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88% da atividade legislativa dos vereadores de Porto Alegre é irrelevante para a cidade. 1

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brasileira, independente e autônoma.

Rua Francisco Leitão 339 cj 122 05414-025 São Paulo SP Brasil. Tel: 55 11 3062 3436. E-mail: tbrasil@transparencia.org.br.

88% da atividade legislativa dos vereadores de Porto

Alegre é irrelevante para a cidade.

1

De um total de 1.442 proposições apresentadas entre 2005 e 2008 pelos

vereadores que se encontram em exercício na Câmara Municipal de Porto

Alegre, 694 foram aprovadas; no entanto, apenas 171 das propostas que se

tornaram lei se referiam a assuntos com impacto sobre a vida e a

administração da cidade. Isso resulta numa taxa de relevância (projetos

relevantes aprovados em relação ao total de projetos apresentados) de 12%.

As demais (88%) ou não foram aprovadas ou, se aprovadas, diziam respeito a

homenagens, concessão de medalhas, fixação de datas comemorativas e

outros assuntos irrelevantes.

Fazendo o mesmo cálculo para cada um dos vereadores, a média de

produtividade relevante dos integrantes da Câmara foi de apenas 11%. Só dois

ultrapassaram a marca dos 25% de relevância e nenhum chegou a 34%.

Fechando a atenção sobre as 694 proposições aprovadas, as 171

não-irrelevantes corresponderam a apenas 25%. As restantes 75% (523

proposições acolhidas pelos vereadores) tratavam de assuntos irrelevantes

para a vida da coletividade.

Desde o início da atual legislatura, os vereadores porto-alegrenses formularam

um total de 850 proposições que diziam respeito à nomeação de logradouros,

à definição de datas comemorativas, à concessão de honrarias a indivíduos e

instituições e outras banalidades.

Como 523 dessas propostas vazias de conteúdo foram aprovadas, isso

significa uma taxa de sucesso de 61% para esse tipo de proposição. Já para os

592 projetos não-irrelevantes submetidos pelos vereadores, a taxa de

aprovação foi de apenas 29%.

Em contraste, o poder Executivo submeteu 249 proposições à Câmara de

Vereadores, nenhum irrelevante, obtendo aprovação de 198 delas – uma taxa

de 79,5%. A disparidade reflete a submissão do Legislativo de Porto Alegre ao

Executivo.

Para 32 dos 34 vereadores que submeteram projetos (dois, que assumiram

recentemente, não apresentaram proposições) as irrelevâncias acolhidas por

seus pares superaram os projetos com alguma relevância que tiveram

promulgados. Para diversos, todas as proposições aprovadas eram

irrelevantes.

Ver em www.excelencias.org.br/@pls.php a lista completa dos projetos

apresentados por cada vereador, a sua classificação temática e o texto das

proposições.

1

Direção: Claudio Weber Abramo (diretor executivo). Coordenação: Fabiano Angélico (coordenador de projetos).

(2)

2 421 - 29% 171 - 12% 523 - 36% 327 - 23% 850 - 59%

Não-irrelevantes não aprovados Não-irrelevantes aprovados Irrelevantes não aprovados Irrelevantes aprovados

O gráfico resume o quadro em Porto Alegre. As porcentagens são calculadas em relação ao total de projetos apresentados pelos vereadores em exercício.

A Transparência Brasil recolhe todos esses projetos e os inclui nas fichas de cada parlamentar constantes de seu projeto Excelências (www.excelencias.org.br). Os projetos são examinados um a um e classificados em categorias temáticas. As categorias, por sua vez, são divididas em duas famílias: irrelevantes e outras. Consideram-se irrelevantes os seguintes tipos de projetos de lei: homenagens a pessoas e instituições, batismo e rebatismo de logradouros, simbologia (atribuição de bandeiras e brasões a entes, especificação de hinos etc.), designação de cidades-irmãs, inclusão de datas comemorativas no calendário oficial do município.

A partir dessa classificação é possível construir um indicador de relevância da atividade de cada vereador. Existem muitas formas de fazer isso. Optou-se por valorizar as proposições não-irrelevantes aprovadas, determinando-se a sua porcentagem em relação a todos os projetos apresentados por cada vereador. Isso produz um índice de relevância da atividade legislativa de cada um. A tabela seguinte traz os resultados para os 34 vereadores que apresentaram proposições.

