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Educação na era do hipertexto: uma experiência diferenciada na biologia

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Academic year: 2021

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SOCIAIS E DA NATUREZA - PPGEN

GILBERTO CHUDZIK

EDUCAÇÃO NA ERA DO HIPERTEXTO:

uma experiência diferenciada na Biologia

DISSERTAÇÃO

LONDRINA – PR 2015

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GILBERTO CHUDZIK

EDUCAÇÃO NA ERA DO HIPERTEXTO:

uma experiência diferenciada na Biologia

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Tecnológica Federal de Paraná. Área de Concentração: Ensino de Ciências e Novas Tecnologias. Orientadora: Dra. Kátya Regina de Freitas.

LONDRINA – PR 2015

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TERMO DE APROVAÇÃO

EDUCAÇÃO NA ERA DO HIPERTEXTO: UMA EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA NA BIOLOGIA.

por

Gilberto Chudzik

Dissertação de Mestrado apresentada no dia 06 de julho de 2015 como requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA NATUREZA pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza – PPGEN, Câmpus Londrina, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O mestrando foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho Aprovado.

Profa. Dra. Kátya Regina de Freitas (UNILA) Orientadora

Profa. Dra. Magna Natalia Marin Pires(UEL) Membro Titular

Profa. Dra. Zenaide de Fátima Dante Correia Rocha (UTFPR) Membro Titular

Profa. Dra. Zenaide de Fátima Dante Correia Rocha

Coordenadora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza – PPGEN.

FOLHA DE APROVAÇÃO ASSINADA ENCONTRA-SE NA COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA NATUREZA.

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Dedico este trabalho, com especial carinho, à minha esposa, Divina, e aos meus filhos, Bruna e André, que, por inúmeras vezes, fizeram com que eu me sentisse capaz.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por tantas vezes se fazer presente, me levantando nos momentos de entrega e fraqueza.

Aos meus pais, Leoni (in memoriam) e Júlio, por todo o amor, carinho, incentivo e dedicação, por compreenderem minhas ausências e me transformarem no que sou hoje, acreditando no que de melhor eu possa vir a ser.

À Divina Alves, cúmplice neste grande desafio, que tantas vezes me ouviu, aconselhou, fortaleceu e ajudou na construção deste trabalho.

Aos meus filhos, Bruna e André, pelas longas ausências em momentos de pesquisas e de reflexão.

Ao amigo Ivo Aparecido Goulart, pelos ombros e ouvidos emprestados nos momentos necessários, pelo incentivo, pela força de cada dia, pelos inúmeros favores carinhosamente prestados, pelos imprescindíveis momentos de conversas.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza (PPGE/UTFPR) e aos seus docentes, pelas profundas reflexões que me fizeram repensar esta pesquisa.

À minha orientadora, professora Drª Kátya Regina de Freitas, pelo apoio e confiança na realização deste trabalho, pela amizade concedida neste período e pelo momento de luta em busca de esperança.

Ao Colégio Estadual Castro Alves e ao Colégio Estadual André Seugling - EFMP, por abrirem suas portas para mim e para este estudo, permitindo que eu tanto aprendesse nos diálogos em seus espaços.

Aos alunos do 4o ano de Administração do Colégio Estadual Castro Alves - EFMP, pelas dúvidas, pelas certezas e pelo conhecimento compartilhado.

Às amigas e aos amigos, pelos risos e pelas alegrias compartilhadas durante este período, me ouvindo pacientemente e apoiando nos momentos de difíceis.

A todos que colaboraram com este trabalho, fornecendo subsídios para a sua realização, agradeço pela companhia, pelo ombro sempre disponível, por me aceitarem e por fazerem com que cada momento compartilhado valesse muito à pena.

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“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”

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CHUDZIK, Gilberto. Educação na era do hipertexto: uma experiência diferenciada na Biologia. 2015. 112 p. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2015.

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo investigar em que medida o uso de hipertexto em

smartphones (celular inteligente), seguindo uma unidade didática que envolve conceitos sobre

Fungos poderá contribuir para a aprendizagem no ensino de Biologia. O estudo foi realizado com vinte e três alunos do 4º ano do curso técnico integrado, nível médio, em 2014. A pesquisa constatou que ensinar com ajuda do celular inteligente aumentou o interesse dos alunos pelo conteúdo, pois permitiu o acesso aos conceitos de forma mais atraente, com maior número de ilustrações, promovendo maior interação no grupo e melhorando a compreensão dos conceitos. Na avaliação da aprendizagem com o uso de hipertexto no celular, os alunos apresentaram 77,8% de acertos nas questões avaliadas, enquanto em avaliação similar sem o uso do hipertexto atingiram 60% de acertos. Apesar dos resultados indicarem que a proposta do hipertexto foi positiva, acredita-se que o uso concomitante de objetos de aprendizagem diferenciados (gráfico, animação, simulação, áudio, vídeo, entre outros) auxiliaria o aumento da construção de conhecimento pelos alunos, principalmente quando a escola não dispõe de laboratório, pois a simulação do experimento seria um recurso conveniente.

Palavras-chave: Recursos Tecnológicos. Interdisciplinar. Conhecimento. Smartphone. Aprendizagem.

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CHUDZIK, Gilberto. Education in the age of hypertext: a differentiated experience in biology. 2015. 112 fls. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2015.

ABSTRACT

This research aims to investigate to what extent the use of hypertext smartphones (smartphone), following a teaching unit that involves concepts of fungi can contribute to learning in teaching Biology. The study was conducted twenty-three students of the 4th year of the integrated technical course, average level in 2014. The survey found that teaching with the help of smartphone increased student interest for the content, it allowed access to the concepts in a more attractive, with more illustrations, promoting greater interaction in the group and improving the understanding of the concepts. In the evaluation of learning with the use of hypertext in the cell, the students showed 77.8% accuracy in the evaluated issues, while in similar evaluation without the use of hypertext reached 60% accuracy. Although the results indicate that the proposed hypertext was positive, it is believed that the concurrent use of different learning objects (graphic, animation, simulation, audio, video, etc.) would help increase the construction of knowledge by students, particularly when the school has no laboratory, for the simulation of the experiment would be a convenient feature.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fermento biológico ... 40

Figura 2 – Pão em processo de crescimento ... 40

Figura 3 – Máquina bater mistura massa de pão ... 40

Figura 4 – Máquina de enrolar pão francês ... 40

Figura 5 – Fungo basidiomiceto (a) vista lateral (b) vista superior ... 40

Figura 6 – Fungo ... 41

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Uso de recursos tecnológicos em sala de aula pelos professores ... 35 Quadro 2 Preferência dos alunos quanto ao tipo de aula ... 36 Quadro 3 Recursos utilizados pelos alunos com o aparelho celular tipo

smartphone ... 36 Quadro 4 Identificação da experiência dos alunos com o smartphone como como

recurso tecnológico ... 37 Quadro 5 Resultados quantitativos das respostas dos alunos nas avaliações ... 38

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LISTA DE ABREVIATURAS

Apps Aplicativos para celulares, tablets, navegadores e sistemas operacionais de desktop e

notebooks

EFMP Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante PTD Plano de Trabalho Docente

SEED Secretária de Estado de Educação

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1DELIMITAÇÃODOTEMA ... 15 1.2PROBLEMATIZAÇÃO ... 16 1.3JUSTIFICATIVA ... 16 1.4 OBJETIVOS ... 17 1.4.1 Objetivo Geral ... 17 1.4.2 Objetivos Específicos ... 17 1.5 METODOLOGIA ... 18 1.6 ESTRUTURADADISSERTAÇÃO ... 18 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19 2.1APRENDIZAGEMSIGNIFICATIVA ... 19

