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O RITO COM DIABETES MELLITUS NÃD TRITIDO

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O RITO COM DIABETES MELLITUS NÃD·TRITIDO

UM NOVO MODELO PARA ESTUDO DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA INDUZIDA POR DROGAS

Ruth Teresa Bler

Dlssertaçao de Mestrado

apresentada ao Curso de Pós-Graduaçao em Nefrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(2)
(3)

Registrc:1i

5

85

oat'i: 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 2_~os~1 -:-.:o de Obra

2.,

~

par: a. r:>gtudo da in::3U f it.:" .i.~?nr~-:i.a rr::-nal agud .. l induzida por drogas. 1984. 93 f. : U.

(4)

à Com~~~ão Coohdenadoha do Cuh~o de PÕ~-Ghaduação em Ne6ho!og~a da UFRGS, em e~pe~~a! ao~ Vh~. Ce~a~ Co~­

ta, A!behto Ro~a e Ja~me Kop~te~n, pelo apo~o e pela

eompheen~ão d~~pen~ada, he~pon~áve~~ pela hea!~zação de~te thaba!ho.

Ao Vh. Cah!o~ A. Vaamonde, Pho6e.~~oh de. Me.d~~~na da

E~co!a de. Med~c~na da Un~veh~~dade. de. M~am~ e Che.6e da Ne.6ho!og~a do M~am~ Vetehan~ Adm~n~~that~on Med~­

~a! Ce.nte.h, phe.~e.ptoh e.pho6e.~~oh oh~e.ntadoh,poh ~e.u~ e.n~~namento~ e. e.ntu~~a~mo no de.~e.nvo!v~e.nto e na ~on­ ~e.~ução da pe.~qu~~a.

Ao V h. V ~ctoh~ano Pahdo, Pho

6

e.~~ oh de. Pato!og~a da E~­

cota de Med~c~na da Un~ve.h~~dade. de. M~am~, poh .6eu

va-!~o.6o auxZ!~o no~ a~pe.~to~ pato!Õg~~o.6 do thaba!ho.

A toda e.qu~pe tê~n~ea do~.> ·tabohatÕh-i..o.6 de. pe..6qu-i...6a

ne.-6ho!Ôg~ca do Vh.

C.A.

Vaamonde., peta e6~~-i..ente ~o­

!abohação.

Aghade.~e.··.6e. também o apo-i..o 6-i..nan~e-i..ho do Govehno do

E~.>tado do R-i..o Ghande. do Sul; da CAPES; da APLUB, R-i..o Ghande do Sul; da E.6co!a de. Me.d-i..c-i..na da Un-i..ve.h.6-i..dade de M~am~ e Re.6e.ah~h Se.hv~ce

o6

the. M-i..am-i.. Ve.tehan.6

(5)

LISTA DE TABELAS - f .. • ' • • LISTA DE FIGUR.AS LISTA DE ABREVIATURAS. RESUMO .

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ABSTRACT

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INTRODUÇÃO.

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2 REVISÃO DA LITERATURA 2. 1 NEFROTOXICIDADE DA GENTAMICINA. VI VII VIII IX XII 1 8 9

2.1.1 Patogêneseda nefrotoxicidade da gentamicina 11

3

2.1.2 Alteraç~es ao nlvel do nefr~nio 13

2.1.3 Alterações ao nível celular , . , 13

2.2 2.3

2. 4

2.5

NEFROTOXICIDADE DO MEIO DE CONTRASTE.

NEFROTOXICIDADE DO CISPLATINUM . . . , . . . •

PREVENÇÃO DA IRA EXPERIMENTAL EM VÁRIOS MODELOS

ANIMAIS . . . · · · · • · • · ·

PREVENÇÃO DA IRA INDUZ IDA PELA GENTAMIC INA EM

MO-DE LOS ANIMAIS

.

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. .

MATERIAIS E MtTODOS

.

3 . 1 ANIMAIS EXPERIMENTAIS 3. 2 PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS. 3 . 2 • 1 Experimentos 1 e 2.

.

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3. 2. 2 Experimento 3

.

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. .

. .

' 19 21 22 25 31 32 33 33 34

(6)

35 3.2.3 Experimento 4 3.2.4 Experimento 5 . 3.2.5 Experimento 6 3.2.6 Experimento 7 3.3 METODOS . . . . ' . 36

.

. . .

3.3.1 Determinações químicas. 3.3.2 Estudos morfológicos . . 3.3.3 DeterminaçÕes teciduais 3. 4 ANÃLISE ESTATÍSTICA . . . 4 RESULTADOS.

...

4.1 EXPERIMENTO 1 - EFEITO DA DOSE MACIÇA DE GENTA~

MICINA NA SOBREVIDA . . .

..

4. 2 EXPERIMENTO 2 - EFEITO DO DESAPARECIMENTO

DOES-37 38 39 39 41 42 42 44 45

TADO DIABETICO NA SOBREVIDA . . . 48

4.3 EXPERIMENTO 3 - INFLUENCIA DA DURAÇÃO DO

DIABE-TES NA PROTEÇÃO CONTRA A NEFROTOXIC IDADE DA

GEN-TAMICINA.

.

.

. .

. .

. .

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. . . .

.

.

48

4.4 EXPERIMENTO 4 - EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DE

CIS-PLAT INUM. . 50

4.5 EXPERIMENTO 5 - EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DO

URA-NIL NITRATO 50

4.6 EXPERIMENTO 6 - EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DE MEIO

DE CONTRASTE I . 53

4. 7 EXPERIMENTO 7 - INFLUÊNCIA DA IDADE E

DESIDRATA-ÇÃO II. 57 4.8 PATOLOGIA 5 DISCUSSÃO 5. 1 5.2 5 . 3 5. 4 FILTRAÇÃO GLOMERULAR. DIURESE OSMÓTICA . .

SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA

PROSTAGLANDINAS . 59 64 69 71 72 73

5. 5 ASPECTOS METAB6L ICOS DO DIABETES EXPERIMENTAL.. 74

6 CONCLUSOES. 76

(7)

O RATO COM DIABETES MELLITUS NÃO-TRATADO: UM NOVO MODELO PARA ESTUDO DA INSUFICitNCIA

RENAL AGUDA INDUZI DA POR DROGAS

por

Ruth Te~e~a B~e~

O r i en t ad o r

Prof. Dr. Jaime Kopstein

Dissertaçio de Mestrado

apresentada ao Curso de PÔs-Graduação em Nefrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

111111111111111 m111111

Bib.Fac.Med.UFRGS T-0030

o

rato coa diabetes aellitus n

(8)

Tabela I Tabela Il Tabela III Tabela IV Tabela V Tabela VI Tabela VII

Proteção completa contra anefrotoxicidade d~

gentamicina no rato diabêtico não-tratado

(a-daptado de Teixeira et alii) 29

Sobrevidaapôs a administração de dose maciça de gentamicina eefeito do desaparectmento do diabetes sobre a proteçao.

Efeito da duração do diabetes sobre a prote-46

ção contra a nefrotoxicidade da gentamicina. 49

Efeito do uranil nitrato sobre a função renal de ratos diabêticos e controle .

Efeito do meio de contraste I - dados do pe-riodo basal.

Dados do periodo basal em ratos diabêticos ve-lhos e efeito da desidratação II .

ModificaçÕes no Ccr (%) após o periodo de

de-sidratação e após administração do meio de con-traste li.

52

54

56

60

(9)

F i g u r a 1 As p e c t o s d e m i c r o s c o p i a d e 1 u z em r a to. - c o n t r o 1 e.

e ra~.o diab~tico que receberam 200 mg/kg/pesode

gentamicina durante 11 dias

Figura 2 Efeito do P1atinum sobre o clearance da

creati-47

nina endÔgena em ratos-controle e diabéticos. 51

Figura 3 Efeito do Renografin sobre o Ccr em ratos jovens,

não-hidropênicos, diabéticos e controles.

Figura 4 Efeito da desidratação sobre os valores basais

de ratos velhos, diabéticos e controles

Figura 5 Efeito do Renografin sobre o Ccr em ratos velhos,

hidropênicos, diabéticos e controles.

