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Análise da gestão de custo no centro cirúrgico do Hospital Bem Viver

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTO NO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL BEM VIVER

(Trabalho de Conclusão de Curso)

CAROLINE F. BILIBIO GUIOTTO

Ijuí (RS) 2010

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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTO NO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL BEM VIVER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, do Departamento de Economia e Contabilidade, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

CAROLINE F. BILIBIO GUIOTTO

Profª Orientadora: MSc. EUSÉLIA PAVEGLIO VIEIRA

Ijuí (RS) 2010

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela vida, pelas oportunidades recebidas, pela força e coragem de nunca desistir.

A minha família merece poucas palavras, mas aquelas que me são mais caras, obrigado por vocês existirem. Obrigado por depositarem em mim a confiança para todas as horas, em especial ao meu querido esposo Cassiano, por ter enfrentado junto de forma incondicional, as dificuldades que se apresentaram ao longo dessa caminhada. Aos meus pais e meu irmão, que sempre apostaram em mim, acreditando que um dia eu chegaria lá. Sei que vocês se orgulham por eu ter atingido essa etapa. A todos vocês, o meu agradecimento pela força que me transmitiram nos momentos de desânimo e angústia.

A todos os professores, pela competência e dedicação que sempre transmitiram seus ensinamentos.

A professora Eusélia, minha orientadora, o meu profundo respeito e admiração pelas palavras de incentivo, pelo carinho e pela compreensão nos momentos difíceis.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... 6

LISTA DE QUADROS ... 7

LISTA DE GRÁFICOS ... 9

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ... 10

INTRODUÇÃO ... 11

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13

1.1 Área de Conhecimento Contemplada ... 13

1.2 Caracterização da Entidade ... 13 1.3 Problematização do Tema ... 18 1.4 Objetivos ... 19 1.4.1 Objetivo Geral ... 19 1.4.2 Objetivos Específicos ... 20 1.5 Justificativa ... 20 1.6 Metodologia ... 21 1.6.1 Classificação da Pesquisa ... 21

1.6.1.1 Do Ponto de Vista de sua Natureza ... 21

1.6.1.2 Do Ponto de Vista de seus Objetivos... 22

1.6.1.3 Do Ponto de Vista de dos Procedimentos Técnicos ... 22

1.6.2 Plano de Coleta de Dados ... 23

1.6.3 Instrumento de Coleta dos Dados ... 23

1.6.4 Plano de Análise e Interpretação de Dados ... 24

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 25 2.1 Contabilidade ... 25 2.1.1 Conceitos ... 25 2.1.2 Finalidade da Contabilidade ... 26 2.1.3 Aplicação da Contabilidade ... 27 2.2 Contabilidade Hospitalar ... 27 2.3 Contabilidade de Custos ... 29

2.3.1 Origem da Contabilidade de Custos ... 30

2.3.2 Conceituação da Contabilidade de Custos... 31

2.3.3 Funções da Contabilidade de Custos ... 32

2.3.4 Objetivos da Contabilidade de Custos ... 32

(5)

2.4.1 Gasto, Custo e Despesa ... 33

2.5 Princípios Contábeis Aplicado a Custos ... 35

2.5.1 Princípio da Realização da Receita ... 36

2.5.2 Princípio da Entidade... 36

2.5.3 Princípio do Custo Histórico com Base de Valor ... 36

2.5.4 Princípio da Consistência ou Uniformidade ... 36

2.5.5 Princípio do Conservadorismo ou Prudência ... 37

2.5.6 Princípio da Materialidade ou Relevância ... 37

2.5.7 Princípio da Causação ... 38

2.6 Esquema Básico de Contabilidade de Custos ... 38

2.7 Separação dos Gastos em Custos e Despesas ... 39

2.8 Classificação dos Custos ... 40

2.8.1 Custos Diretos ... 40

2.8.2 Custos Indiretos ... 41

2.8.3 Custo Fixo ... 41

2.8.4 Custo Variável ... 42

2.9 Custos com Mão-de-obra... 42

2.9.1 Mão-de-obra Direta ... 43

2.9.2 Mão-de-obra Indireta ... 43

2.10 Custos Indiretos de Fabricação ... 44

2.11 Depreciação ... 44

2.11.1 Métodos de Depreciação ... 45

2.11.2 Taxas de Depreciação ... 45

2.12 Métodos de Custeio ... 46

2.12.1 Custeio por Absorção ... 47

2.12.2 Custeio Direto ou Variável ... 47

2.12.3 Custeio Baseado em Atividade (ABC) ... 48

2.13 Formação do Preço de Venda ... 50

2.14 Formação do Mark-up ... 50

2.15 Apuração Margem de Contribuição ... 51

2.16 Ponto de Equilíbrio ... 52

2.17 Margem de Segurança Operacional... 54

3 ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTO NO CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL BEM VIVER: ESTUDO DE CASO ... 55

3.1 Descrição dos Processos do Centro Cirúrgico ... 55

3.1.1 Estrutura Física do Centro Cirúrgico ... 56

3.1.2 Estrutura Física Interna do Centro Cirúrgico Hospital Bem Viver ... 61

3.1.3 Tipos de Atividades do Centro Cirúrgico ... 62

3.1.4 A Organização do Centro Cirúrgico ... 65

3.1.5 Mapeamento das Atividades ... 65

3.1.6 Procedimentos Cirúrgicos Realizados pelo Hospital... 70

3.1.7 Númerode Pessoas que Atuam no Setor ... 70

3.1.8 Tipos de Materiais Comuns a todos os Procedimentos ... 71

3.2 Sistema Utilizado por Centros de Custos ... 71

3.2.1 Apuração dos Custos Cirúrgicos ... 74

3.2.2 Demonstração dos Custos Unitários ... 75

3.2.3 Resultado dos Centros Produtivos - Centro Cirúrgico ... 78

(6)

3.3 Procedimentos Cirúrgicos Estudados ... 82

3.3.1 Procedimento de Ureterolitotomia Transureteroscopia ... 82

3.3.2 Procedimento de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 90

3.3.3 Procedimento de Septoplastia ou Desvio de Septo Nasal ... 97

3.3.4 Procedimento de Vídeo Colecistectomia sem Colangiografia ... 104

3.4 Ponto de Equilíbrio no Centro Cirúrgico ... 119

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 124

REFERÊNCIAS ... 127

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma do Hospital Bem Viver ... 16

Figura 2: Esquema Básico da Contabilidade de Custos ... 39

Figura 3: Ponto de Equilíbrio ... 53

Figura 4: Planta da Estrutura do Centro Cirúrgico ... 61

Figura 5: Fluxograma do Atendimento das Cirurgias Eletivas ... 67

Figura 6: Fluxograma do Atendimento das Cirurgias de Urgência ... 68

Figura 7: Fluxograma do Atendimento no Centro Cirúrgico ... 69

Figura 8: Cateter Duplo J usado no procedimento de Retirada de Cálculo ... 84

Figura 9: Ponteira Eschave utilizada no procedimento Vídeo Artroscopia do Joelho ... 93

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dados do Hospital Bem Viver ... 15

Quadro 2: Classificação dos Custos ... 42

Quadro 3: Sistema de Custeio ... 49

Quadro 4: Dimensionamento de Equipamentos Médicos-assistenciais na Sala de Cirurgia ... 60