Vereador Índice de relevância Margarete Moraes 33,3% Carlos Todeschini 26,2% Bernardino Vendruscolo 22,8% Elói Guimarães 22,7% Professor Garcia 21,4% Luiz Braz 21,1% Aldacir Oliboni 20,7% Neuza Canabarro 20,6% Vereador Índice de relevância Sofia Cavedon 19,0% Elias Vidal 17,9%

José Ismael Heinen 15,8%

João Antônio Dib 15,0%

Maria Celeste 14,7%

Alceu Brasinha 13,8%

Ervino Besson 13,2%

(3)

Vereador Índice de relevância Adeli Sell 11,8% Carlos Comassetto 10,7% Maurício Dziedricki 9,1% Sebastião Melo 8,8% Claudio Sebenelo 7,0% Maristela Maffei 6,8% Almerindo Filho 6,7% Dr. Goulart 5,6% Maria Luiza 3,1% Vereador Índice de relevância Haroldo de Souza 2,9% Nereu Davila 1,6%

João Carlos Nedel 1,6%

Beto Moesch 0,0% Guilherme Barbosa 0,0% Marcelo Danéris 0,0% Maristela Meneghetti 0,0% Mauro Zacher 0,0% Nilo Santos 0,0%

A média dos índices de relevância legislativa dos vereadores é de apenas 11,4%. Ou seja, sob o ponto de vista da produtividade legislativa, 88,6% da atividade legislativa do vereador médio porto-alegrense não tem efeito sobre a comunidade.

Evidentemente, a Transparência Brasil exerce uma escolha ao considerar irrelevante uma proposição legislativa no sentido (por exemplo) de homenagear alguém com o título de cidadão porto-alegrense. A pessoa homenageada pode, aos olhos de uma parcela da comunidade, ser amplamente merecedora da honraria. Além disso, o ato simbólico pode ter um significado que transcende a simples

homenagem. Contudo, a relevância da homenagem para a coletividade mais ampla é questionável – particularmente quando as comendas, batismos de ruas e outras proposições desse tipo constituem a maioria das decisões da Câmara. Foi com base dessas considerações que se tomou a opção de considerá-las irrelevantes.

Por outro lado, classificar um projeto de lei como “não-irrelevante” não representa um juízo a respeito de seu mérito. Um projeto, embora “não-irrelevante” porque se refere a assunto que tem impacto sobre a comunidade, pode ser despropositado.

Na organização dos projetos de lei, eles são associados aos vereadores expressamente mencionados como autores. O sistema de recuperação de informações da Câmara de Porto Alegre somente identifica um autor para os projetos, mesmo quando a proposição é de autoria múltipla. A lista completa dos autores aparece no texto completo da proposição, que é fornecido num arquivo PDF (acessível na ficha de cada vereador no projeto Excelências). Como a Transparência Brasil recupera tais

informações por meio de um processo que não “lê” o conteúdo dos aquivos PDF, as autorias múltiplas não são identificadas.

Informações publicadas no projeto Excelências sobre cada político:

Histórico político e

profissional;

Ocorrências na Justiça e

Tribunais de Contas;

Menções no noticiário sobre

corrupção publicado na imprensa escrita;

Patrimônio declarado à Justiça

Eleitoral.

Doações eleitorais declaradas.

Quando a informação é disponível na Casa a que o político pertence:

Assiduidade em sessões

plenárias e de Comissões;

Uso de verbas indenizatórias;

Viagens realizadas; Diárias recebidas; Emendas ao Orçamento (só Congresso). Dados agregados: Ocorrências na Justiça e Tribunais de Contas;

Quem falta mais;

Bancadas: Ruralistas,

Evangélicos, Concessionários de rádio e TV, Proprietários de escolas, Sindicalistas, Policiais.

Variações patrimoniais.

Uso de verbas de gabinete.

Relação entre doações eleitorais e

(4)

4 Há uma categoria de assuntos denominada “Miscelânea”, que inclui: a) projetos que recaem em mais de uma das classificações temáticas; b) e os que não recaem em nenhuma das demais categorias.

Relação custo/benefício

Os resultados da produção legislativa dos vereadores porto-alegrenses colocam em questão a relação custo/benefício da Câmara de Vereadores.