2.2APRENDIZAGEMNAERATECNOLÓGICA ... 22

2.3AORIGEMDOHIPERTEXTO ... 24

2.4USODOHIPERTEXTOCOMOSMARTPHONE ... 26

2.5HIPERTEXTONOCOTIDIANOESCOLAR ... 28

2.6OUSODOHIPERTEXTONOSEXPERIMENTOSVIRTUAIS ... 30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 32

3.1NATUREZADAPESQUISA ... 32

3.2OCENÁRIOEOSSUJEITOSDAPESQUISA... 32

3.3OINSTRUMENTOPARACOLETADADOS ... 32

3.4ETAPASDAESTRATÉGIADIDÁTICAPROPOSTA ... 32

3.4.1 Primeira Etapa: Identificação do Universo da Pesquisa ... 33

3.4.2 Segunda Etapa: Produto Educacional ... 33

3.4.3 Terceira Etapa - Implementação da SD1 e SD2 ... 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 36

4.1 OSRECURSOSTECNOLÓGICOSNASALADEAULA ... 36

4.2IMPLEMENTAÇÃODAUNIDADEDIDÁTICA ... 38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 43

REFERÊNCIAS ... 44

APÊNDICE ... 53

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APÊNDICE B – Pesquisa discente da Preferência de Uso de Recursos Tecnológicos pelo Docente e do Tipo de Aula Ministrada pelo Professor ... 55 APÊNDICE C – Sequência Didática 1: Trabalhando o Conceito e as Características dos Fungos ... 56 APÊNDICE D – Sequência Didática 2: Pesquisa de Campo para Identificação dos Fungos ... 61 APÊNDICE E – Hipertexto Teórico sobre Fungos ... 64 APÊNDICE F – Hipertexto da Pesquisa de Campo sobre Fungos ... 107

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1 INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea, o acesso às tecnologias digitais acontece em grande velocidade, transformando a maneira de como as pessoas se comunicam, interagem, aprendem e convivem. Conforme Santos (2008), as tecnologias digitais vêm superando, transformando os modos e os processos de produção e de socialização de saberes, uma vez que as informações podem ser manipuladas de forma rápida e flexível. Quando esse acesso se associa à educação, oferece variadas ferramentas digitais, capazes de renovar o modelo pedagógico fundamentado basicamente na escrita.

Dessa forma, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) promoveram uma revolução no processo ensino-aprendizagem, assim como interferiram no modo de pensar, agir, se relacionar e adquirir conhecimentos das pessoas (BORBA, 2004; KENSKI, 2004). A produção de conhecimento condiciona-se ao uso da tecnologia e se reflete na criação de uma nova cultura educacional. Observa-se que as produções, tanto em sala de aula como fora dela, passam a ser colaborativas, promovendo o compartilhamento de informações.

Para promover a aprendizagem por meio da tecnologia, o professor precisa desenvolver práticas pedagógicas adequadas, pois, como menciona Sancho (1998), isso contribui para uma prática pedagógica mais efetiva. Foi possível verificar, em trabalhos similares, que muitos professores, em diferentes níveis, realmente apresentam práticas inovadoras de comunicação, de produção e de compartilhamento de informações com o

smartphone.

De acordo com Lucena, Linhares e Ramos (2012, p. 380), a entrada das tecnologias móveis na escola torna este ambiente educacional propício à aprendizagem. O professor adquire a função de “facilitador e mediador da aprendizagem, motivador, orientador e avaliador” (CECHINEL, 2000, p.14). Moran (1995) afirma que a tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção dos conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.

A inserção do smartphone, como ferramenta pedagógica, permite o acesso a diversos objetos de aprendizagem, como vídeo, software educacional, hipertexto, animação/simulação, imagem dentre outros. Os recursos inseridos nesses celulares são utilizados individualmente dentro da sala de aula sem alterar o ambiente, podendo ser usados na formação crítica e contínua dos alunos. A vantagem do uso do smartphone está na portabilidade e no armazenamento superior ao de um livro, pois possuem um cartão de memória ou memória

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interna de grande capacidade, permitindo ao aluno e ao professor o acesso ao conteúdo armazenado em qualquer momento, horário, dia ou local (LOIOLA, 2009).

Para Jonassen (2007), a aprendizagem com apoio das novas tecnologias recria ambientes em que o aluno constrói o seu conhecimento por meio do pensamento reflexivo. Esse recurso apresenta um incalculável potencial para a aprendizagem, servindo para a reflexão sobre os conceitos com base no conhecimento prévio, sendo utilizado como uma plataforma para a aquisição de novos conhecimentos. O uso da tecnologia permite maior interatividade do aluno no processo de obtenção do conhecimento, valorizando estratégias instrucionais que conduzem o aluno a uma aprendizagem significativa (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980).

Para Moratori (2003) a utilização dos hipertextos permite desenvolver um ambiente escolar inovador, de alto nível educativo, levando o aluno a melhorar a sua autonomia intelectual. Enquanto para Xavier (2004, p. 171), possibilita ler o mundo virtualmente com acesso multiusuário, em qualquer parte do planeta e hora do dia. Por isso, é possível promover a aprendizagem com uma postura metodológica inovadora e diferenciada ligada à sociedade da informação.

A tecnologia aplicada à educação almeja um envolvimento diferenciado na forma de ensinar e de aprender, o uso aplicado na aquisição do conhecimento propicia aos alunos o acesso à informação e a vivência de diversos conteúdos por meio de estratégias eficientes sem perder de vista o foco educacional (KENSKI,1996). O celular também gera mais motivação dentro do ambiente escolar, devendo ser utilizado de forma a que proporcione o espírito de cooperação entre os alunos e o professor, aumentando o interesse pela busca de uma aprendizagem de qualidade.

1.1DELIMITAÇÃODOTEMA

Como afirma Sancho (1998, p.41), as inovações tecnológicas exigem um sistema educacional capaz de estimular nos alunos o interesse pela aprendizagem. Os conteúdos essenciais de Biologia, quando apresentados sob a ótica macroscópica, permitem que o aluno consiga associá-los ao seu cotidiano (conhecimento prévio) e então podem ser facilmente compreendidos, porém, quando são de ordem microscópica, são de mais difícil assimilação. Existe a possibilidade de aplicar as novas tecnologias em sala de aula para proporcionar uma

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evolução no processo de ensino-aprendizagem, porém, para que isso ocorra, os professores devem estar capacitados.

O uso de computadores, tablets e celulares, dentro do ambiente escolar, tem como objetivo facilitar a compreensão, de forma dinâmica e interativa, dos conceitos que integram os mais diversos conteúdos, proporcionando ao aluno a obtenção do conhecimento de maior complexidade por meio de imagens, vídeos e textos complementares. A aplicação dos recursos tecnológicos pode desenvolver uma metodologia alternativa, que auxilia o processo de aprendizagem. Nesse caso, o papel do professor não é o de apenas transmitir informações, mas de ser o mediador da construção do conhecimento com tecnologias educacionais, que são desenvolvidas para facilitar o saber (CORDEIRO, 2014).

1.2PROBLEMATIZAÇÃO

As aulas tradicionais são pouco atraentes para os alunos da geração digital. Na maioria dos casos, os conteúdos da disciplina de Biologia parecem ser abstratos e não fazerem parte do cotidiano do aluno, dificultando a criação mental do conteúdo descrito e explicado pelo professor. Para melhorar o entendimento, o professor pode utilizar as TIC, para facilitar a compreensão, com vídeos, imagens, sons, textos e simuladores, porém as escolas públicas, na sua maioria, não possuem estrutura com laboratórios de informática adequados para esse tipo de aula (CORDEIRO; MALI, 2013).