Quadro5: Demonstração dos Custos Unitários dos Serviços ... 76

Quadro 6: Resultado dos Centros Produtivos - Centro Cirúrgico ... 79

Quadro 7: Custo com Mão-de-obra Direta ... 81

Quadro 8: Tempo do Procedimento de Retirada de Cálculo ... 82

Quadro 9: Custos Diretos na Retirada de Cálculo ... 82

Quadro10: Custo com Materiais na Retirada de Cálculo ... 83

Quadro 11: Custo com Medicamentos na Retirada de Cálculo ... 85

Quadro 12: Método de Custeio Variável na Retirada de Cálculo ... 86

Quadro 13: Método de Custeio por Absorção na Retirada de Cálculo ... 87

Quadro 14: Comparativo de Dados entre Convênios de Retirada de Cálculo ... 88

Quadro 15: Tempo do Procedimento de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 90

Quadro 16: Custos Diretos de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 91

Quadro 17: Custos com Materiais de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 92

Quadro18: Custos com Medicamentos de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 93

Quadro19: Método de Custeio Variável de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 94

Quadro 20: Método de Custeio por Absorção de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 95

Quadro 21: Comparativo de dados entre Convênios de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 96

Quadro 22: Tempo do Procedimento de Septoplastia ... 98

Quadro 23: Custos Diretos de Septoplastia ... 98

Quadro 24: Custos com Materiais de Septoplastia ... 99

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Quadro 26: Método de Custeio Variável de Septoplastia... 101

Quadro 27: Método de Custeio por Absorção de Septoplastia ... 102

Quadro 28: Comparativo de dados entre Convênios de Septoplastia ... 103

Quadro 29: Tempo do Procedimento Vídeo Colecistectomia ... 105

Quadro 30: Custos Diretos de Vídeo Colecistectomia ... 105

Quadro 31: Custos com Materiais de Vídeo Colecistectomia ... 106

Quadro 32: Custos com Medicamentos de Vídeo Colecistectomia ... 108

Quadro 33: Método de Custeio Variável de Vídeo Colecistectomia... 109

Quadro 34: Método de Custeio por Absorção de Vídeo Colecistectomia ... 110

Quadro 35: Comparativo de dados entre Convênios de Vídeo Colecistectomia ... 111

Quadro 36: Tempo do Procedimento de Cesariana ... 113

Quadro 37: Custos Diretos de Cesariana ... 113

Quadro 38: Custos com Materiais de Cesariana ... 114

Quadro 39: Custos com Materiais de Cesariana ... 115

Quadro 40: Custeio Variável de Cesariana... 116

Quadro 41: Custeio por Absorção de Cesariana ... 117

Quadro 42: Comparativo de dados entre Convênios de Cesariana ... 118

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Método de Custeio Variável na Retirada de Cálculo ... 87

Gráfico 2: Método de Custeio por Absorção na Retirada de Cálculo ... 88

Gráfico3: Comparativo de Margem e Resultado na Retirada de Cálculo ... 89

Gráfico 4: Método de Custeio Variável de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 94

Gráfico 5: Método de Custeio por Absorção de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 95

Gráfico 6: Comparativo de margem e Resultado de Vídeo Artroscopia do Joelho ... 97

Gráfico 7: Método Custeio Variável de Septoplastia ... 101

Gráfico 8: Método Custeio Variável de Septoplastia ... 102

Gráfico 9: Método Custeio Variável de Septoplastia ... 104

Gráfico 10: Método Custeio Variável Vídeo Colecistectomia ... 109

Gráfico 11: Método de Custeio por Absorção de Vídeo Colecistectomia ... 110

Gráfico 12: Método de Custeio por Absorção de Vídeo Colecistectomia ... 112

Gráfico 13: Método de Custeio Variável de Cesariana ... 116

Gráfico 14: Método de Custeio por Absorção de Cesariana ... 117

Gráfico 15: Comparativo de Margem e Resultado de Cesariana ... 119

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas AMP - Ampola

BLS – Bolsa de Soro CC - Centro Cirúrgico

CFC - Conselho Federal de Contabilidade CH - Coeficientes de Honorários Médicos CM – Centímetro

CP - Comprimido

CTI - Centro de Tratamento Intensivo

EAS - Estabelecimento Assistencial de Saúde EEM - Equipamento eletromédico

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FR - Frasco

G- Grama

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social LT - Litro

MAT - MED- Materiais e Medicamentos ML – Mililitro

MS - Ministério da Saúde

NBC T- Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica RL - Rolo

RN - Recém-nascido

RPA - Recuperação Pós-Anestésica QTD - Quantidade

RX - Raios-X

SRPA- Sala de Recuperação Pós Anestésica TCC - Trabalho de Conclusão de Curso UND – Unidade

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INTRODUÇÃO

O trabalho conclusão de curso tem a finalidade de revisar o conteúdo bibliográfico pertinente ao tema em estudo, aperfeiçoando os conhecimentos desenvolvidos durante o andamento do curso. Também objetiva colocar em prática o aprofundamento de uma das áreas de atuação do profissional da contabilidade, para uma futura aplicação no exercício da profissão. Neste sentido, a área escolhida foi a da Contabilidade de Custos.

O presente Trabalho de Conclusão de Curso proporcionou à autora o acesso ao conhecimento teórico necessário ao embasamento técnico para a realização da parte prática deste, o qual vem do resultado de uma pesquisa bibliográfica e documental, realizada no Centro Cirúrgico do Hospital Bem Viver.

A gestão hospitalar brasileira é considerada um dos setores mais defasados quanto à utilização das ferramentas de gestão econômica-financeira, ocasionando, por exemplo, a baixa produtividade, elevados desperdícios de recursos e desconhecimento do custo real dos procedimentos. A análise de custo nas entidades hospitalares se apóia em métodos contábeis, o que não levam ao efetivo conhecimento de seus custos, ou seja, grande parte dessas organizações não faz uso de adequados sistemas de custos que orientam e ofereçam parâmetros para suas decisões administrativas, controle de atividade e investimentos.

As entidades da área hospitalar são complexas e prestam um relevante serviço à sociedade na medida em que geram um grande número de empregos e prestam um serviço assistencial, assim a continuidade destas empresas é de interesse de uma grande parcela da sociedade.

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Dentro deste contexto destaca-se a importância das organizações prestadoras de serviços de saúde possuir um sistema de custos altamente confiável, para gerenciar os recursos disponíveis, de modo a otimizar a prestação de serviço, além de negociar melhores preços aos seus usuários.

As entidades hospitalares podem encontrar na contabilidade de custos uma importante aliada no processo de conhecimento de suas operações, para que junto aos seus administradores tenha em mãos um custo detalhado de todo complexo hospitalar, por unidade, setor, e ate mesmo por paciente, melhorando assim seus resultados.

Na primeira fase do Trabalho de Conclusão de Curso, as ações estiveram voltadas para a elaboração do projeto do TCC a qual compreendeu a apresentação da contextualização do estudo, enfocando a área em que o TCC é desenvolvido; a problemática a que o trabalho busca respostas; os objetivos a ser alcançados e a justificativa da realização do trabalho na área escolhida, seguida da apresentação da metodologia do trabalho, evidenciando os passos que serão seguidos para a consecução dos objetivos também definidos no projeto. Na sequência é apresentada a revisão bibliográfica, enfocando conhecimentos de contabilidade, de custos, que tem como finalidade revisar e ampliar os conhecimentos necessários ao embasamento teórico para a realização da parte prática do TCC.

