espécies autóctones que possuam alto valor ecológico e madeiras cujo uso se ligue ao folclore e à tradição local.

Dos múltiplos géneros existentes na natureza e segundo critérios específicos, a D’arga tem como uso mais comum para as suas atividades, os seguintes exemplares:

Figura 6: Compilação - Espécies Arbóreas Fonte: Fotografias por Sérgio Lemos

EUCALIPTO

OLIVEIRA

(19)

SOBREIRO

CATANHEIRO BRAVO

AMENDOEIRA

FREIXO

PINHEIRO BRAVO

Figura 7: Compilação - Espécies Arbóreas

(20)

6. Ambiente e Local de Trabalho

O ambiente dentro do atelier era dividido entre a oficina - onde eram postos em prática os projetos idealizados, com recurso a todos os equipamentos necessários, alternando entre o interior e o exterior, conforme a conveniência - e a parte da bibliote-ca e repouso - com um ambiente mais intimista, onde estava ao nosso dispor a consulta de livros pertinentes ao estágio. Neste ambiente, ao qual diz respeito a última fotogra-fia, podem-se observar alguns produtos realizados pelo DARGA nas prateleiras, que servem como elementos decorativos.

Figura 8: Compilação - Espaço de Trabalho Fonte: Fotografias por - Vários

(21)

Na oficina, o uso de equipamentos de segurança é obrigatório e imprescindível para o manuseamento das máquinas.

É importante investir em bons equipamentos de proteção para garantir a qualida-de qualida-de trabalho qualida-de toda a equipa. Após as qualida-devidas qualida-demonstrações do funcionamento qualida-de cada máquina, ficaram esclarecidos os cuidados a ter de forma a trabalhar sempre em segurança. Coube, assim, a cada individuo fazer uso das proteções adequadas perante o trabalho a desenvolver.

As atividades que exigissem mais perícia eram realizadas sob a orientação e vigi-lância do supervisor da empresa.

Seguem-se alguns exemplos das ferramentas e equipamentos utilizados no decur-so do estágio.

(22)

8. D’ARGA enquanto CRAFT e Design Social

A partir de uma observação atenta e crítica à era atual, apercebemo-nos da quan-tidade desmesurada de objetos que fazem, intrinsecamente, parte das nossas vidas. Os objetos são há milénios sistematicamente produzidos pelo Homem e esse processo ‘evolutivo’ conduziu, como todos sabemos, à acumulação de um número infindável de coisas que constituem o Nosso Mundo Material (NMM).

Os objetos são desenhados desde os primórdios com o objetivo de responder a um problema quotidiano. A ponta lítica pré-histórica, que funcionava como arma de caça ou de defesa, é possivelmente o primeiro objeto humano e surgiu da necessidade de obter proteção e alimento. Mesmo os objetos sagrados de adoração que servem de oferenda às divindades, como adornos ou elementos decorativos, têm sempre uma fun-ção ou propósito, que lhes conferem um estatuto utilitário.

Com a industrialização entre o séc. XVIII e XIX, nasceu uma nova sociedade de consumo maravilhada com os efeitos da multiplicação e da produção em massa. Os objetos passaram a ter um caráter mais mecânico e rigoroso. Surgiram novos conceitos e o design aliado à inovação, deu origem a novos produtos que procuravam ir ao en-contro de um publico que se fidelizou a este tipo de artigos. O crescimento desta nova realidade faz decrescer as práticas artesanais e a produção manufaturada de objetos. O rumo que a industria deu ao NMM despertou artistas como - John Ruskin e William Morris. Estes tomaram consciência das consequências da má qualidade dos produtos e da falta de condições de trabalho nas fábricas e a generalizada desvalorização dos objetos. Estes artistas criaram então o movimento Arts and Crafts -Artes e Oficios - (1860 - 1900), que se apresentava como alternativa ao sistema de produção - consumo vigente da época. O artesanal como alternativa à produção em série e o produto traba-lhado com materiais nobres, fizeram parte da resposta à demanda da sociedade da épo-ca, cujo objetivo primordial era devolver aos objetos o cunho pessoal e artístico.