A Constituição de 1988 prevê importantes funções a serem exercidas pelos vereadores. Além de fiscalizar o Executivo municipal – algo que as Câmaras Municipais de modo geral não fazem, porque são cooptadas pelo prefeito através do loteamento da administração entre os partidos políticos –, o vereador deve legislar sobre tributos locais (IPTU, ISS, taxas), orçamentos anuais e plurianuais e concessões de serviços públicos, entre outras responsabilidades.

A Câmara Municipal do Porto Alegre tem um orçamento para 2008 de pouco mais de R$ 68,4 milhões (o que significa R$ 1,9 milhão por cadeira de vereador), um montante baixo para os padrões

brasileiros mas ainda assim mais elevado do que, por exemplo, o custo de um parlamentar argentino, chileno, português ou espanhol. Cada habitante de Porto Alegre contribui com R$ 48,15 para a manutenção de sua Câmara de Vereadores.2

Cada vereador recebe um salário de R$ 8.561,00. Cada parlamentar recebe 14 salários por ano, dois deles a título de “ajuda de custo”. Além disso, os edis porto-alegrenses têm o direito de nomear até seis assessores parlamentares por comissão, cujos salários variam entre R$ 722,00 e R$ 5.591,66. Para cada gabinete, a contratação de assessores pode custar até R$ 12.625. Há ainda a chamada “quota básica mensal de gabinete”, que corresponde a R$ 10.715,01 por mês por vereador. Embora tal quota já preveja verba para gastos com material de expediente, postagem, cópias reprográficas, jornais e revistas, existe uma rubrica chamada “quota básica mensal de bancada”, destinada a esses mesmos gastos, mas, alegadamente, de uso da bancada de cada partido. Esse montante é de R$ 250,11, multiplicado pelo número de vereadores da bancada. Portanto, o custo total de cada vereador é:

Tipo Mês (R$) Ano (R$) Salário 8.561,67 119.863,38 Assessores 12.625,46 164.130,98 QBM Gabinete 10.715,01 128.580,12 QBM Bancada 250,11 3.001,32 Total 32.152,25 407.014,13

Desde o início da legislatura, em janeiro de 2005, até setembro de 2008, os vereadores porto-alegrenses embolsaram um total de R$ 10,9 milhões, em verbas de “gabinete”, também chamadas “indenizatórias”, sendo quase R$ 3,9 milhões em divulgação (correios e postagens), R$ 3,2 milhões em transporte/estadias e R$ 3,8 milhões na categoria “diversos”, que inclui telefonia, material de expediente e cópias entre outros itens. Para visualizar os montantes “indenizados” a cada vereador, basta acessar www.excelencias.org.br/@resumo_verbas.php.

2

Ver os estudos comparativos da Transparência Brasil sobre os custos do legislativo em www.excelencias.org.br/parlamentos.pdf, orca-legislativo.pdf e custoCasas2008.pdf.

(5)

Predileção pela irrelevância

Nada menos de 935 das proposições formuladas pelos vereadores porto-alegrenses, ou mais de 56% do total de 1.650 apresentadas por eles, versavam sobre assuntos sem relevância para a vida da cidade. Diziam respeito à concessão de medalhas, títulos de cidadão honorário, fixavam datas comemorativas diversas, batizavam logradouros, escolas, espaços públicos e assim por diante.

Mais marcante do que a elevada proporção dos projetos irrelevantes foi a taxa de sucesso na

promulgação desse tipo de proposição: dos 935 projetos irrelevantes propostos, 600 foram aprovados (portanto, uma eficiência de 64,2%). Em contraste, dos 715 projetos que tratavam de temas não-irrelevantes, 231 (32,3%) foram promulgados. Com isso, do total de 831 projetos de autoria dos vereadores em exercício que foram promulgados, 72% diziam respeito a banalidades e apenas 28% se referiam a assuntos com impacto na vida da cidade. A distribuição pelas categorias foi a seguinte:

Não-irrelevantes

Categoria Todos Promulgados %

Miscelânea 173 43 24,9% Assuntos da Câmara 49 17 34,7% Saúde 42 19 45,2% Comércio 33 6 18,2% Meio Ambiente 32 6 18,8% Tributos 31 6 19,4% Cultura 26 17 65,4% Imóveis/Edificações/Zoneamento 23 7 30,4% Deficientes 19 5 26,3% Criança e Adolescente 18 3 16,7% Defesa Civil/Segurança 18 5 27,8% Servidor Público 17 1 5,9% Idosos 15 6 40,0% Trânsito 14 3 21,4% Transporte Público 13 0 0,0% Animais 12 3 25,0% Utilidade Pública 9 7 77,8% Educação 8 3 37,5% Cultos Religiosos 7 3 42,9% Cidadania 6 2 33,3% Publicidade 5 3 60,0% Vias Públicas 5 1 20,0% Emprego 4 0 0,0% Esporte 4 2 50,0% Mulher 3 2 66,7% Turismo 3 0 0,0% Contas Públicas 2 0 0,0% Alimentos/Nutrição 1 1 100,0% Totais 592 171 28,9%