No decorrer das tarefas de descrição e estudo, foram levantados todos os dados necessários ao trabalho, perante entrevistas com profissionais responsáveis, pelo centro cirúrgico, controle de qualidade e administrador do hospital, também foi feita a visita da acadêmica ao setor em estudo para melhor compreensão da estrutura e organização deste. No referente estudo são utilizados nomes fictícios, preservando assim o sigilo e a ética profissional.

Finaliza-se o Trabalho de Conclusão do Curso, com as conclusões do trabalho e a apresentação da bibliografia consultada ao longo dos estudos realizados.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo apresenta-se a área do conhecimento contemplada, em que foi realizada uma coleta de informações no Centro Cirúrgico do Hospital Bem Viver.

Consta ainda a caracterização da empresa e do setor em estudo o problema, o objetivo geral e os específicos, os quais respondem ao problema e dá origem ao conteúdo do trabalho, a justificativa, finalizando com a metodologia.

1.1 Área de Conhecimento Contemplada

Hoje, entende-se que a área Contábil é um dos os setores de maior importância para as empresas, visto que ali se encontram todos os registros de sua vida operacional, os atos e fatos do dia-a-dia, suas oscilações operacionais, os resultados registrados que demonstram o desempenho, os pontos fortes e fracos de uma organização.

O profissional Contábil pode atuar nos diversos campos. Tais como: auditorias, perícias, área pública, financeira, controladoria entre outros. Um dos campos de atuação é a contabilidade de custos, que foi objeto deste estudo.

Dentro das diversas áreas que abrange a contabilidade destaca-se á Contabilidade de Custos, por concentrar um conjunto de informações diferentes necessárias para a tomada de decisão nas mais diferentes formas de gerenciamento.

Neste sentido, a realização deste trabalho de conclusão de curso que teve por base a Contabilidade de Custos na qual se propôs a fazer uma análise nos custos do Centro Cirúrgico do Hospital Bem Viver, bem como apontar os pontos positivos e sugerir se necessário alterações para a avaliação dos custos, desta entidade.

1.2 Caracterização da Entidade

A cooperativa Médica (Futuro Hospital Bem Viver) foi fundada em 20 de Outubro de 1971, quando o modelo cooperativista ainda dava seus passos inicias no país. O movimento

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para a criação da cooperativa envolveu cerca de 30 médicos. A Assembléia Geral de constituição da Cooperativa Médica, realizada, no salão nobre da prefeitura. Foi à segunda cooperativa médica criada no Rio Grande do Sul, poucos dias após a cooperativa de Erechim.

A primeira sede da cooperativa Médica Bem Viver Ijuí foi uma sala cedida pela Associação Hospital de Caridade de Ijuí. No ano seguinte, em 1972, mudou-se para uma casa alugada em frente ao Banco do Brasil. Devido ao rápido crescimento, construíram sua sede própria na Rua Maranhão, 57, inaugurada em 1979. A atual sede situa-se ao lado, ocupando o térreo e o quinto andar do Condomínio Centro Médico Ijuí, também na Rua Maranhão 93.

Nos anos 90, a Cooperativa médica Bem Viver passou a planejar a implantação de serviços próprios. Em dezembro de 1995, os médicos cooperados aprovaram durante Assembléia Geral Extraordinária, indicativo para a realização de estudos visando à criação de pronto-atendimento e laboratório, porém já sinalizando para, no futuro, a construção de um hospital. Em agosto de 1995, outra Assembléia Geral Extraordinária analisa a viabilidade financeira para a implantação de pronto-socorro, sugerindo a retenção de percentual da produção dos médicos para a constituição de um fundo específico.

Em maio de 1997, o Conselho de Administração autorizou a compra de um terreno, de 10.800 metros quadrados, para a implantação de hospital. A área foi logo ampliada, totalizando cerca de 31.500 metros quadrados. O Fundo de Recursos Próprios foi efetivamente constituído em janeiro de 1998, por meio de Assembléia Geral Extraordinária, com a retenção de percentual da produção médica. O lançamento da pedra fundamental ocorreu em janeiro de 2001, em solenidade prestigiada por dirigentes do Sistema das Cooperativas Médicas do Rio Grande do Sul. A obra iniciou, de fato, em março daquele ano, com a preparação do terreno para o Centro Administrativo. Quatro anos depois, em 18 de março de 2005, inaugurou o seu moderno complexo hospitalar, com 12.500 metros quadrado e resultado de investimento de R$ 18 milhões. O serviço constitui-se hoje em referência para uma ampla região do Estado.

Hoje o Hospital Bem Viver de Ijuí é uma cooperativa médica criada e administrada por médicos. Tem como missão: “Oferecer soluções em saúde, valorizando o trabalho médico e a satisfação dos clientes, de forma sustentável e comprometida com os princípios

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cooperativistas e com a responsabilidade social.” O Hospital tem como princípios á valorização da relação médico-paciente; cooperação e comprometimento; ética institucional e interpessoal; excelência organizacional; satisfação dos cooperados, clientes e colaboradores; gestão participativa e transparente.

Oferece assistência médica, hospitalar e de serviços de alto padrão. Profissionais médicos, em todas as especialidades, como donos da cooperativa, dedicam-se exclusivamente para o bem-estar dos usuários. Além disso, dispõem de uma ampla rede de laboratórios, clínicas especializadas e hospitais, como é demonstrado no quadro 1, que apresenta informações referentes ao Hospital Bem Viver.

Quadro1: Dados do Hospital Bem Viver

Usuários 49.537 Hospital 1 Hospitais Credenciados 29 Médicos Cooperados 350 Laboratórios 57 Municípios Atendidos 52 Hospitais Credenciados 32 Serviços Credenciados 98

Fonte: Hospital Bem Viver, 2010.

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Figura 1: Organograma do Hospital Bem Viver Fonte: Dados Fornecidos pelo Hospital, 2010.

Auditoria Médica

Conselho de Administração Conselho Fiscal

Diretoria Executiva Auditoria Externa

Hospital BEM VIVER

Diretor Técnico Corpo Clínico

Clínica Médica Pediatria/ Berçário Ginecolog ia Cirurgia Geral

C.T.I. P.A. C.D.I

.

Endosco pia

Cir. Geral

C.T.I. P.A. C.D.I

. Endos copia Ginec ologia Pediatria/ Berçário Clínic a Médic a

C.C.I.H. Administração Coord. Geral Enferm.

SESMT Recep. Central Adminis trativo Serv. Hotelari a Labor . Anal. Supri- mentos Infor mátic a Unidade s C.M.E. Unida des Serv. Fisiot . Endos- copia P.A. Centro Obstét. Centro Cirúrgic o

C.T.I. Berçário C.D.I

. Recep. P.A. Psico- logia Higie- nização Ag. Transfus . Farm. Hosp . Recep. C.D.I. Gestão Profis. Lavan- deria Serv. De nutriç aõ Recep- ção Finan- ceiro Manu- tenção Café- teria Recep- ção Fatu- rament o Caldeira Guarita SAME SAC

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O Hospital Bem Viver está alicerçado em três dimensões. A primeira resulta da incorporação de modernos conceitos de arquitetura e ajardinamento hospitalar, que tornam a estrutura diferenciada. O projeto horizontal favorece a criação de ambientes iluminados e amplas áreas ajardinadas, voltadas ao bem-estar dos profissionais médicos e das demais áreas da saúde, dos pacientes e de seus familiares.