Este tema parece cada vez mais atual. As alternativas encontradas por Ruskin e Morris, encontram cada vez mais seguidores e são cada vez mais comuns os colóquios e feiras artesanais dedicadas à produção de artigos de alta qualidade (como por exem-plo: A Espatódea® – Artesanato Contemporâneo, em Coimbra e/ou Crafts Council UK, em Londres. É neste contexto que a D’arga procura atuar e consolidar uma posi-ção diferenciadora no seu espaço de atuaposi-ção. Em atelier que oferece produtos que se podem constituir como uma alternativa à produção em série que, “...produz objetos para um consumo mais lento, consciente e satisfatório, que possam durar e herdar-se.6

Neste caso podemos interpretar este excerto do seu manifesto como um desafio a uma sociedade cada vez mais tecnológica e consumista. Uma outra ideia patente no manual de intenções da empresa, é a intenção de reunir diferentes atores sociais, económicos e culturais, com o fim de explorar os recursos e as potencialidades de determinada regi-ão. Como explica Sérgio Lemos na entrevista ao jornal Expresso acima citada: “...uma pessoa que quisesse passar um fim-de-semana na Serra d’Arga, podia aprender a fazer uma colher a partir de um ramo, como as da minha coleção numa unidade de turismo de habitação, e isso poderia vir a viabilizar um novo turismo cultural nestas zonas ru-ais.” 7

(23)

6 Lemos, Sérgio (2014) "Um País com quilómetros de histórias". Jornal Expresso, 13 de agosto. 7Ibid

8 Artes e Tradições da Região do Porto. (1985). Lisboa: Terra Livre.

A D’arga procura igualmente consolidar a sua posição junto da comunidade ar-tística do Porto. Desde logo participando em exposições (como por exemplo: Galeria Jingo Biloba - Centro comercial Miguel Bombarda), e colocando os seus produtos à venda em lojas de especialidade (como por exemplo: Galeria Mundano), e desta forma contribuindo para a dinamização cultural que floresce na cidade do Porto e que vem de certa forma, dar resposta à estagnação em que esta cidade tem estado mergulhada nos últimos anos.

“ O Porto é hoje, desgraçadamente, em matéria de artes e tradições populares,

um espaço agónico onde a festa do São João é um milagre de resistência e de treino quase congénitas. Desaparecidos os artistas dos mestres, substituídos os objetos - com sentimento - dos artesãos - pelos objetos mercenários da quinquilharia no novo ri-quismo cultural e do consumismo domesticado, substituído o engenho pela saudade do que se deixou destruir. (…) salvou-se a toponímia, perdeu-se a gente.” 8

É neste sentido que a D’arga-Crafts desenvolve uma atividade de criação e servi-ços com base na manufatura e no artesanato (craft), onde não existe a preocupação de produzir grandes quantidades, mas antes em valorizar a relação que o artesão estabele-ce com o próprio consumidor e com isto, um consumidor que seja capaz de estabeleestabele-cer uma relação mais duradora com o artefacto, e que, ao trabalharem em equipa possam realizar “coisas para o bem comum”, numa espécie de co-criação. Um design social, onde o mais importante são as relações capazes de se criar, fruto do trabalho desenvol-vido.

(24)

AGRO

DOME

(25)

9. Estrutura Geodésica - Agrodome

9.1 - Introdução

O projeto da segunda fase de estágio, foi realizado e desenvolvido na Quinta das Lavras em Marco de Canaveses, sob a orientação dos respetivos proprietários da Quin-ta, Rui Abreu e Dina Soares e pelo orientador do estágio - Sérgio Lemos - na constru-ção de uma estrutura geodésica, esta apelidada de Agrodome - Domo com fins agríco-las- cúpula protetora para a produção e plantação de mirtilos, morangos. Groselhas, framboesas e amoras.

O desenvolvimento de todo o processo teve a duração de cerca de duas semanas que incluíram pesquisa, estudos, encomenda e entrega de material, experimentação, e montagem da estrutura final. Contou com a participação dos alunos estagiários da em-presa Darga - Bárbara Duarte, Luís Gonçalves, Helena Resende, Ana Condesso e

Da-niela Alves.

9.2 - História e conceito

A geodesia é a ciência que estuda as dimensões, forma e campo de gravidade da Terra, permitindo analisar, medir e representar o espaço geográfico com precisão.