(6)

6 Irrelevantes

Categoria Todos Promulgados %

Batismo d e Logradouros 416 255 0,612981 Cidades Irmãs 1 1 1 Datas Comemorativas 48 35 0,729167 Homenagens 381 232 0,608924 Simbologia 4 0 0 Totais 850 523 61,5%

O exame das proposições submetidas por cada vereador (tenham sido ou não aprovadas) revela marcada predileção por assuntos sem importância. Para 18 dos 34 vereadores que apresentaram projetos, os irrelevantes superaram os não-irrelevantes.

Levando-se em conta só os projetos aprovados, a predileção pela irrelevância da Casa mostra-se ainda mais marcada nos números de cada parlamentar. Verifica-se que para 28 dos 34 vereadores que formularam proposições, a quantidade de projetos inúteis aprovada foi maior do que a dos não-inúteis. Para 13 deles a taxa de irrelevância aprovada situou-se acima do patamar dos 80%. A lista completa dos autores, ordenada em ordem decrescente pela porcentagem dos projetos irrelevantes apresentados, é a seguinte:

Apresentados Promulgados

Vereador

Irrelevantes Outros % Irrel Irrelevantes Outros % Irrel

João Carlos Nedel 112 11 91,1% 87 2 97,8%

Nereu Davila 55 6 90,2% 37 1 97,4% Maristela Meneghetti 7 1 87,5% 4 0 100,0% Dr. Goulart 61 11 84,7% 18 4 81,8% Maristela Maffei 34 10 77,3% 16 3 84,2% Maria Luiza 98 32 75,4% 29 4 87,9% Ervino Besson 39 14 73,6% 33 7 82,5%

João Antônio Dib 29 11 72,5% 21 6 77,8%

Sebastião Melo 24 10 70,6% 14 3 82,4% Guilherme Barbosa 2 1 66,7% 2 0 100,0% Claudio Sebenelo 46 25 64,8% 27 5 84,4% Mauro Zacher 12 7 63,2% 5 0 100,0% Carlos Comassetto 31 25 55,4% 22 6 78,6% Elói Guimarães 12 10 54,5% 11 5 68,8% Luiz Braz 10 9 52,6% 8 4 66,7% Margarete Moraes 28 26 51,9% 13 18 41,9% Beto Moesch 6 6 50,0% 0 0 --

José Ismael Heinen 38 38 50,0% 25 12 67,6%

Adeli Sell 33 35 48,5% 19 8 70,4% Neuza Canabarro 30 33 47,6% 26 13 66,7% Sofia Cavedon 10 11 47,6% 8 4 66,7% Professor Garcia 20 22 47,6% 17 9 65,4% Carlos Todeschini 20 22 47,6% 15 11 57,7% Elias Vidal 12 16 42,9% 3 5 37,5%

(7)

Apresentados Promulgados Vereador

Irrelevantes Outros % Irrel Irrelevantes Outros % Irrel

Maurício Dziedricki 14 19 42,4% 7 3 70,0% Maria Celeste 13 21 38,2% 10 5 66,7% Aldacir Oliboni 22 36 37,9% 22 12 64,7% Bernardino Vendruscolo 15 42 26,3% 11 13 45,8% Nilo Santos 1 3 25,0% 1 0 100,0% Dr. Raul 4 12 25,0% 3 2 60,0% Alceu Brasinha 6 23 20,7% 2 4 33,3% Almerindo Filho 3 12 20,0% 3 1 75,0% Haroldo de Souza 6 28 17,6% 4 1 80,0% Marcelo Danéris 0 1 0,0% 0 0 --

Dois vereadores não apresentaram projetos.

Ver em www.excelencias.org.br/@pls.php a lista de todos os projetos apresentados pelos vereadores e o texto das proposições.