55

58

(10)

IRA Insuficiência renal aguda

SD 'sprague-Dawley

DM Diabetes mellitus

C Controles

(11)

Apesar de várias décadas de pesquisa, a fisiopatolo-gia da insuficiência renal aguda (IRA) não está totalmente es-clarecida e continua sendo objeto de intensa investigação cien-tífica. Na atualidade. cerca de 25-50% de todos os casos de IRA

estão associados a nefrotoxicidade por drogas que usualmente

compõem o arsenal terapêutico e diagnóstico.

Dentre estas, detacam-se os antibióticos aminoglico-sídeos, em especial a gentamicina, pelo uso clínico freqlientee associação com o desenvolvimento de IRA no homem.

Nos animais, a gentamicina tem sido estudada exaus-.tivamente como protótipo deste grupo de drogas e como

modelone-frotóxico de IRA.

Estudos elaborados com a finalidade de elucidar apa-tog6nese c a prevenção da IRA induzida por nefrotoxinas têm

u-tilizado uma variedade de modelos animais e de manobras

expe-rimentais. Muitas das Últimas incluem o uso de diurese osmóti-ca c aquosa, diur6ticos e manipulâções experimentais ou farma-colÓgicas do sistema renina-angiotensina

(12)

Recentemente, demonstrou-se que ratos diabéticos po-liúricos não-tratados apresentam proteção completa, morfológi-ca e funcional, contra a IRA induzida pela gentamicina, e con-cluiu-se que tal proteção relaciona-se em parte coma diurese

os-mótica característica dos animais poliÚricos diabéticos na

o-tratados, e que também estava associada

à

menor acumulação

re-nal de gentamicina.

Nos estudos apresentados, estendem-se essas observa-ções e demonstra-se que o rato com diabete não- tratado exibe proteção completa, morfológica e funcional, contra a IRA

indu-zida pela gentamicina em doses altas (70 mg/Kg/peso/dia) e mo-deradas (40 mg/Kg/peso/dia). Apresenta também metior toxicidade em resposta a doses maciças (200 mg/Kg/peso/dia).

Apesar da proteção depender do estado diabético (fup.

2), ocorreu independentemente de sua duração (Exp.3) e foi

as-sociada ~ menor acumulação cortical renal de gentamicina (Exp.

1,2 c 3), confirmando os estudos anteriores.

Ao testarem-se outras nefrotoxinas, observou-se que

os ratos diabéticos exibiram uma proteção completa,

morfolÓgi-CH c funcional, contra a nefrotoxicidadc induzida pelo

cispla-tinurn. Observou-se ainda que o estado diabético não preveniu,

m3s proporcionou uma melhora da nC>frotox.icidade induzida pelo

uranil nitrato.

Também se constatou que, a despeito das manobras

u-tilizadas, ratos diabéticos jovens e velhos, hidropênicos

enão-hidropênicos, não exibiram IRA induzida pela administração de

(13)

Neste experimento, os tatos-controle nao diab~ticos, tamb~m não exibiram IRA induzida pela injeção do meio de con-traste, concluindo-se que o rato Sprague-Dawley, normal ou com

diabete n5o-tratado, n5o 6 o modelo apropriado para estudar a

nefrotoxicidade do meio de contraste.

Os mecanismos envolvidos, seja na proteção, seja na melhora observada contra IRA induzida pelas nefrotoxinas

utili-zadas, permanecem por ser esclarecidos.

Entrei~nto, importantescaracteristicas do estado

dia-b6tico podem ser respons~veis pela proteção exibida porestes ~

nimais frente a diferentes nefrotoxinas:

1 - alto índice de filtração glomerular; 2 - diurcse osm6tica;

3 - supressão do sistema renina-angiotensina; 4 - prostaglandinas;

5 alterações dos fosfolipÍdeos renais,

considera-dos receptores de membrana ao nível do "brush-bordcr'' do tfibulo proximal para muitas drogas, como a gentamicina.

Dessa forma o rato com DM n~o-tratado apresenta uma

s6rie de características que, em conjunto ou separadamente,po-Jcm ter atuado como mecanismos protetores contra a IRA

induzi-Ja pelas diversas nefrotoxinas.

O rato com DM não-tratado, portanto

6

um modelo Gtil

para o estudo da induç5o e prevenção da nefrotoxicidade

(14)

Despite several decades of research the

pathophysiology .. of acute renal failure is still uncertain and

under continuous investigation.

Prcsently about 25-50% of all cases of ARF are associated with nefrotoxicity of common therapeutic and diagnostic drugs.

Of all de drugs the aminoglycosides have emerged as

very important, particularly gentamicin by i ts therapeutic use and association with the development of ARF in man. Inanimals, gcntamicin has becn extensively studied as a prototype of this ·group of drugs andas a model of nepbrotoxic acute renal

failure.

Studics designed to clucidate the pathogenesis and prcvcntion of ncphrotoxic-induced ARF have utilized a variety

o[ animal rnodels and experimental maneuvers. Many of the latter

include the use of solute and water diuresis, diuretics,

experimental or pharrnacologic manipulations of the

renin-angiotensin system and prostaglandins. The results have been of variable protection.

(15)

Recently, the polyuric rat with untreated diabetes mellitus have demonstrated complete functional and morphologic

protection against gentamicin - induced ARF. It was concluded that the protection observed was related in part to the osmotic diuresis characteristic of the untreated polyuric diabetic animal and was also associated with a lower renal accumulation of gentamicin.

In the present studies those observations were

extendcd and the rat with untreated diabetes mellitus exibited a complete morphologic and functional protection against the ARf induced by moderate (40 mg/kg/BW/day) and high (70 mg/kg/

BW/day) doses of gentamicin. Also exibited diminished toxicity at massivc dosage (200 mg/kg/BW/day).

Although the protection depended on the diabetic statc (Exp. 2) it was independent of its duration (Exp. 3) and was associated with a lower renal cortical accumulation of

gcntamicin (Exp. 1, 2, 3) as observed in the previous studies.

When other nephrotoxic drugs were tested the diabetic rats exibitcd complete functional and morphologic protection, from platinum - induced ncphrotoxicity.

T h c d i a b c t i c s ta t e In s no t pro t e c t e d , b u t ame 1 i o r a te d the ARF induccd by uranyl nitrate, an stablished model of ARF.

lt was also observed that despite the utilized maneuvers, young and old diabetic rats, hydropenic and non-hydropcnic, havc not exibi ted thc ARF induced by administration

(16)

of contrast media.

In this experiment control non-diabetic rats also have not exibited ARF - induced by the injection of contrast

media, and it was concluded that the Sprague-Dawley rat is

not the appropriate model for the study of contrast media nephrotoxicity.

The mechanisw(s) of the observed protection or

amclioration against the nephrotoxin - induced ARF remains to be elucidated.

flowever the diahetic state presents important charecteristics that could be responsible for the provided protection from various nephrotoxins:

1) High utrafiltration rate 2) Osmotic diuresis

3) Suppression ofthe renin-angiotensin system 4) Prostaglandins

5) Alterations of renal phospholipids - reputed

receptor or binging site for gentamicin and other drugs in the brush border membrane of the proximal tubule.

Thus, the rat with untreated diabetes mellitus prcsents several characteristics that togheter or isolated have been operative as protective mechanisms against the ARF induced by differcnt nephrotoxins.

(17)

Thercfore the untreated rat with streptozotocin -induccd diabetes mcllitus is a useful model for study of the induction of and preventive mechanisms from drug - induced nephrotoxicity.

(18)
(19)

zir insuficiência rena) aguda (insuficiência renal aguda

indu-zida por droga ou nefrotóxica), trazendo conscqUentemente

li-mitações as suas aplicações clínicas.

O progresso da medicina na Última década - em termos de quimioterapia e cirurgia de neoplasias malignas, transplan-te de Órgãos, diagnóstico e transplan-terapia de doenças que deprimem o

sistema imunolÓgico- tem sido respons~vel, em parte, por uma

crescente incidência das infecções causadas pelas múltiplas bac-t6rias aeróbicas gram-negativas e resistentes aosantibióticos.

Os antibióticos aminoglicosídeos emergiram como ome-lhor tratamento de escolha para esses pacientes criticamente en-fermos, que, no passado, certamente não sobreviveriam.