Por isso, poucos professores se beneficiam de todas as possíveis vantagens do consumo desses dispositivos de última geração e de suas modernas interfaces, que ampliaram as possibilidades de comunicação, antes restrita apenas à voz (GOULART 2010).

Uma alternativa para apresentar essa forma de aprendizagem dinâmica é o uso de inúmeros aplicativos (Apps) que se encontram presentes nos smartphones e permitem visualizar textos, imagens, figuras e aplicativos de simulação e fragmentos de vídeos. Deriva dessa questão uma pergunta, basilar para este trabalho de pesquisa: será que um arquivo de hipertexto, produzido para o smartphone poderia melhorar a aprendizagem do tema “fungos” da disciplina de Biologia?

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Os conteúdos de Biologia, muitas vezes, ficam aquém do esperado, os alunos geralmente apresentam dificuldades de compreensão sobre os diversos conceitos e, consequentemente, sobre as relações entre as suas partes na composição do todo (SCHWAB, 1973). Essas dificuldades de aprendizagem se devem à forma como esses conteúdos são repassados na aula expositiva, no quadro-negro, não oferecendo nenhuma motivação, sendo pouco aproveitado o conhecimento prévio que o aluno detém. Por esse motivo, seria conveniente ao professor descobrir quais seriam esses conhecimentos e, a partir deles, ensinar o novo tema.

Para Ausubel (1963), o aluno não é um receptor passivo, ou seja, o aluno constrói e produz o seu próprio conhecimento com base no que já conhece. Esse conhecimento prévio é o suporte em que o novo conhecimento se apoia (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN 1980),

Todo conteúdo deve apresentar uma metodologia própria para ser aplicada em diferentes contextos de aprendizagem, permitindo aos alunos identificar quais conceitos se inter-relacionam. Em sala de aula, o professor deve observar qual o nível de desenvolvimento da turma para que se desenrole uma ação educativa eficiente, permitindo ao aluno adquirir estabilidade no processo de aprendizagem (PALANGE, 2001).

Nesse sentido, o objetivo principal deste professor-pesquisador foi o de disponibilizar estratégias de aprendizagem por meio de um material digital diferenciado, com o qual os alunos, além de compreender as relações existentes entre os diversos conceitos, são desafiados a tomar a iniciativa para construir o seu conhecimento.

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos, geral e específicos, deste trabalho são apresentados a seguir.

1.4.1 Objetivo Geral

Investigar a potencialidade do uso de hipertexto, por meio de smartphone, para promover a aprendizagem significativa.

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Para atingir o objetivo geral pretende-se:

a) elaborar uma sequência didática (SD) com abordagem teórica sobre os fungos; b) elaborar outra SD contemplando a pesquisa de campo para identificação de

fungos;

c) implementar a unidade didática (UD);

d) verificar a assimilação dos conceitos sobre fungos, com e sem o uso do

smartphone.

1.5 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de campo, de natureza descritivo-exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando o hipertexto no celular do tipo inteligente ou

smartphone. O conteúdo abordado na unidade didática foi os fungos, que faz parte da

disciplina de Biologia do primeiro ano do ensino médio. O trabalho consistiu em três etapas:

(1) coleta de dados para formatação do hipertexto das SD; (2) escrita e formatação da SD e

(3) implementação da UD.

A coleta de dados para montagem do hipertexto ocorreu em duas fases: (i) revisão teórica em livros didáticos e busca de figuras on-line e

(ii) definição dos parâmetros de formatação para melhor visualização no celular. Essa definição foi estabelecida por meio de pesquisa de satisfação dos alunos em sala de aula.

1.6 ESTRUTURADADISSERTAÇÃO

O presente trabalho é composto pelas seguintes seções: na primeira, já apresentada, delimitou-se o tema, apresentou-se a problematização, a justificativa, os objetivos e a metodologia, de maneira breve. Na segunda, serão discutidos os pressupostos teóricos do estudo; na terceira, a metodologia da pesquisa; na quarta, os resultados e a sua discussão e na última, as considerações finais e sugestão para trabalhos futuros.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta seção, será apresentada uma descrição dos procedimentos do professor-pesquisador diante da tarefa de promover a aprendizagem significativa com base na inserção das TIC no universo escolar. Em especial, serão apresentados os conceitos pertinentes ao uso da tecnologia, sendo possível compreender os princípios básicos da Biologia por meio dos objetos de aprendizagem digitais chamados de hipertextos e por meio das suas aplicações nas diversas situações da área educacional.

2.1APRENDIZAGEMSIGNIFICATIVA

Segundo Mattews (1995), é comum adotar o pressuposto de que o aluno é uma tábula rasa ao se iniciar o processo de ensino e aprendizagem da ciência, desconsiderando-se suas ideias e suas experiências prévias. Diversos autores, como Miras (2006), Bizzo (2007) e Bastos (2005), no entanto, defendem a ideia de que os alunos sempre têm algum aspecto de conhecimento prévio sobre o assunto que será ensinado em sala de aula. Reconhecer o papel fundamental desse conhecimento no processo de ensino e aprendizagem significa dizer que professor precisa atribuir maior relevância ao conhecimento que o aluno traz para sala de aula. A interpretação do aluno sobre o que aprende em sala pode fundamentar vários questionamentos, que surgem inesperadamente, durante uma discussão no ambiente escolar, e que podem ser muito interessantes para o momento.

De acordo com Ausubel (1968), a aprendizagem significativa ocorre quando o novo conhecimento adquire significado à luz dos conceitos prévios que o aluno já tem, portanto o fator que mais influencia a aprendizagem é o que o ele já sabe. Segundo Moreira (1999), a aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo, nos quais os novos conceitos vão se ancorar. O conhecimento que o aluno já detém sobre o assunto, denominado conhecimento prévio1, é aquele no qual os novos conceitos se apoiam para serem apreendidos, na medida em que estejam claros para

1 O conhecimento prévio (David Ausubel) é o termo que designa os saberes que os alunos possuem e que são essenciais para o aprendizado, que fazem parte da memória e da inteligência e que são utilizados quando se deparam com uma nova situação.

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aluno, funcionando como agente motivador, envolvendo modificações nos atributos da estrutura cognitiva pela influência dessa nova informação.

Na teoria da aprendizagem significativa, o aluno não é considerado como um receptor passivo. Ele utiliza todos os significados que incorporou em situações escolares anteriores e, durante esse processo, está fazendo uma análise integradora para possivelmente identificar todas as semelhanças e diferenças, reorganizando, assim, o conhecimento, produzindo o seu próprio conhecimento (MOREIRA, 2006).

Existem acontecimentos que são observados pelo professor dentro da sala de aula, como a dificuldade em aprender e ausência de interesse pelo aprendizado, que comprometem o processo. Por isso, para que o “aprender” se torne interessante, o ambiente deve proporcionar condições para o aluno refletir, analisar e dar significado aos conceitos apresentados, assim o conhecimento será incorporado (AUSUBEL, 2003). Dentro da sala de aula, o conteúdo deve prender a atenção dos alunos, ele é um agente motivador para aprendizagem.

A falta de interação do aluno com o objeto de conhecimento parece ser o grande problema e, para isso seja superado, o professor precisa definir quais medidas devem ser tomadas para garantir que isso não ocorra (LIBÂNEO, 1994). A escola deve incentivar a motivação do aluno a agir por vontade própria na construção do conhecimento, propiciando uma aprendizagem significativa. Para que ela se consolide, no entanto, é necessário que o professor concentre todos os esforços para não sobrecarregar o aluno com informações desnecessárias (VASCONCELOS, 1992).