O segundo diferencial resulta da oferta de moderna tecnologia em todas as áreas do complexo hospitalar. O Hospital Bem Viver investiu na aquisição de equipamentos avançados que ampliam as possibilidades de diagnóstico e intervenção nos diversos tratamentos. Nas diferentes unidades, os recursos disponíveis garantem condições idênticas de atendimento a todos os pacientes, dentro de um mesmo padrão tecnológico.

A terceira característica do Hospital Bem Viver é a excelência de serviços. A equipe de trabalho está em permanente qualificação para garantir um atendimento humanizado, em que o paciente seja efetivamente o centro de todos os cuidados.

Conforme dados coletados no setor de Recursos Humanos, o hospital possui 75 leitos, com média mensal de 173 usuários com internação cirúrgica, com média de dois dias de permanência no hospital, e 219 usuários com internação clínica, com média de cinco dias de hospitalização. O setor de Enfermagem conta com um número de 40 enfermeiros e 200 técnicos de enfermagem. Os demais servidores visam atender à demanda de serviços, somando um total de 600 colaboradores.

No Centro Cirúrgico, três salas estão em utilização com modernos recursos e outras três poderão no futuro ser equipadas para ampliar a capacidade de atendimento pelo Hospital Bem Viver. Uma quarta sala é usada especificamente para cirurgias de pequeno porte. Todas estão equipadas de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina, através de resolução de outubro de 2006, que define normas de segurança a serem observadas pelos hospitais.

As salas contam com carros de anestesia completos e monitores para o acompanhamento do nível de gás carbônico e oxigênio na corrente sangüínea, aumentando a

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segurança para os pacientes. Os equipamentos asseguram condições plenas para atender qualquer nível de complexidade cirúrgica. Mesas cirúrgicas modernas, focos de última geração e demais componentes garantem a adequada monitorização do paciente, ampliando as condições de segurança nos procedimentos.

Entre os investimentos mais recentes destaca-se o monitor BIS (Índice Bispectral), destinado a controlar o grau de profundidade da anestesia durante as cirurgias. O equipamento garante que os profissionais possam determinar com precisão a dosagem de anestésico a ser aplicada, de acordo com os dados clínicos de cada paciente.

Também no pós-operatório, os pacientes atendidos no Hospital Bem Viver contam com equipamentos modernos. Todos os leitos da Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) estão dotados de monitores que fazem o acompanhamento dos níveis de pressão arterial, oxigênio, temperatura e frequência cardíaca.

No ambiente hospitalar há serviços que contribuem para a identificação de patologias por meio do diagnóstico e tratamento. O plantão médico é realizado em diversas especialidades junto ao pronto-atendimento e no centro de tratamento intensivo.

1.3 Problematização do Tema

Atualmente diante da rapidez com que as informações acontecem, a tecnologia avança e constantes melhorias no processo produtivo precisam ser realizadas para que os empreendimentos possam continuar no mercado, as empresas precisam estar munidas de sistemas de controles que em tempo hábil lhes forneça informações gerenciais.

Sendo assim, independente de seu porte toda e qualquer empresa, necessita de um sistema de controle permanente de custeio para extrair as informações necessárias que possam ser utilizados no processo administrativo e operacional.

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De posse dessa ferramenta o gestor terá uma base mais segura para a tomada de decisões, evitando desperdício de material e retrabalho o que levara a um controle maior de gastos.

Nesse sentido, a contabilidade de custos tem por objetivo registrar controlar e apurar as informações de custo para as diferentes finalidades seja para integrar o custo com a contabilidade ou para formar preço de venda ou ainda para fazer análise de margem de contribuição, ponto de equilíbrio entre outros, gerando informações para gestão do Centro Cirúrgico do Hospital Bem Viver.

Neste contexto, o hospital objeto de estudo apresenta uma fragilidade “necessidade” em conhecer o real custo das cirurgias realizadas no Centro Cirúrgico, com o objetivo de gerenciar sua ocupação e apurar o melhor resultado do mesmo.

Diante do exposto, questiona se: Qual a contribuição efetiva da aplicação da análise da gestão de custos, na apuração dos custos e do resultado do Centro Cirúrgico e suas respectivas informações no gerenciamento da atividade?

1.4 Objetivos

Os objetivos procuram definir quais os resultados que se pretende alcançar com a realização do Trabalho A seguir são estabelecidos os objetivos gerais e específicos que deverão nortear as pesquisas, análises e conclusões obtidas por meio do estudo.

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estudo foi desenvolver uma análise da gestão de custos no Centro cirúrgico do hospital, tendo como propósito, rever os métodos de custos utilizados, e se possível sugerir adequações que qualifique as informações necessárias para a gestão da atividade.

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1.4.2 Objetivos Específicos

Entre os objetivos específicos desse trabalho, destaca-se:

a) Revisão bibliográfica referente à contabilidade de custos, gestão de custos, análise custo método de custeio ABC, análise de custo, volume e lucro;

b) Descrever a atividade do centro cirúrgico; c) Levantar os custos da atividade;

d) Fazer uma análise comparativa entre o método de custo utilizado pelo hospital e o método ABC;

e) Analisar a relação custo volume e resultado por atividade e suas respectivas informações gerenciais.

1.5 Justificativa

Num contexto em que a maioria das empresas prestadoras de serviços para se manter ativas dentro do mercado globalizado, encontra dificuldades administrativas pela falta de controle e de pessoas eficientes que possam auxiliá-las na parte gerencial.

Para reforçar os conhecimentos obtidos ao longo do curso, dando ênfase a Contabilidade de Custos pelo importante papel que representa na tomada de decisões pelos gestores, deu-se o enfoque especial na área hospitalar, onde á uma necessidade de acompanhamento especial em termos de controle de custos por setor e uma carência de dados confiáveis que serviam para a tomada de decisões.

Para o Hospital Bem Viver, este estudo se justifica na medida e que vai rever todo o seu sistema de custos do Centro cirúrgico, analisar os custos inerentes ao mesmo, bem como se o que esta sendo aplicado traz resultados positivos a entidade.

Para a aluna, este estudo trouxe profundos conhecimentos da gestão de custos na área hospitalar, o qual este não é abordado no decorrer do curso, bem como o crescimento profissional.

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Para o curso de Ciências Contábeis e para a Universidade este estudo vai oferecer mais uma base de pesquisa aos alunos que possam vir a necessitar de um estudo nesta área da contabilidade de custos aplicada na área hospitalar.

1.6 Metodologia

A metodologia é uma das partes mais importantes do Trabalho de Conclusão de Curso A metodologia define a maneira que o trabalho será realizado, ou seja, na etapa de elaboração da metodologia são definidos os caminhos e os instrumentos para coletar e analisar os dados da pesquisa. Neste sentido presente trabalho foi desenvolvido através do estudo de caso e aprofundamento de temas específicos de acordo com o regulamento do trabalho de conclusão de curso.

1.6.1 Classificação da Pesquisa

A pesquisa pode ser classificada quanto ao ponto de vista de sua natureza, objetivos e procedimentos técnicos os quais serão tratados na sequência.