O uso de antibióticos aminoglicosídeos emmuitos cen-tros médicos, como nos Estados Unidos, ocupa o segundo lugar em ordem de freqUência, somente sendo ultrapassado pelas penicili-nas ou cefalosporipenicili-nas.

Apesar do desenvolvimento de novos agentes aminogli-cosfdeos com ampla atividade antibacteriana, o maior problema em relação ao seu uso terapêutico tem sido a sua

(20)

nefrotoxici-dade em potencial. Em variados graus, todos os antibióticos a-minoglicosídeos possuem efeito tóxico potencial sobre os rins e sobre o oitavo nervo craniano.

De todos os aminoglicosídeos, a gentamicina ~

e

fre-qUentemente associada ao desenvolvimento da insuficiênciarenal aguda (IRA) no homem. Nos animais, a gentamicina tem sido exaus-tivamente estudada como um protótipo deste grupo de drogas e co-mo um co-modelo nefrotóxi'co de IRA.

Obteve-se grande progresso no entendimento da IRAcau-sada pela gentamicina, entretanto, assim como em outrosmodelos experimentais de IRA, a sua exata fisiopatologia permanece ain-da desconheciain-da.

Apesar de v5rias d~cadas de pesquisa, a

fisiopatolo-g1a da IRA em BCral permanece ainda incerta e persiste, sendo um desafio aos investigadores. Observações, no homem e nos animais,

têm fundamentado a elaboração de v~rias teorias patogen~ticas

sobre a lRA:

1) Retrodifusão do filtrado glomerular;

2) Obstrução tubular; 3) !-'atores vasculares;

4) Alteração da permeabilidade glomerular.

Na IRA nefrotóx ica, os mecan1smos responsáveis pela indução da insuficiência renal podem diferir - quer na

predomi-nância, quer na ordem cronológica de aparecimento - daqueles

(21)

Manobras para prevenir o desenvolvimento da IRA têm

sido usadas em v~rios modelos experimentais, com o objetivo de

elucidar os mecanismos fisiopatolÓgicos respons~veis pela

ini-ciação e manutenção da IRA.

A an~lise das medidas que protegem animais experimen-tais do desenvolvimento da IRA tem sido de extremautilidadepa-ra estudar a patogênese desta entidade.

Ao usar medidas preventivas para estepropósito,pres-supoe-se que a manobra protetora bloqueia ou altera o processo

patogênico que, se nao fosse impedido, levaria à IRA.Esta

con-duta pode então oferecer algumas conclusões em relação à

pato-gênese de um modelo particular de IRA.

Recentemente, demonstrou-se1 que o rato com diabetes

mellitus não-tratado apresenta uma proteção completa contra a fRA induzida pela gentamicina.

O rato com diabetes mellitus não-tratado revelou-se, pois, um modelo experimental promissor para o estudo de proteção ·contra a IRA.

Assim sendo, os experimentos relatados nesta pesqui-sa objetivam testar o modelo de proteção do rato com diabetes mellitus não-tratado nas seguintes condições:

a) usando doses maciças de gentamicina;

b) utilizando a cura espontânea do diabetesmellitus; c) variando a duração do estado diabético;

(22)

d) utilizando outros agentes nefrotôxicos conhecidos, como o cisplatinum, o uranil nitrato e o meio de contraste radiológico.

A importância de tal pesquisa reside na possibilida-de possibilida-de avaliar o valor do mopossibilida-delo experimental (rato comdiabetes

mellitus não-tratado), para o estudo de nefrotoxicidade

indu-zida por drogas. Os aspectos testados foram os seguintes:

a) Resistência à dose maciça de gentamicina no rato

diabético (Experimento 1).

Ao revelar-se maior resistência nos ratos diabéticos do que nos controles, reforçam-se as teorias correntes de

trans-porte de gentamicina através do túbulo renal (1 igação da

genta-micina ao receptor localizado no bordo em escova do túbulo pro-ximal).

b) Resistência à administração de gentamicina em

a-nimais diabéticos que perderam espontaneamente tal

estado (Experimento 2). Se estes animais

eviden-ciarem nefrotoxicidade, favorece-se a influência

direta do estado diab~tico na proteção

demonstra-da.

c) Influência da duração dodiabetes na proteção

con-tra a nefrotoxicidade da gentamicina (Exp.3). Em

estudos anteriores ,os ratos protegidos eram diabéti-cos 4 a 6 meses antes da administração de gentamici-na.E concebível que alterações anatômicas sutis,de-tcrminadas pela presença do diabetes de curta

(23)

dura-çao, sejam necessárias para conferir proteção. Con-trariamente, se fatores metabÓlicos ou da hemodi-nâmica renal forem os responsáveis pela proteção, espera-se que sejam operativos logo após a indução do estado diabético.

d) Resistência do rato diabético a conhecidos

agen-tes nefrotóxicos, como o cisplatinum, agente

anti-neoplásic~ de largo uso (Experimento 4);uranil

ni-trato, droga experimental bastante utilizada para produzir IRA (Experimento 5), contraste radioló-gico, agente diagnóstico nefrotóxico(Experimentos 6 c 7).

O cisplatinum (CIS - diaminodicloroplatinum) é um a-gente antineoplásico clinicamente importante.Possui signifitiva atividade contra neoplasias testiculares e tumores da ca-beça e do pescoço. Um dos maiores fatores limitantes do seuuso clinico é a ncfrotoxicidade.

O uranil nitrato é droga utilizada em pesquisa e cons-titui-se num modelo experimental estabelecido de IRA.

O uso de contraste radiológico pode induzir o desen-volvimento de IRA. A exata incidência da nefrotoxicidade desta

droga ~ diffcil de estabelecer, mas, atualmente, vem sendo

re-latado um número crescente de casos.

O fato de estes três agentes serem causadores de ne-frotoxicidade, embora por diferentes mecanismos, revela o

(24)

que apresente rcsist~ncia a outro agente nefrot6xico, no caso,

a gentamicina, que age por diferentes mecanismos patogen~ticos.

Acredita-se tamb~m que tais estudospossibilitem

aam-pliação do conhecimento dos mecanismos de proteção evidenciados

pelo rato diab~tico não-tratado contra as nefrotoxinas em

(25)

2 • 1 Ne6Jtotoxic.idade da g e.ntamic.-tna

2.2 Ne.6Jtotoxic.idade do me. --i. o de. c.ont!ta.õte 2. 3 N e.6Jtotoxic.idad e do c.i.6 p.tat--i.num

2.4 PILe v e.ç.ão da IRA e.x p e.Jtim e.nta.t e.m vá.Jtio.6 mo d e.to .6 animai.6

2.5 P!te.venç.ão da IRA induzida pe..ta gentamic.ina em

(26)

ve um modelo original d~. proteção contra os efeitos nefrotóxi-cos de agentes conhecidos. Dessa forma, a revisão da literatu-ra relaciona-se com:

1) Prevenção da IRA experimental em vários modelosa-nimais;

2) Prevenção da IRA induzida pela gentamicina em mo-delos animais.

Esta revisão será precedida por uma descrição dos e-feitos da gentamicina, do cisplatinum e do meio de contraste, sobre o rim, e seus possfveis mecanismos nefrotóxicos.

2.1 NEFROTOXICIDADE DA GENTAMICINA

A incid6Jtcia de nefrotoxicidadc relacionada i

genta-micina parece ter aumentado nos Gltimos anos.

Em 1969, a incidência relatada era de 2-3%, enquanto

2

que em 1979 foi estimada em 16-25% . Tal aumento pode estar

lacionado a muitos fatores, entre eles, o acréscimo nadose re-comcndada de gcntamicina, o nGmcro crescente de pacientes

(27)

ido-sos que recebem a droga e os critérios mais rígidos paraodiag-n6stico de disfunção rPnal induzida pela gcntamicina.

A lesão renal induzida pela gentamicina é observada menos freqUentemente em recém-nascidos c crianças do que em

a-dultos, mas pode ocorrer se a terapia ê prolongada. Diferenças

na sensibilidade celular i gentamicina, relacionadas com a

ida-de, podem explicar a aparente maior incidência de nefrotoxici-dadc em adultos.