A aprendizagem significativa se fundamenta num modelo dinâmico, no qual o aluno, com todos os seus conhecimentos baseados em conceitos recebidos de diferentes fontes, na qual a complexidade destes depende das relações que apresentam entre si e para que ocorra aprendizagem, se torna necessário que existam duas condições: a primeira é que o aluno deve ter uma disposição para aprender e a segunda, todo o conteúdo a ser estudado deve apresentar-se potencialmente significativo para que o aluno faça a detenção do novo conteúdo e depois de retido, aprimore a aprendizagem. Para Ausubel (2003), o conhecimento prévio do aluno deve ser valorizado durante o processo de aprendizagem na sala de aula, enquanto para Coll (1995) seria mais adequado tentar que as aprendizagens que executam sejam, a cada momento da escolaridade, a mais significativa possível.

As práticas educativas devem ser inovadoras, dinâmicas, retirando os alunos da desmotivação e do desinteresse, com um material que promova a aprendizagem em sala de

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aula. Moran (2004 apud COSTA, 2015) sugere que vale a pena inovar, testar, experimentar, para desenvolver outros modelos de docência.

O professor deve estar ciente do papel de educador, reconhecendo que deve motivar o aluno dentro da sala de aula e levá-lo a um ensino significativo, usando um material instigante (AUSUBEL, 1988). Quando o professor passa a utilizar o smartphone como um recurso tecnológico no processo de aprendizagem, desenvolve uma aula diferenciada, pois os hipertextos são obtidos a partir da construção de um hiperdocumento, que frequentemente envolve mais do que escrita, exigindo a composição de textos, imagens, vídeos, animações e sons para a elaboração dos nós e o estabelecimento de conexões entre estes e assim, serem acessados. Os celulares auxiliam de maneira significativa a aprendizagem do conteúdo, desmitificando vários conceitos, antes repassados por meio da lousa de giz, de forma estática e desprovida de motivação, o que causava distrações nos alunos.

O conteúdo ensinado de maneira diferenciada passa a constituir um processo em que o próprio aluno faz a obtenção do conhecimento, deixando as aulas estáticas, cansativas e desinteressantes de lado e passando a realizar todas as tarefas. Pode-se então apresentar para os alunos vários objetos de pesquisa sobre os quais haverá troca de ideias, desenvolver projetos de pesquisa, busca de informação e leitura crítica dos hipertextos, levando o aluno a uma aprendizagem significativa em função dos recursos potencializadores, que desenvolvem no aluno os estímulos necessários para o processo de ensino-aprendizagem. Para Coll e Monereo (2010), cada professor pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos.

Toda informação em sala de aula apresenta um propósito orientado e a ação docente deve ser realizada em função dos objetivos. O professor e os alunos podem propor a resolução de um problema, a discussão sobre um conceito, propor um desafio a ambos com a ideia de encontrar explicações que os levem a refletir e a encontrar respostas em conjunto. Ausubel, Novak e Hanesian (1978) mencionam que toda nova informação é relevante para a estrutura cognitiva.

Nesse universo de informação, não existem fórmulas prontas, modelos preestabelecidos de como organizar situações de aprendizagem significativa, no entanto o professor deve usar sua competência didática para proporcionar aos alunos o gosto pelas aulas, a busca do sentido do saber e a partir do momento em que eles percebem que o professor está utilizando instrumentos que possibilitam a ocorrência da aprendizagem significativa, como o uso do smartphone para contribuir no processo de transformação do

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conhecimento, interagindo com os alunos, discutindo e aprimorando as novas descobertas. Afinal,

(...) [o professor] se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria - o conhecimento com ética (MORAN, 1995, p. 1).

2.2APRENDIZAGEMNAERATECNOLÓGICA

A escola moderna passa por inúmeras transformações devido à entrada de novas ferramentas educacionais. A falta de renovação das práticas pedagógicas deixa para alunos e professores uma defasagem entre a educação e a inovação tecnológica disponível. Demo (1992) comenta que o professor deve propiciar condições adequadas para realizar o aprender a aprender, o saber pensar, o pesquisar, o teorizar a prática, atualizando a produção de novos saberes.

O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o interesse pela aprendizagem. E que esse interesse diante de novos conhecimentos e técnicas seja mantido ao longo da sua vida profissional, que, provavelmente, tenderá a se realizar em áreas diversas de uma atividade produtiva cada vez mais sujeita ao impacto das novas tecnologias (SANCHO, 1998, p. 41).

A tecnologia proporciona acesso mais rápido às informações, além da possibilidade de atrair a atenção do aluno, provocando uma interação que oferece inúmeros desafios e possibilidades para a atividade cognitiva dos alunos. A informática expande as possibilidades do desenvolvimento de atividades educacionais motivadoras e significativas. O professor precisa ter consciência de que a escolha das tecnologias educacionais deve estar vinculada à concepção do conhecimento e utilizar adequadamente os recursos.

A utilização da informática, como ferramenta auxiliar no processo educacional, possibilita maior interação entre os alunos e os conceitos a serem apreendidos. Tal auxílio fica evidenciado pela motivação dentro da sala de aula, originada pela maneira como os conteúdos são apresentados. Conforme Demo (1998), é possível lançar desafios estratégicos: diminuir a repetência, introduzir índices crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticas alternativas, atingir posição de excelência, demonstrando a capacidade de evolução positiva

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nas práticas educacionais. Com a tecnologia, criam-se novos espaços de construção do conhecimento e com todos esses recursos à disposição, o professor deve buscar formas de aproveitá-los na prática pedagógica, melhorando a sua ação docente. Uma vez que, as tecnologias podem trazer dados de forma rápida e atraente, e o papel do professor é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los (MORAN, 2007).

Uma tecnologia de informação que se tornou promissora foi a hipermídia, resultado da integração de várias mídias disponíveis, que podem ser utilizadas nos smartphones, tablets e nos computadores. A integração de imagens, filmes e sons com a informática originou o termo multimídia, que engloba todo o universo audiovisual (PRETTO, 1969). Machado e Nardi (2004) afirmam que a hipermídia permite a elaboração de propostas educacionais compatíveis com o conceito de aprendizagem significativa e com os princípios de ensino e aprendizagem da teoria de Ausubel (1973), pois proporciona a exploração dos conceitos de uma forma progressiva, favorecendo a sequência de conteúdo, partindo do aspecto geral para alcançar os conceitos de maior especificidade a respeito do tema.

A tecnologia pode ser usada como um novo formato na escola, não substituindo as velhas tecnologias, que ainda se encontram presentes, apenas desenvolvendo-se em um ritmo menor. A educação necessita de um novo formato, no qual o giz, o quadro e os livros dividem o espaço educacional com a tecnologia informática, não sendo mais estes recursos os únicos disponíveis para o professor ministrar as aulas. Por isso, para Moran (2001), na sociedade da informação, é necessária uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem para integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.

Como refere Corbellini (2011), a utilização das novas tecnologias como ferramenta traz uma grande contribuição para a prática do ensino-aprendizagem em todos os níveis de ensino. Para Kenski (2007), a relação entre educação e tecnologia pode ser vista pelo ângulo da inovação, uma vez que toda nova descoberta precisa ser ensinada.

Os dispositivos para o acesso a estes recursos estão sendo cada vez mais utilizados pelos alunos que, de forma natural, interagem com as novas tecnologias ao seu redor e isso motiva o desejo e o interesse pela informática. As novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) permitem acessar, processar, armazenar e comunicar ideias de modo cada vez mais rápido e eficiente. Por isso, a presença dos celulares, mesmo proibidos pela lei 18.118 de 24 de 2014 (PARANÁ, 2014) é comum nas salas de aula e seu potencial pedagógico é pouco utilizado.

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Os recursos tecnológicos no processo educativo possibilita a exploração de diferentes aplicações do conhecimento e contribui para a sua construção (VALENTE, 2005) pelo emprego dos recursos de multimídia (como vídeos, hipertextos, dentre outros) ampliando as associações dos conceitos na estrutura cognitiva.