Desde a Grécia Antiga com Aristóteles, Pitágoras, Eratóstenes e muitos outros, os conceitos e estudos básicos da geodesia já começavam a ser desenvolvidos, como por exemplo, a ideia de a Terra ser esférica. Mais tarde, Isaac Newton e Carl Gauss, entre outros, foram outros nomes importantes no desenvolvimento desta ciência, con-tribuindo significativamente sobre a estrutura e formato do planeta. Esta área também

Figura 10: Cartaz Agrodome Fonte: Fotografia e ediçao por Sérgio Lemos

(26)

Baseado nestes conceitos, Walther Bauersfeld (engenheiro e físico alemão) desenhou a primeira cúpula que se pode chamar de “geodésica” para o planetário Carl Zeiss em Jena, Alemanha, pouco depois da primeira guerra mundial. Uns anos mais tarde, Richard Fuller (designer, arquiteto e inventor estadunidense) apelidou a cúpula de “Geodésica” quando trabalhou na física e engenharia da cúpula, estudando os seus princípios de tensão e compressão. Apesar de Fuller não a ter inventado, foi responsá-vel por torná-la popular, devido ao seu estudo matemático da cúpula, pelo qual rece-beu a respetiva patente em 1954.

O motivo da escolha desta construção deve-se à estabilidade, resistência mecânica e leveza que oferece. Estas características são possíveis através do seu formato esférico e aos múltiplos triângulos que a estruturam. Qualquer força aplicada sobre a cúpula distribui-se uniformemente até à base, princípio existente também nos arcos utilizados na arquitetura e engenharia.

O facto de os materiais de construção serem, maioritariamente, planos, levou à necessidade do desenvolvimento da cúpula através de formas triangulares de maneira a assemelhar-se mais com uma esfera, pois era a sua forma original. Quantos mais triângulos, mais aproximado fica da forma esférica.

Figura 11: Walther Bauersfeld, domo geodésica para o planetário Zeiss em Jena, Alemanha, 1922 Fonte: www.zendome.com [acedido a: 20/5/2016]

(27)

Figura 13: Tetraedro regular

O tetraedro regular - (do latim tetra - quatro) poliedro composto por quatro faces

em forma de triângulos equiláteros

(triângulos que possuem lados com medidas iguais)

Figura 14: Octaedro regular

O octaedro regular - (do latim octo - oito)

poliedro composto por oito faces em forma de triângulos equiláteros

Figura 15: Icosaedro regular

O icosaedro regular - (do latim eícose - vinte) poliedro convexo de 20 faces em forma de triângulos

equilá-tero

Preferencialmente utilizam-se triângulos equiláteros todos do mesmo tamanho mas existem apenas 3 formas padronizadas para isto:

o tetraedro, o octaedro e o icosaedro.

Considerando os anteriores fatores, o icosaedro é a melhor solução já que é o que contem mais faces. Ainda assim, 20 faces não é o suficiente pois cada aresta teria de ser bastante longa e resistente de modo a não vergar, o que acabaria por tirar leveza à estrutura. Então continuamos a dividir cada face em mais triângulos equiláteros, por exemplo em 4, 9, 16 ou qualquer outro número quadrado perfeito, como segue o exemplo:

Figura 16:

(28)

Dividem-se os triângulos, porém continuamos com uma superfície plana, que não será tão resistente quanto poderia ser, isto implica então empurrar estas subdivisões de triângulos de dentro para fora da cúpula, o que vai gerar uma perspetiva tridimensional e faz com que os triângulos deixem de ser planos e equiláteros. Nesta fase as leis da geometria, matemática e física começam a ser bastante mais complexas e é por isso que é boa ideia usar os calculadores online. O calculador a que recorremos foi do site

Desert Domes.

O que categoriza os tipos de cúpulas geodésicas, é este nível de subdivisões. Por exemplo, no calculador do site Desert Domes, é dado a escolher o tipo de cúpula entre 1V e 6V. Isto corresponde às subdivisões dos triângulos equiláteros originais do icosaedro:

Como vemos na fig.18, 1V é 1 subdivisão (um único triangulo), 2V são 4 subdivisões (4 pequenos triângulos), 3V são 9 subdivisões, 4V são 16, 5V são 25 e 6V são 36 subdivisões e assim sucessivamente. Quanto mais subdivisões, mais a cúpula se parece com uma esfera mas também se torna mais complicada de construir, pois exige mais material e existirão mais arestas com uma maior variedade de medidas diferentes.

9.3 - Estrutura AGRODOME

Planeámos uma estrutura que tivesse 4m de diâmetro, cerca de 2m de altura, varas curtas para beneficiar a resistência estrutural, o que também lhe atribuiria leveza.