Existe um espectro de anormalidades renais observado com o uso dos aminoglicosídeos. A apresentação clinica mais

a-parente é a da IRA não-oligÚrica; no entanto, a variável

oli-gúrica também é observada.

A redução inicial da capacidade de concentração

uri-nária, seguida pela queda da filtração glomerular, ê

responsá-vel pela apresentação mais comum desta variedade.Usualmente, o

infcio da insuficiência renal

ê

gradual c guarda uma relação

temporal com a administração da droga. Ocasionalmente, a

insu-ficiência renal ê mais insidiosa c torna-se clinicamente

apa-rente alguns dias ap6s o término da terapia. A evolução clini-ca pode ser prolongada, particularmente no idoso. Quase que

in-variavelmente, é um tipo de lcs~o rcvcrsfvcl.A sobrevida

dopa-cicnte, como em outras formas de IRA, depende das circunstin-cias nas quais a IRA se desenvolveu (cirurgia, trauma, sépsis,

grande queimado, ncfrotoxicidadc simples, etc). Em alguns

pa-cientes, o tratamento com diálise pode ser necessário.

(28)

do túbulo proximal: enzimúria, proteinÚria,aminoacidÚria,

gli-cosúria e alterações eletro1Íticas.3

' 4 ' 5 Hipocalcemia,

hipomag-semia e hipocalemia têm sido descritas no homem e nos animais

experimenta i s. 6

' 7' 8

Assim como nas outras formas de IRA, há fatores pre-disponentes para a nefrotoxicidade da gentamicina. Entre eles,

parecem importantes a idade avançada, 9 a doença renal

preexis-tente 10 e a depleção de·· volume. 1 1 A desidratação e a contração

do espaço extracelular aumentam o risco de lesão renal.

A administração de aminoglicosídeos emcombinação com

outras drogas potencialmente nefrotóxicas

é

comum e tem

resul-tado em toxicidade clínica e experimental. As drogas comumente envolvidas incluem os meios de contraste radiogrifico, o

agen-te anestésico metoxifluoranc,u a furosemida,13 outros

aminogli-cosfdcos e outros antibióticos, particularmente as cefalotinas e as meticilinas. 1''>~ 5

Mais recentemente, a associação de

gentamicina-cefa-lotina com o agente quimioter~pico cisplatinum temsido

respon-sável pela ocorrência de severa ncfrotoxicidade. 16

2. I. 1 Patogênese da nefrotoxicidade da gentamicina

O rim é a principal rota de elininação

dosantibiÓti-cos aminoglidosantibiÓti-cosídeos; a gentamicina

ê

excretada por filtração

gl omeru la r e, sub seqUcn temen t c, rcah sorvida no tubo proximal. No homem, 20% da gentamicina liga-se às proteínas plasmáticas.

(29)

Todos os aminoglicosídeos (com exceçao da

estrepto-micina) são concentrados no córtex renal de 10-30 vezes a sua

concentração plasm5tica.17' 18 Este aspecto poder ser

significa-tivo para a toxicidade, uma vez que outros antibiÓticos

(ampi-cilina, carbcni(ampi-cilina, cefalotina) concentram-se na medula e

papila, ao invés de no córtex, seguindo o gradiente de·

concen-tração córtico-papilar.

E

concebível, portanto, que a

acumula-çao de gentamicina numa fração subcelular do córtex renal seja um fator crítico para o desenvolvimento de nefrotoxicidade.

No homem e nos animais, observam-se lesões

estrutu-rais nas células epiteliais do túbulo proximal após a adminis-tração de aminoglicosídcos. Pela microscopia Ótica,constata-se

necrose celular predominando na "pars recta" e no túbulo

con-tornado proximal; pela microscopia eletrônica verificam-se

li-sossomas alterados, chamados citoscgressomas.19

' 20Tais

lisosso-mas contêm inclusões negras em camadas, denominadas corposmie-lóidcs.

Estudos auto-rad iográ fi c os têm demonstrado que a

gen-.tamicina se liga inicialmente ao bordo em escova das células~

túhulo proximal; sofre um procl'sso de cndocitose com formação de vesículas apicais c estas, suhscqUc!ltcmcnte, são

seqUestra-das nos lisossomas.21 0 processo induz à

formaçãodoscorposmie-lÓidcs c a alterações no metabolismo dos lisossomas.

Várias teorias têm procurado explicar, em diferentes

níveis, a patogêncsc da IR/\ causada pela gentamicina.

Basica-mente, elas estão divididas em dois grupos: um deles tem seu

(30)

nefrô-nio, e o outro enfatiza os mecanismos de origem celular corno de-terminantes da nefrotoxicidade.

2.1.2 Alterações ao nível do nefrônio

Modificações do fluxo plasmático renal e redução no coeficiente de ultrafiltração capilar glornerular (Kf) têm sido observadas em estudos experimentais, sendo primariamente

res-ponsabilizadas pela diminuição da ultrafiltração glornerular~'23

Os mecanismos mediando estas alterações hernodinâwcas

podem envolver a liberação local de angiotensina II. 24

Entre-tanto, ~ duvidoso que estas alterações glornerulares possam

ex-plicar inteiramente a quase completa cessação daultrafiltração glornerular que ocorre nos estágios tardios da nefrotoxicidade da gentamicina.

Doses tóxicas e não-tóxicas da gentarnicina produzem

estas modificações glornerulares e, portanto, ê possível que

e-las apenas representem um efeito máximo em .resposta

à

adrninis-. tração da droga e a uma toxicidade leve e precoceadrninis-.

Estudos recentes de rnicropuntura e rnicroperfusão en-fatizam que a obstrução tubular, representada pela descarnação

das células necróticas dos túbulos lesados, é um determinante

da IRA nefrotóxica dos arninoglicosídeos.25

2.1.3 Alterações ao nTvel celular

(31)

tipo isquêmico, quer do nefrotóxico, é a lesão da célula

tubu-lar. Se não houver lesão da célula renal, os vários

fatorespa-togenéticos responsáveis, em nível do nefrônio, pela falha de excreção do rim, não entram em operação. Ultimamente, o enten-dimento da patogênese da necrose tubular aguda reside na com-preensão das alterações bioquímicas responsáveis pela perda de integridade da célula renal. Existem evidências crescentes de

que os aminoglicosídeos e outras nefrotoxinas exerçam seus

e-feitos deletérios primariamente em nível das membranas celula-res.

Tanto as membranas plasmáticas, quanto as

dasorgane-las intracelulares são locais potenciais de toxicidade, pelas

suas características de transporte. As células do túbulo renal têm suas membranas especialmente suscetíveis ao insulto tÕxico; como o túbulo renal reabsorve avidamente sal e água, as subs-tâncias são concentradas na luz tubular e, assim,expõem as mem-branas luminares das células tubulares renais a concentrações potencialmente tóxicas.

A ligação dos aminoglicosídeos com a superfÍcie

ce-lular se dá através de receptores específicos de membrana. 26 O

receptor para a gentamicina é um fosfolipídeo! 7 A ligação

en-tre a gentamicina e o fosfolipÍdeo é feita através da interação

de cargas elétricas: catiônica, polibâsica da gentamicina,e

a-niônica, ácida,dos fosfolipídeos. 260s fosfolipídeos, alem de

suas funções estruturais nas membranas celulares,são importan-tes reguladores da permeabilidade da membrana e das interações

hormônio-receptor.29

(32)

Assim, a reaçao inicial entre os aminoglicosídeos e os fosfol ipídeos da membrana plasmática pode ser determinante da patogênese da nefrotoxicidade, através de alterações na es-trutura e na função da membrana plasmática. Alterações no me-tabolismo dos fosfolipídeos em vigência de IRA nefrotôxica têm sido estudadas. Já está também demonstrado o aumento doconteú-do total de fosfolipÍdeos em culturas de fibroblastos expostas

cronicamente â gentamicina. 31

Kaloyanides e colaboradores encontraram tambémaumen-to dos fosfolipídeos no ratambémaumen-to tratado com gentamicina, e a

fra-ção mais aumentada era a do fosfatidilinositol. 32

E

possível que o aumento seletivo dos níveis de

fos-fatidilinositol seja reflexo das suas funções no transporte de membrana, na interação horm6nio-receptor e um marcador dealte-raçoes no metabolismo dos fosfolipÍdeos da membrana,uma vezque estas alterações ocorrem também em outros modelos experimentais

nefrotóxicos de IRA, como o glicerol e o cloreto de mercúrio!3

Os fosfolipídeos são também criticamente importantes para a atividade da Na-K-ATPase que regula o gradiente de

cá-tions através das membranas celulares. 34 Estudos "in vivo" e

"in vitro" têm demonstrado declínios significativos da

ativida-de renal ativida-desta enzima. 35

' 36 ' 37 Como resultado das alterações na

atividade da Na-K-ATPase, ocorre perda dos íons intracelulares pelo rim, com diminuição do conteúdo renal cortical destes

ons.37' 38 Hipocalcemia, 6 hipomagnesemia6'7 e hipocalemia6' 8

observadas clínica e experimentalmente.

sao

(33)

tam-bêm é inibida pela gentamicina. 39 Esta inibição se dâ por uma

ação direta dos aminoglicos!deos ou através de deslocamento dos

~

c

++ ++ d b .