Portanto, o professor precisa flexibilizar a metodologia utilizada em sala de aula, de forma que o processo educacional seja considerado satisfatório. No ambiente escolar, é necessário que haja uma adequação pedagógica pelo professor, respeitando as especificidades do ensino e da própria tecnologia na potencialização do conhecimento.

2.3AORIGEMDOHIPERTEXTO

O termo hipertexto surgiu nos anos 60, com o norte-americano Theodore Holm Nelson, pioneiro da Tecnologia da Informação, inventou os termos hipertexto e hipermídia, para definir a ideia de escrita e leitura não lineares em um sistema informático. O termo teria sido cunhado para batizar um sistema mecânico com todas as propriedades de uma máquina com sistemas informáticos e computacionais, com formatos bem menos compactos que os atuais, no qual as informações se ligam por meio de links navegáveis, ou seja, uma espécie de mapa com percursos variados conectados por pontos acessáveis.

Por hipertexto entende-se um conjunto de textos que podem ser lidos de forma não linear, ou seja, na ordem desejada pelo aluno, mediante o acesso a conexões ou links (ÁLVARES apud VIEIRA, 2001, p. 435). A estrutura de um hipertexto pode ser projetada para estabelecer conexões entre os conceitos que levam à formação de significados relevantes para o aluno.

Para Lévy (1993), o hipertexto constitui-se de um conjunto de nós ligados por conexões, que podem ser formados por imagens, gráficos, palavras, documentos complexos. Estes podem, por sua vez, serem também hipertextos, que pode ser definido como um tipo de documento digital composto por diversos blocos de textos interconectados por links que possibilitam a leitura de forma aleatória. Xavier (2004) afirma que o hipertexto pode ser considerado “uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e condiciona à sua superfície formas outras de textualidade”.

Ainda de acordo com Xavier (2004), a utilização do hipertexto vem modificando não só a forma de o homem se comunicar, mas também como se dá essa comunicação. A sua popularização ocorreu por meio da rede mundial de computadores, a internet, onde milhares

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de milhares de pessoas acessam sites diversos para realizar a leitura de algum tipo de informação, fazendo-o de forma natural, sem se dar conta de como isso acontece, Santaella (2008, p. 47-72) explica ter sido “a digitação computacional que ofereceu o suporte perfeito para a operacionalização do hipertexto”.

A escolha dos textos a serem usados em forma de hipertexto desencadeia um novo estímulo na busca do conhecimento. Salienta Xavier (2002) que os links desempenham função coesiva por amarrarem as informações, “soldando” peças esparsas de maneira coerente. Esses

links ou hiperlinks, na prática pedagógica, são selecionados e utilizados com propósito

determinado: definir quais são os textos suplementares necessários para a aprendizagem em função dos conteúdos principais da aula. No entanto, isso exige conhecimento sobre as modernas ferramentas da informática para o uso em sala de aula.

A tecnologia, quando bem utilizada em sala de aula, apresenta inúmeros pontos positivos, como o acesso às informações por meio de hipertextos, tanto dentro do ambiente escolar quanto fora dele, pois possibilita a interação de um aluno com outros alunos e também com o professor pelo uso do software mensageiro à disposição, como o WhatsApp2, por exemplo, desde que se tenha o acesso à internet ou a uma operadora de telefonia móvel com os smartphones. Dentro da sala de aula, o uso adequado das diversas formas de tecnologias pode vir a estimular de maneira significativa a capacidade de aluno em desenvolver novos formatos de aprendizagem, levando-o à autonomia na busca de informações. Para Vygotsky (1998), a autonomia é um dos aspectos do aprendizado e, segundo Alonso (2000), ela se refere à capacidade de organizar as próprias ideias, sintetizar o pensamento, extrair conclusões próprias e aplicar conhecimentos em situações específicas.

De acordo com Kenski (1998), a tecnologia digital rompe com a narrativa contínua e sequencial das imagens e textos escritos e se apresenta como um fenômeno descontínuo. Segundo Moran (1998), a construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico, é mais “livre”, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional, podendo criar possibilidades mais interessantes e diversas.

Segundo Boaventura e Périsse, (1999), nesse cenário de grandes mudanças, as chamadas novas tecnologias de informação e de comunicação, mais do que qualquer outro

2 WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens, uma multiplataforma que permite trocar mensagens pelo

celular sem pagar por SMS. Além das mensagens básicas, os usuários do WhatsApp podem criar grupos, enviar mensagens ilimitadas com imagens, vídeos e áudio, porque ele utiliza o mesmo plano de dados de internet que se usa para e-mails e navegação.

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fator, têm provocado uma verdadeira metamorfose na nossa maneira de trabalhar e de viver, sobretudo em um espaço cibernético cada vez mais onipresente.

Por isso, nessa integração de tecnologias, o docente deve apresentar capacidade de estabelecer ligações do conteúdo dentro do hipertexto para promover no aluno a valorização do saber, o que permite um crescimento intelectual com base no conhecimento prévio, devendo o professor ter sensibilidade para integrar as tecnologias, aproveitando o potencial educativo que apresentam. Alunos e professores passam a interagir de maneira mais eficiente e contínua.

2.4USODOHIPERTEXTOCOMOSMARTPHONE

A mídia digital permite que o aluno tenha contato com o mundo, tanto para o acesso de informações em qualquer lugar e momento, em tempo real, quanto para a produção. Por isso, o acesso precisa ser educado, para a seleção e uso do que realmente importa. A chegada dos smartphones, permitiu além do uso interativo e recreativo, como ferramenta pedagógica. Assim, desenvolveram-se vários aplicativos educacionais para os smartphones, como leitor de arquivos em PDF, que permitem ler hipertextos. Para Franciosi e Medeiros (2005, p.70), o que define a aprendizagem com o uso do recurso não é o emprego por si mesmo, mas a arquitetura pedagógica projetada com determinada intenção e a disponibilidade do meio.

O uso da hipermídia3 dentro da escola pode ser capaz de motivar os alunos para uma aprendizagem significativa. De acordo com Moran (2000) alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo de ensino e aprendizagem, estimulando as melhores qualidades do professor. Segundo este mesmo autor (2000, p.44), os aparelhos inteligentes estão “cada vez mais poderosos em recursos, velocidade, programas e comunicação, permitem realizar pesquisar, simular situações, (...) descobrir novos conceitos, lugares, ideias”.

Entretanto, o celular especificamente, promove em sua maioria distração nos alunos. Normalmente, eles desmotivam os alunos a prestar atenção no conteúdo e, na visão de Moran (2006 apud FAVRO, 2012), alunos interessados tomam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Mas se a presença desses dispositivos móveis aumenta a

3 Hipermídia são várias mídias num ambiente computacional, suportada por sistemas eletrônicos de comunicação, ou seja, a fusão de meios a partir de elementos não-lineares.

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cada dia dentro da escola, com a aprendizagem apresentando novas formas, surgindo novos paradigmas na educação, sabe-se que é possível integrar tecnologia e sala de aula.

Para isso, o professor, conforme afirmam Sampaio e Leite (2002), deve estar em sintonia com as mudanças tecnológicas para atuar no crescimento e na formação do aluno, utilizando-se de competências técnicas e pedagógicas, oportunizando a construção do conhecimento. Para Santos e Radtke (2006), a chegada da internet permitiu que o processo de ensino-aprendizagem ultrapassasse os limites da sala de aula no contexto da relação aluno/professor tradicional, indo além das possibilidades físicas. Moran (2006 apud FAVRO, 2012) também observa que as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, ajudando a estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual.