Dadas as características que necessitávamos, optámos pela estrutura 3V.

Figura 18:

(29)

O passo seguinte foi escolher que percentagem da cúpula queríamos construir. Ou seja, cúpulas que têm números ímpares de subdivisões, por exemplo 3V (9 subdivi-sões) ou 5V (25 subdivisubdivi-sões), não têm uma linha central ou linha de “equador” para dividi-las ao meio, por isso temos que optar entre construí-las ligeiramente maiores ou menores a uma meia esfera - 3/8 (< do que meia esfera); 5/8 ( > do que meia esfera). Para isso voltámos a recorrer ao calculador online, onde na tabela acima nos indica medidas das arestas, o número total, os conetores e também o tamanho para uma cúpu-la de 3/8 e de 5/8 de esfera.

Infelizmente isto também significa que nestas cúpulas ímpares a base não assen-tará bem no chão, uma vez que a sua linha inferior de arestas não está paralela ao chão.

Posto isto, a estrutura que produzimos foi de 5/8 com 4m de diâmetro e aproxi-madamente 2,4 m de altura.

Figura 19:

Medidas através do Calculador automático online Fonte: www.desertdomes.com/dome3calc.html

Figura 20:

(30)

Existem vários tipos de conectores para estas construções. Fizemos várias tenta-tivas com diferentes modelos, à escala reduzida e em modelação 3D para verificarmos qual seria mais exequível. Após vários estudos e experiências, surgiram alguns handi-caps, nomeadamente o custo financeiro patente em todas as propostas de conectores que tínhamos investigado até aqui. Analisadas as despesas, começámos a pensar noutra solução para este entrave. O nosso primeiro objetivo para estas peças, seria enquadrá-las perfeitamente no meio ambiente em que estavam inseridas, de modo a criar o mínimo ruido visível possível.

Houve a sugestão de conectores imprimidos 3D que logo excluímos pois não es-tava ao nosso alcance. Pensámos à posteriori em chapas de metal, porém esta ideia fi-cou sem efeito quando alguém experiente na área (serralheiro) analisou os nossos dese-nhos técnicos e nos elucidou relativamente ao orçamento explicando que ficaria bas-tante dispendioso e seria impossível uma produção de mais baixo custo.

As chapas seriam em metal - aço de 4 mm, como segue o exemplo:

Figura 22:

Desenho técnico do conector de 4 Escala 1/3

Figura 23:

Desenho técnico do conector de 5 Escala 1/3

Figura 24:

Desenho técnico do conector de 6 Escala 1/3

Figura 25:

Desenho técnico do conector de 6 e 5, respetivamente Escala 1/3

Figura 21:

Compilação de exemplos de conectores Fonte: Pesquisa variada na web

(31)

9.5 - Modelação tridimensional

Para uma representação mais fidedigna da realidade, utilizámos à priori a ferra-menta CAD - Inventor - para a assemblagem das peças. Esta fase surgiu com alguns entraves pois devido ao grande rigor do programa não era possível aplicar forças nos materiais de modo a moldá-los ligeiramente, o que na realidade é possível. Contudo, a montagem 3D foi essencial para a deteção do que poderíamos melhorar e retirámos boas indicações para a construção da maquete.

Figura 26: Render em Keyshot 5 Modelação 3D em Inventor 2015 Fonte: Modelado por - Luís Gonçalves

(32)

9.6 - Maquete à escala 1/10

Antes de prosseguirmos com a montagem da estrutura real, construímos um mo-delo/maquete, sendo estas fundamentalmente "representações realistas" e visto que uma das suas principais características é a similitude, que permite a aproximação com o comportamento do objeto real. Utilizámos a escala 1/10, palitos de madeira com cer-ca de 20cm cer-cada e cortámo-los com as medidas proporcionais. Para a simulação dos conectores não usámos nenhum material representativo da realidade, optámos por cola quente para conseguirmos unir os palitos, visto que estavam com as medidas e ângulos corretos, já nos seria permitido verificar se funcionaria na realidade.

Figura 27:

Compilação fotos da maquete 1/10 Fonte: Fotografias por - Vários

(33)

9.7 - Materiais Utilizados

Os conectores que usaríamos teriam de ser económicos, de fácil obtenção, resis-tentes e funcionais. Posteriormente ao estudo de algumas alternativas, chegámos a um consenso - criarmos os nossos conectores, aplicando pitons metálicos, parafusos e ani-lhas de aba larga para produzirem tal efeito. Foi preciso fazer uns pequenos ajustes nos pitons, dando-lhes uma certa inclinação para que os ângulos encaixassem corretamente.