1.6.1.1 Do Ponto de vista de sua Natureza

Com relação à natureza, para Silva e Menezes (apud KELM, 2003), é uma pesquisa aplicada, que objetiva gerar conhecimento para aplicação prática dirigidos a solução de problemas específicos, envolve interesses locais e tem inúmeras possibilidades de aplicação nas ciências sociais.

Andrade (2003) classifica quanto à natureza, que a pesquisa pode constituir-se em um trabalho cientifico original ou em resumo de assunto. E por ser um trabalho cientifico original, aquele realizado pela primeira vez, que venha a contribuir como novas conquistas e descobertas para a evolução do conhecimento científico. E também que esta se trata de uma pesquisa fundamentada em trabalhos mais avançados. A análise e interpretação dos fatos e idéias, na utilização de metodologia adequada, bem como o enfoque do tema de um ponto de vista original são as qualidades necessárias ao resumo de assunto.

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1.6.1.2 Do Ponto de Vista de seus Objetivos

Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa se classifica, conforme Gil (1999, p 43),

A pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisas, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. São desenvolvidas como objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.

Andrade (2003, p. 124) classifica da seguinte forma:

Quanto aos objetivos como uma pesquisa exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo o trabalho cientifico. São finalidades de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de trabalho, definir os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas exploratórias avalia-se a possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto.

1.6.1.3 Do Ponto de Vista de dos Procedimentos Técnicos

Gil (apud KELM, 2003, p. 43, grifo do autor) destaca que:

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos é uma pesquisa documental que é aquela elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico, como relatórios de diretorias, balanços patrimoniais, ata de reuniões, manuais de procedimento, etc., Também é classificada como uma pesquisa bibliográfica, que é aquela elaborada a partir de material publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet. Por levantamento, pois será elaborado a partir de interrogações direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, e também é considerado um estudo de caso, pois envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permitam o seu conhecimento profundo.

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1.6.2 Plano de Coleta de Dados

Consiste na coleta desde a seleção dos dados, do planejamento, do treinamento e da organização dos dados de forma quantitativa e qualitativa. Dados estes que foram obtidos com apoio do responsável pelo setor de custos e qualidade do hospital.

Para apurar os dados necessários para a realização deste trabalho foi consultado relatórios contábeis gerenciais da atual forma utilizada pelo setor, incluindo a observação das atividades desenvolvidas pelo centro cirúrgico.

1.6.3 Instrumento de Coleta dos Dados

Segundo Silva & Menezes (apud KROETZ, 2009), a definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo da investigação. O presente trabalho tem como instrumento de coleta de dados:

Observação: segundo Silva & Menezes (apud KROETZ, 2009, p. 37), é quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. A observação pode ser:

a) Observação Sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para responder os propósitos preestabelecidos;

b) Observação não-participação: o pesquisador presencia o fato, mas não participa;

c) Observação individual: realizada por um pesquisador;

d) Observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem.

“Entrevista: é a obtenção de informação e um entrevistado sobre determinado assunto ou problema” (SILVA; MENEZES apud KROETZ, 2009, p. 37).

a) Entrevista despadronizada e não estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se explorar mais amplamente algumas questões.

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1.6.4 Plano de Análise e Interpretação de Dados

Os dados analisados e as informações coletadas são ilustrados no decorrer do trabalho, em forma de gráficos, quadros, e, transformadas em indicadores de gestão, que trouxeram todas as informações necessárias para revelar aos dados e resultados apurados neste trabalho de conclusão de curso.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse Capítulo apresenta-se revisão bibliográfica, baseado em pesquisa de obras de diversos autores sobre a Contabilidade, Contabilidade de Custos, pesquisas em artigos, envolvendo a temática em estudo.

2.1 Contabilidade

Inicialmente se faz necessário contextualizar a Contabilidade, que tem sua origem a partir das necessidades demandadas pelos homens. Neste sentido, Iudícibus (2000, p. 31) revela que “a Contabilidade é tão antiga quanto o homem que pensa”. Historicamente, o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. No entanto, a preocupação com as propriedades e a riqueza foi uma constante no homem da Antigüidade, como hoje também o é, e o homem teve de ir aperfeiçoando seu instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram desenvolvendo-se em dimensão e em complexidade.

O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações. Pode-se facilmente verificar que um sistema simples de registro e análise contábil não falta, nem mesmo na mais rudimentar das organizações.

2.1.1 Conceitos

Por meio de publicações, vários estudiosos revelam conceitos de Contabilidade, os quais são elaborados por intermédio de pesquisas ou da própria experiência na atividade contábil. Dentre eles, pode-se citar diferentes autores e seus conceitos de Contabilidade, tais como:

Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular,

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resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira. (BASSO, 2000 p. 19).

Ciência que tem por objeto o estudo do Patrimônio a partir da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetam a situação patrimonial de uma pessoa. (GONÇALVES; BAPTISTA, 2004, p. 23).

Nota-se que há vários anos há um consenso na definição de Contabilidade, a qual vem sendo considerada uma ciência social que estuda o patrimônio, seja ele de pessoa física ou jurídica, e tem o propósito de manter o registro e o controle do patrimônio das entidades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a composição e as variações desse patrimônio.

Pode-se dizer que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão e, na verdade, um dos principais, pois ela estuda e controla o patrimônio das entidades, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo entre seus objetivos a geração de informação e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando apoiar seus usuários no controle, no planejamento e na tomada de decisão.

2.1.2 Finalidade da Contabilidade

A Contabilidade tem como finalidade principal produzir informações relevantes que auxiliarão no processo decisório das entidades, especialmente sobre o aspecto principal de estudo, ou seja, o patrimônio e suas variações.

Segundo Basso (1996, p. 20), “a finalidade fundamental da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento”.

Para Franco (1990, p. 22), “a finalidade da Contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos ocorridos no patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.

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Já Gonçalves e Baptista (2004, p. 24) dizem que:

A Contabilidade tem por fim registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao titular do patrimônio o planejamento e o controle de sua ação. Planejar significa decidir, entre diversas alternativas que se apresentam, qual curso tomar para atingir com mais eficiência e eficácia o objetivo almejado. Controlar, do ponto de vista das ciências administrativas, significa certificar-se de que a organização esta atuando de acordo com os planos e políticas traçados pela administração.

Portanto, compreende-se que a função maior da Contabilidade se apresenta como sendo a de controlar e organizar o patrimônio das entidades, promovendo o desenvolvimento das mesmas por meio do bom gerenciamento das informações produzidas por ela.

2.1.3 Aplicação da Contabilidade

A contabilidade tem como seu objeto o patrimônio, sendo assim o campo da contabilidade e muito amplo, pois onde existir qualquer que seja um patrimônio definido e delimitado, pode também estar definido se um campo de aplicação da Contabilidade, independentemente de seu porte ou ramo de atividade como: micro, pequenas, medias e grandes empresas, públicas e privadas, entidades de fins lucrativos (sociais, culturais, recreativas, desportivas e outras), propriedades rurais e pessoas físicas em geral representam o amplo campo de aplicação da contabilidade.

Ainda pode-se classificar os principais campos de aplicação da Contabilidade tendo como: Contabilidade Comercial; Industrial; Pública; Bancária; Rural (Agrícola ou Agropecuária); Cooperativas; Seguradoras; Fundações; Construtoras; Hospitalar e Condomínios entre outros.