1ons a e Mg as mem ranas com cargas negat1vas, pelos

a-minoglicosfdeos policati6nicos. A interação dosaminoglicoside-os com dosaminoglicoside-os íons Ca++ e Mg++ é importante, pois pode afetar fun-ções celulares onde estes !ons entram como co-fatorees ..

Existem muitas evidências de queo bloqueio neuromus-cular produzido pelos aminoglicos!deos é resultado do

desloca-mento do Ca ligado à membrana, acabando por inibir a liberação

de acetilcolina prejuncional~0 e diminuir a sensibilidade da

placa motora à ação despolarizante da acetilcolina:1

Assim, os aminoglicos!deos, ao se ligarem nos

fosfo-lip!deos da membrana, provocam modificações no conteúdo renal

de fosfolipídeos e alterações especificas na permeabilidade e no transporte da membrana. Como conseqtiencia, podem surgir mo-dificações intracelulares que afetam os processos metabÔlicos

intracelulares e a função das organelas.

Nas mitoc6ndrias, têm sido descritas, "in vivo", al-terações, como diminuição e desacoplamento da fosforilação o-xidativa.28 "In vitro", a gentamicina aumenta o estado basal da respiração celular, diminui o estado máximo e pode desacoplar

a fosforilação oxidativa!8

Os efeitos agudos da gentamicina, "in vitro",sobre a respiração mi tocondrial cortical renal são secundários a uma

in-teração competitiva entre a gentamicina c o Mg++, ao nível da

(34)

espa-ços onde o Mg++ controla a permeabilidade da membrana aos Íons

Na+ e K+.~2'~3 Assim, a gentamicina compete com o Mg++, não

li-+ +

mitando da mesma maneira a permeabilidade ao Na e K .Como

re-sultado, há aumento da permeabilidade aos íons catiônicos, que se traduz por inchamento das mitocôndrias,observado

experimen-talmente.~2'~ 3 Por outro lado, a gentamicina age adi tivamente

++ ~ ~

com o Mg , limitando o transporte de calcio para a

mitocon-dria. ~4

A integridade da fosforilação oxidativa mitocondrial

c essencial para a manutenção de uma normal função tubular

re-nal. ~interessante, portanto, o estudo das alterações

dasfun-çoes mitocondriais induzidas pelos aminoglicosideos,não

somen-te porque o comprometimento da energética celular pode levar

ã

deterioração estrutural das células, mas também porque pode,por mecanismos indiretos, ser responsável por alterações hormonais que irão agir em nível da hemodinâmica glomerular, ocasionandQ a IRA.

Os lisossomas sao importantes orgqnelas intracelul. r e s que regulam o "t urnover" das macro moléculas celulares, a f a-gocitose de organelas alteradas e o armazenamento de materiais não-degradáveis. Mais de oitenta enzimas que degradam protéÍ-nas, lipídeos, carboidratos e ácidos nucléicos sãoseqUestrados de seus substratos potenciais dentro dos lisossomas.

Estudos morfo16gicos e auto-radiográficos t~meviden­

ciado que há um grande aumento em tamanho e nfimero dosli~osso­

mas, ap6s a administração de aminoglicosídeos, e que estes são seqUestrados nos lisossomas, ocasionando a formação dos corpos

(35)

rnielóides. 21

Experimentalmente, tem sido relatada diminuição

daa-tividade da esfingornielinase lisossornial em fibroblastos

ex-postos a arninoglicosídeos, em cultura de tecido.31 Este efeito

foi acompanhado de fosfolipidose generalizada e formação decor-pos rnielÓides nos fibroblastos. Alterações da membrana dos li-sossornas ocorrem também precocemente na nefrotoxicidade dos

a-rninoglicosfdeos, sendo oH~ervado aumento na excreção uriniria,

de urna variedade de enzimas lisossorniais em virias modelos ex-perirncntais.45'46

Todas estas observações levaram alguns investigadores

a postular que os aminoglicosfdeos, induzindo (1) urnadi~função

cnzirnitica lisossornial,corn prcjuizo dos processos digestivos e rcsul tante dcpleção de substratos celulares críticos; (2)a ins-tabilidade Ja membrana lisossornial, com liberação das enzimas seqUestradas no citossol e digestão dos componentes

citossÓli-cos e organclas, levam finalmente ao desarranjo celular

irre-vcrsivel, com morte celular.

As alterações anteriormente descritas,ern nivel celu-lar, reforçam a tese de que a nefrotoxicidade dosarninoglicosi-dcos deriva, em grande parte, de sua habilidade em

alteraraes-trutura c funç5o das membranas. A nefrotoxicidade

dosarninogli-cosfdcos tem sido associada a alterações em múltiplas funções

de membrana celular, incluindo plasrnitica, ~itocondrial interna

c membranas lisossornais.

(36)

respon-sâvel pelo desenvolvimento da IRA, ainda nao está esclarecido; entretanto, certamente todas estão interrelacionadas com a pa-togênese da lesão celular induzida pelos aminoglicosídeos.

2.2 NEFROTOXICIDADE DO MEIO DE CONTRASTE

Nos últimos anos, a IRA tem sido reconhecida como u-ma crescente complicação do uso endovenoso de contraste radio-grâfico.

A disfunção renal pode ocorrer após a administração

de, virtualmente, qualquer agente de contraste intravascular

tendo sido relatada após urografia, angiografia, colecistogra~

fia com múltiplas doses e, mais recentemente, após tomografia,

computarizada, com administração intravenosa

deradiocontras-te.

A incidEncia desta nefrotoxicidade, na população em

~cral, tem variado de O a 12%, dependendo das características

Jas populações analisadas.46' 47 Estudos prosp.ectivos recentes

re-·vclam uma incidéncia de 5% na população hospitalizada emgeral4

?

c uma incid6ncia baixa, de 0,6 a 2%, nas populações sem doença

' 48,49 A ,

-renal preexistente. Var1os fatores predisponentes tem

si-Jo iJcntificados; os mais significantes são a doença renalpre-existente 50 ' 51 ' 52 c o diabetes mellitus.51 '52' 53'54

Dos mais Je 250 casos publicados de nefrotoxicidade, do meio de contraste, mais de 90% envolvem pacientes com insu-ficiência renal,e mais de 50%, pacientes com diabetes mellitus.

(37)

vascular,ida-de acima vascular,ida-de 60 anos, grandes ou múltiplas doses de meio de

con-traste, hipoalburninernia, proteinÚria acima de lg/24h e disfun-ção hepática são considerados fatores de risco para odesenvol-virnento de nefrotoxicidade do meio de contraste.

Tal corno outras nefropatias tóxicas, a patogênese da nefrotoxicidade do meio de contraste não êclararnente compreen-dida. Vários mecanismos têm sido propostos.