Figura 28: Materiais para conectores Fonte: Pesquisa variada na Web

(34)

Reforçando a informação anterior, os materiais que precisaríamos para os conec-tores seriam - pitões metálicos, anilhas de aba larga de metal e parafusos roscados. Pa-ra as vaPa-ras escolhemos como material a madeiPa-ra de pinho, é um material intempoPa-ral adequando-se tanto a soluções mais arrojadas e contemporâneas, como em construções mais ‘primitivas’ e em meio natural. O Pinho é uma madeira macia clara que se torna amarela-dourada com o passar do tempo, o que daria um bom contraste com os verdes predominantes do meio em que estaria inserida a estrutura.

Feitos os cálculos e devidos estudos, seria então necessária a quantidade de mate-rial abaixo listada:

 165 Perfis de madeira  61 Conectores  61 parafusos  61 porcas  122 anilhas  330 pitons Figura 30:

Compilação - Peças integrantes da estrutura Fonte: Fotos por - Vários

(35)

A gestão do tempo é essencial para o bom funcionamento do trabalho. Com isto, estipulámos distribuição de tarefas, organização e seguimos etapas para uma conceção mais eficiente dos nossos objetivos. O nosso plano de trabalho passou pelas seguintes etapas:

1. Desenhos técnicos dos ângulos das barras de pinho

2. Marcar e cortar as barras com as medidas necessárias

3. Limar as arestas tornando-as muito ligeiramente arredondadas

4. Marcar e furar centros nas bases para colocar os pitões

5. Cortar os ângulos das bases e definir ângulos dos pitões

6. Aplicar pitons

7. Montar a primeira parte da estrutura só para teste

8. Arranjo/ nivelamento do terreno com nível de bolha de ar

9. Montagem final

10. Teste de resistência

(36)

1.Desenhos técnicos

Para conseguirmos de forma mais confiável traçar os limites das peças, imprimi-mos os desenhos técnicos à escala real para fazerimprimi-mos os cortes.

2.Marcar medidas nos perfis

Depois dos cálculos com recurso ao calculador online, a simulação demonstrou-nos que precisaríamos de três tipos de varas com diferentes medidas, às quais atribuí-mos as letras A, B e C, de forma a agrupá-las como segue o exemplo:

A - Cor amarela: B - Cor azul C - Cor vermelha

total de 30 barras total de 55 barras total de 80 barras cerca de 69cm cada cerca de 80cm cada cerca de 82cm cada

Figura 31: Desenho técnico à escala 1/3 Fonte: Modelado por - Luís Gonçalves

Figura 32: Diagrama de montagem

(37)

Figura 33:

Compilação - Processo de corte Fonte: fotografias por - Vários

Posto isto, prosseguimos então com os cortes nos perfis com a devidas medidas.

3.Limar arestas

Para uma texturas mais aveludada e um toque menos agreste, lixámos as arestas laterais dos perfis de madeira

4.Marcar Centros nas bases

Para colocarmos os pitões, marcámos previamente as bases com molde de ma-neira a achar o centro e posteriormente fazer os respetivos furos para encaixar as peças

Figura 34: Lixa para madeiras

(38)

5. Cortar os ângulos das bases e definir ângulos dos pitões

Para que os perfis encaixassem de forma justa e sem folgas, foi necessário fazer-mos uns cortes, pequenos ajustes aos ângulos das duas extremidades (bases) dos perfis de madeira e às peças metálicas (pitons) que viriam a servir de conectores.

6. Aplicação dos pitões

Figura 37: Ajuste das bases

Figura 38: Ajuste dos pitões

Figura 39:

Compilação: Aplicação de pitões Fonte: Fotografias por - Vários

(39)

7. Montagem da primeira parte

Para termos a certeza de que estávamos a prosseguir de maneira correta, tenta-mos montar uma pequena parte enquanto terminávatenta-mos de encaixar todos os conecto-res.

8. Arranjo e nivelamento do terreno com nível de bolha de ar

Com vista a uma utilização cabal dos equipamentos, procedemos a uma análise topográfica do terreno, utilizando a ferramenta ‘ nível ‘ que serve para testar a inclina-ção do plano.