2.2 Contabilidade Hospitalar

Conforme salienta Ching (2001), os gestores da área de saúde não devem considerar apenas a viabilidade econômica de suas atividades ou procedimentos como único direcionador para tomada de decisão. Devem considerar outros critérios, às vezes ate mais relevante que o critério econômico.

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Segundo Martins (2000), a excelência hospitalar corresponde à integração das atividades do processo hospitalar como diagnósticos, tratamentos, internação e apoio gerencial, e sua manutenção requer a melhoria continua das atividades por meio dos elementos da excelência hospitalar como: eficácia em custos, integração de atividade, melhoria continua finalização do serviço hospitalar, satisfação do paciente e apropriação correta dos custos hospitalares.

Segue o exemplo, de acordo com Ching (2001), de um hospital que busca constante obter informação mais precisa sobre seus custos e virou exemplo de literatura: Hospital Universitário de Porto Alegre/RS. Esse é um hospital que agrega além das funções normais de assistência, a função de formação de recursos humanos e o desenvolvimento da pesquisa.

O processo de apuração dos custos inicia-se no acompanhamento contábil e os sistemas de informação de materiais, patrimonial e pessoal, quando mensalmente esses dados são reunidos nos respectivos centros de custos. Em seguida, com base no custo diretamente relacionado a cada centro de custo realiza-se o rateio, para se obter o custo total dos serviços prestado nos centros de custos finais e assim chegar ao custo unitário de cada serviço prestado. A maior parte dos custos do hospital são fixos e indiretos, devido a grande demanda de serviços, tais como radiologia, ecografia, enfermaria, nutricionista, exames de laboratório, isso determina uma parcela significativa de custos indiretos e a outra razão de serem custos fixos é estrutura organizacional com necessidades de operar em níveis quase constantes de pessoal, e pesada estrutura física e de equipamentos. Sendo assim o hospital optou pelo sistema de custeio por absorção total.

a) Os centros de custos dividem-se em centros de custos administrativos; custos de base; custos auxiliares ou intermediários; custos finais; custos de produção.

b) Os centros de custo administrativos agregam despesas ás atividades da administração central e de apoio: administração central (diretoria); administração; despesa de nível global (telefone, energia elétrica e água). Seu sistema de rateio é proporcionalmente ao custo direto de cada centro de custo.

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c) Os centros de custos de base reúnem os setores cujos serviços e produtos não são especificamente voltados para as atividades-fim: almoxarifado; central térmica; centro de material esterilizado; farmácia; higienização; lavanderia; rouparia e costura; manutenção de bens imóveis; manutenção de bens moveis; nutrição e dietética; SAMIS (Serviço de Arquivo Médico e Informação em Saúde) e transporte. Seu sistema de rateio, por exemplo, do almoxarifado é com base no valor dos itens distribuídos. O arquivo médico é rateado pelo número de prontuários fornecidos a cada centro de custo.

d) Os centros custos auxiliares reúnem os setores assistenciais de apoio ás atividades-fins: - anatomia patológica; anestesia; banco de sangue; centro cirúrgico; centro obstétrico; eletrodiagnóstico (eletroencefalograma, eletrocardiograma, eletromiografia, etc.); endoscopia; fisiatria; fisiologia pulmonar; gasoterapia; hemodiálise; hemodinâmica; laboratório de análiseclínicas; medicina nuclear; neonatologia; quimioterapia, radiologia; serviço social; unidade de métodos não invasivas; unidades de terapia intensiva (adulto e pediátrico) urodinâmica. Seus custos são rateados proporcionalmente ao número de paciente-dia.

e) Os centros de custos finais agregam os centros representativos dos serviços que desenvolvem atividades-fim: clínica médica; cirúrgica; clínica obstétrica; clínica pediátrica; clínica psiquiátrica.

f) Os centros de custos de produção serviços ou unidades cujos serviços são recuperados para estoque ou venda, ou atividades que não se relacionem diretamente com a finalidade hospitalar, farmácia industrial; costura (produção de roupas) ensino; terceirização.

2.3 Contabilidade de Custos

A incessante caminhada em busca do lucro direciona a busca do aperfeiçoamento dos processos administrativos. Para atingir este objetivo a presença de profissionais capacitados se faz cada vez mais necessário. Antigamente o empresário administrava intuitivamente e atingia

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o sucesso, porém na atualidade dado a grande competitividade, e imposições do mercado em torno de novos produtos, á qualidade se estende por todos os ramos da administração.

Assim, ao longo dos anos pesquisadores aliados nas diversas ciências conseguiram suprir uma deficiência preocupante dentro da bibliografia, adequando a terminologia usada para diversos níveis de usuários e proporcionando um suporte de entendimento melhor direcionado a Contabilidade de Custos que apresenta e analisa um conjunto de tópicos adequados as necessidades impostas pela modernidade.

Segundo Iudícibus (apud LEONE, 2000, p. 30), “escrever um livro da área contábil, principalmente de custos, além de desafiadora é também uma necessidade, mormente do Brasil, tendo em vista que ainda dispomos de poucos textos de excelente qualidade sobre o assunto”.

A produção científica e didática tem revisto técnica costumeiramente usadas, que passaram por uma análise mais aprofundada, proporcionando a contabilidade de custos uma visão gerencial mais abrangente.

2.3.1 Origem da Contabilidade de Custos

A contabilidade de custos teve seu principio na Revolução Industrial a partir do momento que as organizações ate as mercantilistas, passaram a comprar matéria-prima para transformar em novos produtos.

Segundo Martins (1998), a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira quando havia a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente. Anteriormente, os produtos eram fabricados por artesões sendo que estes eram constituídos por pessoas físicas e esses poucos se preocupavam com os custos de seus produtos. Todavia, naquela época o processo de produção era muito semelhante ao processo artesanal, que entendia por custo basicamente matéria-prima e mão-de-obra, que eram sem dúvida os mais relevantes.

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Com o desenvolvimento, e o emprego cada vez mais intensivo das máquinas no processo de produção, os novos custos apareceram tornados mais complexos os métodos para medi-los. A complexidade destes métodos contábeis, capazes de solucionar cada vez com mais rapidez os custos da fabricação, foi que deu origem a contabilidade de custos.

A princípio a contabilidade de custos, derivada da contabilidade financeira e da contabilidade geral, foi concebida como instrumento para a resolução dos problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado das organizações, não sendo, num primeiro momento, utilizada como ferramenta gerencial de administração. (SCHIER, 2006, p. 25).

2.3.2 Conceituação da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de custos coleta classifica e registra os dados operacionais das diversas atividades da entidade, denominados internos, bem como, algumas vezes coleta e organiza dados externos. Estes dados podem ser tanto monetários como físicos, como por exemplo, volume de unidades produzidas, números de horas trabalhadas, quantidade de material utilizado.

Segundo Leone (2000), a contabilidade de custos é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dado, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais.

A contabilidade de custos mantém uma sintonia com os diversos componentes da Contabilidade, recebe e transmite informações, estabelece uma perfeita integração e coordenação setorial na organização.

A Contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxilio ás funções de determinação de desempenho, e de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. (LEONE, 2000, p. 19-20).