Carvalho (2006) ressalta que o computador, conectado à internet, possibilita o acesso ao ambiente de aprendizagem, promovendo a construção coletiva do conhecimento e favorecendo a interação, uma nova dinâmica comunicativa entre professor e aluno. Borba (2001) diz que o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar entre outras funções. Toda forma de tecnologia, principalmente as digitais, promovem enormes mudanças, pois propiciam novas oportunidades de aprendizagem, de interação e comunicação. Fróes (2015, p. 2) cita que os recursos modernos da tecnologia, os novos meios digitais, como a multimídia e o acesso à internet, trazem novas formas de ler, de escrever, de pensar e agir.

As várias formas de mídias existentes possibilitam a realização das trocas de informações necessárias para a construção do aprendizado por meio de práticas modernas e da tecnologia, que levam a educação a um estágio desejável por todos. A tecnologia não causa mudanças apenas no que se faz, mas também na forma como é elaborado o conhecimento e no relacionamento com o mundo. Conforme Garbin (1999), é necessário entender que as imagens e sons da mídia dominam cada vez mais o senso de realidade, como as pessoas se veem e como veem o mundo ao redor.

O uso do hipertexto nos smartphones, que se transformam em um pequeno

datashow, potencializam consideravelmente as ações em sala de aula, permitem ao professor

explorar de maneira significativa muitos detalhes que o modelo tradicional – com o quadro-negro, livro-texto e giz - não oferecem. Dias (2000) afirma que uma das principais contribuições do hipertexto para a educação é a sua flexibilidade de representação de conteúdo, dentro do ambiente escolar, podendo fazer uso de textos, imagens e de sons. Cita-se, como exemplo, a elaboração do texto com as principais características dos fungos,

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proposto neste estudo, para levar ao aluno conceitos que estão relacionados aos problemas causados pela má conservação dos alimentos.

2.5HIPERTEXTONOCOTIDIANOESCOLAR

Para Morgado (2004, p.110), “os professores podem usufruir dos benefícios das tecnologias, sobretudo se lhes reconhecerem utilidade e as utilizarem como um meio para poderem reinventar a cultura da escola”. Em sala de aula, a educação e a tecnologia permitem que alunos e professores estabeleçam uma nova forma de implantar conhecimentos, melhorando os conteúdos básicos necessários para a construção do saber. Miras (2006) afirma que esta construção não começa do zero, como já mencionado, nem mesmo nos momentos iniciais da escolaridade, pois o aluno constrói e reconstrói pessoalmente um significado com base naquilo que já havia construído previamente.

Petitto (2003) diz que a escola deve ensinar o aluno a ler o mundo também por meio de outras linguagens e ele deve saber lidar com esses instrumentos para essa nova leitura. Para que isso ocorra, é necessário estabelecer novas regras para o uso da tecnologia dentro da sala de aula. Elas se tornam necessárias para controlar situações que podem ocorrer em função do uso de uma tecnologia como o smartphone. O professor, em sala de aula, deve explorar o interesse do aluno com informações que contribuem para a aprendizagem, aproveitando todo o potencial facilitador do celular no que se refere ao acesso à informação.

Xavier (2005 apud MENDES, 2009), considera a hipertextualidade como um desafio à linearidade do texto escrito, onde a presença do hipertexto altera a ordem das partes do texto que são impostas pelo livro, com os caminhos que podem ser escolhidos pelo aluno, dando uma nova característica a leitura. Segundo Xavier (2002), o hipertexto permite subdividir um texto em trechos coerentes, fazendo referência a outras partes do texto ou a outros textos, totalmente independentes. Na visão de Moran (2000, p. 31):

[...] um bom educador integra tecnologias, metodologias, atividades, integra texto escrito, comunicação oral, escrita, hipertextual, multimídia, aproxima as mídias, as atividades, possibilitando que transitem facilmente de um meio para outro. Varia a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela.

Segundo Storrer (2000), a organização não-linear favorece a leitura seletiva e facilita a transmissão de conhecimentos para grupos heterogêneos de receptores, abrindo diferentes perspectivas. Portanto, o hipertexto:

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[...] seria um modo de se construir uma “escritura eletrônica sequencial e não-linear, que se bifurca e permite ao aluno/leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir das escolhas locais e sucessivas, em tempo real” (MARCUSCHI, 1999, p.1).

O hipertexto apresenta uma grande diferença quando comparado a um texto tradicional: este último utiliza a linguagem verbal apenas. O hipertexto agrega textos, figuras, sons e fragmentos de vídeos que podem ser explorados dentro do contexto escolar por meio de uma leitura instigante, que constrói um letramento digital cada vez mais sofisticado. Xavier (2005 apud MENDES, 2009) defende que o hipertexto apresenta um maior distanciamento das formas tradicionais, pois o usuário apresenta controle sobre as unidades de informação. Eles apresentam aspectos que, ao serem abordados em sala, permitem o desenvolvimento de inúmeras atividades a serem aprofundadas pelo professor, atendendo aos objetivos propostos no Plano de Trabalho Docente (PTD).

Quando o material de aprendizagem se torna potencialmente significativo, ele permite ao aluno interpretar o conteúdo, de maneira equilibrada, permitindo a assimilação de todos os conceitos que levam ao conhecimento. Conforme menciona Ausubel (1968), as condições para a aprendizagem significativa requerem um material potencialmente significativo e a disposição do aluno para relacionar o material com a sua estrutura de conhecimento.

O desenvolvimento de materiais didáticos interativos decorre do uso das inovações tecnológicas, que promovem o processo contínuo de (re)leitura e de (re)escrita, valorizando a compreensão do conteúdo, a percepção, a reflexão, os conhecimentos prévios e a aprendizagem significativa. O professor deve ter a capacidade de reinventar novas maneiras de transmissão do conhecimento, permitindo a construção e (re)construção de uma forma coerente com a nova realidade.

O hipertexto necessita de um layout que valorize imagens/figuras em um ambiente virtual. O processo de ensino-aprendizagem deve ser explorado de forma harmoniosa em todas as etapas, por meio de um conjunto de palavras, conceitos e informações que favoreçam a construção do conhecimento, levando o aluno a uma aprendizagem significativa. Como afirma Bairral (2007), o ambiente virtual é como um amplificador, utilizado com o propósito de potencializar as características inerentes aos espaços comunicativos.

De acordo com Lorenzato (1995), o uso de qualquer recurso depende do conteúdo a ser ensinado e dos objetivos que se deseja atingir. O professor deve saber que o uso do

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recurso tecnológico em questão necessita da sua prática pedagógica para mediar o aprendizado do aluno e assim torná-lo mais atrativo e interessante. A construção do conhecimento, dentro do ambiente escolar, necessita das intervenções de conteúdo do professor, pois ele é capaz de integrá-lo a outros temas.

Para Demo (2011), toda proposta que investe no uso da tecnologia na escola só pode dar certo passando pelas mãos dos professores que transformam tecnologia em aprendizagem. Os recursos tecnológicos utilizados na construção dos hipertextos devem aguçar a curiosidade do aluno em relação ao conteúdo que está sendo ensinado, expondo de maneira clara todas as situações de aprendizagem, motivando os alunos a continuarem se esforçando.

2.6OUSODOHIPERTEXTONOSEXPERIMENTOSVIRTUAIS

O ensino da Biologia na Escola Pública não pode estar dissociado de experimentos e de atividades práticas que venham a relacionar todo o conhecimento estudado em sala de aula à natureza do homem e ao mundo em que vivem. É importante que todos relacionem a Biologia aos experimentos e as características observadas, pois isso permite ao aluno entender os conceitos biológicos. Charlot (2000) afirma que pessoas que se valem da prática vivem em um mundo no qual percebem indícios que outros não veriam.