Em contraste com esse quadro, os vereadores porto-alegrenses aprovaram nada menos de 198 dos 249 projetos enviados à Câmara pelo prefeito José Fogaça – uma taxa de 79,5% que bem ilustra a

submissão do Legislativo de Porto Alegre ao Executivo. A exemplo do que acontece com a virtual totalidade das Casas Legislativas brasileiras, a Câmara de Vereadores do Porto Alegre não fiscaliza o Executivo. Se isso não bastasse, constata-se que legisla pouco e que tende a sacramentar o que quer o prefeito.

Campeões por assuntos

Batismo de logradouros. Em primeiro lugar na predileção dos vereadores de Porto Alegre (416 projetos, dos quais 255 foram aprovados) esteve o batismo de logradouros e outros espaços públicos. Embora ruas precisem ter denominações, altas concentrações de projetos de lei destinados a isso podem indicar uso eleitoreiro, uma vez que pessoas e famílias que interessem eleitoralmente ao vereador são homenageadas por esse meio. Os mais assíduos nesta categoria:

Vereador Batismos Aprovados %

Maria Luiza 92 26 28,3%

João Carlos Nedel 89 71 79,8%

Claudio Sebenelo 32 15 46,9%

Nereu Davila 31 21 67,7%

Ervino Besson 28 24 85,7%

Neuza Canabarro 19 18 94,7%

João Antônio Dib 16 11 68,8%

Aldacir Oliboni 15 15 100,0%

Homenagens. Com um total de 381 proposições apresentadas (232 delas aprovadas, o que resulta numa taxa de aprovação de 60,1%), esta categoria temática é a segunda mais popular entre os vereadores porto-alegrenses. Trata-se de projetos que propunham a concessão de medalhas,

(8)

8 diplomas e troféus, bem como a atribuição de títulos de cidadão honorário a indivíduos diversos. Os mais prolíficos nessa área foram:

Vereador Homenagens Aprovadas %

Dr. Goulart 57 17 29,8%

Maristela Maffei 29 12 41,4%

José Ismael Heinen 27 17 63,0%

Carlos Comassetto 23 17 73,9%

Margarete Moraes 23 10 43,5%

João Carlos Nedel 20 13 65,0%

Nereu DÁvila 20 14 70,0%

Exemplos.

Três Projetos de Resolução propunham conceder o troféu “Apito de Ouro” aos árbitros de futebol César Gilberto Pastro, Flávio Pinheiro Abreu e Renato Marsiglia. Os dois primeiros foram aprovados, mas não o terceiro. O troféu foi ainda concedido ao árbitro internacional de voleibol Carlos Alberto Cimino. Os vereadores autores das proposições foram Adeli Sell, Dr. Goulart, José Ismael Heinen e Professor Garcia. (Ignora-se se o troféu é irônico, destinando-se talvez a árbitros que, aos olhos dos edis, tenham prejudicado seja o Internacional, seja o Grêmio.)

A Câmara de Porto Alegre outorga uma quantidade fora do comum de honrarias. Além do “Apito de Ouro” há a cidadania honorária, o título de “Líder Comunitário”, o diploma de “Honra ao Mérito”, as comendas “Ayrton Senna”, “Pedro Weingartner” e “Porto do Sol”, os troféus “Destaque Mário Quintana” e “Câmara Municipal de Porto Alegre” e os prêmios “Artístico Lupiscinio Rodrigues”, “Ecologista do Ano José Lutzenberger”, “Cidadania e

Direitos Humanos Herbert de Souza”, “Construtor da Paz”, “de Artes Plásticas Iberê Camargo”, “de Cinema Eduardo Abelin”, “de Educaçãoo Thereza Noronha”, “de Teatro Qorpo Santo”, “Destaque Atlético”, “Dilamar Machado”, “Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Crianca e do Adolescente”, “Gildo de Freitas”, “Jornalístico Câmara de Porto Alegre”, “Jovem Cidadão”, “Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha”, “Leonel Brizola de Ética Política”, “Literário Érico Veríssimo”, “Mário Rigatto”, “Mérito Sindical, “Mulher em Ação”, “Não às Drogas”, “Quilombo dos Palmares, “Sepe Tiaraju”, “Tradicionalista Glaucus Saraiva”, “Zaida Jarros”.