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2.3.3 Funções da Contabilidade de Custos

No auxílio ao controle e na ajuda ás tomadas de decisões, sua missão mais importante é fornecer dados para o estabelecimento de padrões e orçamentos e outras formas de previsão, acompanhar o efetivo acontecimento comparando com os valores anteriores. No que tange á decisão, consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes de curto e longo prazo.

O contador de custos deve projetar um sistema de custos em que os dados estejam prontos para solucionar os múltiplos problemas com que se defronta a administração da empresa, pois classificar e relatar dados são medidas essências ao próprio desempenho da função contábil (ADOLPH, 1973).

2.3.4 Objetivos da Contabilidade de Custos

Para o contador a finalidade ou o objetivo principal da contabilidade de custos é sem dúvida a de fornecer informações aos gestores não auxílio á tomada de decisão. Já para as identidades, o objetivo principal é obter informações sobre a utilização de bens e serviços na produção de outros bens e serviços no ambiente onde são gerados, direcionados para o fornecimento de subsídios para análise e avaliação de desempenho e da produtividade.

Segundo Schier (2006, p. 49), em cumprimento á “legislação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, as funções da contabilidade de custos são mais abrangentes, pois o físico baseado no Decreto-lei n° 1.598/77, passou a exigir que a empresa mantenha um sistema de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração”.

Complementa Schier (2006), dizendo que um sistema formal de contabilização dos custos de produtos fabricados em uma empresa visa atender a necessidade do controle gerencial e o atendimento á legislação fiscal e societária, e tem por objetivos principais:

 A apuração do custo dos produtos e dos departamentos;

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 Controle de custos de produção;

 Melhoria de processos e eliminação de desperdícios;

 Otimização de resultados e formação de Preço de venda;

 Auxilio na tomada de decisões gerenciais;

 Obtenção de dados para orçamento.

A função do Contador de custos é muito maior que simplesmente contabilizar, é necessário conhecer todo o processo produtivo e as ralações entre os diversos setores da entidade, para sim se tornar um especialista da informação no campo de atuação da Contabilidade de Custos.

Entende Leone (2000, p. 32) “que a Contabilidade de Custos diante das necessidades gerenciais apresentadas pelos diversos objetos (entidade, produtos, serviços, componentes organizacionais, etc.), prepara relatórios que contem os tipos de custos que vão atender as exigências de seus usuários”.

2.4 Terminologias Utilizadas em Contabilidade de Custos

A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comunicação. Com tantos termos de diferente expressão, porém significados semelhantes, por vezes o profissional experiente sente-se confuso em seu entendimento, que deveras o principiante ou leigo, por isso, faz-se necessário criar uma nomenclatura para o sistema de custos.

2.4.1 Gasto, Custo e Despesa

Os Gastos ocorrem em todos os momentos em que qualquer setor da empresa. No conhecimento empírico entende-se por gasto toda a entrega de numerário, sem procura a causa e efeito deste procedimento no financeiro da entidade.

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Mas, segundo Martins (1998), gasto é o sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço, qualquer sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (dinheiro).

Padoveze (2005, p. 50) menciona que:

Gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou de recebimentos de ativos, custos ou despesas. Significam receber os serviços e os produtos para consumo em todo o processo operacional, bem como os pagamentos efetuados e os recebimentos de ativos.

Por ser um termo genérico que pode representar tanto um custo como uma despesa Berti (2006), esclarece que, somente é considerado gasto no momento que existe o reconhecimento contábil da divida ou da redução do ativo dado em pagamento.

Passareli e Bonfim (2002) definem gasto como sendo aqueles valores monetários de todos os desembolsos assumidos pela empresa que servem de apoio as operações de produção. E argumenta que os gastos empresariais compreendem os custos que são os gastos relacionados diretamente com a produção e as despesas que são os demais gastos decorrentes das funções de apoio, vendas, administração, etc.

Custos e Despesas - Os custos são todos os gastos direcionados a produção de bens e serviços, incorridos até o momento em que os mesmos estão prontos para a venda, sendo que, a partir daí, os gastos com a comercialização, administração e financeiro são denominados despesas.

Custo é o gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, que é reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização nos fatores de produção, para a fabricação de um produto ou execução de um serviço, e como despesa, um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de receita. (MARTINS, 1998, p.25).

Padoveze (2005, p. 50) menciona que:

Custo são os gastos que não são investimentos, necessários para fabricar o produto da empresa. Os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos, objeto deste gasto forem gerados. Despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os produtos. De um modo geral são

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gastos ligados ás áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos quando vendidos tornam-se despesas.

2.5 Princípios Contábeis Aplicados a Custos

A contabilidade como ciência social está baseada em princípios que foram estipuladas pela Lei n° 6404, de 15/12/1976, hoje 11.638/2007, e no Brasil são regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução n° 530/81, NBC- T.1 - são normas adotadas e consideradas adequadas para demonstrar o patrimônio de uma empresa e as mutações nele ocorridas num determinado período.

Toda e qualquer contabilidade realizada no território brasileiro deve obedecer aos seguintes princípios contábeis:

 Princípio da Entidade;

 Princípio da Oportunidade;

 Princípio pelo Valor Original;

 Princípio da Atualização Monetária;

 Princípio da Competência;

 Princípio da continuidade;

 Princípio da Prudência.

Segundo Schier (2006), inicialmente tem que considerar que a contabilidade de custos deve estar integrada e coordenada com a contabilidade mercantil, a contabilidade mercantil é regida por princípios contábeis, portanto torna-se necessário que o profissional atuante na área de custos conheça esses princípios e sua aplicação no desenvolvimento de suas atividades.

Os princípios da contabilidade de custo são basicamente os mesmos da contabilidade financeira, conforme destacamos a seguir:

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2.5.1 Princípio da Realização da Receita

Reconhece contabilmente o resultado (lucro ou prejuízo), efetivamente quando da realização da receita.

As indústrias só reconhecem o resultado obtido em sua atividade quando da realização da receita, ou seja, no momento em que há transferência do bem elaborado para o adquirente. Do ponto de vista econômico, o lucro já surge durante a elaboração do produto, pois nessa fase de agregação de valores, bem como inserção de margem desejada de lucro. (SCHIER, 2006, p. 28).

2.5.2 Princípio da Entidade

Também chamado de principio da confrontação entre despesa e receitas. Pela realização fica definido o momento do reconhecimento da receita. Após isso, pela competência ou confrontação temos o reconhecimento das despesas. Em Schier (2006, p. 28), temos que: “essa parte da teoria contábil e de suma importância para custos, pois delimita basicamente o momento em que ocorre o reconhecimento da despesa”.

2.5.3 Princípio do Custo Histórico com Base de Valor

Os ativos, inclusive estoques, são registrados na contabilidade por seu valor original de entrada, pelo seu valor histórico de compra ou aquisição. O que em épocas de inflação pode cria um resultado ilusório, devido à defasagem de valores.

O custo de aquisição de um ativo ou mais insumos necessários para fabricá-los e colocá-los em condições de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante. (SCHIER, 2006, p. 28).