As práticas laboratoriais e as atividades de simulação pelo uso da tecnologia, quando conduzidas com o emprego de estratégias de ensino, por meio de um smartphone, mostram as relações entre a teoria e a observação, contribuindo para o entendimento de conceitos, fazendo com que ocorra a compreensão de aspectos relevantes do processo de elaboração do conhecimento científico. Michael Joyce (1991 apud XAVIER, 2009) destaca a concepção do hipertexto construtivo, destinado ao aluno que busca um conhecimento prévio sobre um determinado assunto. Sua construção, portanto, está condicionada a atender o objetivo em questão.

Conforme mencionam Dillenbourg, Schneider e Synteta (2002, p.7), a atividade de aprendizagem em ambientes virtuais é algo mais rico do que num material didático individual. Para Xavier (2009) o traço mais inusitado do hipertexto é sua capacidade de aglutinar as diversas linguagens para o desenvolvimento do conhecimento.

Torna-se essencial que o professor de Biologia possua domínio sobre as novas tecnologias, que esteja dotado de senso crítico e conhecimento suficiente para enfrentar os desafios da interação, assim desenvolverá no aluno o gosto pela aquisição do conhecimento.

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A adoção dos recursos tecnológicos pelo professor, nas aulas práticas da disciplina de Biologia, exige uma metodologia específica, que envolva o aluno nos fenômenos do mundo natural por meio do mundo virtual e das práticas adotadas no ensino da Biologia.

Alguns professores alegam que a ausência de aulas experimentais se deve ao tamanho do laboratório, que não acomoda todos os alunos; a falta de infraestrutura; a deterioração dos reagentes; a ausência de materiais e equipamentos, entre outros (CARVALHO; PEIXE, 2009). O uso de material biológico, apresenta inúmeras dificuldades no que se refere à obtenção de espécies para a utilização em sala de aula: na sua preparação, na conservação adequada para tipo de espécie e, no momento do seu acondicionamento.

O planejamento de uma atividade experimental transforma o conteúdo em algo interessante para o aluno. Este, por sua vez, se sente motivado na busca pelo conhecimento. Segundo Vasconcelos (2005), os programas de aprendizagem mediados por computador são uma das formas didáticas que mais oferecem ao aluno variedade de experiência de aprendizagem. Eles atendem a indivíduos com diferentes estilos de aprendizagem ao criar ambientes de aprendizagem diversos e acessíveis, de maneira aproximada à um laboratório real.

O experimento virtual se torna adequado principalmente para suprir o número de amostras disponíveis para manipulação, em estado de preservação adequado. E seu roteiro deve envolver todos os passos, de uma aula prática laboratorial, para que ocorra o desenvolvimento intelectual do aluno.

Assim, a adoção do experimento virtual é uma alternativa para a ausência de infraestrutura, para superar as dificuldades na preparação do aparato experimental e proporcionar aos alunos que se tornem elementos ativos e coautores do processo de aprendizagem.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo, são delineados os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa. Inicia-se com a natureza da pesquisa, depois, são apresentados o cenário e os sujeitos investigados, o instrumento de coleta de dados, finalizando-se com a descrição da construção e da exploração do hipertexto para uso no smartphone e implementação no contexto de sala de aula.

3.1NATUREZADAPESQUISA

Este trabalho é uma pesquisa de natureza exploratória (GONSALVES, 2005, p. 65). No qual foi utilizada a abordagem, qualitativa e quantitativa, uma vez que “os conceitos de quantidade e de qualidade não são totalmente dissociados” (GATTI, 2002, p.11).

3.2OCENÁRIOEOSSUJEITOSDAPESQUISA

A pesquisa foi desenvolvida na Educação Básica, em um estabelecimento de ensino público estadual, do município de Cornélio Procópio, Paraná. Participaram do estudo o professor-pesquisador e vinte e três alunos, do quarto ano do ensino técnico em nível médio, do período matutino, sendo seis do sexo masculino e dezessete do feminino.

3.3OINSTRUMENTOPARACOLETADADOS

Os dados foram coletados por meio de avaliação, com questões abertas sobre os conceitos abordados na UD, sendo o primeiro denominado pré-teste, contendo nove questões abertas e o segundo, pós-teste, com dez questões, nos quais os alunos tiveram 30 minutos para responder. As questões utilizadas estão no Apêndice A.

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O desenvolvimento da pesquisa ocorreu na sala de aula, nas aulas de Biologia, entre os meses de setembro e novembro do ano de 2014, por meio da aplicação de uma estratégia didática com o uso do smartphone, envolvendo as seguintes etapas: 1) identificação do universo da pesquisa; 2) produto educacional; 3) Implementação da SD1 e SD2.

3.4.1 Primeira Etapa: Identificação do Universo da Pesquisa

A primeira etapa consistiu na divulgação em sala de aula do tema de estudo da pesquisa de mestrado e na coleta de dados feita por meio de um questionário, com o objetivo de: (i) investigar se todos dispunham de um celular com características de um aparelho inteligente, os smartphones, para uso didático; (ii) fazer um levantamento prévio acerca das funções mais utilizadas nos aparelhos celulares por esses alunos. O instrumento de pesquisa constava de questionário com três perguntas (Apêndice B).

3.4.2 Segunda Etapa: Produto Educacional

Na segunda etapa da pesquisa, foi realizado o desenvolvimento do produto educacional, uma UD composta pela: Sequência Didática 1 (SD1) – Trabalhando o Conceito e as Características dos Fungos (Apêndice C) e Sequência Didática 2 (SD2) – Pesquisa de Campo para Identificação dos Fungos (Apêndice D).

Os hipertextos utilizados na SD1 da SD2 são apresentados no Apêndice E e F, respectivamente. A escolha do tema Fungos para a construção dos hipertextos alicerçou-se além da importância dos fungos para a vida cotidiana dos humanos, também na dificuldade que os alunos possuem em reconhecer as características peculiares desse organismo vivo, encontrado por toda superfície do planeta.

3.4.3 Terceira Etapa - Implementação da SD1 e SD2

O conteúdo sobre fungos foi iniciado com a exibição de um vídeo sobre o “Reino Fungi” (ELISABYO, 2013) de aproximadamente 22 minutos na TV multimídia4, abordando a

importância dos fungo. Na SD1, foram realizados inúmeros questionamentos sobre os fungos,

4 Televisor de 29 polegadas, com entrada para cartão de memória e para pendrive (entrada USB), que permite ao professor passar arquivos contendo imagens, sons e vídeo como apoio à prática pedagógica.

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especificamente sobre os mofos e os levedos (leveduras), que são bastante utilizados no processo de panificação.

Foi utilizado um debate como estratégia de identificação das dificuldades, troca de experiências e desenvolvimento da habilidade de argumentação em relação ao tema, visando esclarecer e complementar os conceitos não assimilados. Os registros da discussão, realizado no caderno, serviram para a montagem de um resumo na lousa, contemplando os principais conceitos. Então, foi montado um resumo na lousa com alguns dos apontamentos relevantes.

No final da aula, foi realizado o pré-teste com alguns alunos da turma. Para isso, foram sorteados sete alunos (amostra aleatória simples) dos vinte e três alunos da turma. Esse processo de seleção teve como principal objetivo detectar o grau de rendimento do processo de aprendizagem, por meio das respostas dadas às questões abertas, com notas variando de zero a dez.

Na aula seguinte foi iniciado o uso do hipertexto no smartphone. Neste caso, inicialmente foi enviado o arquivo de hipertexto, denominado "Fungos", por bluetooth5 para os celulares de três alunos, que repassaram para os demais alunos da turma. Após a leitura individual do hipertexto, foi realizado um debate sobre conteúdo.