A ncfrotoxicidade pode ser então resultante de um e-feito tóxico direto sobre o rim; de urna isquernia renal provo-cada pelo efeito direto do contraste hipertônico na vasculatu-ra renal ou pela aglutinação e crenação das

hernácias,aurnentan-do a viscosidade hernácias,aurnentan-do sangue. 55 •56 •57

Além dessas causas, a obstrução intratubular pelas

proteínas urinárias (rnielorna, Tarnrn Horsfall) ,58' 59' 60 pelo

oxa-lato61e pelo 5cido Úric~2 também tem sido sugerida corno fator

patogenêtico importante.

A IRA sccund5ria ao meio de contra~te tem um bom

.prognóstico, em geral, mas alguns pacientes podem desenvolver insuficiõncia renal crônica.

Acredita-se que a proteção da IRA, naqueles

pacien-tes diabéticos de alto risco (idosos com doença renal),podeser obtida pela administração de manitol imediatamente apôs a in-fusão do contraste, seguido de adequada hidratação.63 Ahidrata-ção prévia e posterior aos procedimentos radiolÓgicos parecere-presentar um mecanismo de proteção-chave, mesmo nesses pacien-tes de alto risco.

(38)

2.3 NEFROTOXICIDADE DO CISPLATINUM

Cisplatinum (Cis-diamminedichloroplatinum II,CIS-DDP), e um composto de platina, inorgânico, ativo contra tumores,in-cluindo testiculares, ovarianos, da bexiga e carcinomas da ca-beça e pescoço.

A maior limitação de seu uso clfnico ~ a

nefrotoxi-cidade, a que está associado.

A necrose tubular aguda, dependendo da dose utiliza-da, tem sido relatada. De particular importância para

atoxici-dade parece ser a associação do cisplatinum com gentamicina e

cefalotina. Quatro pacientes tratados com essa combinação

de-senvolveram severa necrose tubular aguda que ocorreu em alguns dias ou em duas semanas após a terapia, persistindo ate a

mor-te.16 u~ficit renal cr6nico tamb~m tem sido verificado em

pcientes sob tratamento com cis-DDP e acompanhados ate dois

a-nos~4 Os níveis de crcatinina plasmitica podem não estar

eleva-dos, a despeito da queda da filtração glomerular, devido ao se-vero estado de emaciamento desses pacientes.

O mecanismo da lesão renal do Cis-DDP nao econhecido. O cisplatinum se acumula no córtex renal (mitoc6ndria e cito-sol) c tem sido sugerido que sua toxicidade seria mediada pela acumulação celular e subscqUentc conversão a um metabÓlito (Pt l:l

4) que causa lesão tecidual ao reagir com grupos SH.

Recentemente, Safirstcin c colaboradores confirmaram os resultados aqui referidos, de que ratos com diabetes melli-tus não-trataclo induzido por strcptozotocina são protegidos da

(39)

nefrotoxicidade do platinum. Esses autores tamb~m encontraram

um conteúdo renal de cisplatinum 38% menor nos ratosdiab~ticos

por strcptozotocina do que nos ratos-controle e sugeriram que

outros efeitos da streptozotocina sobre a função celular, al~m

do efeito diab6tico, podem estar envolvidos na proteção obser-vada .6 5

2. 4 PREVENÇAO· DA IRA EX PER I MENTAL EM VÁRIOS MODELOS ANIMAIS

Expansão aguda do compartimento extracelular~6

vaso-dilatadores renais ,67 indução de hipertonicidade do

compartimen-1 .1 58 d. - . 69,70,71 .

to ex trace u ar e 1 urcs e os mo t 1ca, cons t 1 tuem-s e em

ma-nobras úteis de proteção contra IRA experimental em vários mo-delas animais.

Ar,cntcs diur6ticos também têm demonstradoefeitos

pro-tctores. O manitol, utilizado com salina, protegeu ratos

con-tra a IRA induzida por glicerol, 72 enquanto que a furosemida

preveniu a 1RA induzida pela mctemoglobina em cães.73

A furoscmida, clorotiazida,

acetazolamida,triantere-no, c altas doses de ácido etacrfnico protegeram ratos

priva-elos ele sal c ratos desidratados contra a IRA induzida pela me-temoglobina-fcrrocianeto!4 A diurese produzida pela furosemida

preveniu a IRA secundária~ obstrução tuhular que se segueap6s

altas doses de ácido fólico. 75' 70 Entretanto, doses baixas

cal-tas de furosemida não tiveram nenhum efeito no desenvolvimento

da IRA secundária ao cloreto de mercúrio?7

(40)

tra a IRA induzida pela HgC1 2:8 dicromato,79 uranil nitrato80 e 1 . 1 8 1

g 1ccro . A administração de salina por tempo prolongado

-

e,

conhecidamente, uma manobra capaz de suprimir o conte~do

cor-tical de renina. ConseqUentemente, tem sido postulado um papel relevante para o conteúdo intra-renal de renina na patogênese, da IRA experimental.

A ingesta de KCL na dieta, por duas semanas, resulta

num grau intermedi~rio d~ supressão do conteúdo renal de

reni-na e num grau intermedi~rio de proteção contra a IRA induzida

82

por HgC1

2 no rato.

Recentemente, tem-se demonstrado, entretanto, que a

depleção cortical renal de renina não ~ necess~ria para

prote-ger contra a IRA induzida pela mioglobinúria aguda e pelo

ura-nil nitrato, e que a proteção presente se correlaciona com o

estado de excreçao de sódio, no momento do insulto~3

'fhiel e colaboradores70 demonstraram proteção contra

a IRA induzida por glicerol tamb6m na aus~ncia de supressão da

renina cortical. Esses investigadores propuseram que aproteção

observada fosse considerada como resultado do alto fluxo

uri-n5rio. As manobras consideradas protetoras, neste estudo,

en-tretanto, eram associadas com natriurese. Al~m disso, um fluxo

urin~rio ainda mais alto do que o observado em animais sob

in-gesta crônica de salina não protege animais que ingerem

solu-ções glicosadas0 ou ratos com diabetes insípido expcrimental.66' 84

Os resultados de três estudos, utilizando diferentes

nefrotô-xicos (glicerol, uranil nitrato e HgC1

2), sugerem que o

(41)

de-terminante da susceptibilidade dos animais paradesenvolver IRA

• 80•82>85

exper1mental.

Recentemenre, foi relatado que as

prostaglandinaspa-recem ser as mediadoras da proteção contra a IRA experimental

conferida por transplantes de medula renal~6 A liberação de

prostaglandinas pode ser responsável pela proteção

exercidape-la sobrecarga com salina, bem como pelos diuréticos. Tem sido

demonstrado que a furosem1da e o âcido etacrínico ocasionam

li-beração de prostaglandina e aumento do fluxo sangUÍneo renal.87

A inibição da síntese das prostaglandinas pela

indo-metacina, por outro lado, agrava a IRA induz ida pelo gl icero 1. 8"

Deve-se aqui enfatizar que, em todos os estudos que

demonstram com sucesso proteção contra a IRA induzida por dro-gas, a função renal se manteve preservada, mas estava

associa-da a graus variados de anormaliassocia-dade tubulares ou a franca

ne-crase tubular aguda.

Saliente-se que os modelos experimentais utilizados ·nos estudos citados diferem muito entre si, o que dificulta a

determinação da relevincia individual de cada manobra

experi-mental e sua relação com a lesão patogenética da IRA.

Apesar disso, os modelos experimentais poder ser u-

...

teis no entendimento dos modelos nefrotôxicos apresentados no

(42)

2.5- PREVENÇAO DA IRA INDUZIDA PELA GENTAMICINA EM MODELOS ANIMAIS

Os estudos experimentais sobre a proteção contra IRA

induzida pela gentamicina são poucos e de resultados

não-exi-tosos.

Bennett e colaboradore~1 nao observaram proteção

ron-tra a nefrotoxicidade da gentamicina em ratos Fischer 344 que receberam uma dieta com maior teor de NaCl.

Evan e colaboradores89detectaram anormalidades

glo-merulares em rins de ratos que receberam gentamicina dadose de 20mg/Kg/dia, durante 4 semanas, sob dois niveis de ingesta de sódio: dieta regular para ratos e dieta com 8% de sal.As

modi-ficações morfolÓgicas foram descritas como ~istintamente menos

severas no grupo com teor alto de sódio, e isto ocorreu a

des-peito da aus6ncia de azotemia em ambos os grupos. Os autores

concluíram que a lesão glomerular era influenciada pelo balan-_1 Ad, 8 9

ço ue so 10.