2.5.4 Princípio da Consistência ou Uniformidade

Quando existem diversas alternativas para o registro contábil de um evento, todas validas dentro dos princípios fundamentais da contabilidade, devem às empresas adotar uma delas de forma consistente. Se houver necessidade de mudança

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Segundo Schier (2006), isto significa dizer que a alternativa adotada deve ser utilizada sempre; se houver necessidade de mudança, a contabilidade devera informar, por meio de nota explicativa, a razão da mudança de critério e a consistência do processo adotado, esse é um dos aspectos mais analisados pela auditoria, seja interna ou externa, pois a inobservância desse critério ocasiona a distorção de informação na confecção do balanço patrimonial e na demonstração do resultado.

2.5.5 Princípio do Conservadorismo ou Prudência

O conservadorismo obriga a adoção de um espírito de preocupação por parte do contador. Quando ele tiver dúvida sobre tratar um determinado gasto como ativo ou redução de patrimônio líquido, deve optar pela forma de maior preocupação, ou seja, redução, ou seja, redução do patrimônio líquido.

Para Schier (2006, p. 30), “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente validos, segundo os princípios fundamentais, a contabilidade escolherá o que representar o menor valor atual para o ativo e o maior valor para as obrigações”.

2.5.6 Princípio da Materialidade ou Relevância

A contabilidade parte da exatidão numeraria de seus artigos. Os valores relevantes são analisados com mais critérios do que os valores menores que podem receber um tratamento mais simplificado, desde que não prejudique a empresa.

Essa é uma regra contábil de extrema importância para a área de custos.Schier (2006, p. 30) menciona que: “O contador deverá, sempre, avaliar a influencia a materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário á luz da relação custo x beneficio, levando em conta aspectos internos do sistema contábil”.

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2.5.7 Princípio da Causação

Na contabilidade de custos além dos princípios fundamentais o princípio da causação tem papel de destaque no processo de identificação do agente causador do custo. Este princípio tem o objetivo de identificar de maneira clara e eficiente a relação causal entre o insumo e o bem ou serviço produzido.

Segundo Koliver (2001, p. 38), “A grande tarefa da contabilidade de custos consiste, precisamente em estabelecer os critérios e as técnicas que permitam distribuir entre os bens e serviços processados durante o período os custos que efetivamente cabem a cada um”.

2.6 Esquema Básico de Contabilidade de Custos

Sendo a escrituração das operações contábeis a origem de um processo de controle. Na contabilidade industrial o contador deve olhar os custos de maneira diferente para cada necessidade gerencial diferente, sendo esse um processo bastante complexo para as empresas o que demonstra a importância do principio da causação.

Esses registros devem ser efetuados de forma sistemática e organizados de modo a proporcionar uma mensuração correta e um controle efetivo na movimentação dos estoques e no cálculo dos custos, além de atender a legislação. Assim, o principal objetivo do plano e contas, em suma, é servir de meio orientativo para registro das operações contábeis, possibilitando a visualização da situação rela da movimentação patrimonial das empresas, independente de sua natureza. (SCHIER, 2006, p. 31-32).

A figura a seguir demonstra o esquema básico para distribuir dos gastos de fabricação e a devida apropriação aos produtos, seguindo os seguintes passos:

Primeiro passo - Distribuição dos gastos entre Custos e Despesa de produção; Segundo passo - Apropriação dos custos diretos;

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Figura 2: Esquema Básico da Contabilidade de Custos Fonte: Berti (2006, p. 44).

2.7 Separação dos Gastos em Custos e Despesas

Existem algumas classificações que apesar da sua utilidade, dizem respeito única e exclusivamente aos interessantes de um determinado tipo de entidade. Algumas dessas classificações integram importantes fases do ciclo operacional, ficando evidenciado a aplicação prática da separação.

Argumenta Schier (2006), que só podemos atribuir devidamente o custo a cada processo produtivo de origem, seja fabricação, revenda de mercadorias ou prestação de serviços, se apurarmos o custo da produção e o resultado em um determinado período. Para isso, precisamos fazer a separação dos gastos em custos e despesas.

A separação de gasto, em custos e despesa forma uma subdivisão quanto ao comportamento em relação ás variações nos volumes de produção e de vendas, que podem ser classificados da seguinte forma: Fixos, Variáveis e Semifixos ou Semivariáveis.

Gasto

Custos Indiretos Custos Diretos Despesas

Rateio Produtos

Vendas Custo dos produtos

Vendidos

Estoque

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Mas ainda temos uma nova classificação desses mesmos gastos em relação á forma de distribuição e apropriação aos produtos, bastante empregados e definidos segundo a necessidade a que devem atender classificado em Diretos e Indiretos.

2.8 Classificação dos Custos

Os custos são classificados em diretos e indiretos. Padoveze (2005) relata que a classificação mais antiga e mais utilizada é em relação ao objeto de custo, ou seja, classificando-se os custos como diretos e indiretos em relação ao produto ou serviço que está sendo produzido ou fornecido pela empresa.

2.8.1 Custos Diretos

A matéria-prima é o material diretamente incorporado ao produto no processo de fabricação correspondem aos custos diretos.

Conforme Hongren, Foster e Datar (2000), são os custos relacionados a um objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente variável (custo efetivo).

Nesta linha, Padoveze (2005, p. 41) descreve que:

Custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados para um segmento particular em consideração. Assim se o que esta em consideração é uma linha de produtos, então os materiais e a mão-de-obra envolvidos na sua manufatura seriam custo diretos. Dessa forma, relacionado-os com os produtos finais, os custos diretos são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos produtos.

Leone (2000) relata que são aqueles custos (ou despesa) que podem ser facilmente identificados os seus portadores. Para que seja a identificação não há necessidade de rateio. Alguns exemplos de custos diretos: materiais usados na fabricação dos produtos, mão-de-obra direta e embalagem.

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2.8.2 Custos Indiretos

Custos indiretos são considerados todos aqueles custos que necessitam de rateio são os gastos classificados com a função, mas que não podem ser associados diretamente ao produto.

Sobre custos indiretos Horngren, Foster e Datar (2000) destacam que estes são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente variável (custo efetivo). Padoveze (2005, p. 42) conceitua da seguinte forma:

Todos os gastos que não são considerados diretos são classificados como indiretos. São os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional e, caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos esses gastos o serão por meio de critérios de distribuição (rateio, alocação, apropriação, são outros termos utilizados). São também denominados custo comuns.

Nesse contexto, Leone (2000) relata que são aqueles custos que não podem ser facilmente identificados como objeto de custeio. Às vezes, por causa de sua não relevância, alguns custos são alocados aos objetos do custeio através de rateio.

2.8.3 Custo Fixo

Conforme Horngren, Foster e Datar (2000, p. 21), “é um custo que não se altera em montante apesar de alteração num direcionador de custo”. Leone (2000, p.55) descreve que:

São custos (ou despesas) que não variam com a variabilidade da atividade escolhida. Isto é, o valor total dos custos permanece praticamente igual mesmo que a base de volume selecionada como referencial varie. A mesma afirmação pode ser feita aqui, com relação á definição de custo fixo. Quando se diz que os custos fixos permanecem fixos diante das unidades produzidos, a definição está parcialmente correta, mas não é generalizada. É preciso definir os custos fixos como aqueles que não variam com o volume de uma atividade qualquer tomada como medida de referência. Atende, aqui, também, para o fato de que o custo fio quando tomado em seus totais é realmente fio quando analisado em face da variabilidade da base de volume. Entretanto, se tomado por seus valores unitários em face da unidade de medida da base de volume, o custo fio é variável.

Referências

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