Figura 40: Montagem teste Fonte: Fotografias por - Vários

Figura 41: Nível com bolha de ar

(40)

9. Montagem final

Figura 43: Compilação: Montagem final Fonte: Fotografias por - Sérgio Lemos

(41)

10. Teste de resistência

Como estas cúpulas têm de apresentar extraordinária resistência e leveza, resol-vemos testar quando tínhamos quase 100% de certezas que resultaria.

Figura 44: Teste de resistência

(42)

O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no cumpri-mento de metas e objetivos compartilhados, otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para trocas de conhecimentos. Trabalho em equipe é quando um grupo ou uma sociedade resolve criar um esforço coletivo para resolver um problema. É um conjunto/grupo de pessoas que se unem com o mesmo propósito.

Este projeto foi, para mim, o ex-líbris do estágio. Permitiu-me abrir as asas, quer profissional, quer pessoalmente. A construção e bom funcionamento da estrutura era, sem duvida, primordial, esta ficou no Marco de Canaveses, mas não menos importante, é a experiência daqui retirada, a que guardamos e levamos connosco para a posterida-de, onde a relação que conseguimos criar entre todos no decurso da procura de solu-ções é que nos deu o sabor da realização.

Em termos técnicos, alguns aspetos não correram na perfeição, por exemplo, os encaixes não ficaram totalmente como nós pretendíamos, os perfis de madeira foram projetados com a ideia de ficarem todos encostados mas na prática não foi possível, o que ocasionou uma breve discórdia nos membros intervenientes mas que logo se resol-veu.

“ As tardes, o céu, as noites, as estrelas, as fragrâncias, os sabores e os mágicos sorrisos, talvez fossem ainda mais azuis se não se entrevisse tantos desejos dissolvidos em torrentes de sonhos por esvaziar. “

Reis, Fausto. Tempos sem fim. (2016). Viseu: Edições Esgotadas

9.9 - Conclusão

Figura 45: Quinta das Lavras

(43)

“ A relação do Homem com o objeto não é de modo algum apenas de posse ou de uso. Não. Seria simples demais. É muito pior.

Os objetos estão fora da alma, é claro; no entanto, eles são também a massa do nosso cérebro, o que nos leva a pensar.

Trata-se de uma relação no acusativo.

O Homem é um corpo engraçado cujo centro de gravidade não esta nele mesmo. Nossa alma é transitiva.

Precisa de um objeto, que a afete, como seu complemento direto, logo.

Precisamos escolher objetos verdadeiros (…) antes como nossos espectadores, nossos juízes e não para serem dançarinos ou clones

(…) e assim compor nosso templo doméstico. (…) cada um de nós, conhece bem essa Beleza.

Ela fica no centro, jamais é atingida...”

Ponge, Francis. “Antagonismos: O objecto” (1962). Museu de Artes Decorativas de Paris

(44)

A DARGA opõe-se à ostentação, valoriza o contacto com a natureza, com o rus-tico, com o simples. Sobrestima a transitoriedade da vida, as marcas transmitidas pelo facto de ‘existir’. Este conceito enaltece a ‘imperfeição’ e a assimetria, transporta para os objetos simples e orgânicos a evidência dos processos naturais, tornando-os delica-damente sofisticados. Aproxima-se do que a natureza tem para oferecer, estabelecendo mais contacto com as suas raízes. Distancia-se, assim, da realidade do mundo sintético e fútil que nos rodeia.

As peças em madeira são intemporais. Permanecem. Têm capacidade de se man-ter bonitas e acompanhar várias descendências. Transportam uma alma, autenticidade, durabilidade, atributos que lhes proporcionam a transmissão de histórias de geração em geração. Utilizando matérias-primas locais, desperdícios e juntando-lhes inspiração, estes objetos têm o potencial de sustentabilidade, que urge cada vez mais. O contacto com um material nobre- madeira - favorece uma relação especial com o objeto, com o orgânico. Esta propriedade torna a peça agradável ao toque, estimulando o tato.

A utilização e apreciação destes objetos tanto pode ser praticada por adultos co-mo por crianças.