O uso de diur~ticos como agentes protetores tem sido

controverso, com alguns efeitos bcn~ficos registrados por

Pe-terscn c colaboradores, no camundongo,90 em oposição ao aumento

de nefrotoxicidade observado por Adelman e colaboradores no cão? 1

Tem sido r e 1 a ta do o agravamento da ne frotoxicidade da

gentamicina pela acidose metabólica.92' 93 Entretanto,a proteção

conferida pela alcalinização é duvidosa.

Constata-se melhora na nefrotoxicidade e diminuição do conteúdo cortical renal de gentamicina quando se administra

(43)

bicarbonato de sódio concomitantemente com gentamicin~;Emcon­

traste, quando se substituiu a água dos animais por NaHC03,a 1%

antes e durante a administração de gentamicina,na dosede 40mg/ Kg/dia, durante 14 dias, não houve melhora da nefrotoxicidade ou de acumulação cortical renal de gentamicina.Mais importante:

houve a formação de calcificações renais.93

Da mesma maneira, a administração de probenescide nao

protegeu ratos contra a nefrotoxicidade da gentamicina. 95

d 96 - • d d

Whelton e colabora ores, numa ser1e e estu

os,ava-liaram a influência do estado de hidratação e pH urinário, na

concentração de gentamicina do c6rtex renal, da medula e

papi-la de 28 cães submetidos

à

administração da droga. Os estudos

demonstraram que o estado de hidratação e pH da urina não

in-fluenciam significativamente a distribuição intra-renal

carac-terística da gentamicina. Em outras palavras, não existe uma

"lavagem" da gentamicina do parênquima renal durante a diurese

aquosa. A função renal, entretanto, não foi a~aliada neste

es-9 6

tudo.

O efeito de soluções comerciais de aminoácidos

foiin-vestigado no rato Fischer 344, tratado com gentamicina (40mg/

Kg/dia) por Whel ton e colaboradores. 97 Os animais que forma

in-fundidos com a solução apresentaram maior deterioração da

fun-ção renal, alta morhidade e necrose tubular mais severa. 97

Nefrcctornia unilateral realizada 6 dias antes da

ad-ministração de gentamicina resultou em menor nefrotoxicidade do

que em ratos intatos identicamente tratados:8 Quando a

(44)

não se observava nenhum efeito protetor.

d 99

Furuno e colabora ores, recentemente,identificaram

o efeito protetor de um monossacarídeo D-glucarato sobre a ne-frotoxicidade da gentamicina. Foi também constatado um efeito protetor, porém menor, com os ácidos sacárico,hexaurônico

ehe-xaldônico. 99

Medidas da filtração glomerular total e isolada (GFR, SNGFR), do fluxo plasmático glomerular e do coeficiente defil-tração Kf em ratos tratados com gentamicina e cronicamente man-tidos, seja com salina isotônica, ao invés de água, ou

capto-pril oral, mostraram menor declÍnio da filtração glomerular

ro-tal c isolada em ambos os grupos: salina e captopril.2~s

efei-tos da gentamicina sobre o SNGFR, fluxo sangUÍneo renal e Kf

foram claramente abolidos pelo captopril. Entretanto, não foi

detectada proteção morfolÓgica, e a lesão tubular proximal foi

similar em todos os grupos.24

A administração simultânea de cefalotina sádica (500 mg/Kg/dia), com quantidades equimoleculares de paraaminoipura-to ou NaCl, a raparaaminoipura-tos que recebiam 10-100 mg/Kg/dia

degentamici-na, resultou em modesta melhora da insufici~ncia renal.A

adi-çao de cefalotina trouxe significativa redução da necrose

tu-bular, não observada com paraaminoipurato ou NaCl sozinhos!00

Foi relatado o agravamento da insufici~ncia renal

quan-do gentamicina 40mg/Kg/dia e inquan-dometacina Smg/Kg/dia foram

ad-ministradas simultaneamente a ratos. 101

•102

(45)

pro-tegeu nem melhorou a nefrotoxicidade da gentamicina em ratos que receberam 30, 60, 120, 160mg/Kg de gentamicina durante dezdias. Não se constataram diferenças na acumulação cortical de genta-micina, das diferentes doses, entre os animais submetidos ou não

~ diurese. Nâo houve registro de proteção morfol6gica;na

ver-dade, com a dose de 120mg/Kg, a incidência e a severidade das

lesões renais foi maior nos animais submetidos a diurese.Em

cnm-..

plementação, a diurese osmótica não preveniu nem reduziu sig-nificativamente o grau de enzimGria, que foi maior nos animais

sob diurese. 103

Demonstrou-se, em trabalho recente, que o diabetes

mel-litus não-tratado confere uma proteção completa contra a IRA

induzida pela gentamícina. A administração de 40mg/Kg peso cor-poral/dia durante 14 dias, em ratos-controle, resultou no de-scnvolvimcnto de IRA, lisozimGria severa e necrose tubular

a-guda, enquanto que ratos com diabetes mellitus induzido

expe-rimentalmente, igualmente tratados, exibiram completa proteção morfolÓgica e funcional (Tabela I).

Quando ratos DM receberam dose maior de gentamicina, (70 mg/K~ peso corporal/dia/14 dias), tamb~m demonstraram

pro-teção completa (Tabela I). Ratos corr. diabete insÍpido

heredi-t~rio, tratados com o mesmo regime de gentamicina, tiveram

me-lhora na IRA c necrose tubular aguda focal, quando comparados

com ratos-controle Brattleboro.

Conclui-se,destes estudos, que a proteção obtidacon-tra a gentamicina estava relacionada em parte coma excreção-au-mentada de solutos, caracterfstica dos animais poliGricos

(46)

dia-DIABBTICO ~ÀO-TRqTADO (ADAPTADO DE TEIXEIRA ET ALII)* Basal Glucose plasmática (mg/100 ml) Volume urinário (ml/ dia) Clearance da creatinina (ml/min) ApÕs gentamicina*

Máxima modificação no

clea-rance da creatinina (%) Pico de lisozimúria (f.lg/dia) Gentamicina no r~m (f.Jg/g tecido úmido) COt.'TROLE (C) (9) 126 ± 5 11 ± 1 1.6± 0.2

+

85 ± 6 5211 ±1549 405 ± 34 p DMvsC <O. 001 <0.001 <0. 001 <O. 001 <0.001 <O. 01 DIABÉTICO (DM) (lO) 615 ± 23 109 ± 9 2.3 ± 0.2 t 33 ± 5

o

251 ± 26 p DDAvsDM n. s. 0.05 n. s. n. s. n.s. n. s. DIABÉTICO-DOSE ALTA (DDA) (6) 605 ± 29** 142 ± 12** 2.2 ± 0.2*

+

25 ± 8** O** 306 ± 36

* Ratos-controle e diabéticos receberam gentam~c~na na dose de 40 mg/kg peso/dia durante 14 dias; ratos diabéticos-dose

alta receberam 70 mg/kg peso/dia de gentamicina durante 14 dias. ** p < 0.001 diabético-dose alta vs controle;

(47)

b6ticos não-tratados e, tamb6m, que a proteção estava

associa-da a uma menor acumulação de gentamicina no c6rtex renal.1

Tem-se tamb6m demonstrado que estes ratos diab6ticos protegidos precocemente, ap6s o inÍcio da administração

degen-tamicina (pelo 39 dia), possuem uma acumulação de gentamicina,

no c6rtex renal, expressivamente menor do que os controles~Is­

to corre num prazo de tempo em que os ratos-controle não mani-festam ainda compromentimento da função renal ou aparecimento de lisozimúria.