Como na aula anterior, os alunos foram questionados sobre os tipos de fungos que existem no meio ambiente, sobre as principais diferenças entre mofos e bolores, sobre a importância dos fungos como seres decompositores, as principais características dos levedos na indústria de panificação, o modo de propagação dos fungos e a sua importância na obtenção de antibióticos e na produção de alimentos.

No final da aula, foi realizada a avaliação, visando verificar os conhecimentos adquiridos a partir da aplicação da estratégia didática com o uso do hipertexto. Foram aplicadas as questões anteriormente utilizadas.

Na SD2, os alunos foram instigados à aprendizagem colaborativa por meio de pesquisa de campo, a qual foi divida em duas fases, sendo a primeira, a visita a uma panificadora para visualizar uma das aplicações alimentícias dos fungos e na segunda, a busca no ambiente escolar (banheiro, cozinha, pátio e sala) de fungos similares àqueles aprendidos em sala de aula. Estas atividades visaram promover a participação ativa dos alunos no estabelecimento da relação entre a teoria vista na sala de aula, por eles considerada distante, e as situações cotidianas.

5 Bluetooth é uma maneira de conectar dispositivos e trocar informações entre smartphones, telefones celulares, notebooks,

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Para facilitar a análise e a discussão, os alunos realizaram registros tanto por meio de anotações no caderno quanto pelo uso da câmera do celular de todos os momentos associados à pesquisa de campo.

Na próxima seção desse trabalho, serão apresentados os resultados obtidos nas avaliações.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, serão apresentados os resultados da implementação da UD e a discussão dos mesmos.

4.1 OSRECURSOSTECNOLÓGICOSNASALADEAULA

O processo de inserção de recursos tecnológicos nas aulas depende da afinidade, do domínio e da predisposição do professor em aprender as alterações/atualizações que as tecnologias trazem. Esse aspecto é apresentado, de forma muita clara, no Quadro 1, que apresenta o resultado de um levantamento, realizado com os professores da turma em que foi desenvolvido este trabalho, quanto ao uso da TVpendrive, computador, datashow, entre outros recursos.

Percebe-se que somente dois professores (equivalente a 16,7%) das doze disciplinas ministradas para os alunos participantes da pesquisa utilizam com regularidade algum desses recursos. Outros dois raramente usam e oito docentes (66,7%) não utilizam, devido a variados fatores, como: características da disciplina ministrada, perda de tempo na aula para preparo dos recursos, estilo de aula adotada pelo professor. O Apêndice C apresenta as perguntas realizadas em sala de aula.

Uso de recursos tecnológicos durante a aula Número de professores

Regularmente 2

Raramente 2

Não utilizam 8

Quadro 1 - Uso de recursos tecnológicos em sala de aula pelos professores Fonte: autoria própria

Esses dados demostram que o uso de recursos tecnológicos em sala de aula é pequeno. O uso do smartphone proporcionaria o acesso a sites de pesquisa, bibliotecas virtuais e aplicativos relacionados às disciplinas, tanto para a leitura de textos, quanto para simulações. Portanto, permitiria não apenas conhecimentos transmitidos por palavras, mas também por imagens, sons, vídeos, dentre outros (VIANA, 2004, p.11,12).

O uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula, principalmente o celular, tem seu uso proibido no Estado do Paraná pela Lei 18.118 de 24 de junho de 2014 (PARANÁ, 2014), que estabelece o uso somente para fins pedagógicos, sob orientação e supervisão do professor. Porém, na prática, existem outros aspectos que impedem o uso como recurso didático, devido

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à necessidade de configurações específicas para desenvolver as atividades, como a presença de leitores de textos, nos aparelhos, a necessidade de acesso à internet para pesquisa, de aplicativos específicos para simulação ou jogos.

Foi verificado em um levantamento de preferência dos alunos quanto ao tipo de aula que, dos vinte e três participantes, dois alunos possuíam aparelho celular comum e vinte e um, o aparelho do tipo smartphone. Essa distinção nos tipos de celulares da turma, aparentemente, refletiu-se nos resultados apresentados no Quadro 2. As respostas mostram que um número expressivo de alunos gostaria de utilizar o aparelho celular como recurso didático em sala de aula (vinte alunos). Enquanto três alunos afirmaram não possuem interesse nesse tipo de aula, alegando preferir participar de uma aula ministrada de forma tradicional. Para Machado (2010), esses dispositivos podem proporcionar aos alunos uma forma adicional de aprendizagem, no entanto, o uso desse recurso representa um grande desafio, não só para o aluno como para também para o professor.

Tipo de aula Recursos utilizados Número de alunos

Tradicional Quadro e giz 3

Inovadora Quadro, giz, celular 20

Quadro 2 - Preferência dos alunos quanto ao tipo de aula Fonte: autoria própria

Conforme se observa no Quadro 3, a maioria dos alunos (vinte e um alunos), utilizam o aplicativo calculadora do aparelho celular e para o envio de mensagens com o WhatsApp; treze discentes ouvem música; dez jogam no celular; seis fazem ligações e cinco enviam mensagem SMS. Portanto, a preferência pessoal do aluno está associada à modernidade do aparelho e ao custo operacional que influencia as ações por ele realizadas, como a ocorrência de todos os alunos que possuem smartphone enviarem mensagens via WhatsApp. Entretanto, o mesmo não pode ser afirmado para o uso da calculadora, pois o celular comum também possui este recurso.

Recursos Utilizam Não utilizam

Calculadora 21 2 Ouvir músicas 13 10 Jogar 10 13 Telefonar 6 17 Mensagem SMS 5 18 WhatsApp 21 2

Quadro 3 – Recursos utilizados pelos alunos com o aparelho celular tipo smartphone. Fonte: autoria própria

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Outra informação levantada foi sobre a experiência dos alunos quanto ao uso do celular inteligente em sala de aula como recurso didático. As respostas apresentadas no Quadro 4, mostram que somente dois alunos receberam arquivos dos professores e vinte e um alunos usam o celular somente para enviar e receber fotos via WhatsApp.

Assim, a partir desses resultados do levantamento estima-se tanto a possibilidade de uso do celular como recurso pedagógico para aprendizagem dos discentes quanto a necessidade de mudança de paradigma dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem para incorporação da tecnologia nas aulas.

Quadro 4 – Identificação da experiência dos alunos com o smartphone como recurso tecnológico Fonte: autoria própria

4.2IMPLEMENTAÇÃODAUNIDADEDIDÁTICA

A UD, composta pela SD1 – Trabalhando o Conceito e as Características dos Fungos (Anexo C) e SD2 – Pesquisa de Campo para Identificação dos Fungos (Anexo D), foi construída conforme o Plano de Trabalho Docente (PTD) e as Diretrizes Curriculares Estaduais de Biologia do Paraná (PARANÁ, 2008), foi implementada na turma do 4º ano do Ensino Médio profissionalizante do Colégio Estadual Castro Alves.

Observou-se que a implementação da UD, para uso do hipertexto em sala de aula requer a presença de elementos comuns à didática do professor, como o planejamento para a execução das atividades, assim como equilíbrio emocional, habilidade na resolução de conflitos, reflexão sobre o conteúdo e ainda outros associados ao recurso tecnológico, como a observação das regras do uso de celular no que tange à aprendizagem, responsabilidade e comprometimento.

Para avaliar a influência do ensino inovador, com uso do hipertexto no celular como recurso didático, em relação ao tradicional, foram realizadas duas avaliações, na qual as questões utilizadas foram apresentadas no item 3.3. Essas perguntas possibilitaram verificar a compreensão dos conceitos, pelos alunos, após a exposição dialogada, com os recursos didáticos tradicional e o inovador.

Pergunta Sim Não

Vocês receberam arquivos com conteúdo de outros professores, via celular, em sala de aula? 2 21 Vocês usam o celular somente para a transferência de fotos via Whatsapp? 21 2

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