Apesar do público-alvo desta empresa não ser maioritariamente crianças, passo a citar o seguinte dado ambiental, relativamente a brinquedos:

"Se cada criança abaixo dos seis anos recebesse hoje uma versão de madeira de qualidade de um brinquedo de plástico que pudesse passar para uma criança mais nova no ano seguinte, o resultado poderia ser uma diminuição de uns 7,7 milhões de plástico enviado para os aterros, por cada ano em que o brinquedo é reutilizado.” 9

(45)

Quanto aos bonecos em madeira; as crianças tendem a ignorar o complexo e aquilo que lhes limita a criatividade. Os brinquedos/bonecos contemporâneos já fazem tudo por elas, retirando-lhes a imaginação que tantas vezes é proporcionada pelo que há de mais simples. As características genuínas dos bonecos produzidos pela DARGA, despertam interesse, estímulo, estimo e alegria da parte do utilizador, conquistando fa-cilmente o seu afeto.

Chegados ao D’ARGA, foi-nos sugerido que, da panóplia de bonecos já feitos pelo designer Sérgio Lemos, elegêssemos os melhores e os batizássemos com alcunhas caricatas, promovendo-os em catálogo e online. As peças são feitas a partir de diferen-tes tipos de madeiras.

(46)

10.2– Bancos

Este projeto já decorria na fase em que demos entrada no estágio, estando já a ser idealizado pelo Designer Sérgio Lemos, que posteriormente o desenvolveu com o Luís Gonçalves, onde também tive a oportunidade de contribuir, embora de forma menos aprofundada - na fase inicial.

Estes bancos possuem cerca de 46,5cm de altura e são feitos a partir da madeira do castanheiro - castanho. O Castanheiro da região Minho é explorado pela qualidade da madeira, muito apreciada e considerada uma das melhores madeiras para mobiliá-rio, para soalhos, portas e revestimentos. É uma madeira com uma duração natural apreciável, leve, e com ótima resistência mecânica.

Figura 47:

Compilação: Bancos em Castanho Fonte: Fotos por - Vários

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Desde sempre, a DARGA se dedica à produção de objetos/utensílios de cozinha. Estes artigos não só respondem às exigências dos tempos modernos, sendo uteis para a função que devem desempenhar, como dão um ótimo remate de decoração em cozi-nhas quer rusticas, quer contemporâneas.

Todos os modelos são produzidos com madeira de origem nacional, normalmen-te adquirida e aproveitada através de desperdícios florestais. A susnormalmen-tentabilidade ambi-ental é uma preocupação constante e deve ser sempre levada em conta na prática do Design.

(48)

Como trabalho individual, decidi seguir a linhagem de artigos de cozinha já exis-tentes no DARGA e conceber outros. O intuito de transportar para as peças o requin-te, elegância e simplicidade, esteve sempre incluído em cada toque efetuado, como é apanágio desta empresa.

Juntamente com as colegas Helena Resende e Ana Condeço, desenvolvemos a panóplia de utensílios de cozinha abaixo demonstrados.

Figura 49:

Compilação: Utensílios cozinha

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11. Conclusão

Com este estágio houve uma troca de conhecimentos, de experiências, um aper-feiçoamento na capacidade de respostas e soluções rápidas diante circunstâncias ines-peradas.

Consciencializou e relembrou-nos que bons produtos não se restringem a boas modelações virtuais. É preciso criar um laço resiliente com os trabalhos a desenvolver, transmitir-lhes à medida da sua transformação, o nosso afeto, cuidado, e sabedoria. A plenitude é inatingível, contudo a descoberta do trajeto que nos aproxima Dela vai sendo palmilhado por nós, que somos conduzidos pelos Guias que nos vão dando as necessárias diretrizes.

É com satisfação que, olhando para trás, volvida ao ano em que iniciei a minha licenciatura no curso de Design de Equipamento, vejo a forma como este curso evolu-iu, tornando-se cada vez mais engrandecido com a perseverança e afinco de quem, dentro da instituição, concorre para isso quase sem sessar.

É com grande nostalgia e saudade que fecho este capítulo da minha vida.

(50)

12. Referências Bibliográficas

Bibliografia

Webgrafia

Robertts-Phelps, Graham. Segurança, higiene e saúde

no trabalho. Edição- Monitor - Projetos e Edições,

Lda, 2000

Carlo Argan, Giulio. Arte e Crítica de Arte. Edição - Editorial Estampa, Liboa, 1995.

Artes e Tradições da região do Porto. Edição - Terra

Livre, Lisboa, 1985.

Dicionário Completo - Língua Portuguesa. Edição -

Texto Editores, Lisboa, 2006.

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Referências

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