Estas observações sugeriram que fatores que diminuem a acumulação cortical renal de gcntamicina, ao início de

suaad-ministração, foram responsáveis em parte pela proteção obtida

(48)

3.1 Animai~ expe~imentai~

3.2 P~otoeolo~ expe~imentai~

(49)

300 g, divididas em dois grupos emparelhados por

idade:contro-les (C) e diab~ticos não-tratados (DM). O diabetes mellitus fdi

induzido por injeção endovenosa de Streptozotocina (50-60 mg/ kg/peso, 4-6 meses antes dos estudos para os experimentos n9 1 c n? 2, c 5 semanas antes do experimento n9 3, conforme

descri-to por Junod c colaboradores.104

O estado diab~tico foi definido por persistente

ele-vaç~o da glicosc plasm~tica (>500 mg/dl), persistente

glicosa-ria +++ a ++++ c po1iÚria acentuada (>70 m1/dia). Estes animais

também exibiam outras características da doença, como:.menor pe-so corporal do que seus controles, por idade, presença de cata-ratas c diminuição de dep6sitos de gordura.

Na ocasião dos experimentos 1 e 2, as ratas DM apre-sentavam diabete durante 4-6 meses e tinham de 8-12 meses de i-dade. No experimento 3, as ratas DM apresentavam iguais carac-terísticas de estado diabético e, por ocasião do estudo, tinham

11,5 semanas de idades e seu diabetes estava presente h~somen­

tc S semanas. Nos experimentos 4 c 5, as ratas DM apresentavam

(50)

3.2 PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS

3.2.1 Experimentos 1 e 2

As ratas-controle e as ratas com DM, com diabetes de

58 semanas de duração, receberam, durante 11 dias, uma dose

ma-ciça de 200 mg/kg/peso/dia de gentamicina subcutânea, dividida em duas doses iguais.

Tal experimento foi delineado para testar a proteção

c a sobreviv~ncia ap6s uma dose maciça de gentamicina.Al~mdis­

so, também foram estudados 3 animais injetados com

Streptozoto-cina e que espontaneamente perderam seu estado diab~tico

(gli-cose plasm5tica menor que 200 mg/dl). Estes animais serviram ao prop6s i to de estudar o efeito do desaparecimento do estado

dia-b~tico, al~m de constituírem um outro grupo-controle.

Assim, subdividiu-se o grupo de ratas com DM em:DM e

strcptozotocina não-hiperglic~mico (SNH).

As ratas foram estudadas num protocolo do tiposobre-Vida. Todos os animais foram mantidos em gaiolas metabólicas in-dividuais durante o período experimental de 11 dias.

Alimenta-~

ram-se com ração regular para ratos e recebiam agua "ad libi-tum'', O peso corporal e amostras de sangue da veia da cola fo-ram obtidos imediatamente antes da administração da primeira do-se de gentamicina, e nos dias 2, 4, 7, 9 e 11 do período expe-rimental nas ratas que sobreviveram. As amostras de urina,

co-lhidas nos mesmos dias, foram analisadas para lisozim~ria.

(51)

ao final do experimento, para determinação do conteúdo renal de gentamicina e avaliação morfol6gica. Daqueles que não sobrevi-veram, os rins foram removidos logo ap6s a morte.

3.2.2 Experimento 3

As ratas-control~· e as DM, com diabetes de 5 semanas

de duração, receberam uma dose "standard" de gentamicina(40mg/ kg peso/dia) durante 14 dias.

Delineou-se este experimento para avaliar a proteção

conferida pelo estado diab~tico de curta duração (5 semanas).

Todos os animais foram mantidos em gaiolas metab6licas

indivi-duais e possuíam livre acesso a água e ração regular para

ra-tos.

Ap6s um período de adaptação inicial, de 3 dias, se-guiu-se um pcriodo basal de 2 dias e um perfodo experimentalde

14 dias durante o qual todos os animais receberam 40 mg/kg pe-so/dia de gentamicina subcutânea, divididos emduasdoses iguais.

Obtiveram-se amostras de sangue da veia da cola eco-leção de urina de 24 horas durante o período basal e nos dias 4, 7, 11 e 14 do período experimental. Fizeram-se as seguintes

determinações: hemat6crito, nitrog~nio ur~ico, glicose,

creati-nina, s6dio, pot5ssio e osmolalidade.

Mediram-se, na urina de 24 horas, osmolalidade, gli-cosc, creatinina, s6dio, potássio e concentração de lisozima. O peso corporal foi medido nos mesmos dias e calculados, pelas

(52)

equações usuais, depuração de creatinina end6gena e clearance osmolar.

No 159 dia, sob anestesia leve com Inactin, os rins

foram perfundidos, "in si tu", com Ringer até o branqueamento do parênquima renal. Um rim era então removido, para determinação da gentamicina tecidual, e o outro rim, fixado, "in situ", com solução de Karnowsky durante 3-4 min; prepararam-se fragmentos de tecido para microscopia de luz e eletrônica.

3. 2. 3 Experimento 4

As ratas-controle e as ratas com DM receberam uma do-se Gnica, intraperitoneal, de 4 mg/kg peso de cisplatinum.

Este experimento foi delineado para avaliar a

prote-çaõ conferida pelo estado diabético contra a IRA induzida por

cisplatinum.

Ap6s os períodos de adaptação inicial, de 3 dias, e o Periodo hasal, de 2 dias, administrou-se cisplatinum em todos

os animais, que foram então observados por mais 6 dias.

Obtiveram-se amostras de sangue da veia da cola eco-lcção de urina de 24 horas durante o período basal e nos dias

L, 2, 4 c 0 do pcriodo experimental.

Determinaram-se hemat6crito, nitrogênio uréico,

gli-cosc, creatinina, s6dio, pot~ssio e osmolalidade.

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s6dio, potissio e concentração de lisozima foram medidos na

u-rina de 24 horas. Mediu-se o peso corporal nos mesmos dias e

calcularam-se, pelas equações usuais, depuração de creatinina

e clearance esmolar.

No 69 dia, sob anestesia leve, com Inactin, ambos os

rins foram perfundidos, "in situ", com Ringer até o

branquea-mento do parênquima renal. Os rins eram então fixados, "in

si-tu", com solução de Karnowsky, durante 3-4 min, e fragmentos de

tecido preparados para microscopia de luz e eletr6nica.

3.2.4 Experimento 5

As ratas-controle e as ratas com DM

receberamumado-sc unica, intraperitoneal, de 2 mg/kg peso de uranil nitrato.

E~; t c ex p e r i me n t o f o i de 1 in e a do par a a v a 1 i a r a pro te

-çao conferida pelo estado diabético contra a lRA induzida pelo

uranil nitrato.

~lantidos todos os animais em gaiolas metabólicas in-dividuais, tinham livre acesso à água e ração regular para

ra-tos.

Ap6s um periodo de adaptação inicial, de 3 dias,

se-guido de um periodo basal, de 2 dias, todos os animais

recebe-r-am uma dose intraperitoneal Única de uranil nitrato e foram

ob-servados por mais sete dias.

Oht iveram-se amostras de sangue da veia da cola e

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1, 2, 4 e 7 do período experimental.

Determinaram-se: hematócrito, nitrogênio urêico, gli-cose, creatinina, sódio, potássio e osmolalidade.

Mediram-se, na urina de 24 horas, volume, osmolalida-de , glicose, creatinina, sódio, potássio e concentração osmolalida-de li-sozima. Nos mesmos dias, me&iu-se o peso corporal ecalcularam-se, pelas equaçoes usuais, depuração de creatinina endógena e clearancc osmolar.

No 79 dia, sob anestesia leve com Inactin,,os rins

fo-ram perfundidos, "in situ", com Ringer até o branqueamento do

parênquima renal. Os rins foram então fixados, "in situ", com

Solução de Karnowsky, durante 3-4 min, e fragmentos de tecido Preparados para microscopia de luz.

3. 2. 5 Experimento 6

Estudaram-se as ratas-controle e ratas com DM,

nor-malmente hidratadas. Todos os animais tinham 6 meses de idade e diabetes por quatro meses, quando do estudo.

Mantidos todos os animais em gaiolas metabólicas in-dividuais, tinham livre acesso a agua e raçao. O protocolo ex-perimental consistiu de um dia basal (dia 0), imediatamente se-guido pela injeção endovenosa, na veia da cola, de Renografin, na dose de 5 ml/kg. Dois animais, em cada grupo, foram injeta-dos com uma injeta-dose maior, de 12.5 ml/kg.

Referências

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