Datas comemorativas. Os vereadores do Porto Alegre apresentaram 48 projetos de inclusão de datas no calendário oficial do município, tendo obtido sucesso em 35 casos (73%). Trata-se de dedicar um dia (ou uma semana) a algum tema. Não foram incluídos nesta categoria projetos que

detalhavam as atividades a serem desenvolvidas pela administração municipal nas datas em questão, entre os quais se incluem, notadamente, muitos projetos ligados à saúde e à educaçao.

Vereador Datas

comemorativas Aprovadas %

Adeli Sell 6 4 66,7%

Carlos Comassetto 4 4 100,0%

Nereu Davila 4 2 50,0%

(9)

Vereador Datas

comemorativas Aprovadas %

João Carlos Nedel 3 3 100,0%

Neuza Canabarro 3 3 100,0%

Exemplos.

Instituição do “Dia do Pescador” (Ervino Besson), do “Dia do Frentista” (do ex-vereador Raul Carrion), o “Dia do Gibi João Mottini” (Adeli Sell), todos promulgados.

Outro, da autoria de Bernardino Vendruscolo, “institui o uso preferencial da indumentária pilcha gaúcha nas repartições públicas da administração direta e indireta do município de Porto Alegre, por ambos os sexos, durante o mês de setembro”. Não foi promulgado.

Outras categorias de proposições irrelevantes são a declaração de que uma certa cidade é “cidade-irmã” de Porto Alegre (Newark, em Nova Jersey, EUA, foi assim definida por projeto aprovado do vereador Elói Guimarães) e proposições sobre hinos, brasões etc. (quatro apresentadas, nenhuma aprovada.

Outras atividades

O sistema de informações da Câmara de Porto Alegre registra todas as comunicações que transitam entre a Casa e o mundo exterior, tanto de vereadores como de órgãos administrativos. Os vereadores emitem “Pedidos de Providências”, dirigidos a órgãos do Executivo. Na quase totalidade, dizem respeito a assuntos ligados a vias públicas (pedido de capinagem, substituição de lâmpadas em postes de iluminação etc.), sem dúvida atendendo a demandas comunitárias.

Entre o início da legislatura, em 2005, e o dia 1º de outubro de 2008, os vereadores atualmente em exercício na Câmara pediram 17.786 providências ao Executivo. A campeã absoluta desses pedidos foi a vereadora Maria Luiza. Com 4.505 pedidos, ela responde sozinha por mais de 25% do total dessas solicitações de providências. Em seguida vêm Haroldo de Souza e João Carlos Nedel, respectivamente com 2.648 (14,9% do total) e 2.148 (12,1%) pedidos. Esses três são responsáveis por mais de metade de todos os pedidos de providências originados pelos vereadores em exercício.

Vereador Pedidos de providências % sobre o total Maria Luiza 4.505 25,3% Haroldo de Souza 2.648 14,9%

João Carlos Nedel 2.148 12,1%

Professor Garcia 1.221 6,9% Adeli Sell 986 5,5% Maria Celeste 871 4,9% Bernardino Vendruscolo 588 3,3% Maurício Dziedricki 579 3,3% Claudio Sebenelo 479 2,7% Alceu Brasinha 443 2,5%

José Ismael Heinen 442 2,5%

Aldacir Oliboni 410 2,3% Vereador Pedidos de providências % sobre o total Neuza Canabarro 326 1,8% Sebastião Melo 275 1,5% Carlos Todeschini 259 1,5% Ervino Besson 253 1,4% Margarete Moraes 234 1,3% Carlos Comassetto 194 1,1%

João Antônio Dib 162 0,9%

Maristela Maffei 103 0,6%

Mauro Zacher 102 0,6%

Maristela Meneghetti 100 0,6%

Elias Vidal 98 0,6%

(10)

10 Vereador Pedidos de providências % sobre o total Dr. Raul 61 0,3% Sofia Cavedon 52 0,3% Almerindo Filho 51 0,3% Elói Guimarães 47 0,3% Dr. Goulart 35 0,2% Vereador Pedidos de providências % sobre o total Luiz Braz 32 0,2% Nereu Davila 6 0,0% Nilo Santos 4 0,0% Beto Moesch 1 0,0% Total 17.786

Trata-se de um tipo de atuação do vereador que se volta quase completamente para o atendimento de demandas localizadas oriundas de comunidades específicas. É de se notar que os índices de relevância da atividade legislativa desses três vereadores estão entre os mais baixos da Casa – respectivamente 3,1%, 2,9% e 1,6%.

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